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Composição, Organização e
Planejamento dos Conselhos de
Direitos da Pessoa Idosa
FICHA TÉCNICA
Elaboração/Desenvolvimento: Consultoria técnico-especializada:
Profa. Dra. Andréia Queiroz Ribeiro Ma. Silvia Maria Magalhães Costa
Universidade Federal de Viçosa (UFV) Pesquisadora do GEGOP
Profa. Dra. Simone Martins (Espaços Deliberativos e Governança Pública)
Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Profa. Dra. Stefania Becattini Vaccaro Prof. Dr. Ivan Beck Ckagnazaroff
Universidade Federal de Lavras (UFLA) Universidade Federal de Minas Gerais
Profa. Dra. Tainá Rodrigues G. Souza Pinto (UFMG)
Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Diagramação:
Revisão de Vernáculo: Ms. Pedro Eni Lourenço Rodrigues
Carlos Henrique Guimarães Ribeiro Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Universidade Federal de Viçosa (UFV) Imagens: www.freepik.com
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Ícones da Apostila
Ao longo da apostila serão apresentados ícones, propostos com o objetivo
de facilitar a compreensão imediata do conteúdo apresentado e, assim,
contribuir para a organização do estudo.
Você vai encontrar pequenas figuras ao lado do texto. Elas têm o objetivo
de chamar a sua atenção para determinados trechos do conteúdo. Cada
uma delas tem uma função específica, como apresentamos a seguir.
TEXTO-DESTAQUE!
São definições, conceitos ou afirmações importantes
às quais você deve estar atento.
SAIBA MAIS!!!
Apresenta links da internet, a partir dos quais você
pode obter vídeos, sites ou artigos relacionados ao
tema,caso queira complementar ou aprofundar o
conteúdo apresentado na apostila.
ATENÇÃO!
Utilizado para chamar atenção sobre a importância
do conteúdo destacado. É um convite a refletir sobre
os aspectos apontados, relacionando-os com a sua
prática profissional e cotidiana.
PARA REFLETIR!
Utilizado como forma de um convite para reflexão
sobre diversos temas abordados nesta apostila e
as suas vivências relacionadas a eles.
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Apresentação
Neste Módulo vamos abordar aspectos relacionados a composição e funcionamento
dos Conselhos Municipais de Direitos da Pessoa Idosa.
Como você já sabe, os Conselhos são inovações na gestão pública e instrumentos de
fortalecimento da democracia. A sua importância aumenta quando pessoas afetadas
diretamente pela ação pública, como as pessoas idosas, são convidadas a participar
de todos os processos de construção e fortalecimento das políticas, podendo auxiliar
na identificação de problemas e de soluções transformadoras, que podem melhorar
a vida de muita gente.
No caso dos Conselhos de Direitos da Pessoa Idosa, podem contribuir para a defesa
dos direitos, proteção das pessoas idosas e para garantir em seu município longevi-
dade com qualidade de vida. Na Figura 1 você irá encontrar os conteúdos que serão
tratados neste Módulo.
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Vídeo de apresentação – de caráter introdutório, deve ser assistido antes da lei-
tura desta apostila;
Aulas narradas – para reforçar o conteúdo do Módulo;
Exercícios de fixação - permite a verificação da aprendizagem
Fórum de Discussão - para trocas de experiências, solicitação de esclarecimentos
adicionais e compartilhamento das boas práticas.
Manuais e Orientações – modelos de documentos e orientações ampliadas.
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Unidade 1
Composição e representações
-
ATENÇÃO!
É válido lembrar que a paridade entre o governo e a sociedade civil deve
ser observada nos processos de preparação, de constituição da comissão
para conduzir os trabalhos de criação do CMDPI, de elaboração do Ante-
projeto de Lei de criação do CMDPI, de constituição da comissão para a
eleição dos primeiros conselheiros e no funcionamento do Conselho.
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Para tanto, os conselheiros devem dispor de informações e capacitações que lhes per-
mitam participar das discussões e tomar decisões com segurança.
Vamos compreender isso melhor ao longo desta Unidade. Antes, uma pergunta:
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Unidade 1 – Composição e representações nos
Conselhos de Direitos da Pessoa Idosa
É importante que cada uma das entidades que serão representadas no CMDPI (públi-
cas ou privadas) atue com ou para a população idosa, como, por exemplo, por meio
da realização de ações, programas, projetos, atividades ou em instituições que pos-
sam atender às demandas desta população.
Cabe destacar que cada O número de entidades que comporão o
entidade (governamental ou CMDPI será definido em Regimento In-
não governamental) deverá terno. Este número dependerá do tama-
nho da população do município e/ou da
indicar duas pessoas para
quantidade de entidades que se dedicam
compor o CMDPI, uma para à temática da pessoa idosa na localidade.
atuar na qualidade de titular O importante é permitir que o Conselho
e outra na de suplente. seja plural em sua composição.
Quanto aos Conselheiros de Direitos da Pessoa Idosa, é fundamental que as pessoas
estejam cientes de que as atuações são voluntárias. Ou seja, não haverá qualquer
remuneração pelo trabalho, sendo a virtude cívica a principal qualidade para assumir
esta destacada função. Um conselheiro que tem virtude cívica é aquele que dispõe de
sentimento de vinculação com a vida pública e com a comunidade. Ele trabalha ori-
entado para o diálogo, buscando alcançar os interesses coletivos.
O mandato dos Conselheiros é definido na sua lei de criação, sendo que o mais co-
mum é ter duração de dois anos, podendo permanecer por dois mandatos consecuti-
vos. Mas, lembre-se, esta não é uma regra. Cada CMDPI poderá adequar o tempo de
mandato à sua realidade.
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Vale lembrar que a garantia de pluralidade da participação da sociedade civil organi-
zada está relacionada com as formas de escolha das suas representações. Dessa ma-
neira, a ampla divulgação do edital é imprescindível. Sobre a importância da ampla
divulgação dos atos dos Conselhos, consulte a Unidade 4 do Módulo 4.
Escolhidas as organizações que representarão a sociedade civil no Conselho Munici-
pal, em sequência, é necessário que estas indiquem os membros titulares e suplentes
que farão parte do Conselho.
A eleição dos representantes da sociedade civil deverá ocorrer pelo menos 30 dias
antes do final do mandato dos atuais conselheiros. Quanto ao processo eleitoral, é
recomendável que seja acompanhado por um representante do Ministério Público,
indicado para este fim.
Saiba Mais!!!
Na Plataforma deste Curso se encontram disponibilizados modelos de
Edital de Chamamento e de Eleição das Representações não governa-
mentais.
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Unidade 1 – Composição e representações nos
Conselhos de Direitos da Pessoa Idosa
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A expectativa é que os Os conselheiros devem possuírem postura ética e
defenderem os interesses públicos e coletivos,
conselheiros estejam
não devendo: atuarem em favorecimento próprio
comprometidos em
ou político-partidário, com objetivo de obtenção
contribuir para o bem de alguma vantagem pessoal ou para o grupo que
comum, nesta atuação representa, ou mesmo por um mero status social
voluntária que requer de conselheiro.
virtudes cívicas das Alguns comprometimentos dos conselheiros tam-
representações. bém são pontos importantes a serem observados.
Como exemplo: assiduidade às reuniões, pois sua
falta (baixa assiduidade) pode “empobrecer” as discussões, uma vez que cada mem-
bro representa algum setor ou grupo que tem relação direta com os interesses da
população idosa.
Vale destacar que os conselheiros trabalham em órgãos públicos, empresas, organi-
zações sem fins lucrativos ou estão envolvidos com seus afazeres diários, e são indi-
cados para desempenharem atividade voluntária. Nesse sentido, a ocupação primor-
dial e remunerada dos conselheiros diz respeito à vinculação de origem. Assim, a pre-
sença e a atuação no CMDI dependem da disponibilidade desses sujeitos, que preci-
sam atender primeiramente às demandas de seus respectivos trabalhos.
Ainda que os Conselheiros sejam portadores de virtudes cívicas e disponham dos co-
nhecimentos desejados, algumas condições precisam ser garantidas para que a atua-
ção deles seja efetiva, com proposições de ações, realização de diagnósticos, fiscali-
zação, acompanhamentos das atividades realizadas pelo poder público e pela socie-
dade em geral.
ATENÇÃO!
Uma das principais condições para atuação efetiva dos conselheiros é
que eles tenham autonomia para promover debate público e transpa-
rente e liberdade para agir.
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Unidade 1 – Composição e representações nos
Conselhos de Direitos da Pessoa Idosa
Uma condição central para a atuação ideal dos conselheiros é a mobilização da soci-
edade. É indispensável contar com o respaldo social e de suas bases representativas.
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A mobilização da sociedade e de segmentos organizados é fundamental para o forta-
lecimento da capacidade de pressão social que garanta força, legitimidade e repre-
sentatividade nas negociações e defesa do que é de interesse público (MARTINS et
al., 2008).
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Unidade 1 – Composição e representações nos
Conselhos de Direitos da Pessoa Idosa
ATENÇÃO!
É importante também que o Conselho tenha recursos humanos disponí-
veis para garantir o apoio administrativo e, até mesmo, para garantir a
gestão e a transferência do conhecimento, visando o fortalecimento e a
continuidade.
Dessa forma, verifica-se a necessidade de que o poder público garanta estrutura téc-
nica, administrativa e financeira para o funcionamento do Conselho Municipal de Di-
reitos da Pessoa Idosa. São fatores que, além de permitir uma atuação efetiva, podem
contribuir para motivar os conselheiros a permanecerem, uma vez que terão condi-
ções e estrutura para realizarem suas ações.
As condições favoráveis à atuação dos conselheiros podem facilitar a participação de-
les nas decisões, contribuindo para discussões mais ricas sobre as dificuldades e ne-
cessidades dos grupos aos quais representam.
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Expectativas de atuação das representa-
ções nos Conselhos Municipais de Direi-
tos da Pessoa Idosa
A representação envolve distintos atores do Estado e da sociedade. Portanto, esses
precisam manter proximidade e interação contínuas com os seus representados.
Para que a representação seja efetiva é fundamental que tenha legitimidade. Para
isso, os representantes devem possuir adequado conhecimento de sua área de atua-
ção e autonomia para a tomada de decisões, como já destacado ao tratar do perfil
desejado para conselheiros de direitos da pessoa idosa.
Os conselheiros/representantes da sociedade civil devem manterem-se sintonizados
com as demais organizações sociais (por intermédio de encontros, reuniões, estudos,
assembleias etc.). Com isso, estarão em sintonia com os anseios e necessidades da
população, tendo a capacidade de propor soluções e tomar decisões frente aos pro-
blemas apresentados ao Conselho.
ATENÇÃO!
Podemos entender que a legitimidade da representação está baseada
em uma relação de mão dupla, que envolve a capacidade do represen-
tante em manifestar e defender interesses coletivos e o reconhecimento
dos seus atos por parte de seus pares.
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Unidade 1 – Composição e representações nos
Conselhos de Direitos da Pessoa Idosa
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Resumindo
Nesta Unidade foi possível observar a importância de garantir o princípio da paridade
para o funcionamento do Conselho. Igualmente, foi verificada a importância em dar
visibilidade ao CMDPI para que a sociedade participe e o fortaleça.
Quanto à composição do CMDPI, percebemos a necessidade de contar com a partici-
pação de organizações públicas e privadas que atuam com ou para a população idosa.
Organizações estas que indicam seus representantes para assumirem a função de
Conselheiros, sendo desejável que estes disponham de virtudes cívicas para a dedica-
ção ao trabalho voluntariado.
Vimos que a representação envolve distintos atores do Estado e da sociedade, e que
nos Conselhos Municipais de Direitos da Pessoa Idosa a representação se dá por meio
de composição paritária entre eles.
Vimos também que os conselheiros devem possuir conduta ética e defender os inte-
resses públicos e coletivos; que devem estar dispostos a serem porta-vozes da defesa
e promoção dos direitos da pessoa idosa, socializando informações e buscando man-
terem-se informados sobre matérias que envolvam a pessoa idosa.
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Unidade 1 – Composição e representações nos
Conselhos de Direitos da Pessoa Idosa
PARA REFLETIR!
Com base em tudo que vimos nesta Unidade do Módulo 3, que tal
pararmos um pouco para refletirmos sobre:
A população idosa do seu município, que é diversa, está represen-
tada no Conselho de Direitos da Pessoa Idosa?
O Conselho de Direitos da Pessoa Idosa é um espaço de maior im-
portância para o exercício da democracia e para a inclusão das pes-
soas idosas nos processos políticos. A população idosa do seu muni-
cípio conhece o Conselho? Está ocupando este espaço?
O que é necessário para fortalecer os Conselhos de Direitos da Pes-
soa Idosa do seu município?
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Unidade 2
Estruturação e Organização
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Em termos de estrutura de um Conselho, é desejável que, além da diretoria, seja
composta minimamente pelo Plenário as Comissões Permanentes e a Secretaria Exe-
cutiva. Vamos compreender cada um deles:
PLENÁRIO: é composto por todas as conselheiras e todos os conselheiros e
pela diretoria (presidente e vice-presidente);
COMISSÕES PERMANENTES: são compostas por membros do plenário e orga-
nizadas com o objetivo de estudar, analisar, opinar e emitir parecer sobre te-
mas específicos, com o objetivo de subsidiar decisões nas plenárias.
SECRETARIA EXECUTIVA: poderá ser composta por servidores públicos indica-
dos pelo governo ou contratados para esta finalidade, que não sejam conse-
lheiros e que possam desenvolver as atividades administrativas e dar apoio
técnico ao Conselho.
Esta é uma estrutura desejável para que os CMDPIs possam atuar de maneira exitosa,
contando com apoio técnico da Secretaria Executiva e com o olhar atento das Comis-
sões Permanentes.
Além das Comissões Permanentes, também podem ser criados Grupos Temáticos,
para temas específicos. Esses, em sua maioria, têm caráter transitório e são formados
a partir de necessidades também transitórias, cuja organização pode seguir, igual-
mente, a proposta indicada para as Comissões Permanentes.
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Unidade 2 – Estruturação e Organização dos
Conselhos Municipais de Direitos da Pessoa Idosa
ATENÇÃO!
A garantia das condições para o bom funcionamento do CMDPI é de
responsabilidade do poder público, responsabilidade esta que deverá
ser assegurada na lei de criação dos Conselhos.
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O CMDPI precisará minimamente de recursos humanos para auxiliar nos trabalhos ro-
tineiros, tais como: atender telefone, registrar demandas; arquivar documentos, den-
tre outras. Precisará também de recursos materiais e de infraestrutura, pelo menos de
uma sala com equipamentos e um espaço para as reuniões plenárias periódicas.
Lembre-se que o CMDPI é um espaço democrático e que embora seja formado por
representações com direito a voto e voz, deve ser aberto à participação de toda a
sociedade.
Portanto, é recomendável que as reuniões plenárias periódicas ocorram em espaços
de fácil acesso e com capacidade para acolher as pessoas que desejam acompanhar
os trabalhos do Conselho. Essa é uma maneira de dar visibilidade ao Conselho e de
torná-lo legítimo.
Além disso, considerando que são muitos os efeitos esperados para um Conselho de
Direitos da Pessoa Idosa em funcionamento, é muito importante que seja realizado o
planejamento das ações.
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Unidade 2 – Estruturação e Organização dos
Conselhos Municipais de Direitos da Pessoa Idosa
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O ato e o hábito de planejar são relevantes para que os conselheiros possam se orga-
nizar nas diferentes funções que assumem, traçar as suas metas, identificar os apoios
e recursos necessários, e dar melhores respostas à sociedade representada.
Para um bom planejamento nos Conselhos seria interessante observar algumas fases,
como as dispostas no Quadro 1.
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Unidade 2 – Estruturação e Organização dos
Conselhos Municipais de Direitos da Pessoa Idosa
Para ter uma visão ampla da situação da população idosa no município, faz-se neces-
sário escutar esta população e compreender o que ela pensa sobre os bens e serviços
públicos, como vive na sua cidade, e o que espera que seja realizado com ações para
a sua proteção e garantia dos seus direitos.
São muitas as dimensões de análise que podem ser contempladas no diagnóstico si-
tuacional da população idosa, tais como: moradia; transporte; saúde, educação; am-
biente físico e outras. Todas elas permitindo compreender como esta população ava-
lia as condições da cidade onde vive, os bens públicos e os serviços a ela prestados.
Além de dar voz à população idosa, é uma maneira de identificar quais são as ações
projetos e programas para a pessoa idosa realizadas pelos gestores municipais. So-
mente com este olhar amplo, será possível elencar as prioridades de ações que deve-
rão ser executadas pelo Conselho.
Saiba Mais!!!
Você sabia que o Guia 3 da Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa é
um significante instrumento orientador para a elaboração do Diagnós-
tico Situacional da População Idosa? Este Guia está disponível na Biblio-
teca Virtual deste curso. Acesse e coloque em prática!
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Em termos de execução, uma vez definidas as prioridades de ação, deve-se estabele-
cer objetivos de metas a serem alcançadas. O ideal é que sejam definidos também os
indicadores que facilitarão o acompanhamento e a identificação dos resultados alcan-
çados por meio das ações do Conselho.
A título de exemplo, podemos imaginar que foi estabelecido no planejamento do Con-
selho que serão realizadas duas visitas por mês para fiscalização às Instituições de
Longa Permanência para Pessoas Idosas do município. Neste caso, um indicador é o
número de visitas e o número de relatórios a serem produzidos.
Os indicadores podem estar relacionados, também, com:
• Número de reuniões dos Conselhos;
• Número de reuniões das comissões permanentes;
• Análise e elaboração de Relatório do Disque 100;
• Elaboração de diagnósticos situacionais da pessoa idosa;
• Realização de palestras para públicos externos;
• Número de ações de fiscalização;
• Realização de ações referentes a projetos;
• Realização de eventos;
• Visitas às Instituições que trabalham com ou para a população idosa;
• Captação de recursos via Fundos Especiais, dentre outras.
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Unidade 2 – Estruturação e Organização dos
Conselhos Municipais de Direitos da Pessoa Idosa
Também deverão constar as ações contínuas, como, por exemplo, o controle sobre
as contas públicas do município. Embora não seja possível associar a um indicador, o
resultado é algo precioso a ser informado durante as reuniões plenárias e para as
entidades e pessoas representadas no Conselho.
O que foi destacado é a necessidade de se estabelecer formas de possibilitar o acom-
panhamento no que se refere ao exercício do controle social, sendo este um papel do
Conselho. Também, possibilitar o acompanhamento por parte das pessoas represen-
tadas no Conselho, neste caso, sobre as ações do próprio Conselho.
Neste sentido, dar publicidade ao planejamento é algo relevante. Isso pode ser viabi-
lizado por meio de um cronograma de ações para o acompanhamento amplo.
ATENÇÃO!
Compreendendo a importância do planejamento para a atuação dos
Conselheiros, foi desenvolvido um modelo que se encontra disponibili-
zado na Plataforma deste Curso. Não deixe de acessá-lo!
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para a renovação em sua composição e, de forma geral, para o fortalecimento deste
importante espaço democrático.
ATENÇÃO!
O Conselho é um espaço para ações coletivas, construções que contam
com colaboração e priorizam dar protagonismo à pessoa idosa.
Resumindo
Com a Unidade 2 deste Módulo foi possível pensar na preparação do CMDPI para
funcionar bem, o que requer recursos humanos e materiais, que devem ser garanti-
dos pelo Poder Público. Foi possível também compreender as possibilidades de estru-
tura e organização.
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Unidade 2 – Estruturação e Organização dos
Conselhos Municipais de Direitos da Pessoa Idosa
PARA REFLETIR!
Vimos que o planejamento é fundamental para a ação do Conselho.
Também que o protagonismo da população idosa é essencial para a rea-
lização do diagnóstico que, por sua vez, será a base para elaboração do
planejamento. Assim,
• Os conselheiros de direitos da pessoa idosa conhecem a realidade da
população idosa do seu município?
• Eles estão preparados para defender os direitos desta população?
• O planejamento é uma ferramenta utilizada pelo Conselho de Direi-
tos da Pessoa Idosa?
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Unidade 3
Deliberação nos Conselhos
-
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Quais seriam estes princípios democráticos?
Vamos tratar aqui de três princípios sem os quais não será possível qualificar as delibe-
rações nos Conselhos: Liberdade; Igualdade; e Publicidade. Vejamos cada um deles.
Em se tratando do princípio da liberdade, significa que no Conselho é necessário ga-
rantir a liberdade de expressão. Os conselheiros devem ter garantido o seu direito a
todo tipo de manifestação e a sua opinião deve ser respeitada.
Manter o respeito mútuo é uma condição essencial para o princípio da liberdade. É
importante ter em mente que o CMDPI reunirá pessoas com opiniões diferentes em
relação a um único problema ou tema. Mas também vamos lembrar que todos estão
ocupando este lugar buscando colaborar com os objetivos do CMDPI e dar proteção
à população idosa.
Dessa forma, é necessário praticar nos Conselhos a “escuta” em relação aos próprios
conselheiros, sejam eles representantes do poder público ou da sociedade civil orga-
nizada, e da população idosa ali representada.
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Unidade 3 - Deliberação nos Conselhos
de Direitos da Pessoa Idosa
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Requisitos para uma
deliberação de qualidade
Quando pensamos em uma deliberação de qualidade, cientes de que ser deliberativo
atribui ao CMDPI o caráter vinculante, ou seja, o poder de influenciar os processos
políticos e administrativos a partir de decisões orientadas, pautadas em diálogos e
discussões, destacamos alguns requisitos. São eles: Escutar; Explicar; Responder; e
Acompanhar.
Escutar é um requisito valioso
para um Conselho que é formado
por representações, como é o
caso do CMDPI. Significa estar
aberto para acolher as demandas
apresentadas pela sociedade, pe-
las instituições que trabalham
com ou para a pessoa idosa, pelo
poder público e demais pessoas
que demonstrem interesse em co-
laborar com a temática da pessoa
idosa.
Durante os processos deliberativos que ocorrem no CMDPI, precedidos por debates
e trocas de informações entre os conselheiros, é muito importante que este requisito,
“escutar”, seja observado. Seja para ouvir as instruções da mesa diretora, quanto às
pautas do dia, ou os informes e as livres manifestações dos conselheiros.
ATENÇÃO!
O CMDPI é um espaço democrático e de acomodação das diferenças,
portanto, temos que estar preparados para escutar as opiniões que se
assemelham às nossas e as opiniões contrárias, mantendo sempre o res-
peito.
A mesma observação vale para o segundo requisito, explicar. É desejável que seja
explicado aos participantes o seu papel, além das expectativas e as possibilidades de
atuação. Embora contempladas no Regimento Interno as orientações para atuação
do conselheiro, é sempre bom que haja explicação para cada novo participante (con-
selheiro).
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Unidade 3 - Deliberação nos Conselhos
de Direitos da Pessoa Idosa
ATENÇÃO!
É importante lembrar que embora o CMDPI possa decidir e exigir que o
poder público considere as suas decisões e as incorpore nos seus proces-
sos políticos administrativos, o Conselho não é uma instituição com fun-
ção executora (a qual compete ao Poder Executivo) e não é instituição
com função legisladora (a qual compete ao Poder Legislativo).
Isso significa que não basta tomar decisões no Conselho, é preciso que estas decisões
sejam monitoradas para garantir a incorporação delas, nas agendas públicas.
Ainda que seja desejável que todas as decisões do CMDPI sejam incorporadas aos
processos políticos e administrativos, é relevante também que os conselheiros te-
nham clareza que muitas vezes o governo poderá estar diante de demandas ilimitadas
e dispor de recursos finitos para atendê-las. Isso exigirá muito diálogo entre os repre-
sentantes governamentais e não governamentais para definir as prioridades das
ações em cada município.
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Encaminhamentos e registros das
deliberações nos Conselhos
Os processos deliberativos nos Conselhos de Direitos da Pessoa Idosa acontecem es-
sencialmente nas reuniões Plenárias. Isso, porque é na Plenária que as decisões pode-
rão ser tomadas de forma democrática, informada e com ampla participação dos con-
selheiros (com direito a voz e voto) e demais pessoas interessadas (com direito a voz).
O processo deliberativo que se realiza nas Plenárias dos Conselhos inicia com o con-
vite para a reunião, que normalmente ocorre uma vez a cada mês. Este convite deve
ser enviado para todos os conselheiros e deve ser publicizado. Esta é uma forma de
o Conselho garantir transparência no exercício de suas funções e informar a socie-
dade sobre o trabalho em desenvolvimento.
Em se tratando da reunião plenária, outros cuidados devem ser tomados, dentre eles:
Pauta de Reunião; Ata da Reunião; e Encaminhamentos da Reunião.
No que se refere à pauta, é recomendável que ela contemple informes e outros assun-
tos que os conselheiros queiram apresentar ao final da reunião plenária. Igualmente
essencial que seja dada publicidade, para que todos os interessados participem.
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Unidade 3 - Deliberação nos Conselhos
de Direitos da Pessoa Idosa
Quanto aos itens de pauta, é recomendável que sejam incorporados assuntos rele-
vantes para o processo de deliberação, assuntos que dizem respeito às competências
do Conselho, como:
• Ações de formalidades;
• Planejamento das ações do Conselho;
• Apresentação de projetos voltados para pessoas idosas;
• Proposições para as políticas das pessoas idosas;
• Avaliações da prestação de contas referentes das ações governamentais;
• Avaliações quanto aos resultados da atuação do Conselho;
• Autoavaliação da atuação do Conselho;
• Aprovação do orçamento público;
• Planejamento das Conferências Municipais;
• Plano de aplicação dos recursos do Conselho;
• Gestão do Fundo do Idoso;
• Denúncias acolhidas no Conselho;
• Ações de fiscalização de entidades que trabalham com a população idosa;
• Organização de atividades comemorativas;
• Outras.
ATENÇÃO!
Devem ser claras quais são as competências do CMDPI, que precisam
estar informadas no Regimento Interno.
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Para este último caso, a decisão do Conselho poderá necessitar da elaboração de do-
cumentos, como os apresentados no Quadro 2.
Documento Definição
São atos administrativos normativos expedidos por um colegiado com
competência deliberativa, como do CMDPI, para disciplinar matéria de
Resolução sua competência. Elas devem ser homologadas pela autoridade
competente à qual o Conselho se encontra vinculada.
Recomendação é ato normativo expedido por órgão colegiado com
competência consultiva. Por isso, tem menor peso normativo que a
Recomendação Resolução. Podem ser assinadas pelo presidente do Colegiado ou pelo
conjunto de seus membros.
É uma proposta apresentada ao colegiado do CMDPI, por qualquer um
Moção de seus membros, como forma de manifestar apoio, solidariedade,
repúdio ou desconfiança em relação a um fato de interesse comum.
Fonte: Elaboração própria.
Vamos compreender um pouco melhor cada uma das opções de formalização da de-
cisão do CMDPI, constante no Quadro 2.
Das Resoluções
A Resolução é ato geral, de caráter normativo, utilizado pelos Conselhos para unificar
as suas deliberações. As resoluções devem ser homologadas pela autoridade máxima
da Secretaria a qual o Conselho é vinculado e deve ser publicada no Diário Oficial do
Município, no prazo máximo de quinze dias após a sua aprovação.
Uma vez homologada, considera-se que o Poder Público acatou a decisão do CMDPI
e que esta decisão estará vinculada às decisões do governo municipal, ou seja, as in-
fluenciará. O silêncio por parte do governo municipal sobre a Resolução leva a sua
aprovação de forma automática.
Vale lembrar que o Poder Executivo poderá realizar o veto ao conteúdo da Resolu-
ção, desde que de forma justificada. Uma vez vetado o conteúdo, a Resolução deverá
ser devolvida ao Pleno para sua deliberação. Após análise das justificativas do veto,
por falta de fundamentação ou inadequação, o Conselho poderá derrubá-lo, desde
que o quórum seja composto por maioria qualificada.
No caso de derrubada do veto, a Resolução será homologada automaticamente, de-
vendo ser publicada no Diário Oficial. Caso não obtenha os votos necessários, o veto
persistirá.
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Unidade 3 - Deliberação nos Conselhos
de Direitos da Pessoa Idosa
Das Recomendações
A Recomendação é uma sugestão, advertência ou aviso a respeito do conteúdo ou
forma de execução de políticas e estratégias setoriais ou sobre a conveniência ou
oportunidade de se adotar determinada providência.
As Recomendações devem ser adotadas sobre tema ou assuntos específicos que não
sejam habitualmente de responsabilidade direta do Conselho, mas que são relevantes
e necessários, dirigidos a sujeitos institucionais de quem se espera ou se solicita de-
terminada conduta ou providência.
Das Moções
Moção é uma proposta apresentada em uma assembleia deliberativa por um dos seus
membros. A moção é uma forma de manifestar aprovação, reconhecimento ou repú-
dio a respeito de determinado assunto, ou fato. Toda moção deve ser submetida ao
Pleno para discussão e deliberação.
Embora, o conteúdo da moção não seja normativo é necessário dar publicidade. Con-
tudo, não há exigência de ser em diário oficial.
40
ATENÇÃO!
Cada um dos documentos de formalização das deliberações do Conse-
lho serve para uma finalidade específica, podendo ser utilizado mais de
um, simultaneamente em alguns casos. Para todos eles foram desenvol-
vidos modelos que se encontram disponibilizados na Plataforma deste
Curso.
É crucial que após os encaminhamentos para os gestores públicos locais, que o Con-
selho acompanhe os processos junto ao governo.
Como é de seu conhecimento, o poder público está obrigado a agir orientado por leis
e só poderá (e deverá) agir conforme o que estiver determinado em lei.
Para permitir que o CMDPI, demais Conselhos ou instituições participativas e qual-
quer cidadão possa exercer o controle social, o Poder Público deverá dar publicidade
a todas as suas ações, agir conforme determina as leis de Responsabilidade Fiscal e
Lei da Transparência Pública (Estas leis estão disponíveis na Biblioteca virtual).
Assim, o direito de realizar o acompanhamento das ações governamentais está ga-
rantido. O monitoramento do CMDPI sobre o governo municipal será fundamental
para compreender os resultados das suas deliberações e exercer o controle ex post,
ou seja, após as tomadas de decisão.
Resumindo
Com esta Unidade foi possível compreender o que é uma deliberação, os princípios e
orientações para uma deliberação de qualidade e a importância da realização do
acompanhamento das decisões antes, durante e após as deliberações.
Vimos nesta Unidade que não basta dispor das condições materiais ideais no Conselho,
que é necessário também garantir processos deliberativos de qualidade, fundamenta-
dos em princípios democráticos, como os de Liberdade, Igualdade e Publicidade.
Compreendemos que alguns requisitos são fundamentais para qualificar a delibera-
ção, que dizem respeito à capacidade de o Conselho “Escutar”, “Explicar”, “Respon-
der” e “Acompanhar” as suas próprias ações e as ações do governo.
Compreendemos, ainda, que os processos deliberativos podem resultar em diversas
decisões, a depender das atribuições contidas no Regimento Interno do Conselho, e
que muitas delas podem e devem ser formalizadas.
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Unidade 3 - Deliberação nos Conselhos
de Direitos da Pessoa Idosa
PARA REFLETIR!
Chegamos ao final de mais uma Unidade. Vamos refletir um pouco
mais? Vimos o quanto é importante que as deliberações nos Conselhos
sejam de qualidade. Assim,
• Como você avalia os processos de deliberação no Conselho de Direi-
tos da Pessoa Idosa em seu município?
• Acredita que pode ser melhorado?
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Referências
ANHUCCI, V.; SUGUIHIRO, V. L. T. Os Conselhos de Direitos: do Ideal à sua Efetividade.
Serviço Social em Revista, Londrina, v.10, n. 2, p. 1-1, 2008.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº
8.842, de 04 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o
Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. Brasília, DF, p. 77, 05 jan. 1994.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8842.htm. Acesso em: 05
maio 2021.
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SERAFIM, L. Observatório dos Direitos do Cidadão/Equipe de Participação Cidadã
Instituto Pólis, 2008. Disponível em:. Acesso em: 04 Abr. 2017.
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