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GRADUAÇÃO EM DIREITO
MOOCA
2022
THAINA GODOI PISCIONERI
MOOCA
2022
Dedico este trabalho aos meus familiares e
pessoas que me auxiliaram nesta
formação.
AGRADECIMENTOS
(Karl Marx)
RESUMO
A presente monografia irá tratar sobre a reforma trabalhista e o respeito ao ato jurídico
perfeito quanto aos atos firmados antes de sua vigência, para que seja possível fazer
uma aferição entre quais foram essas reformas, como foram aplicadas e como foi
lidado sobre as decisões formadas anteriormente. Será verificada a prevalência de
ações negociadas diante do legislado e sua possibilidade perante o consentimento
pela Constituição Federal, como ocorreram os acordos anteriores, negociações
coletivas, condições trabalhistas que pudessem ser mantidas na lei expressa. O atual
trabalho, tem como objetivo analisar como ocorreram e quais foram os impactos
causados pela reforma trabalhista, diante da Lei 13.467/2017. Para que houvesse
maior compreensão dos leitores sobre o assunto, será traçada uma linha do tempo
com a história da CLT, sua criação e até os dias atuais. Também será feita uma
análise sobre como foi feita a elaboração da reforma trabalhista, quais eram os
objetivos e características, os itens alterados como, tempo e disposição do
empregador, além de analisar como se desenvolveu conflitos diante do ato jurídico
perfeito, após os atos firmados.
This monograph will deal with the labor reform and respect for the perfect legal act regarding
the acts signed before its validity, so that it is possible to make a comparison between what
these reforms were, how they were applied and how it was dealt with on the decisions formed
previously. The prevalence of actions negotiated before the legislature and their possibility
before the consent by the Federal Constitution will be verified, as occurred in previous
agreements, collective bargaining, labor conditions that could be maintained in the express
law. The current work aims to analyze how they occurred and what were the impacts caused
by the labor reform, in view of Law 13.467/2017. In order for readers to have a better
understanding of the subject, a timeline will be drawn with the history of the CLT, its creation
and up to the present day. An analysis will also be made of how the elaboration of the labor
reform was carried out, what were the objectives and characteristics, the items changed, such
as time and disposition of the employer, in addition to analyzing how conflicts developed in the
face of the perfect legal act, after the signed acts.
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 11
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO ........................................................................ 13
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................. 15
4. DESENVOLVIMENTO ............................................................................... 16
4.1. Contexto histórico e a CLT ............................................................. 16
4.2. Constituição de 1988 ...................................................................... 21
4.3. Direitos trabalhistas ........................................................................ 25
4.4. Reforma trabalhista......................................................................... 29
4.5. Terceirização do trabalho ............................................................... 37
4.6. Ato jurídico perfeito ......................................................................... 41
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................... 47
6. REFERÊNCIAS ......................................................................................... 49
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1. INTRODUÇÃO
O atual trabalho, tem como objetivo analisar como ocorreram e quais foram os
impactos causados pela reforma trabalhista, diante da Lei 13.467/2017. Analisar como
foi feita a elaboração da reforma trabalhista, quais eram os objetivos e características,
os itens alterados, analisar como se desenvolveu conflitos diante do ato jurídico
perfeito, após os atos firmados. Identificar se o Brasil já se adaptou as novas
condições e como essas foram implantadas.
Para que houvesse maior compreensão dos leitores sobre o assunto, será
traçado uma linha do tempo com a história da CLT, sua criação e até os dias atuais.
Descrevendo como foi a elaboração da Constituição de 1988, os direitos trabalhistas,
como a lei nº 13.467/2017 foi elaborada até a reforma trabalhista, para que seja
possível analisar como está o ato jurídico perfeito diante das mudanças.
Este trabalho se faz de suma importância pois diversos cidadãos ainda não
estão cientes dessa reforma trabalhista, de onde ela surgiu e como passou a ser
aplicada no país. Além de trazer mais informações sobre processos que já estavam
em andamento e continuaram mediante as leis anteriores. Ou seja, fazer com que o
leitor tenha mais conhecimento sobre o tema, saiba de seus direitos e assim promova
melhorias em seu ambiente de trabalho.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
Quando se diz sobre as leis que estavam contidas na CLT, já houve cerca de
mais de 60% de alteração na mesma, foram interpretados novos cenários que
pudessem serem incluídos nela. Existe então uma linha do tempo de como
aconteceram esses fatos, que envolvem as relações trabalhistas, de acordo com
Larissa Libano (p.01. 2020):
• 05/1891: O Papa Leão XIII fez o anúncio sobre a criação de um
documento pontifício, que expressava o pensamento da Igreja em relação ao
debate sobre as condições trabalhistas da época, conhecido como “Das
Coisas Novas”, e esse foi o início de um grande debate sobre as relações
trabalhistas.
• 05/1941: Execução do Primeiro Congresso Brasileiro sobre Direito
Social, no qual foram apresentou diversos enunciados que citavam a
necessidade da criação de uma regulamentação que fosse efetiva sobre as
relações trabalhistas no Brasil.
• 05/1941: No mesmo mês, houve uma intensificação sobre o debate,
até que Getúlio Vargas realizou a criação da Justiça do Trabalho. E com isso,
tivemos uma discussão sobre a criação de uma regulamentação definitiva se
aproximando de uma solução.
• 01/1942: O Ministro do Trabalho, que na época era Alexandre
Marcondes Filho e o então Presidente, Getúlio Vargas, começaram a
dissertar sobre a necessidade da criação de uma regulamentação que
consolidasse todas as leis trabalhistas. A ideia era para a criação da CLT e
da Previdência Social.
• 11/1942: Houve a apresentação do anteprojeto da CLT, através de
uma publicação do D.O da União, para que sugestões fossem dadas.
• 05/1943: No dia 01, aconteceu a aprovação da CLT, que foi assinada
pelo Presidente Getúlio Vargas.
Com essas modificações da CLT, que passam a acompanhar a vida da classe
trabalhadora que é vigente até os dias atuais, onde se é julgado de extrema
importância para que seja possível viver em no mundo do trabalho, com relações entre
patrão e funcionário, assim essa ter o mínimo de harmonia entre elas. Márcio Tulio
Viana adentra sobre a CLT, de uma forma que traz benefícios aos funcionários, pois:
Na aparência, a CLT é uma lei qualquer. Mas é maior do que todas as leis
trabalhistas que o nosso país construiu antes e depois dela. E não só no
tamanho. Desde o início, a CLT foi um símbolo, uma marca, uma bandeira.
Ela mostrou aos trabalhadores que eles de fato podiam ter direitos e ser
cidadãos. De certo modo – pouco a pouco – preparou-os para isso. De forma
mais clara, mais, ela lhes mostrou que o trabalho seria a ponte para levá-los
a uma condição social sempre melhor. Pois agora amarrado pelas malhas da
proteção. Embora a CLT sirva para empregados e patrões, ela parece
diferente para uns e outros. Para os patrões, é uma pedra no caminho. Para
os empregados, um caminho sem pedras. Pobres ou remediados, negros ou
brancos, operários ou digitadores, todos eles a sentem como a sua lei.
Com isso, o legislado deve ter composição com os direitos trabalhistas que
estão previstos nos artigos 7º ao 11º da Constituição Federal. Onde está a
Consolidação das Leis do Trabalho, “que é a principal legislação que regula o trabalho
subordinado, isto é, aquele em que o trabalhador executa o serviço sob as ordens do
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patrão e é por ele remunerado” (TEIXEIRA e KALIL, 2016), contudo, pelas normas
que estão tratadas internacionalmente pela OIT, onde o Brasil se faz signatário.
Com o passar dos anos, surgiu a reforma trabalhista, que restringe o
trabalhador com o acesso à justiça, o que se faz em divergência aos princípios
constitucionais. Com esse pressuposto, Mauricio Godinho Delgado e Gabriela Neves
Delgado (2017, p. 75) dizem:
Ressalte-se que a desregulamentação e flexibilização trabalhistas fixadas
pela Lei n. 13.467/2017 ultrapassam a esfera desse importante principiologia
jurídica para também atingir os direitos fundamentais em espécie, mediante
a frustração de seu pleno gozo pelos trabalhadores.
Com essa reforma trabalhista, pode se considerar que houve um atentado à
ordem democrática, pois se tem a infração dos princípios constitucionais que
anteriormente eram baseados no protecionismo da dignidade, valores sociais e ainda
na prevalência dos direitos humanos. Pois o acesso à justiça deve ser um direito
fundamental a todos e com as alterações processuais feitas, hoje devem ser
elaboradas acordo com os princípios constitucionais, o que impede as pessoas de
praticarem seus direitos sociais. Ou seja, o princípio deve estar baseado na proteção
e existe a desconfiguração desse direito, foi retirada a razão de criação da mesma
(MAIOR e SEVERO, 2017, p. 150).
Porém com essa alteração nas leis, surgiram diversas dúvidas diante do ato
jurídico perfeito, mas que foram determinados por Planalto:
Ato jurídico perfeito é aquele em que já se consumou de acordo com a lei
vigente à época. O direito já foi exercido, todos os atos já foram praticados,
não podendo ser modificados por Lei posterior. “§ 1º Reputa-se ato jurídico
perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.”
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
compreensão, ao se destacar mais teoricamente o que são esses índices e como são
aplicados atualmente na vida das pessoas. Para isso, todos os arquivos mais atuais
que tivessem informações a reforma trabalhista atual que está em vigor, ato jurídico
perfeito e quanto aos atos firmados antes da sua vigência, foram selecionados.
Este trabalho se baseia em uma monografia, a qual fez o levantamento de
bibliografias, que foram lidas e estudadas para que se pudesse trazer ao atual arquivo.
Neste foram selecionados arquivos compreendidos mais especificamente dentre os
de 2016 a 2022, com base nas fontes eletrônicas como Google Acadêmico e Scielo,
os quais são fontes confiáveis, que são verificadas e verídicas.
4. DESENVOLVIMENTO
4.1. Contexto histórico e a CLT
das províncias, por meio dos cenários econômicos assim como o político,
determinados por São Paulo e Minas Gerais.
Com este nome de café-com-leite, a política era viável pelo fato dos dois
estados terem em seu território uma gama alta de matérias primas. E foi quando em
1929 que ocorreu um cenário de crise mundial, onde tiveram de fazer a quebra na
cadeia econômica, que era presente tanto no cenário nacional como no global, onde
o Brasil foi forçado diante desse cenário a fazer uma mudança. Essa alteração,
forçava uma mudança no modo de produção que era existente, anteriormente era
predominante o agrário, o que gerou um novo cenário para a industrialização do país.
Assim como relata (Cano 2015, p.446):
“Ela nos exigiu não só uma rápida e efetiva política estatal de defesa da renda
e do emprego, mas também a construção de uma política de industrialização,
única rota para sair da grave crise e ingressar em formas econômicas
urbanas mais modernas e progressistas” (Cano 2015, p.446).
Foi quando após a crise de 1929, que o cenário político do Brasil passou a ser
insustentável, pelo fato da máquina econômica que anteriormente fazia essa
alternância política, estava mais focada em apenas dois estados e se tornaram
inviáveis, pelo cenário de crise econômica que o mundo vivenciava.
Foi com isso que o Brasil passou a tomar certas medidas diante da crise, mas
que só tiveram efetivação e intervenção adotadas, em meados de 1930, por conta da
necessidade que o estado tinha de intervir e efetivar a aplicabilidade dessas novas
políticas, em que queriam controlar de qualquer forma a crise de 1929, pois essa já
estava prejudicando a economia do país. Foi somente em 1943 que a CLT foi
promulgada, onde se tinha o resultado de inúmeras leis e decretos que estavam
dissipados, que tinham diversas disciplinava e pontos, como, o direito individual do
trabalho, coletivo, fiscalização do trabalho, direito processual do trabalho, assim como
as legislações que eram voltadas para trabalhos específicos. Para Carvalho:
“O ano de 1930 foi um divisor de águas na história do país. A partir dessa
data, houve aceleração das mudanças sociais e políticas, a história começou
a andar mais rápido. Uma das primeiras medidas do governo revolucionário
foi criar um Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. A seguir, veio vastar
legislação trabalhista e previdenciária, completada em 1943 com a
Consolidação das Leis do Trabalho” (CARVALHO apud Monteiro, 2017, p.
91)78
Foi dentre o período dos anos de 1934 a 1943 que se denominou uma fase
conturbada politicamente, mas que trouxe diversos ganhos para a classe que era
trabalhadora. Um dos casos, foi com a constituição de 1934, em que se estabelecia
um governo provisório, o qual trouxe mais materialidade as leis, para que
beneficiassem os trabalhadores de alguma forma, como os direitos:
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exercer trabalhos em fábricas, além de que a sua jornada de trabalho não poderia ser
maior que sete horas diárias.
O Governo do Brasil ainda tentou conciliar um equilíbrio entre as relações
trabalhistas e o capital industrial isso com a Constituição de 1934, em que se tinha um
pacote de direitos trabalhistas. Onde se tinha a inclusão do salário mínimo, a
determinação de uma jornada de trabalho de oito horas diárias, assim como o repouso
semanal que passava a ser obrigatório, férias remuneradas e o mínimo de assistência
médica e sanitária.
Por mais que ainda existisse a desvalorização da pessoa quanto trabalhadora,
essas normas vinham auxiliando os empregados, elas eram de suma importância na
época. E foi quando em 1º de maio de 1943 que foi criado pelo Decreto-lei nº5.452,
pelo presidente Getúlio Vargas, a Consolidação das Leis Trabalhistas, ela quem fez
um enorme avanço para a classe trabalhadora, em que os empresários eram
obrigados a colocarem em prática esses direitos e assim ceder aos funcionários
condições básicas de trabalho.
Foi com base na CLT que os empregados puderam dar um passo em suas
carreiras e terem mais segurança diante das atividades exercidas por eles. Com essa
consolidação que foi possível obterem, jornada reduzida, com oito horas diárias,
férias, salário mínimo, repouso semanal de dois dias, FGTS, décimo terceiro salário,
carteira assinada, salário mínimo, indenização em casos de dispensa, que
determinaram o trabalhador como pessoa livre.
Contudo, para que a CLT fosse elaborada, teve-se um grande trabalho perante
a inclusão de todas em um mesmo documento, no esquema abaixo é possível
visualizar o surgimento da CLT:
Figura 1 – Surgimento da CLT
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Com a Constituição de 1988 que também pode ser chamada e conhecida como
a Constituição Cidadã, se deu pelo esforço que a política da época fez em prol da
redemocratização do país, como símbolo do fim da era do autoritarismo dos militares.
Essa Constituição de 1988 foi elaborada e escrita com o final da Ditadura Militar, que
foi quando se determinou os direitos e obrigações das pessoas perante a sociedade,
assim como os políticos do país.
Pelo fato dela ter sido criada com o final da ditadura no Brasil e ser um resultado
de um extenso debate com a junção da população, acabou tendo este nome de
Constituição Cidadã, por ouvir a voz das pessoas e está em vigência até os dias
atuais. A Constituição de 1988 é o texto-base do país que delibera os direitos e os
deveres dos políticos e cidadãos do país, fez parte do processo de elaboração durante
a redemocratização do Brasil, no período após a Ditadura Militar, em meados de 1985,
quando na época, Tancredo Neves e José Sarney foram eleitos para a Presidência da
República.
A Constituição de 1988 acabou sendo um fruto de uma nova democracia que
seria implantada no país, a qual deu início em diversas organizações populares e até
no engajamento de milhões de brasileiros. Com ela, foi possível começar a defesa de
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inúmeros direitos sociais, esses direitos que não eram existentes durante a época da
Ditadura Militar. Isso se dá pelos direitos que grupos de minoria começaram a receber,
grupos que historicamente foram excluídos de diversas condições da sociedade.
Por mais que a Constituição de 1988 tivesse sido algo bom na época para
diversas pessoas, sofreu diversas críticas, pelo fato de não trazer de forma clara uma
legislação para a reforma agrária no Brasil. Que na defesa realizada, é de suma
importância para que houvesse a garantia da democracia brasileira. Esses debates
que ocorriam pela realização da nova constituição estavam em pauta no momento e
aconteciam a todo momento, com a presença de grupos da oposição, que eram a
favor da ditadura.
Foi quando, na década de 1970, foram iniciadas certas medidas importantes
para a política brasileira, por já existir esses debates houve a aquisição por parte de
intelectuais do país. Assim como por exemplo, no caso da Faculdade de Direito da
USP em que o senhor Goffredo da Silva Teles passou a ler um documento chamado
de Carta aos brasileiros, que havia sido redigido por alguns advogados, políticos e
estudantes, o qual fazia a defesa jurídica do Estado de Direito no Brasil. Este
documento reprimia a Constituição da época que foi outorgada pelos militares, no ano
de 1967, dizendo que a Constituição apenas seria válida caso fosse elaborada por
pessoas que representassem o povo, por meio de uma Assembleia Nacional
Constituinte ou até se fosse redigida em meio a um processo revolucionário legítimo.
Foi quando uma nova Constituição passou a ser necessária e solicitada para
que atendesse os desejos de grande parte da sociedade do país, que por conta de
um governo democrático já não poderia ser mais a antiga. A nova Constituição deveria
ser democrática para refletir o novo presságio que se passava o Brasil, que ainda
estava sob os efeitos da Constituição de 1967, que era de natureza autoritária.
Assim, diversos discursos que estavam em defesa da redemocratização
passaram a ser colocados em pauta, para que houvesse uma nova composição
Constituinte. A partir disso, este processo começou a ganhar força para a elaboração
da nova Constituição, o regime militar já não estava tão presente no país e ainda
enfraquecido, mas este processo se conduzia de forma lenta e gradual. Isso estava
tão explícito que nos últimos governos de Geisel e Figueiredo, já adotaram medidas,
como a revogação do AI-5.
Já no ano de 1984, ano em que a ditadura no país estava enfraquecida e teve
de enfrentar as manifestações da sociedade em meio a necessidade do voto direto
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O direito do trabalho teve um grande feito histórico no Brasil e surge com certas
questões sociais que vieram por meio da Revolução Industrial em meados do século
XVIII, em que a população verificou o direito como uma necessidade, em que se tinha
de proteger a dignidade de um indivíduo, com as questões de trabalhos industriais.
Essa urgência que se tinha em prover uma disciplina que obtivesse todas as relações
individuais e coletivas de uma pessoa frente ao trabalho foi crescendo e evoluiu por
conta do desenvolvimento de um novo estado social.
No ano de 1888 com o fim da relação escravista, o Brasil que se encontrava
em alta formação colonial e agrícola se fez necessária a consolidação histórica do
direito do trabalho, passando a ser denominado como livre dentro das relações
trabalhistas.
Aqui no Brasil essa evolução do trabalho ocorreu de forma gradativa, sua
primeira fase começou entre os anos de 1888 a 1930, onde realizaram-se
manifestações acerca de seus direitos trabalhistas, nos anos de 1930 e 1945, que
veio a institucionalização do Direito do Trabalho e por fim, houve uma transição
democrática entre o Direito e sua implementação à Constituição Federal de 1988. Por
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mais que no momento da abolição da escravidão, ainda tinham normas que eram
consideradas esparsas, ainda se tinha uma maioria da relação empregatícia das
pessoas que estavam no campo. Com o passar dos anos, a industrialização que
acontecia nos centros urbanos teve aumento e necessidade do número de operários,
então, aos poucos certas leis e decretos mais específicos passaram a serem
determinados para as classes de trabalhadores e se expandindo.
Foi no ano de 1943 que se teve a primeira constituição trabalhista que passou
a tratar do Direito do Trabalho, sob a influência do constitucionalismo social, que tinha
como garantia a liberdade sindical, que as pessoas tivessem salário-mínimo, uma
determinação de até oito horas de trabalho diário, proteção das mulheres e menores,
assim como as férias remuneradas.
Ainda nesse mesmo ano, foi modificado o Decreto nº 5.452, aprovando a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que nela se reuniam todas as leis de cunho
trabalhistas existentes na época. Para que fosse criada, se teve a fundamentação em
várias normas, assim como as da Convenções da OIT (Organização Internacional do
Trabalho).
Esses direitos trabalhistas, são garantidos pela Constituição Federal, já
descritos em meio ao art. 7°, no rol que trata sobre direitos e garantias fundamentais,
onde se tem cláusulas pétreas, as quais são dispositivos que não podem ser alterados
ou excluídos.
Deste modo, os direitos trabalhistas fazem com que sejam ressaltados seus
direitos e garantias, com relação a pessoa humana. Mauricio Godinho Delgado e
Gabriela Neves Delgado (2017, p. 33) dizem que “os direitos trabalhistas são, antes
de tudo, direitos individuais, direitos da pessoa humana do trabalhador, em seu
conjunto, entretanto, os direitos individuais trabalhistas tornam-se também direitos
sociais e/ou direitos coletivos.”
Mauricio Godinho Delgado e Gabriela Neves Delgado (2017, p. 34) afirmam:
Esses três eixos centrais da arquitetura normativa da Constituição de 1988,
claramente explicitados em seus diversos títulos organizadores temáticos,
compostos por destacado número de princípios e normas constitucionais,
demonstram, além de tudo, a sólida compreensão, pela Constituição da
República, do Direito como um instrumento civilizatório, ao invés de
mecanismo de opressão, exclusão, segregação e exploração.
Como a Constituição Federal passou por uma modificação intensa e processo
de revolução, que tinha como intuito diminuir a desigualdade social entre pessoas e
também perante os grupos sociais, ela tinha propósito de ser mais igualitária,
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humanística e social, para que não existissem formas de exclusão dos indivíduos da
sociedade. Foi nisso que a Constituição Federal passou a se basear e ser formulada,
sendo um instrumento civilizatório, e que deste modo, pudesse preservar o Estado
Democrático do Direito, para o trabalhador conseguir ser inserido na sociedade e com
direitos.
Isso foi um grande avanço aos trabalhadores, uma vez que o trabalho durante
séculos foi relacionado à exploração desumana dos indivíduos, sem que tivessem
algum direito que lhes assegurassem. E para que essas desigualdades sociais fossem
diminuídas era necessário oferecer o mínimo de dignidade aos cidadãos, isso se deu
pelos direitos trabalhistas, que foram modificados a fim de regulamentar suas relações
e permitir melhora na qualidade de vida das pessoas. Os direitos se tornam
fundamentais, por serem prerrogativas que moldam e afirmam o indivíduo dentro da
sociedade.
Analisando esta perspectiva, é possível entender o novo sistema como uma
proteção ao trabalhador, para que ele reconheça os princípios constitucionais e se
esteja sempre protegido por eles, com objetivo de reafirmá-los. Amauri Mascaro
Nascimento (2014, p. 279) diz que “Como direito fundamental, o direito do trabalho
teria de ser direito de todos e em todos os lugares, em certo tempo. Esses direitos são
constitucionais quando incluídos na Constituição de um país”.
Foi assim que o direito fundamental do trabalho passou a ser concretizado, com
as lutas sociais por meio da classe dos trabalhadores, foram conquistados seus
direitos. Foi feita assim, uma proteção ao trabalhador, que em meio a relação entre
empregado e empregador, o funcionário acaba sendo a parte mais frágil, por isso, sua
mão-de-obra deveria ser mais valorizada, pois assim o trabalhador consegue efetivar
seus os direitos básicos e que lhe são garantidos.
Deste modo, o Direito do Trabalho, surgiu para reafirmar os direitos que são
garantidos pela Constituição Federal, ele garante que o trabalhador tenha os
princípios de proteção e trabalhe com dignidade, tanto no campo individual como
coletivo, regulamentando as relações que acontecem de forma bilateral e multilateral,
se estabelecendo o mínimo de profissionalismo, com o contrato de trabalho.
Assim, os direitos trabalhistas buscam trazer a democratização das relações
que ocorrem em âmbito empregatício, buscam estabelecer igualdade entre todas as
partes. Ao se falar do direito coletivo, se busca regulamentar todas as relações que
são entre mais de duas pessoas, por meio de certas entidades que os representem,
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como o caso dos sindicatos, onde lhe são assegurados a autonomia sindical, para
possíveis melhorias nas condições de trabalho.
O Direito do trabalho é fundamental e busca ter uma efetividade contínua, para
que possa alargar a abrangência em meio a processos que envolvam os
trabalhadores, de extensão em geral. Esses direitos trabalhistas são como algo básico
para que o trabalhador esteja sempre resguardado legalmente, e que assim consiga
se desenvolver socialmente e tenha seus direitos colocados como algo fundamental,
que está presente no ordenamento jurídico brasileiro e gera segurança aos
trabalhadores, que uma vez estão inseridos na sociedade para que tenham garantia
a esses.
O Direito do Trabalho ainda pode se basear em uma relação jurídica que acaba
tratando de níveis diferentes entre os participantes, como que de um lado se tem o
empregado e no outro o empregador. Como cada um dos lados tem seus princípios,
esses direitos trabalhistas buscam assegurar que se tenha igualdade jurídica para
ambos os lados, e que no caso de necessária proteção de um dos lados, a mais fraca
prevalece, pois o trabalhador geralmente é a parte que mais necessita de garantias,
por conta da posição socioeconômica, dependência do trabalho e ser subordinado, e
assim precisa de auxílio e proteção jurídica para compensação.
Essas seguranças que podem ser dadas ao empregado são por meio de
direitos trabalhistas, que se pode mencionar como o 13º salário, férias, hora extra,
FGTS, adicional noturno, seguro-desemprego, jornada de trabalho reduzida e
convênio. No caso dos direitos trabalhistas no Brasil, foram provenientes da
elaboração da Consolidação das Leis Trabalhistas de 1943, por meio do decreto
5.452. A legislação foi instituída por Getúlio Vargas, que na época era o Presidente
da República.
Foram criadas essas leis em prol dos trabalhadores, que aumentava o número
cada dia mais, pela necessidade do mercado, pela industrialização, por conta
globalização que tomava o país e assim, o índice de exigências acabou aumentando
por esta classe. Contudo, por mais que foram modificados os direitos trabalhistas, é
de suma importância ressaltar que esses só valem para aqueles colaboradores estão
em seus empregos por meio do regime CLT, que nada mais é que a carteira de
trabalho assinada.
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como no caso do home office, que com a reforma trabalhista foi incluído na CLT como
uma modalidade de trabalho. O trabalho parcial pode ter até 30 horas semanais sem
poder fazer hora extra ou até 26 horas semanais sendo permitido hora extra de até 6
horas. Assim como em convenções e acordos coletivos, que existam entre as
empresas e sindicatos, que podem antecipar condições diferentes e determinar sobre
a os demais.
Dentre as normas coletivas, os sindicatos e empresas podem usufruir
livremente sobre o prazo de validade de acordos e convenções coletivas, no caso da
representação, pode-se escolher três formas, e não precisam ser mais sindicalizados
empresas com no mínimo 200 funcionários. Nas demissões, pode ser acabada de
comum acordo, com pagamento da metade do aviso prévio e metade da multa de 40%
sobre o FGTS, ficando assim o trabalhar sem direito ao seguro-desemprego.
Além do pagamento para indenização de danos morais, que agora existe um
teto para situações específicas, e não mais um valor determinado pelo juiz, assim
como, não se tem mais a obrigatoriedade para o pagamento de contribuição sindical.
No caso de mulheres grávidas e lactantes, essas podem trabalhar em ambientes
insalubres, desde que o empregado apresente atestado médico afirmando não fazer
riscos para as mães e os bebês. O banco de horas, agora pode ser definido por escrito
em um acordo individual, com a compensação de um período máximo de seis meses.
Atualmente, se pode fazer a homologação da rescisão contratual na própria
empresa com a presença de advogados, empregador e funcionários, todos os
envolvidos. E nas ações judiciais, foi criada a obrigatoriedade da presença nas
audiências, anteriormente se podia faltar em até três vezes, o que deveria arcar com
os custos do processo e então, caso não ganhe a ação, e pôr fim, a multa para
empregado que mantém funcionário não registrado são de 3 mil reais por funcionário,
800 reais para microempresas.
Por certo a lei trabalhista foi aprovada em 13 de julho de 2017, chamada de
nova lei trabalhista ou reforma trabalhista, a Lei de nº 13.467/2017, que entrou em
vigor apenas em 11 de novembro de 2017, já a medida provisória nº 808/2017 entrou
em vigor em 14 de novembro de 2017, medida essa que trouxe alterações
complementares à CLT, vigorando até 23 de abril de 2018 por não ter a aprovação no
Congresso.
Já com à presidência de Jair Bolsonaro, em reunião com a bancada da MDB
ele afirmou que se agradou com a nova reforma e cogitou a possibilidade de
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aprofundá-la, mas não informou o que planejava em mexer. Uma outra questão é a
terceirização do trabalho onde houve mudança na legislação em 2017, a lei de nº
13.467/2017 que traz a novidade que a empresa pode contratar trabalhadores
empregados por outra companhia a serviços relacionados à sua atividade-fim, não só
pela atividade-meio como era.
Quando se falado sobre a justiça do trabalho como ramo do poder judiciário, é
possível visualizar que ela está diretamente relacionada à responsabilidade, por julgar
ações referentes a relações entre empregadores e empregados. Caso o empregado
se sinta injustiçado em relação ao não cumprimento do contrato, basta ele entrar com
uma ação na Justiça do Trabalho, tendo em vista o interesse do empregador na
reforma trabalhista para que se tornasse menos exposto a essas ações, cujo eles
sempre os desfavoreciam. Segundo o Tribunal Superior do Trabalho em um ano
houve queda de novas ações em 38%. Com o propósito de reger a CLT todas as
regras constam no Decreto-Lei nº 5.452/1943.
Em razão da pesquisa, este tema é de alta polêmica, pois cada um busca seus
interesses pessoais, acham que ainda falta questões a serem avaliadas, por outro
lado existem políticos, trabalhadores e representantes que acreditam que essa
reforma trabalhista significou um retrocesso, segundo eles perderam os direitos já
conquistados pelos trabalhadores, causando uma situação de vulnerabilidade na
relação patrões e empregados.
A Reforma Trabalhista ainda faz com que o trabalhador tenha restrições acerca
do acesso à justiça, indo em contrapartida aos princípios constitucionais. Isso faz com
que Mauricio Godinho Delgado e Gabriela Neves Delgado (2017, p. 75) digam:
Ressalte-se que a desregulamentação e flexibilização trabalhistas fixadas
pela Lei n. 13.467/2017 ultrapassam a esfera desse importante principiologia
jurídica para também atingir os direitos fundamentais em espécie, mediante
a frustração de seu pleno gozo pelos trabalhadores.
Com isso, é possível afirmar o pensamento de Maurício Godinho Delgado,
sobre a nova reforma.
A reforma trabalhista implementada no Brasil por meio da Lei nº 13.467, de
13 de julho de 2017, desponta por seu direcionamento claro em busca do
retorno ao antigo papel do Direito na História como instrumento de exclusão,
segregação e sedimentação da desigualdade entre as pessoas humanas e
grupos sociais. Profundamente dissociada das ideias matrizes da
Constituição de 1988, como a concepção de Estado Democrático de Direito,
a principiologia humanística e social constitucional, o conceito constitucional
de 7 direitos fundamentais da pessoa humana no campo justrabalhista e da
compreensão constitucional do Direito como instrumento de civilização, a Lei
nº 13.467/2017 tenta instituir múltiplos mecanismos em direção gravemente
contrária e regressiva. (DELGADO; DELGADO, 2017, p.39-40).
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1 Intermitente é um adjetivo de dois gêneros proveniente do latim intermittente. Dizer que algo é
intermitente significa dizer que essa coisa cessa e recomeça por intervalos, que se manifesta com
intermitências, que não é contínua, que tem interrupções. Disponível em: www.significados.com.br.
Acesso em 05 de novembro de 2022.
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são criadas neste momento, não podem interferir ou retirar da população os direitos
que adquiriu por meio da lei antiga. Isso pode ser ressaltado também para as
chamadas leis de ordem pública, que são aquelas que permanecem a sociedade em
funcionamento e ordem, não podem ser alteradas de forma individual.
Quando se existe a proteção ao direito adquirido, é quando se há o ato jurídico
perfeito, que deve ser julgado pela norma tradicional do Direito brasileiro. Isso se dá
desde o ano de 1934, tirando a Constituição de 1937, em que todas as constituições
federais se têm como previsto uma norma parecida ao inciso XXXVI. Com isso, a
omissão que veio desta norma pela Constituição de 1937, também conhecida como
“Polaca”, acabou sendo inspirada pelo modelo semifascista polonês. Pois esta
coincide com a instituição na época do Estado Novo, comandado pelo presidente
Getúlio Vargas. Que era determinado por um regime autoritário brasileiro, que tinha
como inspiração o fascista, durando até o fim da Segunda Guerra Mundial.
No caso da Constituição de 1937, em que se era considerada autoritária, eram
concedidos pelo governo alguns poderes, no caso, praticamente ilimitados. Diante
deste cenário, alguns direitos básicos foram suprimidos com o propósito de aumentar
o poder do que governava na época, assim como o princípio da segurança jurídica.
Porém com o final do Estado Novo, a Constituição de 1946 acabou restaurando
a norma de proteção do direito adquirido, conforme o ato jurídico perfeito e ao
julgamento, que era restabelecido pela tradição do Direito brasileiro, em que se
garantia a estabilidade jurídica. Nesse âmbito pode-se ainda ressaltar que o direito
acaba sendo de extrema importância para que não seja extinta a democracia, pois ela
protege certas situações que já foram consolidadas e direitos um dia conquistados
depois de um governo autoritário que queria reprimir a sociedade.
Com isso, diante do inciso XXXVI que garante o direito fundamental da
segurança jurídica, ele ainda assegura que certas situações determinadas pela lei,
ainda continuarão a serem protegidas por mais que a lei seja revogada ou substituída
por outra.
“O princípio da segurança, em uma acepção genérica, vem expressamente
previsto no artigo 5°, caput, da Constituição Federal, como uma garantia
fundamental associada ao princípio da igualdade. Ainda no capítulo relativo
aos direitos individuais e coletivos, a Carta Constitucional acolhe, dessa vez
indiretamente, o princípio da segurança, ao firmar, no inciso XXXVI do artigo
5°, o respeito ao “direito adquirido”, ao “ato jurídico perfeito” e à “coisa
julgada”1. Já no capítulo da Constituição dedicado aos direitos sociais, a
segurança aparece na qualidade de um direito público prestacional, ao lado
de direitos básicos, tais como os direitos à saúde, à educação, ao trabalho e
à previdência social (artigos 6o, caput, e 7°, inciso XXII) ”.
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Com isso pode-se afirmar que a segurança jurídica pode ser considerada como
algum tipo de princípio basilar entre as relações jurídicas que ocorrem em um Estado
democrático de direito. Com ela é possível gerar mais segurança as pessoas e
paridade de armas, para aqueles que os buscam. Contudo, quando se é relacionado
com a Lei n° 13.467/17, pode notar-se que esse princípio acabou não sendo cumprido,
por trazer uma vez mais incerteza, por conta da modificação e ausência do direito que
se faz as horas in itinere, o que causa mais insegurança aqueles que usufruem desse
benefício.
Diante dessa explanação que acontece sobre os dois princípios que estão na
carta magna, é possível visualizar como foi prejudicial e inconstitucional que
acontecesse essa supressão de direitos. Pelo simples fato de que não traz proteção
aos trabalhadores, ela ainda retira e viola direitos que um dia já adquiridos, indo em
desacordo as jurisprudências adotas pelo STF, o que se trata o contrário ao retrocesso
social. Ou seja, com essas alterações, é verificada a violação total dos direitos dos
trabalhadores, com essa a supressão dos princípios que eram antes o norte dos
direitos constitucionais, em que se faz a remoção dos direitos um dia adquiridos, que
conforme a inconstitucionalidade da Lei n° 13.467/201, ou seja a reforma trabalhista,
foram retiradas as horas in itinere.
As situações que são protegidas por meio desse direito, acabam sendo
divididas em três categorias, o direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada.
No caso do direito adquirido, é possível imaginar que uma pessoa já obtenha
do direito de se aposentar, mesmo assim ela optou por continuar trabalhando. Caso a
nova lei mude essas regras para com a aposentadoria, em que se aumenta a
quantidade de anos que se deve contribuir necessariamente, esta não tem seu direito
prejudicado por mais que a lei mude. Isso acontece porque ela já obtinha do direito de
se aposentar, por mais que ela não o tivesse exercido. Ou seja, quando um direito
antes adquirido, o mesmo não se pode ser retirado.
No ato jurídico perfeito, se diz quando um ato é validamente realizado sob a
vigência de uma lei anterior, que depois foi revogada ou modificada. Quando se trata
de um exemplo, para se determinar, é o casamento, em que na nova lei modifica as
regras em que se tem a validade do casamento, que aumentou a idade mínima. Mas
as pessoas que já tinham casado, perante a lei anterior, como ela eram válida, esses
podem permanecer casados, por mais que este casamento não esteja de acordo com
as novas regras. Neste caso, o casamento é considerado um ato jurídico perfeito,
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onde seus efeitos estão sendo protegidos por mais que as regras atuais estejam
modificadas após o acontecimento.
A coisa julgada é a autoridade sobre as decisões do Judiciário, significa depois
de um processo acabado, o que for decidido pelo juiz não pode ser mais alterado de
alguma forma, isso nem por lei a princípio. Todavia, ainda existem certas exceções
para esta regra, como, no caso da descoberta de uma fraude que foi realizada por
uma das partes. Quando se aparece uma nova prova que seja relevante ao caso, o
juiz devem reavaliar sua decisão, ou ele pode ter sido corrupto, sem autoridade para
que possa julgar o caso.
Ainda sobre a importância do princípio da segurança jurídica, devem se
ressaltar dois pontos considerados essenciais para a manutenção dos direitos. Como
a garantia de se ter a estabilidade sob as relações jurídicas e a imponência da
existência da democracia no país. Como a segurança jurídica pode ser representada
sobre a proteção das decisões que são tomadas ou que já foram e dos direitos que já
foram conquistados.
Partindo deste pressuposto, pode-se afirmar que o inciso XXXVI, pode e deve
ser utilizado em diversas situações, para que possa assim, proteger um direito já
adquirido pelo cidadão, ato jurídico perfeito ou coisa julgada.
No caso dos aposentados, é um exemplo de que eles têm o direito de receber
os benefícios com base na lei que era vigente na época, pois esses já atingiram os
requisitos que eram necessários para se aposentarem, por mais que a solicitação da
aposentadoria só tenha sido feita após a edição de uma lei menos favorável. Desta
forma, a reforma da Previdência, que estava em alteração no Brasil, não poderia
atingir as pessoas que já tinham o direito de se aposentarem naquela época, pois
estavam em vigência da lei antiga.
Com relação à caderneta de poupança, a legislação pode ser alterada para o
menor índice de correção monetária, em que não se pode ser aplicada por um período
de aquisição da correção que já foi iniciado. Pode-se ressaltar que só vale este
exemplo quando se há um contrato de adesão, entre duas partes, sendo elas, o
poupador e o estabelecimento financeiro, pelo fato deste contrato ser considerado um
caso de ato jurídico perfeito.
Com essas regras de contratos considerados privados, de assistência à saúde
que já foram realizados, esses não podem de forma alguma, serem modificados
unilateralmente por parte das empresas, mesmo em casos de uma nova edição de
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uma lei. No caso da decisão judicial protegida, em âmbitos de caso da coisa julgada,
a princípio, não pode ser alterada, por mais que está decisão seja considerada injusta.
Foi feita uma decisão por meio de a 6ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho,
com decisão de voto do ministro Augusto César Leite de Carvalho, com base no artigo
5º da Constituição Federal de 1988, este que protege o contrato, como ato jurídico
perfeito, por meio das inovações legislativas. Com a maioria de votos, foi entendido
que a Lei da Reforma Trabalhista não poderia incidir sobre relações jurídicas que já
estivessem curso na época onde se passou a entrar em vigor.
No caso concreto julgado pela Corte Superior Trabalhista, foi retomada a
questão do título de Reforma trabalhista, que não pode incidir em contratos que são
considerados anteriores à sua vigência, de acordo com o TST.
"A lei não pode incidir sobre relações jurídicas em curso, sob pena de violar ato
jurídico perfeito. A parcela salarial, porque integra o núcleo de irredutibilidade na
contraprestação pecuniária devida em razão do trabalho, não pode ter a sua natureza
retributiva modificada por lei, sob pena de violar direito adquirido", isso foi afirmado
pelo próprio relator, ministro Augusto César Leite de Carvalho, que defendia um caso
que pode ser citado como exemplo.
O caso citado se diz no envolvimento de um empregado que trabalhava em
uma área de difícil acesso, e neste sentido, solicitou um pedido de horas
extraordinárias referente ao tempo que foi gasto no trajeto da sua casa até a empresa.
Quando era antes da reforma trabalhista (Lei 13.467/17), o contrato que ele assinou
e foi firmado, entrava que o deslocamento era oferecido pela empresa e seria
considerado como hora in itinerere, isso sobre a sua jornada. Contudo, com a vigência
da nova reforma, isso não valia mais.
Com isso, a organização solicitou que o pagamento dessa hora extra fosse
apenas até o dia 11 de novembro de 2017, que foi a data de início da reforma. No
entanto, o TST, indeferiu o pedido, com as alegações acima.
Com as palavras desse magistrado anteriormente citado, "é possível
argumentar, com base em precedente vinculante da Corte IDH, que a titularidade de
direitos humanos e fundamentais está assegurada apenas à parte vulnerável, ou
contratualmente débil, dentre os sujeitos que compõem as relações jurídicas". Com
isso, pode-se limitar o direito às horas extraordinárias, a todo período que se
relacionasse anteriormente à reforma trabalhista, que estava contraria ao princípio de
proteção, nesta se deve prevalecer a condição que seja mais benéfica ao trabalhador.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todavia, por mais que essas condições tivessem sido pensadas em prol da
desigualdade social, muito se acatou ao que as empresas questionavam acerca dos
direitos trabalhistas. Então esses, acabaram sendo revistos e alterados, retirando
assim dos trabalhadores o acesso aos seus direitos que eram considerados básicos,
aprovados assim, pela Lei de nº13.467/2017.
Foi com ela que diversos trabalhadores passaram a se sujeitarem novamente
a condições de trabalho que anteriormente não poderiam serem aceitas conforme a
CLT. Mas que atualmente já se consideravam normal, pelo fato de serem incluídas
mais de 100 alterações que permitissem aos empregadores melhores condições de
contratações e a priorização de empresas terceirizadas, as quais alteravam as
condições de 13º salário, férias e insalubridade.
Com isso, muitos funcionários já estavam em processo na justiça ou já
obtinham contratos com base nas condições antigas da CLT, caso que gerou e ainda
gera grande dúvida entre as pessoas, conforme o tratamento das decisões. Mas é
possível afirmar de acordo com o Tribunal Superior do Trabalho, que conforme a
Constituição em seu art. 5°, nenhuma das alterações feitas posteriormente atualmente
vigente, pode incidir em contratos em curso. Ou seja, existe a proteção do contrato
como ato jurídico perfeito.
Dessa forma, os trabalhadores que já estavam em condições em curso da CLT
anterior a reforma, continuam com as mesmas sem que a reforma trabalhista os
afetassem. As novas leis não podem incidir perante relações jurídicas já em
andamento, pois assim, podem violar o ato jurídico perfeito. O que traz um pouco mais
de segurança aqueles que já estavam acostumados a uma rotina de trabalho e
condições que eram consideradas básicas.
Por fim, é possível concluir com este trabalho, que as necessidades dos
trabalhadores por condições mínimas de trabalho devem ser acatadas, por serem a
parte mais fraca da relação entre empregado e empregador. A reforma trabalhista
retirou diversos benefícios que a população demorou anos para construir e aprovar,
mas de qualquer forma, conseguiram ao menos assegurarem-se por meio do ato
jurídico perfeito, o qual não pode ser lesado.
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6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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