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ANTIRRACISTA
GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
SECRETARIA ADJUNTA DE GESTÃO EDUCACIONAL
SUPERINTENDÊNCIA DE DIVERSIDADES
COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO DO CAMPO E QUILOMBOLA
Mauro Mendes
Governador
Otaviano Pivetta
Vice-governador
Cristina Soares
APRESENTAÇÃO 6
NOSSAS DIRETRIZES 7
UM BREVE PANORAMA SOBRE A RAIZ DA
DESIGUALDADE ÉTNICO-RACIAL 9
VAMOS COMPREENDER UM POUCO DA POLÍTICA QUE
INSTITUIU O ESTUDO DAS QUESTÕES ÉTNICO- RACIAIS
NA ESCOLA? 12
AFINAL, O QUE CHAMAMOS DE DIVERSIDADE ÉTNICO-
RACIAL? 15
CONVIDAMOS A GESTÃO ESCOLAR E OS EDUCADORES
A IMPLEMENTAREM CURRÍCULO
ANTIRRACISTA 15
VAMOS CONHECER COMO RACISMO ORGANIZA AS
RELAÇÕES SOCIAIS NO PAÍS? 16
VAMOS PENSAR SOBRE OS ESTIGMAS POR TRÁS DE
CERTOS VOCABULÁRIOS? 16
INICIATIVAS QUE PODEM AUXILIAR NO DEBATE DA
TEMÁTICA ÉTNICO-RACIAL 17
VAMOS FALAR SOBRE PROTAGONISMO DE MULHERES
NEGRAS E INDÍGENAS? 18
QUE TAL CONHECER ALGUNS PESQUISADORES E
INTELECTUAIS NEGROS E INDÍGENAS? 18
REFERÊNCIAS 19
APRESENTAÇÃO
NOSSAS DIRETRIZES
[1] A colonialidade iniciou-se com o processo de colonização do continente americano e foi se aprofundando
com o passar do tempo, criando profundaraízes que se configuram como um projetode subjugação e
hierarquização do outro que não se encaixam dentro do padrão hegemônico (MIGNOLO, 2017).
As ações pedagógicas, portanto, precisam ter como foco os
temas relativos às contribuições históricas, literárias, econômicas,
culturais, ambientais e estéticas das populações afrodescendentes
e indígenas para sociedade brasileira. Atividades que elevem a
autoestima, a autoconfiança e recomponham a autoimagem
positivada da população negrae indígena, para combater a
desigualdade étnico racial nas unidades escolares são
fundamentais para que os nossos estudantes possam ter
referências positivas, sentirem-se parte da escola e inseridos em
um contexto menos desigual.
Que tal iniciarmos a nossa conversa assistindo a um vídeo que
invoca a urgência de se trabalhar uma educação antirracista. As
informações retratadas nas manchetes que compõem o mosaico de
imagens a seguir, oferecem uma pequena dimensão sobre a
necessidade de implementar ações voltadas à construção de um
estado de equidade racial.
Fonte: Canal Preto, vídeo: O racismo é perigoso na educação das crianças. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=KZGNu4NcWLs. Acesso em: 10 de jun. 2023
Como sinalizado no mosaico de imagens 01, o racismo tem
deixado marcas indeléveis na população negra. Neste processo, a
escola como instituição social, é basilar para mudança de valores e
deve ser um dos focos para desconstruir preconceitos e
reconstruir um mundo pautado em justiça social. E como
educadores precisamos assumir a responsabilidade de contribuir
para concretização de uma escola antirracista.
Nessa perspectiva, é preciso desenvolver práticas pedagógicas
pautadas em competências e habilidades ligadas não somente aos
objetos de conhecimento dos componentes de Língua Portuguesa,
Geografia, História, Ensino Religioso e Arte, conforme postulado
na BNCC, mas expandir para todos os componentes, para criarmos
na escola um ambiente acolhedor e de convívio respeitoso,
indispensável para a educação das relações étnico-raciais.
Neste material, oferecemos algumas sugestões que podem
inspirar e instigar os nossos professores a preparar e executar
atividades pedagógicas que envolvam os estudantes e os
conduzam para reflexões sobre as relações étnico-raciais. Para
começar os diálogos sobre desigualdade racial na educação
brasileira, os educadores e a gestão escolar podem conhecer um
pouco sobre as informações que compõem o Observatório da
Educação (Desigualdade racial na educação brasileira: um Guia
completo para entender e combater essa realidade).
índio
Superintendência de Educação Básica apresentam a proposta de
trabalhar a educação antirracista nas escolas da Rede Estadual,
com ações educativas que combatam o ódio, o preconceito, a
injúria racial, tendo como objetivo principal promover educação
para as relações étnico-raciais. Para fecharmos este tópico,
convidamos os educadores para assistir ao vídeo “Desigualdade
Racial no Brasil - 2 minutos para entender!”, que apresenta dados
sobre o cenário do racismo na sociedade.
[6] Epistemicídio é um termo criado pelo sociólogo e estudioso das epistemologias do Sul Global, Boaventura
de Sousa Santos, para explicar o processo de invisibilização e ocultação das contribuições culturais e sociais
não assimiladas pelo 'saber' ocidental. Disponível em: https://www.ufrgs.br/jornal/epistemicidio-e-o-
apagamento- estrutural-do-conhecimento-africano/. Acesso em: 14 jul. 2023.
CONSTITUIÇÃO DE 1988
Efetiva o direito à Educação como conhecemos hoje
e, em seu Art. 242 § 1º, pontua: "O ensino da História
do Brasil levará em conta as contribuições das
diferentes culturas e etnias para a formação do povo
brasileiro."
LEI 10.639/2003
Inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a
obrigatoriedade da temática "História e
Cultura Afro-Brasileira".
PARECER 03/2004
Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação das Relações Étnico-Raciais e para o
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana.
LEI 11.645/2008
Inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a
obrigatoriedade da temática "História e Cultura
dos povos indígenas"
2009
Plano Nacional de Implementação das Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Étnico-Raciais e para o ensino de História e
Cultura Afro-brasileira e Africana.
LEI FEDERAL 12.288/2010
[7]
Institui o Estatuto da Igualdade Racial
CNE/CEB 13/2012
Aprovação das Diretrizes Nacionais
Curriculares para a Educação Escolar
Indígena.
CNE/CEB 16/2012
Aprovação das Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Escolar
Quilombola.
LEI 12.711/2012
Aprovação da lei de ações afirmativas/cotas
no Ensino Superior.
INDÍGENAS INSPIRADORAS
Conheça a história de cinco mulheres inspiradoras lendo o Código QR ou
acessando o endereço: https://memoria.ebc.com.br/cidadania/2016/04/dia-
do-indio-cinco- historias-de-mulheres-inspiradoras
PESQUISADORES INDÍGENAS
Para conhecer alguns pesquisadores indígenas, leia o Código QR, ou acesse o
endereço eletrônico: https://sagresonline.com.br/pesquisadores-indigenas-
apontam-necessidade-de-romper-padroes-de-producao-academica/.
ALMEIDA. S. J. Territórios quilombolas em livros didáticos de Geografia do PNLD/2015 / UFMT, Cuiabá - 2019.
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