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Todo o conhecimento científico pode ser articulado de maneira lógica.

A e xplicação deve
ser livre de ambiguidades em relação aos objetos da experiência cotidiana. Os fenômenos
científicos devem ser interpretados dentro de uma linguagem lógica. Partir da experiência
empírica, porém, não subjetiva, incorrendo-se no solipsismo, porém, uma experiência objetiva
e intersubjetiva. Compartilhada. Traduzir as proposições científicas em objetos físicos.
“devemos evitar fazer referência a objetos, eventos e entidades que não podem ser
relacionados à experiência cotidiana intersubjetiva.” (p.955). O que não vier da experiência
ou a ela não estiver relacionada é metafísica. Busca a representação lógico linguística do
mundo científico. Unificação da ciência a partir da construção de uma linguagem que lhe seja
própria, livre de profundidades, poética, e figuração.

(Carnap: fisicalismo)

Neurath puxa mais pro lado do social, e Carnap defende a construção de uma linguagem lógico
linguística voltada a experiência que se vincule à disseminação científica. O primeiro defende a
formação de utopias, arranjos sociais em larga escala (como nos textos literários em que uma
comunidade ideal é imaginada nos seus pormenores e variados detalhes.

Nenhum enunciado é irreversível

Ilustrar o caráter de constante reconstrução da ciência, o que faz com que nenhum enunciado
científico seja irrevisável.

Solução de um problema vem de um esforço coletivo, contínuo, plural, e falível, como no


mosaico da ciência. p. 955

O fisicalismo não é apenas uma proposta de unificação da ciência em um SISTEMA LÓGICO


(já que vincula-se a uma construção que deverá ser, sobretudo, um produto da
intersubjetividade).

Uma linguagem tão livre de ambiguidades e obscuridades quanto possível.

Contraditório?
Mosaico composto por peças irregulares sem um encaixe perfeito E AO MESMO TEMPO
representar isso num sistema lógico.

ENCICLOPEDIA (que sistematiza e reúne o conhecimento científico de forma unificada)

Por isso a ideia de uma enciclopédia, que poderia reunir todo o conhecimento em um sistema
uniforme.

Esse “sistema lógico” não viria a substituir o jargão próprio de cada área.
O enfoque não está no método científico (nem no objeto), mas na linguagem científica, e no
modo de se produzir o conhecimento e representá-lo numa linguagem simples, não metafísica,
vinculada a experiências e que seja capaz de traduzir-se em objetos físicos, sem ambiguidades,
obscurantismos, imagens figuradas (profundidade).

Requisito: que as leis, termos teóricos, etc, se relacionem com objetos do cotidiano1

Cada ramo da ciência tem suas próprias leis, seus próprios termos teóricos, e o único
requisito é que estes se relacionem com objetos cotidianos.

Linguagem das coisas conectada a uma infinidade de outras linguagens (p.956)

Embora tenhamos a linguagem das coisas, que formaliza as relações entre os objetos à
nossa volta, a construção de Carnap conecta tal linguagem com uma infinidade de outras
linguagens para os ramos específicos da ciência.

MOSAICO LÓGICO

Esse mosaico lógico, ainda, forneceria apenas algumas peças do mosaico mais amplo da
ciência unificada.

O padrão de racionalidade proposto por Carnap é, segundo o autor do artigo, um projeto


deliberadamente utópico.

Isso é expresso no Princípio de Tolerância Linguística de Carnap, segundo o qual não cabe
a nós, filósofos ou lógicos da ciência, fazer proibições, mas sempre procurar chegar a
convenções sobre como formular as mais variadas formas de expressão; p. 956

princípio de tolerância estabelece que há inúmeras lógicas para determinado objetivo e


que todo o trabalho reside em encontrar soluções para nossos problemas em meio a toda
essa pluralidade. p. 957

Ele compara o processo de criar e utilizar sistemas lógicos ao uso de mapas ferroviários
(CARNAP, 2003 [1928], p. 25-27).5 Quando vemos um mapa de uma ferrovia notamos que
tal mapa não traz uma representação fiel da malha, mas apenas alguns aspectos que são
importantes na situação em que o mapa é apresentado. Os mapas que ficam expostos em

1
Os conceitos de Bourdieu têm vínculo com objetos do cotidiano: habitus, homo academicus, capital
simbólico, poder simbólico, violência simbólica, etc.
estações, por exemplo, representam o percurso dos trens muitas vezes como uma linha
reta, quando, na verdade, os trilhos fazem muitas curvas. P. 957

Ponderações a se fazer com relação à Representação


Da mesma forma que um mapa, um sistema lógico não é feito para representar absolutamente
todas as características do conhecimento. O objetivo dos sistemas lógicos é retratar certo
aspecto de acordo com certo objetivo. P. 957 Assim, cada sistema lógico, incompleto e parcial,
representando algum aspecto de algum ramo da ciência contribui para a nossa compreensão
da ciência.

Ciência unificada
Da mesma forma que retratos epistemológicos, históricos, sociológicos, axiológicos e artísticos
da ciência, cada um desses retratos mostra um aspecto do gigantesco mosaico plural da
ciência unificada.

Neste texto, vimos algumas propostas de Carnap, apresentadas entre o final dos anos
1920 e o início dos anos 1930. P. 958

Construir a unidade da ciência. Por que? (unir as pessoas que concebem o mundo de
maneira científica com a finalidade de divulgar a atitude científica). A construção lógica
viria a demonstrar que não há obscuridades na ciência.

Restringir a filosofia à LÓGICA DA CIÊNCIA.

O círculo de Viena considera apenas o CONHECIMENTO EMPÍRICO, aquele que pode ser
relacionado EXPERIÊNCIA INTERSUBJETIVA COTIDIANA, e a lógica.

As lógicas podem nos ajudar a desfazer as aparentes obscuridades do mundo que


experienciamos. Com isso, nossas ações podem se desenvolver sem a ameaça de
profundezas insondáveis e enigmas indecifráveis.

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