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Iscte-IUL, DAU, MIA | Arquitetura III, 1º S, 2023-24 | docentes: Mónica Pacheco (coord.

), Teresa Madeira da Silva | Exercício 1

Exercício 1. PAVILHÃO DAS HISTÓRIAS

Fig. 1 Olafur Eliasson. Riverbed, Louisiana Museum of Modern Art, 2014. Fotografia: Anders Sune Berg.

Um dos objetivos da UC de Arquitetura III é o reconhecimento, por parte dos estudantes, das
diferentes relações entre programa, contexto, materialidade e estrutura; entre espaço e forma,
como base de definição conceptual e de definição de arquiteturas qualificadas.

1. Objetivos, programa e localização


Pretende-se neste primeiro exercício o desenvolvimento de um Pavilhão das Histórias a situar na
Tapada das Necessidades.

A Tapada das Necessidades ocupa uma área com cerca de 10 hectares murados, que incluí um
convento entregue, em 1745, pelo rei D. João V à Congregação do Oratório e que tomou primeiro
o nome de “cerca das Necessidades”, mais tarde foi designado por «quinta real» e finalmente
por “tapada”. Localizado na parte ocidental de Lisboa, o terreno estende-se da Calçada das
Necessidades, a nascente, até à Rua do Borja, a norte, descendo até à Rua Capitão Afonso Pala,
que o limita a poente. Ocupa um troço da encosta (da cota 20 à cota 81) virada a sul e sudoeste,
e protegida dos ventos dominantes. A pendente é muito acentuada situando-se entre os 5 e 15%,
sendo a maioria dos declives acima de 10%.1

O pavilhão deverá ser um lugar privilegiado para a arte de contar e ouvir histórias no espaço
publico, explorando e ensaiando intenções de ordem espacial e material: luz, sombra, escala, cor,
relação entre interior/exterior, percursos, limites e fronteiras, sequencias espaciais, materialidade,
etc. O exercício deve ainda constituir-se enquanto reflexão sobre a relação entre estrutura e
composição; hierarquia e diversidade, lógica construtiva vs lógica constitutiva. Deverá ser dada
especial atenção à implantação e articulação do(s) volume(s) propostos, tomando em
consideração a caracterização topográfica do local, a sua exposição solar, a sua relação com a
envolvente próxima e perspética, nomeadamente o enquadramento próximo.

A proposta terá uma área de referência (até) 50-100m2, e deve ser o resultado de um processo
de investigação conceptual e interpretação criativa de um programa de pequena escala que

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Associação Portuguesa dos Jardins Históricos (https://jardinshistoricos.pt/ad/707, consultado 15.09.2023)

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demonstre a compreensão (e intencionalidade) de que a arquitetura constrói e transforma a


paisagem.

O desenho (esboço e rigoroso) e a maqueta tridimensional, deverão ser reconhecidos como


ferramentas fundamentais de conceção em arquitetura, sendo os alunos incentivados a explorar
outras ferramentas gráficas bidimensionais e tridimensionais de representação, através de
técnicas e suportes variados, que considerem relevantes para cada fase do trabalho.

2. Metodologia
A organização e realização das bases de trabalho que permitam o (re)conhecimento da área de
estudo e consequente escolha da área de intervenção e do material de construção predominante
do espaço a propor será realizado em grupos de dois alunos.
O desenvolvimento do projecto realizar-se-á individualmente.
O trabalho desenvolve-se durante as 4 primeiras semanas de aulas, a partir da exploração de
diferentes ferramentas (desenhos, colagens, fotomontagens, maquetas, etc.).
Os alunos deverão realizar as visitas necessárias ao local durante o tempo destinado a trabalho
autónomo.

Fig. 2 Identificação da área de estudo.

3. Elementos a entregar
- Portfolio organizado com desenhos e outros materiais de desenvolvimento do projeto;
- Dois painéis síntese ao alto contendo:

 Título individual do trabalho que remeta para o conceito subjacente ao mesmo;


 Esboços conceptuais e de desenvolvimento da proposta;
 Planta de localização (1/500) e Planta de implantação (1/200);
 Plantas, cortes e alçados da espacialidade proposta com indicação das dimensões e
respetivas características formais e construtivas (1/50);
 Desenhos ilustrativos do ambiente proposto (perspetivas, fotomontagens, colagens, etc.);
 Texto justificativo da proposta (máximo 500 palavras).

- Maqueta(s) de estudo e finais (1/20).

Os alunos deverão colocar na drive da turma uma cópia em pdf dos painéis, do texto e fotografias
das maquetas devidamente tratadas.

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4. Calendarização e processo de avaliação


18.09-25.09 – Fase 1 (grupo):
Apresentação da investigação desenvolvida sobre a área de estudo e proposta para a área de
intervenção (não deverá exceder os 5 minutos).

13.10 – Fase 2 (individual):


Apresentações finais dos trabalhos individuais (não deverá exceder os 5 minutos).
16.09 - Apresentação conjunta entre turmas de uma seleção de trabalhos.

5. Bibliografia de referência sobre o Palácio, convento e Tapada


ARAÚJO, Norberto de - Inventário de Lisboa. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 1946, fasc. 3
ATAÍDE, M. Maia - Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa. Lisboa: Junta Ditrital de Lisboa,
1988, tomo 3: Lisboa
BARBOSA, Inácio Vilhena de, Real Quinta das Necessidades, Arquivo Pitoresco, nº 18, Lisboa, 1862, p.142
http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/ArquivoP/ArchivoPittoresco_TomoV.htm
CAEIRO, Baltazar Matos - Os Conventos de Lisboa. Lisboa, 1989
CASTEL-BRANCO, Cristina - Necessidades - Jardins e Cerca. Lisboa: Livros Horizonte, 2001
CORTE-REAL, Manuel Henrique - "O Palácio das Necessidades". Revista Municipal, jul. - set. 1982, ano XLIV,
2.ª série, n.º 1, n.º 2, n.º 3
ESTADÃO, L. (2004, atualiz. 2007). Tapada das Necessidades.
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=23154
FERRÃO, Leonor - A Real Obra de Nossa Senhora das Necessidades. Lisboa, 1994
GIL, Júlio - Os Mais Belos Palácios de Portugal. Lisboa, 1992
GOEZE, Edmond, Jardins Notáveis em Portugal - Palácio das Necessidades, in Jornal de Horticultura Prática,
José Marques Loureiro Editor, vol.7, Porto, 1876, p. 42-46
LEAL, Augusto S. de A. Pinho - Portugal Antigo e Moderno. Lisboa, 1873 – 1890
LEAL, Joana da Cunha - Giuseppe Cinatti (1808-1879): Percurso e Obra. Lisboa: s.n., 1996, dissertação de
mestrado apresentada à Universidade Nova de Lisboa, texto policopiado
MATOS, Alfredo; PORTUGAL, Fernando - Lisboa em 1758. Memórias Paroquiais de Lisboa. Lisboa: Câmara
Municipal de Lisboa, 1974
Monumentos. Lisboa: DGEMN, 1998, 2001, 2003, n.ºs 9, 15 e 17
PAIS, Alexandre Manuel Nobre da Silva - Presépios Portugueses Monumentais do século XVIII em Terracota.
Lisboa: s.n., 1998, dissertação de Mestrado apresenta à Universidade Nova de Lisboa, texto policopiado
SANTANA, Francisco; SUCENA, Eduardo (dir. de) - "Palácio das Necessidades". Dicionário da História de
Lisboa. Lisboa, 1994
SALDANHA, Sandra - "Estatuária Barroca - o longo ciclo de Setecentos". Invenire - Revista dos Bens
Culturais da Igreja. Lisboa: Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja, julho-dezembro 2012,
n.º 5, pp. 24-30
SERRÃO, Vítor - História da Arte em Portugal. O Barroco. Barcarena: Editorial Presença, 2003
VALE, Teresa Leonor M. - Um português em Roma. Um italiano em Lisboa. Os escultores setecentistas José
de Almeida e João António Bellini. Lisboa: Livros Horizonte, 2008
VITERBO, Sousa - Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores
Portuguezes ou a serviço de Portugal. Lisboa: Imprensa Nacional, 1904, vols. 2 e 3.

18 de setembro de 2023

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