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1- Acesso a saúde sexual e reprodutiva

- Quais são os impactos da pobreza no acesso à saúde sexual de qualidade

A pobreza tem um impacto significativo no acesso à saúde sexual de qualidade na Índia.


Pessoas em situação de pobreza na índia frequentemente enfrentam barreiras financeiras
para acessar serviços médicos e para mudar esse quadro a Índia tem demonstrado seu
compromisso em melhorar a saúde sexual e reprodutiva de sua população. O ambiente
político e programático do país mudou de um foco estreito no planejamento familiar para
uma orientação mais ampla que enfatiza a saúde sexual e reprodutiva e o exercício dos
direitos. A política recente destaca a importância de expandir o acesso das mulheres a uma
gama mais ampla de serviços de saúde sexual e reprodutiva.

Programa Nacional de Planejamento Familiar : A Índia tem um programa nacional de


planejamento familiar de longa data destinado a promover o uso de anticoncepcionais e a
saúde reprodutiva. O programa oferece vários métodos de contracepção para ajudar as
pessoas a planejar suas famílias e garantir o acesso a opções seguras e eficazes de
controle de natalidade.

Janani Suraksha Yojana (JSY) : Este é um esquema do governo lançado para reduzir a
mortalidade materna e neonatal, promovendo partos institucionais. No âmbito deste
programa, as mulheres grávidas de meios economicamente desfavorecidos recebem
assistência financeira para o acesso a serviços de saúde de qualidade durante o parto.

Programa de Saúde Reprodutiva e Infantil (RCH) : A Índia implementou o programa RCH


para atender às necessidades de saúde de mães e crianças. O programa se concentra na
prestação de cuidados pré-natais e pós-natais, imunizações e acesso a serviços de
planejamento familiar.

Programa Nacional de Controle da AIDS (NACP) : Para combater a disseminação do


HIV/AIDS, a Índia estabeleceu o NACP, que inclui medidas para prevenção, tratamento,
cuidados e apoio ao HIV. O programa visa aumentar a conscientização sobre práticas
sexuais seguras e fornecer acesso a testes e tratamento para pessoas afetadas pelo HIV.

Contracepção Gratuita : Em certos estados, o governo iniciou programas para fornecer


métodos anticoncepcionais gratuitos ou subsidiados para incentivar o planejamento familiar
e capacitar os indivíduos a fazer escolhas informadas sobre sua saúde sexual.

Educação Sexual : O governo tem feito esforços para incorporar educação sexual
abrangente nos currículos escolares para informar os jovens sobre saúde reprodutiva,
práticas sexuais seguras e infecções sexualmente transmissíveis (DSTs).

Parcerias público-privadas : Existem colaborações entre o governo e organizações privadas


para melhorar a acessibilidade e a qualidade dos serviços de saúde sexual e reprodutiva,
incluindo clínicas de planejamento familiar e centros de aconselhamento.
- Qual é a importancia da educaçao sexual na garantia da saúde sexual e reprodutiva
das mulheres

Programas da Organização Nacional de Controle da AIDS (NACO) : A NACO, sob o


Ministério da Saúde e Bem-Estar Familiar, tem trabalhado para aumentar a conscientização
sobre HIV/AIDS e saúde sexual. Inclui campanhas direcionadas e iniciativas educacionais
para promover práticas sexuais seguras e prevenir a propagação do HIV.

Programa de Saúde Reprodutiva e Infantil (RCH) : Como parte do programa RCH, o


governo da Índia fez esforços para incorporar a educação sexual nos currículos escolares
para educar os jovens sobre saúde reprodutiva, planejamento familiar e infecções
sexualmente transmissíveis.

Organizações Não Governamentais (ONGs) : Várias ONGs e organizações da sociedade


civil têm se envolvido ativamente no fornecimento de informações sobre educação sexual e
saúde reprodutiva, especialmente em comunidades rurais e marginalizadas.

Publicações e recursos do governo : O governo publicou materiais e recursos educacionais


sobre saúde sexual e planejamento familiar, que são disponibilizados para escolas,
faculdades e unidades de saúde o currículo de educação sexual desenvolvido na Índia é
considerado um dos melhores do mundo, mas ele quase não é adotado nas escolas
indianas. A várias dificuldades de implementação da educação sexual nas escolas muitos
estados optaram por não aderir esse tema nas escolas devido a normas culturais e sociais
mas é importante reconhecer que a um avanço nesse setor e que ao um crescimento no
reconhecimento da importância de fornecer uma educação sexual de qualidade.

Treinamento para professores e profissionais de saúde: esforços foram feitos para treinar
professores, conselheiros escolares e profissionais de saúde sobre como abordar questões
de saúde sexual e fornecer orientação adequada a alunos e indivíduos que buscam
informações.

Existem várias iniciativas na Índia para treinar professores para orientar os alunos sobre
questões sexuais. Por exemplo, a Saamarthya Teachers Training Academy of Research
(STTAR) tem um programa de treinamento de professores para promover a igualdade de
gênero nas escolas. Outro estudo realizado entre estudantes universitários em Pune, na
Índia, constatou que a maioria dos jovens favorece o envolvimento ativo dos pais e
professores na educação sobre saúde sexual. Estes são apenas alguns exemplos dos
muitos esforços que estão sendo feitos na Índia para abordar este importante assunto.

- De que forma o acesso a métodos contraceptivos contribui para a garantia da saúde


sexual e reprodutiva
Na Índia, o acesso a métodos contraceptivos seguros é limitado, especialmente nas zonas
rurais. Muitas mulheres têm arriscado suas vidas se submetendo a procedimentos de
esterilização em clínicas patrocinadas pelo governo, pois é a única forma gratuita de
planejamento familiar disponível. Cerca de 75% das mulheres indianas que foram
esterilizadas nunca usaram nenhum outro método de controle de natalidade. O governo
indiano chega a gastar US$ 4 milhões por ano com o procedimento que, desde 2010, já
levou 350 pacientes à morte por complicações pós-cirúrgicas. Mas a fim de convencimento,
eles pagam cerca de US$ 20 a cada mulher que opta por fazê-lo. É importante ressaltar que
este é um problema global e não apenas na Índia. Em 2019, mais de 160 milhões de
mulheres e adolescentes não tiveram acesso a métodos contraceptivos no mundo.

A Índia tem uma das mais altas taxas de esterilização entre mulheres de todo o mundo,
sendo que cerca de 37% delas fazem a cirurgia, em comparação com 29% na China,
segundo dados de 2006 da Organização das Nações Unidas (ONU)³. Cerca de 4,6 milhões
de mulheres indianas foram esterilizadas em 2011 e 2012, segundo o governo³. No entanto,
não consegui encontrar informações específicas sobre a taxa de sucesso em cirurgias de
esterilização na Índia.

O governo indiano está trabalhando para melhorar o acesso a métodos contraceptivos


seguros. A Índia é um comprometido com o Family Planning 2030, que visa garantir o
acesso e a variedade de contraceptivos com a adição de novas opções, melhorar o
planejamento familiar pós-parto, incluir áreas urbanas sob o programa Mission Parivaar
Vikas (MPV), intensificar a comunicação social e comportamental para todos os grupos
etários, especialmente jovens, e envolver organizações da sociedade civil para geração de
conscientização e mobilização da comunidade para o planejamento familiar¹. Além disso,
programas nacionais e juvenis do governo, como o MPV e o Rashtriya Kishor Swasthya
Karyakram (RKSK), podem ser plataformas críticas, pois fornecem aos adolescentes e
jovens, especialmente mulheres jovens, aconselhamento adequado, contraceptivos e outros
serviços de saúde reprodutiva para atender às suas necessidades².

Janani Suraksha Yojana (JSY) : JSY fornece assistência financeira a mulheres de origens
economicamente desfavorecidas para acessar serviços de saúde materna e reprodutiva,
incluindo opções contraceptivas.

O uso de contraceptivos modernos aumentou para 56,4% em 2019-21, de 47,8% em


2015-16. Embora a necessidade não atendida de planejamento familiar para mulheres
casadas (15-49 anos) tenha diminuído para 9,4%, ainda é alta, o que significa que muitas
mulheres ainda não conseguem usar os serviços de planejamento familiar.

https://knowledgesuccess.org/pt/2023/03/29/ensuring-family-planning-equity-in-indias-health
care-system/#:~:text=O%20uso%20de%20contraceptivos%20modernos,os%20servi%C3%
A7os%20de%20planejamento%20familiar.

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- A questão do casamento forçado: De que forma as pressões culturais de
sociedades mais pobres podem submeter meninas adolescentes ao casamento
forçado?

Os casamentos forçados na Índia são frequentemente motivados por vários fatores,


incluindo, entre outros:

Tradição e Cultura: Em algumas comunidades, os casamentos arranjados estão


profundamente enraizados na tradição, e a pressão para manter esses costumes pode levar
a casamentos forçados.
Honra e reputação da família: as famílias podem se sentir compelidas a forçar um
casamento para proteger sua reputação ou manter o status social dentro da comunidade.
Razões econômicas: Os casamentos podem ser forçados para obter ganhos financeiros,
como adquirir um dote ou consolidar a riqueza da família.
Casta ou Religião: Alguns casamentos forçados ocorrem para manter a pureza da casta ou
preservar a identidade religiosa.
Controle e poder: Os casamentos forçados podem ser um meio de impor o controle sobre
os indivíduos, especialmente as mulheres, negando-lhes o direito de escolher seus
parceiros de vida.

É essencial observar que os casamentos forçados são ilegais na Índia. A Lei de Proibição
do Casamento Infantil (2006) e a Lei de Proteção às Mulheres contra a Violência Doméstica
(2005) fornecem proteção legal contra casamentos forçados, e a idade mínima para o
casamento é 18 anos para mulheres e 21 anos para homens. Além disso, a Suprema Corte
da Índia declarou repetidamente que os casamentos forçados são uma violação dos direitos
fundamentais. O governo indiano, juntamente com várias ONGs e organizações de direitos
das mulheres, tem trabalhado ativamente para aumentar a conscientização sobre o assunto
e implementar medidas para combater os casamentos forçados. No entanto, as normas
sociais e culturais podem estar profundamente enraizadas, dificultando a erradicação total
da prática.

Legislação: A Índia promulgou leis para prevenir casamentos forçados e proteger os direitos
dos indivíduos, especialmente das mulheres. A Lei de Proibição de Casamento Infantil
(2006) estabelece a idade mínima de casamento para mulheres em 18 anos e para homens
em 21. A Lei de Proteção de Mulheres contra Violência Doméstica (2005) também fornece
proteção legal contra casamentos forçados e violência doméstica.

Nos últimos 30 anos, a idade média para uma mulher se casar aumentou de 19,3 anos em
1990 para 22,3 anos em 2018. Há diferenças com base em onde as mulheres vivem. Por
exemplo, nas regiões rurais, a idade média de casamento era de 21,8 anos em 2019, mas
23,4 anos nas áreas urbanas, de acordo com uma pesquisa do governo.
“Tem havido uma progressão natural e as finanças e o dinheiro dão mais confiança. As
mulheres têm mais controle sobre suas próprias vidas”, pontuou Nisha Khanna, psicóloga e
conselheira matrimonial de Nova Delhi.

tráficos de noivas medidas


O governo indiano tem tomado algumas medidas para combater o sequestro de noivas e
proteger os direitos das mulheres:

Fortalecimento das leis: As leis indianas proíbem o sequestro de noivas e tratam-no como
um crime grave. As leis aplicáveis incluem o Indian Penal Code (Código Penal Indiano) e a
Lei de Proteção das Mulheres Contra a Violência Doméstica.

Existem várias leis na Índia que combatem o tráfico de noivas. A Lei de Prevenção ao
Tráfico Imoral (ITPA), a Lei de Abolição do Sistema de Trabalho Escravo, a Lei do Trabalho
Infantil, a Lei da Justiça Juvenil e partes do Código Penal Indiano são todas usadas para
penalizar o tráfico para exploração sexual comercial e trabalho forçado. Além disso, a Índia
tem uma nova lei anti-tráfico, o Projeto de Lei de Prevenção, Cuidado e Reabilitação do
Tráfico de Pessoas (2021), que deve ser apresentado durante a sessão parlamentar das
monções. O projeto de lei amplia o escopo para cobrir crimes cometidos além da Índia e
estabelece uma lei comum que cobrirá todas as facetas do tráfico humano, como opressão
sexual, trabalho escravo, escravidão, servidão sexual e contrabando de órgãos.

- Como os papéis de gênero da sociedade podem influenciar gravidezes


precoces e até mesmo forçadas?
O casamento precoce é uma prática tradicional e é mais comum entre a população mais
pobre e sem educação formal, afirmam numerosos pesquisadores. “Os pais costumam
casar as filhas jovens para receber dinheiro e outro tipo de assistência”, disse à IPS a
socióloga Ananda Babu. As autoridades do Estado de Bihar estabeleceram uma ajuda
econômica para quem se casa depois dos 18 anos.

A gravidez precoce e forçada é um problema sério na Índia. Muitas meninas e mulheres


jovens são forçadas a se casar e engravidar antes de estarem prontas, tanto física quanto
emocionalmente. Isso pode ter consequências graves para a saúde e o bem-estar dessas
meninas e mulheres, bem como para seus filhos. Além disso, a falta de acesso a
informações e serviços de saúde reprodutiva, incluindo métodos contraceptivos seguros,
contribui para a alta taxa de gravidez não planejada na Índia. O governo indiano está
trabalhando para melhorar o acesso a informações e serviços de saúde reprodutiva, mas
ainda há muito a ser feito para garantir que todas as meninas e mulheres tenham o direito
de decidir quando e se querem ter filhos.

O governo indiano tem trabalhado para combater a gravidez precoce e forçada através de
várias iniciativas. Por exemplo, a Índia é signatária de várias convenções internacionais,
como a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as
Mulheres (CEDAW), o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (ICCPR), o Pacto
Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (ICESCR) e a Convenção
sobre os Direitos da Criança (CRC), que reconhecem os direitos reprodutivos. Além disso, o
governo indiano tem trabalhado para melhorar o acesso a informações e serviços de saúde
reprodutiva, incluindo métodos contraceptivos seguros. Organizações como a Plan
International também têm trabalhado em parceria com o governo indiano para prevenir e
eliminar o casamento infantil, precoce e forçado através de intervenções holísticas.

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A mutilação feminina como forma de perpetuar a desigualdade de gênero:
No entanto, é importante notar que a mutilação feminina é mais comum em várias partes da
África e em algumas áreas do Oriente Médio, mas não é uma prática generalizada na Índia.
Na Índia, a mutilação feminina é ilegal e condenada pelas autoridades e pela sociedade em
geral. O governo indiano adotou medidas para combater essa prática e promover a
conscientização sobre seus efeitos prejudiciais à saúde física e mental das mulheres e
meninas.

A violência obstétrica como forma de violação aos direitos reprodutivos das


mulheres.

A violação obstétrica é uma questão preocupante em muitos países, incluindo a Índia.


Embora a Índia tenha feito avanços significativos em relação aos direitos das mulheres e à
legislação sobre violência sexual

Legislação: A Índia possui leis específicas para proteger os direitos das mulheres e
combater a violência de gênero, incluindo a violência obstétrica. A Lei de Violência
Doméstica (Protection of Women from Domestic Violence Act) de 2005 e a Lei de Crimes
Sexuais (Criminal Law Amendment Act) de 2013 foram implementadas para abordar a
violência contra as mulheres, incluindo a violência obstétrica.

Treinamento de profissionais de saúde: O governo indiano tem trabalhado para sensibilizar


e treinar profissionais de saúde sobre a importância do respeito pelos direitos das pacientes
e da prestação de cuidados de saúde materna compassivos e respeitosos. Isso inclui a
conscientização sobre a violência obstétrica e o cumprimento de protocolos éticos de
atendimento.
O governo indiano está trabalhando para melhorar a educação médica e o treinamento de
profissionais de saúde. O setor de saúde indiano tem progredido significativamente na
última década. O governo indiano anunciou muitos esquemas para melhorar as políticas de
saúde e a infraestrutura do setor de saúde na Índia. O foco principal do governo é melhorar
a qualidade da educação e do treinamento para os trabalhadores da saúde. Além disso,
existem várias organizações de saúde na Índia que oferecem treinamento e programas para
profissionais de saúde, como a CAHO (Consortium of Accredited Healthcare Organisations),
que oferece programas de treinamento on-line e off-line para todos os interessados na
prestação de cuidados de saúde⁵.

O artigo apresenta um panorama das mudanças atualmente em curso dentro dos sistemas
público e privado de inovação em saúde na Índia, incluindo a prestação de serviços
médicos, produtos farmacêuticos, dispositivos médicos e medicina tradicional indiana. É
destacada a natureza das falhas que existem nos sistemas de inovação em saúde. As
respostas do governo, das instituições médicas, de saúde e tecnologia e indústrias
envolvidas, são abordadas em nível nacional. O artigo também discute como foi
desenvolvido o alinhamento de políticas e instituições no escopo dos sistemas nacionais de
inovação em saúde, e como governo e indústria estão lidando com os desafios para integrar
o sistema de saúde, a indústria e o desenvolvimento de políticas sociais.

https://www.scielo.br/j/csp/a/sgzC7WgK9MVzvSXGvtsWNVB/?lang=pt
A exploração sexual e o tráfico humano no cenário mundial.

uma devadasi, eram mulheres jovens que eram "dedicadas" à adoração e ao serviço de um
deus ou de um templo para o resto de sua vida mas que na verdade eram usadas para a
exploração sexual
A Índia proibiu a prática em todo o país em 1988, mas, de acordo com a Comissão Indiana
de Direitos Humanos, ainda existem 70.000 devadasi no estado de Karnataka.

Segundo Nitesh Patil, funcionário distrital responsável pela administração de Sudatti, não há
"casos recentes".

https://www.opovo.com.br/noticias/mundo/2023/01/23/devadasi-quando-a-prostituicao-e-disf
arcada-de-religiao-na-india.html

O governo indiano tem tomado medidas para combater a exploração sexual. A Índia
penaliza o tráfico para exploração sexual comercial através da Lei de Prevenção ao Tráfico
Imoral (ITPA), com pena prescrita de sete anos a prisão perpétua³. Além disso, em 2013, o
Parlamento indiano aprovou a Lei de Assédio Sexual de Mulheres no Local de Trabalho
(Prevenção, Proibição e Reparação), popularmente conhecida como Lei POSH². A lei
expandiu a definição de assédio sexual e estabeleceu procedimentos para lidar com
reclamações de assédio sexual no local de trabalho². O governo também formulou um
Plano Nacional de Ação para Combater o Tráfico e a Exploração Sexual Comercial de
Mulheres e Crianças em 1998, com o objetivo de reintegrar as vítimas de exploração sexual
comercial na sociedade.

O governo indiano está trabalhando para combater o tráfico de pessoas. A Índia penaliza o
tráfico para exploração sexual comercial através da Lei de Prevenção ao Tráfico Imoral
(ITPA), com pena prescrita de sete anos a prisão perpétua¹. A Índia também proíbe o
trabalho escravo e forçado através da Lei de Abolição do Trabalho Escravo, da Lei do
Trabalho Infantil e da Lei da Justiça Juvenil¹. Além disso, em resposta às vulnerabilidades
aumentadas ao tráfico como resultado da pandemia, o governo alocou fundos para o
fortalecimento de unidades existentes e estabelecimento de novas Unidades Anti-Tráfico de
Pessoas (AHTUs) em todo o país³. As AHTUs na Índia são unidades policiais especiais,
dedicadas a combater o tráfico humano. No entanto, ainda há muito a ser feito para
combater efetivamente o tráfico de pessoas na Índia. É importante que o governo continue a
trabalhar para melhorar a identificação de vítimas, investigar e processar casos de tráfico e
fornecer proteção adequada às vítimas.

Equipe da THE EXODUS ROAD essa equipe de cidadãos indianos treinados e experientes
conduz investigações, coleta evidências em vídeo e facilita as operações policiais. Nossas
assistentes sociais conduzem os sobreviventes por essa experiência traumática e lhes dão
espaço para dar testemunhos que levam a convicções mais consistentes de seus
traficantes.
E está funcionando. A equipe auxiliou a polícia no resgate de mais de 700 sobreviventes e
na prisão de mais de 500 traficantes na última década. Recentemente, os traficantes de um
dos The Exodus Road Os casos da Índia receberam uma sentença de prisão de 10 anos –
progresso significativo quando a taxa de absolvição de traficantes na Índia é um
chocantemente alta 73%.
Várias organizações, quer governamentais como não governamentais, estão envolvidas no
enfrentamento desse enorme desafio. AMRAT - Talitha Kum Índia, desenvolveu algumas
estratégias, atuando na prevenção, resgate, proteção, reabilitação, reintegração de vítimas,
criação de redes.

"Muitas pessoas estão vulneráveis ​ao tráfico de seres humanos durante a pandemia de
Covid-19: a perda do trabalho, dificuldades para retornar aos povoados de origem e a
indigência, contribuem para torná-las ainda expostas ao tráfico de pessoas", declarou à
Agência Fides Irmã Jyoti Pinto, da Congregação das Irmãs da Pequena Flor de Betânia,
fundadora da AMRAT - Talitha Kum Índia. "Uma pessoa pode ser vendida várias vezes;
estamos diante da realidade angustiante da escravidão moderna, que é o tráfico de
pessoas", observa ela.

A religiosa motivou não apenas sua Congregação, mas também outras Ordens religiosas a
se unirem no combate a esse crime hediondo. Graças à irmã Arpan, que mora em Nova
Délhi, capital da Índia, e à irmã Prema, residente em Guwahati, capital no Estado de Assam,
no nordeste da Índia, a organização alcançou milhares de mulheres e crianças confinadas
em diferentes partes do nordeste da Índia durante o longo bloqueio imposto desde 25 de
março para conter a propagação da Covid-19. As religiosas não apenas salvam mulheres e
meninas do tráfico de seres humanos, mas as ajudam a sobreviver, organizando iniciativas
de sustento e reintegração na sociedade.

A relutância das vítimas e da sociedade em geral em reconhecer casos de


violência conjugal.
Cultura patriarcal: A Índia é uma sociedade tradicionalmente patriarcal, onde as normas
sociais e culturais frequentemente perpetuam a desigualdade de gênero e a supremacia
masculina. Isso pode levar a uma tolerância cultural em relação à violência contra as
mulheres, incluindo a violência conjugal.

Sim, é possível que haja uma adoção de uma lei na qual o estupro no casamento seja
criminalizado na Índia. Em um julgamento histórico, a Suprema Corte da Índia definiu o
estupro conjugal como estupro em 2022¹. A corte também afirmou que todas as mulheres,
independentemente de seu estado civil, têm o direito ao aborto até 24 semanas¹. A decisão
foi tomada como parte de uma interpretação da Lei de Interrupção Médica da Gravidez de
1971, que originalmente se aplicava apenas a mulheres casadas ou em casos de estupro
ou ameaça à vida da mãe até 20 semanas¹. A ordem de quinta-feira parou antes de
criminalizar o sexo forçado por um marido, mas disse que o aborto seria permitido, já que
tais casos seriam considerados como agressão sexual¹. "É apenas por uma ficção legal que
... remove o estupro conjugal do âmbito do estupro", dizia a ordem. "Seríamos negligentes
em não reconhecer que a violência entre parceiros íntimos é uma realidade e pode assumir
a forma de estupro. O equívoco de que estranhos são exclusivamente ou quase
exclusivamente responsáveis ​pela violência sexual e baseada em gênero é profundamente
lamentável. A violência sexual e baseada em gênero (em todas as suas formas) dentro do
contexto da família há muito faz parte das experiências vividas de muitas mulheres",
acrescentou a ordem¹. Espero que essas informações tenham sido úteis.

https://www.bbc.com/portuguese/geral-58406858#:~:text=De%20acordo%20co
m%20um%20levantamento,sexual%20e%20emocional%20dos%20maridos.

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Combate a impunidade de crimes sexuais.


Criação de tribunais especiais: Foram estabelecidos tribunais especiais para casos de
crimes sexuais, como estupros. Esses tribunais são projetados para garantir uma análise
rápida e eficiente dos casos, acelerando o processo judicial e evitando atrasos na entrega
da justiça.

O governo criou um painel liderado por um juiz aposentado para recomendar reformas
legais e outras maneiras de reduzir a violência sexual. O Comitê de Justiça Verma recebeu
80.000 recomendações, realizou amplas consultas e se referiu a leis e pesquisas de todo o
mundo1.

O governo indiano tem tomado medidas para melhorar o sistema judiciário do país. Em
2020, o governo apresentou um novo projeto de lei chamado “Reforma do Processo Judicial
na Índia: Soluções Baseadas em Princípios” que visa reformar todo o ecossistema,
incluindo os tribunais, tribunais quase-judiciais, bem como o quadro administrativo,
regulatório e investigativo do país1.

O sistema judicial ideal deve trabalhar para os seguintes objetivos gerais, todos dentro de
prazos razoáveis: os inocentes são absolvidos; os culpados são punidos; os direitos dos
justificadamente prejudicados são mantidos; e as partes em violação de contratos ou suas
obrigações civis sofrem consequências apropriadas, incluindo o pagamento de indenização
às partes prejudicadas1.

Para apoiar esses objetivos: as leis devem ser justas, claras e contemporâneas, e sua
aplicação e implementação devem ser razoáveis, transparentes e não discriminatórias; a
punição pelo não cumprimento deve ser proporcional à ofensa e ter um efeito dissuasório
razoável; uma maioria significativa de pessoas deve obedecer à lei - deve-se dar prioridade
ao cumprimento da lei, especialmente aquelas relacionadas à vida, segurança, saúde, meio
ambiente e questões econômicas; e a adjudicação de disputas não deve implicar custos
proibitivos para a cidadania em geral1.

Além disso, o governo indiano está trabalhando para melhorar a infraestrutura do sistema
judiciário. A infraestrutura inadequada é um dos principais problemas que afetam a entrega
da justiça na Índia. O atual Chefe de Justiça da Índia (CJI), N.V. Ramana, está em uma
cruzada por uma reforma urgente da infraestrutura judicial do país nos níveis distrital e
subordinado2. Ele expressou preocupação com o lento progresso nos projetos de
infraestrutura nos tribunais distritais e subordinados2.

A importância de estabelecer leis de proteção sexual efetivas, principalmente


em países conservadores e subdesenvolvidos.
Lei de Proteção às Mulheres contra a Violência Doméstica (Domestic Violence Act, 2005):
Essa lei visa proteger as mulheres de todas as formas de violência doméstica, incluindo
violência física, sexual, emocional e econômica. Ela permite que as mulheres obtenham
ordens de proteção, medidas de afastamento e acesso a abrigos em casos de violência
doméstica.

Lei de Proteção às Crianças contra Crimes Sexuais (POCSO, 2012): Essa lei foi
promulgada para proteger as crianças menores de 18 anos de todos os tipos de crimes
sexuais, incluindo estupro, abuso sexual e pornografia infantil. O POCSO estabelece
tribunais especiais para julgar casos de crimes sexuais contra crianças e estabelece penas
rigorosas para os infratores.

Emendas ao Código Penal Indiano (IPC): O Código Penal Indiano passou por emendas
para tornar as leis relacionadas a crimes sexuais mais rigorosas e abrangentes. Em 2013,
após o caso conhecido como "Nirbhaya", em Delhi, o IPC foi emendado para ampliar a
definição de estupro, aumentar as penas para os agressores e criminalizar certos atos
sexuais específicos que anteriormente não eram classificados como estupro.

Lei de Proteção Legal de Mulheres Contra Assédio Sexual no Local de Trabalho (Prevention
of Sexual Harassment at Workplace Act, 2013): Essa lei estabelece diretrizes e mecanismos
para combater o assédio sexual no local de trabalho. Ela obriga os empregadores a criar
comitês de prevenção de assédio sexual em seus locais de trabalho e fornece um
procedimento para lidar com queixas de assédio.

Lei de Proibição do Tráfico de Pessoas (Prevention of Trafficking Act, 2018): Essa lei visa
prevenir e combater o tráfico humano em todas as suas formas, incluindo o tráfico para fins
de exploração sexual. Ela estabelece penas rigorosas para os traficantes e fornece apoio e
proteção às vítimas de tráfico.

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Índia ficou em primeiro no ranking em violência sexual e em tráfico humano. Segundo a
entidade, os estupros registrados pela polícia aumentaram em 83% entre 2007 e 2016 e, a
cada hora, quatro casos são levados às autoridades.
Para Madhumita Pandey, pesquisadora indiana que conduz uma investigação sobre os
estupros violentos no país e que falou sobre o tema, o tamanho da Índia, bem como a
diversidade cultural e religiosa da sua população, tornam ainda mais difíceis que uma
política única seja adotada pelo governo para lidar com os casos de violência.

Os números assustam, mas Madhumita vê alguns pontos positivos. “Os dados mostram que
mais sobreviventes estão denunciando os crimes. As leis mais severas, a cobertura da
imprensa e a maior conscientização da sociedade estão fazendo com que essas vítimas
sofram menos com os estigmas que acompanham a violência sexual. Vemos também um
papel melhor da polícia em registrar os casos.”

De acordo com um artigo da BBC News, os crimes contra as mulheres na


Índia têm aumentado consistentemente ano após ano, exceto em 2020,
quando a pandemia de Covid-19 atingiu a Índia e um bloqueio rigoroso
forçou o país a fechar por meses. Em 2021, a Índia registrou o maior número
de crimes contra mulheres de todos os tempos. Ativistas dizem que o
aumento do gráfico é motivo de séria preocupação, mas as autoridades
dizem que é porque há uma melhor notificação agora e mais pessoas estão
indo à polícia para registrar casos

Lentidão do Sistema Judicial: O sistema judicial indiano frequentemente enfrenta uma carga
pesada de casos, resultando em atrasos significativos na resolução dos processos. Para
abordar essas questões, a Índia tem implementado algumas medidas, como:
Estabelecimento de tribunais rápidos e cortes especiais para casos de violência sexual,
visando reduzir a demora no julgamento dos processos.

A Plan International é uma organização humanitária, não governamental e sem fins


lucrativos, que promove os direitos das crianças e a igualdade para as meninas. A
organização está presente em mais de 70 países e trabalha para garantir que todas as
crianças tenham acesso a educação, saúde, proteção e oportunidades para desenvolver
seu potencial³⁴. A Plan International acredita no poder e potencial de todas as crianças, mas
sabe que muitas vezes isso é reprimido pela pobreza, violência, exclusão e discriminação³.
Por meio de projetos e ações de incidência, a organização luta por um mundo mais justo e
igualitário, onde crianças e adolescentes tenham seus direitos respeitados e possam se
desenvolver livres de violências¹.

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