Você está na página 1de 2

Jacob Moreno

• O termo “PSICOTERAPIA DE GRUPO” foi utilizado pela primeira vez em 1931 por
Jacob Levy Moreno (1889 -1974).

• Moreno foi um psiquiatra romeno, de origem judaica, que estudou Medicina em


Viena entre os anos de 1909 e 1917.

• Nasceu em Bucareste, no ano de 1889. Foi o criador do psicodrama, da


sociometria e da expressão psicoterapia de grupo.

• Critica abertamente Freud e os seus discípulos, considerando-os profissionais


elitistas, com consultas caras e com um método reducionista, pois a Psicanálise
trabalharia, originariamente, com o indivíduo isolado do grupo.

• Queria uma teoria e técnica que superasse às de Freud. No entanto, suas teorias e
técnicas convergiram para a criação do Psicodrama Psicanalítico.

• Podemos ver que Moreno era um grande estudioso da Psicanálise e elogiava Freud por ter sido sempre um
psicoterapeuta com teorias embasadas na experiência.

• Em 1921, fundou o “TEATRO DA ESPONTANEIDADE”, que será logo convertido em “PSICODRAMA”.

• Em 1925, muda-se para Nova Iorque – EUA e publica a primeira revista dedicada à Psicoterapia de Grupos, intitulada
“IMPROMPTU”.

• Moreno morreu em 14 de maio de 1974, aos 85 anos de idade e pediu que em sua sepultura fossem gravadas as
seguintes palavras: "Aqui jaz aquele que abriu as portas da Psiquiatria à alegria".

Categorias de psicoterapia de grupo: Fonte: Moreno, 1974, p.89

Sujeito da terapia:

• Em relação ao lugar do tratamento:

• Originais: tratamento do grupo no primeiro local, “locus nascendi”, em “situ”, onde a perturbação tem sua origem. Por
exemplo: dentro de casa, local de trabalho.

• Derivados: tratamento em situações artificiais, artificialmente criadas, em clínicas, etc.

• Em relação a causa e meta do tratamento:

• Casual: retorno às causas e preparação para o futuro (representação psicodramática de situações traumáticas
passadas.)

• Sintomático: o tratamento de cada indivíduo como unidade isolada deve ser designado como sintomático
(psicanálise). O tratamento no sentido psicanalítico pode ser profundo para o indivíduo, mas não para o grupo.

Agente da terapia:

• Em relação à fonte das influências terapêuticas:

• Autoritário: específico desta forma é o terapeuta como ponto central e autoridade (grupo centrado no terapeuta). A
autoridade terapêutica repousa no terapeuta-chefe só, ou ele é apoiado por alguns auxiliares. O terapeuta trata cada
membro do grupo individualmente ou em conjunto com o grupo, mas os pacientes mesmos não são utilizados para se
auxiliarem mutuamente.

• Em relação à fonte das influências terapêuticas:

• Democrático: o grupo é ponto central (terapia centrada no grupo). Cada membro do grupo é um agente terapêutico
para um ou outro membro, os pacientes se auxiliam mutuamente. O grupo é considerado como uma unidade agindo
globalmente.

Veículo da terapia:
• Em relação ao tipo de veículo

• Conservador: palestras, entrevistas, discussões, ler, recitar.

• Criativo: dança, música, drama, filmes. Meios criativos. Teatro de espontaneidade com marionetes, com um terapeuta
auxiliar para cada marionete. Psicomúsica, psicodrama e sociodrama.

Coordenador do grupo:

• Na abordagem socio-psicodramática, a coordenação se caracteriza como essencialmente diretiva, ou seja, afasta-se


de uma perspectiva centrada no cliente do tipo rogeriana ou de uma condução laissez-faire, onde o grupo fica
entregue ao seu próprio movimento.

• Do ponto de vista epistemológico, Moreno recomenda: como não se está tratando com organismos, mas com atores,
deve-se "seguir o processo de dentro (interior) para fora."

• Para tanto, é preciso observar os participantes "in situ," ou seja, na sua situação vivencial, faz-se necessário "atuar
com eles," "participar da ação comum," tornando-se um co-ator.

• Nesse sentido, está indicando um tipo de investigação participante.

• O próprio Moreno, no entanto, aponta as dificuldades que esta postura contém, ao afirmar: "formando parte do
grupo, ele (o coordenador) se priva do papel de investigador, que consiste em manter-se fora do jogo para sugerir,
criar e dirigir a experiência."

• Ou seja, perde a distância que permite maior objetividade, pois "Não se pode, ao mesmo tempo, ser um participante
autêntico e um "agente secreto" do método científico" (Moreno, 1972, p. 67).

• Moreno tece considerações a respeito dos problemas deste duplo papel - de participante e de investigador,
ponderando que o coordenador se acostuma com ele, "se adapta cada vez melhor, posto que o pratica com cada
membro do grupo" (Moreno, 1972, p.67).

• Para tanto, faz-se necessário que esteja permanentemente sensível ao que está ocorrendo e em contato permanente
com os seus próprios sentimentos.

• Procurando manter um contato visual com todos os membros, estimula a coesão e o movimento grupal e acaba por
desenvolver um tipo de atenção ou olhar, que costumo chamar de "flutuante."

• Além disso, o coordenador permanece constantemente atento ao sentido latente das verbalizações, aos comentários
verbais e não-verbais, às posturas corporais dos participantes, à sua distribuição espacial na sala, aos seus
movimentos, etc.

• Uma das soluções encontradas por ele para escapar deste "beco sem saída" consiste "em atribuir a cada membro do
grupo a condição de investigador," ou seja, fazer deles experimentadores.

• A esta perspectiva subjaz uma valorização do saber do grupo, coerente com sua visão otimista do homem como
espontâneo-criador, capaz de se fazer sujeito da sua própria história.

• Moreno no contexto psicoterápico traz a cisão ou fragmentação do papel de coordenador, pois a equipe é composta
por um diretor (coordenador), que mantém o necessário distanciamento para investigar com mais objetividade.

• E por um ou mais egos-auxiliares, que se constituem na parte do diretor que entra na ação transformando-se num co-
ator no grupo, que procura colher in situ a experiência vivida pelo mesmo.

Campo grupal:

• Em qualquer grupo constituído se forma um campo grupal dinâmico, o qual se comporta como uma estrutura que vai
além da soma de seus componentes.

Você também pode gostar