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CURSO DE PSICOLOGIA

DISCIPLINA: PSICOLOGIA SOCIAL DO TRABALHO E DAS ORGANIZAÇOES I


PROFESSOR: SOLANGE
ALUNA: ROSE – ANNE HOLANDA

ANÁLISE DO FILME

A PARTIDA

O filme fala sobre um músico, que após perder seu emprego numa orquestra volta para a
sua cidade natal com a esposa, em busca de uma nova vida. Arranja um emprego numa agência
funerária e aos poucos percebe o valor dessa profissão em sua vida, já que na sua profissão
anterior não se sentia útil, o que ele foi percebendo aos poucos ao prosseguir em sua nova
profissão.

Na volta a sua cidade e na busca por emprego, Daigo Kobayashi vai para uma entrevista
pensando se tratar de uma agência de viagens, mas depois descobre se tratar de uma agência
funerária. Aceita o emprego, a contragosto, mais pelo valor que recebeu como adiantamento do
que pela função que ele iria exercer. Não contou para a esposa do que se tratava o emprego.

Como primeiro trabalho, o atendimento a uma senhora que morava sozinha, passou mal,
mas o seu chefe, Ikuei Sasaki, compreendeu a sua situação e o mandou ir para casa, relaxar. Ele,
desde a entrevista, deve ter percebido que Daigo iria realizar um bom trabalho, que ele iria se
encontrar nessa função. Talvez, por isso, tenha tido paciência e respeito com o tempo que Daigo
precisaria para assimilar a sua nova profissão.

No primeiro trabalho, com a senhora que morava sozinha, Daigo sentiu-se sujo e
fedendo, outras pessoas também sentiram o cheiro que dele exalava e foi a uma casa de banhos
antiga da cidade. A dona do estabelecimento, Tsuyako Yamashita, ainda era a mesma de sua
infância e ele presenciou uma discussão entre ela e o filho, Yamashita, que queria fechar o
estabelecimento e transformá-lo em outro negócio. A senhora disse que não fecharia porque
gostava do que fazia e pensava nos clientes que não teriam outro local para ir se banhar. Para ela,
mais importante do que o lucro que a casa de banho se fornecia, era a função que exercia e que
gostava era o mais importante, mas seu filho não conseguia perceber isso.

Aos poucos, Daigo foi se encontrando em sua nova profissão e sentindo-se útil, o que
antes não sentia. Aos poucos algumas pessoas ficavam sabendo qual a sua profissão. Depois a
sua esposa, Mika Kobayashi, descobriu e não gostou, pedindo que ele escolhesse entre ela e a
profissão. Ele escolheu a profissão.

Após um tempo a esposa de Daigo volta porque está grávida e ainda solicita que ele
mude de profissão. Nesse momento da conversa, o telefone toca com mais um chamado. Dessa
vez era a dona da casa de banho que havia falecido. No momento da preparação desse corpo, a
esposa consegue perceber que o marido estava na profissão certa e passou a compreender a sua
opção de vida e de profissão. Um grande amigo da senhora morta, Shōkichi Hirata, trabalha com
acendedor do forno de cremação e lá estava para realizar o seu trabalho, como sempre fez e
gostava de fazer. O filho da dona da casa de banho, seu amigo de infância, que o havia
desprezado, também passa a valorizá-lo.

O momento muito forte do filme foi o reencontro entre Daigo e seu pai, Toshiki
Kobayashi, que largara a família quando ele ainda era uma criança. No início ele rejeitou a ideia
de ir ver o corpo do pai e se despedir, mas devido a insistência de uma colega de trabalho e de
sua esposa, resolve ir até o encontro do pai. Mesmo diante do corpo do pai, disse que não
reconhecia aquele homem, que não lembrava de seu rosto. Mesmo assim resolve fazer seu
trabalho, até que encontra uma pedra que ele havia dado ao pai, antes dele abandonar a família.
A partir desse momento ele consegue reconhecer as feições do pai e acontece realmente o
encontro entre eles, mesmo que após a morte do pai. Daigo consegue perdoar o pai. Esse
reencontro com o pai foi um momento de redenção para Daigo, que sofreu a vida toda e não
chorava a ausência do pai para não machucar a mãe.

O filme tem momentos fortes porque fala sobre a morte, sobre as profissões que
trabalham nesse segmento e que, muitas vezes, nem pensamos sobre esse assunto e nem nos
questionamos sobre o porque de algumas pessoas trabalharem e se dedicarem a funções nas
quais temos receio até de tocar no assunto. Às vezes podemos até pensar que é somente por falta
de outra opção que algumas pessoas fazem esse tipo de trabalho, mas não paramos para pensar
que elas se encontram, se percebem nas mais variadas áreas de trabalho, até mesmo nas quais são
consideradas como difíceis de amar, como no caso das funerárias, de que trata o filme.

O amor e dedicação pelo o que se faz, pela profissão a qual você se dedica é o que mais
importa e não o que as demais pessoas pensam a esse respeito.

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