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PROJETO

CONTÁBIL
FISCAL
Escrituração Contábil Digital – ECD

O que é a ECD?

A Escrituração Contábil Digital (ECD) é parte integrante do projeto SPED e tem por objetivo a
substituição da escrituração em papel pela escrituração transmitida via arquivo, ou seja,
corresponde à obrigação de transmitir, em versão digital, (caso houver) os seguintes livros:

• Livro Diário e seus auxiliares

• Livro Razão e seus auxiliares

• Livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos


assentamentos neles transcritos.
A contabilidade é responsável por fazer os registros contábeis de uma entidade, no passado, estes
registros eram feitos de forma manuscrita (manual), a pessoa responsável tinha que ter uma letra
bonita, muitas vezes fazer curso de caligrafia para treinar a letra, para que os registros ficassem de
bem legível.
Conforme a tecnologia foi se atualizando, passou a ser maquinizado. Os contadores passaram a usar
as máquinas de datilografia.
Com a chegada da tecnologia e dos computadores, os registros passaram a ser de forma eletrônica
(digital).
Com isso, a ECD nada mais é que a parte integrante do projeto SPED, e tem por objetivo a
substituição da escrituração em papel pela escrituração transmitida via arquivo, ou seja, corresponde à
obrigação de transmitir todos os livros contábeis em versão digital.
O que é o SPED?
É o Sistema Público de Escrituração Digital.
• Consiste na modernização da sistemática do cumprimento das obrigações acessórias, transmitidas pelos
contribuintes às administrações tributárias e aos órgãos fiscalizadores, com a utilização de certificação digital
para fins de assinatura dos documentos eletrônicos, garantindo sua validade jurídica apenas na forma digital.

• Instituído pelo Decreto Nº 6.022 de janeiro de 2007, o SPED é instrumento que unifica as atividades de
recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a escrituração
contábil e fiscal dos empresários e das Pessoas Jurídicas, inclusive imunes ou isentas, mediante fluxo único,
computadorizado, de informações.
Principais Objetivos

• Promover a integração dos fiscos mediante a padronização e compartilhamento das informações contábeis e fiscais,
respeitadas as restrições legais de acesso;

• Racionalizar e uniformizar as obrigações acessórias para os contribuintes, com o estabelecimento de transmissão


única de distintas obrigações acessórias de diferentes órgãos fiscalizadores;

• Tornar mais célere a identificação de ilícitos tributários, com a melhoria do controle dos processos, a rapidez no
acesso às informações e a fiscalização mais efetiva das operações com o cruzamento de dados e auditoria eletrônica.

Principais benefícios

• Diminuição do consumo de papel, com redução de custos e preservação do meio ambiente;

• Redução de custos com a racionalização e simplificação das obrigações acessórios;

• Uniformização das informações que o contribuinte presta aos diversos entes governamentais;

• Redução do envolvimento involuntário em práticas fraudulentas


• Redução do tempo despendido com a presença de auditores fiscais nas instalações do contribuinte;

• Simplificação e agilização dos procedimentos sujeitos ao controle de administração tributária;

• Fortalecimento do controle e da fiscalização por meio de intercâmbio de informações entre as administrações tributárias;

• Rapidez no acesso às informações;

• Aumento da produtividade do auditor através da eliminação dos passos para coleta dos arquivos.

Quais os livros transmitidos pela ECD?

• Livro Diário e seus auxiliares, se houver;

• Livro Razão e seus auxiliares, se houver;

• Livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórios dos assentamentos neles transcritos.
Validador de Arquivo Contendo Escrituração

Como pré-requisito para a instalação do PVA EFD-Contribuições é necessária a instalação da máquina virtual do Java. Após
a importação ou criação da escrituração, a mesma poderá ser visualizada pelo próprio Programa Validador, com
possibilidades de pesquisas de registros ou relatórios do sistema. Outras funcionalidades do programa: digitação, alteração,
assinatura digital da EFD-Contribuições, transmissão do arquivo, exclusão de arquivos, geração de cópia de segurança e
sua restauração.

O programa gerador de escrituração possibilitará:

• Importar o arquivo com o leiaute da EFD-Contribuições definido pela RFB;


• Criar uma nova escrituração, mediante digitação completa dos dados;
• Validar o conteúdo da escrituração e indicar dos erros e avisos;
• Editar via digitação os registros criados ou importados;
• Emissão de relatórios da escrituração;
• Geração do arquivo digital, para assinatura e
transmissão ao SPED;
• Assinar do arquivo gerado por certificado digital;
• Efetuar a transmissão do arquivo ao SPED.

Apresentação do arquivo
A periodicidade de apresentação do arquivo da EFD-
Contribuições é mensal, devendo ser transmitido, após
a sua validação e assinatura digital, até o 10º (décimo)
dia útil do segundo mês subsequente ao de referência
da escrituração.
Entrega da ECD

• A ECD deve ser gerada por meio do PGE – Programa Gerador de Escrituração, desenvolvido pela RFB e
disponibilizado na Internet, no endereço http://sped.rfb.gov.br;

• A ECD será transmitida ao SPED até o último dia útil do mês de maio do ano seguinte ao ano-calendário a que se
refira a escrituração;

• A autenticação dos documentos de empresas de qualquer porte realizada por meio do SPED dispensa qualquer
outra.
Cancelamento e substituição da ECD

• A autenticação pode ser cancelada quando:

• ECD for transmitida com erro;

• Identificado erro de fato que torne que torne imprestável a escrituração.

• qualquer erro que não possa ser corrigido conforme previsto pelas Normas Brasileiras de Contabilidade e que gere
Demonstrações inconsistentes.

• Depois de autenticados somente poderão ser substituídos os livros que contenham erros que não possam ser corrigidos
por meio de lançamentos extemporâneos (fora do tempo).
Penalidades
Entrega com incorreções ou omissões:

• Multa equivalente a 0,5% do valor da Receita Bruta da PJ no período a que se refere a


escrituração aos que NÃO ATENDEM aos requisitos para a apresentação dos registros e
respectivos arquivos;
• Multa equivalente a 5% sobre o valor da operação correspondente, limitada a 1% do valor da
Receita Bruta da PJ no período a que se refere a escrituração, aos que OMITIREM ou
PRESTAREM INCORRETAMENTE as informações referentes aos registros e respectivos
arquivos.
Entrega em atraso:

• Multa equivalente a 0,02% por dia de atraso, calculada sobre a Receita Bruta da PJ no período a
que se refere a escrituração, limitada a 1% desta, aos que NÃO CUMPREM O PRAZO
estabelecido para apresentação dos registros e respectivos arquivos.
Empresas Obrigatórias

Segundo o art. 3º da Instrução Normativa RFB nº 1.420/2013, estão obrigadas a adotar a ECD, em relação aos fatos
contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014:

I - as pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base no lucro real;
II - as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido, que distribuírem, a título de lucros, sem incidência do
Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), parcela dos lucros ou dividendos superior ao valor da base de cálculo do
Imposto, diminuída de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita; e
III - As pessoas jurídicas imunes e isentas que, em relação aos fatos ocorridos no ano calendário, tenham sido obrigadas à
apresentação da Escrituração Fiscal Digital das Contribuições, nos termos da Instrução Normativa RFB nº 1.252, de 1º de
março de 2012.
IV – As Sociedades em Conta de Participação (SCP), como livros auxiliares do sócio ostensivo.

§ 1º Fica facultada a entrega da ECD às demais pessoas jurídicas

De forma resumida:

• Pessoas jurídicas do Lucro Real;

• Pessoas jurídicas do Lucro Presumido;

• Pessoas jurídicas isentas e imunes;

• Sociedades em conta de participação.


Não Obrigatoriedade da ECD

Empresas tributadas pelo Simples Nacional – Lei Complementar 123/2006;


• Órgãos Públicos, às autarquias e as Fundações Públicas;

• Pessoas Jurídicas inativas, assim consideradas aquelas que não tenham efetuado qualquer atividade operacional, não
operacional, patrimonial ou financeira, inclusive aplicação no mercado financeiro ou de capitais, durante todo o ano-
calendário, as quais deverão cumprir as obrigações acessórias previstas na legislação específica;
• Pessoas Jurídicas imunes e isentas que auferirem receitas, doações, incentivos, subvenções, contribuições, auxílios,
convênios e ingressos assemelhados, cuja soma seja INFERIOR a R$ 4.800.000,00 no ano calendário a que se refere a
escrituração contábil, ou proporcional ao período;

• As Pessoas Jurídicas tributadas com base no Lucro Presumido que optem pelo disposto no parágrafo único do art. 45 da
Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995. (Adotarem o livro caixa).
O que são Livros Fiscais?
Livros fiscais são relatórios responsáveis pela apresentação dos registros fiscais de entradas, saídas, serviços, apurações
dos tributos, controle de estoques, entre outros.

Eles são exigidos pelos órgãos fiscais municipais, estaduais e federais, e por meio deles é possível obter todas as
informações fiscais da organização.

Sendo assim, a obrigatoriedade do livro fiscal em uma empresa vai depender do regime tributário escolhido. Dentre os livros
fiscais estão:

• Registro de Entradas;
• Registro de Saídas;
• Registro de Controle da Produção e do Estoque;
• Registro de Impressão de Documentos Fiscais;
• Registro de Inventário;
• Registro de Apuração de ICMS;
• Livro de Movimentação de Combustível (LMC) e Controle de ICMS do Ativo Permanente (CIAP).
O que trata cada livro fiscal?
Os livros fiscais exigidos pelo Fisco variam de acordo com o enquadramento da empresa.

Confira alguns livros fiscais obrigatórios e a sua função:

Registro de entradas – neste livro registra-se a escrituração dos documentos fiscais relacionados às entradas de bens. Bem
como de mercadorias e serviços. Este livro é obrigatório para empresas contribuintes do ICMS.

Registro de saídas – livro onde ocorrem os lançamentos das saídas de mercadorias do estabelecimento.

Registro De Controle E Produção De Estoque – O livro destina-se à escrituração dos documentos fiscais e dos
documentos de uso interno do estabelecimento, correspondentes às entradas e às saídas, à produção, bem como às
quantidades referentes aos estoques de mercadorias.

Registro de impressão de documentos fiscais – este livro contém todos os documentos impressos pela empresa.
Registro de inventário – onde constam os lançamentos todas as mercadorias que estão no estoque, quando é
feito o levantamento da empresa.

Registro de apuração de ICMS – onde são inventariados os valores contábeis e fiscais, nas operações de
entrada e saída relacionadas ao Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços.

Livro de Movimentação de Combustíveis – Entre as suas características estão: ser efetuado diariamente, ter
no mínimo 100 páginas; os campos do LMC podem ser redimensionados, pode ser utilizado o formulário
contínuo em substituição ao LMC, deve ser autenticado pela Secretaria da Fazenda e não pode conter
emendas ou rasuras.

Dispensa de Livros
Os livros poderão ser dispensados. Seja no todo ou em parte, pelo ente tributante da circunscrição fiscal do
estabelecimento do contribuinte. Entretanto, desde que respeitados os limites de suas respectivas
competências.

Ou seja, o empreendedor individual com receita bruta acumulada no ano de até R$ 36.000,00 fica dispensado
das obrigações de escriturar os livros fiscais.
Como o SPED contribui para a elaboração do livro fiscal?

Por meio do SPED, a tarefa de registrar as informações é facilitada e otimizada. Este sistema foi idealizado pelo governo e
oferece os seguintes serviços:

• Escrituração Fiscal Digital

• Escrituração Contábil Digital

• Escrituração Financeira

• Nota fiscal eletrônica.

Ele simplifica o processo de emissão de informações ao Fisco e reduz o uso do papel, então tanto os órgãos federais quanto
a própria empresa se beneficiam com o SPED.
Livros do Sped Contábil

Cada um desses livros caracteriza atos e fatos próprios que


ocorrem na administração de qualquer empresa. Então, os
livros contábeis, os quais são sempre assinados por um
contador, são obrigatórios para as empresas do lucro real; do
lucro presumido; Sociedades em Conta de Participação –
SCP, com livros auxiliares do sócio ostensivo, e outras
pessoas jurídicas que, devido a alguma situação específica,
precisaram apresentar a Escrituração Digital das
Contribuições, conforme Instrução Normativa RFB
1.252/2012.
– Diário Geral: contém Termo de Abertura, Diário, Balancete, Demonstrações (Demonstração de Lucros ou Prejuízos
Acumulados – DLPA, Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC, Demonstração do Valor Adicionado – DVA,
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL, Demonstração de Resultado Abrangente – DRA,
Demonstração do Resultado no Exercício – DRE), Balanço Patrimonial, Notas explicativas e Termo de Encerramento.
– Diário com Escrituração Resumida (vinculado à livro auxiliar): importante lembrar que o Livro Diário se faz
obrigatório pela legislação comercial, e registra as operações da empresa, no seu dia a dia, por isso ele tem esse
nome. A escrituração do Diário deve obedecer as Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC. Como o próprio nome
remete “Diário com Escrituração Resumida”, o contador tem que fazer um resumo das principais movimentações da
empresa.
– Diário Auxiliar: contém os lançamentos individualizados das operações lançadas no Diário com Escrituração
Resumida. Está previsto no § 1º do art. 1.184 da Lei nº 10.406/2002 (Código Civil).
– Razão Auxiliar: também conhecido como “Livro Razão”, é obrigatório pela legislação comercial e tem o objetivo de
comprovar o fluxo analítico das contas escrituradas no Livro Diário e constantes do balanço. Na prática, esse livro faz
um agrupamento dos registros contábeis de uma empresa que usa o método das Partidas Dobradas, descrito pela
primeira vez por Luca Pacioli no livro “Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalità“, no ano de
1494, e que se tornou o sistema padrão utilizado em empresas para o registro eficaz das transações financeiras, por
possuir um “índice” para todas as transações que ocorrem em uma companhia.

- Livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos assentamentos neles
transcritos: neles, são escriturados todos os fatos contábeis que provoquem alteração no patrimônio da entidade,
referindo-se ao documento que comprova a sua existência. Nesse caso, as movimentações do livro razão são
apresentadas de forma resumida, indicando apenas a natureza da operação (débito ou crédito) e o saldo das contas
contábeis. Essas informações são fundamentais para a construção do balanço patrimonial e para identificação de
possíveis falhas nos cálculos financeiros.
Como funciona as regras para assinatura do SPED ECD ?

Vamos relembrar algumas regras constantes no manual da ECD, relacionadas à assinatura do livro digital:
1. Uma ECD ORIGINAL deve ter, pelo menos, duas assinaturas:
1.1. Uma do e-PF ou e-CPF correspondente ao profissional contábil (código de assinante 900); E
1.2. Outra que deve ser indicada como responsável pela assinatura da ECD, podendo ser um e-PJ ou e-CNPJ (com código de
assinante igual a 001, exclusivo de PJ) ou um e-PF ou e-CPF ligado a um outro código de assinante qualquer (com exceção dos
códigos dos profissionais contábeis 900, 910 e 920).

2. O contador/contabilista deve utilizar um e-PF ou e-CPF para a assinatura da ECD.


3. O responsável pela assinatura da ECD é indicado pelo próprio declarante, utilizando campo específico. Só pode haver a
indicação de um
responsável pela assinatura da ECD.
4. O responsável pela assinatura da ECD pode ser:
4.1. Um e-PJ ou um e-CNPJ que coincida com o CNPJ do declarante (CNPJ básico, oito primeiras posições). Esta é a situação
recomendada. As opções abaixo só devem ser utilizadas se essa situação se mostrar problemática do ponto de vista
operacional (por exemplo, o declarante não tem e-PJ ou e-CNPJ e não consegue providenciar um em tempo hábil para a
entrega da ECD).

4.2. Um e-PJ ou um e-CNPJ que não coincida com o CNPJ do declarante (CNPJ básico, oito primeiras posições). Nesse caso
o CNPJ será validado nos sistemas da RFB e deverá corresponder ao procurador eletrônico do declarante perante a RFB.

4.3. Um e-PF ou e-CPF. Nesse caso o CPF será validado nos sistemas da RFB e deverá corresponder ao representante legal
ou ao procurador eletrônico do declarante perante a RFB.
5. A assinatura do responsável pela assinatura da ECD nas condições anteriores (notadamente por representante legal ou
procurador eletrônico perante a RFB) não exime a assinatura da ECD por todos aqueles obrigados à assinatura da
contabilidade do declarante por força do Contrato Social, seus aditivos e demais atos pertinentes, sob pena de tornar a
contabilidade formalmente inválida e mesmo inadequada para fins específicos, conforme as normas próprias e o critério de
autoridades ou partes interessadas que demandam a contabilidade.
6. Outras informações sobre a assinatura da ECD por e-PJ ou e-CNPJ:

6.1. A assinatura por e-PJ ou e-CNPJ não é obrigatória, mas se realizada só pode ocorrer uma vez.
6.2. Foi criado um novo código de assinante na Tabela de Qualificação do Assinante – que é o 001 – signatário da ECD
com e-CNPJ ou e-PJ. Esse código é utilizado exclusivamente pela assinatura e-PJ ou e-CNPJ.
6.3. A assinatura por e-PJ ou e-CNPJ pode ser aquela escolhida pelo declarante como o responsável pela assinatura da
ECD, mas isso não é obrigatório.
7. Informações gerais:
7.1. Todos os certificados assinantes de uma ECD podem ser A1 ou A3.
7.2. Além da assinatura do responsável pela assinatura da ECD (pessoas física ou jurídica) e do certificado e-PF ou e-
CPF do contador/contabilista, pode haver qualquer número de assinaturas.
7.3. A assinatura do responsável pela assinatura da ECD pode ter qualquer código de qualificação do assinante, com
exceção dos códigos dos profissionais contábeis 900, 910 e 920.
8. Tabela de Qualificação dos
Assinantes, conforme manual da
ECD:

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