Você está na página 1de 76

Universidade Politécnica

A POLITÉCNICA

Escola Superior Aberta

GUIA DE ESTUDO
MICROECONOMIA
Curso de Gestão de Empresas
(3º Semestre)

Moçambique
FICHA TÉCNICA

Maputo, Outubro de 2009

© Série de Guias de Estudo para o Curso de Gestão de


Empresas (Ensino a Distância).

Todos os direitos reservados à Universidade de


Uberaba/Universidade Politécnica

Título: Guia de Estudo de Microeconomia


Edição: 1ª

Organização e Edição
Escola Superior Aberta (ESA)

Adaptação
Cátia Paulo (Conteúdo)
Benedito Marrime (Revisão Textual)
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

UNIDADES TEMÁTICAS
Conhecendo e compreendendo a Economia .............................................. 5

Um panorama do sistema de preços: como funcionam as economias de mercado21

Comparando receitas e custos: o equilíbrio da empresa no mercado competitivo 45

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

3
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

APRESENTAÇÃO

Caro(a) estudante

Está nas suas mãos o Guia de Estudo da disciplina de Microeconomia que integra a grelha
curricular do Curso de Gestão de Empresas, oferecido pela Universidade Politécnica, na
modalidade de Educação à Distância.

Este Guia tem por finalidade orientar os seus estudos individuais neste semestre do curso. Ao
estudar a disciplina de Microeconomia, pretende-se que você adquira um conjunto de
conhecimentos e técnicas, no âmbito das Ciências Económicas.

O presente Guia de Estudo contempla textos introdutórios, para situar o assunto que será
estudado; os objectivos específicos a serem alcançados ao término de cada unidade temática,
a indicação de textos como leituras obrigatórias que você deve realizar; as diversas actividades
que favorecem a compreensão dos textos lidos e a chave de correcção das actividades, que
lhe permite verificar se você está a compreender o que está a estudar. Vai também encontrar
no Guia a indicação de leituras complementares, isto é, indicações de outros textos, livros e
materiais relacionados com o tema em estudo, para ampliar as suas possibilidades de reflectir,
investigar e dialogar sobre aspectos do seu interesse.

Esta é a nossa proposta para o estudo de cada disciplina deste curso. Ao recebê-la, sinta-se
como um actor que se apropria de um texto para expressar a sua inteligência, sensibilidade e
emoção, pois você é também o(a) autor(a) no processo da sua formação em Gestão de
Empresas. Os seus estudos individuais, a partir destes guias, conduzir-nos-ão a muitos
diálogos e a novos encontros.

A equipa de professores que se dedicou à elaboração, adaptação e organização deste guia


sente-se honrada em tê-lo como interlocutor(a) em constantes diálogos motivados por um
interesse comum: a educação de pessoas e a melhoria contínua da gestão de pessoas, base
para o aumento da produtividade e qualidade no sector empresarial no país.

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso convívio.

A Equipa da ESA

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

4
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

UNIDADE TEMÁTICA 1
CONHECENDO E COMPREENDENDO A ECONOMIA

Sílvia Denise Bisinoto

Objectivos

Reconhecer a relevância das unidades produtivas e o contexto económico, para o


crescimento e desenvolvimento de uma economia.
Compreender a necessidade de intervenção do Estado na economia para corrigir as
falhas do mercado
Reconhecer e interpretar as políticas económicas governamentais, que interferem no
ambiente empresarial.
Perceber a importância estratégica da formação de preços, sobretudo em ambientes
inflacionários.

INTRODUÇÃO
Nós nos transformamos naquilo que praticamos com
frequência. A perfeição, portanto, não é um acto isolado.
É um hábito.
Aristóteles

Caro(a) aluno(a), é com grande satisfação que nos voltamos a falar. Você perceberá que o
nosso assunto de agora, está direccionado para a economia.

MUITO IMPORTANTE!
Sempre que necessário consulta o texto de apoio sobre INTRODUÇÃO A ECONOMIA preparado
pelo Tutor para o ajudar a entender, de forma mais simplificada e sucinta alguns dos aspectos
básicos da disciplina.

A partir de agora, convido-o (a) a mergulhar no ―enigmático‖ e excitante mundo da economia.


Mundo este que, para ser satisfatoriamente compreendido, exige uma boa carga de leitura, não
só dos textos e bibliografias aqui sugeridos, mas, também, de jornais e revistas do seu
quotidiano.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

5
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

A microeconomia é conhecida como o ramo da Ciência Económica destinada a


estudar o comportamento dos agentes económicos tomados isoladamente.

Mais especificamente, a micro economia estuda:

O comportamento dos indivíduos e das famílias, enquanto consumidores;


A relação existente entre as empresas e os consumidores;
O comportamento das organizações, no que se refere às suas políticas de preços,
previsões de demanda e de facturamento, previsões de custos de produção;
As decisões da quantidade a ser produzida, escolha da melhor combinação de
recursos, avaliação e elaboração de projetos de investimento, política de propaganda e
marketing, localização da empresa, análise da concorrência, políticas públicas, etc;
E, acima de tudo, a microeconomia trata de como os indivíduos, as famílias e as
empresas decidem empregar os seus recursos, sempre escassos.

Dessa forma, a microeconomia se diferencia da macroeconomia (conteúdo que será visto


posteriormente), pois esta última se preocupa, entre outros temas, pelo estudo dos agregados
económicos, tais como: PIB, consumo e renda da população como um todo, inflação, política
fiscal e política monetária.

Vamos esclarecer o que significa cada um destes termos destacados, para melhor
compreensão:

PIB: Produto Interno Bruto refere-se à soma de tudo o que é produzido dentro de uma
região (cidade, estado ou país), em um determinado período de tempo. Ou seja, toda a
riqueza gerada dentro do território económico da região, independentemente da
nacionalidade dos produtores. Leia mais em Samuelson & Nordhaus Cap 20 e 21

Inflação: Fenómeno de natureza monetária, caracterizado por um aumento generalizado e


persistente do nível geral de preços.

Política fiscal: Conjunto de decisões governamentais que se referem à arrecadação


tributária e aos gastos públicos. Em outras palavras, é a condução, pelas autoridades
públicas, da actividade económica de um país através do uso do orçamento público. As
decisões de quem e como tributar, e, como empregar os recursos arrecadados compõem a
política fiscal de um país.

Política monetária: conjunto de medidas adotadas pelo governo a fim de equilibrar a


quantidade de moeda em circulação e os meios de pagamentos com as reais necessidades
económicas do país. Como exemplo, podemos lembrar o Plano Collor, quando o governo
federal confiscou o dinheiro de contas correntes, poupanças e outras aplicações, visando
reduzir a quantidade de moeda em circulação, imaginando, à época, ser este facto
(excesso de moeda) o principal causador de inflação.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

6
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Exemplificando a distinção entre a micro e a macroeconomia, podemos tomar o seguinte caso


hipotético: em uma dada cidade, percebe-se que a inflação local foi inferior à percebida no
país, ou seja, os preços de todos os produtos e serviços, captados em âmbito nacional, tiveram
um aumento superior ao percebido nesta localidade. Ao analisarmos a variação dos preços no
país, estamos fazendo uma interpretação macroeconómica; quando passamos a nos preocupar
com o que aconteceu para que os preços nesta localidade se comportassem de maneira
diferente das demais, o nosso estudo passa a ser de natureza microeconómica.

Neste roteiro, estudaremos os temas da microeconomia, porém, por ser nosso primeiro contato
com a economia, destinamos uma unidade para tratarmos do surgimento da Ciência Economia,
seu objecto de estudo e, principalmente, os sistemas económicos. Iniciando nosso trabalho, é
importante começar pelos principais temas estudados pela microeconomia.

Considerando que os recursos são escassos, a microeconomia busca explicar, por um lado,
como os consumidores podem utilizar o seu orçamento limitado na compra de bens e serviços,
a fim de optimizar a satisfação pessoal e da familia, e, por outro, como as organizações, a fim
de maximizarem os seus resultados decidem sobre: a utilização adequada de recursos
financeiros, a contratação de trabalhadores adicionais, a opção entre alugar ou adquirir
maquinaria, a captação de recursos no mercado financeiro, a formação de custos de produção,
o nível ideal de produção e, acima de tudo, a maximização de lucro.

Metodologia da Ciência económica

Como em qualquer outra ciência, a economia e, mais especificamente a microeconomia,


preocupa-se com a explicação e a previsão de fenómenos observados. Por exemplo, as
empresas buscam maximizar os seus resultados através das vendas. Quanto a mais uma
empresa irá vender e consequentemente facturar, dada uma redução no preço de venda do
seu produto? Ou, como se comportarão as empresas, a partir de uma variação na alíquota de
um imposto que incide sobre a produção? As respostas e análises destes questionamentos
baseiam-se em teorias.

Como mostra Pindyck e Rubinfeld (2002), as teorias são construídas para explicar fenómenos
observados em termos de um conjunto de regras básicas e premissas. A Teoria da Firma, por
exemplo, começa com uma premissa elementar, as empresas sempre buscam maximizar os
seus lucros. Como fazer para que este objectivo seja atingido?

Teoria da Firma: parte da microeconmia que se preocupa,


especificamente, com a produção, com os custos de produção e com
os rendimentos da firma. A teoria da firma é formada pelas teorias:
Teoria da Produção e Teoria dos Custos de Produção, teorias que se
dedicam em estudar o produto final da firma, seu preço, utilização dos
insumos, emprego de técnicas de produção etc.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

7
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Em microeconomia, algumas teorias se constituem a base para muitas previsões. A Teoria do


Consumidor, por exemplo, exalta a intenção dos indivíduos, em face das suas respectivas
rendas, de adquirirem uma quantidade de bens e serviços que lhes proporcionem o máximo de
satisfação pessoal; originam-se aí as procuras ou demandas (individuais ou de mercado), que
criam uma base de previsão de rendimentos para as firmas.

Teoria do Consumidor: parte da microeconomia que se dedica a estudar o


comportamento do consumidor, principalmente no que se refere a: nível de
satisfação pessoal, necessidades individuais e restrição orçamentária. A teoria do
consumidor pode ser bastante útil ao empreendedor, pois, entre outras coisas, ela
serve de guia para elaboração e interpretação de pesquisa de mercado, sobretudo
quando do lançamento de um novo produto, cujo consumo inicial ainda é uma
incógnita.

Já a Teoria da Firma analisa o empreendedor em seu esforço de combinar recursos de


produção disponíveis, valendo se de técnicas estatísticas e econométricas, a fim de
construir modelos que permitam fazer previsões.

Técnicas econométricas: técnicas econométricas são técnicas que combinam


métodos matemáticos e estatísticos para testar a validade de teorias económicas
ou para fazer projeções económicas, a partir de dados observados na realidade.

Técnicas estatísticas: técnicas que empregam dados numéricos relativos a


fenómenos sociais, económicos ou naturais, a fim de medir as variações desses
fenómenos e verificar como eles se interrelacionam.

Modelos: São interpretações ou representações simplificadas de uma empresa ou


de um mercado real, com base em uma teoria económica. Os modelos são
utilizados para explicar ou entender uma situação, predizer um resultado ou
analisar um problema.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

8
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Os temas estudados pela microeconomia são classificados em positivos e normativos.

Os de natureza positiva dizem respeito ao que ―é, foi ou será‖. Dessa maneira qualquer
contraponto a essa linha de raciocínio pode ser facilmente confrontado com os factos reais.
Será que os gestores da Pepsi se interessariam em produzir um refrigerante com o mesmo
sabor da Cocacola, e enfrentar uma concorrência direta e acirrada? Caso sim, será que
beneficiariam com essa estratégia? Estes questionamentos de natureza positiva descrevem as
interfaces de causa e efeito, e podem encontrar respostas quando da aplicação das acções.
Os temas de natureza positiva auxiliam os administradores na construção de estratégias
empresariais, sobretudo no que se refere à formação de custo e preço, entrar em um novo
mercado, lançar um novo produto etc.

Os temas de natureza normativa dizem respeito ao que ―deveria ser‖. Os contrapontos a esse
pensamento não podem ser confrontados com os factos reais, pois os mesmos envolvem
juízos de valor. Uma empresa pode se defrontar com a seguinte situação: lançar um produto
economicamente mais barato, ou ecologicamente mais correto, mas essa decisão, certamente,
será repleta de critérios ecológicos, filosóficos ou culturais. Logo, os argumentos são
subjectivos. Embora os temas normativos não encontrem respostas directas, a sua
importância reside no facto de que a discussão amplia o debate para a elucidação de factos
económicos, sociais, políticos e empresariais.

O que é um mercado?

A constante interação entre compradores e vendedores dá origem ao mercado. Esse é um


outro tema estudado pela Microeconomia! Então, vamos compreender cada parte desse tema:

Mercado pode ser entendido como um local, físico ou não, em que compradores (o lado
da procura) e vendedores (o lado da oferta) de bens, serviços ou recursos estabelecem
contacto e realizam transações;
os compradores são também chamados de consumidores ou demandantes e estes
podem ser consumidores em instância final ou empresas que compram bens
intermediários de outras empresas;
os vendedores são as empresas que vendem bens e serviços aos consumidores e a
outras empresas, como matéria-prima, por exemplo. ―Concretamente o mercado é
formado pelo conjunto de instituições em que são realizadas transações comerciais
(lojas, Bolsa de Valores ou de Mercadorias etc.) ...‖
(SANDRONI, 2001, p. 378).

O Comportamento dos mercados é um dos objectos centrais de estudo da Economia de


Empresas. Em alguns mercados, percebe-se que há somente um pequeno grupo de agentes
económicos e o acesso a eles é difícil, enquanto que, em outros, não só o número de
participantes é bastante grande, como é fácil ingressar.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

9
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Reflita um instante!

Será que as diferenças entre o tamanho do mercado e o número


de participantes interferem nas oportunidades disponíveis aos
empreendedores?

Será que os consumidores estariam mais satisfeitos se


existissem muitas empresas no mesmo mercado?

Ou ainda, será que a predisposição de oferecer recursos para


investimentos por parte do governo é menor em mercados
formados por um número reduzido de empresas?

As respostas a estes questões dependem do tipo de bem transaccionado em cada mercado e


da abrangência dos mesmos, que pode ser local, nacional ou internacional. Veja, a seguir,
alguns exemplos ilustrativos:

O mercado imobiliario de uma cidade é um mercado geograficamente local ou regional,


pois um agente económico afecta e é afectado por outro na mesma localidade;
O mercado retalhista de calçados pode ser considerado um mercado nacional, o preço
dos calçados produzidos na Beira pode ser influenciado pelos preços dos calçados
produzidos em Maputo. Embora o mercado de calçados possa ter também abrangência
internacional, a exemplo da entrada de calçados chineses no mercado Mocambicano;
A produção de trigo está inserida em um mercado
Fusão:
internacional, tanto que a produção e o preço deste produto Ocorre quando duas ou
em um país pode determinar a produção e preço em muitos mais companhias unem
outros países. seus negócios, formando
uma nova organização ou
mantendo uma das
Você pode estar se perguntando: que importância tem saber se o organizações envolvidas.
mercado é local, nacional ou internacional, já que os concorrentes
estão por toda parte? Uma organização estará em melhor situação se
souber, com um bom grau de certeza, quem são seus reais e potenciais Aquisição:
concorrentes e onde estão geograficamente, para que seja capaz de Referese à compra da
fixar os seus preços, decidir em que território irá criar campanhas propriedade e controle de
publicitárias e, ainda, com quais empresas poderá discutir a uma organização, no todo
ou em parte, por outra
possibilidade de uma fusão ou aquisição. organização ou grupo.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

10
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Uma pausa para leitura Antes de prosseguir,

leia o pequeno estudo de caso sobre o mercado de remédios,


exemplo 1.1, capítulo 1, do livro de Microeconomia, do
Pindyck e Rubinfeld, indicado como leitura obrigatória.

Ele o ajudará a compreender melhor a extensão de um


mercado. A seguir, responda às questões correspondentes a
este tema no final do capítulo.

Preço real Vs Preço nominal

O preço é um dos principais elementos de um mercado, compreender a sua formação e


analisar o impacto de sua mudança é estrategicamente importante para uma empresa.
Retornando os nossos estudos, centraremos os nossos esforços na distinção entre preços
reais e preços nominais.

A diferença entre o preço real e o preço nominal das mercadorias e serviços não constitui algo
meramente especulativo. Ao reajustar o preço de uma mercadoria, a empresa estará
interessada em saber se a mesma manteve o seu poder de troca, ou seja, se o produto hoje
pode ser trocado pelas mesmas coisas por que era trocado, por exemplo, há cinco anos.

Esta análise só pode ser feita se compararmos o comportamento do preço da mercadoria em


relação ao comportamento dos preços de todas as outras mercadorias e serviços. Portanto, o
preço nominal é o preço absoluto de uma mercadoria ou serviço no momento de sua venda, é
o preço da etiqueta em moeda corrente.

O preço real é o preço da mercadoria em relação ao nível geral de preços, ou preço em moeda
constante. Consideremos o seguinte exemplo hipotético: em 1996, o Sr. António ganhava
1.000,00 unidades monetarias (um) de salários, em 2006, o seu salário atingiu a soma de
1.500,00 um. Será que ele realmente teve o seu poder de compra aumentado? A resposta a
esta pergunta depende do comportamento dos preços dos demais bens e serviços consumidos
por ele, que é uma medida estatística que visa aferir a variação relativa de preços de um
agregado de bens e serviços, em uma seqüência de períodos de tempo.‖ Um índice utilizado
em Mocambique, com bastante freqüência, é o indice de preços ao consumidor (IPC),
calculado pelo Instituto Nacional de Estatistica (INE)

Voltando ao nosso exemplo, se entre 1996 e 2006 o IPC registou um aumento superior a 50%,
o Sr. António teve o seu poder de compra reduzido, ou seja, a sua renda subiu menos que o
preço de todos os bens e serviços captados pelo IPC, menos que a inflação medida por este
índice no período. Ao contrário, se o IPC registou uma variação positiva inferior a 50%, o seu

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

11
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

poder de compra aumentou, ou ainda, se o IPC aumentou em 50%, não houve variação real
em sua renda.

Por meio de uma fórmula simples, é possível calcular o preço real de uma mercadoria ou a
renda de uma pessoa ao longo do tempo. Considere os seguintes dados hipotéticos sobre
índices de preços, que acumulam a variação do nível geral de preços (taxa de inflação):

Descontando a inflação de um preço nominal, temos o seu valor real (preço real), por meio da
fórmula:

Retornando ao exemplo do Sr. António:

Como 1.141,30 > 1.000,00, conclui-se que o valor real do salário aumentou. O que não é
surpresa, pois o salário do Sr António aumentou em 50%, enquanto os preços dos demais bens
e serviços foram reajustados em 31,43%. Tal fato promoveu um aumento real de 14,13% no
poder de compra do Sr. António.

Outra maneira, se o salário do Sr. António tivesse somente acompanhado o índice de preços,
ele estaria ganhando hoje R$ 1.314,30, valor obtido através do cálculo:

1.000,00(salário inicial) x 131,43 (índice do ano corrente) dividido por 100 = 1.314,30.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

12
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Ou seja, 1500,00 são, aproximadamente, 14,13% maior 1.314,30.

Todo o raciocínio que fizemos se aplica aos preços de quaisquer mercadorias. Note que
estamos somente analisando o que interfere no cálculo do preço real. Muitas são as variáveis
que influenciam no preço nominal ou de venda de um produto, mas este assunto será tratado
no próximo roteiro.

Uma pausa para realização de atividades

Faça novamente uma pausa e resolva os exercícios sobre


preço nominal versus preço real, disponível no capítulo 1, do
livro de Microeconomia, do Pindyck e Rubinfeld, indicado
como leitura obrigatória. Esse texto o ajudará a compreender
melhor a extensão de um mercado.

A seguir, responda às questões correspondentes a este


tema, no final do capítulo.

Como falamos anteriormente, este é o nosso primeiro contacto com os estudos sobre
economia, por isso, é necessário que você conheça um pouco mais sobre esta importante
ciência, seu propósito de existência e suas faces nos três sistemas económicos: capitalista,
socialista e misto.

Desde os mais primórdios tempos, o homem se preocupa com as questões Nômade:


relacionadas à Economia. Mesmo nos tempos em que vivia nas cavernas, ou
era nómada, ele já se preocupava em como sobreviver a partir do uso dos Povo que não tem um
recursos de que dispunha. Porém, neste período, as necessidades lugar próprio para
morar.
manifestadas pelos grupos eram menores do que as percebidas hoje, os exploram um local
métodos de produção e conservação de alimentos eram rudimentares, e tudo quando
o que era produzido era consumido quase que instantaneamente. Hoje, a este não produz mais,
sociedade se defronta com técnicas avançadas de produção, métodos migram para outro.
sofisticados de conservação de produtos, e constante inovação de bens e
serviços para consumo.

O que é certo para aquela época, e, para hoje, é que os recursos de produção (recursos
destinados ao atendimento das necessidades humanas), sempre foram escassos. Esse facto
dá origem às diversas definições que a economia recebe, das quais selecionamos uma:

[...] a Economia é a ciência voltada para a administração dos escassos recursos das
sociedades humanas: ela estuda as formas assumidas pelo comportamento humano
na disposição onerosa do mundo exterior em decorrência da tensão existente entre
os desejos ilimitados e os meios limitados aos agentes da atividade econômica.
(BARRE apud ROSSETI, 2003, p. 50).

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

13
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Mas, que recursos são estes? Por que eles são escassos? Em Economia, genericamente, são
cinco as categorias de recursos de produção:

terra, conjunto dos recursos naturais;


trabalho, mão de obra destinada à transformação dos recursos naturais em bens e
serviços prontos para o uso final;
capital, conjunto das ferramentas, maquinaria e demais instrumentos que facilitam o
trabalho da mão-de-obra, além do capital financeiro;
capacidade tecnológica, tecnologia aplicada ao processo de produção;
capacidade empresarial, capacidade intelectual que, uma vez presente, leva o homem a
tomar decisões acertadas acerca do processo produtivo.

Reflicta um instante!

Você pode estar se perguntando: será que em um país


como o Brasil existe mesmo escassez de recursos, com
tanta gente e reservas naturais tão abundantes?

A resposta é sim. O problema da escassez está presente


em qualquer economia, da mais desenvolvida à mais
atrasada e, talvez hoje, seja ainda mais grave do que nas
economias primitivas, embora lá também existisse.

Faz parte da natureza do homem ser insatisfeito, a todo o


momento ele quer coisas novas, seus desejos e suas
necessidades se renovam constantemente; cada vez que
uma necessidade é atendida, esta passa a ser motivadora
de outras.

O problema é que os recursos que se destinam a atendê-las


não se renovam com a mesma intensidade; daí a escassez.
Este facto é agravado, actualmente, pelo uso crescente dos
meios de comunicação de massas e pelo próprio modo de
produção capitalista, que estimula o consumismo.

A forma com que cada nação decide empregar os seus recursos produtivos escassos e
organizar a sua economia depende do sistema económico que ela adopta.

[...] sistema econômico é o conjunto das relações técnicas, básicas e


institucionais que caracterizam a organização econômica de uma sociedade.
Essas relações condicionam o sentido geral das decisões fundamentais que se
tomam em toda sociedade e os ramos predominantes de sua atividade.
(TROSTER; MOCHÓN, 1999, p. 38 39).

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

14
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Do ponto vista da organização da atividade económica, pode-se dizer que são três as formas
de sistemas: Sistema Económico Capitalista, também conhecido como Economia de Mercado;
Sistema Económico Socialista ou Economia Planificada; e Sistema Económico Misto.

Comecemos pelo Sistema de Economia de Mercado ou Capitalista,


corrente de pensamento que teve o seu marco de nascimento com a
publicação, em 1776, de uma obra chamada A Riqueza das Nações, de Adam Smith:
Adam Smith. Possui como características básicas a defesa da livre Economista escocês que,
em 1776, publicou uma
iniciativa e da propriedade privada dos meios de produção, e a sua das mais importantes
operação tem por objectivo principal a obtenção de lucro. Vamos obras sobre o capitalismo:
conhecer um pouco melhor esses dois termos destacados: A Riqueza das Nações:
Investigação sobre sua
Natureza e suas Causas.
Nela, Smith exalta
A Livre iniciativa: trata-se da possibilidade de as empresas tomarem o individualismo e o
decisões por elas mesmas, sem a interferência do Estado. Um dos interesse próprio e rejeita
princípios básicos do liberalismo económico é a defesa da total a intervenção estatal na
liberdade individual. Economia.

E, a Propriedade privada possui um dono particular. É o direito que


garante ao proprietário de um bem o poder de usar e dispor dele, de
acordo com seu interesse, a princípio de modo absoluto, exclusivo e
perpétuo.

Em uma economia cujos fundamentos são propriedade privada e livre


iniciativa, os agentes económicos procuram resolver os seus problemas
individualmente, sem a interferência do Estado. Cada um pensando em si Liberalismo Corrente:
mesmo e em seus próprios problemas, busca sobreviver em uma situação de
concorrência imposta pelo mercado. Nesse tipo de sistema económico, os Pensamento político
que defende a maximização
consumidores e as empresas, agindo individualmente, interagem através dos da liberdade
mercados e acabam por determinar o que, como e para quem produzir, ou individual mediante o
seja, cada um, pensando em si mesmo, age para o mercado. Sobre isso, exercício dos direitos e da
Adam Smith criou o conceito de mão invisível. Segundo este economista, os lei. O liberalismo defende,
agentes económicos, movidos pelos seus próprios interesses, geram entre outras coisas, a livre
iniciativa, a propriedade
benefícios ao mercado, como que guiados por uma mão invisível. De acordo privada e o direito de
com Rossetti, (2003), os princípios básicos desse modelo de ordenamento expressão.
económico, são: a racionalidade do homem económico, as virtudes do
individualismo, o automatismo das forças de mercado, e os ajustamentos pela
concorrência. Por tudo isso, o Sistema Económico Capitalista ou de Mercado
também é conhecido por liberalismo.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

15
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Certamente, você percebeu que o sistema económico adoptado em Mocambique possui quase
todas as características do capitalismo, porém é necessário fazer uma ressalva sobre a
intervenção do Estado nas questões económicas, facto evitado no modelo capitalista puro. Um
pouco mais à frente, trataremos desta questão.

O sistema económico Socialista, Socialismo ou Economia Planificada, é o sistema típico dos


países socialistas, em que prevalece a propriedade estatal dos meios de produção. As
perguntas fundamentais da economia: o que produzir? Como produzir? para quem produzir?
são resolvidas por um poder central, onde a maior parte das decisões de natureza económica é
tomada pelo Estado. O poder central, ou agência de planeamento, distribui não só as tarefas
de cada pessoa, mas também os meios de produção, tanto materiais quanto financeiros. As
centrais de planeamento determinam, além da quantidade a ser produzida nas diferentes
empresas, a maneira de distribuição do resultado da produção.
Diferentemente do que ocorre no capitalismo, em que as desigualdades sociais são intensas, o
socialismo é um modo de organização social que busca uma distribuição equilibrada de
riquezas e propriedades, com a finalidade de proporcionar a todos um modo de vida mais justo.
Nesse sistema económico, o esforço colectivo leva a benefícios individuais, o estímulo à
produção vem da busca do atendimento das necessidades colectivas, não do lucro individual.

Algumas nações adotaram este sistema, países como a ex-União Mercado negro: Termo
Soviética, China, Cuba e Alemanha Oriental implantaram estas ideias no utilizado para denominar a
século XX. Porém, muitos foram os problemas enfrentados por eles. comercialização de
Internamente, ressalta-se: o excesso de burocracia, a corrupção, a mercadorias e serviços
negociados ilegalmente
existência de um mercado negro, baixa produtividade em razão da lenta
ou sem recolher os
evolução de técnicas de produção, desperdício de recursos, indisciplina impostos devidos à sua
financeira etc. comercialização e ou
produção.
Externamente, o facto de serem minoria, num mundo voltado para o lucro e
acumulação de riquezas e a imposição de embargos comerciais por países capitalistas ricos,
foram alguns dos problemas que se colocaram no caminho dos países que insistiram em
manter um sistema económico socialista. Este elenco de questões aliado a um processo de
intensas trocas internacionais, chamado globalização, colaboraram para o relativo fracasso
desse modelo de ordenamento. A União Soviética foi das uma primeiras nações a iniciar o
processo de transição do socialismo para o capitalismo e foi seguida pelos demais países, que
já concluíram, ou estão concluindo a transição. Cuba e Coreia do Norte, apesar de todos os
problemas, são países que ainda adoptam o modelo socialista de organização económica.

Tanto os países capitalistas, como os países que adotaram o sistema socialista, desviaram-se
de seus ideários incipientes. Os desvios foram de tal ordem que se tornaram verdadeiros
vícios. A gravidade desses vícios provocou o surgimento de uma nova forma de organização
da actividade económica, o sistema económico misto.

Na prática, podemos afirmar que um sistema capitalista totalmente puro, bem como uma
economia totalmente socialista, nunca existiu. O que sempre se percebeu foi a presença de
economias mistas em graus variados, ou seja, economias do tipo capitalista, mas que aceitam

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

16
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

uma certa intervenção estatal e economias planificadas, que permitem a livre iniciativa e até a
propriedade privada.

Neste tipo de sistema económico, encontramos traços dos dois outros sistemas citados
anteriormente, quais sejam: existência de empresas públicas (estatais) e privadas;
descentralização das decisões sobre os problemas económicos centrais; a permissão do lucro
da iniciativa privada e o Estado e o mercado procuram harmonizar os seus interesses e
alcançar a justiça social.

Como lembra Pindyck e Rubinfeld (2002), nas economias actuais de mercado, consumidores,
trabalhadores e empresas possuem muito mais flexibilidade e poder de escolha na alocação
dos recursos escassos do que a percebida nas economias mais planificadas. Não obstante,
este grau de liberdade passa a ser limitado por regulamentações impostas pelo poder público.

A microeconomia procura estudar as relações de equilíbrio entre consumidores, trabalhadores,


empresários e governo em um mercado livre e regulamentado, com o objetivo último de buscar
a melhor maneira de encontrar o equilíbrio através de interesses conflitantes.

Nos próximos roteiros, ampliaremos nossa discussão sobre equilíbrio: da busca de um


equilíbrio entre o consumidor e sua restrição de renda, teoria do consumidor, da necessidade
das empresas em encontrar o equilíbrio entre o que querem produzir e os recursos que podem
empregar, teoria da firma, e do equilíbrio entre o preço que o consumidor quer pagar e o que o
ofertante deseja receber, teoria elementar do mercado e estruturas de mercado.

Como você pode ter percebido, a atividade económica se constrói a partir da interação de
complexas variáveis. Em alguns momentos, ela se vale de sustentação teórica com
comprovação prática, que lhe permite maior grau de confiabilidade, a economia positiva. Em
outros, as escolhas dos agentes económicos são respaldadas em juízos de valor, a economia
normativa. Ela também se subdivide em macroeconomia e microeconomia, sendo esta última
responsável, fundamentalmente, pelo estudo do comportamento do consumidor, do
comportamento da empresa e das funções do mercado. Neste, e nos três roteiros
subsequentes, procuraremos tratar de cada um dos temas da Economia de Empresas em
separado. O seu esforço e comprometimento são fundamentais para que os objectivos
anteriormente citados sejam atingidos.

Leitura Obrigatória

PINDYCK, Robert S.; RUBINFELD, Daniel L. Pares. Preliminares.


In: ______. Microeconomia.
São Paulo: Prentice Hall, 2002, cap 1, p. 3 18.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

17
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

De maneira bastante clara, os autores desta obra tratam de tópicos importantes para uma
iniciação ao estudo da microeconomia, a saber: o uso e as limitações da teoria
microeconómica, a distinção entre a análise positiva e a análise normativa, o que é um
mercado e suas derivações, a diferença entre preços reais e preços nominais, e a diferença
entre microeconomia e macroeconomia.

Durante todo o texto, os autores dispensam um tratamento bastante prático e repleto de


exemplos, o que torna o mesmo muito interessante e de fácil compreensão.

Porém, há de se fazer uma ressalva: por ser uma obra traduzida, os seus exemplos são todos
de economias externas, embora seja possível a analogia com a realidade nacional. Portanto, a
cada exemplo apresentado, procure identificar algum caso de empresas de sua região, ou
mesmo de outras regiões nacionais, que tenha semelhanças com o caso apresentado na obra.
Isto certamente o(a) ajudará a compreender melhor os conceitos trabalhados e solidificará seu
aprendizado.

Leituras Complementares

Texto 1
Samuelsom P. : Nordhaus W. Pode ler qualquer edição.

Texto 2
MANSFIELD, Edwin; YOHE, Gary. Microeconomia In: ______. Microecnomia.
11. ed. São Paulo: Saraiva, 2006, cap. 1, p. 3–23.

Obra bastante prática, repleta de exemplos reais e hipotéticos. Alguns curtos, apresentados
como breves interrupções espalhadas pelo texto e outros são mais abrangentes e se
constituem verdadeiros textos de estudo. Muitos dos exemplos apresentados são extraídos da
cobertura de eventos por parte da mídia, o que torna a leitura mais interessante. Muitos,
entretanto, são extraídos de outras obras literárias e são apresentados para mostrar como as
teorias, em suas fortes abstrações, são fundamentais na construção de modelos que permitem
compreensão da realidade.

Texto 3
ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à Economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2003, p. 300–
348.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

18
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

A contribuição deste autor ao nosso estudo é sobre o ordenamento institucional, neste roteiro
entendido como sistemas económicos. Rossetti inicia pelas formas alternativas de
ordenamento e de organização da atividade económica, passa por todos os sistemas
económicos aqui apresentados: capitalista, socialista e misto, e conclui com a apresentação de
um novo paradigma: a economia social de mercado.

Mata, José. Economia da empresa. 4. ed. Lisboa: Fundação Colaste Gulbenkian, 2003, p.1-17

Actividades

Actividade 1

Em grandes metrópoles, consome-se, diariamente, cerca de 40 mil toneladas de géneros


alimentícios básicos. Sem que nenhum órgão regulador, ou direcionador governamental
determine a actividade a ser desenvolvida por cada agente económico no processo que vai da
produção à distribuição, qual a força que os impulsiona? Por que razão a descontinuidade do
abastecimento pode ser considerada uma hipótese remota? Justifique as respostas.

Actividade 2

Explique o que são argumentos positivos e argumentos normativos. Crie duas situações cuja
análise seja, uma de natureza positiva e a outra de natureza normativa.

Actividade 3

Dentre as alternativas, a seguir, qual seria a MAIS provável de ser estudada pela
microeconomia?

A)( ) A variação do PIB brasileiro em um determinado ano.

B)( ) A variação nos preços dos serviços odontológicos, ofertados em uma cidade do interior do
Estado de Minas Gerais.

C)( ) O aumento do emprego em todo o país, provocado por um programa de incentivo


tributário.

D)( ) A variação nos preços médios de todos os bens e serviços ao consumidor.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

19
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Actividade 4

Suponha que o preço da assinatura de telefonia fixa na cidade de Uberaba tenha aumentado
de R$ 7,50 por mês, em 1994, para R$ 23,50, por mês, em 2006. Durante o mesmo período, o
INPC subiu 170%. Levando em conta a variação do INPC no período, demonstre,
algebricamente, o que aconteceu com o preço real da assinatura de telefonia fixa.
Actividade 5

Nas proposições, a seguir, marque ―V‖ para as alternativas verdadeiras, e ―F‖ para as falsas.

A. ( ) No mundo moderno, a concepção clássica da escassez está superada, tendo em vista o


alto potencial de produção gerado pelas conquistas tecnológicas.

B. ( ) Não se pode falar em escassez de recursos produtivos em uma economia como a do


Brasil, dada a sua vastidão territorial e o desemprego estrutural que atinge apreciável
parcela de sua população com condições físicas e intelectuais para o trabalho.

C. ( ) As famílias de poder aquisitivo alto deveriam doar parte de seus rendimentos às famílias
de poder aquisitivo baixo. Esta afirmação representa um argumento positivo.

D. ( ) O salário mínimo real deveria ser mais alto, para a felicidade geral do povo brasileiro.
Constituirá esta afirmação um argumento normativo.

E. ( ) O mercado de venda de ouro pode ser considerado um mercado mundial, ao passo que o
mercado imobiliário pode ser considerado um mercado local.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

20
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

UNIDADE TEMÁTICA 2
UM PANORAMA DO SISTEMA DE PREÇOS:
COMO FUNCIONAM AS ECONOMIAS DE MERCADO

Joaquim Osvaldo Pereira de Gouveia

Objetivos

Esperamos que após o estudo deste roteiro, você seja capaz de:

definir demanda e oferta de um produto;


identificar os factores que afetam a demanda e oferta de um produto;
estabelecer relações entre a quantidade procurada de um produto e os factores que
influenciam a demanda desse produto;
estabelecer relações entre a quantidade ofertada de um produto e os factores que
influenciam a oferta desse produto;
explicar como a quantidade e o preço de um produto são determinados em um mercado
competitivo;
descrever os efeitos de uma variação dos factores determinantes da oferta e demanda
sobre a quantidade e o preço de equilíbrio do mercado;
expressar em linguagem matemática as relações entre demanda de um produto e os
factores que a influenciam;
expressar, em linguagem matemática, as relações entre oferta de um produto e os
factores que a influenciam;
aplicar os conhecimentos de funções e de cálculo diferencial e integral em situações
económico administrativas;
interpretar gráficos das funções de demanda e oferta;
avaliar o grau de sensibilidade em que a quantidade demandada de um produto
responde a modificações no seu preço, na renda do consumidor e nos preços de outros
produtos;
avaliar o grau de sensibilidade em que a quantidade ofertada de um produto responde a
uma variação no seu preço.

Considerações iniciais

Vimos, em outros componentes curriculares, que uma empresa, geralmente, obtém as suas
receitas vendendo produtos e serviços em diferentes mercados. Em nossos estudos de
Contabilidade Básica, aprendemos o conceito de receita e como contabilizá-la. Aprendemos,
sobretudo, a construir a Demonstração de Resultado de Exercício (DRE), que é um importante

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

21
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

relatório para a gestão financeira de uma empresa, lembra-se? O nosso objetivo, ao elaborar a
DRE, é mostrar aos gestores da empresa e à sociedade o resultado obtido na gestão dos
negócios, sob a forma de lucro ou prejuízo. Você deve estar lembrado(a) de que o resultado do
exercício é calculado subtraindo-se das receitas de vendas os custos e as despesas incorridos.
Se o resultado da subtração for positivo, significa que a empresa conseguiu um lucro; se o
resultado for negativo, isso quer dizer que a empresa incorreu em prejuízo.

Posteriormente, ao estudarmos o componente curricular Contabilidade Gerencial e Análise de


Custos, aprofundamos o nosso estudo sobre a formação do resultado do exercício. Foram-nos
apresentados os importantes conceitos de custo total, margem unitária de contribuição e ponto
de equilíbrio. Relacionámos receita de vendas ao custo total e deduzimos que o ponto de
equilíbrio de uma empresa é alcançado quando ela produz e vende as quantidades do seu
produto, em determinado período de tempo, que tornam o lucro nulo.

Nesta altura, você já deve ter se lembrado de que custo total é a soma dos custos fixos com os
custos variáveis. Certamente não se esqueceu que os custos variáveis dependem das
quantidades produzidas e vendidas; que os custos fixos independem das quantidades; que a
margem unitária de contribuição é a diferença entre o preço unitário de venda do produto e o
seu custo variável unitário; e que o ponto de equilíbrio é o custo fixo dividido pela margem
unitária de contribuição.

Veja quantas linhas gastamos e quantas palavras usamos só para dizer que receita e custo
variável dependem das quantidades vendidas!

Felizmente, a matemática veio em nosso auxílio e nos ensinou a escrever de forma simplificada
e resumida todas essas relações, sob a forma de funções. Aplicamos os nossos
conhecimentos matemáticos em situações administrativas escrevendo assim:

receita de vendas como função linear crescente das quantidades vendidas:


em que R = receita de vendas; q = quantidade vendida do produto; p = preço unitário de
venda do produto;

custo total como uma função das quantidades vendidas, sob a forma de uma função
linear afim, crescente: , em que C = custo total; a = custo fixo; b =custo variável unitário;
q = quantidade vendida do produto;

margem unitária de contribuição: em que muc = margem unitária de


contribuição do produto; p = preço unitário de venda do produto; c = custo variável
unitário;

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

22
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

ponto de equilíbrio: .

Tudo isso que você estudou em Contabilidade Básica, em Contabilidade Gerencial e Análise de
Custos e em Matemática para Decisões Administrativas I, que acabamos de recordar, é
importante, pois fornece os fundamentos necessários para você prosseguir os seus estudos
sobre gestão financeira de uma empresa.

Observe, todavia, que, até agora, sabemos apenas que uma empresa obtém as suas receitas
vendendo os seus produtos em diferentes mercados e que o valor da receita depende do preço
unitário do produto e das quantidades vendidas. Ainda não investigamos como essas duas
variáveis, preço e quantidade, se relacionam. Conforme salienta Brunstein (2006, p. 51), a
forma como os preços dos produtos e as quantidades se relacionam em diferentes mercados
influenciam várias decisões estratégicas; daí a importância de os gestores da empresa
conhecerem a relação funcional entre o preço de venda do produto com as quantidades
vendidas.

Neste roteiro, vamos nos ater ao estudo da relação preço de venda do produto / quantidade,
procurando respostas para as seguintes perguntas:

Quais são os factores que influenciam as quantidades de um produto que os


consumidores desejam adquirir?
Quais são os factores que determinam a oferta do produto no mercado?
Como se determina o preço de equilíbrio de mercado?

1. Demanda/procura por um produto

1.1. Conceito de demanda

Vamos começar a nossa jornada contando uma pequena história. Silvinha é uma estudante
universitária que, como a maioria de vocês, trabalha para custear seus estudos. Empregada
em uma rede de supermercados, Silvinha ganha um salário mensal de 700,00 um. Silvinha
consegue economizar, em média, 110,00 um por mês, quantia que, geralmente, deposita em
uma conta de poupança no Banco X, mas que, às vezes, gasta com a compra de uma peça de
vestuário. Como usa uma bicicleta como meio de locomoção, Silvinha prefere usar calças jeans
para ir às aulas e ao trabalho em lugar de vestir saia. Ultimamente, Silvinha tem exagerado no
consumo de chocolates: em troca, ganhou uns gramas a mais de peso, o suficiente para deixar
suas roupas apertadas. Sabendo que A Bela Figura, uma loja do shopping center, está
promovendo uma liquidação de roupas, Silvinha dirige-se à loja disposta a comprar uma nova
calça jeans, de preferência da marca GAS, marca que muito aprecia. Silvinha pretende gastar,
no máximo, 110,00 um. Ao chegar à loja, Silvinha verifica que o preço da calça GAS é 120,00
um. Como o dinheiro que tem na carteira é insuficiente para comprar a calça GAS, Silvinha

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

23
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

aceita a sugestão da vendedora de experimentar outras marcas, mais baratas, e acaba


escolhendo a calça da marca OIL, cujo preço é 90,00 um. A esperta vendedora, ao notar que
Silvinha ficou muito satisfeita com a compra, aproveita o momento de felicidade da nossa
consumidora e lhe oferece um cinto ao preço de um 15,00. Silvinha vê que o cinto combina
muito bem com a calça e decide comprá-lo. Silvinha dirige-se ao caixa, paga 105,00 um em
dinheiro pelas compras que fez e retorna para casa, contente por haver satisfeito sua
necessidade de consumo e por ter economizado 5,00 um.

Da história de Silvinha, vamos extrair um importante conceito: o conceito de demanda.

Demanda, ou procura, são as quantidades de um produto que um


consumidor deseja e está disposto a adquirir por unidade de tempo.

Antes de continuar sua leitura, faça uma pausa e reflicta: que factores influenciaram a demanda
de Silvinha por calças jeans?

1.2. Factores determinantes da demanda/procura

Se você respondeu que os factores que determinaram a decisão de compra da personagem de


nossa história foram o preço da calça marca GAS, a renda de Silvinha, o preço da calça marca
OIL, o preço do cinto e a preferência de Silvinha por calças jeans, parabéns, você acertou.
Atente que a calça de marca OIL é um produto substituto da calça de marca GAS e que o cinto
é um produto complementar da calça jeans.

Vamos resumir os factores que influenciaram a escolha de nossa consumidora?

A demanda depende do preço do próprio produto, dos preços dos


produtos substitutos, dos preços dos produtos complementares, da
renda do consumidor e do gosto ou preferências do indivíduo.

Em linguagem matemática, podemos expressar a demanda por meio de uma função demanda ,
conforme a seguinte equação:

, em que

= quantidade demanda do produto i;

= preço do produto i ;

= preços dos produtos complementares 1,2,....,n;

= preços dos produtos substitutos 1,2,...,n;

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

24
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Y = renda do consumidor;

G = gostos e preferências individuais.


Observe que na equação de demanda, é a variável dependente ou explicada e as variáveis
, Y, G são as variáveis explicativas ou independentes. Se você não se recorda o que são
variáveis explicadas e explicativas, consulte o roteiro de estudos Correlação, regressão linear
simples e múltipla, do componente curricular Estatística Inferência. Coeteris paribus: É uma
expressão em latim que signifi
ca tudo o mais permanecendo
Neste momento, você, que é um(a) estudante curioso(a), deve estar se constante. Os economistas
perguntando: como cada uma dessas variáveis afecta as quantidades usam-na com frequência,
procuradas de um produto? Para responder a essa pergunta, vamos quando querem estudar
analisar isoladamente o efeito de cada variável sobre as quantidades o efeito isolado de uma
demandadas, colocando a hipótese coeteris paribus. variável sobre a outra, sem
considerar a influência das
demais variáveis sobre o
fenômeno estudado.

1.2.1 Relação entre preço do produto e a quantidade demandada: a lei da demanda


decrescente

Todas as demais variáveis permanecendo constantes, há uma relação inversa entre a


quantidade procurada de um produto e o seu preço, conforme ilustra o gráfico 1.1. A relação
decrescente entre preço e quantidade também pode ser mostrada por uma escala de
demanda, conforme ilustra a tabela 1.1.

Tabela 1.1: Escala de demanda de calças jeans

A curva é descendente, mostrando que quanto maior for o preço do produto, menores
quantidades serão demandadas pelos consumidores. Matematicamente, a demanda é dada
pela expressão , em que o sinal negativo indica que há uma relação inversa
entre preço do produto e quantidade demandada.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

25
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Preço da calça jeans


Quantidade de
calças jeans
demandada
por ano
Gráfico 1.1: Curva de demanda do produto i

Conforme se vê no gráfico, quando o preço do produto aumenta, a quantidade demandada por


período de tempo diminui; quando o preço do produto diminui, a quantidade demandada por
período de tempo aumenta.

Por que isso acontece? Isso acontece por causa da acção combinada de
dois efeitos: o efeito substituição e o efeito renda.

Em primeiro lugar, se existir outro bem que satisfaça à mesma necessidade do consumidor,
permanecendo constantes as demais variáveis, ele tenderá a substituir o produto mais caro
pelo produto mais barato - esse é o efeito substituição. Por exemplo, quando o preço da
manteiga se eleva, o consumidor tende a substituí-la por margarina. Além disso, quando o
preço do produto aumenta, se as outras variáveis, tais como a renda e os preços dos demais
produtos, permanecerem constantes, o consumidor perde poder de compra e acaba diminuindo
as quantidades que deseja adquirir do produto - assim é o efeito renda.

1.2.2 Relação entre a demanda do produto e os preços dos bens substitutos

Quando a relação entre o preço de um produto e a quantidade de um outro produto é directa,


tudo o mais permanecendo constante, dizemos que os produtos são substitutos ou
concorrentes.

Citemos novamente como exemplo manteiga e margarina. Se o preço da manteiga se elevar,


os consumidores tendem a comprar mais margarina. Gasolina e álcool combustível; café e chá;
carne bovina e carne de frango são outros exemplos de produtos substitutos.

O gráfico 1.2 mostra o efeito de um aumento no preço da carne bovina sobre a demanda por
carne de frango: a demanda de carne de frango se desloca para a direita, da posição D0 para
D1, significando que os consumidores aumentarão as quantidades demandadas de carne de
frango aos vários preços possíveis.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

26
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Gráfico 1.2: Efeito de um aumento de preço na carne bovina sobre a demanda de carne de frango.

1.2.3 Relação entre a demanda do produto e os preços dos bens complementares

Quando a relação entre o preço de um produto e a quantidade de um outro produto é inversa,


tudo o mais permanecendo constante, dizemos que os produtos são complementares. Também
podemos definir produtos complementares como os produtos que são consumidos em
conjunto. Exemplos: pneus e automóveis; café e açúcar; pão e manteiga, calças e cintos.

Veja no gráfico 1.3 o efeito de um aumento no preço das calças jeans sobre a demanda por
cintos. A curva de demanda de cintos se desloca para baixo, da posição D0 para a posição D1,
mostrando que os consumidores adquirirão menores quantidades de cintos aos diversos
preços alternativos.

Gráfico 1.3: Efeito de um aumento nos preços das calças jeans sobre a demanda de cintos.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

27
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

1.2.4 Relação entre a demanda de um produto e a renda

Dependendo da natureza do produto, pode haver uma relação directa, ou uma relação inversa
entre a demanda e a renda. Quando a renda do consumidor se elevar, a demanda do produto
irá crescer e a relação será directa. Temos o caso de um bem superior ou de um bem normal.
Exemplo: filet mignon . Por outro lado, quando a renda do consumidor aumentar, a demanda do
produto irá decrescer e a relação será inversa. Nesse caso, o produto é considerado um bem
inferior. Exemplo: carne de segunda.

Nesta altura dos nossos estudos, você será capaz de desenhar em um gráfico os efeitos de
modificações na renda do consumidor sobre a demanda de um bem superior e sobre a
demanda de um bem inferior, não é mesmo? Faça uma pausa em sua leitura e reflicta sobre as
seguintes questões:

Se a renda do consumidor aumentar , a curva de demanda por filet se deslocará para


a esquerda ou para a direita? Por quê?

Se a renda do consumidor diminuir, a curva de demanda por carne de segunda se


deslocará para a esquerda ou para a direita?
Por quê?

1.2.5 Considerações adicionais

O preço do produto, preços dos outros produtos, renda e gostos dos consumidores não são os
únicos factores determinantes das quantidades vendidas. Outros factores também podem
influenciar o volume de vendas. Brunstein (2006, p. 51) cita o produto em si (aspectos de
funcionalidade, tecnologia, estilo, qualidade); a promoção de vendas (propaganda, publicidade,
fidelização); a política de distribuição física dos produtos e o comportamento da concorrência
como factores que influenciam a quantidade procurada de um produto.

Para alguns produtos, a quantidade procurada é muito sensível a uma variação de preços; para
outros produtos, a quantidade procurada varia muito pouco quando os preços se modificam.
Vamos examinar a relação existente entre uma variação na quantidade procurada e uma
variação no preço do produto, introduzindo um novo conceito: o de elasticidade.

1.3 A elasticidade preço da demanda

Chamas se elasticidade preço da demanda a medida da variação percentual da quantidade


procurada de um produto, dada uma variação percentual no preço do produto, expressa na
seguinte equação:

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

28
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

na qual = preço inicial; = quantidade inicial; = preço final; quantidade final.

Usando o conceito de derivada (lembra-se da Matemática para Decisões Administrativas II?),


podemos escrever a equação da elasticidade-preço da demanda, assim:

IMPORTANTE: o coeficiente de elasticidade preço deve ser interpretado


em valor absoluto. O sinal (–) apenas indica que há uma relação inversa
entre preço e quantidade demandada.

A demanda do produto pode ser elástica, de elasticidade unitária, inelástica e anelástica.

Dizemos que a demanda de um produto é elástica quando a variação na quantidade


procurada é muito sensível a uma variação no preço, isto é, quando uma pequena
variação relativa no preço ocasiona uma variação mais do que proporcional na
quantidade procurada. Neste caso, o valor absoluto da elasticidade preço é superior a
1, ou seja, .

A demanda de um produto tem elasticidade unitária quando uma variação relativa no


preço provoca a mesma variação na quantidade procurada, isto é, o valor absoluto do
coeficiente de elasticidade é igual a 1, ou seja,

A demanda de um produto é inelástica quando uma variação de preço não interfere na


quantidade procurada. Neste caso, o valor absoluto do coeficiente de elasticidade é
inferior a 1, isto é,

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

29
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Alguns produtos são tão essenciais para o consumidor e sem substitutos


satisfatórios, que suas demandas não são influenciadas por variações em seus preços.
Neste caso, dizemos tratarse de um bem de demanda anelástica, ou seja, o valor
absoluto do coeficiente de elasticidade é nulo, ou Exemplo: o sal de cozinha e a
insulina.

Aplicação do conceito de elasticidade na gestão da receita de vendas.


Recordando: receita de vendas é igual ao RT = P. Q .

Lembre-se que a receita de vendas equivale ao gasto do consumidor.


Se houver uma variação no preço de venda, o que acontecerá com a receita?

Se a demanda for elástica, a receita de vendas do produto aumentará


com uma redução de preços, pois o aumento na quantidade
demandada é mais do que suficiente para compensar a redução de
preço.

Se a demanda for inelástica, a receita de vendas do produto diminuirá


com uma redução de preços, porque o aumento na quantidade
demandada não é suficiente para compensar a redução de preço.

1.3.1 Factores que afectam a elasticidade preço da demanda

Que factores fazem com que as quantidades procuradas de um produto sejam mais sensíveis a
uma modificação nos preços de venda do que as quantidades de outro produto?

Sem a pretensão de esgotar o assunto, podemos afirmar que

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

30
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

A demanda do produto tende a ser A demanda do produto tende a ser


elástica quando inelástica quando

o gasto com o produto absorve uma parcela o gasto com o produto absorve uma parcela
grande da renda do consumidor; relativamente pequena da renda do
consumidor;
o consumidor não tem urgência na aquisição
do produto; o desejo do consumidor em obter o produto é
urgente;
o produto é durável e reparável;
o produto não é durável;
o produto tem bons substitutos;
o produto não tem substitutos;
o produto tem usos múltiplos;
o produto é consumido junto com outros;
o produto não é essencial.
o produto é essencial.

1.3.2 Outras medidas de elasticidade

Além do conceito de elasticidade preço da demanda, existem os conceitos de elasticidade


renda e de elasticidade cruzada.

A elasticidade renda mede a variação na quantidade procurada do produto, dada uma variação
na renda dos consumidores.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

31
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

na qual = renda inicial; = quantidade inicial; renda final;


= quantidade final.

O coeficiente de elasticidade renda pode ser positivo ou negativo.

Se o coeficiente de elasticidade renda for positivo e maior que 1, ou seja, ; isto


significa que um aumento de renda provoca um aumento na quantidade demandada.
Neste caso, disse que o produto é superior.

Se o coeficiente de elasticidade renda for positivo e situar-se entre 0 e 1, isto é,


; isto significa que um aumento da renda provoca um aumento na quantidade
demandada inferior ao acréscimo de renda. Neste caso, diz-se que o produto é normal.

Quando a quantidade demandada diminui quando a renda aumenta, o sinal do


coeficiente de elasticidade renda é negativo, isto é, . Neste caso, o produto é um
produto inferior.

Conhecer o coeficiente de elasticidade renda da demanda é importante para a gestão


da receita de vendas, pois ele nos fornece uma indicação de como o consumo dos
diferentes produtos se comportará frente a modificações na renda dos consumidores.

Define-se elasticidade cruzada da demanda como a variação na quantidade de um


produto X, dada uma variação no preço do produto Y. Matematicamente, podemos
expressar o coeficiente da seguinte forma:

Usando a notação de derivadas

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

32
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

na qual = quantidade demandada do produto X; = preço de venda do produto Y; =


quantidade inicial do produto X; = quantidade final do produto X; = preço inicial do
produto Y; preço final do produto Y.

O sinal da derivada cruzada ajuda-nos a compreender a relação que existe entre dois produtos.
Se o sinal do coeficiente for positivo, os produtos são substitutos. Se o valor do coeficiente for
elevado, isto indica que o produto substituto tem boa aceitabilidade pelo consumidor; todavia,
se o valor do coeficiente for baixo, isto significa que o produto substituto não é de boa
aceitabilidade.

Se o sinal do coeficiente de elasticidade cruzada for negativo, os produtos são


complementares. Se o coeficiente for alto, isto indica que os produtos são bons
complementares; se for baixo, significa que os produtos não são bons complementares.

A manteiga e a margarina são exemplos de produtos substitutos e o pão e a manteiga são


exemplos de produtos complementares. É de se esperar que acréscimos no preço da manteiga
resultem em acréscimos no consumo de margarina e em decréscimos no consumo de pão,
sendo que outras variáveis, tais como a renda, permanecem constantes.

2. Oferta de um produto

Freitas & Silva Confecções Ltda. é o fabricante da calça jeans OIL. A firma Freitas & Silva
Confecções Ltda. também é proprietária da loja A Bela Figura, onde a nossa consumidora
Silvinha adquiriu a calça OIL por 90,00 um. Nessa loja, a firma vende os produtos que
fabrica as calças OIL e GAS , e revende acessórios para vestuário produzidos por outras
firmas, como cintos e bolsas. Para produzir as calças, o fabricante usa máquinas e
equipamentos e incorre em uma série de custos e despesas fixos (depreciação das máquinas e
equipamentos, aluguer do prédio, pró labore dos proprietários) e em custos e despesas
variáveis (salários dos operários, matéria-prima, consumo de energia, comissões de
vendedores).

Freitas & Silva Confecções Ltda. vende a calça OIL ao preço de 90,00 um a unidade. Como o
custo variável unitário de cada calça é 68,85um, a calça OIL garante uma margem unitária de
contribuição de 21,15um ou de 23,50% sobre o preço de venda. Essa margem assegura ao
fabricante pagar os seus custos e despesas fixos e, ainda assim, conseguir lucro em suas
actividades. Freitas & Silva Confecções Ltda. gostaria de poder vender o seu produto a um
preço superior a 90,00 um e até está disposta a aumentar a produção e oferecer aos
consumidores quantidades maiores de calças OIL se o preço da calça superar 90,00 um. Como
o poder de negociação de Freitas & Silva Confecções Ltda. é limitado, porque tem uma
pequena participação no mercado e enfrenta uma forte concorrência de outros fabricantes,
aceita vender a calça OIL por 90,00 um, mas não produz calças OIL a um preço de venda
inferior a 68,85 um.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

33
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Do exemplo deste nosso fabricante, vamos extrair mais um importante conceito: o conceito de
oferta.

Oferta são as várias quantidades que os produtores desejam e estão


dispostos a oferecer ao mercado em determinado período de tempo.

Vamos reler a história de nosso fabricante e dela extrair os factores que afectam a decisão de
ofertar um produto?

O desejo de vender, que depende do custo de estocagem do produto, e das


expectativas que os empresários formam quanto ao futuro. Naturalmente, um juízo a
respeito do comportamento futuro do mercado depende das informações de que os
fabricantes dispõem.

O desejo de produzir, que depende do preço do produto, da disponibilidade dos factores


de produção (mão-de-obra, matérias-primas, equipamentos); da tecnologia, das
características e preferências pessoais dos produtores; das características físicas da
fabricação do produto; das expectativas que os fabricantes têm dos preços do produto;
dos produtos substitutos e dos preços dos factores de produção.

Embora seja mais difícil explicar a oferta do que a demanda, vamos resumir a três os factores
que determinam a oferta de um produto (VASCONCELLOS; GARCIA, 2005, p. 42): o seu
próprio preço, o custo dos factores de produção e as metas ou objectivos dos empresários.

Em linguagem matemática, podemos escrever a oferta por meio de uma função oferta:

, em que
= quantidade ofertada do produto i;
= preço de venda do produto i;
= preços dos fatores de produção 1, 2,....,n.
= representa as demais variáveis que afectam a oferta, tais
como: tecnologia, expectativas, e desejos dos produtores,
metas dos produtores, etc.

2.1 Relação entre o preço do produto e a quantidade ofertada:


a lei da oferta

Todas as demais variáveis, permanecendo constantes, apresentam uma relação directa entre
quantidade ofertada de um produto e o seu preço. A relação entre preço e quantidade ofertada
pode ser visualizada na Tabela 2.1, chamada escala de oferta.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

34
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Tabela 2.1: Escala de oferta de calças jeans

Matematicamente, a curva de oferta é a seguinte expressão: , em que o sinal


positivo indica que há uma relação directa entre o preço do produto e a quantidade ofertada. A
curva de oferta é ascendente, no sentido de que, quanto maior for o preço do produto, maiores
quantidades serão ofertadas pelos produtores.

Gráfico 2.1: Curva de oferta de calças jeans

2.1.1 Elasticidade-preço da oferta

O conceito de elasticidade da oferta se diferencia do conceito de elasticidade da demanda pelo


facto de que as quantidades oferecidas variam no mesmo sentido da variação de preços (o
sinal do coeficiente é positivo) enquanto as quantidades demandadas variam em sentido
inverso às variações de preço (o sinal é negativo). Definimos, assim, a elasticidade preço da
oferta:

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

35
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

em que = preço inicial; = quantidade inicial; = preço final;


= quantidade final.
A oferta pode ser elástica, de elasticidade unitária ou inelástica, conforme for o valor absoluto
do coeficiente da elasticidade-preço.

A oferta de um produto é elástica quando o valor absoluto do coeficiente de


elasticidade-preço for maior que 1, isto é, .

A oferta de um produto é unitariamente elástica quando o valor absoluto do coeficiente


de elasticidade-preço for igual a 1, isto é, .
A oferta de um produto é inelástica quando o valor absoluto do coeficiente de
elasticidade-preço for menor que 1, isto é,

2.1.2 Elasticidade da oferta e período de tempo

Geralmente, quanto maior o período de tempo, maior é o valor absoluto do coeficiente de


elasticidade preço da oferta. A curto prazo, a oferta tende a ser inelástica, porque todas as
quantidades produzidas tendem a ser vendidas qualquer que seja o nível de preço, devido ao
facto de que não há tempo para os produtores ajustarem a produção. A médio prazo, a oferta
do produto tende a ser relativamente inelástica, porque os produtores dispõem de algum tempo
para ajustar a produção face às variações de preço. A longo prazo, a oferta tende a ser
relativamente elástica, pois os produtores dispõem de um prazo maior para ajustarem a
produção às variações no preço do produto.

Produtos que possuem um ciclo de produção relativamente longo, como as aeronaves, por
exemplo, têm oferta menos elástica do que a dos produtos cujo ciclo de produção e
relativamente curto, como por exemplo, de um aparelho electrodoméstico.

3. O equilíbrio de mercado

Em um mercado competitivo, o preço do produto é determinado pela interação entre oferta e


demanda. O preço que torna a oferta igual à demanda chama-se preço de equilíbrio. No preço
de equilíbrio, toda a quantidade oferecida pelos produtores será comprada pelos consumidores.

Examine a tabela 3.1 e responda: qual o preço de equilíbrio de mercado?

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

36
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Tabela 3.1: Oferta e demanda de calças jeans

Se você respondeu que R$ 85,00 é o preço de equilíbrio de mercado você está certo: a esse
preço, as quantidades que os consumidores desejam adquirir são iguais às quantidades que os
produtores desejam oferecer. Ao preço de R$ 85,00, não haverá excesso nem escassez do
produto. Observe na tabela que ao preço de R$ 90,00 haverá um excesso de oferta de 500
calças/ ano e o preço será forçado para baixo. Se a nossa consumidora Silvinha tivesse
esperado um pouco mais para fazer a sua compra, certamente pagaria pela calça um preço
inferior a R$ 90,00. Ao preço de R$ 80,00, haverá uma falta de 500 calças no mercado e os
preços serão forçados para cima.

IMPORTANTE: o preço de equilíbrio não é facilmente atingido e demora


para ser alcançado. Os economistas afirmam que o preço de equilíbrio é
o preço para onde os preços de mercado tendem a convergir.

O equilíbrio de mercado está


ilustrado no gráfico 3.1. Procure
entendê-lo, pois os gráficos são
instrumentos valiosos no estudo de
vários problemas econômicos.

Gráfico 3.1: Oferta e demanda de calças jeans: o equilíbrio de mercado

O preço e a quantidade que equilibram o mercado podem ser determinados matematicamente,


mediante a resolução de um simples sistema de duas equações.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

37
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Suponha que a demanda dos consumidores por calça jeans seja descrita pela equação
e a oferta pela equação .
O preço e a quantidade de equilíbrio são encontrados quando .

Resolvendo o sistema, temos:

Substituindo p = 85 na equação de oferta, encontramos a quantidade de equilibrio:

Atente que, para calcular o preço e a quantidade de equilíbrio, supusemos conhecidas as


equações de oferta e demanda. Você deve estar se perguntando: como posso descobrir, na
prática, a expressão matemática para as duas equações? A resposta é: use o método de
regressão linear, assunto estudado no componente curricular Estatística Inferencial.

Vamos parar por aqui. Retornaremos com o estudo do conjunto dos custos e receitas, nas
diversas estruturas de mercado, com o objectivo de explicar a formação do lucro empresarial.
Até lá.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

38
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

APÊNDICE 1

Determinação do equilíbrio de mercado


Seja a demanda de um produto descrita pela equação ea
oferta pela equação , em que = quantidades
demandadas por período de tempo; = quantidades ofertadas por
período de tempo e P = preço de venda, a e b são parâmetros da
equação de demanda, respectivamente, o intercepto e a inclinação
da função demanda; c e d são parâmetros da equação de oferta,
respectivamente, intercepto e a inclinação da função oferta.
O preço e a quantidade de equilíbrio são encontrados quando a
oferta iguala à demanda de um produto, isto é, quando .
Igualando as duas equações, temos:

Substituindo em qualquer uma das duas equações, por


exemplo, na equação de oferta, determinamos a quantidade de
equilíbrio. Substituindo P na equação de oferta, encontramos

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

39
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

APÊNDICE 2

Determinação dos parâmetros da equação de oferta e demanda


Embora não seja objecto de estudo deste roteiro, vale recordar que,
na prática, os parâmetros da função demanda e oferta são
calculados mediante o emprego de métodos econométricos, como o
de regressão linear, estudado na componente curricular Estatística
Inferencial.

Resumidamente, estimar os parâmetros a e b de uma função


, em que Y = variável explicada, X = variável explicativa
e = variável representativa de um conjunto de causas que
influenciam Y mas que não estão sendo consideradas na análise, é
encontrar estimativas e de a e b, respectivamente, a partir de
uma amostra de n dados tal, que a soma de quadrados dos desvios
entre os valores observados de Y e os valores estimados de Y seja
mínima.
Mediante o emprego do método de regressão linear, os valores
estimados de a e b são dados pelas expressões:

Leituras Obrigatórias

Texto 1
PINDYCK, Robert S.; RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. 5. ed. São Paulo: Pearson
PrenticeHall, 2002.

Estude o capítulo 2 O Básico sobre a Oferta e Demanda, para aprender como as curvas de
oferta e demanda são usadas para descrever o mecanismo de mercado.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

40
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Texto 2
MANKIW, N. Gregory. Introdução à economia: princípios de micro e macroeconomia.
Tradução da 2ª ed. original Maria José Cyhlar Monteiro. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

Capítulo 5 - Elasticidade e suas aplicações. O autor analisa os conceitos de elasticidade e faz


uma importante relação da receita total com a elasticidade da demanda.
Capítulo 6 - Oferta, Demanda e Políticas Econômicas do Governo. O estudo deste capítulo
levará você a compreender como os controles de preços e os impostos cobrados pelo governo
afectam os resultados do mercado.

Leituras Complementares

Texto 3
PINDYCK, Robert S.; RUBINFELD, Daniel L. Demanda individual e demanda de mercado. In:
______. Microeconomia. 5. ed. São Paulo: Pearson PrenticeHall, 2002, cap. 4.

Se você quiser aprofundar os seus estudos sobre demanda, não deixe de ler o capítulo 4. A
leitura exige conhecimentos básicos de cálculo diferencial, mas não se assuste com a
matemática. O capítulo é compreensível, mesmo sem o uso do cálculo diferencial.

Texto 4
VASCONCELLOS, Marco Antonio S. de; GARCIA, Manuel E. Demanda, oferta e equilíbrio de
mercado. In: ______. Fundamentos de economia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, cap. 5.

O capítulo apresenta uma versão simplificada do funcionamento de mercado. Ideal como


estudo introdutório.

Actividades

Actividade 1

Imagine que uma família compre por mês, as seguintes quantidades de leite tipo longa vida,
aos preços descritos na tabela 1.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

41
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

1.1 Desenhe a curva de demanda por leite longa vida dessa família.

1.2 Estime a equação de demanda. (Pista: use o método de regressão linear simples
desenvolvido no componente curricular Estatística Inferencial).

1.3 Com base na equação de demanda estimada, calcule qual a quantidade de leite que a
família deverá adquirir se o preço de mercado for R$ 1,85.

Actividade 2

2.1 A tabela a seguir representa uma escala de demanda por um determinado produto. Calcule
a receita total (que equivale ao gasto do consumidor) e represente grafi camente a curva de
demanda pelo produto.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

42
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

2.2 Preencha os espaços em branco.


a) A elasticidade preço é maior que 1 entre os preços ________ e
________.

b) A elasticidade preço é igual a 1 ao preço de ________.

c) A elasticidade preço é menor do que 1 entre os preços ______


_______ e ________.

d) A elasticidade no ponto médio da curva de procura é ________ ________.

e) Quando a receita total aumenta com um aumento da quantidade procurada, a elasticidade é


________ em valor absoluto.

f) Quando a receita total diminui com um aumento na quantidade procurada, a elasticidade é


________.

g) Quando a receita total atinge o máximo, a elasticidade é _____


________.

Actividade 3

Uma pastelaria produz um tipo de bolo de tal forma que sua função de oferta diária é .

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

43
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

3.1 Calcule e escreva o preço que induza a pastelaria a produzir 20 bolos por dia.

3.2 Se o preço do bolo for R$ 15,00, qual a quantidade ofertada diariamente?

3.3 Calcule e escreva o preço e a quantidade de equilíbrio admitindo que a função de demanda
por esses bolos seja dada por

Actividade 4

Calcule e escreva a elasticidade da oferta de um determinado produto para p = 9, sabendo-se


que a equação de oferta é e interprete o resultado.

Actividade 5

O proprietário de uma barbearia observou que, quando o preço do corte de cabelo era R$
20,00, o número de clientes era 100, por semana. Verificou também que, quando o preço
passava para R$ 15,00, o número de clientes dobrava.

5.1 Obtenha a equação de demanda, admitindo-se que seja uma função linear.

5.2 Calcule e escreva o preço que deve ser cobrado para que a receita mensal seja máxima.

5.3 Calcule e escreva a elasticidade preço da demanda para o preço que torna a receita
mensal máxima.
COMPONENTE CURRICULAR

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

44
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

UNIDADE TEMÁTICA 3
COMPARANDO RECEITAS E CUSTOS:
O EQUILÍBRIO DA EMPRESA NO MERCADO COMPETITIVO

Joaquim Osvaldo Pereira de Gouvêa

Minha inveja recai sobre o leitor, que vai começar a explorar o


emocionante mundo da Economia pela primeira vez. É uma emoção
que, infelizmente, ninguém pode sentir duas vezes. A vocês que
estão prestes a começar, digo apenas: bon appétit.
Paul Anthony Samuelson

Objectivos

Esperamos que, ao terminar o estudo do roteiro e das leituras obrigatórias, você seja capaz de:

definir produto;
definir e calcular produtividade marginal, produtividade média, custos médio e marginal;
elaborar e interpretar gráficos representativos do comportamento de custos e receitas;
operar formulações matemáticas para resolver o problema de maximização de lucro de
uma empresa actuante em mercado competitivo;
determinar as condições em que uma empresa maximiza seu lucro no mercado
competitivo;
reconhecer as características dos mercados competitivo, monopolista, oligopolista e de
concorrência monopolística.

Prezado estudante

Estudamos no roteiro – Um panorama do sistema de preços: como funcionam as economias de


mercado – que, em um mercado competitivo, preços e quantidades que equilibram o mercado
são determinados pela interacção entre oferta e demanda do produto. Naquela oportunidade,
detivemo-nos sobre a demanda; a partir de agora, vamos nos concentrar no estudo da oferta.
Investigaremos o que está por trás da curva de oferta de uma empresa, ou seja, a produção e
os seus custos. Uma vez estudados os fundamentos da teoria da produção e dos custos,
veremos como uma empresa actuante no mercado competitivo determina o volume de
produção que maximiza o seu lucro. Já que uma empresa pode vender seus produtos em
diferentes tipos de mercados, visitaremos, de passagem, outras estruturas de mercado.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

45
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

1. Produção e custos

1.1 Conceitos básicos da teoria da produção

Começaremos nosso estudo supondo que a empresa Freitas & Silva Factores de produção,
Confecções Ltda. fabrica a calça jeans OIL. A empresa compra, de ou Insumos: são os bens
outras firmas, as matérias-primas de que necessita, tais como o tecido, ou serviços passíveis de
serem transformados em
as linhas, os zipes e demais materiais usados para produzir as calças. produção.
Contrata trabalhadores como modelistas, costureiras, pespontadeiras,
overloquistas, bordadeiras e paga-lhes salários. A fábrica está instalada
em um prédio localizado no Distrito Industrial. Como o prédio não é de
sua propriedade, a Freitas & Silva paga um aluguer pelo seu uso. Para
transformarem as matérias-primas em produto final, os operários usam
máquinas e equipamentos, tais como mesa de corte, tesoura a laser,
overlock e pespontadeira, que consomem energia elétrica e sofrem
depreciações. São quatro as fases de produção: modelagem, corte,
costura e acabamento. A empresa adopta o processo de layout celular.

Vamos extrair, do texto acima, importantes conceitos para o prosseguimento de nossos


estudos: os conceitos de produção, de processo de produção, de função de produção, de
produto total, de produtividade média e de produtividade marginal. LEMBRETE:
máquinas, equipamentos,
Produção é o processo de transformar os factores ou insumos que a instalações
empresa compra em produto final ou output. e edifi cações são insumos
denominados bens de
Processo ou método de produção é a forma como os factores são capital ou simplesmente
capital.
combinados para gerar o produto final com a tecnologia conhecida e
disponível. O método de produção pode empregar mais mão-de-obra em
relação aos outros factores ou pode usar mais máquinas e
equipamentos em relação à mão-de-obra.

Pausa para reflexão: o que leva uma empresa a escolher este ou aquele método de produção?

Se você respondeu que a empresa escolherá o método mais eficiente, parabéns, você acertou
a resposta, porém a eficiência pode ser vista de dois ângulos: o técnico e o económico.
Eficiência técnica significa usar menores quantidades de factores para
produzir a mesma quantidade de produto que seria obtida com o
emprego de outros métodos de produção.

Eficiência económica significa adoptar um método de produção que


ocasione custos menores que outros métodos.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

46
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Em nosso exemplo, estamos imaginando que a empresa Freitas & Silva adopta a melhor
tecnologia de produção, ou seja, usa o modo mais eficiente de combinar os insumos e, assim,
consegue fabricar a maior quantidade de calças jeans.

A função de produção é uma relação técnica que mostra a quantidade


obtida de um produto a partir das quantidades de factores empregadas
por período de tempo, dado um nível de tecnologia. Nível de tecnologia
significa o conhecimento tecnológico

Em linguagem matemática, podemos escrever uma função de produção assim:

em que:
q: quantidade produzida do produto, em determinado período de tempo; Factores variáveis:
quantidades dos diversos insumos empregados. São os factores cujas
quantidades empregadas
no processo produtivo
Simplificaremos a função de produção, expressando-a em função de apenas variam com o volume
duas variáveis: de produção. Exemplo:
mão-de-obra, Matéria-
prima e energia.
em que:
L : quantidade empregada de mão-de-obra;
K : quantidade usada de capital.
Fatores fixos:
Em uma função de produção, alguns factores são fixos e outros são São os fatores cujas
variáveis. Essa distinção entre os factores é importante para distinguir o quantidades empregadas
curto prazo do longo prazo e para a análise dos custos de produção. no processo produtivo
não variam com o volume
de produção. Exemplo:
O curto prazo é um período de tempo em que, na função de produção, edifi cações, máquinas e
alguns factores são fixos e outros variáveis. O longo prazo é um período de equipamentos.
tempo em que, na função de produção, todos os factores são variáveis.

Se considerarmos que, a curto prazo, a quantidade de capital permanece constante, a nossa


função de produção se resume a , isto é, a quantidade produzida depende unicamente
da quantidade usada de mão-de-obra.

Dada uma função de produção, definem-se:

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

47
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Produto total do factor variável é a quantidade do produto obtida a partir da


quantidade empregada do factor variável. Em nosso exemplo, o produto total
é a quantidade de calças jeans produzida com o uso de determinada
quantidade de mão-de-obra, permanecendo fixos os demais factores.

Produtividade média do factor é a relação entre a quantidade do produto total


e a quantidade empregada do factor variável. Assim, podemos falar em:

Produtividade média da mão-de-obra:

Produtividade média do capital:

Produtividade marginal do factor variável é a variação na quantidade


do produto ocasionada por uma variação na quantidade empregada do
factor de produção. Temos, por exemplo:

Produtividade marginal da mão-de-obra:

Produtividade marginal do capital

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

48
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Conhecida a função de produção , podemos usar o cálculo diferencial para


expressar as produtividades marginais dos factores trabalho e capital, diferenciando a função
em relação a L e K :

1.2 Lei dos Rendimentos Decrescentes

Quando, no processo de produção, se aumenta o emprego do factor variável, permanecendo


fixos os demais factores, a produção, inicialmente, aumenta a taxas crescentes; continuando-
se a aumentar a quantidade do factor variável, a produção aumenta a taxas decrescentes,
atinge um máximo e passa a decrescer.
A lei dos rendimentos decrescentes está exemplificada na tabela 1, que mostra o produto total
obtido pela empresa Freitas & Silva, sob a hipótese de que esta empresa mantenha fixa a
quantidade de máquinas e varie a quantidade de trabalhadores. Quando não se emprega a
mão-de-obra (mão-de-obra é zero), nada se produz (o produto total é zero). Ao empregar uma
unidade de mão-de-obra, o produto total da empresa é 6 calças e a produtividade marginal, ou
seja, a produção extra, é igual a 6 calças. Ao adicionar uma segunda unidade de trabalho, o
produto total cresce para 14 calças e obtém-se a produtividade marginal de 8 calças. A partir
da adição da terceira unidade de mão-de-obra, começa a vigorar a lei dos rendimentos
decrescentes. Quando a produção atinge o máximo, 44 calças, a produtividade marginal é nula.

Fonte: adaptada de Vasconcellos e Garcia (2005, p. 62).


Tabela 1: Produção e produtividades média e marginal do fator variável trabalho

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

49
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

O gráfico 1 ilustra a lei dos rendimentos decrescentes.

Gráfico 1: Lei dos rendimentos decrescentes.

Não existe produção gratuita. Os recursos consumidos na produção são relativamente


escassos e por isso têm um preço. Portanto, a produção tem custos. Vamos conhecer um
pouco mais sobre os custos?
PINDYCK E RUBINFELD, cap. 6, para aprofundar seus estudos sobre a teoria da produção, e
Samuelson

1.3 Conceitos básicos da teoria dos custos

1.3.1 Custos totais de curto prazo

ATENÇÃO:
Há diferenças entre a visão económica e a visão Contábil-financeira dos custos de produção. O
enfoque económico dos custos é mais amplo, enxerga mais o ambiente externo da empresa. A
visão dos contadores é mais estreita, enfoca o ambiente interno da empresa. Descubra essas
diferenças lendo Vasconcelos e Garcia, cap. 7.

No curto prazo, a empresa incorre em custos fixos totais, custos variáveis totais e custos totais.

Custo fixo total (CFT) são os gastos com os factores fixos, que ocorrem
quer a empresa produza ou não. Citemos, por exemplo, o aluguer que a
empresa Freitas & Silva paga pelo uso do prédio da fábrica.

Custo variável total (CVT) são os gastos com os factores variáveis


empregados na produção. Esses custos variam directamente com o nível
de produção. São exemplos de custos variáveis os custos da matéria-
prima e da mão-de-obra.

Custo total (CT) é igual à soma dos custos fixos totais e custos variáveis
totais. Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

50
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Vamos expressar os três conceitos em linguagem matemática. Suponhamos que a função de


produção de Freitas & Silva seja dada por: , em que q: quantidade produzida;
e : factores variáveis (matéria-prima e mão-de-obra) : factor fixo (prédio da fábrica).

e que os preços desses factores sejam . Assim, temos as seguintes expressões:

1.3.2 Custos unitários de curto prazo

Na análise de custos de curto prazo, são importantes os custos unitários ou médios. Esses
custos são o custo fixo médio, o custo variável médio, o custo total médio e o custo marginal.

O custo fixo médio (CFMe) é igual ao custo fixo total dividido pela
quantidade produzida.

O custo variável médio (CVMe) é igual ao custo variável total dividido


pela quantidade produzida.

O custo total médio (CMe) é igual ao custo total dividido pela


quantidade produzida.

O custo marginal (CMg) é igual à variação no custo total dividida pela


variação na quantidade produzida. Representa o acréscimo ao custo total
provocado pelo acréscimo de uma unidade na produção.

Em linguagem matemática, são as seguintes as expressões dos custos unitários:

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

51
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

A tabela 2, a seguir, exemplifica os custos unitários de curto prazo, calculados a partir do custo
fixo total, custo variável total e custo total, em função das quantidades produzidas. Os valores
das colunas 1 a 3 são dados hipotéticos. Os valores das colunas 4 a 8 foram calculados a partir
dos valores das colunas 1 a 3. Acompanhe atentamente como os valores foram calculados.

Pausa para reflexão

Observe a tabela 2 atentamente e responda: o que acontece com os custos médios (CFMe,
CVMe, Cme) e custo marginal (CMg) à medida que o volume de produção aumenta?

Tabela 2: Custos em função das quantidades produzidas

Agora que você entendeu como são calculados os custos unitários e o que acontece com os
custos unitários de curto prazo quando o volume de produção aumenta, vamos tomar os dados
da tabela 2 e construir os gráficos 2 e 3, para ilustrar o comportamento dos custos em função
das quantidades produzidas.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

52
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Gráfico 2: Custos totais em função das quantidades produzidas .

Gráfico 3: Custos totais e unitários como função da quantidade produzida

Pausa para reflexão

Observe, no gráfico 2, o formato das curvas do custo total e do custo variável total e responda:
o formato dessas curvas difere do formato das curvas de custo total e de custo variável, que
você estudou nos componentes curriculares Matemática para Decisões Administrativas e
Contabilidade Gerencial e Análise de Custos, usadas para determinar o ponto de equilíbrio
de uma empresa? Se sim, em que aspectos?

Se você não conseguiu responder à pergunta, leia Vasconcellos e Garcia, cap. 6, II; e
Brunstein, cap. 2.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

53
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

1.3.3 Custos de produção de longo prazo Planta: É a unidade


industrial representada
pelas edifi cações,
A longo prazo, todos os factores de produção são variáveis. A empresa instalações, máquinas e
pode construir uma planta de qualquer tamanho e, uma vez construída, a equipamentos.
planta passa operar a curto prazo.

1.3.4 Rendimentos constantes, crescentes e decrescentes de escala

No longo prazo, se a empresa aumentar as quantidades de todos os factores na produção,


poderá haver três conseqüências.

A produção aumentará na mesma proporção do aumento dos factores  ocorrerão


rendimentos constantes de escala.
A produção aumentará mais do que proporcionalmente ao aumento dos factores,
originando rendimentos crescentes de escala ou custos decrescentes.
A produção aumentará menos do que proporcionalmente ao aumento dos factores,
surgindo rendimentos decrescentes de escala ou custos crescentes.

Bem, já conhecemos um dos elementos formadores do lucro — os custos. Falta explorar outro
elemento da equação do lucro — as receitas.
Vamos a elas.

Para saber mais sobre a teoria dos custos, estude VASCONCELLOS e GARCIA, cap. 6, II;
CARVALHO. In: Pinho e Vasconcellos, cap. 7, seção 7.3.1.1; PINDYCK e RUBINFELD, cap. 7.

2. As receitas da empresa

Sabemos que as receitas de vendas de uma empresa resultam da multiplicação da quantidade


vendida do produto pelo seu preço de venda: , em que

RT : receita total de vendas;


p : preço de venda do produto;
q : quantidade vendida.
Vamos conceituar mais dois tipos de receita: a receita média (Rme) e a receita marginal (RMg).

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

54
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Receita média é obtida dividindo-se a receita total pela quantidade vendida:

Como, temos que , ou seja, a receita média é o


preço de venda do produto.

Receita marginal é obtida dividindo-se a variação na receita total de


vendas pela variação na quantidade vendida.

A receita marginal indica o valor da receita extra que a empresa obtém


quando vende uma unidade adicional do seu produto.

A tabela 3 mostra a receita total, a receita média e a receita marginal dadas as quantidades
vendidas a vários preços pela empresa Freitas & Cia. O gráfico 4, construído com os dados da
tabela 3, mostra o comportamento das funções de receita quando as quantidades vendidas
variam.

Fonte: Pinho e Vasconcellos (2005, p. 185)


Tabela 3: Receitas em função das quantidades vendidas

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

55
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Gráfico 4: Receitas como função das quantidades vendidas

Pausa para reflexão

Observe, no gráfico 3, o formato da curva de receita total e responda: em quê o formato dessa
curva difere do formato da curva de receita total, que você estudou nos componentes
curriculares Matemática para Decisões Administrativas I e Contabilidade Gerencial e
Análise de Custos, usada para determinar o ponto de equilíbrio de uma empresa?

Busque resposta para a questão acima, lendo CARVALHO. In Pinho e Vasconcellos, cap. 7,
seção 7.3.1.2.

3. A maximização dos lucros de uma empresa no mercado


competitivo

3.1 A condição para a maximização do lucro

A teoria económica supõe que o objectivo de uma empresa, a curto e a longo prazo, é
maximizar o lucro. A empresa escolherá o nível de produção de forma que a diferença entre a
receita total e o custo total seja a maior possível.

O lucro é máximo quando a empresa produzir uma quantidade de produto tal


que a receita marginal seja igual ao custo marginal, isto é, quando a receita Lembrete: LT = RT – CT
adicional obtida pela última unidade vendida for igual a custo adicional de
produzir essa unidade.

Por que quando a receita marginal é igual ao custo marginal a receita é máxima?

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

56
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Se a empresa estiver produzindo uma quantidade do produto tal que RMg > CMg, é
interessante aumentar a produção, porque cada unidade adicional produzida aumenta o
lucro.
Se a empresa estiver produzindo uma quantidade de produto tal que RMg < CMg, ela
deverá diminuir a produção, porque cada unidade adicional produzida reduz o lucro.

Portanto, a empresa encontra o equilíbrio ao produzir a quantidade que RMg = CMg.

Importante: O conceito de equilíbrio da empresa usado pela teoria económica é diferente


daquele usado pela contabilidade. No enfoque contábil, a empresa atinge o seu equilíbrio
quando produz e vende uma quantidade tal que a receita total iguala o custo total. No enfoque
económico, o equilíbrio da empresa acontece quando ela produz e vende a quantidade que
torna a receita marginal igual ao custo marginal.

Para entendermos como uma empresa encontra o seu equilíbrio económico, precisamos de
identificar em que tipo de mercado ela opera. Neste roteiro, vamos nos ater exclusivamente à
determinação do equilíbrio em mercados competitivos, porém é útil conhecermos as
características de outras estruturas de mercado.

3.2 As formas de organização dos mercados

Existem várias formas de organização de mercados. As empresas podem vender os seus


produtos em mercados competitivos, ou de concorrência perfeita, ou em mercados
monopolistas, ou oligopolistas ou de concorrência monopolística.

Um mercado competitivo é uma estrutura de mercado que reúne as seguintes características:

existência de um grande número de empresas e de compradores, e cada um desses


agentes é tão pequeno que, sozinho, não pode afectar o preço de mercado;
os produtos de todas as empresas que actuam no mercado são homogéneos;
existe perfeita mobilidade de factores;
compradores e proprietários dos factores de produção conhecem preços e custos;
não existem barreiras para ingresso de novas empresas no mercado.

IMPORTANTE: no mercado competitivo, a empresa é uma ―tomadora de preço‖ ou ―price


takers‖. Ela aceita o preço determinado pelo mercado e ajusta a sua produção de forma a
maximizar o lucro. A curva de demanda para a empresa que opera nesse mercado é horizontal,
dada pelo preço de mercado. É uma curva de demanda infinitamente elástica, no sentido de
que a empresa pode vender qualquer quantidade ao preço estabelecido pelo mercado.

Observe no gráfico 5, como no mercado competitivo a demanda de mercado pelo produto,


demanda para a empresa e a oferta da empresa se relacionam. Considere que Sm é a curva
de oferta do mercado, Dm é a demanda de mercado, Se é a oferta da empresa, De é a curva

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

57
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

de demanda para a empresa, P representa os preços, Pe é o preço de equilíbrio de mercado,


Qe é a quantidade de equilíbrio de mercado.

Gráfico 5: Equilíbrio em concorrência perfeita

No mercado monopolista, existe uma única empresa que domina a oferta e os compradores.
Não existem produtos substitutos. Os compradores ficam à mercê da empresa monopolista.
Como é exclusiva no mercado, a empresa monopolista determina o preço de equilíbrio
conforme a sua capacidade de produção. A curva de demanda para a empresa monopolista é
negativamente inclinada. Como exemplo, citemos a Petrobrás, que detém o monopólio da
extração de petróleo no Brasil.

No oligopólio existe um pequeno número de empresas que fazem a oferta de mercado, ou há


um grande número de empresas em que poucas dominam o mercado. Os produtos são
substitutos próximos entre si. São exemplos de oligopólio as indústrias automobilística, de
bebidas e de cosméticos.

No oligopólio pode ocorrer a formação de cartel. O cartel é uma organização, formal ou


informal, de produtores que determina a política de preços para todas as empresas que dela
participam. Um cartel famoso é a Organização dos Países Produtores de Petróleo OPEP, que
controla a produção de petróleo a nível mundial.

A concorrência monopolística é uma organização de mercado em que há um número


relativamente grande de empresas que produz produtos diferenciados, embora sejam
substitutos próximos. Devido à diferenciação do produto, a empresa tem um certo grau de
controle sobre o preço e assim defronta uma curva de demanda negativamente inclinada. O
poder de controle da empresa sobre o preço é limitado, devido à existência de muitos
substitutos próximos.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

58
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Parada para a leitura

Para saber mais sobre as formas de organização de mercados, não deixe de ler TROSTER, in
Pinho e Vasconcellos, cap.8; VASCONCELLOS E GARCIA, cap. 7, PINDYCK e RUBINFELD,
cap. 10, BRUNSTEIN, cap. 3.

3.3 Preço e produção no mercado competitivo: a determinação do lucro máximo

Já sabemos que uma empresa maximiza seu lucro de curto prazo produzindo e vendendo uma
quantidade em que a receita marginal iguala o custo marginal. Em um mercado competitivo, a
empresa pode vender qualquer quantidade do seu produto ao preço que prevalece no
mercado; assim sendo, sua receita marginal é igual ao preço de mercado e a curva de
demanda que defronta é horizontal.

IMPORTANTE
A condição para que uma empresa actuante em mercado competitivo
maximize seu lucro total a curto prazo é que ajuste sua produção e
vendas ao ponto em que RMg = p = CMg.

Tomemos como exemplo os dados da tabela 4, imaginando que a empresa Freitas & Cia venda
seu produto em um mercado competitivo, ao preço $ 8 por unidade. Lembrese que $ 8 é o
preço de mercado.

Veja na tabela 4 que o lucro máximo, $ 5, é conseguido quando a empresa produz e vende
diariamente 8 unidades. No nível de produção de 8 unidades, a receita marginal é igual ao
custo marginal, que é igual ao preço de mercado $ 8.

Tabela 4: Quantidades, preços, receitas, custos e lucro total

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

59
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

O gráfico 6 foi construído a partir dos dados da tabela 4. Observe que a produção óptima
acontece em 8 unidades. Nesse nível de produção, RMg = CMg; a igualdade da receita
marginal com o custo marginal ocorre no ramo ascendente da curva de custo marginal; a curva
de custo marginal corta a curva de custo médio em seu ponto de mínimo.

O ramo ascendente da curva de custo marginal, que começa a partir da recta de receita
marginal, é a curva de oferta da empresa que opera em um mercado competitivo

Gráfico 6: Equilíbrio da empresa em um mercado competitivo.

Vamos resumir as condições para que uma empresa actuante em um mercado competitivo
maximize o lucro, isto é, atinja o seu equilíbrio económico:

Parada para leitura

Vamos aprofundar os nossos estudos a respeito da optimização dos resultados de uma


empresa no mercado competitivo. Comece a sua leitura por CARVALHO in Pinho e
Vasconcellos, cap. 7, seção 7.3.1.3. Prossiga os seus estudos lendo PINDYCK e RUBINFELD,
cap. 8. Termine lendo BRUNSTEIN, cap. 4, que nos apresenta uma visão interessante sobre o
equilíbrio da empresa.

Caro(a) aluno(a), vamos parar por aqui. Esperamos que você tenha sentido a emoção a que o
prof. Samuelson se refere. Eu a senti quando comecei os meus estudos de Economia — e
continuo a senti-la sempre que abro um novo livro.
Leia sempre.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

60
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Leituras Obrigatórias

Texto 1
BRUNSTEIN, Israel. Economia de empresas: gestão econômica de negócios. São Paulo:
Atlas, 2006.

Estude o capítulo 2, ―Melhoria dos resultados da empresa: análise dos custos‖; capítulo 3,
―Melhoria dos resultados da empresa: análise das receitas‖ e o cap. 4, ―Análise conjunta dos
custos e receitas: otimização da margem bruta de contribuição‖. No capítulo 2, o autor aborda
os custos sob os enfoques contábil-financeiro e económico. O capítulo 3 analisa a curva de
demanda nas diferentes estruturas de mercado relacionandoas com as receitas. No cap. 4 o
autor mescla os enfoques económico e contábil para analisar o equilíbrio da empresa.

Texto 2
VASCONCELLOS, Marco Antonio S.; GARCIA, Manuel F. Fundamentos de economia. 2. ed.
São Paulo: Saraiva, 2004.

Cap.6 – ―Produção e custos‖. Recomendamos a sua leitura em primeiro lugar como estratégia
de reconhecimento do campo de estudo.

Texto 3
CARVALHO, Luiz Carlos Pereira de. Teoria da firma: a produção e a firma. In PINHO, Diva
Benevides; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Manual de economia. São Paulo:
Saraiva, 2006.

Cap. 7. Apesar de ser um texto introdutório à teoria da produção e à teoria dos custos, é mais
completo que a abordagem de Vasconcellos e Garcia. É um texto que deve ser estudado após
o texto dos dois autores retro citados.

Texto 4
PINDYCK, Robert S.; RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: PrenticeHall,
2006.

Cap. 6 – ―Produção‖, cap. 7 – ―Custos de produção‖; cap. 8 – ―Maximização de lucros e oferta


competitiva‖. Livro-texto adoptado nas melhores faculdades de negócios do país, é leitura

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

61
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

obrigatória para quem deseja aprofundar-se no estudo da economia empresarial.


Recomendamos o seu estudo após o estudo de Vasconcellos e Garcia e de Carvalho.

Leituras Complementares

Texto 1

VASCONCELLOS, Marco Antonio S.; GARCIA, Manuel F. Fundamentos de economia. 2. ed.


São Paulo: Saraiva, 2004.

Cap. 7, ―Estruturas de mercado‖. Apresenta as características dos mercados imperfeitos.


Recomendamos a sua leitura em primeiro lugar.

Texto 2

TROSTER, Roberto Luis. Estruturas de mercado. In PINHO, Diva Benevides;


VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Manual de economia. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2005.

Cap. 8. Além de apresentar as características das estruturas dos mercados imperfeitos,


aborda, de forma introdutória e acessível as condições em que as empresas maximizam o lucro
nesses mercados. É uma leitura que deve ser feita após Vasconcellos e Garcia.

Texto 3

PINDYCK, Robert S.; RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: PrenticeHall,
2006.

Cap. 10 – Poder de mercado: monopólio e monopsônio; cap. 11 – Determinação de preços e


poder de mercado; cap. 12 – Concorrência monopolística e oligopólio. Os capítulos são textos
intermediários, que devem ser estudados após Troster e Vasconcelos e Garcia.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

62
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Actividades

Actividade 1

1.1 Complete as colunas da tabela a seguir.

1.2 Represente graficamente as curvas de produto total, produtividade marginal e produtividade


média como funções do factor variável. Use o assistente de gráfico do Excel para fazer o
gráfico.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

63
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Atividade 2

2.1 Complete as colunas da tabela abaixo

2.2 Represente graficamente as curvas do custo fixo médio, do custo variável médio, do custo
total médio, e do custo marginal. Use o assistente de gráfico do Excel para fazer o gráfico.

Atividade 3

3.1 Complete as colunas da tabela abaixo

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

64
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

3.2 Represente graficamente as curvas de receita marginal, custo marginal, custo total médio.
Indique, no gráfico, a produção mais lucrativa por Q e o preço recebido por unidade por P. Use
o assistente de gráfico do Excel para fazer o gráfico.

3.3 Complete os espaços em branco.

a) O custo total médio se obtém dividindo o ___________ pelas_____________

b) O custo marginal se obtém dividindo o aumento no _______


__pelo aumento das________

c) É lucrativo para a empresa aumentar a produção enquanto a________for maior que o


____________

Atividade 4

4.1 O custo total para produzir x peças por dia é e

preço de venda de cada peça é

Calcule a produção diária para obter o lucro máximo na venda de q peças.

4.2 A empresa Freitas & Silva Ltda. possui uma função de custo total

representada pela equação .

a) Escreva a equação que representa o custo marginal.

b) Escreva a equação que representa o custo total médio.

Atividade 5

Suponha que a demanda pelo produto de uma empresa, que opera em um mercado
competitivo, seja descrita pela equação , em que q é o número de unidades e p é
o preço de venda.

Escreva:
a) A equação de receita total da empresa
b) A equação de receita marginal
c) A equação da receita média.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

65
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Referências

BRUNSTEIN, Israel. Economia de empresas: gestão econômica


de negócios. São Paulo: Atlas, 2006.

CARVALHO, Luiz Carlos Pereira de. Teoria da fi rma: a produção e a firma. In PINHO, Diva
Benevides;

VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Manual de economia. São Paulo: Saraiva,
2006.

PINDYCK, Robert S.; RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: PrenticeHall,
2006.

Mata, jose. Economia da empresa. 4. ed.


Lisboa: Fundacao Calouste Gulbenkian, 2003, p.1-17

http:// josemata.org/ee/

TROSTER, Roberto Luis. Estruturas de mercado. In PINHO, Diva Benevides;

VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Manual de economia. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2005.

VASCONCELLOS, Marco Antonio S.; GARCIA, Manuel F. Fundamentos de economia. 2. ed.


São Paulo: Saraiva, 2004.
COMPONENTE CURRICULAR

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

66
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

CHAVE DE CORRECÇÃO DAS ACTIVIDADES

UNIDADE TEMÁTICA 1:

CONHECENDO E COMPREENDENDO A ECONOMIA

Atividade 1

A força que os impulsiona é o interesse próprio e a conquista do lucro e de riquezas, principal


motivação capitalista. A descontinuidade é uma hipótese remota, pois, se os ofertantes não
oferecerem os seus produtos não terão como garantir seus próprios sustentos. Em uma
economia capitalista, a busca do interesse próprio converge para o atendimento das
necessidades colectivas.

Atividade 2

Argumentos positivos dizem respeito ao que ―é‖, ―foi‖ ou ―será‖. Desse modo, qualquer rejeição
sobre as suas validades pode ser apropriadamente confrontada com a realidade.
Argumentos normativos dizem respeito ao que ―deveria ser‖. As rejeições a tais argumentos
não podem ser confrontadas com os factos reais. Os argumentos normativos envolvem juízos
de valor. Nesta questão, o aluno deverá apresentar, além da teoria, duas situações nas quais
deve-se observar se ele levou em conta os conceitos de argumento positivo e normativo.

Atividade 3

Resposta: Letra B

A variação nos preços dos serviços odontológicos, pois, neste caso, estamos tratando da
análise de uma variável, em particular. Em todas as outras alternativas, o estudo é de natureza
macroeconómica.

Actividade 4

Para responder a esta questão, devemos supor um INPC inicial qualquer, por exemplo, o INPC
de 1994 = 100 (poderia ser qualquer valor, desde que 170% menor que o de 2006, já que este
foi o percentual de aumento).
Aplicando a fórmula:
INPC inicial dividido pelo INPC do ano corrente, multiplicado pelo preço nominal no ano
corrente:

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

67
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Como 8,70 > 7,50, a assinatura de telefonia fixa teve o seu preço real aumentado em 16%,
percentagem obtida através do seguinte cálculo: 8,7 dividido por 7,5, menos 1, multiplicado por
100. Ou seja, o serviço de telefonia fixa na cidade de Uberaba aumentou 16% a mais que os
preços de todos os outros bens e serviços medidos pelo INPC.

Actividade 5

A. A resposta é falsa. Mesmo com o grande avanço tecnológico, as necessidades do ser


humano se renovam a todo instante, não podendo ser acompanhadas pelos recursos de
produção, sejam eles tecnológicos, naturais, de capital ou, mesmo, a mão-de-obra.

B. A resposta é falsa. Embora o Brasil possua uma extensão territorial tão vasta e ociosidade
da mão-de-obra, muitos recursos naturais não são suficientes para o consumo interno, a
exemplo dos recursos energéticos. Mesmo com a existência de uma abundante, e até ociosa
mão-de-obra, parte dela é desprovida de qualificação, o que dificulta, ou até impede, a
produção de bens e serviços adicionais.

C. A resposta é falsa, trata-se de um argumento normativo, pois a afirmação está emitindo um


juízo de valor.

D. A resposta é correcta; como a afirmação está emitindo um juízo de valor o argumento é


normativo.

E. A resposta é correcta. O ouro é uma mercadoria que pode ser negociada no mundo todo,
um comprador residente no Japão pode adquirir ouro na Índia. Outro exemplo é a cotação do
seu preço no Brasil, que segue a cotação internacional. Já o mercado imobiliário é influenciado
por questões de natureza local, pelo que seria impossível a lei da oferta e da procura ser
aplicada entre imóveis e proprietários que estão em localidades diferentes.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

68
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

UNIDADE TEMÁTICA 2:

UM PANORAMA DO SISTEMA DE PREÇOS: COMO FUNCIONAM AS


ECONOMIAS DE MERCADO

Actividade 1
1.1

1.2 QD = 57,2727 – 15,2273p

1.3 QD = 57,2727 – 15,2273 . 1,85


QD = 29,10

Actividade 2

2.1

2.2
a) (10 e 6)
b) 5

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

69
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

c) 4 e 0
d) 1
e) maior que 1
f) menor que 1
g) igual a 1

Actividade 3

3.1 p = 14
3.2 25 bolos
3.3 p = 12; q = 10 bolos

Actividade 4

Quando p = 9, a elasticidade preço da oferta é igual 0,0052. A oferta é inelástica nesse ponto.

Actividade 5

5.1 p = - 0,05q + 25
5.2 p = 12,50
5.3 O coeficiente de elasticidade-preço é igual a 1.

UNIDADE TEMÁTICA 3:

COMPARANDO RECEITAS E CUSTOS:


O EQUILÍBRIO DA EMPRESA NO MERCADO COMPETITIVO

Actividade 1

1.1

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

70
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

1.2

Actividade 2
2.1

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

71
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

72
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

2.2

Actividade 3

3.1

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

73
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

3.2

3.3
Complete os espaços em branco.

a) O custo total médio se obtém dividindo o custo total pelas quantidades produzidas.

b) O custo marginal se obtém dividindo o aumento do custo total pelo aumento das quantidades
produzidas.

c) É lucrativo para a empresa aumentar a produção enquanto a receita marginal for maior que o
custo marginal.

Atividade 4

4.1

Primeiro, calculemos o lucro, dado pela equação L = RT – CT. Temos a equação do custo mas
não temos a equação da receita. Mas como a receita é preço x quantidade e conhecemos o
preço, basta fazer
para encontrar a receita .

O lucro é:

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

74
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

A função lucro atinge o ponto de máximo quando a primeira derivada for igual a zero.

Derivando a função, encontramos

Resolvendo a equação , encontramos q = 10 unidades.


4.2

a) Dada a equação do custo total , a função custo marginal é a derivada


da equação de custo total. Derivando a equação de custo total, encontramos:

b) O custo médio é o custo total dividido pelas quantidades. Dividindo CT por q,

encontramos

Actividade 5

a) Tomemos a equação e a transformemos em


multiplicando a última equação por q, encontramos a receita total:

b) A equação de receita marginal é a derivada da equação de receita total

c) A equação da receita média.é determinada dividindose a receita total pela quantidade

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

75
Gestão de Empresas – Microeconomia – Semestre 3

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância

76

Você também pode gostar