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Índice Página

DECLARAÇÃO.........................................................................................................................................vii
Declaração De Honra..................................................................................................................................vii
DEDICATÓRIA........................................................................................................................................viii
SIGLAS E ABREVIATURAS....................................................................................................................ix
LISTA DE FIGURAS..................................................................................................................................x
LISTA DE GRÁFICOS..............................................................................................................................xii
LISTA DE TABELAS...............................................................................................................................xiii
RESUMO...................................................................................................................................................xiv
Palavras -chaves: Design, Ergonomia, Energia, Desenvolvimento Rural..................................................xiv
I CAPITULO................................................................................................................................................1
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................1
1.1 Delimitação do Tema.........................................................................................................................2
1.2 Problematização.................................................................................................................................2
1.3 Objectivos:.........................................................................................................................................3
1.3.1 Geral:...........................................................................................................................................3
1.3.2 Específicos:.................................................................................................................................3
1.4 Justificativa........................................................................................................................................3
1.5 Metodologia.......................................................................................................................................4
1.5.1 Tipos de pesquisa:.......................................................................................................................4
1.5.2 Procedimentos adoptados na colecta de dados.............................................................................6
1.5.3 Entrevistas em Profundidade ou Entrevista Semi-estruturada......................................................6
1.5.4 Pesquisa documental...................................................................................................................7
CAPITULO II..............................................................................................................................................8
ENQUADRAMENTO TEÓRICO...............................................................................................................8
2.1. DESIGN.......................................................................................................................................8
2.2. Design de Produto ou Industrial...................................................................................................9
2.3 ERGONOMIA.....................................................................................................................................10
2.3.1 Conceito de Ergonomia.....................................................................................................................10
2.3.2 Breve historial do surgimento do termo ergonomia...........................................................................11
2.3.3 Tipos de ergonomia...........................................................................................................................12
2.3.4 Usabilidade na concepção de produtos..............................................................................................13
iv
2.4 . ENERGIA................................................................................................................................14
2.4.1 Importância da energia...........................................................................................................15
2.5 Tipos de energias ou fontes de energia.......................................................................................15
2.5.1 No Mundo...........................................................................................................................15
2.6 Energia de fontes renováveis......................................................................................................17
2.6.1 Vantagens do uso das fontes renováveis.............................................................................18
2.6.2 Desvantagens:....................................................................................................................18
2.7 Energia de fontes não renováveis...............................................................................................19
2.7.1 Vantagens...........................................................................................................................19
2.7.2 Desvantagens......................................................................................................................20
2.8 Energia eléctrica.........................................................................................................................20
2.9 Acesso a energia em Moçambique.............................................................................................21
2.10 Acesso a energia nas zonas rurais...............................................................................................23
10.11. Acesso a Energia no Distrito de Barue...................................................................................24
10.12. DESENVOLVIMENTO RURAL...........................................................................................24
2.12.1 O Conceito de Desenvolvimento Rural....................................................................................24
2.12.3 Electrificação rural e a pobreza................................................................................................25
CAPITULO III...........................................................................................................................................28
3. CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE ESTUDO.......................................................................28
3.1. PUBLICO ALVO.......................................................................................................................28
3.2. Localização.................................................................................................................................29
3.3. Superfície...................................................................................................................................29
3.4. Povoado de Phandira..................................................................................................................31
3.5. Pobreza.......................................................................................................................................31
3.6. Causas de pobreza no povoado de Phandira...............................................................................35
CAPITULO IV...........................................................................................................................................36
APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS.................................................................................................36
4.1. Questionário dirigido a população de Phandira...............................................................................36
4.1.2. Tipo de iluminação usada pela População no povoado de Phandira.........................................37
4.1.3. Principais problemas consentidos pela população que usa lenham no povoado de Phandira....38
4.2. Número da população de Bárue e no povoado de Phandira.............................................................44
4.3. Iluminação no Distrito de Barué e no povoado de Phandira............................................................45

v
V CAPITULO............................................................................................................................................46
5 PROPOSTA PRATICO DE CANDEEIRO PARA ILUMINAÇÃO EM PHANDIRA......................46
5.1. Algumas Soluções de iluminação nocturna existentes.....................................................................47
5.2. Algumas soluções de iluminação nocturna existentes no povoado de phandira...............................49
5.3. FORMULAÇÃO E ANÁLISE DAS PROPOSTAS........................................................................50
5.4. DESENVOLVIMENTO DA ALTERNATIVA..............................................................................53
5.4.1. Fases da construção..................................................................................................................53
5.5 DESENHO TÉCNICO Figura 40 – desenho técnico.....................................55
5.6 Solução do Problema........................................................................................................................56
5.6. 1 Ilustrações em perspectiva............................................................................................................57
5.7 MEMÓRIA DESCRITIVA..............................................................................................................57
5.7.1. Introdução e objectivo..............................................................................................................57
5.7.2. Inspiração, Função do objecto..................................................................................................58
6.7.3. Condições de utilização e manuseamento.................................................................................58
5.7.4. Constituição física do suporte...................................................................................................58
5.7.5. Modo de Construção.................................................................................................................58
5.7.6. Manutenção..............................................................................................................................59
CONCLUSÃO...........................................................................................................................................60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................61
APÊNDICES..............................................................................................................................................63

vi
DECLARAÇÃO

Declaração De Honra

Eu Boa Pedro Xadreque, Declaro por minha honra que o presente trabalho, é da inteira minha
responsabilidade e é o resultado da minha investigação pessoal e das orientações do meu
supervisor, os seus conteúdos são originais e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.

Declaro ainda que o mesmo trabalho ainda não foi apresentado em nenhuma outra instituição
universitária para a obtenção de grau académico.

Maputo, Outubro 2023

________________________________
(Boa Pedro Xadreque)

vii
DEDICATÓRIA

Primeiro agradecer ao me bom Deus todo-poderoso pela vida, dedico também a minha Mãe, a
grande batalhadora, que sempre lutou nessa vida para o meu sucesso, aos meus irmãos Eduardo,
Terezinha, Horácio, Américo, Isac, Chico, que sempre apoiaram de todas as formas, aos meus
amigos, família Quefasse, Gama, Machava, Simango, Santos, Caetano, Jeque, Matapa, Rondinho,
Enio, Com toda a satisfação dedico a todos os docentes do ISArC, em particular os do Curso de
DESIGN, que duma forma muito sábia, souberam transmitir e orientar uma série de
conhecimentos que contribuíram na elaboração deste trabalho com sucesso, não me esquecendo
dos meus colegas do curso que duma forma directa ou indirectamente puderam me apoiaram na
concretização do meu sonho.
A minha dedicatória ainda é extensível aos meus filhos: Alicia, Palmira, Mia, e não me
esquecendo da minha esposa Lurdes que é a minha parceira de todos os tempos, que tanto
contribuiu e encorajou-me para que eu conseguisse chegar neste ponto em que hoje estou.

viii
SIGLAS E ABREVIATURAS

PARPA- Plano de Acção a redução de pobreza absoluta;

PQG- Plano quinquenal do Governo;

MPDE- Ministério de Planificação e Desenvolvimento-

AIE- Agencia Internacional de Energia;

FUNAE- Fundo Nacional de Energia;

MEM- Ministério de energia e Minas;

OECD- Organização de cooperação e desenvolvimento económico;

UNESCO- organização das nações unidas para a educação, a ciência e cultura;

EDM- Electricidade de Moçambique;

CNE- Conselho Nacional de Estatística;

BM- Banco mundial;

CIP- Centro de integridade Publicas;

MIREME- Ministério de recursos minerais

CME- Conselho Mundial de Energia.

EDR- Estratégia de Desenvolvimento Rural

ix
LISTA DE FIGURAS

Figura 1-Tipos de energia e processo de aplicabilidade.................................................................16


Figura 2-Energia de fontes renováveis...........................................................................................17
Figura 3-Energia de fontes não renovável......................................................................................19
Figura 4-linhas de alta tensão na vila de Catandica.......................................................................24
Figura 5-mapa da localização geográfica do distrito de Barué......................................................29
Figura 6- Lanterna LED que funciona a dínamo............................................................................47
Figura 7-Farol e dínamo de bicicleta..............................................................................................47
Figura 8-Lanterna e Carregador de celular a Dínamo....................................................................47
Figura 9-candeeiro -de-campismo..................................................................................................47
Figura 10-Candeeiro de mesa solar................................................................................................48
Figura 11-Candeeiro solar Maydeng.............................................................................................48
Figura 12-candeeiro de jardim a painel solar ..........................48
Figura 13-Candeeiro usando painel...............................................................................................48
Figura 14-Lanterna a pilhas usado com povoado de Phandira.......................................................49
Figura 15-Candeeiro a petróleo......................................................................................................49
Figura 16-Candeeiro a petróleo .....................................................................................................49
Figura 17-iluminação através do fogo da lenha.............................................................................49
Figura 18-uso de fogo do capim para iluminação..........................................................................50
Figura 19-uso de vela para iluminação...........................................................................................50
Figura 19-uso de vela para iluminação...........................................................................................50
Figura 20- 1° esboço.......................................................................................................................50
Figura 21-2° esboço .......................................................................................................................50
Figura 22-3° esboço........................................................................................................................50
Figura 23-4° esboço .......................................................................................................................51
Figura 24-5° esboço .......................................................................................................................51
Figura 25-6° esboço........................................................................................................................51
Figura 26-7° Esboço da proposta de Candeeiro.............................................................................51
Figura 27-8° Esboço da proposta de Candeeiro.............................................................................52
x
Figura 28- 9° Esboço da proposta de Candeeiro............................................................................52
Figura 29- 10° Esboço da proposta de Candeeiro..........................................................................52
Figura 30-11° Esboço da proposta de Candeeiro...........................................................................53

xi
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1-percentagem de Agregados Familiares Segundo Principal Fonte de Energia...............30


Gráfico 2-sexo das pessoas inqueridas...........................................................................................36
Gráfico 3-1. Tipo de iluminação nocturna no povoado de Phandira............................................37
Gráfico 4-Tempo de uso década tipo de iluminação......................................................................38
Gráfico 5-Principais problemas consentidos pela população que usa lenha no povoado de
Phandira..........................................................................................................................................39
Gráfico 6-Custos na compra de pilhas............................................................................................40
Gráfico 7-Danos provocados pelo fogo..........................................................................................41
Gráfico 8-O período de maior ocorrência de incidentes provocados pelo fogo.............................42
Gráfico 9-Causas de queimadas.....................................................................................................43
Gráfico 10-Energias renováveis.....................................................................................................43
Gráfico 11-Necessidade de uso de candeeiro sem muitos gastos...................................................44

xii
LISTA DE TABELAS

Tabela 1-Agregados Familiares Segundo Principal Fonte de Energia na Habitação – 2007.......................30


Tabela 2-Materiais........................................................................................................................................59

xiii
RESUMO

Na presente monografia procura̶ se compreender A intervenção do Design na melhoria de


Iluminação em locais sem energia eléctrica. Para regrar este objectivo usou - se a abordagem
qualitativa e quantitativa que materializou-se através de utilização de várias técnicas como e o
caso de técnica bibliográfica a técnica documental e o questionário, essas são algumas das varias
técnicas usadas nesse trabalho. Dentre os métodos e técnicas usadas nesse trabalha o método
estatístico tive um papel preponderante para chegar a conclusões desse trabalho. Os sujeitos da
pesquisa foram os moradores do povoado de Phandira.
Através das pesquisas constou-se que o povoado de Phandira tem grande défice da iluminação
nocturna adequada.
Como sugestões para o povoado de Phandira, a pesquisa avança NO USO DE UM CANDEIRO
QUEW SEJA AOTONOMO, que seja eficiente e que minimize esta falta da iluminação nocturna,
sem gastar muito valores monetários, sem uso de fogo através de lenha pois, o fumo prejudica a
saúde humana, e as brasas podem criar as queimadas das casas.

Palavras -chaves: Design, Ergonomia, Energia, Desenvolvimento Rural.

xiv
I CAPITULO

1. INTRODUÇÃO

No âmbito das orientações curriculares para o trabalho do final do curso decorrentes no Instituto
Superior de Artes e Cultura (ISArC), foi elaborada a presente Monografia sob o tema: A
intervenção do Design na melhoria de Iluminação em locais sem energia eléctrica.
A maior parte da população moçambicana não tem electricidade em casa, apesar de Moçambique
gerar energia quanto baste para consumir e exportar. Na província de Manica, tal como no resto
do país, segundo o relatório do Centro de Integridade Pública (CIP, 2014:9) menos de um quarto
da população tem acesso à rede eléctrica e o último informe do Presidente da República, do dia
30 de Setembro de 2020, no âmbito do lançamento do programa "Energia para todos 2020 a
2030" indica que 75% da população moçambicana ainda não beneficia da corrente eléctrica. Esta
situação verifica-se principalmente nas zonas rurais.
A falta de corrente eléctrica em muitas regiões do nosso país deve-se a dificuldades de várias
ordens, desde a falta de políticas de expansão da rede eléctrica, passando pela forma
desorganizada e desajustada com que a população se encontra distribuída pelo território, até ao
grande défice de recursos financeiro e humanos para expansão da rede eléctrica, entre outras
razões. (CIP, 2014:3)

Assim sendo, torna-se necessária a busca de novas alternativas de fornecimento de energia


eléctrica, que venham a suprir as demandas actuais e futuras de consumo.

O objectivo central do estudo é desenvolver um objecto (candeeiro) de iluminação para as zonas


sem corrente eléctrica, que funcione sem recurso a qualquer tipo de combustível mais sim com
painel solar reciclado em alguns objectos electrónicos existentes no Pais, o que reduz
significativamente os custos de utilização e resolve o problema de poluição do ar, quando
comparado com os habituais candeeiros de iluminação com consumo de petróleo ou outro tipo de
combustível.

1
Este candeeiro revela uma funcionalidade melhor que a maioria das soluções de iluminação
encontradas pelas populações em questão, pois não liberta fumos, permitindo que as populações
possam utilizá-lo depois de escurecer no interior das habitações, e até enquanto estão a dormir.
Trata-se de um candeeiro de iluminação projectado com base no sistema de dínamo, utilizando
ímans e ventoinhas que podem ser encontradas em vários electrodomésticos. Pode-se assim
considerar este projecto um pequeno contributo para a reutilização de equipamentos electrónicos
avariados e que são na maior parte considerados lixo, dando uma nova função a alguns dos seus
componentes. Assumindo o Design como uma área de conhecimento interdisciplinar, acredita-se
que recorrendo a conhecimentos básicos de outras disciplinas como a Física, Matemática e
Química, entre outras, é possível desenvolver-se um projecto que contribuirá para a melhoria da
vida das populações em zonas recônditas onde não existe rede eléctrica.
O referido projecto será desenvolvido no povoado de Phandira, Distrito de Barué, Província de
Manica.

1.1 Delimitação do Tema


Em termos geográficos, a pesquisa será desenvolvida na Província de Manica, Distrito de Barué
concretamente no Povoado de Phandira um povo este que no total segundo o censo de 2007 são
acerca de 3000 habitantes, que se encontram em via de desenvolvimento, visto que as casas são
feitas de caniço e matope., Como muitos outros pontos recônditos do país, carece de iluminação
adequada. Nessa linhagem de pensamento procura-se desenvolver um objecto ou um produto que
seja de fácil manuseamento e funcional nas comunidades.

1.2 Problematização
A falta de corrente eléctrica no nosso país é um problema real cujo fim ainda está longe de se ver.
Existem no nosso país Sedes de Distritos, sedes de Localidades e Postos Administrativos sem
acesso a corrente eléctrica. Esforços estão sendo envidados para garantir a interligação destes
pontos com a rede eléctrica através do plano estratégico do governo, intitulado "Energia para
Todos," mas, para além de ser um processo demorado, dificilmente será abrangido todo o nosso
vasto território.

2
Sabe-se que a população destas zonas tem vindo a usar iluminação com candeeiros de petróleo, o
que pode provocar danos à sua saúde, uma vez que aos poucos vão consumindo fumos que
possuem gases nefastos, como o dióxido de carbono e, em alguns casos, o monóxido de carbono,
que é conhecido como uma substância venenosa.

Para além disso, o acesso ao mesmo torna-se dispendioso pois, a somar às subidas frequentes do
preço do petróleo, acrescenta-se que os postos de venda deste combustível ficam muitas vezes
distantes dos povoados, sendo necessário pagar o transporte.

Diante deste dilema da falta de corrente eléctrica coloca-se a seguinte pergunta:

 O que pode ser feito de forma que a população das zonas sem corrente eléctrica
tenham iluminação de qualidade?

1.3 Objectivos:
1.3.1 Geral:

 Melhorar as condições de iluminação nocturna na zona de Phandira.

1.3.2 Específicos:

 Contribuir para combater a poluição doméstica através da introdução de um candeeiro 0%


poluição;

 Projectar um candeeiro para o povoado de Phandira, adequado ao estilo de vida dos seus
habitantes e que funcione através de uma energia renovável;

 Reduzir a dependência do combustível para iluminação;

 Reduzir o custo e promover a sustentabilidade da iluminação em Phandira.

1.4 Justificativa
A escolha deste tema deveu-se ao facto de ter vivido a minha infância no povoado de Phandira. O
Povoado de Phandira localiza-se na Província de Manica, Distrito de Barué, numa zona
recôndita, onde a maioria da população é de classe económica baixa. Ao longo da infância eu e
3
outras crianças estávamos desprovidas do convívio nocturno por falta de iluminação. Após alguns
anos, voltei a visitar esta zona e percebi que os moradores ainda continuam a encarar as mesmas
dificuldades no que diz respeito à possibilidade de iluminação das suas casas. Assim, para tentar
resolver este problema, surgiu a ideia de criar um produto que seja sustentável e que minimize
este problema de falta de iluminação de energia eléctrica. A solução actualmente em uso pela
população desta zona é a de utilização de candeeiros a petróleo, sendo que após o término do
combustível recorrem ao fogo para iluminação no interior das casas, surgindo assim o risco de
outros problemas, tanto para as pessoas, como para as habitações. Um dos riscos prende-se com o
facto de a maior parte das casas desta zona serem feitas de capim (palha), que é propenso à
queima. Outro dos problemas está relacionado com o fumo, que passa a ser um risco para a saúde
humana, pelo facto das casas desta comunidade não conterem janelas adequadas para a sua
libertação. A substituição de um produto obsoleto por um mais moderno auxilia na redução do
elevado gasto do combustível.
Após a análise do problema, propomo-nos a criação de um produto, ou um candeeiro, que seja de
fácil manuseamento, seguro, económico e funcional para a comunidade.

1.5 Metodologia

Segundo (RODRIGUES, 2007:2), Metodologia “é um conjunto de abordagens, técnicas e processos


utilizados pela ciência para formular e resolver problemas de aquisição objectiva do conhecimento,
de uma maneira sistemática”.

Para o (BRUYNE, 1991:29) A metodologia deve ajudar a explicar não apenas os produtos da
investigação científica, mas principalmente seu próprio processo, pois suas exigências não são de
submissão estrita a procedimentos rígidos, mas antes da fecundidade na produção dos resultados.

Para atingirmos o objectivo principal deste trabalho, que consiste na melhoria das condições de
iluminação nocturna na zona de Phandira, foram utilizadas várias estratégias de busca e
adequação de informação, que são apresentadas de seguida.

4
1.5.1 Tipos de pesquisa:

Para a materialização da análise do problema da falta de iluminação em locais sem energia, foi
necessário fazer a observação directa na comunidade em estudo.
Após muita leitura Quanto ao Método e à forma de abordar o problema, as pesquisas são
classificadas em qualitativa e quantitativa.
(STRAUSS e CORBIN, 1998:10-11) conceituam pesquisa qualitativa como qualquer tipo de
pesquisa que produz descobertas não obtidas por procedimentos estatísticos ou outros meios de
quantificação. Pode-se referir à pesquisa sobre a vida das pessoas, experiências vividas,
comportamentos, emoções, sentimentos, assim como funcionamento organizacional, fenómenos
culturais e interacções entre as nações (...) e a parte principal da análise é interpretativa.

Sem fugir da linhagem dos outros autores, Segundo (SILVA & MENEZES, 2000: 20), A
pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é,
um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito que não pode ser
traduzido em números. A interpretação dos fenómenos e atribuição de significados são básicos no
processo qualitativo. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas.
O uso deste método para a presente pesquisa permitiu-nos entender o fenómeno ligado à falta de
iluminação sem querer usar a quantificação. Assim sendo, a pesquisa qualitativa esteve presente
na fase inicial do estudo, uma vez que se pretendia levantar, através de entrevistas com alguns
chefes de departamentos, informações que pudessem ser relevantes na compreensão e solução do
problema apresentado. Por outro lado, o autor, sendo nativo deste mesmo povoado, conhece as
características gerais do mesmo, tendo experienciado as consequências e limitações que advêm
da falta de energia, o que facilitou o contacto e a adequação de estratégias de busca de
informação.
Para a realização deste estudo, aliou-se ao método qualitativo.
Enquanto (CONTANDRIOPOULOS, 1994:90) Defende que o objectivo da pesquisa quantitativa
é medir relações entre variáveis por associação e obter informações sobre determinada população.
“As análises quantitativas são muito divulgadas e, nesse sentido, sua planificação geralmente
necessita de menos explicações que as análises qualitativas”

5
Portanto, há questões que precisaram da intervenção deste tipo de método, não só por causa de
algumas opiniões ou ideias que foram uniformes e, por conseguinte, tivemos que quantificá-las, mas
também para que tivéssemos maior confiança nos nossos resultados.

A combinação desses dois métodos das pesquisas qualitativas e quantitativas permite ao


pesquisador fazer um cruzamento das suas conclusões, de modo a ter maior confiança que seus
dados não são produto de um procedimento específico ou de alguma situação particular”.
1.5.2 Procedimentos adoptados na colecta de dados

A pesquisa é do tipo exploratória, que de acordo com (SILVA, 2004:15), “visa proporcionar maior
familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolvem
também o levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas
com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão. Assume, em geral,
as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de caso”.

O uso deste tipo de pesquisa para o trabalho, possibilitou que tivéssemos maior envolvimento com o
fenómeno em estudo, ao mesmo tempo que nos colocou em ligação com algumas entidades que de
certa forma detêm um conhecimento sobre o tema estudado.
Para além destas formas de pesquisa, revelou-se necessário proceder à observação directa que,
segundo (MARCONI & LAKATO, 2006:17), consiste numa “técnica que se utiliza dos sentidos
para obter informação e deve estar em contacto mais directo com a realidade”. Desta forma, o
autor deslocou-se para Distrito de Barue, no Povoado de Phandira, para se enteirar directamente
da situação da falta de iluminação.

1.5.3 Entrevistas em Profundidade ou Entrevista Semi-estruturada

A entrevista em profundidade consiste numa conversa cara a cara ou presencial, através da qual se
busca obter informações do entrevistado sobre determinado assunto. E de acordo com (SILVA,
2005:33) entrevista “é a obtenção de informações de um entrevistado, sobre determinado assunto ou
problema”. E Entrevistas semi-estruturadas, (BONI e QUARESMA, 2005:8). “Combinam perguntas
abertas e fechadas, onde o informante tem a possibilidade de decorrer sobre o tema proposto”.

6
Assim sendo, realizou se duas entrevistais em profundidade Com o Director Distrital da EDM e
Director Distrital da CNE. Após a explanação dessas duas entidades foi-se ao campo para
interagir com a população para perceber qual é o impacto da falta de energia no povoado de
Phandira usando a entrevista semiestruturada, a partir daí, procurar a estimativa exacta das
pessoas que usam fontes alternativas para iluminação nocturna a nível Distrital, nas idades
compreendidas entre 10 anos ao mais infinito, e criando um novo mecanismo o melhoramento da
iluminação

Portanto, a escolha destas modalidades de entrevista como um dos instrumentos de colecta de dados,
permitiu explorar o máximo de informações por parte dos entrevistados, dando-lhes a oportunidade
de falarem sobre tudo o que pudesse ser útil para a materialização deste estudo.

1.5.4 Pesquisa documental

De acordo com (GIL,2008:8) A pesquisa documental é elaborada a partir de materiais que não
receberam tratamento analítico, documentos de primeira mão, como documentos oficiais,
reportagens de jornal, cartas, contractos, diários, filmes, fotografias, gravações, etc, ou, ainda, a
partir de documentos de segunda mão que, de alguma forma, já foram analisados, tais como:
relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas, etc”.

Assim sendo, este tipo de pesquisa foi fundamental para a presente investigação, na medida em que
consultou-se uma série de documentos acima mencionados, com vista a obter informações
relevantes para o trabalho no sector de energia e de estatística.

7
8
CAPITULO II

ENQUADRAMENTO TEÓRICO

Neste capítulo faz – se o enquadramento teórico ou a revisão de literatura dos três pontos chave,
nomeadamente Design, Energia e Desenvolvimento rural, onde irá se trazer ideias de vários
autores e fazer a devida comparação com a informação recolhida no terreno, como a realidade e
objectivo da pesquisa, que servirá para a conclusão dos factos em estudo.

2.1. DESIGN
De acordo com (BURDEK, 2016) e citado por (DOMINGUES, 2008: 9) o design está presente
na vida dos seres humanos de forma intensa. Ele acompanha os indivíduos em praticamente todas
as suas actividades e nas mais diversas situações durante todos os períodos do dia e, de forma
consciente ou não, ele existe. Por conseguinte, através dos produtos os seres humanos são
definidos como grupos sociais, e estes se comunicam e marcam a sua existência. (MELO, 2008:
9)

Segundo John Heskett, “O Design é fazer o design de um design para produzir um design". Para
ele, nesta a firmação, em todas as ocorrências, o termo design está gramaticalmente correcto. Na
primeira ("Design é"), o termo é um substantivo que indica o conceito geral de uma área, Na
segunda ("fazer o design"), a palavra é usada depois de um verbo que indica acção ou processo,
Na terceira ocorrência ("de um design"), o termo também é um substantivo e significa projecto
ou proposta e, na última ocorrência ("para produzir um design"), a palavra é novamente um
substantivo, indicando, o produto acabado, um conceito concretizado (HESKETT, 2008: 144)

O Design pode ser entendido, também, como verbo e substantivo, que 3 actuam
concomitantemente e ubiquamente. Como verbo, se refere ao processo, que corresponde ao
planejamento das acções do projeto, atuando de forma dinâmica. E, Design como substantivo,
corresponde “a uma perspectiva semântica orientada para o produto: perspectiva da configuração
de interface” (TSCHIMMEL, 2010: 247).

9
Por outro lado, (TEIXEIRA, 2009: 15) define Design como uma actividade de projecto que tem o
planejamento como base, para a criação e desenvolvimento de produtos e serviços. Acrescenta
ainda que é um processo que busca soluções criativas e inovadoras para atender às características
dos produtos, às necessidades do cliente e da empresa de forma a responder às demandas e
oportunidades do mercado.

Com isso diferentes atores sociais interagem através de mensagens, que podem ser representadas
e compreendidas com o auxílio do design. O objecto pode, Então, comunicar-se com o usuário
através de interacção promovida por suas funções de uso, que se adequam à necessidade do
usuário e surtem efeitos, criando um ciclo relacional de troca de mensagens através do design
(SCHNEIDER, 2010, p. 197).

Conforme os autores nas transcrições acima, podemos entender que estes queriam nos fazer
perceber que design em si é muito importante para a vida quotidiana, o Design como um processo
(planejar, desenvolver, projectar), como o resultado desse processo (instruções, desenho,
modelos, protótipos) ou como a solução (produto, serviço ou benefícios gerados por eles para as
pessoas).

O design tem áreas diversificadas, dentre elas está o design de comunicação, de moda, de
interface, e tantos outros, mas o nosso foco principal estará no design de produto ou industrial,
área que abarca o problema em estudo, ou seja, a questão de criação de um objecto que minimize
a falta de iluminação adequada no povoado de Phandira.

2.2. Design de Produto ou Industrial


Maldonado (MALDONADO, 1961: 4) define design de produto como sendo uma actividade
projectual que consiste em determinar as propriedades formais dos objectos a serem produzidos
industrialmente. Por propriedades formais entende-se não só as características exteriores, mas,
sobretudo, as relações estruturais e funcionais que dão coerência a um objecto tanto do ponto de
vista do produto quanto do usuário.

Nesta mesma linhagem (BERND LÖBACH, 1976: 17) afirma que design de produto é o
processo de adaptação de produtos de uso de fabricação industrial às necessidades físicas e
psíquicas dos usuários e grupos de usuários.
10
Fazendo menção das ideias dos dois autores, nota-se claramente que ambos definem o design de
produto como uma área de conceber projectos de produtos industriais produzidos em série,
assim sendo, para a concepção deste mesmo produto, seria necessário conhecer muito bem o
produto e dominar técnicas de produção, segundo as necessidades dos usuários.

Para vários autores, o design é uma ferramenta para geração de soluções em prol do benefício
social. Assim sendo, o design pode intervir na solução de problemas de vários tipos, como o de
iluminação em locais sem energia, factor base para o bem-estar do povo.

2.3 ERGONOMIA

2.3.1 Conceito de Ergonomia


A ergonomia deriva do grego Ergo, que significa trabalho, e Nomos, que significa normas, regras
ou leis. Sendo assim, esta é uma ciência das leis, normas e regras do trabalho, com principal
objectivo de melhorar as condições do trabalho dos indivíduos, estudando a postura e movimento
das pessoas, seus ambientes de trabalho, as tarefas desempenhadas, tudo que esteja ligado ao
trabalho da pessoa ou grupo. (PASCHOARELLI e MENEZES, 2009)

A Ergonomia surge como produto da colaboração de muitas ciências especialidades, visando


humanizar o trabalho e, como conseqüência natural, tornar mais fecundos seus resultados.
(VERDUSSEN, 1978, p. 2)

Já para a inglesa Ergonomics Research Society, Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o


homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, particularmente, a aplicação dos
conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia, na solução dos problemas surgidos desses
relacionamentos. (BARROS, 1996, p. 7)

Na ergonomia existem muitos outros conceitos, e todos esses conceitos abordam a ergonomia a
adaptação do trabalho ao homem, envolvendo a segurança, a satisfação e o bem-estar dos

11
trabalhadores com as características do ambiente. E no campo da ergonomia, quanto maior for o
conforto, eficiência, segurança e satisfação para o indivíduo em seu objecto ou trabalho, melhor
será o seu desempenho e produção.

2.3.2 Breve historial do surgimento do termo ergonomia


A primeira definição de Ergonomia foi feita em 1857 por um Cientista polonês, Wojciech
Jastrzebowski, onde estabelecia que a Ergonomia como uma ciência do trabalho requer que
entendamos a actividade humana em termos de esforço, pensamento, relacionamento e
dedicação. (VIDAL, 2002:29). Mas de acordo com o mesmo autor citando Lida (2005), o termo
ergonomia tem uma data oficial de nascimento, ou seja, 12 de Julho de 1949. (FRANCESHI,
2013:15)
Os argumentos de Lida coincidem com do Hiratsuka, que também aborda o mesmo ano de
surgimento do termo ergonomia. Hiratsuka narra que o termo ergonomia foi criado e utilizado
pela primeira vez pelo polonês Murrel, e adoptado oficialmente em 1949, durante a criação da 20

Primeira sociedade de ergonomia, a ergonomics research society (Sociedade de pesquisa em


ergonomia). (HIRATSUKA, 1996).

No que tange ao surgimento do termo ergonomia podemos ter muitas opiniões de muitos autores.
Mais lendo na profundidade sobre o surgimento da ergonomia podemos chegar a conclusão que
surgiu na era das maquinas, pois as maquinas vieram para fazer fácil o trabalho do homem, a
maquina foi feita para ajudar o homem nas suas actividades diárias, nesse processo de concepção
os engenheiros e construtores levavam em conta as limitações que os indivíduos tem em sua
forma física e psíquica natural. A história aponta que este processo de construção de máquinas e
equipamentos voltados para o uso humano foi repentino durante o surgimento da segunda guerra
mundial.

Desde essa altura até então, a função da ergonomia é a adaptação do trabalho ao homem,
envolvendo a segurança, a satisfação e o bem-estar dos trabalhadores com as características do

12
ambiente. Podemos notar também que a ergonomia surge em função das necessidades do ser
humano, no sentido de diminuir a necessidade de aplicar esforço físico e mental nas actividades
diárias.

2.3.3 Tipos de ergonomia


No site da Associação Brasileira de Ergonomia- ABERGO (2005) considera-se a ergonomia
como uma disciplina orientada para uma abordagem sistemática de todos aspectos da actividade
humana. Contém diferentes especializações como: ergonomia física, ergonomia cognitiva e
ergonomia organizacional.

Ergonomia cognitiva- estuda o desenvolvimento do homem na preparação e conclusão de


tarefas em ambientes de trabalho complexo, que exijam uma dinâmica de um conjunto de
qualidades. Entre elas a exigência de tempo, o carreamento e a transferência de informação, a
consciência situacional e a segurança necessária. Para isso a ergonomia cognitiva tem como
principais temas:
 A percepção;
 A memória de curto e longo prazo;
 A atenção;
 A tomada de decisão.

Ergonomia organizacional- é conceituada como macroergnomia, englobando o entendimento


do gerenciamento de recursos de pessoas, projectos de trabalhos, cultura organizacional, forma de
comunicação, gestão de qualidade e modo temporal de trabalho. Neste contexto a ergonomia
organizacional objectiva reduzir a monotonia, a fadiga e os erros, criando ambientes mais
cooperativos e motivadores.

Tendo em conta o nosso grupo alvo, é povoado de Phandira na concepção de um candeeiro, neste
trabalho procurar-se-á focar especificamente a ergonomia física, onde:

13
Ergonomia Física: está relacionada com as características da anatomia humana, antropometria,
fisiologia e biomecânica na sua relação com a actividade física. Os tópicos relevantes incluem o
estudo da postura no trabalho, manuseio de máquinas e materiais, movimentos respectivos,
distúrbios músculo-esqueletais relacionados ao trabalho, segurança, saúde e eficiência.
A aplicação de ergonomia em produtos e equipamentos torna-se cada vez mais pertinente e
importante pelo efeito e satisfação a nível de resultados positivos que se verifica nos produtos e
equipamentos que são concebidos respeitando os princípios ergonómicos. No processo da
concepção do nosso projecto apoiar-nos-emos também na usabilidade, área cuja principal
determinante é a facilidade com que os usuários interagem com os produtos.

2.3.4 Usabilidade na concepção de produtos

A usabilidade no contexto da ergonomia ao longo dos últimos anos, vem evoluindo de forma
considerável no desenvolvimento dos produtos de forma geral (CYBIS et all, 2010). É definida
como sendo a “medida na qual um produto pode ser usado por usuários específicos para alcançar
objectivos específicos com eficácia, eficiência e satisfação em um contexto específico de uso.”
(NBR 9241-11, 2002:3)

Para melhor compreensão do conceito, é importante conhecer o significado dos seguintes termos,
conforme JORDAN (1998):
 Eficácia: refere-se à extensão na qual uma meta é alcançada ou uma tarefa é realizada.
 Eficiência: refere-se à quantidade de esforço requerido para se atingir uma meta. Quanto
menos esforço, maior é a eficiência.
 Satisfação: refere-se ao nível de conforto que os usuários sentem quando utilizam um
produto e também ao nível de aceitação do produto pelos usuários para atingir as suas
metas.

Diversos autores conceituam a usabilidade, cada um com sua especificidade. Porém, o que se
pode deduzir é que todos buscam como resultado um produto que interaja com o usuário e atenda
às suas necessidades, além de sustentarem que é possível planejar o resultado pretendido.

14
2.4 . ENERGIA
Este é um tema bastante debatido no mundo em geral e em Moçambique em particular, nos dias
actuais, não só a palavra energia, mas as energias renováveis, pois é muito difícil de se definir
com precisão o que é a energia, a ponto de alguns autores preferirem não a definir. Tendo este
factor em consideração, passaremos a enumerar algumas concepções alternativas de energia,
adaptadas das pesquisas.
Alguns autores defendem que se deva partir de uma definição descritiva de energia, evitando as
definições formais, operacionais, para gradualmente ir agregando novos atributos.
Hierrezuelo e Molina (HIERREZUELO e MOLINA, 1990: 23) adoptam este ponto de vista e
sugerem a seguinte definição como uma primeira aproximação ao conceito de energia:
propriedade ou atributo de todo corpo ou sistema material em virtude da qual este pode
transformar-se, modificando sua situação ou estado, assim como actuar sobre outros, originando
neles processos de transformação.

Em 1872, Maxwell propôs uma definição que pode ser considerada mais correcta do que a
anterior: “energia é aquilo que permite uma mudança na configuração de um sistema, em
oposição a uma força que resiste à esta mudança”. (MAXWELL,1972) citado por (LUIZ A
HORTA NOGUEIRA,2016:14)

Por sua vez (MICHINEL e D´ALESSANDRO, 1994: 370) definiram a energia como sendo uma
magnitude Física que se apresenta sob diversas formas, está envolvida em todos os processos de
mudanças de estado, se transforma e se transmite, depende do sistema de referência e, fixado
este, se conserva.

Segundo o relatório do Ministério da Energia (EDENR, 2009: 6) a Energia é definida como


capacidade de um corpo, um sistema físico ou uma substância, produzir trabalho mecânico ou
equivalente. São várias as formas de energia utilizadas nomeadamente: energia cinética,
potencial, térmica, eólica, luminosa, eléctrica, entre outras.

A partir dessas definições acima citadas podemos chegar a um conhecimento amplo sobre
energia. Para além disso, a definição de Maxwell refere-se a mudanças de condições, a alterações

15
do estado de um sistema e inclui duas ideias importantes: as modificações de estado implicam em
vencer resistências e é justamente a energia que permite obter estas modificações de estado.

2.4.1 Importância da energia


No que tange à importância de energia no cenário actual, a disponibilidade de energia é um dos
principais factores de desenvolvimento de uma nação. Isso faz da energia um factor de grande
importância para o desenvolvimento.
Cada vez mais estão a surgir novas descobertas de fontes de produção energética, assim sendo, o
Governo, os investidores internos e externos, estão com as mãos engajadas para dar o seu
contributo no aproveitamento dessas fontes energéticas. Assim sendo, a energia acaba sendo
muito importante para o ser humano, não só a renovável, mas também a energia não – renovável,
no que diz respeito à geração de novos empregos, e à sustentação de praticamente todos os
elementos da vida actual, seja no universo profissional, seja no doméstico, porque hoje em dia
seria impossível pensar num mundo sem o uso da energia, devido ao aumento da tecnologia e à
sua forte presença no mundo em geral.

2.5 Tipos de energias ou fontes de energia


2.5.1 No Mundo

Actualmente, quase dois mil milhões de pessoas concentradas na periferia dos centros urbanos e
zonas rurais isoladas não têm acesso a serviços energéticos de base. É este o paradoxo energético
que caracteriza o seculo XXI. Esta desigualdade perante a anergia afecta nomeadamente dois
terços da população africana, que em grande medida depende da biomassa tradicional para o seu
aprovisionamento energético (União Africana, 2010) citado pelo (SEBASTIÃO, 2013:1).
Por outro lado, um dos desafios mais significativos para o desenvolvimento da economia africana
é o acesso à energia. Na realidade, diversos estudos sugerem que os recursos energéticos do
mundo e de Africa são suficientes para cumprir a curto e médio prazo as necessidades, tendo em
conta os principais factores como o crescimento demográfico e crescimento económico
(Conselho Mundial de Energia (CME), 2005:14). Assim sendo são inúmeras as fontes de
energia disponíveis no nosso planeta, sendo que essas fontes se dividem em dois tipos, as
fontes de energia renováveis e as não renováveis. As renovaveis são Energia solar, Energia

16
hidrelétrica , Biomassa, Energia das marés (maremotriz), eolicas , oceanica, geotermicas e as
Fontes não renováveis de energia são Combustíveis fósseis , Energia nuclear (atômica).

Segundo a Agência Internacional de Energia - IEA no seu o (relatório de 2018). Mostram


algumas percentagens que ajudam a entender o uso massivo das nossas fontes energeticas no
mundo sejam elas renoaveis ou não , o Petróleo com 30%, Carvão, turfa e xisto: 25%, Gás
natural: 23%, Biocombustíveis e resíduos (incluindo biomassa): 12%, Nuclear: 5,2%,
Hidrelétrica: 2,8%, Fontes renováveis de energia (principalmente solar, geotérmica e eólica): 2%.
Essas mesma s fontes são usadas nmas industrias , producao de energia para o uso domestico e
industriais, , hospitais, para o uso nos transportes rodoviarios, feroviarios, maritimos terrestres e
aereos.

2.5.2 Em Moçambique

Nesta senda, Moçambique possui enormes recursos energéticos ainda pouco explorados, dentre
eles renováveis e não renováveis, com potencial em: carvão mineral e gás natural, potencial
hídrico, recursos renováveis como a energia solar, eólica, hídrica, geotérmica, oceânica e fontes
de biomassa florestais e agrícolas. (MINISTÉRIO DA ENERGIA,2011:4)

Figura 1-Tipos de energia e processo de aplicabilidade

Fonte: Unknown

17
Segundo o Relatório Nacional do Ponto de Situação – Energias Renováveis em Moçambique
(ISABEL CANCELA DE ABREU,2017:19) Moçambique tem um enorme potencial em termos
de energias renováveis. Uma grande parte deste potencial pode e deve ser utilizado para aumentar
o acesso da população à energia. Moçambique tem igualmente e cada vez mais, identificado o
sector privado como um parceiro chave para o desenvolvimento destes recursos de uma forma
sustentável.

2.6 Energia de fontes renováveis


Figura 2-Energia de fontes renováveis

Figura 3: fontes-renováveis-de-energia Fonte: Energia nuclear no Brasil

Segundo (BARBOSA 2013:18) classifica as fontes renováveis como sendo aquelas cuja
reposição natural se dá de forma cíclica, ou seja, em velocidade igual ou mais rápida do que a sua
utilização energética. Os riscos de esgotamento destas fontes são menores.

Fontes renováveis são as fontes de energia que possuem reserva ilimitada, podendo ser repostas
na natureza em um menor espaço de tempo. São consideradas fontes de energia alternativas e
uma possibilidade de mudar o modelo energético tradicional, pois sua disponibilidade é maior e
causam menos impactos negativos no meio ambiente. O uso dessas fontes requer
desenvolvimento tecnológico que as viabilize economicamente para que possam ser mais
acessíveis à população. (https://www.preparaenem.com/quimica/fissao-nuclear.htm)

Energias renovável é a energia obtida de fontes que se regeneram espontaneamente ou através da


intervenção adequada do homem.
18
O rápido esgotamento das fontes de energia, principalmente de energia fóssil, o aumento do
consumo de combustíveis, a contaminação do meio ambiente, são alguns motivos que levam a
humanidade a buscar opções de energia mais abundantes e menos poluentes chamadas de
energias alternativas ou renováveis. São exemplos das energias renováveis a energia solar,
eólica, hidráulica, de biomassa, geotérmica, energia dos oceanos e energia de hidrogénio.
(https:⁄⁄www.todamateria.com.br, fontes- de- energia, 2011).
A partir destas ideias chega-se à conclusão de que energias renováveis são energias inesgotáveis
ou que podem ser repostas a curto ou médio prazo, espontaneamente ou por intervenção humana
e esses tipos de fontes são as mais utilizadas.

2.6.1 Vantagens do uso das fontes renováveis

Ao contrário das fontes de energia não renováveis (como as de origem fóssil), as fontes de
energia renováveis, no geral, causam um pequeno impacto (poluição, desmatamento) ao meio
ambiente. Portanto, são excelentes alternativas ao sistema energético tradicional, principalmente
numa situação de luta contra a poluição atmosférica e o aquecimento global, podendo igualmente
promover o desenvolvimento nas zonas desfavorecidas através do investimento e do número de
empregos criados.

2.6.2 Desvantagens:

 Custos elevados de investimento e infra-estruturas apropriadas;

 Impactos visuais negativos no meio ambiente;

 Energia da Biomassa – o método de combustão da biomassa não é limpa;

 Energia Hidroeléctrica – causa erosão de solos que pode ter impacto na vegetação do
local; no caso de a represa se localizar em região de mata ou floresta, pode causar
impacto ambiental, pois muitas espécies animais e vegetais podem ser prejudicadas.

 Energia Solar – os custos iniciais são muito elevadas;

 Energia das Ondas – depende muito da localização e é bastante dispendiosa;


19
 Energia Eólica – o custo inicial das turbinas é muito elevada. É responsável por
poluição sonora.

2.7 Energia de fontes não renováveis


Figura 3-Energia de fontes não renovável

Fonte: https://www.preparaenem.com/geografia/fontes-energia-nao-renovaveis-
renovaveis.htm

Fontes não renováveis são as energias que não se renovam na natureza e são consideradas
poluentes. Dentre os exemplos estão: os combustíveis radioactivos, fósseis, nucleares, lenhas, os
derivados de petróleo e o gás natural. (https:⁄⁄www.todamateria.com.br, fontes- de- energia
2011).

2.7.1 Vantagens

As vantagens das fontes não renováveis são várias, sendo que uma das principais é o facto de
estas serem mais baratas na implementação, manutenção e transporte. São as mais conhecidas e
utilizadas em diversos países e em particular em Moçambique até em zonas rurais, uma vez que
possuem um elevado rendimento energético em comparação com as energias renováveis. Além
disso, seu uso tem gerado muitos postos de trabalho sobretudo aqui no nosso país, nas zonas
rurais, contribuindo para a melhoria da economia dessas mesmas pessoas.
20
2.7.2 Desvantagens

As desvantagens destas fontes são igualmente em grande número:


 Investimento alto;
 Gera muitos poluentes;
 Possui um elevado impacto ambiental;
 Através do desflorestando perde-se grande quantidade de oxigénio;
 Contribui para o aquecimento global, chuva ácida, perda da biodiversidade, bem como o
esgotamento das fontes;
 Os gases liberados pela queima desses combustíveis poluem o ar e contribuem para o
aumento do efeito estufa e do aquecimento global;
 O mau uso e a má exploração desses recursos energéticos podem provocar acidentes
devastadores e são exemplos o derramamento de petróleo nas águas oceânicas e explosões
em usinas nucleares;
 Possuem reservas limitadas.

2.8 Energia eléctrica


Começando com o conceito de (REIS, 2011: 12), a energia eléctrica é o resultado de um processo
adequado de utilização das propriedades físico-químicas e electromagnéticas da matéria, de modo
a propiciar o funcionamento dos equipamentos desejados pela sociedade.
Segundo (FERNANDO SAIDE SAKAMOTO, 2008: 15) a energia eléctrica é baseada na geração
de diferenças de potencial eléctrico entre dois pontos estabelecendo uma corrente eléctrica entre
ambos. Utilizando transformação adequada é possível obter energias finais de uso directo, em
forma de luz, movimento ou calor.

A experiência quotidiana nos revela que a energia eléctrica, além de ser indispensável ao nosso
actual modo de vida, precisa ser tratada de modo sustentável desde sua produção, até seu
armazenamento, transporte e consumo. Esse tipo de energia é muito presente em nosso dia a dia,
a energia eléctrica tem como objectivo facilitar o sistema produtivo, gerando electricidade para o
funcionamento de aparelhos electrónicos e electrodomésticos, bem como o abastecimento de
residências, estabelecimentos comerciais, na agricultura e ruas.
21
Neste caso, a origem de sua geração de energia está nas usinas hidroeléctricas e termoeléctricas,
uma vez que a energia eléctrica passa por modificações mecânicas e químicas, sendo conduzida
por uma rede de transmissão de alta potência, a fim de percorrer o caminho até o consumidor
final. (https://www.portalsolar.com.br/tipos-de-energia-e-suas-fontes)

A energia eléctrica é uma grande valia no mundo e no nosso país, porque com o avanço
tecnológico a necessidade de consumo de energia está acelerada. Existem muitas fontes de
energias em uso, dentre elas, a energia eléctrica, petróleo, gás de cozinha e lenha ainda usada em
quantidades significativas no mundo e em Moçambique e elas cumprem papéis essenciais na
sociedade. No que diz respeito à energia eléctrica, é muito importante nos dias de hoje, pois
proporciona o conforto, segurança e lazer para a população, permitindo igualmente o
funcionamento de bancos, hospitais, indústrias, escolas, agricultura, semáforos e todo o sistema
de comunicação; portanto é impossível imaginar a vida moderna sem energia eléctrica

2.9 Acesso a energia em Moçambique


Segundo o relatório do MINISTÉRIO DE ENERGIA DE MOÇAMBIQUE (MEM) & FUNDO
NACIONAL DE ENERGIA DE MOÇAMBIQUE (FUNAE) citado por (SEBASTIÃO, 2013:3)
em Moçambique, mais de 80% da população não tem acesso à energia eléctrica. Este problema é
consequência da incapacidade de expandir a rede eléctrica para certas zonas mais recônditas. Por
outro lado, é bastante caótico para o governo proporcionar acesso a electricidade nestas zonas
quando não existe perspectiva temporal de retorno de capital investido, uma vez que os seus
habitantes são maioritariamente de fraca condição económica.

Ainda no mesmo contexto, apenas cerca de 10,5% dos domicílios do país têm acesso à
electricidade, no entanto, todas as capitais provinciais e a maioria dos municípios são abastecidos
com electricidade. A maioria desses centros urbanos está ligada à rede eléctrica nacional que
pertence e é operada pela empresa de energia, Electricidade de Moçambique (EDM) (FUNAE),
citado por (SEBASTIÃO, 2013:3). A maior parte da população encontra-se concentrada num
pequeno número de centros urbanos.

22
Estes relatórios mostram que há um avanço significativo do uso da energia, no que tange a
percentagem, do ano 2011 para o ano 2014. Contudo a energia é essencial para um
desenvolvimento sustentável e um crescimento económico inclusivo em qualquer parte do
mundo. É cada vez mais importante a necessidade de Moçambique oferecer fontes de energia
fiáveis e limpas aos seus 28 milhões de habitantes e a uma população crescente, de forma a poder
prestar serviços básicos em áreas como a saúde e a educação e a desenvolver o seu enorme
potencial económico. Com mais de dois terços da sua população sem acesso a electricidade fiável
e a maioria ainda dependente de biomassa para cozinhar, os desafios são enormes (ABREU,
2017) citado por (SEBASTIÃO, 2013:3).

Com isso, o Governo de Moçambique, no seu “Programa Quinquenal do Governo 2015 – 2019”,
comprometeu-se a aumentar em 50% o acesso a energia limpa e acessível até 2020. Moçambique
tem, para além dos seus vastos recursos de carvão e gás, um enorme potencial em termos de
energias renováveis. Uma grande parte deste potencial pode e deve ser utilizado para aumentar o
acesso da população à energia. Moçambique tem igualmente e cada vez mais, identificado o
sector privado como um parceiro chave para o desenvolvimento destes recursos de uma forma
sustentável (Energias renováveis em Moçambique, 2019:19). O relatório do Centro de
Integridade Pública (CIP) citado por (BORGES NHAMIRE E JOAO MOSCA, 2014: 9) diz que
menos de 1/4 da população tem acesso à rede eléctrica e o último informe do Presidente da
República, do dia 30 de Setembro de 2020, no âmbito do lançamento do programa "Energia para
todos 2020 a 2030" indica que 75% da população moçambicana ainda não beneficia da corrente
eléctrica. Esta situação verifica-se principalmente nas zonas rurais.
Por outro lado, os projectos de pequena e média dimensão constituem oportunidades de
investimento, de racionalização da rede, de melhoria de qualidade da energia, de criação de
emprego e de desenvolvimento regional. Finalmente, a electrificação rural, seja através de
pequenas centrais solares com backup de baterias e gerador, seja através de soluções solares
descentralizadas de pequena dimensão são a alternativa economicamente mais viável para levar a
electricidade a milhares de moçambicanos. Por todas estas razões as energias renováveis
constituem e deverão constituir uma prioridade da política energética de Moçambique. (BORGES
NHAMIRE, 2014).

23
2.10 Acesso a energia nas zonas rurais
O acesso à energia nas zonas rurais é um dos desafios do governo de Moçambicano contra a
pobreza: a energia é um meio que intervém em todos os sectores do desenvolvimento, quando se
trata de água, da saúde, da produção industrial, da iluminação, do aquecimento doméstico, dos
transportes, da agricultura, ou ainda dos meios de comunicação modernos e tecnológicos. Porque
na verdade onde falta a energia, desenvolve-se a pobreza.

Moçambique recebe uma quantidade considerável de Sol, com uma radiação média anual de 5
kWh / m² / dia, que oferece condições muito favoráveis para a energia solar fotovoltaica e
térmica de desenvolvimento. E devido à sua localização junto à costa reúne óptimas condições
para o desenvolvimento de energias hídricas e/ou mini – hídricas (AGÊNCIA
INTERNACIONAL DE ENERGIAS (AIE), 2011).

Por outro lado, nas áreas rurais a combinação de baixa densidade populacional e a pobreza severa
e persistente é um factor importante para os custos de investimentos altos, tornando-se mais
notório quando associado a uma procura baixa, como se verifica, embora se reconheça que a
electricidade é um factor chave para se alcançar a transformação socioeconómica nas zonas
rurais. Segundo esta mesma lógica a (FUNAE & MEM, 2011:6) diz que o Governo está
redobrando os esforços para, de forma sustentada, procurar promover a busca da eficiência do
uso das energias renováveis nas zonas rurais, incentivando o investimento de empresas,
promovendo incentivos fiscais, assim como acções de formação de boas práticas de gestão deste
tipo de energias e procurando uma participação mais activa da população local.

Moçambique está a registar um crescimento anual na procura de electricidade de 7%. O objectivo


do Governo é alcançar uma taxa de electrificação de 15% em 2019 e 20% em 2020. (MEM,
2011:6).

O eventual cumprimento do plano de Governo de electrificação das zonas rurais até ao ano 2030
com recurso a energias renováveis será um ganho maior para a população de Moçambique em
particular do povoado de Phandira.

Segundo o Relatório do CIP (NHAMIRE e MOSCA, 2014:14) o acesso ao conhecimento no


ensino e formação nas escolas moçambicanas depende muito das novas tecnologias e da
24
sociedade de informação que constituem uma oportunidade que só pode ser aproveitada com a
energia.

10.11. Acesso a Energia no Distrito de Barue


Em Barué, a electricidade não chega a todos, linhas de transmissão, como essa em Catandica,
província de Manica (figura 4), que vem da barragem de Cahora Bassa, abastecem países
vizinhos como a África do Sul, sem que as aldeias moçambicanas na vizinhança das torres
estejam ligadas à rede. Assim sendo o Governo de Moçambique e as estruturas locais estão a
criar estratégias para e electrificação dos pontos estratégicos do distrito de Barué.

Figura 4-linhas de alta tensão na vila de Catandica

(Fonte: Autor)

10.12. DESENVOLVIMENTO RURAL


2.12.1 O Conceito de Desenvolvimento Rural

Segundo CARVALHO, 2010 Citado pelo (SEBASTIÃO, 2013:12),O desenvolvimento rural


trata das variáveis económicas como a produtividade, o capital, a poupança, as trocas comerciais
e a tecnologia; trata do capital humano e do desenvolvimento dos recursos humanos, e trata,
ainda do desenvolvimento politico, da importância da democracia e da transparência

25
Para (KAGAYEMA, 2004: 384), o desenvolvimento rural combina o aspecto económico
(aumento do nível e estabilidade da renda familiar) e o aspecto social (obtenção dum nível de
vida socialmente aceitável) que se traduz na diversificação das actividades de geração de renda,
destacando-se o desenvolvimento multissectorial. Refere ainda que as funções das zonas rurais se
modificam com o desenvolvimento do processo. Conclui, assim, (CARVALHO, 2010:5 ), que o
crescimento lento do sector agrícola tem sido um dos factores principais de fome e pobreza nos
países menos desenvolvidos.

2.12.3 Electrificação rural e a pobreza

A electrificação rural é um instrumento da política energética usada em muitos países em vias


desenvolvimento como uma das formas encontradas para minimizar a escassez do fornecimento
de energia nas zonas rurais. Um dos objectivos da electrificação passa pela erradicação da
pobreza, pelo alívio dos problemas sociais e pelo impulso das prioridades da população, e deve
ser parte de uma estratégia de desenvolvimento rural.

Zomers (2001) citado por (SEBASTIÃO, 2013:14) define a electrificação rural como um
conjunto de actividades concebidas para proporcionar energia eléctrica a habitantes de zonas com
características específicas, incluindo nos seus recursos pequenas cargas de energia e a criação de
oportunidades específicas nestas áreas. O método de fornecimento de energia eléctrica a estas
zonas varia e pode incluir geradores isolados que servem a consumidores colectivos ou
individuais.
Há uma relação directa entre a expansão da energia eléctrica com a melhoria significativa das
condições de vida da população devido a projectos de electrificação rural. A electrificação rural
proporciona mudanças nas ocupações, na saúde, na educação, nas condições de habitação, e nos
movimentos migratórios. Segundo a (IEA e a OECD, 2011:14), refere que, para se poder atingir
objectivos de redução de pobreza e promoção da equidade, seria importante que os agentes
privados, mesmo sob concorrência, fossem contratualmente obrigados a atingir metas de
universalização e acesso aos mais pobres. Não existe uma definição clara e universalmente aceite

26
quando nos referimos ao termo “acesso” à energia, uma vez que o termo revela uma certa
ambiguidade.

Para explicar a problemática da electrificação no combate à pobreza, (PINHO, 2012: 37 indica


que apesar de os órgãos decisores africanos mostrarem vontade em implementar as reformas, o
modelo da separação vertical (unbundling) concorrencial e privatizada ainda não foi
implementado na grande maioria dos países.

Segundo a (UNESCO, 2012), citado por (SEBASTIÃO,2013:21) com a electrificação rural


através dos sistemas descentralizados, usando as novas energias renováveis é possível a
promoção de igualdade dos sexos, libertando as mulheres e as crianças das cargas
desproporcionais nas actividades com as biomassas tradicionais. Naturalmente, os objectivos
sociais da electrificação rural são dirigidos para a melhoria das condições de vida da população
rural, incluindo a criação de condições adequadas para a educação e saúde (ZOMERS, 2001: 16).

Por outro lado, a electrificação rural deve seguir, e não conduzir, o desenvolvimento rural. Em
ambos os casos a electrificação rural é planeada e executada em combinação com outras
actividades de desenvolvimento rural, sob certas circunstâncias sociais e políticas, e o seu êxito
depende também do sucesso doutras actividades (BARNES, 1988) citado pelo
(SEBASTIÃO,2013:21)

Oliveira (OLIVEIRA, 2000) citado pelo (SEBASTIÃO,2013:16), afirma que a chegada da


electricidade junto das comunidades rurais ajuda a trazer consideráveis modificações, permitindo
que a população tenha acesso a serviços sociais básicos, tais como, fornecimento de água,
saneamento, educação e sistemas de comunicação, implicando uma modernização das zonas
rurais e levando a um aumento substancial da melhoria da vida das populações. Oliveira
(OLIVEIRA, 2000) citado pelo (SEBASTIÃO,2013:17), explica ainda a forma como o acesso
aos serviços sociais básicos se desenvolve, nomeadamente:

 A electrificação substitui as fontes de energia primitivas, proporcionando a preparação de


alimentos através de fogões eléctricos e reduz drasticamente o uso de biomassas para
confecção de alimentos. Por um lado, os habitantes passam a ter tempos livres para
descanso, abdicando de actividades fisicamente mais dispendiosas. Deste modo são
27
relegadas as “actividades duras” provocadoras de grande dispêndio de força e de tempo.
Por outro lado com o surgimento de água potável pode-se desenvolver o sistema de
bombeamento de água impulsionada pela electricidade (Irrigação Agrícola).
 Com energia eléctrica criam-se condições para o melhoramento da saúde e da vida da
população, com a construção de postos de saúde locais equipados com tecnologias
necessárias; o nível de analfabetismo é colmatado com a construção de novas escolas de
ensino nocturno, passando a população disponível a dedicar-se exclusivamente ao
trabalho do campo e doméstico durante o dia.
 A electricidade combate os fenómenos de migração (êxodo – rural) diminuindo a saída da
população jovem destas zonas para cidade, mantendo assim uma força de trabalho
importante nas zonas rurais;
 Os habitantes passam a ter acesso a informação actualizada através do uso da televisão e
da rádio, a distância física entre as famílias torna-se reduzida com o acesso aos serviços
telefónicos, inicialmente não residenciais, com a instalação de telefones públicos em
locais estratégicos.

O (SEBASTIÃO, 2013:18) revela que a electrificação das zonas rurais geralmente não evita a
desflorestação a curto prazo após a electrificação. A troca do uso da lenha pela electricidade para
fins domésticos acontece numa escala muito reduzida e limitada, devendo-se esse fenómeno ao
facto das populações rurais não possuírem recursos financeiros para a compra de aparelhos
eléctricos numa fase inicial.

Por outro lado, os hábitos de confecção dos alimentos na cozinha, a oportunidade de comprar
pequenas quantidades de combustível tradicional, e certo tipo de práticas agrícolas são os
principais motivos para a desflorestação, sendo nestes casos a população um dos principais
responsáveis pelo sucesso ou insucesso da gestão ambiental local (ZOMERS, 2001: 20). Ainda
na sua pesquisa, Zomers (ZOMERS, 2001) citado pelo (SEBASTIÃO,2013:20) indica que a
procura de lenha e/ou carvão pelas zonas urbanas e cidades também tem um impacto sobre a
desflorestação das zonas rurais mais próximas.

Segundo (SEBASTIÃO,2013:21) os meios energéticos rurais são principalmente constituídos por


combustíveis tradicionais como a lenha, madeira, carvão, e certos resíduos agrícolas. As suas
28
utilizações são em muitos casos ineficientes, trazem grande desperdício dos recursos naturais e
provocam consequências indesejáveis à saúde humana, através de libertação de fumos que se
concentram no interior das casas após o uso para a cozinha e bem como para iluminação.

Assim sendo, podemos concluir que a substituição das fontes não renováveis por outras
renováveis pode ser benéfica para o meio ambiente não só para a saúde humana mais também na
preservação do meio ambiente, como no melhoramento da qualidade de vida da população. Com
tudo as fontes renováveis ajudam na preservação do meio ambiente (na redução do
desflorestamento por menor utilização de carvão e lenha, manutenção do habitat de animais por
consequência do não abate das árvores e melhora a qualidade de vida da população (redução da
inalação de fumos resultantes da utilização de carvão e lenha na cozinha e iluminação, redução
do trabalho pesado de recolha de lenha e produção de carvão.

CAPITULO III

3. CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE ESTUDO

No presente capitula dar-se-á caracterização do Distrito de Barué bem como o povoado de


Phandira que constitui a unidade de análise. Neste mesmo capítulo serão abordadas as principais
características físicas e de ordem demográfico, climáticos deste mesmo Distrito em estudo.

3.1. PUBLICO ALVO


O público-alvo deste nosso estudo está inserido no povoado de Phandira que localiza se no
Distrito de Barué na Província de Manica, assim sendo este mesmo povoado carece da
iluminação adequada, dai que Pensou-se em minimizar este problemática existente com a
introdução de um novo produto de uma fonte renovável para a iluminação nocturna neste
mesmo povoado. Tendo em conta ao meio envolventes os usuários devem compreender-se de
entre as seguintes idades dos 10 ate ao infinito.

29
Figura 5-mapa da localização geográfica do distrito de Barué

Fonte: INE- Instituto Nacional de Estatística


3.2. Localização
O Distrito de Barué, localiza-se a noroeste da província de Manica, limitado a norte pelo distrito
de Guro através do rio Mapha, a oeste faz limite com a República do Zimbabwe, através dos rios
Phandira e Tchatola, a Sul confina com o distrito de Manica e Vanduzi através do rio Pungue e a
Este com o Distrito de Macosso.(Ministerio da Administracao Estatal, 2005, p. 1).

3.3. Superfície
O Distrito de Barué possui uma superfície de 5.743km² e uma população recenseada em 2017 de
185.179 habitantes, sendo 88.178 Homens contra 97.001 Mulheres, maioritariamente jovens. O
Distrito de Barué tem uma densidade populacional de 20.1 hab/km².(Ministerio da Administracao
Estatal, 2005, p. 2).
Através da informação do senso populacional do ano 2007 é possível notar os tipos de iluminação
usados sendo elas renováveis e não renováveis.

30
Tabela 1-Agregados Familiares Segundo Principal Fonte de Energia na Habitação – 2007

FONTE DE ENERGIA DISTRITO DE BARUE


Numero Percentage%
Electricidade 468 1.7
Gerador/placa solar 54 0.2
Gás 4 0.0
Petróleo / Parafina / Querosene 19,078 67.9
Vela 534 1.9
Bateria 33 0.1
Lenha 7,844 27.9
Outros 96 0.3
Número total de agregado familiar 28,111 100.0

Fonte: INE – lll Recenseamento Geral da População e Habitação 2007

Gráfico 1-percentagem de Agregados Familiares Segundo Principal Fonte de Energia

FONTE DE ENERGIA
Electricidade Gerador/placa solar
Lenha Outros 2% Gás 0.2%
28% 0.3% 0%

Bateria
0.1%

Vela Petróleo /
2% Parafina /
Querosene
68%

Fonte: INE – lll Recenseamento Geral da População e Habitação 2007

31
Não foi possível usar os dados do senso 2017 porque só aparece o número de habitantes e sem
mais detalhes como estes, então o autor achou melhor recorrer ao censo populacional de 2007.

3.4. Povoado de Phandira


O povoado de Phandira localiza se a este da vila de Catandica e dista a 45 km da vila cede, um
povo este que no total, segundo o censo de 2007 são acerca de 3000 habitantes, que se
encontram em via de desenvolvimento, visto que carecem da falta de energia para a iluminação
nocturna, desse modo a população deste povoado acabam recorrendo as fontes alternativas sendo
elas renováveis e não renováveis para a sua iluminação nocturna. Por exemplo: candeeiros a
petróleo, velas, lanternas, painéis solares, lenha.
A solução actualmente em uso pela população desta zona é a de utilização de candeeiros a
petróleo, sendo que após o término do combustível recorrem ao fogo para iluminação no interior
das casas, surgindo assim o risco de outros problemas, tanto para as pessoas, como para as
habitações. Um dos riscos prende-se com o facto de a maior parte das casas desta zona serem
feitas de capim (palha), que é propenso à queima.
Outro dos problemas está relacionado com o fumo, que passa a ser um risco para a saúde
humana, pelo facto das casas desta comunidade não conterem janelas adequadas para a sua
libertação. A substituição de um produto obsoleto por um mais moderno auxilia na redução do
elevado gasto do combustível.
Assim sendo o design vem responder este mesmo dilema da falta de iluminação adequada
contribuindo com um objecto não poluente para iluminação e que minimize os custos.
Consoante as tabelas obtidas no documento de senso 2007, mostram claramente que a pobreza
em Moçambique particularmente n distrito de Barue e povoado de Phandira está longe de acabar,
mas cientes de que o Governo moçambicano e parceiros estão envidando esforços e estratégias
para dar fim este problemática de pobreza

3.5. Pobreza
O conceito de pobreza enquadra-se numa temática mais ampla de bem-estar e refere-se às
múltiplas dimensões da vida humana. A definição da privação ou pobreza pode assumir linhas
distintas. Num enfoque mais geral, a pobreza existe quando as pessoas não possuem capacidades
necessárias para alcançarem um nível adequado de rendimento, de boa saúde e educação, de

32
segurança, de autoconfiança e de liberdade de expressão, entre outros (SEN, 1999:). Citado pelo
(CRESPO,2002:5)

A Comissão sobre Direitos Sociais, Económicos e Culturais, das Nações Unidas (2001) in
(COSTA ET AL, 2008: 29) definem a pobreza pode ser definida como uma condição humana
caracterizada por privação sustentada ou crónica de recursos, capacidades, escolhas, segurança e
poder necessários para o gozo de um adequado padrão de vida e outros direitos civis, culturais,
económicos, políticos e sociais”

Pobreza também é definida pelo (JOSÉ ANTÓNIO PEREIRINHA ET AL, 2008) como um
fenómeno pluridimensional, visto que apresenta formas diferenciadas conforme o contexto
económico-social, assumindo especificidades próprias de acordo também com as especificidades
dos grupos populacionais.

Por sua vez a pobreza é definida, geralmente, como a falta do que é necessário para o bem-estar
material – especialmente alimentos, moradia, terra e outros activos. Em outras palavras, a
pobreza é a falta de recursos múltiplos que leva à fome e à privação física.(CRESPO, 2002)

“A pobreza deve ser definida objectivamente e a definição aplicada em


termos de conceito de privação relativa”, isto é, “os indivíduos, famílias e
grupos da população encontram-se em situação de pobreza quando
carecem de recursos para obter os tipos de dieta, participar nas
actividades e ter as condições e comodidades que são habituais ou, pelo
menos, largamente encorajadas ou aprovadas nas sociedades a que
pertencem. Os seus recursos estão tão seriamente abaixo daqueles de que
dispõem o indivíduo ou da família médios, que são, de facto, excluídos dos
padrões de viva, costumes e actividades correntes” (Townsend, 1979 in
Costa et al 2008: 41) citado pela(Maria de Lurdes dos Santos Pereira,
2013)

No estudo sobre a situação de pobreza em Moçambique, o relatório sobre (Pobreza e Bem Estar
em Moçambique, primeira Avaliação Nacional, 1996:97) e nos documentos oficiais subsequentes

33
(PARPA), definiu se a pobreza como a incapacidade dos indivíduos de assegurar para si e os seus
dependentes um conjunto de condições básicas mínimas para a sua subsistência e bem-estar,
segundo as normas da sociedade.

Assim sendo na estratégia do governo de plano de acção para a redução de pobreza absoluta
2006-2009 (PARPA II) manifestada (no Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta
2001-2005, PARPA I) define a pobreza como “a impossibilidade por incapacidade, ou por falta
de oportunidade de indivíduos, famílias e comunidades de terem acesso às condições mínimas,
segundo as normas básicas da sociedade”. Neste sentido, o PARPA II estabeleceu metas para a
redução da pobreza monetária com enfoque sobre o consumo, principalmente nos componentes
de educação e saúde/nutrição, e sobre a posse de bens. Nos anos recentes, o Governo decidiu não
produzir outro PARPA, mas preferiu manter os objectivos relacionados com a redução da
pobreza e o desenvolvimento inclusivo do País, directamente, no Plano Quinquenal do Governo
(PQG).

Embora o PARPA II ofereça uma definição geral de pobreza, não existem medidas quantitativas
correspondentes. Um fenómeno multidimensional como a pobreza exige um conjunto de
indicadores diversos, que, idealmente, deve evidenciar todas as dimensões relevantes. No
entanto, apesar de a pobreza ser multifacetada, apenas um número limitado de dimensões é
medido na prática. Para além do mais, as medidas existentes podem ser inadequadas. .
(Ministério De Economia E Finanças, 2016, p. 5)

Nesta avaliação, focámo-nos em duas medidas principais de pobreza: (a) pobreza em termos de
consumo (ou simplesmente, “pobreza de consumo”), e (b) pobreza multidimensional, que inclui
outras dimensões de bem-estar, como sejam a propriedade de bens duráveis, o acesso a bens e
serviços, públicos ou privados, e medidas antropométricas de bem-estar infantil. (Ministério De
Economia E Finanças, 2016, p. 5)

Segundo (PARPA, 2011:11) define alguns tipos de pobreza dentre alas:

(Pobreza Absoluta ou Extrema, em termos de rendimento) “Falta de rendimentos necessários


para satisfazer necessidades alimentares básicas, ou requerimentos calóricos mínimos” ;

34
(Pobreza Relativa) “Falta de rendimento suficiente para satisfazer necessidades alimentares a
não alimentares essenciais, de acordo com o rendimento médio do país;

– (Pobreza Humana) “Falta de capacidades humanas básicas, como analfabetismo, má nutrição,


esperança de vida reduzida, saúde materna fraca, incidência de doenças preveníveis, com
medidas indirectas tais como acesso à bens, serviços e infra-estruturas necessárias para atingir
capacidades humanas básicas – saneamento, água potável, educação, comunicações, energia, etc.

Para tal é necessário uma boa estratégia para o desenvolvimento e o bem-estar da população,
Segundo o (BANCO MUNDIAL, 2011), a estratégia adequada para a redução da pobreza
consiste na combinação de crescimento económico, no aumento da capacidade humana, na
segurança protecção social e no fortalecimento da sociedade civil. Contudo ressalva ainda que
enquanto estas estratégias não geram todos os seus efeitos é necessária a actuação directa aos
países mais pobres para a melhoria da sua posição da sociedade, actuando directamente sobre o
estado da pobreza destacando o aumento da formação dos recursos humanos, a oferta dos
serviços sociais aos pobres e à organização das comunidades.

Desenvolvimento rural significa transformação da composição e da estrutura social, económica,


política, cultural e ambiental das áreas rurais. Isto implica actuar sobre os estrangulamentos da
economia e das instituições da sociedade rural, nomeadamente sobre as variáveis
simultaneamente importantes e onde a zona rural é mais débil ou fraca. É a transformação do
importante, do fraco em forte, do improdutivo em produtivo, com vista a gerar progresso,
crescimento e expansão da economia rural. (MINISTÉRIO DA PLANIFICAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO, 2007, p. 10)

Nesta perspectiva, segundo (MINISTÉRIO DA PLANIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO,


2007, p. 11) diz que o desenvolvimento rural não é uma etapa de curto prazo, nem um mero
somatório de objectivos e intenções, ou simples acumulação de recursos e capacidades no campo.
É um processo de mudança a longo prazo, cheio de variados conflitos, compromissos e opções,
muitos dos quais mutuamente exclusivos, que requerem decisões selectivas. Levando em
consideração as afirmações da EDR, de forma simples podemos dizer que, desenvolvimento rural
é entendido como o processo de melhoria das condições de vida, trabalho, lazer e bem-estar das

35
pessoas que habitam nas áreas rurais. Sendo o desenvolvimento de logo prazo é necessário o
engajamento de todos para fazer fácil esta situação de pobreza sem exclusão, para tal é necessário
uma boa educação, alimentação, bons serviços de saúde, boa interacção entre pessoas, engajar- se
pela mesma causa

Mais diferentemente do povoado de Phandira, apesar de haver uma melhoria de vida em si mais
ainda está longe de alcançar os avanços reais por causa da pobreza.

3.6. Causas de pobreza no povoado de Phandira


Existem vários factores que contribuem para o lento desenvolvimento do povoado, dentre quais:
A Poligamia, casamentos prematuros, isolamento, alto índice de desemprego, falta de interesse
pela parte dos investidores, baixo nível de escolaridade visto que a 5ª classe é a classe limite de
escolaridade naquele povoado, apos o estudante passar pata 6ª classe terá que percorrer longa
distancia até a vila sede. Essas são algumas causas que contribuem para a pobreza em Phandira,
mais isso pode ser invertido a partir da mudança de mentalidade da comunidade e com a ajuda da
sensibilização das entidades máximas, proibindo assim as práticas oriundas dos problemas acima
mencionadas.

36
CAPITULO IV

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS.

Baseando se no questionário administrado as várias entidades para o presente estudo, e tendo em


vista o alcance dos objectivos, sem no entanto ignorar os problemas, as hipóteses, o autor fez a
recolha de dados a seguir apresentados:

4.1. Questionário dirigido a população de Phandira


4.1.1 Amostragem por Sexo

Numa amostra aleatória de quarenta e duas pessoas temos os resultados a seguir.

Gráfico 2-sexo das pessoas inqueridas

Sexo

Masculino Femenino

5%

95%

Fonte: Autor (2022)

Com base no gráfico 1, o Maior numero dos inqueridos foram 40 homens que correspondem a
95% e menor numero são as Mulheres e que vale a 5%. Segundo os hábitos culturais da região,
era de esperar que as mulheres se abstenham de facultar informações. Apenas as casas cujas
chefes da família são as mulheres é que foi possível conversar com estas.

A seguir o gráfico ilustrativo dos diferentes tipos de iluminação nocturna usados pela população
no povoado de Phandira

37
4.1.2. Tipo de iluminação usada pela População no povoado de Phandira

Gráfico 3: Tipo de iluminação usada

Respondendo a pergunta: Que tipo de iluminação usas? O sr Marcelino de 31 anos de idade,


morador há mais de dez anos em Phandira respondeu nos seguintes termos:
“Geralmente, em casa uso candeeiro e lenha. Uso ainda lanterna de pilhas quando estou saindo a
noite ”
O Senhor Macamo, de 56 anos, residente há mais de quinze anos afirmou que recorre a lenha
para iluminação nocturna.
Nesta pergunta, foi possível encontrar respostas que vão desde uso de candeeros a petróleo,
lenha, painéis solares, assim como mostra o gráfico a seguir.

Gráfico 3-1. Tipo de iluminação nocturna no povoado de Phandira

Que tipo de iluminacao usas?


A. Candeiro B. Lanterna C. fogo de lenha D. Dinamo e Iman E. Painel Solar

7%
24%

10%
60%

Titulo: Autor (2022)

O gráfico acima aponta para maior percentagem no uso de fogo da lenha, com 60%, seguido do
uso de cadeeiro de Petróleo como fonte de iluminação nocturna com uma percentagem de 24%.
Portanto as outras formas de iluminação são de pouca relevância pós, não chegam a 10% da
população. O fogo de lenha tem se notabilizado naquele povoado devido a abundância da lenha
mas, traz consigo uma série de prejuízos descritos no capítulo acima. E importante dizer que o
Dínamo e íman não foi apontado por nenhum dos inqueridos.
38
No mesmo estudo, levanta-se a questão de tempo de uso de cada tipo de iluminação pela
população, ao que forneceu os resultados abaixo:

Referir grande parte dos inqueridos residem a zona por mais de vinte anos como e o caso da
senhora Anguista, de 44 anos de idade, residente há mais de vinte anos, disse: “desde que cheguei
a esta zona utilizo lenha para iluminação nocturna. Usava candeeiro a petróleo antes de me
transferir para ca”

Gráfico 4-Tempo de uso década tipo de iluminação

A quanto tempo usa esse tipo de iluminação?


5 anos 10anos 15 anos 20 anos ou mais

12%

88%

Titulo: Autor (2022)

Aqui, percebe-se pelo gráfico que maior parte da população usa o mesmo tipo de iluminação há
mais de vinte anos. Cruzando as respostas, ficou-se a saber que os que usam outro tipo de
iluminação diferente de lenha o fazem há menos de quinze anos, ou seja, o usuário de lenha para
iluminação a sua maioria o fazem há mais de vinte anos. Esta realidade leva a pensar-se numa
solução urgente para salvar a população dos perigos desta prática.

4.1.3. Principais problemas consentidos pela população que usa lenham no povoado de
Phandira

Respondendo sobre os principais problemas que encarram no uso desse tipo de iluminação, os
inqueridos apontaram principalmente a inalação de fumos e queima das casas. Colocada a
pergunta Quais os problemas que encarras ao utilizar este tipo de iluminação obtivemos as
seguintes respostas:

39
Senhor Mateus Chimene de 57 anos de idade , polígamo de 5 mulheres , na nossa interacao ele
afirma o seguinte :“Eu sofro muito com fumos e tenho sempre medo de queimar minha casa”

Senhor Macamo de 41 anos de idade e residente do povoado de Phandira afirma -“Eu já queimei
casa e celeiro ”

Vem se claramente que sendo o combustível lenhoso a principal fonte de iluminação no povoado
de Phandira os problemas evidentes seriam a inalação de fumos e as queimadas das casas.
Importa ainda dizer que a maior parte da população naquela zona vive em casas construídas com
material local (palhotas)

Gráfico número 5- Principais problemas consentidos pela população que usa lenha no povoado
de Phandira

Os problemas que encaras nesse tipo de iluminação?


Gasto de valores avultados Queimada de casas inalação de fumo

12%
29%

60%

Titulo: Autor (2022)

Como pode ser visto no gráfico acima, a Lenha para alem dos problemas de saúde, provoca
acidentes que culminam com queima das casas (59%) Inalação de fumos (29%) e, ela envolve
alguns custos na medida em que vai escasseando nas redondezas.

A fonte possível e, considerada limpa em termos de poluição é a lanterna de pilhas. No entanto,


os custos pela compra das pilhas constitui um entrave param a população. Vejamos:

40
O senhor Phaundi, 63 anos de idade afirmou que,” Desisti de candeeiro de iluminação porque não
tinha mais dinheiro para comprar combustível além disso a distância para o mercado ”

O senhor Thumanzi sustenta as afirmações do Phaundi tendo dito que “Não é sustentável
candeeiro a petróleo porque chega a gastar mais de quinhentos meticais por mês e, para quem não
tem emprego formal não dá”

O Gráfico a seguir ilustra o nível das despesas para investir na iluminação nocturna em Phandira.

Gráfico 5-Custos na compra de pilhas

Se que usa pilhas, quanto é que gasta no período de um


mês
10mt 50mt 100mt 200mt ou mais

100%

Titulo: Autor (2022)

Para a Iluminação de uma só palhota (casa), o dono terá que gastar acima de 200,00Mt por mês
segundo os inqueridos. Portanto falar de 200 Mt para população de pouca renda e havendo outra
forma alternativa que gaste menos, a população acaba optando pela mais barata (Uso da lenha
para iluminação).

O Senhor Sankulani de 78 anos e nativo de Phandira afirma que gasta muito mais por esse ser
polígamo de 7 mulheres e 32 filhos, sendo alguns ainda na responsabilidade dele, levando em
consideração que o rendimento vem da agricultura.

Assim sendo A população de Phandira está ciente dos diferentes estragos que o fogo pode
provocar desde queima das casas, queima das machambas e dos produtos agrícolas até mesmo a
morte das pessoas por queimadas. Mas, a mesma vem-se sem alternativas para iluminação senão
recorrer ao mesmo fogo.
41
Questionados sobre os danos que o fogo pode provocar, o senhor Mateus Chimene assim como
muitos outros apontara a queima das casas, queima dos produtos agrícolas como sendo os
perigos mais frequentes. Apontou ainda a queima de pessoas e em alguns casos leva a morte de
pessoas e animais.

“o fogo destrói casas, celeiros, queima pessoas, animais como cabritos e outros para alem disso,
enfraquece os campos agricolas”

A seguir são apresentados resultados sobre os danos provocados pelo fogo.

Gráfico 6-Danos provocados pelo fogo

Quais?
Queima das casas Mortes
Queimadas de produtos agricolas

40%
48%

12%

Titulo: Autor (2022)

Procurando saber no seio dos inqueridos se as queimadas que ocorrem com frequência naquela
zona tem ou não relação com as fontes de iluminação a senhora Valadia afirmou que
“geralmente, as queimadas acontecem no período nocturno e em muitos destes casos durante a
hora de sono.

Os inqueridos afirmaram que o período de ocorrência frequente das queimadas é o nocturno o


que levanta a hipótese de ser provocado devido a falta de cuidados com a lenha durante o sono.

42
Gráfico 7-O período de maior ocorrência de incidentes provocados pelo fogo

Qual é o período de maior


ocorrência desses incidentes?
De manha De tarde De noite de madrugada

9%
7%

84%

Titulo: Autor (2022)

84% dos inqueridos afirmam que o fenómeno de queima das casas tem se verificado durante a
noite e madrugada pois, é nesse período em que o sono toma conta de todos e, a lenha continua
acesa. Havendo comunicação com as paredes que geralmente são de caniço ou palha começa a
queimada. Entre as causas apontadas, muitas são apontadas sem no entanto haver uma
dominância. Portanto todas as causas são válidas.

O senhor Tassiana , afirmou que as queimadas que acidentalmente acontece naquele povoado tem
varias causas dentre as quais o descuido com a lenha o fogo, com candeeiros .

43
Gráfico 8-Causas de queimadas

O que aponta como causas para as


queimadas?
Brasas e fogo de lenha Candeiros Falta de atenção Todas essas causas

24%
50%
14%

12%

Titulo: Autor (2022)

No que concerne as novas tecnologias de energia, sobretudo sobre energias renováveis, todos os
inqueridos afirmaram não conhecer este termo.

Gráfico no 10- Energias renováveis

Gráfico 9-Energias renováveis

Já ouviu falar da energia renovável?


Sim Nao

100%

Titulo: Autor (2022)

44
As energias renováveis sendo um assunto actual e universal seria de vital importância para a
resolução do problema que se levanta. Portanto, sendo uma zona recondida importa saber se estão
familiarizados com o assunto ao que ficou-se a saber que entre os inqueridos ninguém antes já
teria ouvido falar de Energias renováveis.

Apesar de falta de informação, todos os inqueridos simpatizaram-se com a ideia de usar um


candeeiro sem muitos gastos e sem muita poluição. Como ilustra o gráfico numero 11.

Gráfico 10-Necessidade de uso de candeeiro sem muitos gastos

Gostaria de usar um candeeiro que não tenha muitos


gastos?
Sim Não

100%

Titulo: Autor (2022)

4.2. Número da população de Bárue e no povoado de Phandira


O Chefe de Departamento de Estatística Distrital o senhor João Tembo, baseando-se nos dados
do censo 2017 disse que no total de população de Barué estima-se em 185,179 pessoas, dentre os
quais 88,178 homens e 97,001 mulheres. Indo ao povoado de Phandira o número total de
população estima-se em 3000 pessoas, dentre elas homens e mulheres.
Ainda segundo o entrevistado, o índice de pobreza é alto e aponta o Desemprego, Poucas
instituições de micro-finanças, poligamia, casamentos prematuros, isolamento e analfabetismo.

O entrevistado disse que para o distrito de Barué tem a energia eléctrica que é fornecida pelas
Cahora-bassa, a energia eólica pois temos capacidade para tal por ter montanhas altas e ate então
esta ser feita a devida pesquisa, painéis solares, lanternas a pilha. Particularmente em Phandira

45
usa-se painéis solares individuais de baixo custo, Lanternas a pilhas, candeeiros a partir de
petróleo.
Como fontes de rendimento do povoado de Phandira é a agricultura e criação de animais de
diversas espécies.

4.3. Iluminação no Distrito de Barué e no povoado de Phandira


Foi dirigida uma entrevista à EDM na pessoa do Director Distrital o senhor Manuel Ernesto de
forma a perceber quais projectos que se encontram a ser desenvolvidos para iluminação no
distrito.
O nosso entrevistado disse que a expansão da rede eléctrica de Cahora Bassa está sendo
implementada no Distrito, estão em curso projectos com colaboração de ONGs para
electrificação dos postos administrativos. Para outros povoados a solução segundo o entrevistado
passa por montagem de centrais de painéis solares. A EDM juntamente com as estruturas do
Distrito, projectos como a FUNAE e outros parceiros de cooperação através do programa energia
para todos, do projecto iluminando Moçambique com este projecto pretende-se electrificar todos
postos administrativos e localidades ate 2030.
Reconhece que no distrito, as fontes de energias usadas são: lenha, vela, placa solar, candeeiro a
petróleo, pilhas, corrente eléctrica.
Segundo o entrevistado, a espectativa é de atingir o plano quinquenal do Governo que é de
electrificar os postos administrativos e localidades até 2030.
Como se pode ver nos depoimentos, O governo nem a médio e nem a longo prazo tem em vista a
política de electrificar as zonas recônditas como Phandira e tantas outras ao que se delega a
iniciativas particulares essa situação. Portanto, a construção de um candeeiro com base em
Dínamo seria sem dúvida uma solução para a iluminação nocturna.

46
V CAPITULO

5 PROPOSTA PRATICO DE CANDEEIRO PARA ILUMINAÇÃO EM PHANDIRA

Neste capítulo pretende-se propor a solução de um candeeiro para a melhoria de iluminação em


locais sem energia, inicialmente em povoado de Phandira. Como ponto inicial traremos algumas
imagens de algumas soluções já existentes. Em seguida apresentaremos as propostas em esboços
com a estética e a funcionalidade dos mesmos, justificando a escolha do esboço pretendido, sem
nos esquecermos do material e a técnica usada para a concepção do produto final e por fim
apresentar os desenhos técnicos do objecto com a sua respectiva memória descritiva.

Para tal é necessário o uso de uma metodologia adequada para a organização das ideias, passando
pelas etapas fundamentais do desenvolvimento de um produto. De uma forma generalizada, a
metodologia é o estudo de métodos, técnicas, ferramentas, que visam auxiliar na aplicação,
organização e solução de problemas práticos ou teóricos. Para a organização do pensamento do
projeto deste trabalho de pesquisa, apoiou-se na metodologia de projeto de (Munari, 2008). A
principal razão da adopção desta metodologia é a sua simplicidade, adaptabilidade e
desenvolvimento de design dos diversos produtos.

Figura 66: Etapas da Metodologia de Bruno Munari (Munari, 2002)

47
5.1. Algumas Soluções de iluminação nocturna existentes
No mundo de electrodomésticos ou nas iluminarias tem vários tipos de propostas e soluções mais
elas não se adequam na realidade do povoado de Phandira e na proposta que pretendemos, pois
essas mesmas propostas sugerem o uso da força para o seu funcionamento, por exemplo as
imagens das figuras abaixo.

Figura 7- Lanterna LED que funciona a dínamo Figura 8 Farol e dínamo de bicicleta

Fonte: https://portuguese.alibaba.com https://www.magazineluiza.com.br

Figura 9-Lanterna e Carregador de celular a Dínamo Figura 10-candeeiro -de-


campismo

Fonte: https://pt.made-in-china.com Fonte: https://pt.candeeiro-recarregavel-campismo


48
Figura 7-Candeeiro de mesa solar Figura 8-Candeeiro solar Maydeng

Fonte: https://www. meu jardim.com Fonte: https://pt.buy.co.mz

Figura 9-candeeiro de jardim a painel solar Figura 10-Candeeiro usando painel

Fonte: https://www. meu jardim.com Fonte: https://portuguese.alibaba.com

49
5.2. Algumas soluções de iluminação nocturna existentes no povoado de phandira
Figura 11-Lanterna a pilhas usado com povoado de Phandira Figura 12-Candeeiro a petróleo

Fonte: Autor Fonte: Autor

Figura 13-Candeeiro a petróleo Figura 14-iluminação através do fogo da lenha

Fonte: Autor Fonte: Autor

50
Figura 15-uso de fogo do capim para iluminação Figura 20-uso de vela para iluminação

Fonte: Autor Fonte: Autor

5.3. FORMULAÇÃO E ANÁLISE DAS PROPOSTAS


Para a concretização desse trabalho passaremos a formular e analisar as propostas,
apresentaremos os esboços alternativos do objecto pretendido com o intuito de trazer a melhor
solução para o povoado de Phandira no que tange a iluminação adequada. De referir que o
objecto concebido será de grande valia pois será de baixo custo para facilitar vida da população
de Phandira que se encontra na classe baixa no índice de pobreza.
Figura 16- 1° esboço Figura 17-2°esboço Figura 18-3°esboço

Fonte: Autor Fonte: Autor Fonte: Autor


51
Figura 19-4°esboço Figura 20-5° esboço Figura 26-6°esboço

Fonte: Autor Fonte: Autor Fonte: Autor

Figura 21 -7°Esboço da proposta de Candeeiro

Essa proposta foi idealizada ou inspirada no


galão que é usadas dia pois dia mulheres do
povoado de Phandira para cartar a água no Rio,
essa pratica tem se tornado frequente pois, faz
parte dos hábitos e costumes deste povoado
mais, não se adequa no produto que
pretendemos pelo facto de ser um objecto com
dificuldade no manuseio e a sua construção
seria deficitária no que tange a encache do
dínamo e ao material em si.

52
Figura 22:8° Esboço da proposta de Candeeiro

A proposta, falha pelo facto de não ter um


espaço exacto para o painel solar e é muito
limitado na sua construção sem muita
criatividade. O material que deve ser usado
nesse candeeiro seria material plástico, dai que
esse material e de difícil alcance, levando em
consideração que a população do povoado de
Phandira vive distante da vila onde não há
condições para repor esse material quando for a
se danificar. Também porque o nosso lema é
trabalhar na simplicidade do candeeiro.

Fonte: autor

Figura 23: 9° Esboço da proposta de Candeeiro Figura 24:10° Esboço da proposta de Candeeiro

53
Figura 25-11° Esboço da proposta de Candeeiro

Essa proposta , é a proposta escolhida dentre


varoas propostas pois Justifica-se a escolha
desta alternativa para a proposta do candeeiro
feita de algum materiais local, levando em
consideração a cultura do povoado de Phandira
patente no trabalho. Com tudo, é de fácil
manuseio no que tange ao fixador, material em
uso se nos esquecendo da simplicidade,
simbólico deste mesmo produto. Pois ele e
inspirado em um acento chamado banco na
língua local e acreditamos que será de grande
valia para o povoado.
Fonte: autor

5.4. DESENVOLVIMENTO DA ALTERNATIVA


5.4.1. Fases da construção

Figura32-FASES DA CONSTRUÇÃO

As primeiras Peças formam a base do candeeiro.

Fig 33: 1ª fase

54
A adição da ventoinha ou (Culer ) elemento este que
ira facilitar e alternar a corrente e na sua produção.
ta acumulador da corrente eleyr elemento na

Fig 34: 2ª fase

Essa é a fase de montagem de painel solar e


lâmpada no candeeiro.

Fig 35: 3ª fase

A montagem do sistema na parte traseira do


candeeiro, estamos a falar de painel solar,
interloptor, fios, alguns parafusos, suporte para fixar
candeeiro dentro da casa.

Fig 36: 4ª fase


As figuras acima mostram claramente as fases seguidas ate a concepção do produto final. Este
produto será de simples manuseio, e simples na sua concepção.

55
5.5 DESENHO TÉCNICO Figura 40 – desenho técnico

56
5.6 Solução do Problema

Nesta etapa apresenta-se o protótipo final materializado a partir dos desenhos de construção.
Este protótipo constitui a solução do problema definido na primeira etapa desta metodologia de
desenvolvimento de produto. Desta forma, a imagem do produto final é apresentada a seguir.
Efectuou-se uma análise do produto final, e não foram encontrados erros significantes de
fabricação, mostrando que será s de simples manuseio.

Figura 41- Imagem do produto final

57
5.6. 1 Ilustrações em perspectiva

Figura38: Lateral Direito, frontal Figura 39: Lateral esquerdo e Posterior

5.7 MEMÓRIA DESCRITIVA

5.7.1. Introdução e objectivo

Memória descritiva deste trabalho é de concepção de um candeeiro, que seja autónomo que
facilitará a vida do povoado de Phandira no que tange a eficiência na iluminação nocturna.
Diminuindo o risco de queimadas através de brasas, evitar o inalar de fumo nas noites
salvaguardando assim a saúde de cada individuo inserido neste povoado.

58
5.7.2. Inspiração, Função do objecto

O objecto foi inspirado no acento local chamado ‘Banco’ que serve para sentar e que é feito de
madeira. Este objecto terá a função de iluminar em ocasiões nocturnas, e reduzir o gasto de
valores avultados na compra de pilhas e combustíveis mais também ajudará a melhorar a vida de
povoado de Phandira, no combate a inalação de fumo no período nocturno.

6.7.3. Condições de utilização e manuseamento

Sendo ele um objecto de uso populacional ele terá facilidade de manuseio, pois, foi pensado
exactamente para o grupo alvo de baixa renda. Assim sendo será composto por material
maioritariamente reciclado, mesmo sendo reciclado procuramos trazer a qualidade deste mesmo
material para garantir a durabilidade do objecto, ajudando assim o povoado de Phandira a não se
redobrar na manutenção do mesmo. Esse mesmo candeeiro deve ser conservado no local seco
tendo em conta que estamos a trabalhar com pecas electrónicas.

5.7.4. Constituição física do suporte

Este suporte será composto por materiais como Madeira de cor castanho, cola de madeira, cola
quente, suporte de fixação do candeeiro na parede, ventoinha de computador (culer), Painel
solar, Bateria de celular que servirá de acumulador, lâmpada de 2V, dois Interruptores um com a
cor branca e amarela, fios, parafusos e pregos, todo esse material maioritariamente reciclados.

5.7.5. Modo de Construção

No que tange ao processo de construção do objecto com a aquisição do material pretendido para a
construção do candeeiro, mais não só, terá que se trabalhar o objecto consoante as medidas
esboçadas no desenho técnico. Começamos com a construção das três bases e duas paredes
rectangulares juntas, nas duas bases rectangular uma delas é escavadas para a protecção da
bateria ou acumulador que ajudará no armazenamento de carga vindo do dínamo após isso, fixa-
se das paredes junto as bases, fez-se a colocação do painel solar na parte superior do suporte, em
seguida montamos o dínamo (culer) no segundo suporte da basse através da cola quente, e
perfuramos a mesma base para a colocação dos fios que transportarão a corrente eléctrica gerado
59
pelo dínamo. No segundo suporte abaixo fixaremos a lâmpada led, de seguida colocamos o
fixador de candeeiro na parede, sem nos esquecermos do uso de papel.

5.7.6. Manutenção

A manutenção deste candeeiro será feito com qualquer um mais que tenha uma idade igual ou
superior a 15 anos de idade pois passarão por uma capacitação para o melhor manuseio., levando
em consideração o material em uso não constitui um perigo para os demais apesar de algum
material não ser fácil em achar. Quando o material for bem cuidado a sua manutenção será por
cada momento que o material se danificar os custos não serão prejudiciais ao povoado pois
fizemos o produto pensando também nesses pormenores de gastos.

Tabela 2-Materiais

No Designação Quantidade p/Unid.(mtn) P/total(mtn)


1 Madeiras 4 peças 0 0
2 Cola quente Uma barra 15 15
3 Fio 0.5m 0 0
4 Fixador 1un 0 0
5 Lâmpada 1un 5 mt 5mt
7 Culer 1un 0 0
8 Painel solar 1un 0 0
9 Parafusos⁄pregos 1⁄29 0 25
10 Bateria 1 0 0
11 Interruptor 2 10 mt ⁄ 0 mt 10 mt
12 Folha clips 1 15 15
13 Mão-de-obra 50 50
14 Total Sob: 120mt 120mt

Fonte: (Autor)

60
CONCLUSÃO

Com este projecto, que realça sobre A INTERVENÇÃO DO DESIGN NA MELHORIA DE


ILUMINAÇÃO EM LOCAIS SEM ENERGIA ELÉCTRICA. Espera-se que o tema em
estudo venha a ser desenvolvido de forma a encontrar soluções e possível saída para o dia-a-dia
da população do povoado de Phandira e de outros povoados que se encontram em locais
recônditas onde o mesmo problema prevalece.
E a partir deste trabalho de pesquisa, foi suficiente perceber que os problemas encarados pela
maioria dos residentes em Phandira estão muito ligados às limitações dos recursos, visto que os
resultados obtidos nas entrevistas mostraram que a população tem pouca rendas e gasta muito
para poderem ter iluminação nocturna
Sendo assim, podemos entender que neste trabalho, os objectivos formulados nas páginas
anteriores foram totalmente confirmadas, pois, o uso de um candeeiro que seja atonomo pode
trazer resultados mais positivos e satisfatórios nas pessoas que vivem no povoado e em outros
povoados visto que o projecto não será apenas para Phandira e nem de curta duração .
Designer como um pensador, inovador, e criativo, também preocupado para o bem-estar da
população, não só da classe media mais também para a classe baixa. Dai que pensou se no
produto que é de grande valia para este povoado e no futuro próximo para outros que carecem do
mesmo problema

61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. (1991). pg. 270 Fundamentos de metodologia


científica. 3 Ed. São Paulo: Atlas

ELO, F. D. (2008). design e cultura em producto: a semiotica com ponto de convergencia.


MINAS GERAIS- BRASIL: LAVRAS.

Bárbara Françoise Cardoso1, T. J. (2013). eletrificação rural e Desenvolvimento Rural. Sao


Paulo: editora unijuí.

Borges Nhamire, J. M. (2014). Electricidade de Moçambique: mau serviço, não transparente e


politizada. Maputo: Centro de Integridade Pública (CIP).

FERNANDO SAIDE SAKAMOTO. (2008). GERENCIADOR AUTÔNOMO DE FONTES


ALTERNATIVAS. Curitiba: UP/NCET.

JOSÉ GOLDEMBERG, OSWALDO LUCON. (2007). REVISTA USP. Energias Renovaveis,


um futuro sustentavel. sao paulo.

Sebastião, A. P. (2013). O Modelo da Eletrificação de Moçambique: A Importância do combate a


desflorestamento no meio rural. Lisboa.

CRESPO. (2002). A POBREZA COMO UM FENÔMENO MULTIDIMENSIONAL. São Paulo:


Vargas, Fundação Getulio.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTATISTICA. (2012). ESTATISTICA DO DISTRITO DE


BARUE. MAPUTO: INSTITUTO NACIONAL DE ESTATISTICA.

Maria de Lurdes dos Santos Pereira. (2013). A POBREZA. PORTUGAL: Escola Superior de
Educação e Ciências Sociais.

Ministerio da Administracao Estatal. (2005). Perfil do Distrito de Barue, Provincia de Manica.


Maputo: Ministerio da Administracao Estatal.

62
MINISTÉRIO DA PLANIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO. (2007). ESTRATEGIA DO
DESENVOLVIMENTO RURAL. MAPUTO: Direcção Nacional de Promoção do
Desenvolvimento Rural.

Ministério De Economia E Finanças. (2016). POBREZA E BEM-ESTAR EM MOÇAMBIQUE:


QUARTA AVALIAÇÃO NACIONAL (IOF 2014/15). MAPUTO: Direcção De Estudos
Económicos E Financeiros.
https://www.preparaenem.com/quimica/energia-nuclear-no-brasil.htm

https://www.preparaenem.com/geografia/fontes-energia-nao-renovaveis-renovaveis.htm

https:⁄⁄www.todamateria.com.br, fontes- de- energia 2011

https://www.blogger.com/profile/04019274967518796557

https://portuguese.alibaba.com/product-detail/Hand-press-LED-flashlight-Torch-Kids-
60832455505.html

https://pt.made-in-china.com/co_jaspa-lighting/product_Competitive-Dynamo-LED-Flashlight-
14-2M1710-_ryusreigg.html

63
APÊNDICES

64
QUESTIONÁRIO

Com o presente questionário pretende-se recolher informações de dados de senso populacional de


2017 no Instituto Nacional de Estatística (INE), sendo assim o questionário visa essencialmente
buscar subsídios para melhor percepção dos dados reais da população existente no Distrito de
Barué particularmente no povoado de Phandira.

1.a) Nome: b) Sexo: Masculino c) Idade: 52 Anos Cargo: Director Distrital do IDE

2.Sendo Instituto Nacional de Estatística, uma Instituição legal e que lida com o programa de
senso populacional, o que tem a dizer sobre o senso de 2017?

R- Para a instituição, o senso do ano 2017 decorreu normalmente apesar de não haver muita
aderência em locais mais recônditas, pois não estavam abalizados nesta matéria. Quando um
delegado de senso chegasse numa certa casa, os donos fugiam para as matas por falta de
conhecimento do senso

3. Qual a percentagem de população existente no Distrito de Barué e em particular Povoado de


Phandira?

R-Segundo o senso de 2017 O distrito de Barué possui 185.179 habitantes, o povoado de


Phandira possui aproximadamente a 3000 habitantes, pois esse número é agrupado para formar
um numero e único de posto administrativo de Nhassacara.

4. Qual é a percentagem de índice de pobreza No Distrito principalmente do povoado de


Pahandira?

R- para o povoado de phandira não verdade não sabemos qual a percentagem pois sabemos nos
que estão numa fase muito caótica porque única fonte de rendimento é a agricultura.

5. O que aponta como causa para elevado índice de Pobreza?

65
R-As causas principais para a elevada índice de pobreza é por viverem longe da vila onde não há
acesso adequado para fazer negócios, poligamia, casamento prematuro, baixo índice de
escolaridade entre outros factores.

6. Quais os tipos de energia que a população usa param a iluminação nocturna no Distrito em
Particular o Povoado de Phandira?

R- O entrevistado disse que para o distrito de Barué tem a energia eléctrica que é fornecida pelas
cahora-bassa, a energia eólica pois temos capacidade para tal por ter montanhas altas e ate então
esta ser feita a devida pesquisa, painéis solares, lanternas a pilha. Particularmente em Phandira
usa-se painéis solares individuais de baixo custo, Lanternas a pilhas, candeeiros a partir de
petróleo.

7. Quais os tipos de fonte de rendimento Da povoado de Phandira?

R- Fontes de rendimento do povoado de Phandira a principal é a agricultura e criação de animais


de diversas espécies.

8. O que a INE esta a fazer e o que faria para reduzir o índice de pobreza no nosso Distrito?

R- Para tal a INE de Barue está sem um plano concreto mais estão em curso alguns projectos
não-governamentais de sensibilização nas comunidades. O povoado de Phandira está incluso
desses programas para minimizar estes problemáticos, principalmente na questão de casamentos
prematuros e poligamia

66
QUESTIONÁRIO

Com este questionário destina-se a Electricidade de Moçambique (EDM) e pretende-se recolher


informações acerca de população que se beneficia da corrente eléctrica no Distrito de Barue e seu
mapeamento, sendo assim o questionário visa essencialmente buscar subsídios para melhor
percepção do programa a ser feito para a abrangência das zonas rurais para a sua electrificação e
os planos futuros a serem desenvolvidos no Distrito.

1. Sendo a Electricidade de Moçambique (EDM), uma Instituição legal e que lida directamente
com a população e com os bons modos a serem aplicados no município através da corrente
eléctrica, oque tem a dizer sobre a corrente eléctrica no nosso Distrito?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

2. Quais são as fontes de energias usadas aqui no Distrito? (Renováveis e não


renováveis).____________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
__________
3. Quantas famílias se beneficiam da corrente eléctrica aqui no Distrito?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

4. O que está sendo feito para expandir a corrente eléctrica no nosso Distrito?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

5. Qual a expectativa da electrificação nas zonas rurais?

67
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

68
INQUÉRITO

O presente questionário tem como objectivo a recolha de informações sobre a falta de iluminação
adequada em zonas rurais do Distrito de Barué em Particular no povoado de Phandira, povoado
este que carece de uma iluminação adequada nos períodos nocturnos. O inquérito enquadra-se
numa investigação para recolha de dados no âmbito de trabalho do final do curso licenciatura em
Design no Instituto superior de artes e cultura (ISArC).Todas as informações recolhidas neste
inquérito são confidenciais e os dados de identificação solicitados servem apenas para efeito de
interpretação das outras respostas. Por favor responda com honestidade pois não há respostas
correctas ou incorrectas. A sua opinião é muito importante. Agradecido.
Preencha, sempre que possível, com um X na resposta escolhida e alguns sítios com ideias.

1.a) Nome: ___________________________ b) Sexo F ___ M___ c) Idade______

2.Qui tipo de iluminação usa?


a) Candeeiro a combustível_______ b) lanterna_______ C) Fogo através de lenha_______

3. A quanto tempo usa esse tipo de iluminação? a)- 5 anos_______ b)-10 anos_______ c)- 15
Anos_______ d) 20 anos ou mais_______

4. Quais os problemas que encaras nesse tipo de iluminação?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

5. Se que usa pilhas, quanto é que gasta no período de um mês?

a)- 10mt_______ b)-50mt_______ c)- 100mt_______ d) 200mt ou mais _______

6.Já presenciou alguns danos provocados pelo fogo?

a) SIM______ b) NÃO_____

7. Quais?
69
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

8. Qual é o período de maior ocorrência desses incidentes?

a) De Manhã_______ b) de Tarde_______ c) de Noite _______d) de Madrugada_______

9. O que aponta como causas para as queimadas?

a) Brasas de fogo_______ b) candeeiros_______ c) Falta de atenção _______d) todas


causam_______

10. Já ouviu falar da energia renovável?

a) SIM______ b) NÃO_____
12. Gostaria de usar um candeeiro que não tenha muitos gastos?

a) SIM______ b) NÃO_____

-FIM-

70

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