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CONTESTAÇÃO
CONTESTAÇÃO
CAMAÇARI - BA
Processo nº XXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX
CONTESTAÇÃO
1. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
O art. 335, I do CPC prevê o prazo de 15 dias para contestar a contar da data da audiência
de conciliação. A audiência ocorreu no dia XX/XX/XXXX, data do início da contagem do prazo,
sendo seu prazo final o dia XX/XX/XXXX.
Importante aduzir que a Autora alega que os bens mencionados foram conquistados por
esforço comum do casal durante a convivência de ambos em união estável, contudo, essa união
nunca existiu e, por consequência disso, os bens citados não devem ser partilhados, tendo em
vista que foram comprados pela Requerida.
Assim, o demandado requer a alteração do valor da causa, tendo em vista que os bens
não integram a demandada apresentada e dessa forma, o valor da causa deve ser modificado
para o montante de R$00,00 ().
Neste contexto, a parte autora não conseguiu apresentar evidências sólidas e suficientes
para sustentar a sua alegação de insuficiência financeira, e, portanto, não cumpriu os requisitos
estabelecidos pela legislação e pela Constituição para a obtenção desse benefício. Portanto,
requer-se o indeferimento do pedido de justiça gratuita, e a condenação da Requerente ao
pagamento das custas processuais, em conformidade com a lei.
5. DA REVOGAÇÃO DA TUTELA
Compulsando os autos, é possível constatar que fora deferido o pedido liminar para
permitir que a Autora pedisse para repartir os bens igualmente deixado pela requerida até a
solução do processo, ante a verossimilhança das alegações.
No entanto, a mencionada liminar deverá ser revogada, uma vez que, conforme
extensamente suscitado e comprovado nos autos, a Autora e a requerida não possuíam união
estável comprovada.
Desse modo, tendo em vista que não está comprovado nos autos a existência de união
estável e ante a notória má-fé da Autora ao tentar esconder fatos necessários, a fim de induzir
o juízo ao erro para conceder a tutela antecipada para o partilhamento do imóvel, de rigor a
imediata revogação da tutela concedida.
A requerente postula a dissolução da União Estável que alega ter mantido com a
requerida, argumentando que a convivência teve início no mês de outubro de 2012, quando
passaram a morar juntas.
Sustenta ainda que adquiriram em comum acordo um imóvel no valor de R$ 290.000
(duzentos e noventa mil reais), bem como a mobília do imóvel no valor de R$ 60.000 (sessenta
mil reais) e um automóvel avaliado em R$ 35.000 (trinta e cinco mil reais).
A requerente argumenta que, devido à suposta união estável e acordo mútuo, a partilha
desses bens deve ser feita de forma igualitária.
Tais pretensões, todavia, não podem prosperar, como diante será provado nos autos.
8. DO MÉRITO
A Constituição Federal reconhece, no artigo 226, § 3º, a união estável entre o homem e a
mulher como entidade familiar, reconhecendo o seu status de núcleo familiar e equiparando
este instituto ao do casamento civil e digna de proteção do Estado.
Da mesma forma, o Código Civil, no artigo 1.723, “caput” reconhece como entidade
familiar a união estável entre homem e mulher, estabelecendo, para esse fim, certos requisitos
para a sua constituição, quais sejam, a convivência pública, contínua e duradoura estabelecida
com o objetivo de constituição de família.
Ainda, traz o r. Acórdão proferido nos autos do recurso de Apelação N.° XXXXX-
12.2012.8.26.0322, o seguinte entendimento:
Portanto, no exame minucioso deste caso, torna-se notável a ausência dos requisitos
fundamentais necessários para a caracterização de uma união estável. Essa lacuna deve-se ao
fato de que, em nenhum momento, a requerente conseguiu demonstrar de maneira
convincente que as partes agiam como se casadas fossem, ou que tinham intenções claras e
palpáveis de estabelecer uma família em comum.
Importante ressaltar que, em uma ação dessa natureza, cabia à requerente o ônus de
provar a existência da união estável, conforme dispõe o artigo 373 do Código de Processo Civil
de 2015. No entanto, mesmo diante desse ônus, a requerente falhou em apresentar provas que
corroborassem sua alegação.
Dado que a requerente não trouxe à tona qualquer evidência ou documentação que
comprove sua contribuição financeira ou de outra natureza para a aquisição dos bens em
questão, não há fundamento legal para pleitear uma divisão igualitária dos mesmos. A ausência
de prova de contribuição em relação à aquisição dos bens em nome da requerida fortalece a
alegação de que a requerente não tem direito a 50% dos mesmos.
9. DOS PEDIDOS
a) Seja deferida a justiça gratuita em favor do Requerido, nos termos do artigo 98, “caput” e §
1º do CPC, por este não ter condições de arcar com as custas do processo sem que haja prejuízo
do seu próprio sustento ou de sua família;
b) Seja indeferido o pedido de reconhecimento da União Estável, conforme argumentos
colacionados, indeferindo-se, assim, a partilha dos bens mencionados pela parte Autora. Caso
seja reconhecida a constituição da união estável, o que não se espera, que não se considerem
os bens mencionados, posto que não tiveram provas suficientes por parte do Requerido;
c) A procedência total desta contestação, pelos fatos acima aduzidos, indeferindo-se todos os
pedidos autorais;
d) Seja condenada a parte contrária ao pagamento das custas processuais, bem como dos
honorários advocatícios em todas as fases do processo, quer seja primeira instância ou na fase
recursal, no percentual de 20% (vinte por cento) sobre o valor total da condenação, nos termos
do artigo 85, “caput” e parágrafos 1º e 2º do Código de Processo Civil.
Termos em que,
Pede juntada e Deferimento.
DIMAS SAMUEL
ISABELA PEREIRA
MAIARA CARVALHO
MALENA SUZART
SAMARA PINHEIRO