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Virginia Aparecida Palmieri Santos - virpalmieri@hotmail.com - IP: 201.76.94.

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AVALIAÇÃO FUNCIONAL
DO MOVIMENTO
HUMANO
LUCIANA SILVA

Introdução
A Avaliação Funcional do Movimento Humano tem como
objetivo identificar possíveis disfunções musculares,
detectando vícios de movimentação que podem causar
lesões de diversos tipos, por exemplo, muscular, ligamentar,
articular, entre outros. Esta avaliação nos proporciona
informações específicas, direcionando o caminho a ser seguido
no treinamento ou na reabilitação, servindo como base na
montagem de um programa de exercícios. Isto vem antes de
qualquer meta de mudança física, perda de peso, construção
muscular ou melhoria no desempenho.

Um programa de exercícios inspirado na avaliação funcional


deve ter embasamento em anatomia, cinesiologia e
biomecânica, por exemplo, as quais nos permite construir
mecanismos de movimentos corretos, contribuindo para a
evolução e prevenção de lesões. É importante inspecionar e
entender os aspectos fundamentais do movimento humano;
apenas depois de analisar movimentos simples poderemos
preparar o cliente para desempenhar uma ampla variedade de
atividades mais complexas.

É necessário um ponto de partida, pois quando se trata de


corpo e movimento, é inviável pensar que vamos treinar sem
um rumo. Muitas pessoas começam a fazer atividade física

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sem ter conhecimento de suas limitações e necessidades,
o que é indispensável para qualquer processo de mudança,
principalmente no que diz respeito à melhora na dor. Além
disso, no caso de atletas, é essencial identificar a falha de
determinado movimento que faz com que ele não corra tão
rápido ou não alcance a amplitude necessária.

Evolução Humana
A filogênese estuda a história da evolução humana,
nomeadamente a constituição dos seres humanos como
sujeitos cognitivos. A paleontologia humana, baseada em
inúmeras investigações, afirma que os homens nem sempre
tiveram a mesma constituição e capacidades. A explicação
mais consensual é que a evolução da nossa constituição
morfológica e funcional foi feita em simultâneo com o
desenvolvimento das nossas capacidades cognitivas (memória,
linguagem e pensamento) e esta de forma articulada com
o desenvolvimento das nossas realizações e capacidades
técnicas. Todos estes fatores de forma inter-relacionada
contribuíram para gerarem a espécie que hoje somos
(Fonseca, 1998).

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Distribuição de Peso e
Força Corporal
O centro de gravidade é o ponto no qual há o somatório das
forças internas igualado ao somatório das forças externas,
porém a modificação da posição corporal também ocasiona
modificação na posição do centro de gravidade.

A força gravitacional atrai o corpo humano em direção ao


centro da Terra e gera o que chamamos de peso corpóreo.
Além da gravidade, existem muitas outras forças agindo
sobre o corpo humano. Por exemplo, a aplicação de força é
necessária para iniciar ou desacelerar o movimento do corpo.
Similarmente, um corpo sujeitado a uma força estática sempre
demanda uma força de reação de igual intensidade e sentido
oposto para manter-se estático. Quando levantamos, somos
puxados pela aceleração da gravidade da Terra e o solo resiste
a ela com uma força de reação de igual magnitude, porém a
postura também ocasiona modificação na posição do centro
de gravidade.

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Desequilíbrios Musculares
Cada articulação do corpo é cercada por músculos que
produzem e controlam o movimento. Se os músculos de um
lado de uma articulação tornarem-se tensionados devido
ao uso excessivo, isso poderá fazer com que os músculos
do outro lado fiquem muito fracos devido à falta de uso. Os
desequilíbrios musculares podem ser uma causa potencial de
lesão, pois podem afetar a posição da articulação em repouso
e alterar sua trajetória durante o movimento, ambas causas
potenciais de lesão.

Geneticamente falando, a maioria das pessoas não tem


características perfeitamente simétricas, e embora possamos
não ser capazes de alterar a assimetria natural, temos a
capacidade de alterar os desequilíbrios musculares.

Um desequilíbrio muscular significa que a força ou o tamanho


do músculo em um lado do corpo não é simétrico à força ou
ao tamanho do músculo do outro lado do corpo. Segundo
Kollmitzer et al. (2000); Klee et al. (2004); Liebenson & Lardner
(1999), “o desequilíbrio muscular pode ser explicado pela
diferença de força e flexibilidade entre grupos musculares
que atuam sobre uma mesma articulação, isto é, ocorre
quando determinado grupo muscular apresenta-se mais forte
e/ou mais tensionado do que seu respectivo antagonista”.
Desequilíbrios musculares podem acontecer por diversas
razões: atletas de futebol ou basquete, por exemplo, podem
produzir desequilíbrios musculares porque usam o lado
dominante para chutar ou arremessar. Praticantes de academia
ou iniciantes também podem desenvolver desequilíbrios
musculares, confiando em seu lado naturalmente dominante
para executar o movimento. Outro fator importante que pode
desencadear este desequilíbrio muscular é o desgaste sofrido
ao longo dos anos pelo corpo humano, em que o acúmulo de

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atividades realizadas, posturas inadequadas ou até mesmo
o sedentarismo podem ser determinates para instalação
das alterações posturais. A dor é a sinalização de que algo
não está funcionando como deveria, pode estar ocorrendo
a compressão da raiz nervosa, espasmos musculares,
encurtamentos adaptativos, instabilidade articular, entre
outros.

De forma simplificada, pode-se dizer que o tratamento


dos desequilíbrios consiste em promover um reequilíbrio
das cadeias musculares, alongando o que está encurtado e
fortalecendo o que está fraco (Kollmitzer et al., 2000; Kolyniak
et al., 2004).

Portanto, é importante identificar um desequilíbrio muscular


através de uma anamnese, avaliação postural estática,
avaliação funcional de movimentos, entre outras avaliações, e
assim traçar um plano individualizado para corrigi-lo.

Desequilíbrios Musculares
O corpo usa padrões de compensação para realizar
movimentos quando a força e a mobilidade não são
suficientes. Padrões de compensação podem se formar
quando um músculo ou grupo de músculos é incapaz de
mover adequadamente uma articulação através de uma
amplitude de movimento. Eles também podem se formar
quando há uma restrição dentro de uma articulação
que não permite que a articulação se mova livremente,
independentemente da força muscular.

Sempre que um determinado músculo ou grupo de músculos


estiver fraco demais para funcionar adequadamente, outros
músculos do corpo tomarão conta desse músculo inibido para
tentar equilibrar o corpo.

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As lesões também podem originar compensações musculares,
por exemplo, quando um lado do corpo está lesionado,
o corpo muitas vezes adapta-se inibindo um determinado
músculo, ou procurando um substituto (músculo diferente); ao
longo do tempo isto conduz a desequilíbrios.

A compensação não afeta apenas a musculatura, mas também


causa estresse indesejado e tensão sobre outras articulações,
ligamentos e tendões. No entanto, a compensação nem
sempre é negativa, pois também pode ajudar a evitar que as
áreas lesadas se tornem ainda mais afetadas. Vamos ponderar
alguns dos prós e contras da compensação muscular.

Prós

• Ajuda a proteger os músculos lesionados ou fracos;


• Evita que os músculos sofram novas lesões;
• Ajuda a trazer o corpo de volta ao equilíbrio.

Contras

• Coloca estresse e tensão indevidos nas articulações,


ligamentos, tendões, etc.;
• Inibe o crescimento muscular de um músculo fraco;
• Pode levar à atrofia de um músculo pela falta de uso;
• Provoca desvios posturais que são difíceis de mudar.

Uma forma de promover a eliminação da tensão excessiva em


determinados grupos musculares, evitando as compensações
consequentes aos desequilíbrios é através de atividades, como
o Pilates, treinamento funcional, entre outras.

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Padrões de Movimento
Padrões de movimento fundamentais são padrões que
permitem que o corpo seja coordenado naqueles padrões
simples, básicos e que fazem parte do desenvolvimento de
qualquer ser e são classificados como: movimento lateral,
transferência de peso, movimento para frente, movimento
para cima e para baixo, movimentos de manipulação,
movimentos de equilíbrio e coordenação dos movimentos
superiores e inferiores do corpo, são alguns dos movimentos
que aprendemos e desenvolvemos desde nossa infância e
que determinam o nosso nível de controle motor ou ajuste
postural, em que tanto pensamos agora na fase adulta.

Funções Posturais
A maneira pela qual nos movemos ou nos mantemos em
uma posição é uma consequência de um conjunto complexo
de processos que ocorre na maior parte do cérebro.
Este programa regula e adapta de forma automática ou
semiautomática as ativações musculares necessárias que
resultam em nossas posturas e movimentos.

Lutar contra a gravidade e manter a postura ereta, opor-se


às forças externas, situar-nos no espaço que nos envolve,
equilibrar durante o movimento e guiar e reforçar o
movimento são funções do sistema postural.

O artigo “As funções do controle postural durante a postura


ereta”, de Mochizuki; Amadio (2003), cita as seguintes
considerações: “O controle postural é o controle do arranjo
dos segmentos corporais baseado em informações dos
sistemas visual, vestibular e somatossensorial. Acredita-se que
o nível de importância das informações sensoriais seja

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modulável e redundante. O conjunto de informações
sensoriais cria um quadro de referências. O quadro de
referências controla os parâmetros do controle postural, como
o equilíbrio, em relação à atração gravitacional. O controle da
postura baseia-se no monitoramento da representação interna
da postura, o esquema corporal, que é uma representação
geométrica do corpo humano, uma representação cinética do
corpo, principalmente das forças aplicadas no apoio e uma
representação da orientação do corpo em relação à gravidade.
As funções do controle postural são suporte, estabilidade e
equilíbrio”.

“O controle postural é responsável por diferentes e


importantes funções na postura ereta. Estas funções
desempenham papéis importantes no próprio comportamento
motor humano e junto com o controle da execução de
movimentos voluntários permite o melhor entendimento do
controle de uma ação motora. A presença de algum estado
patológico no corpo humano pode alterar o comportamento
dessas funções, logo, é importante ter o conhecimento sobre
cada uma das funções do controle postural. Estas informações
também são importantes porque os ajustes posturais não
resultam de estruturas internas rígidas, mas modificáveis
pelo tempo e pela aprendizagem, podendo ser objeto de
tratamento em programas de reabilitação neuromotora”
(Mochizuki; Amadio, 2003).

Como mencionado acima, o controle postural exerce um


papel muito importante nas funções básicas do ser humano
e a ineficiência desse controle e perturbações do equilíbrio
são fatores importantes para a ocorrência de quedas nos
idosos. Estas são responsáveis pelo surgimento de morbidade
secundária e aumento da mortalidade em idosos com quedas.

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Através da avaliação funcional dos movimentos podemos
identificar determinadas posturas compensatórias e traçar
metas para obter um padrão de movimentos mais apropriado
para cada indivíduo.

Mobilidade x Estabilidade
Biomecanicamente o nosso sistema musculoesquelético (ossos,
articulações, músculos...) segue um padrão de estabilidade/
mobilidade. Se algum desses segmentos falhar, os outros terão
que compensar para que nosso corpo possa continuar em
movimento, embora determinadas lesões possam aparecer de
mecânica ruim. Antes de tudo, vamos definir os conceitos de
estabilidade e mobilidade.

Estabilidade é definida como a capacidade do nosso corpo


(sistema musculoesquelético) de responder a estímulos
externos para permanecer alinhado e inalterado no espaço, é
conseguido através de 3 conceitos:

* Força * Equilíbrio * Resistência

A mobilidade é definida como a amplitude de movimento de


uma articulação, que depende tanto do estado da articulação
como da musculatura que a rodeia, graças a essa mobilidade,
vamos obter uma energia elástica que é uma base para gerar
energia (Gray Cook).

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De acordo com NASM (2012); Boyle (2011); Barbanti (2010);
Gambetta (2010); Cook (2002); Kisner & Colby (2009);
Signorile (2011), alguns dos objetivos para treinar estabilidade
e mobilidade são:

• Corrigir desequilíbrios musculares;


• Aumentar a amplitude de movimento da articulação;
• Diminuir a tensão excessiva dos músculos;
• Aliviar o estresse nas articulações;
• Melhorar a extensibilidade das junções musculotendinosas;
• Manter o comprimento funcional normal de todos os
músculos;
• Melhorar a eficiência neuromuscular;
• Melhorar a função, manter a independência motora e reduzir
as possibilidades de quedas.

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Testes Funcionais –
Regressão/Progressão
1. agachamento

Objetivo: Avaliar a mobilidade do tornozelo, quadril e coluna


torácica, além da estabilidade do joelho, arco plantar e core
em base simétrica.

Passo a passo:

I. Posição inicial: alinhar a parte interna do pé com a raiz da


axila utilizando o bastão (largura mínima); permitir uma base
confortável para cada aluno;
II. Utilizar uma caixa de 30 a 50 cm como referência de
profundidade (agachamento total);
III. Padrão de movimento: realizar o agachamento e levar o
bastão à frente na linha dos ombros.

Regressão: Utilizar um apoio entre 3 e 5 cm na região do


calcâneo para facilitar o movimento.
Progressão: Utilizar uma bola medicine ball entre 3 a 5 kg

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como contrapeso.

Itens para avaliar:

• Tronco paralelo à tíbia;


• Fêmur alinhado ou abaixo da linha horizontal;
• Joelhos alinhados sobre os pés no plano sagital;
• Manutenção da estabilidade lombar;
• Estabilidade do arco plantar;
• Presença de dor.

2. Mobilidade do Tornozelo

Objetivo: Quantificar a mobilidade de tornozelo para


dorsiflexão.

Passo a passo:

I. Posição inicial: semiajoelhado, alinhar os membros inferiores


utilizando o bastão, formando um ângulo de 90 graus entre as
articulações do tornozelo, joelho e quadril;
II. Posicionar o bastão a 12 cm da ponta do pé que está à
frente;

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III. Padrão de movimento: realizar a máxima dorsiflexão de
tornozelo, sem elevar o calcanhar do membro inferior que está
sendo avaliado;
IV. Mensurar a distância que o joelho avança para frente da
ponta do pé;
V. Realizar o teste dos dois lados.

Regressão: O teste pode ser realizado em pé, de frente para a


parede (Teste de Lunge).
Progressão: Aumentar os cm (parâmetros) de acordo com a
evolução.

Itens para avaliar:

• Medida que o joelho avança para frente da ponta do pé;


• Presença de dor.

3. Step Up

Objetivo: Avaliar a estabilidade do joelho, arco plantar e core


e o alinhamento da pelve, além do controle motor em apoio
unipodal.

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Passo a passo:

I. Posição inicial: utilizar uma caixa/step de 15 a 30 cm, colocar


um pé sobre ela e o outro no solo, mantendo a ponta deste
em contato com a caixa/step;
II. Padrão de movimento: subir na caixa e trazer o bastão
em direção ao tronco. Em seguida, descer da caixa e levar o
bastão para frente;
III. Realizar o teste dos dois lados.

Regressão: Utilizar um suporte de no máximo 10 cm ou, se


necessário, executar sem acessório de acordo com o nível do
cliente.
Progressão: Utilizar uma caixa de tamanho maior que a long
box para aumentar o grau de dificuldade.

Itens para avaliar:

• Joelhos alinhados sobre os pés no plano sagital;


• Manutenção da estabilidade da pelve;
• Estabilidade do arco plantar;
• Controle motor em apoio unipodal;
• Presença de dor.

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4. Afundo em Linha

Objetivo: Avaliar a mobilidade do tornozelo, quadril e coluna


torácica, além da estabilidade do joelho, arco plantar e core
em base assimétrica.

Passo a passo:

I. Medir a distância entre o chão e a tuberosidade anterior


da tíbia e posicionar o dedo do pé de trás na marca zero
e o calcanhar do pé da frente na medida encontrada do
comprimento da tíbia;
II. Posição inicial: posicionar os pés alinhados com a largura do
quadril, respeitando as demarcações descritas anteriormente.
Segurar o bastão no ponto alto com a mão contrária ao pé
que está na frente, mantendo-o na vertical, em contato com a
cabeça, a coluna torácica e o sacro;
III. Padrão de movimento: tocar o suporte com o joelho de trás
e retornar à posição inicial;
IV. Realizar o teste dos dois lados.

Regressão: Executar o movimento sem o bastão.


Progressão: Utilizar apoio de no máximo 10 cm para dificultar
o movimento.

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Itens para avaliar:

• Bastão na vertical, com contato com a cabeça, a coluna


torácica e o sacro;
• Joelho toca o suporte;
• Articulações do tornozelo, joelho e quadril alinhados no
plano sagital;
• Calcanhar do pé da frente permanece em contato com o
solo;
• Nenhum movimento do tronco;
• Estabilidade do arco plantar;
• Controle motor;
• Presença de dor.

5. Mobilidade dos Ombros

Objetivo: Avaliar a mobilidade glenoumeral e


escapulotorácica.

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Passo a passo:

I. Medir o tamanho da mão, que consiste na distância entre


a ponta do dedo médio e a primeira prega do punho.
Considerar a medida como padrão de normalidade;
II. Posição inicial: em pé, com os pés juntos e membros
superiores elevados na altura dos ombros;
III. Padrão de movimento: fechar as mãos com o polegar
por dentro dos outros dedos e realizar a adução, extensão e
rotação interna de um dos membros superiores, e a abdução,
flexão e rotação externa do outro;
IV. O avaliador deve medir a distância entre os pontos mais
proeminentes das mãos;
V. Realizar o teste dos dois lados.

Itens para avaliar:

• Verificar se a distância do punho está dentro do padrão de


normalidade;
• Presença de dor.

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6. Hamstring Stretches (Mãos no chão)

Objetivo: Avaliar a flexibilidade muscular e a mobilidade da


cadeia posterior.

Passo a passo:

I. Posição inicial: em pé, com os pés juntos e mãos


sobrepostas (dedo médio de uma mão sobre o dedo médio da
outra mão) na frente do corpo;
II. Padrão de movimento: realizar a flexão do tronco, buscando
levar a ponta dos dedos das mãos na ponta dos dedos dos
pés.

Itens para avaliar:

• Ponta dos dedos das mãos encostam no chão;


• Ausência de retificação na coluna vertebral.

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7. Ponte

Objetivo: Avaliar a mobilidade do quadril para extensão, a


ativação dos glúteos, a estabilidade do core e o alinhamento
da pelve em apoio unipodal.

Passo a passo:

I. Posição inicial: em decúbito dorsal, posicionar um calcanhar


abaixo ou levemente à frente do joelho. Realizar uma flexão
de quadril com o membro inferior oposto. Manter os dois
tornozelos em dorsiflexão e os braços ao lado do corpo, com a
palma das mãos voltadas para baixo;
II. Padrão de movimento: realizar o movimento de extensão
de quadril, buscando o alinhamento entre as articulações de
ombro, quadril e joelho. Em seguida voltar à posição inicial;
III. Realizar o teste dos dois lados.

Regressão: Executar o movimento com o apoio dos dois


pés no chão, reduzindo a pressão nos posteriores de coxa
(isquiotibiais).
Progressão: Realizar dorsiflexão com o pé que está em
contato com o chão.

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8. Elevação de Perna Estendida

Objetivo: Avaliar a capacidade de dissociação de quadril, a


flexibilidade dinâmica da cadeia posterior e a estabilidade do
core.

Passo a passo:
I. Medir o ponto médio do fêmur (referência: distância entre o
centro da patela e a crista ilíaca anterossuperior). Considerar
a medida como o padrão de normalidade e posicionar um
bastão para a realização do teste;

II. Posição inicial: deitado em decúbito dorsal, com os


membros superiores ao lado do corpo, joelhos estendidos e
tornozelos em posição neutra;

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III. Padrão de movimento: elevar um dos membros inferiores
(com extensão de joelho) até o ponto máximo de flexão de
quadril;
IV. Realizar o teste dos dois lados.

Regressão: Realizar o teste com a perna de apoio flexionada.

Itens para avaliar:

• Maléolos encontram o bastão no ponto médio do fêmur;


• Compensações com o membro inferior oposto (ex.: rotação
externa do pé; flexão de joelho);
• Compensações com o membro inferior que se eleva (ex.:
flexão de joelho);
• Dissociação de quadris;
• Presença de dor.

9. Estabilidade do Tronco

Objetivo: Avaliar a estabilidade do core (capacidade de


ativação primária da unidade interna, seguida da ativação da
unidade externa).

Passo a passo:

I. Posição inicial: deitado em decúbito ventral, com os


membros inferiores em extensão e pés juntos, mãos na largura
dos ombros e na altura do peitoral;

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II. Padrão de movimento: empurrar na horizontal, realizando a
extensão dos cotovelos.

Regressão: Apoiar os joelhos no solo/apoiar os cotovelos


devido à sobrecarga nos punhos.

Progressão: Fazer a extensão de uma perna, perdendo o


contato com o solo.

Itens para avaliar:

• Defasagem da coluna lombar ao realizar o padrão de


movimento;
• Presença de dor;
• Verificar a presença de dor em extensão da coluna.

10. Estabilidade com Rotação

Objetivo: Avaliar a estabilidade do core no plano transversal e


equilíbrio dinâmico.

Passo a passo:

I. Posição inicial: em quatro apoios, um joelho apoiado no


solo, membros superiores e inferiores alinhados e coluna
vertebral com preservação das curvaturas fisiológicas;
II. Padrão de movimento: realizar a extensão de quadril
do membro inferior que se encontra fora do suporte

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concomitante à flexão de ombro do membro superior oposto
à perna (cadeia cruzada). Posteriormente, aproximar a mão e
joelho e retornar à posição anterior. Por fim, retornar à posição
inicial;
III. Realizar o teste dos dois lados.

Regressão: Executar movimento com o auxílio de uma bola


suíça, para reduzir possíveis pressões nos joelhos e punhos.
Progressão: Utilizar apoio de no máximo 10 cm para aumentar
o grau de dificuldade.

Itens para avaliar:

• Rotação do tronco ao realizar o padrão de movimento;


• Presença de dor;
• Verificar a presença de dor em flexão de coluna.

11. Cat Rotation

Objetivo: Avaliar a mobilidade da coluna em rotação e


identificar a flexibilidade da parte superior da coluna.

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Passo a passo:

I. Posição inicial: em quatro apoios, pés e joelhos apoiados


no solo, uma das mãos mantém na região occipital e a outra
apoiada no chão.
II. Padrão de movimento: realizar uma rotação de tronco
elevando o cotovelo em direção ao teto e retornar à posição
inicial.
III. Realizar o teste dos dois lados.

Regressão: Realizar o teste sentado em um banco/cadeira.

Itens para avaliar:

• Compensações com os quadris e membros inferiores;


• Presença de dor;
• Observar os ângulos de rotação.

12. Abdominal

Objetivo: Avaliar a força abdominal e a mobilidade da coluna


vertebral.

Passo a passo:

I. Posição inicial: Deitado em decúbito supino, mãos apoiadas nas


coxas, pés apoiados no chão, joelhos alinhados com o quadril.

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II. Padrão de movimento: Realizar uma flexão de tronco
mantendo as mãos apoiadas nas pernas, no final do
movimento estender os cotovelos e aproximar a testa em
direção a patela.

Regressão: Realizar o movimento com as pernas estendidas.


Progressão: Manter o mesmo posicionamento inicial porém
colocar as duas mãos na região occipital para realizar o
movimento.

Itens para avaliar:

• Manutenção dos pés no solo;


• Presença de dor;
• Manter as mãos apoiadas nas pernas durante a fase
concêntrica e excêntrica do movimento;
• Realizar movimento completo.

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