Você está na página 1de 26

Instituto Superior Politécnico Internacional de Angola

Departamento de Economia

Turma: GAE

Capítulo I & II

Texto de Apoio ao Aluno da Unidade Curricular de


Introdução a Economia

Professor Msc. Nerhum Sandambi

nerhumsandambiula23@gmail.com

Orcid: 0000-0001-8230-2878
Researcher ID: IAN-1211-2023

Ano lectivo 2023/2024


I. Apresentação

O presente texto de apoio aos alunos, pretende entretanto mostrar os


principais conceitos económicos, sobretudo, microeconómicos e relacionados
maioritariamente com a teoria do consumidor e estruturas de mercado.
Convém, entretanto realçar que a unidade curricular nesta primeira parte,
analisa de forma particular aspetos económicos e na segunda parte que
compreende no entanto a Economia e Organização de Empresas II, serão
anisados questões relativamente a Organização empresarial. Porém, pra já o
nosso foco está direcionado na análise económica e como as estruturas de
mercado poderão eventualmente afetar o funcionamento das organizações de
forma significativa.

II. Objetivos do capítulo

Nesta primeira parte introdutória, pretende-se no entanto que os estudantes


percebam a partida os conceitos fundamentais da ciência económica, que a
partida poderá ser lhes útil para a compreensão dos fenómenos económicos
que eventualmente poderão verificar no dia-a-dia. Assim, a análise
compreende entretanto perceber, por exemplo as razões que levam os
governos a intervirem nos mercados com o objetivo de regular as eventuais
falhas de mercado. Por outro lado, perceber as principais funções do estado na
economia, como este redistribui a riqueza, isto é, tendo em conta na
generalidade o facto dos recursos serem escassos e as necessidades dos
indivíduos ilimitadas.

III. Aspetos funcionais da unidade curricular

No final de cada capítulo, de forma preferencial haverá algumas questões que


os alunos deverão a partida resolver e naturalmente alguns exercícios que
nalguns casos excecionais estes poderão eventualmente servir de critério de
avaliação contínua caso seja necessário, naturalmente.
IV. Conteúdo

1. Introdução
1.1 Apresentação do professor e os alunos;
1.2 Apresentação da Unidade Curricular;
1.3 Regimes de avaliação;
1.4 Teste diagnóstico.
2. A Ciência económica
2.1 Conceitos relevantes em economia
2.2 Divisão da Economia
2.3 Princípios Fundamentais da Economia
2.4 Abordagem científica
2.5 Problemas económicos
2.6 Escassez e custo de oportunidade
2.7 Papel do estado na Economia
2.8 Papel dos Mercados
2.9 Modelo circular da atividade económica
2.10 Classificação dos bens
2.11 A Curva da oferta
2.12 Curva da procura
2.13 Excedente do consumidor
2.14 Excedente do produtor
Apresentação da Unidade Curricular

Professor, Nerhum Sandambi


Profissão: Economista;
Grau: Estudante do doutoraamneto no ISEG,Lisboa
Ver mais informações em google académico

1.1 Apresentação da unidade curricular

A unidade curricular pretende no entanto mostrar aos alunos os principais


conceitos económicos sendo no entanto, maioritariamente microeconómicos.
Assim, analisam se as questões relacionadas com a teoria do consumidor, o
funcionamento dos mercado de forma genérica, onde, realçam-se os conceitos
do mercado, a curva a oferta e da procura de bens e serviços, bem como os
principais condicionantes que a partida intervém no funcionamento dos
mercados de uma forma genérica, ainda analisam-se na presente unidade
curricular os conceitos relacionados com as estruturas de mercado, sendo a
concorrência perfeita, o oligopolio e o monopolio.

1.2 Regimes de Avaliação

O regime de avaliação da unidade curricular compreende no entanto, as


seguintes fases:

1ª Prova Parcelar, com 50% da matéria;


2ª Prova parcelar com 50% da matéria;
Exame normal com 100% da matéria;
Exame de recurso com 100% da matéria;
Exame especial com 100% da matéria.

As datas dos testes serão marcadas de acordo com o calendário escolar vigente.

1.3 Testes diagnóstico

O teste diagnóstico serve apenas para medir o nível de conhecimento dos


alunos sobre os conceitos relacionados maioritariamente a economia em si.

2. A Ciência económica

A Ciência económica é designada por muitos autores como sendo a rainha das
ciências sociais, com grande relevância na análise dos problemas económicos
como a distribuição do rendimento, a distribuição em si dos recursos escassos,
considerando desde já que os mesmo são escassos e as necessidades dos
indivíduos serem de forma significativa ilimitadas, o que constituí no entanto
a objeto de estudo em si da ciência económica.
2.1 Conceitos relevantes em Economia

Existe naturalmente um conjunto de conceitos que a partida a ciência


económica lida, como o conceito relacionado a um bem económico, sendo
considerado como algo que a partida satisfaz uma necessidade humana, como
por exemplo um carro, um computador, uma motorizada um telemóvel
iphone. Apesar destes em grande parte satisfazerem as necessidades que a
partida são consideradas superfúlas como os bens de luxo no caso em
particular.

Os bens também podem satisfazer as necessidades alimentares, como por


exemplo um cabaz de bens de primeira necessidade.

Bens inferiores: os bens inferiores são todos aqueles bens que o seu
consumo diminui a medida que o rendimento do consumidor aumenta;

Bens Complementares: os bens complementares, são bens que quando se


verifica um aumento ( ou redução do) no preço de um deles provoca uma
redução ( aumento) na quantidade procurada do outro bem.

Bens independentes: Dois bens são independentes se a variação do preço


de um deles não afectar a quantidades procuradas procurada do outro bem.

Excedente do consumidor: Diferença entre o montante que o consumidor


estaria disposto a pagar por um bem e o montante que efetivamente paga.
Esta diferença normalmente ocorre porque as utilidades marginais ( em
termos monetários) de todas as unidades excepto da última são maiores do
que o preço.

Curva da Oferta: Função que mostra a quantidade de um bem que os


produtores desejam oferecer num determinado mercado para cada nível de
preços, mantendo se o resto constante. Analisado em (Samuelson e
Nordhaus, 1999).

Excedente do produtor: Diferença entre o que um produtor recebe por um


bem e o valor pago com os custos de produção. (Mateus e Mateus, 2001:407).
Ou então, precisamente o montante em euros que uma empresa beneficia ao
produzir a quantidade de produto que maximiza os lucros. ( Frank, 1998).

2.2 Divisão da Economia

A Ciência económica no entanto compreende uma parte microeconómica e


uma segunda parte macroeconómica, sendo:

Microeconomia: Estuda os aspetos micro da economia, com realce para as


questões relacionadas com o comportamento dos consumidores, onde,
naturalmente compreende estudos de natureza, como as escolhas dos agentes
económicos, isto é, se de facto estes agentes são racionais ou não, ou então
obedecem um conjunto de critérios como a seleção dos cabazes necessários
para satisfazerem as suas necessidades, o estudo da microecnomia também
preocupa-se em analisar as estruturas de mercado como a concorrência
perfeita, o monopólio e o oligopolio, as principais características de empresas
e como estas estão formadas de acordo com a sua natureza por exemplo.

Por outro lado, temos a Macroeconomia que se ocupa no estudo de


natureza global, onde, são analisadas alguns agregados macroeconómicos que
influenciam de forma significativa na vida dos cidadãos, sendo a natureza de
estudo questões como a inflação, isto é, procura perceber o efeito quando se
verifica por exemplo um aumento significativo dos preços de bens e serviços
no mercado. Também constitui âmbito de estudo da macroeconomia o
comportamento dos níveis de taxa de desemprego no país, a taxa de juros, os
níveis de produção, os níveis de rendimentos sendo maioritariamente
medidos através do PIB per capita que compreende naturalmente o rácio
entre o PIB nominal e a população. Assim, as decisões macroeconómicas
influenciam de forma significativa tanto o funcionamento da economia em si,
como influencia as decisões que os governos a partida devem tomar,
considerando naturalmente que estas decisões são tomadas com base nos
agregados macroeconómicos.

À título de generalidade a diferença entre ambos os ramos, tem que ver com
facto de a parte micro económica analisar o comportamento dos indivíduos,
ou seja, os consumidores, enquanto a macroeconomia prende-se com a
análise do estudos das nações, onde, por exemplo as decisões dos governos
constituí no entanto elemento fundamental para o funcionamento da
economia de uma forma genérica.

2.3 Princípios Fundamentais da Economia

Principio 1, os consumidores enfrentam os custos

Os consumidores em príncipio enfrentam custos no seu dia-adia, estes custos


envolvem por um lado a tomada de decisões que a partida refletem-se na
forma como os individuos têm efectuar as suas escolhas, naturalmente
sacrificando um bem pelo outro bem, ou seja, é preciso sacrificar um bem para
obter outro que proporcione maior utilidade e maximize de facto o bem estar,
este custo, está associado com os custos de oportunidades, por exemplo: o
custo de oportunidade de virem a universidade assistir aulas, é o tempo que
estariam com as famílias em casa assistirem netflix ou outro programa
qualquer.

Princípio 2, Consumidores racionais: Os consumidores na generalidade


são racionais, ou seja, consomem e efetuam escolhas de acordo com a
restrição orçamental que estes indivíduos estão sujeitos. Assim, os individuos
devem no entanto diante as ecolhas que têm de efectuar, escolher a opção que
maximize o seu bem-estar. Por exemplo, as meninas quando se deslocam a
praça do kikolo, estas, vão a procura de um bem que a partida procure
maximizar o seu bem-estar, por exemplo as perucas. Assim, estas compram
perucas que estão dentro da sua recta da restrição orçamental.

Princípio 3, Incentivos: No mercado o sistema de incentivo promove no


entanto um aumento significativo dos níveis de produto na economia, sendo,
por exemplo um aumento do preço de laranjas no mercado de laranjas
aumenta diminui o poder de compra dos consumidores, por outro lado, o
aumento dos preços é benéfico para os produtores, assim, os produtores
reagem a este tipo de incentivo e aumentam de forma significativa a produção
de bens e serviços.

Princípio 4, o comércio gera ganhos: O comércio externo de forma em


particular gera ganhos para os seus intervenientes, por exemplo, na medida
em que os países efectuam trocas comerciais, isto é, importações de bens e
serviços, tanto o país de destino como o país de origem ganham.

2.4 Abordagem científica

A economia usa métodos científicos para analisar ou testar algumas teorias


económicas que a partida são relevantes para a compreensão do
funcionamento da ciência económica em si. De forma genérica o método
científico compreende no entanto três etapas distintas, sendo:
Experimentação, observação e análise.

 Método de experimentação
Em ciências económicas o método de experimentação não aplica-se
considerando no entanto o facto de não ser possível efetuar experiências
laboratoriais em ciências sociais no geral. Porém, é possível criar algumas
teorias e testá-las, à título de exemplo para:

Sondagens, lançamento de um novo produto ou lançar uma


medida numa determinada região.

 Observação

Nesta fase em particular, onde, é feita a observação direta dos fenómenos,


assim considerando no entanto a recolha de dados como uma fase exigente,
todavia sustentada com técnicas de recolha de dados exigente, em economia
usa-se de forma significativa a utilização de software estatísticos econometria
que permite a partida estimar equações e reorganizar os dados.

Por outro lado a economia usa o método indutivo e dedutivo, sendo, o método
indutivo processo pelo qual a partir de um conjunto de dados de observações
se extraem princípios ordenadores, ou seja, leis de comportamento que regem
o seu funcionamento.

O método indutivo é processo pelo qual a partir de uma estrutura constituída


por axiomas ou hipóteses de base se extraem as suas implicações ou
conclusões.

Após a formulação e testes de teorias económicas, os cientistas têm de ter a


capacidade de encontrar uma explicação, ou um mecanismo que permita
compreender o fenómeno observado. Sendo naturalmente os fenómenos em
economia desigandos por teorias económicas que a partida devem ser testadas.
Hipótese “ Coeteris paribus”

Expressão latina que a partida significa manter tudo o resto constante.


Habitualmente em economia usa-se esta hipotese para mostra que na análise
de um determinado fenómeno nehum outro fenómeno interfere. Por exemplo:

A procura de laranjas estabelece-se uma relação negativa entre preço e


quantidade procurada, sendo que Q=f(P), que compreende intuitivamente a
quantidade procurada de (Q) e varia em função do seu preço (P), assim,
quanto maior for a quantidade oferecida pelos produtores no mercado menor
será o preço das laranjas e por outro lado, quanto menor for quantidade
oferecida no mercado menor será maior será o seu preço. Assim, na relação
destas duas variáveis todos os outros fatores que deveriam influenciar esta
relação mantém-se constante.

Análise Positiva (economia positiva), descreve as relações estáveis entre os


fenómenos, assim descreve aquilo que é, por exemplo a taxa de inflação foi de
4% em 2009.

Economia Normativa, forma de análise onde estabelecesse-se juízos de valores,


descreve aquilo que a partida deveria ser, por exemplo o governo deveria
baixar o Imposto predial Urbano.

2.4 Problemas económicos

2.4.1 Escassez escolha e custo de oportunidade

Conforme foi analisado nas secções anteriores, o conceito de escassez tem que
ver com facto de um determinado bem existir em pouca quantidade, assim, é
entretanto fundamental compreender o conceito de um bem, sendo no
entanto definido como algo que satisfaça uma necessidade.
Os bens podem naturalmente ser, bens materiais (roupas e automóveis), por
outro lado podem ser classificados em bens imateriais que compreende
naturalmente as aulas lecionadas numa universidade. Outra característica
fundamental dos bens é o facto destes existirem em quantidade limitada, não
sendo no entanto suficiente para satisfazer as necessidades da população em
geral.

Recursos: Tudo aquilo que é necessário para produzir bens, a literatura


também designa-a de fatores produtivos como a terra, trabalho e capital,
assim, a terra ( localização das unidades de produção), trabalho ( pessoas),
(capital são todos os meios materiais usados no processo produtivo). por outro
lado o fator de produção terra é habitualmente considerado como fixo na
literatura.

Constituí naturalmente o objecto de estudo a escassez dos recursos, sendo no


entanto considerado como a não satisfação das necessidades, isto é, quer das
necessidades individuais e quer das necessidades coletivas. Assim, surge à
título de generalidade o problema económico, sendo naturalmente resolvido
através das decisões económicas sobre que tipo de recursos devem a partida
ser usadas de forma eficaz e racional.
A escassez depende maioritariamente das necessidades, assim, a satisfação
das necessidades irá determinar se de facto um determinado bem é ou não
escasso, considerando o facto das necessidades serem ilimitadas. Um bem
pode ser raro, existir em pouca quantidade e não ser escasso se não satisfazer
nenhuma necessidade humana, por outro lado, um bem pode ser abundante e
ser simultaneamente escasso se não for suficiente para satisfazer as
necessidades humanas.

A escassez depende por outro lado das escolhas, sendo obrigatório fazer
escolhas o que implica necessariamente a existência de alternativas, esta
alternativa tem de ser compatível com as necessidades que os indivíduos.

 Custo de oportunidade, em economia ao resolvermos um determinado


problema é necessário sacrificar a satisfação de uma outra necessidade, ou
seja, não é possível resolver os problemas de alguns sem necessariamente
sacrificar o bem-estar dos outros. Quando decidimos vir a universidade,
decidimos sacrificar as nossas horas de lazer que teríamos tido em casa,
por exemplo a ver um filme na netflix, ou numa conversa com amigos
num bar. Assim, o custo de oportunidade mostra-nos no entanto o valor
da melhor alternativa possível após sacrificarmos um determinado bem.

Tradicioanelmente existem três questões fundamentais na economia, que


naturalmente constituem o problema económico sendo:

 O que ?

Nas economias do mercado como atualmente existem na maior parte, os


problemas económicos são no entanto resolvidos considerando o que as
empresas irão produzir, considerando entretanto que as empresas produzem
mercadorias que geram lucros elevados.

 Como produzir?

As empresas atualmente usam tecnologia ao seu favor para reduzirem os


custos de produção, assim, há naturalmente técnicas de produção eficientes e
menos dispendiosa.

 Para quem produzir ?

Naturalmente as empresas ao produzirem os bens costuma a ter em conta o


seu público alvo, sendo por um lado determinado pelo nível de rendimento
que existe na economia o que a partida determina como os indivíduos irão
gastar os seus salários.

Por exemplo, as construtoras de carrros habitualemente têm fabricado


veículos de acordo com a classe social de dos indivíduos, assim, existem carros
top de gama que a partida devem apenas ser comprados por indivíduos com
padrões de rendimento acima da média, como os magnatas, jogadores de
futebol das grandes ligas de futebol mundial e em casos excecionais pelos
políticos.

2.5 O Papel do estado na economia

O estado desempenha três papeis fundamentais na economia, que também


designa-na dos três E´s sendo naturalmente, Equidade, Estabilidade e
Eficiência.

 Equidade

O governo normalmente impõe uma repartição do rendimento justa ou


equitativa, através de impostos progressivos, subsídios e transferências para
os particulares ou as transferências sociais nas sociedades modernas, grandes
disparidades entre pobres e ricos, mesmo que corresponda à maior eficiência,
são normalmente repudiadas.

 Estabilidade

O governo tenta desenvolver funções macroeconómicas (nomeadamente


mediante a aplicação de políticas orçamentais e monetárias) para promover o
crescimento económico de longo prazo e a produtividade, bem como para
estabilizar a economia (diminuir a inflação e o desemprego excessivos).

Eficiência
A “mão invisível” de Adam Smith regula os interesses próprios dos
compradores e vendedores no mercado para maximizar o benefício total que a
sociedade retira do mercado.

Os mercados fazem muita coisa bem, mas não fazem tudo bem: os governos
por vezes podem melhorar os resultados reduzindo as falhas de mercado
(concorrência imperfeita; externalidades; bens públicos; recursos comuns)
que geram produções e consumos não eficientes.

Imperfeições na Concorrência

O funcionamento do mercado é ineficiente quando não consideramos um


sistema de concorrência perfeita, onde uma empresa pode ganhar tanto
aumentando o preço como aumentando a produção. Um exemplo é o caso do
monopólio (um único fornecedor que sozinho determina o preço de um bem
específico no mercado), onde existe um preço elevado e uma produção
demasiado pequena para satisfazer toda a procura de mercado. Nesta situação
o governo intervém com leis que regulamentam a actividade destas empresas,
nomeadamente os preços e os lucros (ex. leis anti-trust que proíbem acções
como a fixação de preços ou a divisão de mercados).
2.6 O papel dos mercados

O Mercado é o arranjo pelo qual compradores e vendedores de um produto


interagem para determinar o preço e a quantidade transaccionada. O segredo do
mercado é a concorrência entre vários agentes de mercado e a concorrência dinâmica
entre a situação actual e novas ideias (o mercado só pode ser concebido em contexto
dinâmico), a que chamamos desenvolvimento económico (é a concorrência de
mercado que gera desenvolvimento).
Os mercados podem tomar muitas formas que se designam por estruturas de
mercado (concorrência
perfeita, monopólio, oligopólio, concorrência monopolística), mas consideramos
agora apenas os mercados perfeitamente competitivos, onde existem numerosos
compradores e vendedores de modo que nenhum tem capacidade para alterar o preço
de mercado (não há discriminação de preços)

2.7 Modelo Circular da atividade económica

Em economia são usados modelos, nomeadamente gráficos e equações que são


simplificações da realidade porque todos os modelos são construídos com
restrições com o objetivo de melhorar o nosso entendimento do fenómeno em
estudo. Sabendo que a economia tem milhões de pessoas envolvidas em
inúmeras atividades ( compra, venda, trabalho, produção, etc.), para
entendermos o seu funcionamento há que encontrar uma forma de simplificar o
nosso pensamento sobre todas estas atividades. Assim, necessitamos de um
modelo que explique, em termos gerais, como a economia está organizada e
como os agentes económicos interagem uns com os outros, a Figura 1, faz
referência a um circuito económico simplificado, onde estão identificadas as
relações económicas entre os agentes económicos, sendo por um lado as famílias
e por outro lado as empresas.

Figura 1
Circuito económico

Fonte: (Samuelson & Nordhaus , 2005)


As empresas produzem bens e serviços usando factores de produção (terra,
trabalho e capital), enquanto que as famílias são detentoras dos fatores de
produção e consomem todos os bens e serviços que as empresas produzem. As
famílias e as empresas interagem em dois tipos de mercados, primeiro no
mercado de bens e serviços (onde as famílias são compradores e as empresas
vendedores) e no mercado dos factores de produção (onde as famílias são
vendedoras e as empresas compradoras). Assim, neste mercado as empresam
fornecem os inputs às empresas para a produção de bens e serviços.

No fluxo de bens e serviços entre as famílias e as empresas, as famílias vendem o


uso do seu trabalho, terra e capital às empresas no mercado dos fatores de
produção e as empresas usam estes fatores de produção para produzir bens e
serviços que são vendidos às famílias no mercado de bens e serviços. Assim, os
factores de produção vão das famílias para as empresas e os bens e serviços
saem das empresas para as famílias. Por outro lado, a linha descontínua
apresenta o circuito do fluxo monetário, onde as famílias gastam dinheiro para
comprar bens e serviços às empresas e estas usam parte destas receitas para
pagar pelo uso dos fatores de produção (salários, rendas e lucros). Assim, cada
fluxo real (bens e serviços) corresponde a um fluxo monetário (euros).

2.8 Breve noções sobre o mercado

Mercado é o mecanismo pelo qual os compradores e vendedores de uma


mercadoria se confrontam para determinar o seu preço e quantidade. Num
sistema de mercado tudo tem preço.
O preço representa o valor de um bem em termos monetários, ou seja,
representam as condições em que os indivíduos e as empresas trocam os
diferentes bens. Quando um consumidor concorda em comprar um telemóvel a
um vendedor por 50.000u.m., isto significa que ele vale mais de 50.000u.m. para
o consumidor e menos de 50.000u.m. para o vendedor. Os preços também
servem de sinais para os produtores e consumidores. Se por exemplo os
consumidores quiserem mais telemóveis, a sua procura irá aumentar, mas como
os vendedores estão com as suas existências reduzidas aumentam o preço do
produto para racionar a oferta limitada. Por sua vez o preço mais elevado irá
estimular a produção (o contrário também é verdadeiro). O que é verdade para
os mercados de consumo também o é para os mercados de factores de produção,
tais como o trabalho, capital, etc., Os preços coordenam as decisões dos
produtores e dos consumidores num mercado. Os preços mais elevados tendem
a reduzir as compras dos consumidores e estimularem a produção. Os preços
mais baixos estimulam o consumo e retraem a produção.
2.9 A Curva da Procura
A procura é a relação entre o preço de mercado e a quantidade que os
consumidores estão dispostos a adquirir de determinado produto. Quando
falamos de procura estamo-nos a referir a uma quantidade “desejada”. Este
pressuposto é muito importante para o entendimento de que a quantidade que
os consumidores procuram de determinado bem e a determinado preço de
mercado nem sempre é a quantidade que as pessoas adquirem.
Poderemos considerar uma curva da procura do Ferrari Enzo Dino que
procurará responder a quantas unidades seriam compradas se o seu preço de
venda fosse de 100.000 000 kz Com certeza a resposta seria: muitas! Esta
resposta traduziria um desejo e não as quantidades reais de ferraris que seriam
adquiridas no mercado, uma vez que a quantidade oferecida a este preço seria
próxima ou mesmo igual a 0 (zero). O estudo da procura e da oferta permitem-
nos retirar algumas conclusões sobre as alterações do comportamento dos
agentes face a alterações de variáveis do meio envolvente ao mercado, à
organização ou ao consumidor. Este estudo deverá ser feito antes da ocorrência
das alterações, tornando-se um importante instrumento na predição das
consequências de fenómenos económicos (e.g. o que acontecerá se o imposto
sobre um bem aumentar 10%?).
Outro conceito importante a reter é o de preço de mercado. Na presente análise
iremos tratá-lo de forma indistinta relativamente a fatores como a localização,
espaço de venda, qualidade do produto… sabe-se a partida que o preço é uma
variável importante para o consumidor e que o mesmo é diferenciado por loja,
região e outros fatores que potenciam a discriminação. Contudo considera-se
como uma espécie de preço médio do mercado.
preço e quantidade. Do ponto de vista formal o preço poderá explicar a
quantidade procurada ou oferecida, ou a quantidade procurada e/ou oferecida
poderão explicar o preço a fixar no mercado. A Figura abaixo representa, os
dados relacionados com o comportamento da compra relacionada com as pizzas
no mercado.
Figura 2
Comportamento dos preços no mercado das pizzas

Fonte: (Oliveira , 2008)


A figura abaixo apresenta algumas alterações resultantes do preço de um
determinado bem na quantidade procurada ou desejada. Assim, quando o preço
cai de P2 para P3, verifica-se deslocamentos ao longo da curva, isto é, do ponto b
para c.
Figura 3
Curva da Procura

Fonte: (Oliveira , 2008)


Existe naturalmente uma diferença considerável entre os termos alteração na
quantidade procura e alteração da procura. Enquanto na alteração da quantidade
procurada estamos a falar de deslocamentos ao longo da curva da procura, uma
alteração da procura significa que toda a relação entre o preço e a quantidade foi
alterada.
Fatores que afetam a curva da Procura
Rendimento Médio
Com o aumento do rendimento, os consumidores tendem a comprar quase tudo,
mesmo tendo em conta que os preços não se alterem.
Dimensão do Mercado
A população influencia de forma significativa a curva da procura, maior número
de consumidores implica um um aumento significativo nos níveis de procura no
mercado.

Preços dos Bens relacionados


A procura de um determinado bem aumenta ou diminui quando aumentam ou
diminuem os preços dos bens substitutos.
Preferências
As preferências dos consumidores representam uma variedade de influências
culturais e históricas e afetam a curva da procura
Influências específicas
A procura pode naturalmente ser influenciado por fatores específicos como por
exemplo a sazonalidade dos produtos e o ambiente macroeconómico.
Figura 4
Alterações na curva da procura

Fonte: (Oliveira , 2008)


2.10 Excedente do consumidor
O excedente do consumidor procura avaliar o benefício económico para o
consumidor que deriva do facto dele pagar todas as unidades que consome ao
preço de mercado. Considere-se a seguinte curva da procura de mercado: para os
diferentes preços 10, 8, 6, 4, 2, o consumidor está disposto a adquirir,
respectivamente, as quantidades 1, 2, 3, 4, 5. O facto de o consumidor estar
disposto a pagar aquele preço por aquelas quantidades, representa o valor que
ele atribui a essas quantidades. Admitindo que o preço se fixa em P = 4, o
consumidor adquire 4 unidades do bem. O consumidor vai pagar P = 4 por cada
uma das 4 unidades que consumir. Neste caso, ele ganhou com a troca visto que a
primeira unidade custou-lhe 4 e valia 10, a segunda 4 e valia 8, a terceira 4 e
valia 6. Este é o excedente do consumidor: trata-se de uma medida monetária da
diferença entre o que o consumidor está disposto a pagar por um bem e o que
efetivamente paga.
Figura 5
Excedente do Consumidor

Fonte: (Carvalho & Leonor , 2012)


Em termos gráficos, o valor monetário do excedente do consumidor é igual à
área abaixo da curva da procura e acima da recta do preço. Curva da procura 
ganho total (excedente total) (A) – custo total (B) = excedente líquido do
consumidor ou excedente do consumidor (C). Dado que o consumidor paga
menos do que o valor que atribui aos bens, significa que a troca é benéfica.
Em alguns bens o excedente do consumidor é bastante grande. É o caso da água:
a curva da procura e a curva da utilidade marginal (que veremos mais adiante)
são muito altas, e como o preço é baixo e a quantidade procurada elevada, o
excedente do consumidor é muito elevado. Se o preço de um bem baixar (época
de saldos, por exemplo) há uma variação positiva no excedente do consumidor;
se o preço aumentar (aumento da taxa do IVA, por exemplo), o excedente do
consumidor diminui. A variação do excedente do consumidor dá-nos, pois, uma
medida monetária da variação no bem-estar do consumidor.

Curva da procura de mercado (Dm)


A curva da procura de mercado (ou procura agregada) representa a quantidade
total desejada (comprada) de um bem por todos os consumidores desse bem,
para cada nível de preços (Figura 2.3). É o somatório (horizontal) das curvas de
procura individuais para cada nível de preços. Por consequência, a curva da
procura de mercado é menos inclinada do que qualquer das curvas de procura
individuais. Na figura seguinte vemos que, se o mercado for constituído por
apenas dois consumidores, A e B, quando o preço é igual a P1, o consumidor A
procura a quantidade YA e o consumidor B a quantidade YB. Quando o preço é
igual a P1, a procura de mercado é dada pela soma YA + YB.
Figura 6
Curva da procura do mercado

Fonte: (Carvalho & Leonor , 2012)


O excedente do produtor mede o benefício da empresa como resultado de ter
oferecido a quantidade que maximiza o seu lucro (a maximização do lucro será
discutida no próximo capítulo). O excedente do produtor de uma empresa é a
soma, para todas as unidades do produto, da diferença entre o preço de mercado
do produto.
o custo marginal4 da sua produção. Enquanto que o excedente do consumidor
mede a área situada abaixo da curva da procura individual e acima do preço de
mercado do produto, de forma análoga o excedente do produtor mede a área
situada acima da curva da oferta de um produtor e abaixo do preço de mercado
(ver Figura 8).
2.11 Execdente do produtor
Figura 8
Excedente do produtor

Fonte: (Carvalho & Leonor , 2012)


Somando-se os excedentes do produtor de todas as empresas, podemos
determinar o excedente do produtor para o mercado (Figura 8). O excedente do
produtor para um mercado é medido pela área sombreada situada entre a linha
de preço do mercado e a curva de oferta do mercado, entre os níveis de produção
0 e Y*. No caso presente, trata-se do excedente do produtor para o mercado
numa indústria com custos crescentes à escala (isto é, custos marginais sempre
crescentes).
2.12 Curva da Oferta
A oferta representa a relação entre o preço de mercado e a quantidade oferecida
de determinado produto.
Tabela 2
Preço e quantidade das pizzas

Fonte: (Oliveira , 2008)

Figura 5
Gráfico da Oferta de pizzas

Fonte: (Oliveira , 2008)


Fatores que influenciam na curva da oferta
Tecnologia
O progresso tecnológico consiste nas alterações que diminuem a quantidade dos
fatores necessários para a mesma quantidade de produto.
Preço dos Fatores de Produção
Quando o preço dos fatores de produção diminui, o custo de produção é menor e
a oferta aumenta.
Preços dos bens relacionados
A oferta varia com a variação do preço, ou seja, quando o preço aumenta, os
produtores estarão em condições de disponibilizar maior quantidade de produto
no mercado.
Política do Governo
Os impostos e as políticas salariais podem fazer aumentar o custo dos fatores de
produção levando a contração da oferta.
Influências específicas
A oferta de alguns bens são determinada pelas influências externas como a
sazonalidade e o clima. Por exemplo, em épocas de chuvas, os produtores
vendem maior quantidade de guarda-chuvas.
Oferta do Mercado
À semelhança da curva da procura, a oferta de mercado (ou oferta agregada) é o
somatório da quantidade oferecida por todos os produtores (vendedores) do
bem Y para cada nível de preços. Em consequência, a oferta de mercado é menos
inclinada do que as curvas de oferta individuais. A Figura 7 representa a oferta
de mercado numa situação em que existem apenas dois produtores, A e B.
Quando o preço é P1, o produtor A oferece a quantidade YA e o produtor B
oferece a quantidade YB. A oferta de mercado é o somatório das ofertas
individuais, neste caso, YA + YB.
Figura 7
Curva da procura do mercado

Fonte: (Carvalho & Leonor , 2012)


2.13 Equilíbrio do mercado
Uma vez obtidas as curvas da oferta e da procura agregadas, é possível descrever
a quantidade e o preço de equilíbrio de um determinado mercado. Este será o
par preço-quantidade que simultaneamente satisfaz os produtores e os
consumidores e origina o equilíbrio de mercado. Samuelson e Nordhaus
resumem as questões mais importantes relativas ao equilíbrio de mercado da
seguinte forma: “Um equilíbrio de mercado representa um equilíbrio entre os
diferentes compradores e vendedores. Dependendo do preço, todos, famílias e
empresas, pretendem comprar ou vender diferentes quantidades. O mercado
estabelece o preço de equilíbrio que junta os desejos dos vendedores e o dos
compradores. Um preço demasiado elevado significaria uma abundância de bens
com uma produção excessiva; um preço demasiado baixo significaria grandes
filas de espera nas lojas e a falta de bens. Os preços a que os compradores
desejam adquirir exactamente a quantidade que os vendedores desejam vender
proporcionam um equilíbrio entre a oferta e a procura.” (Samuelson e Nordhaus,
1999: 27, itálico no original)
O equilíbrio de mercado – ponto de intersecção entre as curvas da oferta e da
procura agregadas – é um dos aspetos mais importantes da ciência económica
moderna, visto tratar-se de um dos seus princípios fundamentais, tal como
fizemos oportunamente referência. Sobrepondo as duas curvas anteriormente
encontradas – a curva da procura agregada e a curva da oferta agregada –
obtemos uma situação de equilíbrio no ponto em que elas se cruzam, conforme a
representação gráfica na Figura 6. Trata-se daquilo que ficou conhecido por
Cruz Marshalliana, em honra ao economista Alfred Marshall. Da posição das duas
curvas pouco se pode dizer quanto à situação do mercado ou da economia.
Temos que introduzir o segundo princípio fundamental em economia – o
princípio do equilíbrio. A introdução do princípio do equilíbrio faz-se pela
adopção do mecanismo de mercado, isto é, o mecanismo que permite
compreender a interacção das curvas da oferta e da procura. O mecanismo de
mercado centra-se à volta do ponto E na Figura 6 – designado por ponto de
equilíbrio – ponto em que a quantidade oferecida pelos produtores iguala a
quantidade procurada pelos consumidores, para determinado nível de preços.
No ponto E todos os agentes estão satisfeitos – àquele preço (P1), compradores e
vendedores compram e vendem a quantidade que efetivamente desejam (Y1)
Figura 6
Equilíbrio do mercado

Fonte: (Carvalho & Leonor , 2012)


Comparemos o ponto E com o ponto B. Será que o mercado está em equilíbrio no
ponto B? No ponto B, ao preço P2, os consumidores desejam comprar uma
quantidade menor (Y3) – intersecção da linha ponteada relativa ao preço P2 com
a curva da procura – do que a quantidade que os vendedores estão dispostos a
vender a esse preço (Y2) – intersecção da linha ponteada relativa ao preço P2
com a curva da oferta. Se a economia se encontrasse no ponto B, os
consumidores estariam descontentes porque estariam a comprar uma
quantidade superior à quantidade que desejavam comprar para aquele nível de
preços.
No ponto A temos uma situação contrária. Trata-se igualmente de um ponto de
desequilíbrio, em que os vendedores estão descontentes porque vendem uma
quantidade inferior àquela que estariam dispostos a vender para aquele nível de
preços (Y3 em vez de Y2). Mas os consumidores compram a quantidade que
desejavam comprar àquele nível de preços. Qualquer outro ponto além dos
pontos A e B, ao preço P2, faz com que vendedores e compradores estejam
simultaneamente descontentes. Apenas no ponto de intersecção das duas curvas
se consegue satisfazer simultaneamente os produtores e os compradores – é o
único ponto em que a quantidade que se deseja vender iguala a quantidade que
se deseja comprar.
Resumindo, o preço P1:
É o preço de equilíbrio de mercado – aquele que iguala a oferta à procura;
 Para preços superiores a P1 temos um excesso de oferta: a quantidade
oferecida é superior à quantidade procurada (Figura 7);
 Para preços inferiores a P1 temos um excesso de procura: a quantidade
oferecida é inferior à quantidade procurada.
Figura 7
Excesso de oferta no mercado

Fonte: (Carvalho & Leonor , 2012)


Quando há excesso de oferta: o preço de mercado é maior do que o preço de
equilíbrio (Pm > PE), o que implica que a quantidade oferecida é maior do que a
quantidade procurada (YS > YD). Nesta situação, os vendedores não conseguem
vender toda a quantidade que desejariam vender àquele preço de mercado. Para
escoar a produção, baixam o preço. Isto gera dois efeitos: por um lado, os
produtores estarão dispostos a oferecer menos quantidade do produto, por
outro os compradores estarão dispostos a adquirir uma maior.
quantidade do produto. Deste modo caminha-se para o ponto de equilíbrio, em
que as quantidades procuradas e oferecidas tendem a igualar-se. Há um
movimento sistémico em direção ao ponto E que, ao baixar o preço, resolve o
problema do excesso de oferta. O ajustamento não é instantâneo e pode demorar
mais ou menos tempo dependendo das características do mercado.
Generalizando, quando o preço de mercado está acima do preço de equilíbrio há
uma tendência para que o preço de mercado baixe e se aproxime
tendencialmente do preço de equilíbrio, aquele preço que iguala as quantidades
procuradas e oferecidas. Não se trata de um ajustamento instantâneo, mas de um
movimento de ajustamento progressivo do preço e da quantidade até atingir-se o
ponto de equilíbrio.
Quando há excesso de procura: o preço de mercado é menor do que o preço de
equilíbrio (Pm < PE), o que implica que a quantidade procurada é maior do que a
quantidade oferecida (YD > YS). Contrariamente à situação anterior, o preço de
mercado é inferior ao preço de equilíbrio e, portanto, os produtores estão
dispostos a oferecer uma quantidade inferior àquela que é desejada pelos
consumidores. Neste caso, os consumidores estão dispostos a pagar um preço
mais elevado para conseguir obter uma maior quantidade do bem. Gera-se uma
disputa entre os consumidores que pressiona o preço a subir. Para preços mais
elevados os produtores estão dispostos a oferecer uma quantidade maior e, por
ajustamentos sucessivos, chega-se a uma situação estável de equilíbrio.
Ponto de equilíbrio: o preço de mercado é igual ao preço de equilíbrio (Pm =
PE), o que implica que a quantidade comprada é igual à quantidade vendida (YD
= YS). Em ambos os casos, o mecanismo de mercado favoreceu o movimento do
preço e da quantidade transacionada em direção ao equilíbrio. O equilíbrio é
assim um ponto de satisfação para todos os agentes – produtores e
consumidores do bem Y – e é também o ponto para o qual a economia tende a
deslocar-se quando se encontra noutra situação qualquer de desequilíbrio. O
ponto E é um ponto de equilíbrio estável porque as forças que actuam no
mercado tendem a compensar-se e a não querer sair desse ponto. Estas
propriedades asseguram que o equilíbrio de mercado é eficiente, havendo a
maximização dos excedentes do produtor e do consumidor. Nós aceitamos desde
o início a hipótese do equilíbrio e aqui não pretendemos demonstrar
detalhadamente todo o processo de ajustamento até ao equilíbrio. Parte-se de
um ponto de desequilíbrio inicial e apresenta-se as causas que provocam a
alteração desse ponto, assumindo que no final do processo se atingirá o ponto de
equilíbrio. Existem várias teorias acerca da maneira como se atinge esse
equilíbrio, mas não serão abordadas aqui.

Perguntas do capítulo
1. Os governos intervém na economia para Regular as Falhas de mercado,
justifica de forma plausível a sua afirmação.
2. Porque é que os mercados não funcionam muito bem ?
3. Distinga as externalidades negativas e positivas, e mostre como afetam o
funcionamento do mercado por exemplo.
4. Dê exemplos de custos de oportunidades que aprendeu nas aulas.
5. Mostre como funciona o modelo económico clássico das famílias?
6. No mercado dos Factores de produção as famílias compram ou vendem os
factores de produção ??
7. Tradicionalmente existe 3 factores clássicos de fatores de produção,
sendo a terra, trabalho e capital, assim, mostre um quarto factor de
produção atualmente tem sido apontado por alguns autores.
8. Indique como os governos intervém na economia para poder regular, os
mercados onde, existem algumas empresas que tentam ter
comportamentos estratégicos?
9. Explique quais são os fatores que afetam a curva da procura e oferta e diga como a
tecnologia movimenta a curva de oferta para direita?
EXERCÍCIOS

1.Considere a seguinte curva de equilíbrio de mercado de Loengos em Luanda,


onde, as funções de procura e oferta são representadas da seguinte forma: e . O
preço é dado em Kwanzas u.m.

a. Represente graficamente o ponto de equilíbrio do mercado de Maboques;

b. Calcule o excedente do consumidor;

c. Calcule o excedente do produtor e interprete economicamente as duas


últimas líneas.

2. Considere a seguinte curva de equilíbrio de mercado de Maboque em Luanda


(Kikolo), onde, as funções de procura e oferta são representadas da seguinte
forma: � = 40 − 0,06� � e � = −400 + 25�. O preço é dado em Kwanzas u.m.
REFERÊNCIAS

Andrade , J. (1998). Introdução à Economia . Coimbra : Minerva .


Carvalho , & Leonor . (2012). Princípios de Microeconomia . Évora : Universidade
de Évora .
Mankiw. (2001). Principles of Economics, . Harcout College Publishers.
Oliveira , C. (2008). Manual de Introdução a Economia . Vila Nova de Gaia .
Samuelson , P., & Nordhaus , W. (2005). Economia. Lisboa: McGraw-Hill.
Smith , A. (1776). Ensaio sobre a natureza e as causas da riqueza das nações.
Sousa , A. (1987). Análise Económica . Lisboa : Universidade Nova de Lisboa .
Frank, Robert H. (1998), Microeconomia e comportamento, 3ª edição,
Lisboa:McGraw-Hill.
Mateus, Abel e Margarida Mateus (2001), Microeconomia: teoria e aplicações, Vol.
I, Lisboa: Editorial Verbo.
Pindyck, R. e D. Rubinfeld (1999), Microeconomia, 4ª Edição, S. Paulo: Makron
Books.
Samuelson, P. e W. Nordhaus (1999), Economia, 16ª Edição, Amadora: McGraw-
Hill.

Você também pode gostar