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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE ENSINO – REGIÃO


GUARATINGUETÁ EE JOAQUIM VILELA DE
OLIVEIRA MARCONDES PROGRAMA DE
EDUCAÇÃO PELA PESQUISA
Ciências Humanas

A importância das mulheres negras no Exército Brasileiro e Forças Armadas

Millena Beatriz Ribeiro da Silva

Guaratinguetá, 31 de Julho de 2023


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 3

2 PROBLEMA DA PESQUISA 6

3 HIPÓTESE… 6

4 JUSTIFICATIVA 9

5 OBJETIVOS… 10

5.1 Objetivo Geral 10

5.2 Objetivos Específicos… 10

6 REVISÃO TEÓRICA 11

7 METODOLOGIA 17

8 CRONOGRAMA 17

9 REFERÊNCIAS… 17
INTRODUÇÃO
Este artigo tem como temática a importância das mulheres negras no Exército Brasileiro
(EB), desenvolvendo-o no texto suas características principais e atributos, contando
superficialmente sobre a história de tal empoderamento feminino.
Atualmente, é muito comum ver as mulheres se ingressando em departamentos públicos
e também fazendo cursos para facilitar entradas no mercado de trabalho, sendo assim o
mesmo com o Exército brasileiro, porém, se deu de forma lenta, acompanhando períodos
históricos, sociais, entre outros. Essa nova entrada neste departamento significa um grande
avanço para certos empregos que seriam caracterizados pela sua grande predominância do
sexo masculino, disseminando aos poucos tal ideologia, sendo-as colocadas em diversos
cargos nas Organizações Militares, englobando enorme parte do País em um todo, além de
seu exterior, em busca da igualdade de gênero.

“A maioria encontra-se nos Quartéis-Generais, Organizações Militares de Saúde,


Estabelecimentos de Ensino e órgãos de assessoria do Exército. Elas
desempenham cargos nas mesmas condições dos Oficiais do sexo masculino e
concorrem às promoções em condições de igualdade.
(ouvidoria do Exército Brasileiro)”.

Essa mudança é de frutos de grande insatisfação do sexo feminino por suas ocupações e
faltas de oportunidade, geradas também pelo feminismo1, fazendo uma mudança em suas
posições inseridas pela sociedade e tornando-se indiferente em relação estes cargos, pois
mesmo que a situação esteja crítica ou não, a presença da mulher ainda se torna fundamental,
conseguindo oferecer uma boa liderança no cargo exercido e, também, nas épocas das
Grandes Guerras Mundiais, era preciso
suas presenças nos combates, auxiliando os soldados da época. Várias mulheres inclusive se
disfarçavam de homens para entrar nestas lutas em forma de vingança ou simplesmente por
justiça.
O processo se tornou cada vez mais lento devido a imagem da mulher imposta
ideologicamente, tornando-a com a responsabilidade doméstica e materna, além de suas
características que teriam de ser dóceis e frágeis, com essa nova posição no departamento, fez
com que muito preconceito fosse manifestado sob o sexo feminino, junto dele, a questão
racial.
Poucos registros falam sobre a população negra entrando no mercado de trabalho, junto
das Forças Armadas igualmente, que na maioria das vezes acaba acontecendo descriminações
dependendo de seu setor.

“Negros sofrem três tipos de discriminação no mercado de trabalho: ocupacional, salarial e pela
imagem” (Cleber Santos Vieira, membro da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros
Marcello Casal Jr/Arquivo/Agência Brasil, 2017)

Isso fez com que a situação se dificultasse ainda mais para as mulheres negras, que
além de serem mulheres com uma ideologia imposta, eram vítimas de um sistema localizado
em que sua maioria seria na periferia, resultado aos processos históricos, realizando as
situações ainda mais precárias na região, sem condições de saneamento básico e também sem
estudos e oportunidades, que seriam necessários ao entrar nas forças armadas devido a suas
grandes exigências (feitas especificadamente para o sexo masculino).
Porém, após a década de 80, começaram-se a ter mais a presença feminina neste local de
trabalho, que aos poucos deixaram de ser restritos, deixando que as mulheres pudessem subir
em certos cargos, com a ajuda do EB, a partir de 2017, as mulheres poderiam entrar no cargo
de combatentes, chegando em sargento, por exemplo:

“Mulher Negra, Sargento do Exército Brasileiro fica em primeiro lugar entre 401 alunos da Escola de
Sargentos de Logística” (CULTURARTEEN, 2021)
Sargento Rosa:

Fonte: CULTURARTEEN, 2021

Porém, já havia um pouco mais de história antes disso. Em 1823 Maria Quitéria de
Jesus lutou para o sistema de independência e sua manutenção, junto de uma Unidade Militar,
sendo considerada a primeira mulher ao fazê-lo junto das forças armadas. Apenas após da
Segunda Guerra Mundial que elas oficialmente ingressaram no Exército Brasileiro, junto com
diversas outras mulheres que ajudaram a combater o período neonazista, comandado por
Hitler, assim como as Bruxas da Noite2.

Maria Quitéria de Jesus:


Fonte: Mundo Educação
Ao decorrer da história, muitas coisas foram mudando e chegando ao que conhecemos
atualmente, porém, mesmo que haja registros sobre essas mulheres negras, elas não são
extremamente citadas, na maioria dos registros há muitas mulheres brancas, mas não há uma
igualdade justa na questão racial.

Feminismo1: movimento social e político feito por mulheres desde o século XIX, em busca de mudanças
por direitos civis entre as mulheres e o mundo como um todo referindo-se na importância da emancipação das
mulheres e construções pra uma sociedade mais igualitária.
Bruxas da Noite2: apelido dado as mulheres militares soviéticas pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial
por conta de sua tática utilizada de desligar os motores dos aviões de noite, fazendo com que não notassem as suas
presenças.

PROBLEMA DE PESQUISA

A problematização desta temática é abordar o assunto de forma que deseja-o informar


como tais mulheres tinham como tratamento dentro destes departamentos públicos das Forças
Armadas (FA) e principalmente no Exército Brasileiro (EB), suas relações sociais entre as
demais pessoas desses locais, seus convívios no ambiente e dificuldades. Além de obstáculos
ao chegarem em determinados cargos.

HIPÓTESE(S)

A diferença racial entre as pessoas brancas, negras e pardas são nítidas todos os dias e
discutidas até os dias mais atuais. Na maioria dos aspectos há diferenças tanto econômica em
diversos departamentos públicos quanto sociais, por mais que, de acordo com o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 54% da população no Brasil é negra (no ano
de 2020), ainda haja algum tipo de preconceito sob esses homens e, principalmente mulheres.
“É
preciso estudos e pesquisas inter-relacionadas entre gênero, etnia e classe social, tendo em vista os índices da
pobreza, como relatam os órgãos do governo, que mostrem a situação socioeconômica, a desigualdade social e
a família negra. A mulher negra, na base dessa pirâmide, sofre uma tripla
discriminação”
(Eunice Prudente, professora da USP, 2020)

Além disso, a maioria dessa massa um pouco mais da metade da população brasileira,
não tem a mesma quantidade de desocupação em empregos, igualmente em informalidade do
que os de raça branca, principalmente os que tem mais relação na faixa da pobreza e de
extrema pobreza, na sua maioria morando em locais que sofrem algum tipo de inadequação.
Em 2019 a taxa de ocupação foi reavaliada pelo IBGE e na categoria de pessoas negras o
percentual de ocupações informais1 chegaram à 47,4%, que estão mais investidos em
construções, trabalhos domésticos, entre outros.
“A informalidade para pretos ou pardos é uma característica histórica, que percebemos em todos os
anos da série da Pnad Contínua, que se inicia em 2012 e vai até 2019. É um grupo que requer atenção, é um
grupo mais vulnerável, que não vai poder ter aposentadoria por tempo de serviço, que não tem direito a
licenças remuneradas por afastamento por motivo de saúde ou licença
gestante, então são mais vulneráveis em termos de pessoal ocupado”
(João Hallak, coordenador do SIS, 2020)
Fonte: IBGE
Ademais, a maioria das pessoas negras ou pardas estudam em escolas públicas,
formadas e com seu ensino superior chegando em taxa de 50,3% dos estudantes, enquanto em
universidades e escolas particulares não chegam a chegar a metade desses alunos (46,6%)

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2018

Por essas questões descritivas e por mais outros motivos, incluindo também pela relação
entre o período pós escravocrata do nosso país, gerando preconceito; seria muito comum
pensar que pessoas negras sofreriam algum tipo de discriminação dentro de uma rede pública
como o EB e as Forças Armadas com esses tão poucos requisitos para poder conseguir chegar
em algum setor. Contudo, seria mesmo esse tipo de relação dentro deste ambiente
(discriminação, desigualdade racial, entre outros)? Quais seriam as dificuldades dessas
mulheres dentro desse ambiente? O que fez com que elas chegassem a como estão inseridas
hoje?
Ademais, Leandro Fortes, que fez parte do seminário dos “Negros tem dificuldade de
progredir nas forças armadas” afirma que, por mais que tenham muitos negros nas Forças
Armadas, eles ocupam postos subalternos, para ele, é um mito que a ascensão das Forças
Armadas são democráticas, ou seja, a dificuldade de uma pessoa negra, comparada a uma
branca, consegue ser maior em seus quesitos de posições.
Já o deputado Paul Jungmann, lembrou da origem dos negros na Guerra do Paraguai,
que contribuiu para a formação de uma mentalidade que aos poucos aboliria a escravidão.
Para ele, o desconhecimento do negro nos setores, contribui para a baixa autoestima de tal
população, e que é preciso que se destaque essa parte para a identidade nacional. Com isso, as
dificuldades se tornariam cada vez maiores nos dias atuais?

Ocupações informais1: Trabalhadores que tem todos os outros tipos de ocupação, sem o registro em
carteira assinada. Por exemplo, empregados sem carteira, trabalhador doméstico, conta própria, empregador,
entre outros.

JUSTIFICATIVA

Esta temática deve ser abordada por suas questões sociais e raciais, vendo como o
mundo consegue evoluir em questão de pensamentos ideológicos de uma raça por conta dos
eventos históricos que a tornaram tão oprimida e muito falada na sociedade. É importante
falar sobre tal assunto pois, de acordo com tais eventos, foram-se emancipando cada fez
mais esse pensamento, tornando a Lei do Racismo sendo realmente escrita somente em 5 de
Janeiro de 1989, sendo muito recente ao se notar.

“A Lei 7.716/89, conhecida com Lei do Racismo, pune todo tipo de discriminação ou
preconceito, seja de origem, raça, sexo, cor, idade. Em seu artigo 3º, a lei prevê como conduta ilícita o ato de
impedir ou dificultar que alguém tenha acesso a cargo público, ou seja, promovido, tendo como motivação o
preconceito ou discriminação. Por exemplo, não deixar que uma pessoa assuma determinado cargo por conta
de raça ou gênero. A pena prevista é de 2 a 5 anos de reclusão.”
(OUVIDORIA TJDFT, publicado por ACS, 2021)

Por isso é importante citar todos os acontecimentos após essa lei e se foram ou são
abordados em todos os setores públicos, vendo as situações que a mulher negra entra e se é
tratada indiferentemente, mesmo com esses milhares de eventos
que resultaram em sua maioria, situações precárias. Com isso, observar num lugar que
demanda tanto estudo e restrição em seu desenvolvimento e como uma mulher negra também
pode ser importante para esses locais, não se fazendo de diferente de uma mulher ou homem
brancos por exemplo, se torna fundamental a partir desse processo evolucionário.
A representatividade dessas pessoas é muito importante para aqueles que se
identificam como tal qual, servindo em sua maioria como inspirações para aqueles de todas
as idades, mostrando que após muito estudo e desenvolvimento acadêmico, foi possível
entregar um resultado satisfatório, sendo na Marinha, na Aeronáutica ou no Exército por
exemplo, cada um pôde se desenvolver.
Conseguindo ter consciência sobre isso, aumenta a autoestima da população brasileira como
um todo e principalmente por tal classe diminuindo a desigualdade.

OBJETIVOS

Objetivo Geral:

O objetivo geral dessa pesquisa com tal temática é chegar a informar para os leitores de
acordo com o eu lírico dessa pesquisa, quais são as importâncias benéficas que a mulher
negra pode contribuir neste setor público conhecido como Exército Brasileiro/Forças
Armadas, seus convívios, relações sociais e dificuldades.

Objetivos Específicos:

Os objetivos em específico se tornam explicativos, pois com essa temática a autora


escreverá e analisará com as informações dadas a ela, informando mais como é a situação
dentro do local.
Também, comparar a desigualdade social entre brancos e negros em moradia, condições
básicas e como desenvolve-se seu estudo, destacando suas dificuldades em geral e também,
ao chegar no setor, observando se há algum tipo de discriminação dentro desses lugares, além
dos obstáculos para chegarem em seus quadros.

REVISÃO TEÓRICA
Neste tema, contudo, não tem muitas informações em si, por isso o texto se desenvolve
de maneira geral. Com isso, o método da entrevista foi mais usado, mas ainda foram
encontradas algumas informações:
“A LIDERANÇA DA MULHER DA LINHA COMBATENTE DO EXÉRCITO BRASILEIRO:

DESAFIOS E OPORTUNIDADES, Júlia de Mello Ávila, 2021”.


Mesmo que não cite a mulher negra separadamente e sim com o gênero
feminino em um todo, ajudou muito ao desenvolver a pesquisa ao citar justamente sobre os
desafios e oportunidades das mulheres, junto dos eventos que os proporcionaram.
Esse artigo reflete de forma que como a inserção da mulher nas Forças Armadas é algo
muito recente e do mundo moderno, tanto que apenas depois no século XX, começaram a
serem inseridas nos quadros.
Antes desses ocorridos, Maria Quitéria se vestia de homem para poder lutar pela
manutenção da independência do Brasil, fugindo de casa em busca de voluntários partidários
na Bahia, sendo a primeira mulher ao entrar em uma Unidade Militar. Porém, nas FA, as
mulheres foram ingressadas apenas em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial. Sendo
somente em 1992 que foi ingressado de maneira regular, quando foi admitida a primeira
turma de mulheres na Escola de Administração do Exército (Salvador-BA).
Este artigo cita também, na parte dos desafios, as diferenças biológicas (como as vozes
de comando que é preciso “engrossar a voz” para direcionar um comando, sendo as vozes
femininas naturalmente mais finas, a visão distorcida de aparência, que apenas o homem tem
a imagem de líder por seu grande porte físico e estatura);
personalidade (características diferentes e complementares, sendo a mulher mais bondosa e
generosa e o homem mais decisivo e direto, mas caso fale de uma gestora sendo mais
assertivo e autoritária, é considerada rigorosa, contudo se for um homem, é considerado
normal); e a visão cultural da sociedade em relação a mulher.
Já na parte das oportunidades, mostra os cursos e estágios, participação em operações
de garantia da lei e da ordem e as missões de paz.

Outro artigo: “A trajetória das mulheres no Exército Brasileiro: um caminho para a


igualdade de gênero, Ivan de Freitas Vasconcelos Júnior, 2020.”
Este artigo mostra de como foi a luta das mulheres para poderem chegar a algum tipo de
igualdade de gênero.
O autor cita de forma que a profissão militar foi relacionada a virilidade, fazendo com
que a mulher fosse vista como um corpo estranho nesse meio e que fosse considerada
temporária, sendo, este fator, corroborado por Mathias (2005): “como agentes de conflitos, a
presença da mulher é sempre apresentada pelo seu caráter excepcional, desconsiderando que
sua presença nas frentes de guerra e quartéis pode mudar a natureza mesma da batalha”.
Após a década de 80, as mulheres se ingressavam cada vez mais no Exército, sendo
estabelecido o serviço militar feminino voluntário para médicas, dentistas, farmacêuticas,
veterinárias e enfermeiras em 1996, exercendo apenas funções administrativas, porém, em
2012, o público feminino poderia ingressar na linha bélica do EB.
Neste artigo é citado também, informações das câmaras dos deputados: “Mulheres nas
Forças Armadas brasileiras: situação atual e perspectivas futuras, Vitor Hugo de Araújo
Almeida”, que no artigo cita os gráficos e informações de 2001- 2015.

ALMEIDA, Vítor Hugo de Araújo. Mulheres nas Forças Armadas brasileiras: situação atual e
perspectivas futuras. Brasília: Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados, 2015. 47p.
Outro artigo: “A participação feminina nas Forças Armadas brasileiras e seus Desafios
Contemporâneos, vários autores.”
Este artigo cita que, com as mudanças de nova ordem ao inserir as mulheres, as FA
deveriam, com a estrutura institucional dos Estados, acompanhar os novos contornos e
demandas do contexto para que garanta uma defesa estratégica, fazendo com que a
participação feminina entre em ascensão em meio ao Sistema Internacional atual. Essas
mudanças ocorrem com o período da Guerra Fria, que fez uma distribuição de determinados
papéis independentemente do gênero, para que assim se assegurasse como defesa.
Depois dessa ordem mundial, todos os indivíduos começam a utilizar mulheres também
como meio de estratégia, até mesmo no terrorismo. Por isso, os argumentos de que a mulher
deveria ser frágil e protegida por natureza e por isso não poderiam fazer as atividades
militares de acordo com o seu alto risco, passam a entrar em desuso e a figura masculina
passa a ter menos confirmação nos quesitos de suas funções, resultando com que as Forças
Armadas fossem mais flexíveis, rompendo padrões ideológicos militares e sociais. Onde o
autor afirma que a relação entre os gêneros e os papéis desempenhados por homens e
mulheres dentre a organização militar, deve ser controlada por uma série de mecanismos
institucionais, de forma que se torna responsabilidade do Estado incentivar e manter a
participação indiferente de mulheres nas organizações militares.

Inclusive, foram entrevistadas duas mulheres, uma branca, Caroline Fernanda, 28 anos,
tenente na Força Aérea Brasileira e Gabriela Rosa, negra, 1° tenente no Exército Brasileiro
(cargo de licitações do hospital), que fizeram o mesmo curso, dando depoimentos sobre suas
experiências e opiniões:

Perguntas direcionadas a Caroline Fernanda

(2023): 1- Foi muito difícil de conseguir entrar no Exército?


“Olha, tive que estudar bastante. Como é um concurso público para o Brasil inteiro
muita gente faz a prova e são poucas vagas, então você tem que se dedicar mesmo pra estar
entre os primeiros colocados.”

2- Ainda era possível ver as dificuldades que as mulheres tinham para entrar? “Não, não
tem isso. Todo mundo faz a mesma prova e os mesmos testes no
exército.”

3- Teve muita dificuldade quando você disse que queria tomar este rumo para a sua
vida? (pessoas, estudos, entre outros).
“Um pouco mais do que quando fui pra aeronáutica. O pessoal tem uma visão de que
no exército as coisas são mais difíceis então ficavam me incentivando a ficar na aeronáutica
mesmo. Mas fora isso admiravam a coragem. Hoje eu vejo que não é tão diferente assim, a
dificuldade na profissão é parecida.”

4- Era possível ver muitas mulheres lá? Era possível ver negras também? “Muitas
mulheres, praticamente meio a meio com os homens. Tinha
mulheres negras sim, menos do que as brancas sempre, mas tinha. Esse concurso tem vaga pra
cota racial também em algumas áreas.”

5- Qual você acha a importância das mulheres fazerem parte dos cargos do exército?
“No exército uma mulher em posição de chefia ou de comando tira um pouco da
imagem de fragilidade da gente. Os homens percebem que a gente consegue sim fazer as
mesmas coisas que eles, e conseguimos mesmo. Acho importante também pra que as gerações
mais novas, dos soldados que entram com 18 anos por exemplo, já construírem a imagem de
que a mulher têm capacidade pra estar em qualquer lugar, inclusive exercendo autoridade
sobre eles quando for necessário.
Mas o machismo é bem presente aqui ainda, tem muita gente que dúvida da nossa
capacidade ou trata a mulher no exército de forma diferente, acontece
bastante infelizmente. Aí a gente tem que elevar o nível de excelência pra tentar desfazer essa
visão.”

6- Essas mulheres negras conseguiram se tornar algo maior lá dentro?


Aumentando de cargo
“Todo mundo tem as mesmas oportunidades, a carreira vai avançando e promovendo
todos de maneira igual, não muda nada quem entra ou não por cota racial.”

Perguntas direcionas a Gabriela Rosa (2023):

1- Foi muito difícil de você conseguir entrar no Exército?


“Foi muito difícil sim, principalmente por eu ter sempre estudado em escola pública,
então teve muitas dificuldades na hora de ingressar no concurso, então eu tive que estudar
bastante, muito mesmo”.

2- Teve muitos obstáculos? (estudos, machismo, entre outros)


“O maior obstáculo foi esse né, a concorrência da prova, na época que eu entrei eram
seis vagas para o Brasil que era para a escola de sargentos, e eu estive em uma escola muito
fraca então tive que estudar muito. Estudei dois anos para poder entrar.
Mas, machismo não, não enfrentei, até porque, por eu ter entrado na área da saúde,
era predominantemente mulheres mesmo. Nós eramos 105 pessoas e 10 eram homens.”

3-Quantas negras tinham mais ou menos?


“De negras assim, haviam umas 10, eram a minoria.”

4- Qual você acha a importância das mulheres de servirem nesses setores públicos?
“Acredito que a gente fala muito da isonomia né, então a mulher não carrega a
mesma mochila que o homem, vamos dizer assim, já que é mais difícil para ela carregar, ela
até carrega, mas ela vai ter que fazer muito esforço para carregar o mesmo peso. Na isonomia
é quando você dá pesos nas proporções iguais, por exemplo, se você consegue carregar 50
você carrega 50, mas se a outra pessoa só consegue carregar 40 porque o limite dela é 40,
então eu vou dar 40, eu não vou dar 50, porque eu estaria sendo injusta.
Acho que a mulher contribui muito com a mente, com a sabedoria em algumas
questões, em alguns aspectos sendo mais inteligentes, de inteligência em questão de encontrar
solução para as coisas, de raciocínio, criatividade, mas claro que a gente não tem a mesma
força bruta, então tem homens que acham que a gente, por não ter os mesmos índices, no
sentido de não ocorrer a mesma coisa, a gente não consegue fazer o mesmo número de barras,
o mesmo número de atividade física, que a gente é mais fraca. Mas não, a gente é dentro do
nosso limite e proporção, então acho que a mulher contribui bastante intelectualmente nesse
serviço.”

7- Você já viu alguém sendo preconceituoso lá dentro? Como o racismo com essas
mesmas mulheres negras q você falou?
“Que eu me lembre, não…
O Exército é bastante “meritocrático” ou seja, os melhores colocados são muito bem-
vistos e bem tratados, nunca senti preconceito por eu ser negra, pelo contrário, como por
algumas vezes fiquei entre os primeiros colocados em algumas oportunidades, percebi que o
exército valoriza mais o “resultado” ou até mesmo “suas notas” do que a cor da pele, isso é o
que chamamos de “meritocracia”.

METODOLOGIA
Para o desenvolvimento desse projeto ao alcançar os objetivos propostos, foi escolhido
uma metodologia, no caso a quali-quanti (ou seja, a junção da metodologia qualitativa e
quantitativa), pois além da pesquisa mais descritiva sobre o assunto, englobando dados de
gráficos ao seu desenvolvimento e também com entrevistas, também há a parte subjetiva, que
engloba os sentimentos, emoções e percepções daquelas que foram entrevistadas neste
projeto.

CRONOGRAMA

Atividades Fe M Ab M Ju Jul
v ar r ai n
Definição do Tema e X
Problematização
Levantamento X X
bibliográfico
Coleta de dados X X X X
Tabulação e análise X
dos
dados

REFERÊNCIAS

ÁVILA, Júlia de Mello, A liderança da mulher na linha combatente do Exército


Brasileiro; desafios e oportunidades, Resende, 2021.

Ivan de Freitas Vasconcelos Junior, A trajetória das mulheres no Exército Brasileiro:


um caminho para a igualdade de gênero, Rio Grande do Sul, Brazilian Journal of
Development, 2020. Disponível em:
<https://www.brazilianjournals.com/ojs/index.php/BRJD/article/download/ 15865/13017>.

Agência Câmara, Negros têm dificuldades para progredir nas Forças Armadas,
Regina Celi Assumpção, 2006.

Vários autores, A participação feminina nas Forças Armadas brasileiras e seus


Desafios Contemporâneos. Disponível em:
<https://www.gov.br/defesa/pt-br/arquivos/ensino_e_pesquisa/defesa_academia/
cadn/artigos/xvi_cadn/
aa_participacaoa_femininaa_nasa_forcasa_armadasa_brasileirasa_ea_seusa_desaf
iosa_contemporaneos.pdf>.

Ministério de Defesa, Exército Brasileiro, Mulheres no Exército. Disponível em:


<https://www.eb.mil.br/web/ingresso/duvidas-mais-frequentes/-/asset_publisher/
ckAykoibxYRW/content/mulheres-no-exerci-1#:~:text=A%20maioria%20encontra-se
%20nos,promoções%20em%20condições%20de%20igualdade>.

CULTURARTEEN, Mulher Negra, Sargento do Exército Brasileiro fica em


primeiro lugar entre 401 alunos da Escola de Sargentos de Logística, 2021.
Disponível em: <https://culturarteen.blogspot.com/2020/12/mulher-negra-sargento- do-
exercito.html>.

Ministério de Defesa, Exército Brasileiro, A história da mulher no Exército. Disponível


em: <
https://www.eb.mil.br/web/ingresso/mulheres-no-exercito/-/asset_publisher/
6ssPDvxqEURl/content/a-historia-da-mulher-no-exercito?inh>.
IBGE, Trabalho, renda e moradia: desigualdades entre brancos e pretos ou
pardos persistem no país, Estatísticas Sociais, 2020. Disponível em:
<https://www.google.com/url?
sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwiE8-
Ton6aAAxV9qZUCHbyGBykQFnoECAkQAQ&url=https%3A%2F
%2Fagenciadenoticias.ibge.gov.br%2Fagencia-noticias%2F2012-agencia-de- noticias
%2Fnoticias%2F29433-trabalho-renda-e-moradia-desigualdades-entre- brancos-e-
pretos-ou-pardos-persistem-no-
pais&usg=AOvVaw05xNYi5WZ3V4Tyn47eIeRc&opi=89978449>.

IBGE, DESIGUALDADES SOCIAIS POR COR OU RAÇA NO BRASIL, Matérias


Especiais. Disponível em: <https://www.google.com/url?
sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwiU2c29yqaAAxXXppUCHU
9rCEEQFnoECA8QAw&url=https%3A%2F%2Feduca.ibge.gov.br%2Fjovens
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hid=1690175709958342&opi=89978449>.

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