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Revista Psicologia e Saúde 42

Exercício Físico, Atividade Física e os Benefícios Sobre a Memória de


Idosos
Physical Exercise, Physical Activity and the Benefits of the Memory of Elderlys
Ejercicio Físico, Actividad Física y los Beneficios sobre la Memoria de Anciano
Helder Chiari
Marco Túlio de Mello
Patricia Rezeak
Hanna Karen M. Antunes1
Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP

Resumo
Tem sido proposto que a atividade física e exercícios físicos seriam um meio eficiente e de baixo custo para a
prevenção dos déficits cognitivos vistos no processo de envelhecimento. Nesse contexto, a atual revisão objetiva
avaliar as evidências dos benefícios da atividade física e dos exercícios físicos sobre a memória de idosos. Foram
acessados artigos que analisaram os efeitos de um estilo de vida ativo sobre a memória, bem como a resposta
aguda e crônica da memória aos exercícios aeróbios e resistidos, as comparações dos efeitos destas modalidades de
exercícios sobre a cognição e as diferentes combinações dos componentes do exercício sobre a memória. Conclui-
se que existem fortes evidências de que a atividade física e os exercícios promovem benefícios à memória, porém
ainda existem lacunas no conhecimento.
Palavras chave: atividade física; exercício físico; memória; cognição; envelhecimento.

Abstract
Has been proposed that physical activity and physical exercise can promove an effective means with low cost for the
prevention of cognitive deficits in the ageing process. In this context, the current review aim to assess the evidences
of benefits from physical activity and exercise to aging memory. Were accessed studies that examine the effects of
an active lifestyle on memory as well as the acute and chronic, aerobic and resistance exercise on memory’s answer,
the effects’ comparisons of these exercises modalities on cognition and the different combinations of exercise
components on the memory. Concluded that there is compelling evidence that physical activity and exercises
promoting benefits to memory but there are many gaps in knowledge.
Key Words: physical activity, physical exercise, memory, cognition, ageing.

Resumen
Ha sido propuesto que la actividad física y los ejercicios físicos serían eficientes y de bajo costo en al prevención
de los déficits cognoscitivos observados en el proceso de envejecimiento. En este contexto, la presente revisión
tiene como objetivo evaluar pruebas de las ventajas de la actividad física y de los ejercicios físicos en la memoria
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de ancianos. Han sido revisados artículos que han analizado los efectos de un estilo de vida activo en la memoria,
así como la respuesta aguda y crónica de la memoria a los ejercicios aeróbicos y de resistencia, las comparaciones
de los efectos de estas clases de ejercicios en la cognición y las diferentes combinaciones de los ejercicios sobre la
memoria. Se ha concluido que ha fuertes evidencias de que la actividad física y los ejercicios promueven beneficios
a la memoria, sin embargo todavía hay vacíos en el conocimiento.
Palabras clave: actividad física; ejercicio físico; memoria; cognición; envejeciéndo.

Introdução observadas (Peters, 2006).


Individualmente, o declínio cognitivo tem um
Mesmo na ausência de patologias predisponentes, o impacto relevante sobre a qualidade de vida e está
declínio das funções cognitivas são uma conseqüência associado com um risco mais elevado para as limitações
normal no processo de envelhecimento. Embora essas funcionais e dependência de terceiros. Coletivamente,
alterações cognitivas possam variar entre indivíduos pode estar envolvido com a ocorrência de quadros
quanto a sua intensidade e domínios cognitivos mais demenciais e o aumento dos índices epidemiológicos
comprometidos, elas podem ser detectadas mais desta patologia que sabidamente onera os sistemas
objetivamente a partir da 5a década de vida, quando de saúde. Desta forma, acredita-se que intervenções
alterações cerebrais nas células nervosas, vasculatura, eficazes para impedir ou retardar a taxa do declínio
morfologia e nos neurotransmissores podem ser cognitivo beneficiariam extremamente o indivíduo e
a sociedade (Van Uffelen, Chin A Paw, Hopman-Rock
1 Endereço para Correspondência: R. Marselhesa, 535 Vila & Van Mechelen, 2008).
Clementino São Paulo- SP - 04020-060
e-mail: hanna.karen@unifesp.br Dentre as queixas subjetivas de declínio

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cognitivo mais comum em idosos encontram-se o exercício no aumento do Brain-derived neurotrophic


comprometimento da memória (Craik et al., 2007). A factor (BDNF), um fator neurotrófico que participa
memória refere-se ao processo complexo pelo qual o da transmissão, modulação e plasticidade neuronal
indivíduo codifica, armazena e recupera informações (Ferris, Willians & Shen, 2007). Esses fenômenos
e conhecimentos. A codificação está relacionada vêm rendendo à atividade física (ATF) e aos exercícios
com o processamento da informação enquanto que físicos um papel na prevenção e tratamento dos déficits
a consolidação envolve o processo de fortalecimento cognitivos progressivos observados no processo de
das representações já armazenadas. Mas para a envelhecimento (Peters, 2006).
memória ser útil, o indivíduo deve ser capaz de Essa revisão objetiva analisar a efetividade dos
recuperar a informação quando esta for necessária benefícios da ATF e exercícios físicos sobre a memória
(Banich, 2004). idosos e analisar se já é possível estabelecer diretrizes
A memória não é um sistema unitário, mas para a elaboração de programas de tratamento/
consiste de uma variedade de formas diferentes, cada treinamento com vistas à memória.
uma mediada por diferentes componentes que são A pesquisa foi feita nas bases de dados Pubmed,
por sua vez mediados por diferentes mecanismos Science Direct, Cochrane, Ebsco Host, Ingenta
neurais (Moscovitch, 2004). Uma forma de classificar Connect e Scopus. A busca da literatura foi conduzida
a memória é pelo seu tempo de duração. Assim a utilizando a seguinte combinação de palavras-chave:
memória imediata, ou de curto prazo, é caracterizada cognição, memória, exercício ou atividade física.
pela capacidade de usar imediatamente a informação Foram selecionados apenas artigos na língua inglesa
aferente apresentada tendendo a ser perdida depois de publicados entre 1970 e maio de 2009.
decorridos alguns segundos do estímulo; a memória
recente, cujas informações estão armazenas há algumas Estudos prospectivos
horas ou dias; e a remota, aquela que se consolidou há Estilos de vida mais fisicamente ativos parecem
semanas, meses ou anos (Rosat, Chaves, Ribeiro & trazer benefícios à memória de idosos saudáveis ou
Izquierdo, 1990). Este último tipo de memória pode ser portadores de patologias que acometem o sistema
armazenado por tempo indeterminado e é regida pela cognitivo (Wiles, Haase, Gallacher, Lawlor & Lewis,
freqüência de repetição do evento e pela capacidade 2007). Estudos prospectivos demonstram que esses
de armazenamento e retenção de informações inerente benefícios podem estar relacionados aos efeitos
a cada individuo (Gleitman, 2002). da atividade física sobre o sistema cardiovascular
Ainda não há consenso quanto aos mecanismos (Barnes, Yaffe, Satariano & Tager, 2003) ou mesmo
de consolidação da memória. No entanto, já está com fatores genéticos e ambientais (Johnson, Deary,
estabelecido que esse processo é modulado pela ação McGue & Christensen, 2009).
de fibras excitatórias glutamatérgicas e colinérgicas Entre os anos de 1980 e 2001, Verghese et al.
e de fibras inibitórias gabaérgicas que agem sobre (2003), acompanharam a freqüência em atividades
a amígdala, o hipocampo, o septo medial e o córtex físicas e de lazer em idosos com idade igual ou
entorrinal, áreas que estão envolvidas na consolidação, superior a 75 anos e demonstraram que àqueles
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armazenamento e evocação da memória (Izquierdo com maior participação em atividades recreacionais


& Medina, 1993). Sabe-se que o sono tem um e físicas apresentavam menores probabilidades de
papel fundamental neste processo, fato que se apóia desenvolverem processos demenciais, fato creditado
justamente no fenômeno de que as experiências às atividades recreacionais, uma vez, que apesar dos
vividas não se fixam instantaneamente, mas sofrem benefícios da ATF na promoção da saúde física serem
influências neuromodulatórias por várias horas após a evidentes, sua proteção contra a demência ainda era
aquisição e exigem síntese protéica para se tornarem incerta.
memórias de longo prazo (Guzowski et al., 2000) Estudos conduzidos com metodologia similar
Notadamente, alguns hormônios que observaram que um estilo de vida ativo diminui os
desempenham um importante papel na regulação da efeitos deletérios do declínio cognitivo. Larson et al.
memória também promovem função adaptadora do (2006) acompanharam a freqüência de ATF de 1.740
organismo às condições estressantes provocadas pelo voluntários com 65 anos ou mais durante nove anos.
exercício físico. Dentre estes hormônios encontram- Apesar deste estudo ter avaliado apenas a freqüência
se àqueles que se relacionam ao sistema nervoso da ATF e não ter medidas adequadas da intensidade
simpático e às glândulas adrenais, sugerindo que o das mesmas, os resultados revelam que pessoas
exercício possa influenciar esse processo (Mazzeo, que se exercitavam três vezes por semana ou mais ,
1991), porém, ainda não há consenso quanto aos comparadas com aquelas que se exercitavam menos
mecanismos envolvidos nesse evento. Entre as de três vezes por semana, apresentavam menores
hipóteses encontram-se (i) o aumento dos níveis incidência de demência. Resultados semelhantes já
plasmáticos de cálcio que através de um sistema haviam sido encontrados antes por Weuve et al. (2004),
calmodulina-dependente regularia várias funções do quando 18.766 enfermeiras foram acompanhadas entre
cérebro (Sutoo & Akiyama, 2003) e (ii) o efeito do os anos 1995 e 2001. O objetivo do acompanhamento

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era relacionar as ATF, como caminhadas e atividades e demonstraram que os melhores desempenhos nas
de baixa intensidade (alongamentos e yoga, por tarefas cognitivas estavam relacionados aos maiores
exemplo), com o funcionamento cognitivo. Além níveis de ATF. No estudo de Newson e Kemps (2006)
dos questionários para avaliação cognitiva e de ATF foram aplicados testes cognitivos de complexidade
os pesquisadores estimavam ainda o gasto calórico diferentes e os pesquisadores observaram que o bom
despendido em atividades de vida diária. Os resultados desempenho nas tarefas mais complexas estavam
demonstraram uma relação inversa entre os níveis fortemente associadas às maiores freqüências de ATF
de ATF e declínio cognitivo. Especificamente, as e de atividades cognitivas.
voluntárias com altos níveis de ATF pareciam serem
três anos de idade mais jovem e tinham 20% menos Efeitos do exercício aeróbio sobre a memória
chances de desenvolver déficits cognitivos. Tem sido proposto que mesmo uma sessão de
Estudos ainda sugerem que os benefícios da ATF exercício aeróbio é capaz de alterar o funcionamento
sobre a memória sejam mais evidentes após a 5ª da memória. Netz, Tomer, Axelrad, Argov e Inbar
década de vida. Pesquisadores avaliaram a freqüência (2007) observaram melhoras cognitivas em idosos
de atividades de lazer e ATF de 1.919 sujeitos a partir cinco minutos após a realização de exercícios aeróbios
dos 36 anos de idade que foram submetidos a testes em intensidade de 60 ou 70% da Freqüência Cardíaca
cognitivos aos 43 e 53 anos. Aos 43 anos observou- Reserva (FCR) durante 35 minutos. Recentemente,
se que àqueles com piores desempenhos cognitivos Kamijo, Nishihira, Higashiura e Kuroiwa (2009)
eram os voluntários que menos praticavam atividades avaliaram a memória dois minutos depois de idosos
de lazer e ATF. Além disso, embora os participantes e jovens realizaram 20 minutos de exercícios a
que praticavam atividades de lazer tivessem melhor 30 e 50% do VO2máx em dias separados. Como a
desempenho do que aqueles que praticavam ATF magnitude dos benefícios pós exercício em relação ao
foi a associação entre ambas as atividades que pré exercício foram similares entre jovens e idosos, os
demonstraram os melhores resultados. No entanto, autores propuseram que o efeito agudo do exercício
quando os voluntários foram avaliados aos 53 sobre a cognição pode ser observado em todas as
anos de idade, aqueles que praticavam exercícios, faixas etárias.
independente das atividades de lazer, apresentavam Por sua vez, o treinamento com exercícios
as menores taxas de declínio da memória (Richards, aeróbios tem demonstrado algumas controvérsias.
Hardy & Wadsworth, 2003). No estudo de Kara, Pinar, Uğur e Oğuz (2005),
45 mulheres saudáveis com idades entre 60 e 80
Estudos transversais anos que foram submetidas ao treinamento aeróbio
As diversas variáveis nos estudos transversais com exercícios calistênicos, três vezes por semana
demonstram que os benefícios da ATF sobre a durante quatro meses, apresentaram uma correlação
memória podem estar relacionados com a manutenção significante entre a melhora da capacidade aeróbia e
da saúde cardiovascular, estilo de vida (Gallucci et da cognição. Fabre, Chamari, Mucci, Massé-Biron e
al., 2009), ou com a funcionalidade. Kimura et al. Préfaut (2002) compararam quatro grupos de idosos:
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(2009) mediu esse último parâmetro em 147 idosos exercícios aeróbios, treinamento mental, combinado
com idade de 60 anos ou mais e encontrou uma (treinamento mental e exercícios aeróbios) e um
correlação significante com a memória. Entendeu-se grupo controle. O grupo de exercícios aeróbios e
por funcionalidade neste estudo, o tempo necessário o grupo combinado realizaram seus treinamentos
para os voluntários se levantarem de uma cadeira e com intensidade equivalente ao limiar ventilatório
caminharem naturalmente por três metros, retornarem um por uma hora semanal durante dois meses. No
e sentarem novamente na cadeira. Os pesquisadores mesmo período, o grupo de treinamento mental e o
concluíram que a manutenção da mobilidade física combinado foram submetidos a 90 minutos semanais
pode diminuir a velocidade de declínio da memória de uma terapia que visava estimular a memória a
no processo de envelhecimento. partir de estímulos auditivos e visuais. O grupo
Metodologia semelhante foi utilizada por Nieto, controle realizou várias outras atividades como
Albert, Morrow e Saxton (2008), que observaram que pintar ou cantar. Ao final do estudo, somente o grupo
os voluntários com os menores índices de memória e controle não apresentou melhoras na memória, sendo
funções executivas apresentavam valores até quatro que os melhores resultados foram obtidos pelo grupo
vezes menores de função dos membros inferiores. de atividades combinadas (exercício e treino mental).
Nos estudos de Lambourne (2006) e de Newson e Porém, quando comparada à evolução da memória
Kemps (2006), a freqüência de ATF (corrida, natação entre os grupos de atividades aeróbias e mentais, os
e jogos) e de atividades de lazer (prática de leitura melhores resultados foram observados no grupo que
de livros, caça-palavras e estudo) foram avaliadas realizou exercícios.
por meio de questionários em voluntários de ambos A controvérsia fica por conta do estudo de Madden,
os gêneros, com idades entre 18 e 92 anos. Os Allen, Blumenthal e Emery (1989), que apesar de
resultados foram comparados aos testes cognitivos utilizarem um programa de treinamento similar ao de

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Tabela 1
Efeitos do treinamento com exercício aeróbio sobre a memória
Autor Voluntários Prog. treino Resultados
4 meses, 3Xsem
Mulheres
Kara et al, 2005 20-30 min melhora aeróbia = melhora cognição
60-80anos
60-70% FCmáx
Ambos melhora condição aeróbia = melhora
Fabre et al, 2002 2 meses, 1h/semana, LV1
60-70 anos memória
4 meses
Madden et al, Ambos 3Xsem, 45min melhora VO2
1989 65-83 anos (30’esteira e 15’ jogos porém sem melhoras cognitivas
lúdicos), 70%FCmáx

Fabre et al. (2002) e observarem melhoras nos níveis


de VO2, não observaram melhoras cognitivas (Tabela Comparações da resposta do exercício resistido e
1). do exercício aeróbio sobre a memória
A comparação entre os efeitos agudos do exercício
Efeitos do exercício resistido sobre a memória resistido e aeróbio sobre a memória foi visto em
Existem poucos trabalhos que observaram os jovens com idade média de 20 anos, de ambos os
efeitos agudos do exercício resistido sobre a cognição gêneros, submetidos em dias diferentes, mas no
e, em sua maioria, os autores não se limitaram a mesmo horário, a 30 minutos de exercício resistido,
avaliar esses efeitos em idosos. Chang e Etnier 30 minutos de exercício aeróbio e 30 minutos de
(2009) estudaram sujeitos com idades entre 35 e 60 repouso. A cada dia os participantes realizavam teste
anos, antes e depois de serem submetidos a duas de memória antes, imediatamente depois e trinta
séries de 10 repetições em seis exercícios resistidos minutos após o experimento. Os exercícios aeróbios
com intensidade correspondente a 75% de 1RM foram realizados a uma intensidade de 60 a 70% do
(Repetição máxima). Após o exercício, o desempenho VO2 máx, enquanto a sessão de exercícios resistidos
dos voluntários nos testes que avaliam habilidades consistia de oito a 12 repetições a 80% de 1RM para
executivas como a memória foram superiores, cada um dos sete maiores grupos musculares. Os
independente da complexidade da tarefa realizada, resultados demonstraram que imediatamente e 30
porém, não foi observada melhora de desempenho nos minutos após o exercício, houve uma melhora nos
testes para flexibilidade cognitiva, sugerindo indícios testes de memória apenas no dia em que os voluntários
de que pode haver um efeito específico do exercício realizaram exercícios aeróbios, porém a magnitude dos
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agudo sobre a cognição. resultados dependia da exigência da tarefa realizada,


No estudo de Cassilhas et al. (2007), idosos (65 a suportando a hipótese de que a resposta aguda da
70 anos) treinados com exercícios resistidos feitos a cognição ao exercício depende da natureza da tarefa
50 ou 80% de 1 RM apresentaram melhoras cognitivas cognitiva exigida ao voluntário (Pontifex, Hillman,
após 24 semanas do protocolo. Neste estudo, um Fernhall, Thompson e Valentini, 2009).
grupo de idosos realizaram uma hora de exercícios, A comparação entre os efeitos do treinamento
três vezes por semana, e um grupo controle realizou o com exercícios resistidos e aeróbios sobre a memória
mesmo protocolo do grupo experimental, uma vez por também foi realizada em adultos e idosos. Blumenthal
semana, porém, os exercícios eram feitos sem carga. e Madden (1988) observaram melhoras em adultos
Essa estratégia com o grupo controle foi adotada após 12 semanas de treinamento aeróbio ou anaeróbio.
para evitar a possível interferência da aprendizagem O treinamento aeróbio era realizado três vezes por
neuromotora e da interação social nos resultados. semana, com duração de 30 a 45 minutos, em uma
Em outro ensaio clínico, os exercícios resistidos intensidade de 70 a 85% da FCmáx. Os exercícios
foram realizados uma vez por semana em oito anaeróbios eram realizados com halteres, duas a três
aparelhos durante oito semanas. Após o protocolo, os vezes por semana, com duração de 30 a 45 minutos.
idosos de ambos os gêneros apresentaram aumento na Os protocolos resultaram em aumento de 15% e 3%
força muscular e uma melhora na memória, mantida do VO2 máx nos grupos de treinamento aeróbio e
por até um ano após o início do estudo, quando anaeróbio, respectivamente. No entanto, apesar da
comparado com o grupo controle, não submetido ao melhora nos testes de memória entre os períodos
exercício resistido (Perrig-Chiello, Perrig, Ehrsam, pré e pós treinamento, não houve diferenças entre os
Staehelin & Krings, 1998). resultados dos testes de memória entre os grupos.

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No entanto, este achado não foi corroborado em tempo que os participantes pedalaram, fato que não
um estudo mais recente com idosos saudáveis de ocorreu quando os sujeitos pedalaram por 23, 57 e 110
ambos os gêneros, com 60 a 85 anos, não participantes minutos a 50% da FCmáx (Higashiura et al., 2006).
de programas de treinamento físico (sedentários). Os Porém, uma associação entre a freqüência do treino
voluntários foram distribuídos aleatoriamente em e melhoras cognitivas foi encontrada em 71 sujeitos
três grupos que foram submetidos a nove semanas de com idades entre 18 e 70 anos que completaram 10
exercícios aeróbios, exercícios de força ou ausência semanas de treinamento aeróbio. Os voluntários
de exercício. O programa de exercícios aeróbios praticaram exercícios de três a quatro ou de cinco a
consistia de caminhada na esteira em intensidade de seis dias por semana a uma intensidade de 70-85% da
70% da FCR, três dias por semana. A duração dos FCmáx durante 30 a 45 minutos. Durante o mesmo
exercícios iniciou com 20 minutos e foi aumentada período, 20 sujeitos que reportaram realizar exercícios
em cinco minutos a cada sessão até que os voluntários menos de duas vezes por semana serviu como grupo
pudessem caminhar por 50 minutos. O programa controle. Ao final do estudo aqueles que praticavam
de exercício resistido consistia de 12 repetições de três a quatro e de cinco a seis vezes por semana
de sete aparelhos diferentes que foram realizados demonstraram significante melhoras cognitivas,
em duas séries na primeira semana e três séries a incluindo da memória. No entanto, as melhoras de
partir da segunda semana. A carga, que inicialmente maior magnitude foram observadas naqueles que se
representava 60% de 1RM, foi incrementada em 5% a exercitaram mais de cinco vezes por semana (Masley,
cada duas semanas até que fossem atingidos 80% de Roetzheim & Gualtieri, 2009).
1RM. Ambos os grupos de exercício melhoraram seu Em outro estudo, foram analisados os efeitos do
desempenho cognitivo, porém, os melhores resultados exercício realizado em dias separados em intensidade
foram vistos no grupo que realizou exercícios leve, moderada e alta. Sujeitos com idades entre 22 e 30
resistidos (Özkaya et al., 2005). anos foram avaliados através de eletroencefalograma
durante testes cognitivos em níveis de dificuldades
Componentes para o planejamento de um diferentes, realizados antes e imediatamente depois
programa de treinamento: intensidade, freqüência dos exercícios. Os resultados demonstraram que
e duração dos exercícios após os exercícios realizados em intensidade leve e
De forma geral algumas considerações são moderada, a atividade eletroencefalográfica teve um
necessárias quanto à intenção de planejar e prescrever aumento de sua amplitude em relação ao período pré
atividades físicas, seja às pessoas saudáveis ou em exercício, fato que não ocorreu após o exercício em
casos especiais. As diferentes combinações entre intensidade alta, indicando que deve haver um ponto
estes exercícios implicarão em diferentes resultados. A na intensidade de execução do exercício em que a
freqüência do exercício refere-se ao número de vezes resposta cognitiva deva alcançar seu ápice e a partir
que o indivíduo se exercita por semana. A duração daí, iniciar um declínio (Kamijo et al., 2009). Fato
refere-se ao tempo despendido na execução de um semelhante aconteceu com atletas recreacionais (não
exercício específico ou de uma sessão de exercícios. competitivos) submetidos a um protocolo de exercício
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A intensidade, por sua vez, implica no componente em cargas crescentes até atingir o VO2máx. Após o
qualitativo do treinamento, que está envolvido com exercício, houve uma queda no desempenho cognitivo,
a quantidade de trabalho realizado por unidade de sobretudo da memória quando comparados com os
tempo, assim, quanto mais trabalho em uma unidade resultados pré exercício ou com o grupo controle
de tempo fechada, maior será a intensidade (Dantas, (Covassin, Weiss, Powell & Womack, 2007).
2003).
Neste sentido, alguns estudos objetivaram Discussão e conclusão
identificar quais destes parâmetros influenciam a
cognição. Um deles comparou as respostas sobre ATF Existem fortes evidencias de que a ATF exerce
com testes cognitivos de 1.972 sujeitos com idades efeitos benéficos sobre a memória. Seja em idosos ou
entre 45 e 70 anos. Com base nas respostas dadas nos adultos, os resultados são favoráveis à afirmação de
questionários, era possível presumir a intensidade e o que um estilo de vida que inclui ATF deve ser adotado
tempo total com que os voluntários realizavam suas para a prevenção dos declínios cognitivos vistos no
ATF semanalmente. Os resultados demonstraram processo de envelhecimento. Tal afirmação corrobora
que os melhores desempenhos cognitivos estavam os resultados da revisão de Jedrziewski, Lee e
relacionados significantemente à intensidade e não à Trojanowski (2007), que vai mais além, incluindo que
duração da ATF (Angevaren et al., 2007). A mesma a caminhada parece ser uma atividade aeróbia efetiva
conclusão havia sido encontrada anteriormente para uma cognição saudável. Na mesma direção,
quando adultos jovens pedalaram a 80% da FCmáx Hillman, Erickson e Kramer (2008) apontam que a
durante sete, 20 e 40 minutos em dias diferentes. Os ATF é o grande segredo para o bem estar cognitivo
pesquisadores encontraram melhoras cognitivas em de todas as faixas etárias. Peters (2006) revisou o
relação ao período pré exercício, independente do que se deve fazer para um envelhecimento biológico

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saudável e levantou que dentre a alimentação (2009) confrontam-se com os de Pontifex et al (2009),
adequada, baixo ou moderado consumo de bebida Angevaren et al. (2008) e Kamina et al. (2007).
alcoólica, abstinência de fumo e a ATF, a última A comparação entre programas de exercícios
ocupa um lugar de destaque, mostrando-se capaz de resistidos e exercícios aeróbios foi feita por Özkaya et
amenizar o declínio celular no cérebro. al. (2005) e Blumenthal e Madden (1988). Apesar de
Por sua vez, programas de exercícios aeróbios ambos os estudos demonstrarem que tanto o exercício
têm demonstrado algumas divergências quanto a aeróbio quanto o resistido resultam em benefícios
seu benefício sobre a memória de idosos. Enquanto na memória dos voluntários, o primeiro encontrou
em alguns estudos (Kara et al., 2005; Peters, 2006), superioridade no programa de exercícios resistidos
três meses de um protocolo de treinamento foram sobre os aeróbios e o segundo, não encontrou
suficientes para melhorar a cognição em outro estudo, diferença alguma entre os exercícios aeróbios e
umprotocolo similar de seis meses não demonstrou os anaeróbios realizados com halteres. Portanto,
evolução positiva (Madden et al., 1989). Apesar disso, apesar destas comparações deixarem poucas e vagas
em sua revisão, Angevaren, Aufdemkampe, Verhaar, evidências, pesam em favor dos exercícios resistidos
Aleman e Vanhees (2008), encontraram evidências para o benefício da memória de idosos.
de que a melhora cardiovascular se relaciona às Por sua vez, apenas um trabalho, realizado com
melhoras cognitivas eenfatizando que as diferenças jovens, comparou os efeitos agudos promovidos pelo
entre os testes utilizados para acessar os domínios exercício resistido e aeróbio sobre a memória. Os
cognitivos nos estudos anteriores podem responder resultados demonstraram que apenas os exercícios
pelos resultados contraditórios encontrados. aeróbios melhoraram a memória. Apesar da
As mesmas afirmações têm sido feitas por autores impossibilidade de evidenciar a superioridade de um
que avaliam os resultados agudos do exercício aeróbio tipo de exercício sobre o outro quanto ao benefício
sobre a cognição (Kamijo et al., 2007; Pontifex et à memória, o estudo suporta a hipótese de que a
al., 2009), justificando que os resultados dependem intensidade do exercício resulta em funcionamento
da intensidade do exercício e exigência cognitiva da cognitivo diferente em função da complexidade
tarefa. Além disso, Higashiura et al. (2006) levantam a da tarefa exigida (Pontifex et al., 2009), portanto,
hipótese da existência de uma curva em “U” invertida contrariando a hipótese de que pode haver respostas
no desempenho da memória em relação à intensidade diferentes segundo a complexidade dos testes em
do exercício realizado, fato que, se confirmado, relação à intensidade do exercício (Kamijo et al., 2007;
mudará o rumo dos estudos em exercícios físicos, Higashiura et al., 2006). Fato comum é que ambas
memória e indivíduos idosos. No entanto, é plausível (e reforçam a crença na existência de uma interveniência
seguro) afirmar que os exercícios aeróbios realizados não controlada que levanta a necessidade de revisar
em intensidades moderadas apresentam resultados na literatura os tipos de testes usados para acessar
positivos sobre a memória em qualquer faixa etária os diferentes domínios cognitivos e comparar suas
(Netz et al., 2007; Kamijo et al., 2009). respostas pareadas pela intensidade. Contudo, este
Trabalhos que acessaram os efeitos dos programas não era o objetivo do trabalho atual.
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de treinamento com exercícios resistidos sobre a Quanto aos componentes para planejamento e
memória são escassos e apenas o rigor metodológico prescrição adequada de um programa de treinamento/
do trabalho conduzido por Cassilhas et al. (2007), tratamento com exercícios para beneficiar a memória,
contribuiu para afirmar o benefício do treinamento nota-se que ainda não há elementos suficientes para
com exercícios resistidos sobre a memória. Apesar fazer recomendações. Os trabalhos são escassos e
das diversidades metodológicas, em sua revisão, Liu- ainda não há como comparar os resultados para inferir
Ambrose e Donaldson (2009), concluem que existem duração, freqüência ou intensidade.
evidências de que programas de exercícios resistidos O treinamento aeróbio proposto por Masley et
atuam de forma positiva sobre a memória de idosos. al. (2009), concluiu que a freqüência de cinco a seis
Quanto às respostas agudas do exercício vezes por semana traz o melhor benefício quando
resistido sobre a memória, apenas dois trabalhos combinado a uma intensidade de 70-85% da FCmáx e
foram encontrados. Assim, apenas Chang e Etnier a duração 30-45 minutos, porém, os resultados ainda
(2009), demonstraram que uma sessão de exercícios são únicos e podem até ser vistos como controversos,
resistidos, com intensidade de 75% de 1RM é se levarmos em conta que Angevaren et al (2007)
suficiente para promover melhoras na memória e calculou o tempo semanal despendido na realização
alguns outros domínios cognitivos. Há, porém, a da ATF e quando comparado com a intensidade,
necessidade de chamar a atenção ao fato de não terem concluiu que a manipulação deste segundo traz mais
sido observadas melhoras em todos os domínios benefícios à cognição do que o tempo semanal gasto
cognitivos, despertando, a hipótese de que pode haver na ATF .
uma especificidade de resposta para alguns deles. É De outra forma, é proposto a existência de um
importante para o momento, que seja atentado a tal ponto ideal da intensidade para as melhores respostas
evento, uma vez que os achados de Chang e Etnier agudas da memória ao exercício aeróbio. Tal ponto

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parece surgir em uma intensidade entre moderado e and Geriatrics, 48 (3), 284-286.
alto (Kamijo et al., 2007; Covassin et al., 2007). Gleitman, H. (2002). Psicologia, (5ª ed.). Lisboa: Fundação
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Há de se destacar, no entanto, que até o momento Guzowski, J. F., Lyford, G. L., Stevenson, G. D., Houston,
não existem trabalhos com comparações entre esses F. P., McGaugh, J. L., Worley, P. F., & Barnes, C. A. (2000).
componentes e a resposta cognitiva aos exercícios Inhibition of Activity-Dependent Arc Protein Expression in
resistidos. the Rat Hippocampus Impairs the Maintenance of Long-Term
Potentiation and the Consolidation of Long-Term Memory. Journal
Por fim, conclui-se que existem fortes evidências of Neuroscience, 20 (11), 3993–4001.
de que ATF e exercícios são benéficos à memória de Helene, A. F., & Xavier, G. F. (2003). A construção da atenção
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Sobre os autores
Helder Chiari - Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício - CEPE, Universidade
Federal de São Paulo, UNIFESP

Marco Túlio de Mello - Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício - CEPE,


Departamento de Psicobiologia, Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP

Patricia Rezeak - Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício - CEPE,


Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP

Hanna Karen M. Antunes - Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício - CEPE,


Departamento de Biociências, Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP

Agradecimentos
Os autores agradecem o apoio técnico e financeiro da AFIP, CEPE, CEMSA, CEPID-
SONO/FAPESP (processo número: 1998/14303-3) CNPq, INSTITUTO DO SONO e a
FADA/UNIFESP.

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