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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INDE
INSTITUTO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
Testagem 2012
Prefácio
1
Caros formadores das Instituições de Formação de Professores!
É com grande prazer que colocamos nas suas mãos o Módulo de Educação Patriótica e
Ética e Deontologia Profissional, esperando que o mesmo contribua para o estímulo e
consolidação de valores patrióticos e morais nos formandos.
É importante que os alunos aprendam que a sociedade é regulada por normas que indicam os
direitos, deveres e obrigações de cada um dos membros, para que todos possamos viver em
harmonia. Este exercício do desenvolvimento de atitudes e valores apropriados nos alunos
passa, necessariamente, por um exercício de disciplina por parte do professor, porque este
deve constituir um exemplo, assumindo uma postura adequada em qualquer contexto, para
que os alunos possam tê-lo como referência.
2
Índice Pág
Educação Patriótica e Ética e Deontologia Profissional ...................................................................8
Introdução.........................................................................................................................................8
1.Competências a Desenvolver ........................................................................................................8
2.Resultados de Aprendizagem ................................................................................................9
Educação Patriótica ........................................................................................................................10
1.Competências a Desenvolver ......................................................................................................12
2. Resultados de Aprendizagem .............................................................................................12
Unidade Temática I – Introdução ao Estudo da Educação Patriótica.............................................14
1.1.Visão Geral dos Conteúdos da Unidade ...........................................................................14
1.2.Sugestões Metodológicas .................................................................................................14
2.Educação Patriótica .....................................................................................................................15
2.1.A Relação da Educação Patriótica com outras Ciências ..................................................16
2.2.A Importância do Estudo da Disciplina de Educação Patriótica ......................................16
2.3.Objectivo do Estudo da Educação Patriótica nos IFPs .....................................................16
a)Gerais ......................................................................................................................................16
b)Específicos ..............................................................................................................................17
2.4.Actividade ........................................................................................................................18
2.5.Auto-Avaliação (Questionário) ........................................................................................18
2.6.Respostas ..........................................................................................................................19
Unidade Temática II – Formatura e Marcha ..................................................................................20
2.1.Visão Geral dos Conteúdos da unidade ............................................................................20
2.2.Sugestões Metodológicas .................................................................................................20
2.3.Formatura .........................................................................................................................21
2.4.Organização da Formatura ...............................................................................................21
2.5.Marcha ..............................................................................................................................21
2.5.1.Tipos de marcha ................................................................................................................21
2.6.Actividade ........................................................................................................................22
2.7.Autoavaliação (Questionário)...........................................................................................22
2.8.Respostas ..........................................................................................................................22
Unidade Temática III – Símbolos da Pátria ...................................................................................24
3.1.Visão Geral dos Conteúdos da Unidade ...........................................................................24
3.2.Sugestões Metodológicas .................................................................................................24
Unidade Temática IV – Instituições do Estado ..............................................................................25
4.2.Sugestões Metodológicas .................................................................................................25
4.3.Órgãos de Soberania .........................................................................................................26
4.4.Órgãos Centrais do Estado: Ministérios ...........................................................................26
4.5.Ministro ( Membro do Conselho de Ministros) ................................................................26
4.5.Órgãos Locais do Estado ..................................................................................................27
4.6.No Âmbito Territorial ......................................................................................................27
4.7.Direcções Provinciais .......................................................................................................27
3
4.8. Directores Provinciais (Membros do Governo Provincial) .............................................27
4.9.Órgãos do Distrito ............................................................................................................28
4.10.Governos Distritais .........................................................................................................28
4.11.Serviços Distritais...........................................................................................................28
4.12. Conselhos Municipais ...................................................................................................28
4.13. Posto Administrativo .....................................................................................................29
4.14. Localidades....................................................................................................................29
4.15.Povoados ........................................................................................................................30
4.16. Lideres Comunitários ....................................................................................................30
4.17. Actividade .........................................................................................................................31
4.18. Autoavaliação (Questionário)............................................................................................31
4.19.Respostas ............................................................................................................................32
Unidade Temática V – Nação Moçambicana .................................................................................33
5.1.Visão Geral dos Conteúdos da unidade ............................................................................33
5.2.Nação........................................................................................................................................34
5.3.O Surgimento do Nacionalismo Moçambicano ...............................................................34
5.4.Fundação da Frelimo ................................................................................................................36
5.5.O Papel de Eduardo Mondlane na Consolidação da Unidade Nacional ...................................37
5.6.Luta na Clandestinidade e Prisão Política (1960-1974) ...........................................................37
5.7.Processo da Luta Armada de Libertação Nacional (1960-1975) ..............................................38
1960-1962: Fase da formação dos Movimentos libertadores .....................................................39
1962 a 1964: Fase Preparatória do inicio da Luta armada de Libertação Nacional ...................39
1964 a 1968 - Fase do desenvolvimento da Luta Armada de Libertação Nacional: ..................39
1968 a 1974 - Fase da implementação de novas estratégias de luta e da vitória da FRELIMO .39
5.9.Actividade .........................................................................................................................40
5.10.Autoavaliação (Questionário).........................................................................................41
5.11.Respostas ........................................................................................................................42
Unidade Temática VI - Noção de Defesa da Pátria, Conservação e Consolidação da Democracia43
6.1.Visão Geral dos Conteúdos da Unidade ...........................................................................43
6.2.Sugestões Metodológicas .................................................................................................43
6.3.Noção de Defesa da Pátria, conservação e Consolidação da Democracia .......................43
6.4.Democracia.......................................................................................................................45
6.5.Actividade ........................................................................................................................46
6.6. Autoavaliação (Questionário)..........................................................................................46
6.7.Respostas ..........................................................................................................................47
Unidade Temática VII - Heróis Nacionais .....................................................................................48
7.1.Visão Geral dos Conteúdos da Unidade ...........................................................................48
7.2.Sugestões Metodológicas .................................................................................................48
7.3.Heróis Nacionais ..............................................................................................................48
7.4.Critérios de Selecção dos Heróis Nacionais .....................................................................49
7.5.VIDA E OBRA DOS HERÓIS AS LUTAS DE RESISTÊNCIA COLONIAL ..............49
7.6. Vida e Obra dos Heróis de Luta de Libertação Nacional ................................................52
7.7. Locais Históricos .............................................................................................................53
4
7.8. Actividade ......................................................................................................................54
7.9. Autoavaliação (Questionário)..........................................................................................55
7.10. Respostas .......................................................................................................................55
Unidade Temática VIII - Datas Históricas e seus Significados......................................................57
8.1.Visão Geral dos Conteúdos da uniddade ..........................................................................57
8.2.Sugestões Metodológicas .................................................................................................57
8.3.Descrição das Datas Históricas e Feriados em Moçambique ...........................................57
8.4.Actividade ........................................................................................................................59
8.5.Autoavaliação (Questionário)...........................................................................................59
8.6.Respostas ..........................................................................................................................60
Unidade Temática IX- O Papel da Cultura na Promoção do Patriotismo e da Identidade Moçambicana
........................................................................................................................................................61
91.Visão Geral dos Conteúdos da Unidade ............................................................................61
9.2.Sugestões Metodológicas .................................................................................................61
9.3.A Cultura e a sua Influência na Coesão do Patriotismo e na Unidade Nacional ..............61
9.4.Actividade ........................................................................................................................66
9.5. Autoavaliação (Questionário)..........................................................................................66
9.6.Respostas ..........................................................................................................................67
CONCLUSÃO ...............................................................................................................................68
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................69
Ética e Deontologia Profissional ....................................................................................................70
2.1.Competências a Desenvolver ...........................................................................................71
2.2.Resultados de Aprendizagem ...........................................................................................71
2.3.Visão Geral dos Conteúdos ..............................................................................................72
Unidade Temática 1: A Moral ........................................................................................................74
1.1.Evidências Requeridas da Unidade Temática: .................................................................74
1.2. Sugestões Metodológicas ................................................................................................74
1.3.A Moral ............................................................................................................................87
1.4.Tipo da Moral ...................................................................................................................87
1.5.A Moral Permanente ........................................................................................................88
1.6.Aquisição de Princípios Morais........................................................................................89
1.7. Juízos Morais...........................................................................................................................89
1.8.Normas Morais .........................................................................................................................89
1.9.Actividades ...............................................................................................................................90
1.10.Autoavaliação .................................................................................................................91
1.11.Chave de Correcção........................................................................................................91
Resumo dos Pontos Principais .......................................................................................................92
Unidade Temática 2: Ética .............................................................................................................94
2.1.Evidências Requeridas .............................................................................................................94
2.2.Sugestões Metodológicas .........................................................................................................94
2.3.Ética ..................................................................................................................................94
2.4.Actividades ...............................................................................................................................96
2.5.Autoavaliação ...................................................................................................................96
5
2.6.Chave de Correcção..........................................................................................................97
Resumo dos Pontos Principais .......................................................................................................97
Bibliografia Complementar ............................................................................................................97
Unidade Temática 3 – Deontologia ................................................................................................98
3.1.Evidências Requeridas .....................................................................................................98
3.2.Sugestões Metodológicas .................................................................................................98
3.3.Deontologia ......................................................................................................................99
3.4. Diferenças entre a Ética e a Deontologia? .......................................................................99
3.5. Princípios da Deontologia Interprofissional ..................................................................100
3.6. Instrumento Regulador do Exercício da Actividade Profissional em Moçambique..............102
3.7. Funcionários e Agentes de Estado: Conceito ........................................................................102
3.7.1. Princípios Gerais do EGFAE .....................................................................................102
3.7.2. Os Principais Deveres dos Trabalhadores Moçambicanos .............................................104
3.7.3. Os Principais Direitos dos Trabalhadores Moçambicanos .............................................105
3.7.4.Actividades ......................................................................................................................107
3.7.5.Autoavaliação ..............................................................................................................108
3.7.6.Chave de Correcção.............................................................................................................109
Resumo dos Pontos Principais .............................................................................................112
Bibliografia Complementar ..........................................................................................................113
Unidade Temática 4: Deontologia Profissional do Professor ...............................................114
4.1.Evidências Requeridas no fim da Unidade Temática: Deontologia .......................................114
4.2.Sugestões Metodológicas .......................................................................................................114
4.3.Deontologia Profissional do Professor ...........................................................................115
4.4.Os Valores Éticos e Deontológicos Relacionados com a Tarefa de Educar...........................115
4.5. O Código de Conduta do Professor em Moçambique ...........................................................117
4.6.Actividades .....................................................................................................................119
4.7.Autoavaliação .................................................................................................................120
4.8. Chave de Correcção...............................................................................................................121
Resumo dos Pontos Principais .....................................................................................................123
Bibliografia Complementar ..........................................................................................................125
Unidade Temática 5: A Deontologia Educacional e a Cultura dos Alunos..................................126
5.1.Evidências Requeridas ...........................................................................................................126
5.2.Sugestões Metodológicas .......................................................................................................126
5.3.Moçambique um País Multicultural .......................................................................................127
5.4. Os Processos de Socialização como Determinantes para a Formação da Identidade Individual
e Colectiva ............................................................................................................................127
5.5. Alguns Direitos Fundamentais do Homem Pasmados na Declaração Universal dos Direitos
Humanos.......................................................................................................................................128
5.6. Os Direitos da Criança ..........................................................................................................130
5.7.Ensino e a Diversidade na Sala de Aulas ...............................................................................132
5.8. Estratégias para a Advocacia dos Direitos da Criança na Escola e na Comunidade .............133
5.9.Actividades .............................................................................................................................134
5.10.Autoavaliação .......................................................................................................................134
6
5.11.Chave de Correcção..............................................................................................................135
Resumo dos Pontos Principais .....................................................................................................136
Bibliografia Complementar ..........................................................................................................137
Unidade Temática 6: O Perfil do Professor ..................................................................................138
6.1.Evidências Requeridas ...........................................................................................................138
6.2.Sugestões Metodológicas .......................................................................................................138
6.3.O Perfil do Professor ..............................................................................................................139
6.4.Actividades .............................................................................................................................144
6.5. Autoavaliação ........................................................................................................................145
6.7.Chave de Correcção................................................................................................................146
6.8.Resposta a Perguntas de Autoavaliação .................................................................................147
Resumo dos Pontos Principais .....................................................................................................149
Bibliografia...................................................................................................................................150
Anexo 1: Alguns Heróis da Luta de Libertação Nacional ............................................................151
7
Educação Patriótica e Ética e Deontologia Profissional
Introdução
O presente Módulo apresenta dois submódulos que serão leccionados de forma independente.
O submódulo de Ética e Deontologia Profissional e o de Educação Patriótica.
O objectivo fundamental do módulo é incutir nos futuros professores os valores patrióticos e
ético deontológicos ao saber estar, saber ser, saber fazer e saber saber ou conhecer, bem como
o amor a pátria e ao trabalho, pois, como educador é importante que ele fortaleça dentro de si,
estes valores para poder disseminar e desenvolver no seio dos alunos e na comunidade.
Actualmente é frequente ouvir dizer que os valores estão todos deteriorados, que não há
solidariedade, honestidade, cooperação, bondade, não há respeito entre os mais novos e os
mais velhos ou mesmo entre as pessoas da mesma geração. Que as pessoas não respeitam o
bem comum. Que há tribalismo e regionalismo em Moçambique. Que não há respeito pelas
diferenças. Alguns dos aspectos mencionados, como por exemplo, o tribalismo e o
regionalismo podem perigar a Unidade Nacional, por serem aspetos que concorrem para a
falta de coesão ou de harmonia.
Moçambique por ser um país multicultural é importante que todos nós usemos a diversidade
cultural como um facto de coesão, deixando as nossas culturas interagirem, enriquecendo-se
umas das outras.
Sendo a educação formal um meio para a preparação de gerações para intervirem na
sociedade de uma forma responsável e apropriada, com uma cultura de democrática revela-se
importante a abordagem de conteúdos relativos à Educação Patriótica e a Ética e Deontologia
Profissional na formação de professores, para que estes possam cultivar estes valores e
disseminá-los no processo de ensino-aprendizagem para a formação do Homem que todos
nós, como moçambicanos anseiamos.
1.Competências a Desenvolver
Até ao fim da formação, os futuros professores devem ter desenvolvidos competências que os
permitam agir como profissionais responsáveis e competentes na sua tarefa de facilitadores do
processo de ensino-aprendizagem, seguindo rigidamente o seu código conduta, manifestando
atitudes que se coadunam com a sua profissão tanto no exercício da sua profissão como na
sociedade em que estiver inserido. Desta forma, no fim deste módulo o formando deverá ter
desenvolvido competências que o permitam:
8
(1) Demonstrar o espírito patriótico e de cidadania através de acções e atitudes;
(2) Exercer os valores cívicos e morais;
(3) Respeitar e Aplica os direitos da criança
(4) Desenvolver acções de promoção dos valores universais e regras de convivência;
(5) Assumir os valores éticos ligados a sua profissão;
(6) Agir de acordo com os valores éticos e deontológicos ligados a sua profissão
professor;
(7) Relacionar valores com a cultura;
(8) Desenvolver estratégias pedagógicas conducentes ao sucesso de todos os alunos
com ética e profissionalismo.
2.Resultados de Aprendizagem
(1) Sistematizar os conceitos de Educação Patriótica, Ética e Deontologia Profissional;
(2) Analisar e aplicar estratégias de desenvolvimento de valores universais, patrióticos
(amor à pátria, respeito e auto-estima) e cívicos;
(3) Compreender a importância da Étca e Deontologia, tendo em consideração as
dimensões pessoal e profissional;
(4) Reflectir sobre dilemas éticos da profissão docente e discutir respostas adequadas à
complexidade das situações profissionais, inseridas num determinado contexto social;
(5) Propor acções que contribuem para o desenvolvimento de valores cívicos e morais e o
exercício da cidadania, na escola e na comunidade;
(6) Analisar, criticamente, as estratégias de abordagem dos valores patrióticos na cultura
organizacional da escola e nos materiais de ensino, propondo alternativas.
Neste módulo, em primeiro lugar apresentámos o submódulo de Educação Patriótica e em
segundo, o de Ética de Deontologia profissional do Professor.
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Educação Patriótica
INTRODUÇÃO
Do ponto de vista específico, pretende-se através deste módulo, conhecer as várias disciplinas
que se relacionam com a educação patriótica, para melhor situar as suas formas de abordagens
e conhecimentos no processo de ensino e de aprendizagem; conhecer as diferentes formas de
formatura e marcha, de modos a potenciar a sua postura aprumada e auto-organização;
respeitar os Símbolos Nacionais, para compreender o valor da identidade soberana e do
Estado como nação; explicar o nascimento da nação moçambicana, como forma de
testemunhar o seu domínio sobre a sua pátria; conhecer os Heróis Moçambicanos e seus
feitos, para melhor alimentar o seu orgulho de determinação e auto-afirmação e preservar o
meio ambiente como forma de contribuir garantindo a continua existência das espécies para o
bem de gerações próximas.
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Para a concepção deste trabalho, foram usados os métodos de consulta bibliográfica
fundamentalmente, observação directa, entrevista (formais, informais, estruturadas, não
estruturadas, colectivas, semi-colectivas e individuais), Pesquisa via internet e interpretação
de artigos da constituição da República de Moçambique (CRM), Lei dos Orgãos Locais
(LOLE).
Para além deste recurso, observar-se-á o uso de textos de apoio, artigos, mapas, quadros,
vídeos, aplicação prática da constituição da República de Moçambique e a Lei de Orgãos
Locais como instrumentos fundamentais a merecer o domínio de todos moçambicanos como
cidadãos íntegros. Ainda, poder-se-ão privilegiar o uso de outros recursos organizados numa
sequência lógica.
Desta forma, espera-se que, no fim deste subódulomódulo, os formandos sejam capazes de
revelar valores, atitudes apropriadas pautadas na responsabilidade, solidariedade, criatividade,
especificamente no que concerne as suas capacidades: de lidar com situações inéditas e
complexas que podem ocorrer no contexto do processo de ensino-aprendizagem; de auto-
regular a acção formativa em função das políticas de educação Patriótica, para dar as
respostas adequadas à crescente demanda aos serviços de Educação.
Comunicar e interagir com os diferentes sectores sociais afins para a integração das suas
sensibilidades e, sobretudo, das suas capacidades em assumir uma postura crítica face a todo o
processo formativo, contribuindo, desta forma, para uma formação integral do Profissional de
Educação dotando-o de competências profissionais relevantes, que o permitam actuar com
responsabilidade e profissionalismo no exercício da suas funções.
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1.Competências a Desenvolver
Até ao fim deste submódulo de Educação Patriótica, os futuros professores devem
desenvolver as competências que os permitem a assumir e explicar os princípios básicos que
estimule o patriotísmo no seu íntimo, na escola e no seio das comunidades. Devem ainda eles
serem dotados da cultura de paz e respeito pelos direitos humanos. Compreender e aplicar as
leis sobre o direito da criança, Constituição da República, Lei de Serviço Militar, Lei dos
órgãos de Estado, Lei dos direitos Humanos. Desenvolver acções de promoção de valores
culturais universais para impulsionar as boas regras de comvivência entre os homens e povos
dos países vizinhos. Servir da educação patriótico meio didáctico para a implantação da
cidadania nos estudantes. Desta forma, no fim deste módulo, o formando deverá ser capaz de:
(4) Reflectir e desenvolver actividades que permitem o domínio de cultura geral e atitudes
positivas nos alunos (cultivar a cultura no aluno);
(5) Agir de acordo com os princípios que cultive a cidadania no indivíduo, no aluno em
particular;
2. Resultados de Aprendizagem
(1) Compreender, reflectir, dar as respostas adequadas aos problemas do patriotísmo e
compreender a importância de Educação Patriótica na formação do professor;
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(2) Saber entrepeitar os artigos da Constituição da República, Lei dos Orgãos Locais de
Estado, Serviço Militar Obrigatorio, Leis sobre os direitos Humanos, os direitos da
Criança enter outros documentos importantes para a educação patriótica;
(3) Consiga entrepeitar os conceitos sobre a Cidadania, auto-estima do cidadão;
(4) Descreve a vida e obra dos Heróis Moçambicanos podendo apresentar um texo escrito
falando sobre vida e obra dos heóis;
(5) Descreve o significado das tatas comemorativas nacionais e os feriados;
(6) Apresenta diversos texto sobre historial dos direitos humanos, análise critica dos
manuais escolares, sobre o patriotísmo, sobre a violação dos direitos da criaça;
(7) Exercite e aplica os princípios democráticos no processo da eleição dos representantes
da turma;
(8) Faz uma exposição oral na turma onde estiver, falando sobre os direitos da criança,
direitos humanos, aspectos patrióticos, usando diversos suportes como: cartaz, jornal,
revistas, fotografias dos líderes, discursos gravados, documentários, vídeos, entre
outros;
(9) Intervém em debates onde se descutem sobre os direitos Humanos, direitos da criaça,
combate a corrupção, a conservação dos bens públicos, planos estratégicos para o
desnvolvimento comunitário;
(10) Apresenta oralmente ou por escrito um plano contendo actividades como: promoção
dos valores universais a desenvolver na aula, na escola e na comunidade, aplicar
estratégias de prevenção e combate de violação do direitos da criaça na escola e na
comunidade;
(11) Desenvolver as ideias criativas no sentido de encontrar as respostas apropriadas à
complexidade das situações inseridas no contexto sóciocultural;
(12) Desenvolver na escola e na comunidade os valores de amor ao trabalho, sacrifício na
defesa dos interesses da comunidade, liberdade, igualdade, tolerância, respeito,
solidariedade, a cidadania, cultura de paz e unidade Nacional;
(13) Compreende, desenvolve e aceita o espírito de crítica e auto-cítica.
13
Unidade Temática I – Introdução ao Estudo da Educação Patriótica
1.2.Sugestões Metodológicas
14
2.Educação Patriótica
Defini – se a Educação Patriótica como um processo de ensinar e aprender a manifestar o
sentimento de amor e devoção à pátria, aos seus símbolos como: a figura do Chefe do
Estado, bandeira Nacional, hino Nacional, emblema Nacional, entre outros aspectos.
Portanto, a educação patriótica serve de veículo regulador para o surgimento do patriota
como praticante do patriotísmo, sendo este elemento fundamental para a materialização
de vontades ou espíritos nacionalistas.
Num cômputo geral, a educação patriótica sempre mereceu e manifestou – se no seio das
sociedades, onde de diferentes formas, as estruturas sociais foram evidenciando em suas
lógicas educacionais internas, tal com narra BRANDÃO (1993: 20-21).
Tal como testemunha o seu conceito, a educação patriótica como um processo, tende a
reflectir num amplo campo de estudo subscrito a vários níveis de observação, como por
exemplo:
15
Em Moçambique, vários aspectos do ponto de vista social, cultural, político, económico e
ideológico permitem ou condicionam para um olhar especial no que concerne as
abordagens dos conteúdos virados a educação patriótica a destacar:
a)Gerais
Os objectivos gerais do estudo da educação patriótica, particularmente para os IFPs
em Moçambique, são:
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Estabelecer através do ensino ou formação, uma consciência de solidariedade,
a prior para os formandos e a posterior entre pessoas no geral, de modo que
tenham interesses colectivos, constituindo um Estado baseado na unidade
nacional, e que, ao viver sob as mesmas leis, as respeitem com ânimo maior e
as empreguem na defesa de interesses e ambições comuns.
Criar uma consciência da gestão, preservação do património patriótico a nível
da sociedade moçambicana, como base de desenvolvimento da unidade
nacional e bem-estar comum.
b)Específicos
O estudo da Educação Patriótica tem como ojectivos específicos:
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2.4.Actividade
Educação Patriótica como um processo de ensinar e aprender a manifestar o sentimento
de amor e devoção à pátria, aos seus símbolos como: a figura do Chefe do Estado,
bandeira Nacional, hino Nacional, emblema Nacional, entre outros aspectos.
a) Desenhe emblema Nacional e explique a importância dos elementos constituintes.
b) A Educação Patriótica serve de veículo regulador para o surgimento do patriota
como praticante do patriotísmo. Comente esta afirmação.
2.5.Auto-Avaliação (Questionário)
1. Defini-se a Educação Patriótica como um processo de ensinar e aprender a
manifestar o sentimento de amor e devoção à pátria, aos seus símbolos como: a figura do
Chefe do Estado, Bandeira Nacional, Hino Nacional, Emblema Nacional, entre outros
aspectos.
a.) Explique a importância do estudo da disciplina de educação patriótica;
b.) Qual é objecto de estudo da educação patriótica?
c.) Identifique a relação que existe entre a Educação Patriótica com outras ciências.
2. Um dos objectivos do estudo da educação patriótica, particularmente para os IFPs
em Moçambique, é de estabelecer através do ensino ou formação, uma consciência de
solidariedade.
a.) Comente esta afirmação tendo em conta a educação patriótica em
Moçambique.
18
2.6.Respostas
1.a.) Estabelecer o princípio básico de conceber em si próprio, o orgulho e auto-estima
por pertencer a uma pátria, buscando a partir daqui, mecanismos de amor, defesa e
devoção patriótica, consolidação do espírito de unidade nacional, valorização dos feitos
históricos que caracterizam fundamentalmente as gerações do seu pais.
1.b.) Preocupa-se em estudar o individuo dentro da sociedade, quando este por sua vez,
vai manifestando o amor e devoção a sua pátria e outros aspectos que dignifiquem do
ponto de vista de identidade da sua terra ou da sua zona de origem.
1.c.) A educação patriótica estabelece uma estreita ligação com os outros campos do
conhecimento científico pautando pela interdisciplinaridade. Pois, apoia – se dos outros
ramos de conhecimento como a história, Geografia, economia, a antropologia, sociologia,
Ética Deontologia Proficional, filosofia e o Direito para conceber o seu saber específico.
2.) Proporcionar através dos relatos históricos do país, a consciência dos valores
nacionais estabelecendo a ligação entre as várias gerações.
NB: aceitar outros comentários desde que sejam certos.
19
Unidade Temática II – Formatura e Marcha
-Noção de
flexibilidade dum
aluno em todos
aspectos;
2.2.Sugestões Metodológicas
20
2.3.Formatura
2.4.Organização da Formatura
De acordo com o seu conceito, ela caracteriza uma forma de organização onde pode-se
estruturar posicionando as pessoas de acordo com as suas alturas e idades. Porém, os
mais altos passam a ocupar as últimas linhas, em contra partida, os que tem altura mínima
e média passam a ocupar as linhas frontais. Importa ainda salientar que, este processo, é
realizado efectivamente tendo em conta a organização de turmas.
2.5.Marcha
Defini-se a marcha como um movimento de locomoção harmonizado e organizado, vista
de forma linear representado por grupo de indivíduos com vista direccional e que tende
alcançar um determinado local.
2.5.1.Tipos de marcha
As marchas figuram-se de quatro (4) maneiras diferentes e essenciais, sendo:
21
2.6.Actividade
Defini-se a marcha como um movimento de locomoção harmonizado e organizado, vista
de forma linear representado por grupo de indivíduos.
a) Dê dois exemplo de marcha, demonstrando os movimento perante seus colegas de
turama;
b) Digas ainda para que fins serve o tipo de marcha que escolheste.
2.7.Autoavaliação (Questionário)
1. De acordo com alguns conceitos referentes a formatura e marcha diferem uma
com a outra.
a) Argumente.
b) Caracterize a organização da formatura.
c) Quais são os tipos de marcha que conheces?
2.8.Respostas
1a.) Formatura é uma estrutura de organização perfilada de indivíduos, representando
atenção a determinadas orientações, sob comando frontal de um indivíduo instruído e
preparado para a disciplina. Ao passo que, a marcha é um movimento de locomoção
harmonizado e organizado, vista de forma linear representado por grupo de indivíduos
com vista direccional e que tende alcançar um determinado local.
1b.) A formatura caracteriza-se por uma forma de organização onde pode – se estruturar
posicionando as pessoas de acordo com as suas alturas e idades. Porém, os mais altos
22
passam a ocupar as últimas linhas, em contra partida, os que tem altura mínima e média
passam a ocupar as linhas frontais. Importa ainda salientar que, este processo, é realizado
efectivamente tendo em conta a organização de turmas.
3c.) Os tipos de marcha são:
Marcha normal (caracterizada por locomoção normal);
Marcha acelerada (caracterizada por locomoção rápida);
Marcha Cerimonial (caracterizada por uma locomoção lenta de forma acentuada e
obedece determinadas regras para marcha);
Marcha para apresentação a tribuna de honra (caracteriza-se por passos decisivos,
peito levantado, com cabeça erguida orientando o olhar à tribuna).
23
Unidade Temática III – Símbolos da Pátria
3.2.Sugestões Metodológicas
Os formandos devem aprender a manusear a bandeira nacional;
Devem marchar com a bandeira e içá-la (amarrar e elevar ao cimo);
A bandeira da instituição deve ser içada e areada pelos formandos obedecendo os
critérios aprendidos e demonstrados pelo membro da PRM e militares.
24
Unidade Temática IV – Instituições do Estado
4.2.Sugestões Metodológicas
25
4.3.Órgãos de Soberania
São órgãos de soberania os seguintes:
a) Presidente da República,
b) Assembleia da República
c) O Governo
d) Os Tribunais
c) O Conselho Constitucional
Estes órgãos de soberania assentam nos princípios de separação e interdependência de
poderes consagrados na Constituição e devem obediência à Constituição e as Leis.
26
4.5.Órgãos Locais do Estado
São órgãos do estado representantes do Governo Central ao nível local, e esses são:
governo provincial, governo distrital, governo do posto administrativo, localidades e os
conselhos municipais.
“os orgãos locais do Estado tem a funsão de representação do Estado ao nível local
para a administração do desenvolvimento do respectivo território e contribuem para a
unidade e integração nacionais”.
4.7.Direcções Provinciais
São órgãos institucionais dirigidos pelos directores provinciais e estes fazem parte do
Governo provincial, representam os Ministérios ao nível Local de Estado. Esta instituição
é ainda gerida por um Director Provincial nomeado pelo Ministro sob a coordenação e
consentimento do Governador da Província. Tal como os Ministérios, as Direcções
Provinciais também actuam para diferentes áreas no seio da Província, a sua estrutura
orgânica depende da iniciativa do conselho de Ministros.
27
especificidades que norteiam o funcionamento peculiar de cada instituição ou Direcção.
São membros do Governo Provincial e participam mutuamente nas sessões do Governo
Provincial, sob a dupla subordinação.
4.9.Órgãos do Distrito
São órgãos da administração pública do distrito, o Administrador Distrital e o Governo
Distrital. O Administrador dirige o goveno distrital e responde individualmente pelas
actividades administrativas do distrito perante o governo provincial. Ele é nomeado pelo
ministro que superintende na função pública e na administração local do Estado. Ouvido
ou por proposta do Governador Provincial.
4.10.Governos Distritais
4.11.Serviços Distritais
São órgãos institucionais que representam as Direcções provinciais ao nível dos Distritos.
Esta instituição é gerida por um Director dos serviços Distritais, proposto pelo Director
provincial e nomeado pelo Governador da Província sob a coordenação e consentimento
do Administrador do Distrito. Tal como as Direcções provinciais, as Direcções dos
Serviços Distritais também actuam para diferentes áreas ao nível do Distrito.
28
presidente eleito democraticamente ao nível dos Municípios goza de três formas de
poderes fundamentais, nomeadamente:
Poder Legislativo;
Poder Executivo;
Poder Judicial.
“Os órgãos locais do Estado têm como função a representação do Estado a nível local
para a administração e o desenvolvimento do respectivo território e contribuem para a
integração e unidade nacionais [sic. Nacional]. O Chefe do posto aministrativo é o
representante da administração central do Estado no respectivo território. O chefe do
Posto Aministrativo subordina-se ao Administrador Distrital”.
4.14. Localidades
Em Moçambique, chamam-se localidades as subdivisões representativas dos órgãos
governamentais ao mais baixo nível dentro dos postos administrativos. Esta circunscrição
é geralmente dirigida por funcionário assalariado, assumindo o cargo de Chefe da
Localidade ou mesmo pelo Secretario. Ainda obedecendo o mesmo fio de pensamento, e
de acordo com a WIKIPÉDIA (baseada na lei no 8/2003), a localidade particularmente no
contexto Moçambicano pode – se abordar nos seguintes moldes:
“ Subdivisões dos Postos Administrativos, a nível rural, e constituem o nível mais baixo
de representação do Estado. (…) Estas subdivisões administrativas são dirigidas por um
Secretário nomeado pelo Administrador do distrito…”
29
Órgão da Localidade é o Chefe da Localidade, ele é o representante da autoridade central
da administração do Estado na respectiva Loclidade, e subordina-se ao Chefe do Posto
Administrativo. Ele é nomeado pelo Governador Provincial, ouvido ou por proposta do
Administrador Distrital.
4.15.Povoados
É uma espécie de assentamento rural, muito pequeno que uma aldeia. As habitações são
geralmente circundadas de uma parcela rural, porem, caracterizada por um número
reduzido de casas. Em Moçambique particularmente, é também atribuído a categoria de
regulado, onde o régulo é o líder que orienta os destinos dos seus respectivos povoados.
“ Um povoado é uma povoação constituído por poucas casas, ou seja, uma pequena
povoação”. (idem)
30
No contexto Moçambicano, os líderes ou autoridades tradicionais são acreditados pelo
Estado e estabelecem uma profunda influência no processo de governação local.
Portanto, conforme a constituição da República de Moçambique (CRM), artigo 118, pt. 1
e 2, p. 44):
4.17. Actividade
Os órgãos de soberania são os que assentam nos princípios de separação e
interdependência de poderes consagrados na Constituição e eles devem obediência à
Constituição e as Leis.
a) De 4 exemplos de orgãos de soberania que conhece;
b) Explique a importânca de um só orgão de soberania à sua escolha de entre os
acima escolhidos;
c) Descreve adivisão administrativa da sua Província e Distrito.
31
4.19.Respostas
1.a) Os principais órgãos do Governo no contexto moçambicano são: Ministérios;
Direcções Provinciais, Governos Distritais, Postos Administrativos e localidades.
32
Unidade Temática V – Nação Moçambicana
33
Projecção de documentários que reportam sobre o historial da luta de libertação e
defesa da pátria, depôs apresentar o resumo da história do filme assistido.
5.2.Nação
Em conformidade com a realidade moçambicana, o conceito de nação pode – se
estruturar observando o facto de ser um povo que habita o mesmo território, promove
colectivamente a vontade de manifestar a unidade nacional, ter vivido o mesmo passado
histórico tal como, mesma influência da colonização ao exemplo de Moçambique. Por
outro lado, por sentimento comum manifestado à favor de interesses e objectivos
colectivos, assim como, na busca de soluções adversas baseadas num pensamento
generalizado.
Por exemplo, a quando duma partida de futebol, onde envolve a selecção nacional
desafiando o seu adversário. Aqui poder-se-a perceber que a forma de sentimento
reverter-se-á ao ponto de vista colectivo, pautando pelo mesmo pensamento e objectivo
ou seja, sentimento comum. Tal como acontece quando indivíduos oriundo do mesmo
país encontram-se no estrangeiro. Aqui a forma de sentimento poder – se á traduzir por
uma forte aproximação e de paixão a sua terra.
34
Todas estas acções vividas ao longo da colonização em Moçambique envolvendo
directamente os moçambicanos, fez com que eclodisse um ciclo de revoltas contra o
regime colonial. Revoltas estas, que se manifestavam de diferentes maneiras, desde: a
destruição de forma Vandalizada de máquinas, greves envolvendo moçambicanos
maltratados nos portos e caminhos-de-ferro, torravam as sementes, empreendiam fugas
para países vizinhos e o fingimento de doenças como forma de escapar aos trabalhos
abusivos e pesados sobre o homem.
Não obstante, torna-se importante sublinhar que, para além dos mecanismos como
factores que condicionaram a emergência do nacionalismo moçambicano anteriormente
mencionados, outros factores também puderam evidenciar-se, tais factores destacam-se
pela participação dos soldados moçambicanos na I e II Guerras, ao exemplo concreto do
seu envolvimento durante a invasão alemã no Norte de Moçambique, atravessando rio
35
Rovuma em direcção a Milepa, tendo alcançado Marrupa-posto Administrativo de
Nungo, onde até hoje é possível ver-se as suas evidências.
5.4.Fundação da Frelimo
FRELIMO designa-se Frente de Libertação de Moçambique, fundada através da união de
três movimentos nacionalistas, designadamente: (MANU, UDENAMO e MANU) aos 25
de Junho de 1962 em Dar-Es-Salaam, na actual República Unida da Tanzânia.
36
É neste contexto que, as bases para a criação da FRELIMO vão se efectivando, sob apoio
de alguns países vizinhos e lideres nacionalistas africano como Julius Nyerere da
Tanzânia, Kwame Nkrumah do Gana, Abdel Nacer da Argélia, Jomo Kenyata do Quénia,
entre outros. A união dos três movimentos ora evidenciados, foi resultado da influencia e
intervenção directa do Dr. Eduardo Chivambo Mondlane que logo após a criação da
FRELIMO tornou – se presidente deste Movimento e arquitecto da unidade nacional.
“Queríamos nos organizar, mas não podíamos porque éramos perseguidos pela polícia
secreta. Tínhamos actividades culturais e educativas, mas durante os debates e
discussões tínhamos que nos manter atentos por causa da PIDE. Ela nos perseguia e
37
chegou mesmo a banir o NESAM” (MONDLANE apud MATUSSE & MALIQUE, 2008:
37).
Os grupos que fossem descobertos ao serviço de promoção para luta pela independência,
eram assassinados, deportados, alvos de perseguição pela PIDE ou mesmo presos.
Motivo pelo qual, a actividade clandestina ia se desenvolvendo de forma acentuada em
várias zonas do país.
“Ate 1964, toda actividade tinha que ser clandestina, o que significava que apenas uma
pequena minoria da população, os mais politizados, estava envolvida.
A medida que algumas áreas iam sendo libertadas, contudo, o Partido podia funcionar
livremente como um órgão legal, aberto a todos moçambicanos adultos. (MONDLANE,
1969:132),
38
1960-1962: Fase da formação dos Movimentos libertadores
Que culminaram com a criação da Frente de Libertação de Moçambique-FRELIMO, em
1962.
39
portuguesa na operação Nó-Górdio. Ainda nesta fase, decorreu a assinatura dos
acordos de Lusaka aos, 7 de Setembro de 1974, tendo carimbado a vitória da
FRELIMO e a derrota do exército colonial português, ditando seguidamente a
instauração do governo de transição chefiado por Alberto Joaquim Chissano sob a
representação da FRELIMO.
5.9.Actividade
1) Como relatam alguns precedentes históricos referentes a luta pela independência
do nosso país, a figura do Dr. Eduardo Chivambo Mondlane, desempenhou papel
fundamental na consolidação da unidade nacional num contexto de antagonismos étnicos
e tribais. Estabeleceu mecanismos como forma de condição favorável para a união dos
três movimentos nacionalistas de pressupostos divergentes.
a) Dá comentário descrevendo os movimentos que se uniram para formar o
movimento único, que libertou Moçambique do colonialismo português.
40
b) Que nome se deu a este movimento resultante da unificação?
c) Porque diz que Dr. Mondlane é o arquitecto da Unidade Nacional?
d) Em que país amigo de Moçambique se deu esse facto histórico importante para os
Moçambicanos?
a) Explique em que consistiu a segunda fase, que é compreendida entre 1962 a 1964;
b) Aponte no seu depoimento o país amigo onde decorreu cada facto que compoem a
fase;
5.10.Autoavaliação (Questionário)
1- Na sociedade geralmente encontram-se grupos de indivíduos vivendo no mesmo
território promovendo acções tendentes a princípios colectivos e uma vontade
manifestada em torno da promoção e coesão da unidade nacional o que de certo modo
mostra a concepção de Nação.
41
5.11.Respostas
1-a) Nação é uma reunião e pessoas, geralmente do mesmo grupo étnico, falando o
mesmo idioma e tendo os mesmos costumes, formando assim, um povo, cujos elementos
componentes trazem consigo as mesmas características étnicas e se mantém unidos pelos
hábitos, tradições, religião língua e consciência nacional.
42
Unidade Temática VI - Noção de Defesa da Pátria, Conservação e Consolidação da
Democracia
6.2.Sugestões Metodológicas
Convidar um representante do centro de recrutamento militar afim de dar uma
palestra para explicar a inportância da defesa da pátria;
A escola deve possuir a lei do serviço militar obrigatório, assim como outras leis
para a consulta e faciltar o trabalho dos estudantes;
Convidar um político para dar uma palestra com o tema democracia e a sua
conservação e consolidação.
43
Portanto, de acordo com a constituição da República de Moçambique, no seu artigo 75,
pt. 2, d), estabelece que, os partidos políticos devem empenhar-se em:
“Todos os cidadãos moçambicanos dos 18 aos 35 anos de idade, estão sujeitos ao dever
ou a obrigatoriedade de prestação de serviço militar e ao cumprimento das obrigações
militares dele decorrentes.”
Portanto, este infalivelmente deve potenciar-se de bases fundamentais para protecção dos
elementos de benefícios comuns perigados pelos interesses externos, desta feita, pautando
pela instrução, formação e conhecimentos básicos sobre os mecanismos de defesa aos
recursos nacionais e o seu controlo prevalecente.
2- O serviço militar é prestado nos termos da lei, em unidades das forças armadas de
defesa de Moçambique:
44
6.4.Democracia
Etimologicamente, o termo “democracia” vem do Grego: Democracy, que significa
governo do povo.
A democracia como legado colectivo, deve merecer a sua protecção e bem percebida no
seu sentido abrangente e em contrapartida, respeitando as suas particularidades de acordo
com cada território especificamente. Para que as noções de defesa da pátria e a
consolidação da democracia sejam efectivamente visível e contínua, e necessário que se
respeitem os princípios ou pressupostos básicos referentes a coesão dos direitos
fundamentais do cidadão e do homem.
45
6.5.Actividade
O indivíduo como um ser pensante, enquadra-se dinamicamente na sociedade onde se
encontra inserido, particularmente em zona de sua origem ou mesmo no seu território.
promovendo acções tendentes a princípios colectivos e uma vontade manifestada em
torno da promoção e coesão da unidade nacional o que de certo modo mostra a
concepção de Nação. Outrossim, tal como os cidadãos de ponto de vista colectivo, as
ordens ou instituições políticas num determinado território, devem desempenhar
papel fundamental na preservação da pátria e estabilidade democrática.
Em muitos países, a existência de vários partidos políticos tem sido interpretado como
existência da democracia, não é apenas desta forma que se deve perceber este paradigma,
46
mas sim, pelas acções destes, que se devem reverter em acções concretas e encaixada no
contexto real.
c) Faz uma composicão, depois simula uma palestra ou um debate na sua turma
falando dos benefícios que a paz trouse em Moçambique e para o povo
Moçambicano.
6.7.Respostas
a)R. O artigo 75 da (CRM) ponto 1 reza que os partidos expressam o
pluralismo político, concorre para afirmação e manifestação da vontade popular e
são instrumento fundamental para a participação democrática dos cidadãos na
governação do país.
b) R. Os Acordos Gerais da Paz em Roma, foram assinados no dia 4 de Outubro
de 1992.
47
Unidade Temática VII - Heróis Nacionais
7.2.Sugestões Metodológicas
Visitar a Praça dos Heróis moçambicanos;
Deslocar-se para alguns cemitérios onde jazem os corpos de alguns Heróis ou
combatentes para a limpeza e homenagem. Não podem faltar um minuto de
silêncio;
Ler as obras existentes que descrevem a vida e obra de diferentes heróis
moçambicanos e de outros países.
7.3.Heróis Nacionais
Designam-se Heróis Nacionais aos cidadãos nacionais que se destacaram em vida à causa
nacional ou em prol dos interesses da maioria e que geralmente, respeitando os seus
feitos históricos significativos, são imortalizados através da construção de monumentos
em sua homenagem, atribuição do seu nome em instituições do âmbito social, os seus
protagonismos históricos são documentados e registados em obras literárias para o estudo
e compreensão académica aos diversos níveis de aprendizagem.
“A inspiração heróica surge muitas vezes a partir da problemática imposta por um
ambiente ou situação adversa, cuja solução exija um feito grandioso ou um esforço
extraordinário.” (WIKIPÉDIA. Acessado: 31/12/ 2011)
48
Portanto, o heroísmo, tem que ser compreendido como forma transcendente de realizar os
factos e que estejam a um nível abrangente conforme interesses e benefícios colectivos, e
não se pode privilegiar interesses particulares. Todavia, a heroicidade é compreendida
quando cidadãos em tempos excepcionais (de agitação social prolongada, de guerra, entre
outros) pautam pela dedicação e entrega total ao serviço do povo, postura exemplar e
corajosa na defesa da pátria, em luta pela independência como um bem comum e garantia
continua da consolidação da paz, democracia e o bem-estar social, uma vez que, estes
elementos constituem pressupostos de benefícios colectivos.
49
Na região centro, evidenciou-se Changamire Dombo da dinastia dos
Muenemutapas, nascido ao longo do século XVII e reinou entre 1693 a 1698,
tendo confrontado duramente e derrotado os portugueses em 1693, que tinham
dominado o império de Muenemutapa desde 1629, explorando a população e
saqueando recursos de extrema importância para a economia europeia. No intuito
de proteger os recursos mineiros (ouro e o ferro) bastante procurados pelos
portugueses, Changamire Dombo manifestou-se corajoso no levante armado
contra a presença colonial.
“Uma das inovações Makombe Nongwe – Nongwe terá sido o seu sentido
resistente nacionalista, mais moderno nos Objectivos que os seus predecessores,
procurando unir todas as fracções anti-portuguesas que, ao invés de se
concentrar contra o inimigo comum, rivalizavam entre elas.” (ROSÁRIO.
1996:62)
50
No norte de Moçambique, dentre os vários Matakas, o mais destacado na luta de
resistência anticolonial, foram o III Mataka-Ce Bonomadi, nascido ao longo Séc.
XIX, tendo reinado na Dinastia Mataka entre os finais do séc. XIX aos princípios do
séc. XX. Alguns pensadores da historia de Moçambique afirmam que:
“…Após a realização das cerimónias fúnebres, foi então empossado, no mesmo ano
(1885), Mataka III (Ce-Bonomadi). (…) a morte de Mataka III, vitima de doença, em
Maio de 1903 na região Diigogo”. (OMAR. L. & ANTONIO. A. 2004: 51 – 73)
Por volta de 1890, com a chegada à capital do império (Muembe), duma expedição
militar portuguesa chefiada por tenente Valadim, orientou o içar da bandeira
portuguesa sem o consentimento do imperador, que o deixaria transtornado por sentir
uma autêntica provocação, tendo respondido por combates sobre os montes Namisuvi
em Chiconono. Por outro lado, em percurso dos combates contínuos, o tenente
Valadim foi abatido e devorada a cabeça, depois de a polvilhar com piripiri,
declarando que se tratava de peixe. Doravante, o crânio do tenente passou a ser usado
para as libações.
Na região sul, Ngungunhane, o último monarca da dinastia Jamine, nascido por volta
da segunda metade da década de 1840/50, chefiou o Estado de Gaza entre 1884 à 28
Dezembro 1895, data da sua deportação. Durante o seu reinado, casou-se com 7
mulheres que permaneceram juntos até a data da sua morte (1912) na Ilha de Açores
em Portugal.
51
Não apenas o Ngungunhane como chefe máximo destacou-se na região sul de
Moçambique, mas também, afirmaram-se outros chefes como Matibjuana e Mahazule,
entre outros, que, com alto sentido de patriotismo procuraram resistir aos ataques e o
domínio colonial.
“…em Agosto de 1894, logo depois dos primeiros sinais de revolta perto de Lourenço
Marques, Nwamantibyana Mpfumu e Mahazule Mabyaya como súbditos seus
Ngungunyane agia como rei soberano” (LIESEGANG. 1996: 55)
Usando da vingança motivada pelos maus tratos às populações, os chefes locais reuniram
um número considerável de guerreiros, marcharam, cercaram e atacaram Lourenço
Marques, colocando em apuros os Portugueses que se encontravam na cidade,
demonstrando desta forma, o nível de vontade à protecção do território.
52
perspectiva das declarações globais defendidas pelas Nações Unidas com vista as
independências dos povos colonizados.
53
caçadores e recolectores em Moçambique, tornando-se deste modo, um legado
histórico de estrema importância Cultural;
No contexto do período pré ou em vésperas da colonização: em função deste
contexto, podem-se destacar alguns locais de importância histórica como:
Santuários, Feitorias, Fortalezas, vias de acesso e Rampas de escravos (Mossuril)
utilizadas para selecção e o escoamento de Produtos e escravos;
No contexto da história colonial e da Luta de Libertação Nacional: destacam-
se os quartéis militares, igrejas e missões católicas, Mueda e Wiriam no âmbito
dos massacres decorridos nestes locais, bases militares da LALNM, Matchedje
(onde decorreu o II congresso da FRELIMO), Chai (onde decorreu um dos
primeiros combates da LALNM) e Utumwuile-Município de Lichinga no Niassa
(onde eram assassinados todos aqueles que se identificavam pela FRELIMO
quando capturados pela PIDE ou tropas coloniais);
No contexto da História Pós Colonial: encontram-se alguns locais como:
Museus, Praças, e a título de exemplo, Monumento localizado em Nsawize no
Niassa, Monumento de Nuadjahane em Gaza e entre outros, visando homenagear
a todos intervenientes da nobre missão na afirmação da Moçambicanidade.
7.8. Actividade
Designam-se Heróis Nacionais aos cidadãos nacionais que se destacaram em vida à causa
nacional ou em prol dos interesses da maioria e que geralmente, respeitando os seus
feitos históricos significativos, são imortalizados através da construção de monumentos
em sua homenagem, atribuição do seu nome em instituições do âmbito social, os seus
protagonismos históricos são documentados e registados em obras literárias para o estudo
e compreensão académica aos diversos níveis de aprendizagem.
a) Faz o resumo da biografia de um herói à sua escolha
b) Prepara uma apresentação do texto na turma onde pertence, dramatiza as etapas
da sua apresentação.
54
7.9. Autoavaliação (Questionário)
1. Ao longo das várias resistências e levantes armados em prol da conquista pela
soberania nacional, várias figuras destacaram-se de forma engajada e autoderminada,
demonstrando alto sentido de amor e solidariedade com a sua pátria.
a) Identifique 5 heróis destacados ao longo das lutas de resistência contra a colonial
em Moçambique.
b) O que entendes por um herói Nacional?
c) Mencione 4 locais históricos do seu País.
7.10. Respostas
1. a) Os heróis destacados ao longo das lutas de resistência em Moçambique são:
Ngungunhene Nqumayo:
Maguiguana Khossa;
Mataka Ce Bonamadi
Changamire Dombo;
Makombe Nongue-Nongue.
NB: estes e outros desde que certos.
c) Herói nacional são cidadãos nacionais que se destacaram em vida à causa
nacional ou em prol dos interesses da maioria e que geralmente, respeitando os
seus feitos históricos significativos, são imortalizados através da construção de
monumentos em sua homenagem, atribuição do seu nome em instituições do
âmbito social, os seus protagonismos históricos são documentados e registados
em obras literárias para o estudo e compreensão académica aos diversos níveis de
aprendizagem.
c) Os quatro locais Históricos do meu País são:
55
Matchedje (II congresso);
Manica (Monte cabeça do Velho);
Chilembene e Nwadjahane em Gaza;
Ilha de Moçambique.
56
Unidade Temática VIII - Datas Históricas e seus Significados
57
7 de Novembro de 1895: travou-se a batalha de Coolela envolvendo as forças
coloniais Portuguesas e os guerreiros comandados pelo Imperador Ngungunhane
em Coolela, no distrito de Manjacaze, província de Gaza;
28 de Dezembro de 1895: ocorreu a captura de Ngungunhane e posterior derrota
do Estado de Gaza resultando na sua deportação para ilha de Açores em Portugal
no ano seguinte;
3 de Fevereiro: marcou-se pela morte de Eduardo Chivambo Mondlane em 1969
(Tanzânia). Também designada por dia dos heróis Moçambicanos da Luta
Armada de Libertação de Moçambique;
7 de Abril de 1971: dia da morte de Josina Machel (Tanzânia). Também
consagrado o dia da Mulher Moçambicana;
16 de Junho de 1960: ocorreu o massacre de Mueda em Cabo Delgado, num
cenário de reivindicação exigindo de forma pacífica a sua independência. Por
outro lado, é denominado dia do metical, por ser a data da criação do metical,
moeda que até hoje encontra – se em uso em Moçambique;
25 de Junho: dia da fundação da FRELIMO em 1962 (movimento que se dedicou
na Luta pela independência de Moçambique). Simultaneamente, é valorizada por
ser a data da proclamação da independência nacional em 1975;
7 de Setembro: consagrado o dia da vitória por ter influenciado significativamente
no cessar-fogo e a vitória dos moçambicanos com a assinatura dos acordos de
Lusaka – Zâmbia em 1974 entre a FRELIMO e os representantes do Governo
Colonial Português, o que viria a culminar com a proclamação da independência
de Moçambique e dos moçambicanos em 1975;
25 de Setembro: conhecido por dia das forças armadas de Moçambique. Data
marcada pelo início do levante armado contra o processo de colonização em
Moçambique em 1964;
4 de Outubro: consagrado dia da Paz em Moçambique, data da assinatura dos
acordos de paz em Roma entre o Governo de Moçambique e a RENAMO em
1992. Este acto, testemunhava o cessar-fogo do confronto nopela RENAMO;
58
19 de Outubro: marcou-se pela tragédia de Mbuzini (no território sul africano),
vitimando o primeiro presidente de Moçambique independente Samora Moisés
Machel e outros seus acompanhantes em 1986.
8.4.Actividade
7 de Setembro: consagrado o dia da vitória por ter influenciado significativamente no
cessar-fogo e a vitória dos moçambicanos com a assinatura dos acordos de Lusaka-
Zâmbia em 1974 entre a FRELIMO e os representantes do Governo Colonial Português,
o que viria a culminar com a proclamação da independência de Moçambique e dos
moçambicanos em 1975.
8.5.Autoavaliação (Questionário)
1. Os acontecimentos factuais que marcaram as várias fases das afirmações patrióticas e
nacionalistas em Moçambique caracterizaram-se pela sua efectiva localização temporal e
espacial, deixando timbrado marcos significativos.
a) Localize no tempo as batalhas de Marracuene e de Coolela.
59
b) Que acontecimento histórico marcou o dia 28 de Dezembro de 1895 no Estado
de Gaza?
c) Que significado histórico simboliza o 7 de Abril de 1971?
8.6.Respostas
1. a) A batalha de Marracuene ocorreu 2 de Fevereiro (Guadza Munthini), ocorrida em
1895, onde envolveu os guerreiros Tsongas e as forças militares portuguesas, a batalha de
Coolela travou-se aos, 7 de Novembro de 1895, envolvendo as forças coloniais
Portuguesas e os guerreiros comandados pelo Imperador Ngungunhane em Coolela, no
distrito de Manjacaze, província de Gaza.
60
Unidade Temática IX- O Papel da Cultura na Promoção do Patriotismo e da
Identidade Moçambicana
9.2.Sugestões Metodológicas
Os formandos devem dominar as línguas locais para se comunicarem melhor com
a comunidade onde estiverem a trabalhar;
Os formandos devem praticar a dança e canto tradicional, poesias como forma de
assimilar aos hábitos locais;
Os formandos devem estar ao par sobre os ritos tradicionais de local onde se
encontra de modo a fazer o estudo e distinguir quais são os aspectos negativos e
positivos dentro disso para depois aconselhar aos membros da população o que
fazer depois.
61
de geração para geração. No entanto, HOLTON (1998:162) avança mais debruçando-se
em torno deste paradigma social.
“ Tanto a ideias como a práticas que tem em comum a função de oferecer sentido e
identidade a actores sociais e que combinam elementos cognitivos, expressivos e
avaliativos”.
“Cultura condiciona a motivação dos indivíduos. O que motiva aos indivíduos a agir ou
a refrear sua acção, e o que inspira os indivíduos a agir (bem) ou a ultrapassar a si
próprios, e é parcialmente inspirado por factores Culturais”.
62
Em Moçambique, um país multiétnico e pluricultural, a cultura fundamenta-se de acordo
com a singularidade que caracteriza cada grupo social étnico observando profundamente
para os pressupostos internos com vista a fazer-se sentir e representar como um elemento
cultural integrante na conjuntura nacional do ponto de vista generalizado. Portanto, ao
longo da resistência em defesa do território moçambicano e da revolução moçambicana
em prol da independência nacional, o sentido de auto-estima e auto-afirmação do povo
moçambicano fez-se sentir impulsivamente por razão da valorização dos elementos
culturais (línguas, danças e cânticos, usados em processo de mobilização e educação dos
grupos sociais internos), valores que, outrora teriam sido tristemente ignorados pelos
colonizadores.
“Nos ritos de iniciação fazem passar os rapazes por algumas provas e sacrifícios para
ensaiar e lhes ensinar que devem ter coragem em muitas situações da vida. Os homens
devem até estar preparados para defender com coragem a família aldeia e a tribo em
momentos de perigos”. (AMIDE. 2008: 79)
“ (…) No mundo há tanta coisa que pode causar sofrimento: o trabalho, a doença, a
pobreza, as calamidades naturais, o ataque de animais ferozes aos aldeões assim como
as culturas e outras vicissitudes. Porém, nunca ninguém deve desistir de resistir, pois
tudo isso passa e quando suportado e superado, então, faz crescer a pessoa, torna-a
experiente e capaz de enfrentar próximas peripécias” (Ibid.)
63
indivíduos dos vários grupos étnicos existentes no nosso país. De tal modo que, pode – se
também traduzir como um elemento flexível para a actualização dos vários fenómenos
decorrentes.
64
“Deu aos moçambicanos a possibilidade de reflectirem criticamente sobre a sua cultura,
em particular, a língua, os sistemas de valores e tradições. Trabalhando, lado a lado,
com os seus colaboradores moçambicanos alguns dos quais foram assumindo cada vez
maiores responsabilidades dentro das estruturas da igreja, os pastores suíços
desenvolveram uma ortografia para as línguas moçambicanas. Graças a escrita, foi
possível assegurar-se a produção literária e bibliográfica quer pelos próprios pastores
quer pelas populações que estavam sendo evangelizadas, sobre aspectos do meio cultural
e social tipicamente africano” (GUEBUZA. A. E. apud MATUSSE & MALIQUE.
2007:16)
“Promovendo uma associação das escrituras sagradas e a realidade política e social dos
evangelizados, usando parábolas e canções religiosas condimentadas com elementos
politizantes, a IPM foi incutindo a ideia de que como quaisquer outros cidadãos do
mundo, moçambicanos tinham o direito a sua independência, que a colonização não era
uma fatalidade e que eles não tinham nascido para serem colonizados eternamente”
(Ibid.)
65
estabelecer a sua relação na perspectiva comum, catapultando desta forma, a integridade
colectiva e a afirmação da moçambicanidade.
O respeito e a observáncia dos usos e costumes locais, também por sua vez contribuem na
solidificação da Unidade Nacional, por exemplo atraves dos casmentos inter-étnicos,
religião etc.
9.4.Actividade
Compreende-se a cultura como um instrumento social de identidade dos povos ou
civilizações manifestado pela valorização das suas acções, hábitos e costumes, crenças,
modos vivendes peculiares de uma sociedade mono e multiétnica, podendo-se transmitir
de geração para geração. No entanto, HOLTON (1998:162) avança mais debruçando-se
em torno deste paradigma social.
b) Caso não, procure se inspirar num artista de renome como: José Cravelinha,
Malangatana Nguenha, Marcelino dos Santos, Armando Emílio Guebuza (in
poesia de Combate), canções, de entre outras actividades, pintura e desenho para
uma exposição e mais.
66
selecção de várias formas de procedimentos, sendo ou vistos de ponto de vista
aplicáveis ou inaplicáveis socialmente.
a) O que entendes por cultura?
b) Mencione algumas práticas que simbolizam a Cultura.
c) Qual é a importância do uso das línguas locais na coesão do patriotismo?
9.6.Respostas
67
CONCLUSÃO
68
BIBLIOGRAFIA
AMADE, João Baptista, “ Wayao'we No conhecido Niassa”, editora: Diname, Maputo,
2008;
BRANDÃO, Carlos Rodrigues, “O que é educação”, São Paulo: Brasiliense, Coleção
Primeiros Passos, 28o ed., 1993;
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Imprensa Nacional de
Moçambique, Maputo, 2008;
DAVA, Fernando., ANTÓNIO, Alexandre, at all “ SAMORA MACHEL Historia de uma
vida dedicada ao povo Moçambicano”, edição ARPAC, Maputo, 2011;
HOLTON, R. J. “Globalization and the Nation States”, New York: Mac Millan Press
Ltd,
London, St. Martin's Press Inc. 1998;
Legislação sobre os Órgãos Locais do Estado (Lei no. 8/2003 e o Decreto no.11/2005),
Maputo, 2006;
Legislação sobre serviço militar (Lei n˚ 32/2009) 25 de Novembro, Imprensa Nacional de
Moçambique;
LIESEGANG, J., “NGUNGUNHANE: a figura de Ngungunhane nqumayo, Rei de Gaza
(1884 – 1895) e o desaparecimento de seu Estado”, editora ARPAC, Maputo, 1996;
MATUSSE, Renato & MALIQUE, Josina “Josina Machel, Ícone da emancipação da
Mulher Moçambicana”, 1ª ed., editora ARPAC, Maputo, 2008;
MAZRUI, A. A. “A Clash of Cultures. Mazrui (ed.) The African Condition – A Polítical
Dialogue. The Reith Lectures.” Heinemam, London, 1980;
MONDLANE, Eduardo Chivambo, “Lutar Por Moçambique”, 1ª ed., s/l., 1969;
OMAR, Lúcia Laurentina & António Alexandre, “ As Dinastias Mataka (Séc. XV –
XX)”, editora ARPAC, Maputo, 2004;
ROSÁRIO, Domingos Artur, “Makombes subsídios à reconstituição da sua
personalidade”, editora ARPAC, Maputo, 1996;
69
Ética e Deontologia Profissional
Introdução
A educação formal é uma tarefa social com uma identidade própria e tem como principal
objectivo contribuir para a formação integral do Homem e sua integração na sociedade. É
por isso que ela é tarefa do Estado.
Em Moçambique, o Estado é quem controla a educação formal e tem definido os
primeiros níveis de escolarização da 1ª à 7ª classe, o que nós chamamos Educação
Básica, que coincide com a educação primária ou o ensino primário, como sendo de
caráter obrigatório.
No que concerne ao processo de ensino-aprendizagem, para o melhor exercício desta
função é preciso ter professores não apenas com os conhecimentos académicos básicos
como também com valores e atitudes apropriadas, preparados para incutir nos alunos
valores fundamentais da e sobre a vida. Professores que saibam acima de tudo, ser e estar
dentro e fora do seu campo de trabalho, pois, a qualidade dos alunos depende, em grande
medida, do perfil dos professores que actuam nas escolas Moçambicanas. É desta forma,
que o plano curricular de Formação de docentes integra o submódulo de Ética e
Deontologia Profissional do Professor.
Desta forma, espera-se que, no fim deste subódulomódulo, os formandos sejam capazes
de revelar valores a atitudes apropriadas, pautadas na responsabilidade, solidariedade,
criatividade, especificamente no que concerne as suas capacidades de: lidar com
situações inéditas e complexas que podem ocorrer no contexto do processo de ensino-
aprendizagem; auto-regular a acção formativa em função das políticas de educação no
país, contribuindo da formação de novas gerações; comunicar e interagir com os
diferentes sectores sociais afins para a integração das suas sensibilidades de for a tornar o
ensino relevante e, sobretudo, assumir uma postura crítica face a todo o processo de
ensino-aprendizagem, onde esta sempre presente o saber ser, estar e fazer, actuando com
responsabilidade e profissionalismo no exercício das suas funções.
70
2.1.Competências a Desenvolver
Até ao fim deste submódulo de Ética e Deontologia Profissional, os futuros professores
devem ter desenvolvidos competências que os permitam agir como profissionais
responsáveis e competentes na sua tarefa de facilitadores do processo de ensino-
aprendizagem, seguindo rigidamente o seu código conduta, manifestando atitudes que se
coadunam com a sua profissão tanto no exercício da sua profissão como na sociedade em
que estiver inserido. Desta forma, no fim deste módulo, o formando deverá ser capaz de
(1) Agir de acordo com os princípios éticos e deontológicos associados à profissão
professor;
(2) Promover os valores universais e os direitos da criança;
(3) Reflectir sobre a sua prática e desenvolve actividades que permitem o
desenvolvimento de valores e atitudes positivas nos alunos;
(4) Agir de acordo com o código de conduta da sua profissão;
(5) Aplicar os princípios da Deontologia Profissional.
2.2.Resultados de Aprendizagem
(1) Compreender e reflectir sobre a importância ética e deontologia, tendo em
consideração as dimensões pessoal e profissional;
(2) Formular e reflectir sobre dilemas éticos, desenvolvendo formatos de reflexão
diferenciados, no sentido de encontrar respostas adequadas à complexidade das
situações profissionais inseridas num determinado contexto social;
(3) Desenvolver um quadro de referência no sentido da construção de um código de
ética e deontologia;
(4) Promover os deveres cívicos e morais e o exercício dos direitos e deveres de
cidadania;
(5) Desenvolver na escola e na comunidade os valores universais de liberdade,
igualdade, tolerância respeito e solidariedade.
71
2.3.Visão Geral dos Conteúdos
TEMA SUB-TEMA EVIDENCIAS REQUERIDAS TEMPO
(HORAS)
1.1 Enumera osprincípios 4
1.Moral 1.1 A Moral morais
1.2 Os Juízos Morais 1.2 Explica a importância dos
1.3 Os Princípios Morais e a princípios morais
sua importância 1.3 Aplica os princípios morais
1.4 As Normas Morais nos estudos de caso e no seu
dia-a-dia na instituição de
formação
1.4 Reflecte sobre a conduta
moral do professor
1.5 Faz intervenções relevantes
sobre os valores morais
2.Ética 2.1 Ética 2.1 Explica o significado da 6
2.2 A distinção entre a Ética e Ética
a Moral 2.2 Distingue a Moral da
2.3 A relação entre os valores Ética
éticos e a cultura de um povo 2.3 Explica a importância da
2.4 A Importância da Ética Ética na vida familiar e social
2.4 Reflecte sobre a Ética
2.5 Faz Intervenções
relevantes relacionado os valores
éticos ligados a sua profissão e os
valores socialmente aceites
3.Deontologia3.1 Deontologia 3.1 Explica o Significado de 8
Profissional 3.2 Princípios de uma Deontologia
Deontologia Interprofissional 3.2 Distingue a Ética da
3.3 A Dimensões da Deontologia Profissional
Deontologia Interprofissional 3.3 Reflecte sobre aspectos de
3.4.1 Os valores deontológicos uma deontologia interprofissional
relacionados com a função dos 3.4 Faz um levantamento de
documentos oficiais: O Estatuto casos vivenciados por algumas
Geral dos Funcionários e Agentes pessoas em algumas instituições
do Estado (EGFAE): que reflectem a transgressão e faz
Direitos e Deveres dos uma abordagem crítica aos
funcionários mesmos com base no EGFAE
72
4.Deontologia 4.1 Deontologia Profissional do 4.1 Subscreve os valores ético- 10
Profissional Professor, de uma forma geral deontológicos da profissão de
do Professor 4.2 Valores relacionados com a Professor
tarefa de educar 4.2 Apresenta por escrito uma
4.3 O Código de Conduta do análise crítica sobre os dilemas
Professor em Moçambique: com os quais de confronta o
Compromisso com os alunos professor em Moçambique a
Compromisso com os pais e partir de Estudos de Casos (da
encarregados de Educação corrupção, falta de
Compromisso com a Sociedade responsabilidade, falta de
Compromisso para com a solidariedade, entre outros)
Profissão 4.3 Aplica o Código de Conduta
Compromisso de Integridade do Professor tendo em conta a
realidade vivenciada nas escolas
5. A Ética e 5.1 Moçambique como um país 5.1 Apresenta os diversos 6
Deontologia Multicultural valores culturais retratando o
na Educação e 5.2 Os Processos de multiculturalismo do nosso país
a Cultura dos Socialização como Determinantes 5.2 Relaciona as identidades
Alunos para a formação de identidade pessoais com os processos de
individual e colectiva na criança: socialização das crianças/alunos
família, escola e comunidade; através de estudos de caso
5.3 Alguns direitos fundamentais 5.4 Reconhece os processos de
do Homem plasmados na socialização como sendo
Declaração Universal dos Direitos fundamentais para a formação da
Humanos identidade individual e colectiva
5.4 Os Direitos da Criança 5.5 Aplica os direitos
5.5 Estratégias para a advocacia fundamentais do homem nos
na Escola e na Comunidade dos estudos de caso apresentados
Direitos da Criança e respeito pela 5.6 Aplica os direitos da criança
diversidade cultural nos estudos de caso apresentados
5.6 Os direitos fundamentais do 5.7 Apresenta um plano de acção
Homem com estratégias para a advocacia
5.7 Os direitos da Criança; dos direitos da criança na
5.8 Os processos de socialização comunidade
como determinantes para a
formação da identidade individual
e colectiva
5.9 Estratégias para a advocacia
na escola e na comunidade dos
direitos da criança
5.10 A Diversidade Cultural e o
contexto de ensino-aprendizagem
73
6. O Perfil 6.1 Profissional, social e ética 6.1 Indica o perfil de um bom 10
Profissional 6.2 Desenvolvimento de ensino e professor
do Professor aprendizagem 6.2 Agi de acordo com o perfil de
6.3 Relação Instituição de ensino um bom professor
e comunidade (Evidências=Estudos de Caso).
6.4 Desenvolvimento profissional
ao longo da vida.
Assim, nesta unidade iremos abordar o conceito da moral, os juízos morais, os princípios
morais e a sua importância e, finalmente, as normas morais.
74
1.3.A Moral
Antes de explorar este tema, respondam o que entendem por:
a. Moral?
b. Juízos Morais?
A Moral é um termo que vem do latim mores que significa costumes. A moral refere-se a
um conjunto de valores, crenças, princípios ou normas que regulam o comportamento de
uma pessoa ou grupo de pessoas, povos, nações e a humanidade, em geral. Ela é também
vista como um conjunto de normas “morais” ou de costumes, que tendem a regulamentar
o agir. Tudo o que constitui a moral numa sociedade, comunidade ou num povo oferece a
oportunidade para a pessoa reflectir sobre os valores do ser humano nesse meio.
1.4.Tipo da Moral
Face ao anteriormente exposto, podemos distinguir os seguintes tipo de Moral:
A moral permanente;
A moral mutável.
1.5.A Moral Permanente
A moral permanente refere-se aos valores ou princípios morais que não mudam mesmo
com o passar dos séculos. Por exemplo:
A generosidade;
A sinceridade;
A doçura, em vez da violência;
A bondade, em vez da crueldade;
A honestidade, em vez da corrupção;
A justiça, em vez da injustiça;
A coragem, em vez da covardia;
O amor, em vez do ódio;
A compaixão, em vez da indiferença;
A solidariedade, em vez da inveja;
A amizade, em vez da inimizade;
A boa vontade, em vez da intolerância;
A compreensão, em vez da prepotência;
A humildade, em vez da arrogância.
Estes princípios morais são também chamados de princípios universais e são sempre
actuais, isto é, ainda prevalecem, independentemente da época, da distância, do país ou
do lugar. São estes valores ou princípios que devem estar no interior de cada um de nós.
Eles vão passando de geração em geração e devem ser veiculados em casa, na escola e na
sociedade.
A moral mutável refere-se aos princípios morais que mudam em função do tempo ou da
dinâmica da sociedade. O que significa que alguns interesses dos grupos, das classes
sociais ou das categorias sociais podem mudar num determinado momento, seja de uma
forma pacífica ou violenta, levando à constituição de um novo estar social.
Exemplo 1: Tem a ver com a dinâmica da humanidade, que faz com que se alterem alguns valores ou
princípios:
Falar de sexo era antigamente considerado de imoral. Hoje é completamente natural. Há necessidade de
se olhar para o sexo não como tabu, mas como algo natural e educar os adolescentes e jovens para que
saibam ser e estar perante tantas doenças sexualmente transmissíveis.
Exemplo 2: Relativamente aos interesses de grupos sociais
A moral de um empresário e de um operário é bem deferente.
O empresário visa essencialmente a obtenção de lucros, fazendo tudo para reduzir as
despesas…
O operário visa trabalhar para aumentar o salário e melhorar a qualidade de vida
da sua família …
1.6.-
1.7. Juízos Morais
Juízos morais são os julgamentos que nós fazemos ou qualquer outra pessoa faz dos actos
dos outros ou que eles fazem de nós ou também os que fazemos de nós mesmo.
Nós continuamente julgamos os actos dos outros e somos por eles também julgados.
Embora não sempre, há vezes que nos julgamos a nós mesmos, mediante determinadas
atitudes tomadas. Aprovamos, desaprovamos, condenamos as atitudes as nossas atitudes
e a dos outros ou somos aprovados e desaprovados mediante as nossas atitudes. Significa
que emitimos continuamente juízos morais, dando aos actos humanos (livres e
conscientes) os atributos de bom, de mau ou péssimo.
Estes são exemplos de julgamentos que determinadas pessoas podem fazer de acordo
com o que elas observam e interpretam do que ocorre a sua volta, segundo os valores
morais que têm.
1.8.Normas Morais
As normas morais são regras de convivência social, ou seja, princípios que devem regular
o comportamento ou atitudes dos cidadãos nos diferentes contextos.
As normas morais devem ser entendidas como parâmetros de comportamento que nos
dizem ou indicam o que se pode ou não se pode fazer, o que se deve ou não se deve fazer.
O cumprimento das normas é moralmente obrigatório. É com base no seu cumprimento
ou não que se julgam as pessoas como sendo honestas, competentes, bons profissionais
ou são consideradas levianas, incompetentes, não sigilosos, intrometidas ou corruptos,
entre outos aspectos negativos.
Universalidade: elas são válidas para toda a humanidade. Ninguém está fora delas
e todos os humanos são abrangidos por elas. Por exemplo: honestidade,
solidariedade, compaixão, etc.
Algumas normas por serem específicas dos grupos, não permitem que qualquer
outra pessoa seja capaz de manifestá-las sem antes ter tido um contacto com elas.
Isto é, muitas vezes ainda ficamos na dúvida sobre como agir diariamente
mediante contextos não familiares.
Exemplos:
Normas morais associadas aos grupos éticos.
Na comunidade tsonga para cumprimentar os mais velhos deve-se ajoelhar, certamente
que noutras comunidades não é assim.
Normas familiares:
Primeiro devem servir-se os mais velhos e só depois os mais novos.
O mais importante é procurarmos nos inteirar acerca das normas ou pedirmos explicações
em caso de dúvidas.
1.9.Actividades
Leia com muita atenção e responda as perguntas abaixo colocadas.
1. O que entende por princípios morais e diga qual é a sua importância?
2. Estudo de caso: O Professor Manuel
O Professor Manuel tem 35 anos. Ele vive numa Comunidade perto da Escola 09 de
Agosto, onde ele e a esposa, a professora Rosa dão aulas. Todos os dias, a Professora
Rosa aparece com a cara inchada. Uma aluna da 6ª classe, turma B, que é vizinha dos
dois professores (Professor Manuel e da Professora Rosa) disse aos seus colegas que
quase todas as noites ouvem gritos da professora Rosa quando esta é agredida
fisicamente pelo Professor Manuel. Você é Director da escola. Toma conhecimento
desta situação, através da turma da 6ª classe, onde você dá as aulas de Educação
Moral e Cívica. Sabendo que o professor Manuel é um dos melhores professores da
escola 7ª classe na tua escola, qual será a sua atitude fase a esta situação?
1.10.Autoavaliação
Leia com muita atenção o seguinte caso e responda.
Estudo de caso: Professor João
O Professor João dá aulas nas turmas da 2ª e 3ª classes na Escola Primária de
Mocuba. A sua casa dista 2 quilómetros da escola. Um dia pela manhã, quando ele ia
à caminho da escola encontrou-se com uma senhora doente que mal conseguia
mover-se, a tentar caminhar em direcção do Posto de Saúde, que fica bem pertinho da
escola. O Professor João, face à situação, ficou sem saber que atitude poderia tomar,
porque se ajudasse a Senhora a chegar ao posto de saúde atrasaria às aulas e se a
deixa-se pelo caminho ela até poderia acabar por cair e perder a vida por falta de
socorros, pois estava a um quilómetro do Posto de Saúde.
Qual seria a melhor atitude a ser tomada pelo Professor João, perante esta situação?
1.11.Chave de Correcção
Grupo de Actividades
Resposta da 1ª Pergunta
Princípios morais são valores ou normas que regulam o comportamento de uma
pessoa ou grupo de pessoas numa sociedade ou no mundo, de uma forma geral, para
uma melhor convivência entre elas. Os princípios morais são muito importantes
porque permitem que todos possam viver em harmonia, respeitando-se mutuamente.
São exemplos desses princípios, a generosidade, a sinceridade, a bondade, a
humildade, a justiça entre outros.
Resposta do caso: Estudo de caso: O Professor Manuel
Eu, como director da escola, depois de tomar o conhecimento do fenómeno pela
turma 6ª B, para eu não ter que dizer ao professor Manuel que ouvi dizer que ele bate
na sua esposa que também é professora na escola, irei chamá-lo e dizer que um dos
próximos dias irei à casa deles visitá-los. Depois, sempre que puder, passarei por
perto para saber se está tudo bem, para que possa entrar em qualquer dos dias que
oiça ou me aperceba de algo estranho na casa deles para melhor abordar com eles o
assunto relativo à violência.
Nota: Qualquer resposta é aceitável, desde que realce o aspecto de aconselhamento à
não-violência e um posterior acompanhamento do professor de forma a verificar se o
professor já não toma essas atitudes.
Bibliografia
2.3.Ética
Nós, como pessoas, não só agimos moralmente (acção, decisão, normas, juízos morais),
como também, reflectimos sobre o nosso comportamento moral, buscando o como?
Porquê? Para quê? Agi desta forma ou um determinado indivíduo agiu desta ou daquela
forma. Isto é, tentámos buscar as demais razões de determinados actos humanos.
Ao tentarmos reflectir profundamente sobre o mundo da moral, sobre os actos humanos
sob o aspecto de bem ou de mal, nós estamos a sair do campo moral para a Ética.
A Ética é segundo Motta (1984) um conjunto de valores que orientam o comportamento
do homem em relação aos outros Homens na sociedade em que vive, garantindo, desta
forma, o bem-estar social. Podemos então dizer que a Ética refere-se à forma como um
Homem deve comportar-se no seu meio social. Por exemplo, é frequente ouvirmos dizer
que:
Aquele não tem ética!
O que significa que não sabe comportar-se naquele contexto específico. Portanto, não
possui conhecimentos sobre como portar-se naquele contexto.
A Ética é tida como a ciência que estuda os valores e as virtudes do Homem, enquanto
pessoa humana, estabelecendo regras, condutas e posturas a serem observadas pelas
pessoas no seu quotidiano.
Enquanto à Ética é teórica e reflexiva, a moral é prática, tem a ver com a atitude. Uma
completa a outra, pois, o conhecer (ética) e agir (moral) estão inter-relacionados. Portanto
se não conhecer os valores éticos de uma determinada comunidade, certamente que
poderá violar as normas morais, porque poderá agir de forma não apropriada perante essa
comunidade.
Quando nós falamos de código de ética, valores morais, estamos a falar da mesma coisa.
Os códigos prescrevem deveres, estabelecem leis, ditam normas que devem ser
obedecidas por determinadas pessoas, grupos, países ou nações.
É importante também saber que as normas não emergem da natureza humana. Mas sim, a
partir de determinadas convenções sociais. Os Estados fixam as normas que julgam mais
oportunas para o bem-estar individual e colectivo na sociedade. As instituições têm
normas que regulam o seu funcionamento harmonioso. As profissões têm normas para
preservar a sua identidade, valores e profissionalismo. Os cursos têm normas que as
padronizam num determinado país ou contexto. As casas têm normas de forma a
regularem o convívio e o respeito mútuo entre os que nela habitam.
As normas podem ser consideradas valores ou princípios que, por vezes podem se impor
à vontade individual, por serem de carácter obrigatório, visto serem indispensáveis para
se atingir um fim, para se alcançar o certo, o apropriado, o que está bem, o que é de facto
aceite. Também podem ser comummente aceites e adoptadas, quando passivamente são
assimiladas, no quadro das estruturas cognitivas dos indivíduos, durante os processos de
socialização, passando a fazer parte das suas crenças.
Por exemplo:
Norma: Cumprir com a hora de entrada e saída no local de trabalho
Crença: Eu livremente aceito e cumpro esta norma que a reconheço como boa para
atingir meus fins morais e não ferir a minha (e a nossa) realização.
De acordo com o que acabamos de apresentar podemos concluir que não se pode falar da ética
sem falar dos valores morais. A ética é que leva o indivíduo à reflectir fundamentalmente em
princípios que norteiam a sua conduta e tomada de decisões.
2.4.Actividades
Leia e responda as perguntas que se seguem.
Dê três exemplos de actos morais e outros três de valores éticos?
2.5.Autoavaliação
Qual é a distinção entre a Moral e a Ética?
2.6.Chave de Correcção
Resposta à pergunta da Actividade
Resposta à pergunta 1
São exemplos de actos morais ajudar um idoso a atravessar a rua; oferecer comida a
pessoas que esteja a passar fome, ajudar os mais velhos em caso de dificuldades,
apoiar aos alunos ou aos mais novos sempre que manifestarem dificuldades ou
estiverem doentes.
São exemplos de valores éticos explicar as regras de convivência da escola, exemplos
de regras a seguir numa comunidade.
Resposta à pergunta da Autoavaliação
Resposta da pergunta
A Ética refere-se à forma como um Homem deve comportar-se no seu meio social.
Ela refere-se apenas às regras e a Moral é a manifestação dessas regas. Por exemplo,
é frequente ouvirmos dizer que “tal fulano não possui valores morais”. Isto significa
que ele disse ou fez algo inapropriado que entrou em choque com o que as pessoas
consideram apropriado ou adequado no mesmo contexto.
Resumo dos Pontos Principais
A Ética é tida como a ciência que estuda os valores e as virtudes do Homem,
enquanto pessoa humana, estabelecendo regras, condutas e posturas a serem
observadas pelas pessoas no seu quotidiano.
A Ética é refere-se às regras como um Homem deve comportar-se no seu meio
social e a moral refere-se a forma como se manifestam essas regas (as atitudes) do
ser humano.
Bibliografia Complementar
Landmann, J. (1985) Ética Médica sem Máscaras. Ed. Guanabara, p. 26-27.
Mondin, J. B. (1983) Introdução à Filosofia. Ed. Paulinas, S. Paulo, p. 91-95.
Monteiro, A. R. (2004) Educação & Deontologia. Escolar Editora, Lisboa.
Motta, S. N. (1984) Ética e vida Profissional. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural.
Vasquezm, A. S. (1978) Ética, Civilização Brasileira, p. 68-69. São Paulo.
Unidade Temática 3 – Deontologia
3.3.Deontologia
Deontologia vem do grego "déon" que significa
O obrigatório
O justo
O adequado
O termo deontologia foi cunhado por Jeremias Bentham em 1834 para designar ciência
de normas ou de princípios para alcançar certos fins.
A Deontologia tem como finalidade a determinação dos deveres que devem ser
cumpridos em determinadas circunstâncias sociais ou no âmbito de uma determinada
profissão.
A deontologia é um conjunto de deveres, princípios e normas que devem ser adoptados
pelo profissional e devem reflectir-se no seu comportamento, no seu agir, perante
determinadas situações que lhe forem colocadas. É, portanto, a ciência que estabelece
normas directoras das actividades profissionais sob o signo de rectidão moral ou
honestidade estabelecendo o bem a fazer e o mal a evitar no exercício da profissão.
3.4. Diferenças entre a Ética e a Deontologia?
A ética relaciona-se com as directrizes/leis/regras que distinguem o bem do mal, o
correcto e o incorrecto. E a deontologia refere-se às normas adotadas por um determinado
grupo profissional. A deontologia é a ética especial adoptada no exercício de uma
determinada profissão, é um conjunto de deveres, princípios e normas adoptadas por um
determinado grupo profissional de uma área específica.
Preservar nas relações com os usuários dos serviços a que estamos veiculados ou
clientes:
a. O respeito pelo utente ou clientela;
1
Deve-se entender competências básicas como sendo os pré-requisitos para o exercício da
profissão.
b. A Execução íntegra do serviço conforme o combinado com o usuário. Não
desiludir as expectativas do utente;
c. Fornecer explicações claras sobre os serviços a prestar ao utente para que este
esteja ciente e seguro do trabalho que lhe será prestado.
Por exemplo:
Se do ponto de vista técnico o pedido é menos seguro ou menos
satisfatório ou tem consequências não previstas pelo solicitante, o
profissional deve esclarecer ao cliente mostrando as inconveniências
existentes e os procedimentos para melhor execução, após o que pode
deixar o cliente decidir e assumir toda a responsabilidade pelas
consequências, excepto, se houver prejuízos ao bem comum ou a terceiros.
d) Não deixar-se subornar
Deve ser justo consigo mesmo e com o outro. Não deixar-se subornar como
forma de cobrir situações não apropriadas que podem ter consequências
negativas tanto para o utente como para a sua profissão.
Por exemplo:
Pedir dinheiro e em troca atribuir notas positivas para aluno;
Pedir dinheiro para ceder uma vaga de emprego a um professor;
Pedir aos estudantes para lhe pagarem o lanche;
Todas as situações que envolvem troca de favores.
Ser solidário e cooperativo
Apoiar os colegas com maior dificuldade e chamar atenção em relação à sua
conduta, se necessário, de forma a preservar a dignidade da sua profissão.
Estimular e reconhecer os colegas que revelam um maior profissionalismo
(humildade, cooperação e solidariedade com os colegas, competência profissional
revelada)
Inerência de funções;
Dedicar-se ao estudo e aplicação das leis e demais decisões dos órgãos do poder
de Estado;
Gozar férias anuais e licenças nos termos do presente EGFAE (doença, morte de
parentes, etc);
Ser avaliado periodicamente pelo seu trabalho com base em critérios justos de
desempenho nos termos a regulamentar;
3.7.6.Chave de Correcção
Resposta à pergunta da Actividade
Pergunta1:
A deontologia interprofissional refere-se as normas que orientam as actividades
profissionais de uma forma geral.
Pergunta 2:
São princípios de uma deontologia interprofissional os seguintes: zelar, com sua
competência e honestidade, pelo bom nome ou reputação da profissão; preservar os
valores ou princípios básicos, como a lealdade, a solidariedade profissional na relação
entre colegas de profissão; preservar nas relações com os usuários dos serviços a que
estamos veiculados ou clientes; não se deixar subornar; ser solidário e cooperativo e
ter segredo profissional.
Pergunta 3: são direitos dos trabalhadores os seguintes:
Gozar férias anuais e licenças nos termos do presente EGFAE (doença, morte
de parentes, etc);
Ser avaliado periodicamente pelo seu trabalho com base em critérios justos de
desempenho nos termos a regulamentar;
Apresentar por escrito uma análise crítica sobre os dilemas com os quais de
confronta o professor em Moçambique a partir de um caso apresentado.
4.2.Sugestões Metodológicas
Na abordagem desta Unidade Temática, o Formador ou Instrutor deve garantir que todos
os formandos possuem os materiais essenciais para a aula, nomeadamente, o código de
conduta do Professor em Moçambique. A medida que vai introduzindo as matérias o
formador poderá introduzir um debate que permita que os discutam entre si e chegue a
uma conclusão. O professor, para além dos casos e das actividades por nós introduzidas,
poderá introduzir mais casos ou perguntas a serem analisados(as) e discutidos(as) pelos
alunos para que possam melhor estar preparados para enfrentar os prováveis problemas
do dia-a-dia.
4.3.Deontologia Profissional do Professor
A profissão de professor é diferente das demais profissões, pela sua importância na
sociedade. O professor é o principal educador do Homem. É ele que consciencializa os
alunos sobre as normas sociais que devem seguir nas suas casas, comunidade e na
sociedade, intermediando a sua educação científica, tecnológica e moral, levando-o a
desenvolver conhecimentos científicos, habilidades e atitudes socialmente aceites. Desta
forma, podemos dizer que é o professor que contribui para a construção de uma
sociedade justa, equitativa, solitária, cooperativa e para o desenvolvimento dos países.
No passando, o professor era respeitado, visto pela sociedade como um sábio, como
educador não só no meio escolar, como também na sua comunidade. Portanto, a profissão
de professor era de grande prestígio e almejada por todos. Actualmente, o prestígio do
professor está sendo ameaçado. Esta ameaça surge devido à fraca situação económica do
professor, que por sua vez causa o rebaixamento das condições de admissão e o tempo de
formação para o curso do professorado. Assim os estudantes mais qualificados optam por
cursos que consideram de grande remuneração.
Face ao exposto, há necessidade de se desenharem estratégias para se resgatar o prestígio
do professor, e isso passa pela qualificação profissional e ético-deontológica do mesmo,
formando-o como um profissional autônomo e reflexivo no seu dia-a-dia de trabalho, e
sobretudo, consciente da importância da interacção e colaboração conjunta com os outros
professores, alunos, país e encarregados da educação e de outros intervenientes na vida
da escola.
4.4.Os Valores Éticos e Deontológicos Relacionados com a Tarefa de Educar
O ensino só faz sentido se ele estiver ligado à realidade, ao dia-a-dia dos alunos. O
professor deve, acima de tudo, entender que ele é um moldador do ser humano. É ele que
transforma o aluno de uma forma integral, tornando-o um cidadão com habilidades para
intervir no seu dia-a-dia de uma forma responsável, contribuído para o seu
desenvolvimento, para o desenvolvimento da sua família e da sociedade.
Na sua tarefa de educar, o professor deve possuir e manifestar os seguintes valores éticos
e deontológicos:
a) Agir de forma íntegra e responsável e contribuir para a construção de saberes
actuais e relevantes para os alunos;
b) Reconhecer, respeitar e pautar por um processo de ensino-aprendizagem que tem
em conta a pluridade ou a diversidade cultural dos alunos na sala de aulas, na
comunidade, no país e no Mundo;
c) Ensinar o aluno a observar o que ocorre a sua volta;
d) Ensinar a pensar ou reflectir sobre o que observa e ouve;
e) Ensinar o aluno a interagir em qualquer contexto;
f) Doptar os alunos de capacidade de resolução de problemas concretos, de acordo
com a sua idade;
g) Doptar ao aluno de capacidade de reatar factos;
h) Doptar ao aluno de capacidade de interagir com o meio;
i) Doptar o aluno da capacidade de investigar e buscar soluções;
j) Ensinar o aluno a respeitar-se a si próprio e a saber respeitar o próximo;
k) Ensinar os alunos sobre a diversidade de culturas, promovendo a construção da
identidade cultural, artística e estética num mundo multicultural e o Respeito
pelas diferenças;
l) Reconhecer a necessidade do processo de ensino-aprendizagem ter em conta a
cultura local e a vivência dos alunos, de uma forma a partir da sua experiência na
abordagem dos conteúdos propostos, em cada um dos níveis;
m) Orientar um ensino virado para as necessidades de cada aluno, respeitando o
ritmo de aprendizagem de cada um;
n) Reconhecer e pautar por uma actualização profissional permanente, de forma a
atender e satisfazer as necessidades dos alunos, através a implementação de
alternativas pedagógicas;
o) Pautar por respeito e responsabilidade efectiva como educador, não sedear as
alunos nem ter atitudes corruptas que manchem o bom nome da profissão.
4.5. O Código de Conduta do Professor em Moçambique
5.1.Evidências Requeridas
No fim desta Unidade Temática, os formandos devem ser capazes de:
Explicar a importância de respeitar a diversidade cultural e todas a natureza dos
seus alunos durante o processo de planificação do processo de ensino-
aprendizagem;
Planificar, a partir de situações inventadas e dadas pelo formador, aulas
inclusivas?
Conceber actividades diferenciadas para os alunos de acordo com as suas
necessidades de aprendizagem.
Explicar aos alunos os aspectos da diversidade cultural do povo Moçambicano,
fortalecendo a diversidade cultural.
5.2.Sugestões Metodológicas
Antes de abordar esta Unidade Temática o professor pode começar por perguntar a
proveniência de cada formando e a respectiva língua materna. Depois poderá perguntar
quais são aos aspectos socio-culturais que caracterizam as pessoas na sua província ou do
seu distrito. Depois faça um paralelismo com os alunos que entram pela primeira vez na
escola, quem têm experiências sociolinguísticas e socio-culturais diferentes e a
necessidade de nivelar as suas experiências, sem provocar nenhum choque, com os seus
valores culturais individuais.
5.3.Moçambique um País Multicultural
Moçambique é um país multilingue, com cerca de 24 línguas nacionais de origem Bantu,
coexistindo com o português, língua oficial, língua de ensino, língua usada na esfera
política e socioeconómica e língua de Unidade Nacional (servindo de veículo de
comunicação entre os moçambicanos falantes de línguas diferentes moçambicanas e de
outras línguas de origem asiática).
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada e proclamada pela resolução 217
A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948. Esta
declaração parte do princípio de que em todos os membros da família humana e de seus
direitos iguais e inalienáveis está assente o fundamento da liberdade, da justiça e da paz
no mundo, considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos
resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade.
Em relação à declaração, não será possível analisar todos os artigos, desta forma, nos
cingiremos nos que são fundamentais para um bom exercício da cidadania.
Artigo I
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e
consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.
Artigo II
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta
Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião,
opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou
qualquer outra condição.
Artigo III
Artigo VI
Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa perante a
lei.
Artigo VII
(…)
Artigo X
Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de
um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do
fundamento de qualquer acusação criminal contra ela.
(…)
Artigo XXVI
1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus
elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-
profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no
mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade
humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades
fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre
todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as actividades das Nações
Unidas em prol da manutenção da paz.
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada
a seus filhos.
Artigo XXVII
Como se pode ver, o direito à instrução esta vincado na Declaração Universal dos
Direitos do Homem. No caso de Moçambique, a educação básica (da 1ª à 7ª classe) é
gratuita. O que significa que o país está a cumprir com um dos direitos fundamentais do
Homem que é criar condições para que os Moçambicanos tenham direito à instrução, para
que ele possa ter competências básicas para trabalhar para si, sua família e contribuir para
o desenvolvimento da comunidade.
Como professores do nível Básico é importante também saber o que diz a Convenção
sobre os direitos da criança, de forma a melhor actuar neste campo. Importa referir que
foi com base na Declaração Universal dos Direitos Humanos que se subescreveu
Convenção sobre os Direitos da Criança em 1989.
Neste contexto, não iremos abordar todos os Direitos da criança mas, apenas os que estão
relacionados com a educação, especificamente os que fazem parte dos artigos 28 e 29.
Artigo 28
1. A criança tem direito à Educação e afim dela exercer esse direito é tarefa do governo:
(…)
iv. Adoptar medidas para estimular a frequência regular à escola e a redução do índice
de abandono escolar.
Artigo 29
c) Preparar aos alunos para assumir uma vida responsável numa sociedade livre,
com espírito de compreensão, paz, tolerância, igualdade de sexos e amizade entre
os povos, grupos étnicos, nacionais, religiosos e pessoas de outras origens.
d) Incutir nos alunos o respeito aos pais, a sua própria identidade cultural, a sua
língua e seus valores, aos valores nacionais do país em que vivem, dos seus países
e de outras civilizações diferentes das suas.
Estes Direitos da Criança referentes à educação são muito importantes para que o
professor possa entender as dimensões da sua acção no processo de ensino-aprendizagem.
Essas dimensões têm como objectivos ensinar a criança a saber ser e estar (a conhecer e
seguir valores apropriados e a ter atitudes apropriadas e responsáveis) dentro e fora da
escola, a saber conhecer (ser curioso e preocupar-se em aprender) a saber fazer
(desenvolver habilidades de acordo com as competências que estão definidas ao nível dos
programas de ensino e não só).
Importa referir que as diferenças entre os alunos, algumas vezes são mais acentuadas nas
zonas urbanas e suburbanas ou nas sedes dos distritos. Por exemplo, em algumas escolas
situadas na zona urbana, podemos nos deparar com o seguinte contexto:
a) alunos que vêm de uma zona suburbana que falam o português e uma língua
local;
b) alunos que vêm da zona suburbana, cuja sua origem é rural e que falam apenas
uma língua local;
d) alunos que são do centro da cidade que falam exclusivamente uma língua asiática.
Estamos neste caso, num contexto de diversidade cultural, visto que cada um dos grupos
possui para além das experiências específicas do grupo, as diferenças individuais.
A escola, desta forma, não deve ser alheia a questão de diversidade socio-cultural na sala
de aulas ou no contexto escolar. Ela deve desenvolver mecanismos para que todos os
alunos tenham a mesma oportunidade de aprender, o que significa que todas as
actividades de planificação devem ter em conta a diversidade existente.
Para a disseminação dos direitos e deveres da criança, os professores podem dedicar uns
minutos nas reuniões com os pais e encarregados para a comunicação dos seu
desempenho pedagógico, para disseminar alguma informação sobre o direito e os deveres
das crianças. Isso irá permitir que todas as pessoas directamente ligadas às crianças
participem activamente na defesa dos seus direitos e na promoção do seu bem-estar e na
sua educação.
5.9.Actividades
1. Faça a caracterização da situação cultural e linguística do povo moçambicano?
2. O que é que deve fazer para que as suas aulas sejam um sucesso numa situação
em que tem alunos com conhecimentos heterogéneos ou desiguais?
“Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus
elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução
técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta
baseada no mérito”.
5. O que é que o professor pode fazer para advogar pelos Direitos da Criança na
escola e na comunidade?
5.10.Autoavaliação
Quando os alunos vêm à escola, trazem consigo toda a sua experiência cultural,
especificamente a língua, valores a atitudes. Uns falam apenas português, outros são
bilingues, falam português e uma língua Bantu e outros ainda, apenas uma língua de
origem Bantu, para além das experiências individuais que são adquiridas no seio das
respectivas famílias.
Imagina que estes alunos estão na sua sala de aulas. Você como professor como pode
responder às necessidades de aprendizagem destes alunos de forma a que eles tenham
conhecimentos homogéneos?
5.11.Chave de Correcção
Resposta às perguntas das Actividades
2. Para que as aulas sejam um sucesso numa situação de turma heterogénea devo
acima de tudo fazer um diagnóstico de forma a saber quais são as necessidades de
aprendizagem de cada um dos alunos e planificar as aulas em função das
necessidades de aprendizagem de cada aluno.
Nações Unidas (1989). Convenção sobre os Direitos da Criança. 44ª Sessão Ordinária da
Assembleia Geral das Nações Unidas.
Perrenoud, Ph. (2000). Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre, Artes
Médicas sul.
Rios, T. (2001). Compreender e Ensinar: por uma docência da melhor qualidade. Sào
Paulo: Cortez.
Introdução
Nesta unidade iremos abordar o perfil do professor com enfoque para o perfil profissional
e social, de forma a que possa melhor identificar-se com a sua profissão.
6.1.Evidências Requeridas
No fim desta unidade temática sobre o Perfil do Professor, os formandos devem ser
capazes de:
6.2.Sugestões Metodológicas
Antes de abordar esta unidade temática, o formador pode formar grupos de trabalho e
pedir aos formandos para apresentem o perfil actual do professor (na escola e na
comunidade) e para o perfil ideal para que o professor seja considerado um educador.
Após a elaboração desta actividade, os grupos podem apresentar no quadro para o debate
e o formador poderá moderar as sessões. Por fim, o formador poderá retomar a aula,
explorando todos os pontos colocados.
6.3.O Perfil do Professor
A sociedade exige um professor qualificado nos planos científico, tecnológico,
pedagógico e ético-deontológico, considerando que só assim, ele estará em condições de
desempenhar eficazmente as funções educativas, formando o Homem para a sua melhor
inserção na vida social, económica e política.
O ser bom professor, para além de ser fruto de uma formação profissional, resulta de um
processo evolutivo, construído no dia-a-dia após o início da actividade prática na sala de
aulas, resultante do conhecimento académico (conhecimento da disciplina), do
conhecimento didáctico-pedagógico, da interacção com os alunos, do conhecimento do
seu meio social, do conhecimento das características da comunidade na qual a escola se
insere, do seu entendimento do desenvolvimento psico-motor dos seus alunos e da
interação com outros professores.
No que diz respeito ao perfil, um professor para que seja considerado bom, deve observe
as seguintes dimensões:
Saber ser e estar tanto no seu local de trabalho como na comunidade, o que
implica que o professor:
2
Temas transversais são todos os temas de interesse social como por exemplo temas ligados à
educação cívica, saúde e higiene, gestão do meio ambiente, educação sexual, gestão de
recursos naturais, novas tecnologias de informação e comunicação, etc…
A relação entre a escola e a comunidade deve ser saudável para que todos possam exercer
a tarefa de educar de forma articulada. Assim, podemos considerar que um bom professor
é aquele que promove a ligação ou relação entre a sua instituição de ensino e a
comunidade. O que significa que ele:
6.4.Actividades
1. O que entende por Perfil do Professor
2. Porque é importante o Professor conhecer o Perfil do Professor
b) O que ela poderá fazer para motivar a participação dos pais e encarregados
dos alunos nas actividades e no acompanhamento dos seus educandos?
Como irá resolver esta situação, sabendo que o livro da turma contem as
faltas, as notas ou toda a informação do quotidiano do ano?
6.5. Autoavaliação
1. Quais são as características de um bom professor?
3. Como é que uma escola deve fazer para que os professores possam interagir,
trocar a sua experiência?
6.7.Chave de Correcção
Resposta ao Grupo das Actividades
2)- Face à esta situação irei comunicar ao Director da escola e pedir a sua
intervenção, uma chamada de atenção para ver se este muda de atitude.
1)- A Professora deve aplicar um diagnóstico aos alunos de forma a avaliar em que
estágio de leitura e escrita se encontra ca um deles. Em função disso poderá organizar
actividades para o ensino-aprendizagem que possam responder as necessidades de
cada um.
2)- Em primeiro lugar, importa referir que para uma melhor educação dos alunos é
importante a colaboração dos pais e encarregados de educação. Desta forma, para
motivar os pais e encarregados de educação irei enviar uma convocatória onde
salientarei a importância da presença deles na reunião e caso não apareçam irei
suspender os respectivos filhos das aulas até que eles venham à escola falar comigo.
Acredito que esta medida, embora seja violenta, possa ser uma forma de obrigar os
pais e encarregados da educação a comparecerem na escola. só assim é que poderei
apresentar o rendimento da turma e todos os problemas vividos e juntos traçarmos
uma estratégia apropriadas para ajudar os nossos alunos. Na reunião irei evidenciar a
importância da sua participação dos pais e encarregados na vida dos alunos.
Este caso é bastante complexo. É provável que um dos alunos tenha escondido o livro
para se livrar das faltas e por outra razão que possa ser identificada através do livro.
Desta forma, irei informar ao Director de Turma e interrogar um aluno por um, de
forma a criar um ambiente para poderem falar a verdade sobre este assunto. Irei
referir em jeito de ameaça que caso o livro não apareça irei reprovar a todos os alunos
por falta disciplinar. Hei-de pedir que deixem o livro nem que seja de forma anónima
num lugar onde este possa ser recuperado. E darei um prazo de 3 dias a turma. Caso o
livro não apareça evidentemente que todos os alunos terão uma falta disciplinar.
Saber ser, estar e viver com os outros tanto no local de trabalho como na
comunidade;
Bibliografia
Araújo, H.C. (1985). Profissionalismo e Ensino in Cadernos de Ciências Sociais, n.º3,
Lisboa
Benavente, A. (1991). Escola, Professores e Processos de Mudança. Lisboa: Livros
Horizonte
Brandão, R. C. (1998) O que é Educação. 1ª edicção. São Paulo, Brasiliense
Cavaco, M.H. (1993). Ser professor em Portugal, Editorial Teorema, Lisboa
Correia, J.A. Inovação Pedagógica e Formação de Professores, Colecção Biblioteca
Básica de Educação e Ensino
Cunha, M.I.(1984). O bom professor e a sua prática, Papirus Editora, Campinas
Neto-Mendes (1995). Profissionalismo docente em debate, in Cadernos de Análise Sócio-
Organizacional da Educação, n.º10
Nóvoa, A. (1989). Os professores: Quem são?, Donde vêm?, Para onde vão?, ISEF,
Lisboa
Pardal, L.A. (1992). Traços principais do perfil do professor do ano 2000 in Inovação.
Lisboa, Vol.2, n.º3
Perrenoud, Ph. (2000). Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre, Artes
Médicas sul
Rios, T. (2001). Compreender e Ensinar: por uma docência da melhor qualidade. Sào
Paulo: Cortez
Anexo 1
Anexo 1: Alguns Heróis da Luta de Libertação Nacional
Em Moçambique existe uma geração de heróis frutos da luta de libertação nacional que
dentre vários destacaram-se mais pelos seus feitos na causa pela libertação da nossa
pátria.
Neste folheto, são divulgados a título de exemplo e por ocasião dos 40 anos após a sua
morte os seguintes heróis:
Tomás Nduda (1936 – 1968);
Mateus Sansão Mutemba (1906 – 1968);
John Issa (1940 – 1968);
José Palhane Macamo (1936 – 1968);
Paulo Samuel Kankhomba) (1938 – 1968);
Robati Carlos (1938-1972);
Belmiro Obadias Muianga (1942-1969);
Tomás Nduda (1936-1968)
Nascimento Infância de Tomás Nduda (1936)
Nasceu em 1936 no distrito de Muidumbe posto administrativo de Nampanha.
Tal como muitos jovens da época fez o ensino primário rudimentar, passou pelos ritos de
iniciação e estudou a doutrina cristã.
Fez parte do exército colonial e após desmobilização enveredou pela prática da caça e da
agricultura na sua terra natal.
Seus feitos em prol da libertação nacional
Integrou os grupos de manifestação cultural contra a administração colonial.
Influenciado pela independência da Tanzânia, estimulou a luta clandestina e a
fuga de muitos jovens para que se juntassem à FRELIMO. Assim, exerceu acções
noturnas distribuindo cartões de membros da frente e sensibilizando sobre a causa
da libertação.
Foi comandante das operações militares em Cabo Delgado durante a luta de
libertação nacional entre 1965/66.
A 11 de Outubro e 1967, liderou uma vitória no posto de Diaka que permitiu
desbloquear um corredor para o avanço da luta para novas regiões.
Ainda em finais de 1967, foi indicado chefe de operações do destacamento de
Inhambane, e simultaneamente exercia as funções de adjunto-comandante do
mesmo.
Participou em outras frentes de combate como a de Awasse e Nambude (distrito de
Mocímboa da Praia), sendo nesta última que encontrou a morte a 23 de Março de 1968
quando participava numa missão que consistia em debelar os desmandos perpetrados
pelas tropas das autoridades coloniais posicionadas na missão de Nambude e alargar as
áreas de combate rumo a libertação nacional.
Mateus Sansão Mutemba
Nasceu a 25 de Julho de 1906 em Chicumbane, posto administrativo do mesmo nome,
distrito de Xai-Xai, província de Gaza.
Estudou a 1ª classe na Missão Suíça de Chicumbane tendo continuado e concluído a 4ª
classe em Maputo então Casa de Educação da Munhuana, hoje EPC Munhuana.
Em 1927 formou-se como professor e evangelista na escola da Missão Suíça em Ricatla.
Refira-se que Sansão Muthemba passou também pela escola José Cabral em Alvor na
Manhiça, uma escola de formação e habilitação de professores indígenas que viria a
concluir em 1929.
Em 1929 concluiu a sua formação e regressou para Xai-Xai. Antes de iniciar com a
leccionação, trabalhou como escriturário na Empresa “Manuel Mendes” e mais tarde
como contabilista no Hospital e professor na escola de Chicumbane em simultâneo.
Trabalhou ainda na Missão de Lhanguene na cidade de Maputo (1933), Missão de
Nsonguene- em Gaza /Guijá (1938-1942) e Missão de Mahele em Mahele, Magude na
província de Maputo.
Em 1948 frequentou o curso de Ajudante de Observadores dos Serviços Meteorológicos
de Moçambique, no Observatório Campos Rodrigues, actual Instituto Nacional de
Meteorologia. Após conclusão do curso, em 1949, foi colocado nos serviços
meteorológicos de Xai-Xai e mais tarde foi transferido para Chimoio para exercer as
mesmas funções de radiotelegrafista.
Trabalhou nas minas da África do Sul onde manteve o primeiro contacto com a religião
através da Campany Mission e obteve a arte evangélica. Foi evangelista muito concorrido
devido às suas metodologias de ensino.
Figurou entre os mais conhecidos escritores da página de “O Brado Africano” editada na
língua Xichangana e que tinha função de desenvolver a consciência nacionalista por parte
das populações moçambicanas.
Publicou um artigo que encorajava a resistência contra a dominação colonial e a
valorização da cultura africana e da escola como instrumento de afirmação dos
moçambicanos.
Participou na primeira Guerra Mundial contra os alemães no norte de Moçambique e foi
condecorado com a “Cruz de Guerra” por ser um homem de bravura e destemido.
Praticou a agricultura junto a sua família e mais tarde foi proprietário de grandes hectares
de terra para a produção de arroz, trigo, algodão, milho e legumes.
Dirigiu entre Julho de 1942 a Agosto de 1943 os mitlawa em Magude. Os mitlawa eram
mecanismo de formação e educação na igreja missão Suíça ao aos jovens face as
restrições práticas e legislativas impostas pelas autoridades portuguesas em Moçambique
à aquelas igrejas.
A sua atitude de tolerância apoio aos mais necessitados, educador e facilitador espelhava
o espírito de liderança e de revolucionário que o caracterizam na luta contra o regime
colonial.
Participação na Actividade Clandestina
Participa nos primeiros grupos de moçambicanos a se envolverem em acções da luta
clandestina particularmente na região Sul de Moçambique
Ingresso e Feitos na FRELIMO
Ingressou na FRELIMO em 1964 (Tanzânia), tendo trabalhado como chefe do
Departamento de Comunicações (Escritórios centrais da FRELIMO) tendo contribuído
para a organização da escola de formação em rádio - comunicações na época.
Muthemba faleceu a 6 de Junho de 1968 após não ter conseguido se recuperar de lesões
contraídos durante uma agressão física protagonizada por reaccionários no seio da
FRELIMO em Dar-Es-Salaam.
Os seus restos mortais foram sepultados em dar-Es-Salaam e a 13 de Fevereiro de 1979
depositados na cripta dos heróis na capital do país.
Nascimento e infância de John Issa (1940)
Nascido na província do Niassa, John Issa viveu depois na República da Tanzânia. A
partir deste país, aliou-se à FRELIMO, tendo-se destacado como um combatente
destemido e comprometido com a libertação do seu povo, em Cabo Delgado. Assim, esta
obra constitui uma forma de preservação e valorização do seu legado histórico e
particularmente de sua homenagem, pela celebração do 40°aniversário de seu
desaparecimento físico, ocorrido a 24 de Março de2008.
John Issa nasceu em 1940, em Lulanga, povoado situado junto à margem do rio do
mesmo nome, no regulado Nampundi, distrito de Mecula, província do Niassa. É filho de
Issa Ntuchia e de Assuwema Biquita. O seu pai era natural da zona de Telewe, distrito de
Marrupa, enquanto sua mãe era natural de Lulanga distrito de Mecula. Ambos pertenciam
ao grupo etnolinguístico Emakhuwa.
Suwedy foi submetido aos ritos de iniciação, localmente, designados por Jando. Refira-se
que a origem dos ritos de iniciação em Moçambique data de tempos imemoriais e está
associada às migrações que o país foi conhecendo ao longo do tempo. Nas sociedades
africanas, os ritos de iniciação, como parte da educação tradicional, inserem valores
nobres, como o respeito pelos mais velhos, a higiene do corpo, a preparação para a vida
de adulto e em sociedade.
Suwedy, tendo nascido numa comunidade com estas práticas culturais, foi a elas
submetido. Um dos traços marcantes da sua passagem pelos ritos de iniciação foi a
mudança de nome. Suwedy passou a chamar-se John Issa, sob proposta de seu pai,
provavelmente, influenciado pela religião cristã, a qual professava.
De acordo com Silva Maridade, durante a sua juventude, John Issa envolveu-se também
em várias actividades culturais da sua comunidade, participando na dança Dijole,
praticada por jovens. Foi neste contexto, que John Issa conheceu Julieta Mauride, de
quem se apaixonou e viria tornar-se a sua primeira esposa. Deste casamento nasceu
Luciano, primeiro filho de John Issa, por volta de 1959.
Após o nascimento de Luciano, John Issa deixou Lulanga e foi para Tanzânia. As razões
da sua ida para aquele país são explicadas de duas formas. Primeiro, supõe-se que estava
a seguir as pegadas do seu pai e, segundo, pensa-se que teria deixado a sua aldeia para ir,
fundamentalmente, à busca de melhores condições para a sua recém-criada família.
John Issa viveu igualmente no distrito de Macomia, em Cabo Delgado. Nesta província
era combatente da luta de libertação. Na sequência do seu trabalho dentro das
comunidades locais conheceu Ernestina Tanga. Com esta senhora teve um filho, José, em
1968.
Formação académica e Profissional
A educação e a vida profissional de John Issa foram influenciadas sobremaneira pelas
condições socioeconómicas e culturais da sua família e da sua comunidade. Com efeito,
as fontes orais apontam que John Issa não teve acesso ao ensino oficial, sabendo-se
apenas que frequentou estudos religiosos, que consistiam na aprendizagem memorização
do alcorão em casa de um líder religioso local. Por isso, os conhecimentos e as
habilidades que John Issa veio a demonstrar, reflectem, em grande medida, a educação
adquirida na religião muçulmana.
Silva Maridade e Amade Issa esclarecem que o facto de John Issa não ter tido a
possibilidade de frequentar uma escola oficial, deveu-se sobretudo à inexistência de
escolas naquela região. Enfatizam ainda que seria somente em 1965, que se estabeleceu a
primeira escola oficial em Nantuego.
Assim, John Issa tornou-se um exímio construtor de casas partir do material local. Tais
casas eram construídas com base nos tijolos de barro e tinham a cobertura de capim.
Ingresso na Frelimo
John Issa ingressou na Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) em 1964,
partindo da Tanzânia em Masasi onde se encontrava a viver na companhia dos seus
familiares paternos. Treinou no campo de preparação político-militar de Bagamoyo. Uma
fonte documental refere que, durante os treinos militares, John Issa revelou um
comportamento exemplar, ao se destacar com elevado sentido de disciplina e de
organização.
Depois da instrução militar em Bagamoyo, John Issa foi colocado no campo de
preparação político-militar de Nachingweya, exercendo as funções de instrutor político.
Nestas funções, revelou-se como um combatente dedicado no cumprimento das suas
tarefas.
Contributo dado na luta
Em 1966, John Issa foi indigitado Comissário Político do Destacamento Manica, no 3º
Sector, em Macomia, Cabo Delgado. Mais tarde, com a instalação da Sub-base
Moçambique, ele foi indicado Comandante desta. No exercício destas funções
notabilizou-se como grande mobilizador dos combatentes e um estratega militar
destemido.
John Issa promoveu o envolvimento das populações no transporte de equipamento militar
e medicamentos para as várias unidades da luta. De igual modo, John Issa mobilizou as
populações para a sua integração total no processo e desenvolvimento da luta. Assim
como, para se dedicarem à produção de alimentos e de outros bens indispensáveis para o
seu próprio sustento e para os guerrilheiros.
Em Março de 1968, John Issa dirigiu um ataque de grande envergadura contra o
aquartelamento de Lunyu. Esse ataque culminou com o afastamento da tropa portuguesa
do local, assim como com a captura de material bélico em quantidade substancial.
Um outro ataque de relevo, comandado por John Issa, foi o assalto ao aquartelamento de
Nashipaki, na região de Nankatari. Para além de avultados danos materiais, este ataque
terminou ainda com a captura de um soldado de raça branca de nome José e de um
chaganga.
As circunstâncias da Morte
A morte de John Issa, ocorrida a 24 de Março de 1968, na base central quando esta foi
fustigada por um ataque aéreo perpetrado pelo exército colonial, no qual John Issa
contraiu ferimentos graves, que o levariam à morte.
Os restos mortais de John Issa foram transladados para a Cripta da Praça dos Heróis
Moçambicanos, na capital do país onde jazem desde 1984. Como homem nacionalista
que se dedicou de forma incondicional à causa da Pátria moçambicana, o seu nome foi
atribuído a uma infraestrutura pública, como é o caso da rua John Issa, na baixa da
Cidade de Maputo.
José Pahlane Macamo “N´wandundo”
Nasceu em 1936 na província de Gaza, distrito de Chibuto, posto administrativo de
Malehice – Banganyane.
Passou a sua infância em Banganyane apascentando gado assim como armadilhando
passarinhos como muitos rapazes da sua época.
Frequentou o ensino primário na Missão São Paulo de N´chanwane, distrito de
Manjacaze. Devido as suas qualidades como estudante e sua capacidade de liderança e
espírito de ajuda mútua, viveu na casa do seu professor e mais tarde seleccionado para
monitor das aulas e socorrista no posto de saúde local.
O espírito de ajuda e de solidariedade demostrados por Macamo revelavam o patriotismo,
o humanitarismo e o sacrifício.
Em 1953 concluiu a 3ª classe elementar na Missão São Paulo de Nchanwane.
Concluiu mais tarde o curso elementar de enfermagem com distinção e começou a
trabalhar como enfermeiro entre 1961 e 1962 no então Hospital Miguel Bombarda hoje
Hospital central de Maputo. Em 1963 prosseguiu com a sua carreira na Câmara
Municipal da Beira.
Começo a mostrar sinais de visão política com o despertar da consciência nacionalista
influenciada pelas independências do Congo e da Tanganyica.
Foi ouvinte assíduo da rádio Tanganhica e outras rádios que eram a favor da
autodeterminação e independência dos territórios africanos do jugo colonial europeu,
contribuindo de forma significativa para a elevação da sua maturidade política e
consciência nacionalista.
Conviveu com Samora Machel na Escola Técnica dos Serviços de Saúde do Hospital
Miguel Bombarda influenciando ainda mais a sua consciência política e de muitos jovens
estudante na altura.
Foi atribuído o pseudónimo de Nkrumah por gostar de imitar os discursos daquele
dirigente africano, um dos principais cérebros do pan-africanismo.
Os encontros clandestinos que mantinham na casa de um colega na Beira sobre a
necessidade da libertação do território nacional do jugo colonial português consolidaram
a decisão de Macamo em se juntar a Frente de libertação de Moçambique.
Assim, em 1963 juntou-se a Frente na Tanzânia e foi depois treinado na China como
sapador.
Sua contribuição na luta armada
Regressado da China, foi colocado no Centro de preparação Político-Militar de Kongwa
como instrutor político militar. Seguiu depois para Israel e União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas (URSS) onde frequentou cursos de reciclagem no domínio da
enfermagem.
Regressado, participou na abertura do Centro de Preparação Político-Militar de
Nachingueya.
Esteve envolvido na planificação nas missões de combate e na mobilização e organização
do povo.
Foi socorrista, enfermeiro em Nachingueya e formador de outras compatriotas em
matéria de primeiros socorros de Saúde que deveria dar assistência e tratamento as
populações durante as frentes de combate.
Em 1967, exerceu como destacado funções de chefe de Saúde Regional na base de
chilolo M´sawize (Frente Oriental de Niassa) organizando o sistema de Saúde da região.
As fontes orais indicam que Robati Carlos nasceu na aldeia de Muade, no clã Valula, no
Posto Administrativo de Ntamba. Porém, há divergência de opiniões em relação a data do
seu nascimento. Todavia, Felisberto Machalangue Lucanga, combatente da Luta de
Libertação Nacional, assegurou que Robati nasceu por volta de 1938. Aquando do
nascimento, Robati foi atribuído o nome de Ntope, o qual viria a ser substituído por
ocasião do baptismo, quando frequentava a Escola Missionária de Imbuho. Regra geral,
os missionários procediam à troca de nomes locais por outros de origem portuguesa,
alegando que aqueles eram pagãos,
À semelhança de outros adolescentes da época, Robati Carlos foi submetido aos ritos de
iniciação, como forma inicial de lidar-se o mundo exterior. Dentre vários ensinamentos
adquiridos no processo dos ritos, foram administrados na ocasião os conhecimentos sobre
a construção de habitações, caça, produção agrícola, bem como os procedimentos ligados
à vida conjugal, com ênfase para a saúde sexual e reprodutiva.
Robati foi membro integrante de um grupo que executava a dança de mapico, onde
desempenhava a função de corista.
Robati Carlos era um jovem sério e íntegro, cumpridor dos seus deveres e, acima de tudo,
dos conselhos adquiridos durante os ritos de iniciação.
Formação acadêmica, profissional e de família
Robati Carlos teve a sua iniciação na Escola Rudimentar de Muade, anexa à Escola
Missionária Santa Teresinha do Menino Jesus de Imbuho. Concluída esta fase, transitou
para este último estabelecimento, onde frequentou da 1ª à 3ª classes rudimentar. Importa
frisar que, após a 1ª Classe, os alunos eram baptizados, e só depois eram admitidos na 2ª
Classe.
Robati Carlos, assim depois da 3ª classe não teve meios para continuar com os seus
estudos, por isso abraçou a arte de costura. No entanto, viria a deparar com uma
dificuldade para o exercício desta profissão devido a falta de uma máquina de costura.
Robati recorreu ao empréstimo de uma máquina pertença de um vizinho seu. Com esta,
aperfeiçoou a sua técnica, notabilizando-se como um dos melhores alfaiates da sua
região.
Robati Carlos casou-se com Paulina Ngope e, posteriormente, com Catarina Dyenga.
A participação na luta clandestina e o despertar da consciência nacionalista
Robati Carlos, um jovem dinâmico e, o seu irmão Luga, não se alhearam a efervescência
nacionalista que se operava no planalto na altura. Aliás, Robati já havia estado, em
ocasiões anteriores, na Tanzânia, onde teria estabelecido contactos com alguns
movimentos nacionalistas. Robati e Luga envolveram-se em actividades clandestinas de
contestação contra o regime colonial, mobilizando a população para que aderisse às
reivindicações defendidas pelas associações nacionalistas, Dentre estas destacam-se a
Ligwilanilo e a Sociedade Algodoeira Africana Voluntário de Moçambique. (SAAVM), a
Mozambique African National Union (MANU). Quando esta associação, juntamente com
a UDENAMO e a UNAMI se fundiram dando lugar à FRELIMO, as acções de
mobilização de Robati e o irmão continuaram, desta vez, em benefício deste movimento.
De facto, algumas fontes avançam com a hipótese de Robati ter feito parte destas
associações (Ligwilanilo).
Este acto espelha a sua coragem, determinação, valentia e revela o seu sentimento de
entrega e abnegação à causa nacionalista e à luta pela autodeterminação do povo mo-
çambicano. Assim, imbuído de um espírito bravo e destemido, partiu de Tanzânia com
panfletos da FRELIMO embrulhados numa manta.
Ele foi interceptado pela PIDE e encarcerado. De acordo com Carlota Gune, a detenção
ocorreu no distrito da Manhiça, dentro de um comboio proveniente do Zimbabwe. Na
sequência, foi duramente interrogado e selvaticamente torturado e recluído nas celas da
Cadeia da Machava.
Em Outubro de 1964, Belmiro Muianga foi liberto das celas da Machava, sem pena
formulada e sem julgamento. Aliás, tratava-se de uma liberdade condicional, porque a
PIDE estava sempre no seu encalço, controlando todos os seus movimentos. Belmiro
precisou de tratamento médico, em consequência dos tráumas e dos ferimentos contraídos
durante a reclusão, como afirmou Carlota, sua mãe. Quando Belmiro chegou à casa,
apresentava um estado de saúde crítico, com feridas em todo o corpo e esfarapado. Tal
estado abalou-a psicologicamente, tendo perdido a faculdade de falar durante cerca de um
mês.
Deste modo, Belmiro, mesmo perseguido pela PIDE conseguiu espalhar em muitos
jovens, as sementes da libertação. Quando saiu da Machava, a ele juntaram-se outros
combatentes na clandestinidade, que também estavam a contas com a PIDE. Este foi um
momento de elevada agitação política em Maputo. Judite Mutaca testemunha que
Belmiro conseguiu fazer um trabalho notável, com zelo e determinação nos Bairros da
Cidade de Maputo.
Confrontado com a perseguição da PIDE, Belmiro viu-se obrigado a tentar uma nova
saída para a Tanzânia. Desta feita, em Agosto de 1965, numa em direcção a Namaacha
seguida atravessou a fronteira para Suazilándia, de onde continuou cam a viagem para
Tanzânia. Daí foi enviado Ucrânia, na ex-União das Repúblicas Socialistas e Soviéticas
(URSS) onde se especializou no comando das tropas.
Em Maio de 1966, o grupo regressara à Tanzania, ao campo de preparação político
militar de Nachingweya. Belmiro Muianga permaneceu por mais algum tempo em
Nachingweya, exercendo a actividade de instrutor político-militar.
Em Nachingweya, Belmiro Obadias Muianga destacou-se como um activo promotor e
organizador das actividades culturais. A sua veia artística que já se manifestara aquando
da sua estadia na Missão de Magude, floriu de maneira exuberante quando se encontrava
na Ucrânia e atingiu a perfeição em Nachingweya. Com efeito, na Ucrânia, Muianga
criou um grupo cultural, do qual era maestro. Em Nachingweya produziu e popularizou a
famosa canção “Hi va moçambicano inkueru, swoswi”.
Em 1966, Belmiro Muianga foi enviado para a região Austral com vista ao reforço da
companhia alí estacionada, dirigida por Sebastião Marcos Mabote. Nesta altura, a região
deparava-se com diversos desafios, aspecto que dificultava as operações por parte dos
combatentes.
De igual modo acontecu no Niassa Oriental, onde a situação militar estava difícil. Tanto
estratégico-militares como políticos, exigia intervenções de fundo. Reconhecendo as
excelentes qualidades de Belmiro, como comissário político e estratega militar, aspectos
demonstrados tanto em Nachingweya como em Niassa Austral, a direcção da FRELIMO
indigitou-o para colmatar, na companhia de outros colegas, os problemas vividos em
Niassa Oriental. Deste modo, Belmiro entrou nesta região em princípios de 1967,
integrado num grupo de cerca de vinte quadros.
Chegados à base de M’sawise, Belmiro foi enviado para a zona de Maúa a fim de dirigir
o pelotão desmembrado devido as desinteligências entre os dois comandantes
estacionados neste ponto.
A sua acção como chefe de pelotão foi confrontada por este, e outros obstáculos. Porém,
a sua veia política e eloquência na argumentação, constituíram uma mais-valia nos
esforços para a superação desta série de problemas.
Na sequência das investidas da tropa colonial, em 1967, a base de M´tringue foi alvo de
um forte bombardeamento, que se saldou na destruição das estruturas físicas e no
ferimento de Armando Panguene, então comissário político regional e um combatente
conhecido por Kambongwe. Assim, Belmiro Obadias Muianga foi indicado substituto de
Panguene no cargo de Comissário Político Regional. E em 1968, Belmiro Muianga
participou no II Congresso da FRELIMO, como delegados da província de Gaza, em
Matchedje província do Niassa.
A Morte de Belmiro Obadias Muianga
Belmiro Obadias Muianga perdeu a vida a 30 de Setembro de 1969. A sua morte ocorreu
numa região conhecida por Nairubi, onde fora estabelecido um aquartelamento colonial,
no decurso da década de 1960, denominado Nova Beira, no actual distrito de Majune, em
Niassa.
O aquartelamento de Nairubi, ou seja, Nova Beira, como todos os outros, era protegido
por um cinturão humano (aldeamento). Os responsáveis da operação entenderam ser con-
veniente realizar um ataque-surpresa ao aldeamento, pois, por um lado, podiam libertar a
população e, por outro, tomar de assalto o quartel. Caso o assalto fosse bem sucedido,
ganhar-se-ia a população e, consequentemente, uma importante posição estratégico-
militar.
Esta operação, apesar de fracassada, constituíu um marco nos esforços tendentes ao
avanço e alastramento da luta revolucionária e do processo de libertação da terra e do
povo moçambicano.
Anexo2
LISTA DE ABREVIATURAS
CRM – (Constituição da República de Moçambique);
FRELIMO – (Frente de Libertação de Moçambique);
IPM – (Igreja Presbiteriana de Moçambique);
LALNM – (Luta Armada de Libertação Nacional de Moçambique);
MANU – (Mozambique African National Union);
PIDE – (Policia Internacional para Defesa do Estado);
RENAMO (Resistência Nacional de Moçambique);
UDENAMO – (União Democrática Nacional de Moçambique);
UNAMI – (União Africana de Moçambique Independente)