Etapa Ensino Médio Língua

Portuguesa

Literatura
afro-brasileira I
2a SÉRIE
Aula 12 – 4o Bimestre
 Conteúdo Objetivos

● Literatura da 3a geração ● Rever a literatura produzida na

do Romantismo no 3a geração do Romantismo
Brasil; brasileiro;

● Poesia da 3a geração ● Reconhecer o caráter de

como denúncia social de denúncia social da poesia
costumes e valores; romântica da 3a geração;

● Figuras de linguagem e ● Conhecer as figuras de

figuras de palavras. linguagem e identificar figuras
de palavras nos textos.
 Para começar
1. Poesia é sinônimo de tema de
amor?
2. De forma geral, você acredita que
a ideia acima é comum entre os
jovens?
3. Que outros temas você consegue
identificar em um poema?

4. Qual escola literária nos faz

pensar que a poesia está
associada ao amor?
 Foco no conteúdo
O racismo estrutural, ou
seja, a estruturação do
racismo como projeto
social, político e
econômico exclui os
pretos da sociedade desde
a prática da escravidão no
Brasil, sendo responsável
também pelo apagamento
da contribuição da
literatura afro-brasileira
para a literatura no Brasil. https://youtu.be/lryL8ZAMq-E
 Na prática Correção
O vídeo apresenta um lado da história do Brasil que,
historicamente, os livros oficiais escolares não retratam. A
partir do que foi mostrado, crie um parágrafo completando
as sugestões abaixo. Se quiser, acrescente outro tópico
para incluir algo da sua experiência.
a) Eu entendi que...
b) Eu não sabia que...
c) Foi uma surpresa descobrir que...
Respostas pessoais.
 Foco no conteúdo
O Romantismo no Brasil
O Romantismo iniciou-se em 1836, logo após a independência política
do Brasil, sendo influenciado pelos ideais da Revolução Francesa e da
Independência dos Estados Unidos, contrapondo-se ao colonialismo
português e buscando uma identidade nacional. Esse movimento
literário foi dividido em três diferentes gerações, sendo a primeira
conhecida como Nacionalista/Indianista (1836 a 1852), a segunda
como Ultrarromântica (1853 a 1869) e a terceira como Condoreira
(1870 a 1880).

(Texto extraído e adaptado do Caderno SPFE, Língua Portuguesa, 2ª série EM, 2021.)
 Foco no conteúdo
Castro Alves, o poeta abolicionista
Nesta aula, vamos analisar uma obra do autor Castro Alves,
representante expressivo do Romantismo brasileiro e crítico ferrenho
da escravidão no século XIX. Segundo Alfredo Bosi (2003), o autor
constrói uma obra na literatura brasileira que se torna o marco
introdutor de uma poesia que exerce a função de instrumento de
reforma social. Por isso, trabalhar com suas obras nos possibilita
entender como ele, mesmo sendo considerado o maior poeta
abolicionista, representou o negro com alguns estereótipos, exercendo
uma visão “de fora”, pois não trazia uma identidade afrodescendente
em seus escritos e nunca foi escravizado.
Leitura
de poema
 Foco no conteúdo
A canção do africano, de Castro Alves
“Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro, no chão,
Entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão... De um lado, uma negra escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar...
E à meia voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde,
Talvez pra não o escutar!
 Foco no conteúdo
Minha terra é lá bem longe,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem!
O sol faz lá tudo em fogo,
Faz em brasa toda a areia;
Ninguém sabe como é belo
Ver de tarde a papa-ceia!
Aquelas terras tão grandes,
Tão compridas como o mar,
Com suas poucas palmeiras
Dão vontade de pensar...
 Foco no conteúdo
Lá todos vivem felizes,
Todos dançam no terreiro;
A gente lá não se vende
Como aqui, só por dinheiro.

O escravo calou a fala,

Porque na úmida sala
O fogo estava a apagar;
E a escrava acabou seu canto,
Pra não acordar com o pranto
O seu filhinho a sonhar!
 Foco no conteúdo
O escravo então foi deitar-se,
Pois tinha de levantar-se
Bem antes do sol nascer,
E se tardasse, coitado,
Teria de ser surrado,
Pois bastava escravo ser.
E a cativa desgraçada
Deita seu filho, calada,
E põe-se triste a beijá-lo,
Talvez temendo que o dono
Não viesse, em meio do sono,
De seus braços arrancá-lo!”
 Na prática
1) Qual é a temática presente no poema e qual teria sido a
possível intenção do autor ao trabalhá-la?

2) Como se dá a relação entre as estrofes que são

compostas por quatro versos e o título do texto?
 Na prática Correção
1) O poema retrata o drama de africanos nascidos livres e
trazidos para terras estrangeiras, onde foram oprimidos e
escravizados. Como meio de manter sua identidade,
cantavam canções de sua terra natal. O autor critica a
escravidão, tendo em vista que militava a favor da abolição
da escravatura.

2) Percebemos justamente que as estrofes quartetos são

cedidas à voz do cativo exilado para entoar a canção que,
inicialmente, anuncia versar sobre uma terra distante.
Assim, o homem escravizado expressa a saudade do lugar
de onde foi roubado, enaltecendo sua beleza.
 Na prática
3) Em qual estrofe a canção se encerra? Comparem os
dois primeiros versos e os dois últimos da estrofe em
questão e descrevam o efeito causado.

4) Que versos do poema evidenciam as condições de vida

das pessoas escravizadas? Expliquem sobre essas
condições e justifiquem suas respostas.
 Na prática Correção
4) A voz do homem escravizado termina na sexta estrofe. Os
versos iniciais narram a vida na África, boa e feliz, e os últimos
explicam que lá o povo não é movido só pelo dinheiro como o
povo daqui, que é capaz de comercializar pessoas como se
fossem objetos. Esses versos passam uma ideia de oposição
entre a vida levada no passado e a vida no momento presente.
5) Os versos compostos na penúltima e na última estrofes
evidenciam a dura realidade vivida pelos cativos ao
exemplificar a violência, além da privação de liberdade pela
qual eles passavam. Expõem, ainda, o medo da mãe
escravizada, que teme que seu escravizador invada a senzala e
retire seu filho de sua convivência, deixando-a sem ação.
Figuras de
linguagem
e
figuras de
palavras
 Foco no conteúdo
Figuras de linguagem
Quando escrevemos, podemos usar recursos linguísticos para dar
maior ênfase a certos elementos do texto, assim nossa comunicação
se torna mais expressiva. A esses recursos, damos o nome de figuras
de linguagem, categorizadas em:
• Figuras de palavras;
• Figuras de sintaxe;
• Figuras de pensamento.
Nesta aula, vamos apresentar algumas figuras de palavras, a saber:
a metáfora, a comparação, a metonímia e a sinestesia.
 Foco no conteúdo
Metáfora – Ocorre quando há o emprego de uma palavra em um
sentido que não lhe é comum ou próprio, resultante de uma relação
de semelhança entre dois termos. Exemplos:
• Seus olhos são duas safiras. Observe aqui o uso do
• Ela é uma leoa quando come. verbo ser: é, são.
Comparação – Acontece quando elementos de universos diferentes
são aproximados pela semelhança que eles possuem, dessa forma,
as características de um são atribuídas ao outro, fazendo uso de um
elemento comparativo expresso na oração: como, feito, tal qual,
qual, assim como, tal, semelhante a, que nem etc. Exemplos:
• Seus olhos são como duas safiras. Observe aqui o uso do elemento
• Ela come feito uma leoa. comparativo: como, feito.
 Foco no conteúdo
Metonímia – É a figura de palavra que consiste na substituição de
uma palavra por outra em razão de haver entre elas uma relação de
interdependência ou proximidade. Exemplos:
• Conquistei tudo isso com muito suor. Efeito pela causa.
• Os sem-teto estão em protesto. A parte pelo todo.
• Adoro ouvir Djavan. O autor pela obra.
• Comprei dois pacotes de bombril. A marca pelo produto.
• A mulher costuma ser mais emotiva do que o homem.
O singular pelo plural.
 Foco no conteúdo
Sinestesia – É uma figura de linguagem caracterizada pela
combinação entre dois ou mais dos cinco sentidos (tato, olfato,
paladar, visão e audição), de forma a despertar sensações físicas nos
leitores. Veja como a sinestesia se evidencia na primeira estrofe do
soneto “Sonho branco”, de Cruz e Sousa (1861-1898):
“De linho e rosas brancas vais vestido,
Sonho virgem que cantas no meu peito!
És do Luar o claro deus eleito, Legenda:
Das estrelas puríssimas nascido. Vermelho: VISÃO
Por caminho aromal, enflorescido, Azul: AUDIÇÃO
Alvo, sereno, límpido, direito, Verde: OLFATO
Segues radiante, no esplendor perfeito,
No perfeito esplendor indefinido...”
 Na prática Correção
Analise os versos a seguir, do poema de Castro Alves:
I. “Lá na úmida senzala,/ Sentado na estreita sala,/ Junto ao braseiro,
no chão,”;
II. “Aquelas terras tão grandes,/ Tão compridas como o mar,”;
III.“O sol faz lá tudo em fogo,/ Faz em brasa toda a areia”.
Agora, indique a alternativa com as figuras de palavras corretas.
a. Sinestesia
Sinestesia–– Comparação
comparação – Metonímia
– metonímia
b. Sinestesia – Metáfora – Comparação
c. Comparação – Metáfora – Metonímia
d. Metonímia – Comparação – Sinestesia.
 Aplicando
As obras de
Castro Alves estão
Trabalho em grupo disponíveis no site
dominiopublico.gov.br.
A partir da orientação do professor,
formem grupos de trabalho. Cada
grupo deverá escolher uma obra de
Castro Alves. Cada integrante do grupo
deverá escolher um poema da obra, ou
parte do poema, se ele for muito
longo. O grupo apresentará os dados
da obra e cada integrante mostrará o
poema que escolheu: qual é o tema;
como ele é tratado no poema e quais
figuras de palavras aparecem nele.
O que aprendemos hoje?

● Revimos a literatura
produzida na 3a geração do
Romantismo brasileiro;

● Reconhecemos o caráter de
denúncia social da poesia
romântica da 3a geração;

● Conhecemos as figuras de
linguagem e identificamos figuras
de palavras no texto.
 Tarefa SP
Localizador: 102572

1. Professor, para visualizar a tarefa da aula, acesse com

seu login: tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br;
2. Clique em “Atividades” e, em seguida, em “Modelos”;
3. Em “Buscar por”, selecione a opção “Localizador”;
4. Copie o localizador acima e cole-o no campo de busca;
5. Clique em “Procurar”.

Tutorial em vídeo: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/

 Referências
ALVES, C. A canção do africano. In: Os escravos. Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/jp000009.pdf.
Acesso em: 18 abr. 2022.
BOSI, Al. História concisa da Literatura Brasileira. 41ª. ed. São
Paulo: Cultix, 2003.
SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria da Educação. Currículo em ação
– Língua Portuguesa. Segunda série do ensino médio. Caderno do
professor. São Paulo, 2022. Disponível em: https://cutt.ly/i8jKJb6.
Acesso em: 21 ago. 2023.
SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria da Educação. Currículo Paulista
do Ensino Médio. São Paulo, 2020. Disponível em:
https://cutt.ly/V8jLYm2. Acesso em: 21 ago. 2023.
 Referências
Lista de imagens e vídeos

Slide 3 – https://shre.ink/2rzZ

Slide 4 – https://youtu.be/lryL8ZAMq-E

Slide 8 – https://cutt.ly/ownEbFCh

Slide 17 - https://cutt.ly/OwnEmIFU

Slide 24 – https://shre.ink/alof
Material
Digital