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A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO FAMILIAR E ESCOLAR NO

DESENVOLVIMENTO DO ALUNO AUTISTA.

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1. INTRODUÇÃO

O conhecimento brasileiro sobre a influência da família na escolarização da


criança com autismo e os aspectos da relação família-escola ainda é pequeno. A família
é importante para o tema quando consideramos a relevância do depoimento da família
em documentos para subsidiar a produção de publicações nacionais, e conseguinte em
políticas públicas para as pessoas com o transtorno.

A família é considerada o primeiro meio social que a criança faz parte, é o


ambiente em que o individuo tem o contato com a estrutura social e cultural que fará
parte. A escola figura como meio complementar a família, ambas tem o papel
fundamental de apresentar a criança o mundo em que vive, pois enquanto a família
oferece o primeiro contato com a estrutura social, a escola amplia esse olhar para além
das paredes do lar e dos muros da escola.

Portanto, neste contexto iremos focar neste estudo a importância da relação entre
família e escola no desenvolvimento da criança autista, com o objetivo de entender a
relevância desta relação para as pessoas autistas e para as possibilidades de integração
social e inclusão escolar das mesmas, e refletir sobre a relação família ⁄ escola ante o
Transtorno do Espectro Autista e a importância desta relação para a formação do aluno
autista.

2. METODOLOGIA

. A fim de alcançar o objetivo proposto foi realizada uma pesquisa de cunho


teórico, e uma pesquisa bibliográfica para considerar autores que debatem a relação da
família com o filho autista, bem como as dificuldades para a inclusão dessa criança na
escola.
3. O PAPEL DA FAMILIA NA INCLUSÃO ESCOLAR DO ALUNO COM
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA.·.

3.1 Conceitos.

O autismo pode ser definido como um transtorno do desenvolvimento, definido


pelo comportamento, com diversas formas de manifestação e diferentes graus de
gravidade que se manifesta em graus variados de gravidade, sendo caracterizado pelo
comprometimento de: 1) habilidades de interação social recíproca; 2) habilidades de
comunicação; e 3) comportamentos, interesses e atividades estereotipadas (GILLBERG,
1990; SCHMIDT; BOSA, 2011). Caracterizando-se por prejuízos consideráveis no
comportamento não verbal prejudicando a interação social.

Para Oliveira (2015) ″[...] a família é considerada a primeira instituição social


que, em conjunto com outras, busca assegurar a continuidade e o bem estar dos seus
membros e da coletividade, incluindo a proteção e o bem estar da criança. ″

Na relação escola e família a Declaração de Salamanca, no que se refere ao papel


da família no processo de inclusão escolar de alunos de educação especial como os
autistas, pontua que se:

(...) encorajem e facilitem a participação de pais, comunidade e organizações


de pessoas portadoras de deficiências nos processos de planejamento e
tomada de decisões concernentes à provisão de serviços para necessidades
educacionais especiais (1994, p. 02).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/96, no seu


artigo 59, preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo,
métodos, recursos e organização específicos para atender às suas necessidades.

3.2. A relação entre família e escola na educação inclusiva

. A relação família-escola e sua influência no tratamento do autismo pode ser


observada na ótica sociológica e psicológica. No campo sociológico destaca-se a visão
socializadora desta relação e as diferenças sociais. Na área psicológica as relações
vividas em família (socialização primária) e os efeitos no processo escolar (socialização
secundária) são abordadas.
Assim mostra que a escola junto ao aluno educa as famílias, por meio do
incentivo da participação no desenvolvimento do aluno por meio de informações sobre
educação infantil e atendimento psicológico, busca ajudar e corrigir possíveis problemas
do meio familiar na socialização primária da criança com autismo. O apoio dos
vínculos familiares e redes sociais de apoio e a necessidade de entender a relação entre
escola e família tendo como objetivo uma harmonia mais efetiva entre essa relação são
muito importantes no desenvolvimento humano do autista.

A instituição familiar é um meio presente em praticamente todas as sociedades,


é a principal influencia e mediadora dos modelos culturais necessários para a
socialização do individuo, sendo o primeiro ambiente onde a criança tem contato com
uma instituição social que busca assegurar o bem estar de seus membros, a escola tem
como principal finalidade promover o desenvolvimento e a aprendizagem de seus
alunos e contribuir para sua integração sem distinção. Compreender o papel de ambas
na educação inclusiva de uma criança autista é definir a contribuição da parceria para o
pleno desenvolvimento de alunos com necessidades educacionais especiais.

Um aluno com necessidades educacionais especiais precisa ser acompanhado


adequadamente de acordo com sua necessidade, é um caso de adequa tanto o espaço
como os materiais a serem utilizados no processo educacional. A importância da
participação da família esta no acompanhamento ativo na vida escolar da criança e no
reforço das ações da escola em seu cotidiano em casa. É uma questão de trabalho
conjunto buscando o mesmo objetivo na aprendizagem do aluno.

A escola e família são o núcleo para o bom desenvolvimento da vida da criança


autista. Conjeturar sobre as ações ante o transtorno autista, o que se espera as
particularidades de cada aluno é essencial quando se busca avaliar a relação família e
escola e traçar os caminhos necessários a serem tomadas, as condições sociais e
econômicas, a valorização da escola e a demonstração do protagonismo dos educadores
são atitudes que partem da família e estão efetivamente ligados ao desempenho dos
alunos. Entre as variadas e importantes funções da boa relação entre escolas e famílias
uma mais necessária é a compreensão da singularidade do aluno autista em um aspecto
mais amplo, que afetará sua vivência em diversos meios sociais.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Entender a necessidade da aproximação da escola e da família é imperativo para


o desenvolvimento adequado do aluno com autismo, pois é na primeira infância que
prepara a criança com autismo para as interações nos diversos meios sociais da vida.

A relação escola-família pode ser vista em diferentes abordagens, no papel


protagonista da escola como guia educacional e informativo às famílias para influenciar
o crescimento da criança mesmo fora do ambiente escolar; A contribuição que os meios
familiar, escolar e social oferecem um ao outro e seu papel na aproximação mútua; A
responsabilidade da escola em incorporar a família no meio escolar e da família na
educação primária, na linguagem por exemplo, e a escola na educação formal, o ensino
geral.

A parceria entre pais e professores/escola na dianteira da educação das crianças é


primordial para obter o sucesso no ensino das crianças. O que define a estratégia e o
lugar de cada um são seus papéis sobre quais suas funções ao longo da aprendizagem
do aluno. A necessidade do envolvimento parental com a escola é importante para a
compreensão mais ampla do transtorno do autismo na sociedade como um todo. Por
isso observar a relação das famílias com um filho autista e sua interação com a escola é
importante, pois será os frutos dessas relações que definirá como será o enfrentamento
do individua autista ante as repercussões e preconceito nos meios sociais que
vivenciará.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.


LDB 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

CASTRO, Jane Margareth; REGATTIERI, Marilza. Interação Escola-família:


subsídios para práticas escolares. Brasília: UNESCO, MEC, 2009.

GILLBERG, C. Autism and pervasive developmental disorders. Journal of


Psychology and Psychiatry, 31, p. 99-119, 1990. Child Psychology and Psychiatry, 31,
p. 99-119, 1990.
MOSCHINI, Rosanita. SCHIMIDT, Carlo. Relações entre família, escola e a inclusão
de pessoas com autismo. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria.
Disponível em: https://www.ufsm.br/unidades-universitarias/ce/wp-content/uploads/
sites/373/2019/02/RELA%C3%87%C3%95ES_ENTRE_FAM
%C3%8DLIA_ESCOLA_E_A_INCLUS
%C3%83O_DE_PESSOAS_COM_AUTISMO.pdf. Acesso: 15 de junho de 2020.

SANTOS, Mônica Pereira dos. Educação inclusiva: redefinindo a educação especial.


Ponto de Vista, Florianópolis, n. 3/4,p.103-118, 2002. Disponível em:
www.perspectiva.ufsc.br/pontodevista. Acesso em 15 de jun. de 2020.

OLIVEIRA, Andréia Cosme de. O papel da família no processo de inclusão escolar


do aluno com transtorno do espectro autista. Brasília: Universidade de Brasília,
2015.

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