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INFLAMAÇÃO AGUDA

Resposta protetora do organismo a uma lesão. Finalidade =


remover o agente e iniciar recuperação tecidual

Conceito: resposta rápida e de curta duração a lesão. Há


predomínio de fenômenos vasculares e exsudativos
(extravasamento de neutrófilos e hemácias), com sinais
cardinais como vermelhidão, edema e dor

LÂMINA – ENCÉFALO – Inflamação Aguda + Hemorragia + Resumo Etiopatogênese:


Hiperemia (meningite)
Inflamação aguda no encéfalo (Meningite). A inflamação é
Identificação causada por presença de agentes inflamatórios nocivos
Micro: Coloração HE. inflamação aguda no encéfalo (físicos, químicos ou biológicos) que causam lesão ao tecido.
(meningite), com hiperemia nos vasos sanguíneos, edema A presença de agentes inflamatórios é detectada pelos
(áreas claras no interstício), presença de neutrófilos mastócitos (sentinelas), que liberam mediadores
polimorfonucleares basofílicos (roxo) e extravasamento de
inflamatórios (histaminas, citocinas, óxido nítrico,
hemácias (rosa). Não apresenta fibrose e fenômenos de quimiocinas). A histamina possui ação vasodilatadora,
reparo (característicos da crônica). favorecendo o aumento do volume sanguíneo no local
(hiperemia), aumento da pressão hidrostática (PH) e
lentificação da circulação (estase e hemoconcentração). Com
isso, há maior chegada de oxigênio, nutrientes e células de
defesa (leucócitos – especialmente os neutrófilos
polimorfonucleares). Os leucócitos sofrem ação de
moléculas de adesão (selectinas, integrinas), e migram para
a periferia dos vasos (migração leucocitária) (fenômenos
vasculares).

Mediadores também impulsionam o aumento da


permeabilidade vascular e, com a marginação dos leucócitos
e quimiotaxia (atração) eles migração para o interstício,
extravasando para o tecido lesionado (diapedese). Com isso,
há exsudação de proteínas plasmáticas juntamente com
água para o interstício, o que origina o edema (fenômenos
exsudativos).

A remoção do agende nocivo ocorre por fagocitose pelos


PEÇA – PULMÃO – Inflamação Aguda (pneumonite)
macrófagos e por fim o organismo ativa a síntese de
Identificação colágeno e vias de resolução e reparo.

Azul: Pulmão normal, com antracose, cede a pressão,


consistência elástica.

Rosa: Pulmão com pneumonite (inflamação aguda por


bactéria/vírus), esbranquiçado, não cede a pressão, aspecto
armado
As células T ativadas produzem citocinas que atuam como
INFLAMAÇÃO CRÔNICA mediadores inflamatórios recrutando e ativando macrófagos
e linfócitos (mononucleares), que modulam as respostas
Conceito: resposta inflamatória de longa duração, pode ser
imunológicas. Por ser uma inflamação persistente há
causada por agentes nocivos persistentes.
possível destruição tecidual pelo agente agressor ou por
Etiologia (causas): infecções persistentes (Chagas), células inflamatórias, levando a produção de fatores de
exposições prolongadas a agentes tóxicos (Cirrose) e crescimento e citocinas, que aumentam a síntese e
doenças autoimunes (Crohn). deposição de colágeno, com neoformação conjuntiva
vascular, formando fibrose (fenômenos de reparo).
Há o predomínio de macrófagos (mononucleares) e fibrose
(fenômenos de reparo)

LÂMINA DE CORAÇÃO – Inflamação Crônica (Chagas)


LÂMINA DE FÍGADO – Inflamação Crônica + Esteatose +
Degeneração Hidrópica + Fibrose - CIRROSE Identificação:

Identificação: Micro: HE. Inflamação crônica no miocardiócito (doença de


chagas). Fibra cardíaca cortada transversalmente,
Micro: Tricomico de Masson. Presença de linfócitos miocardiócitos restantes hipertrofiados (sobrecarga),
(mononucleares) característicos de inflamação crônica. predomínio de fibras colágenas (reparo) e infiltrado de
Presença de septos fibrosos (neoformação conjuntiva células mononucleadas de núcleo basofílicos – células
vascular – em azul) envolvendo nódulos de hepatócitos em infamatórias crônicas.
regeneração. Também há degeneração (esteatose) nos
hepatócitos. = CIRROSE

Resumo Etiopatogenese: mesmo da cirrose.

Resumo Etiopatogenese:

Inflamação crônica no fígado (cirrose). A inflamação é


causada por infecções persistentes (Chagas), exposições
prolongadas a agentes tóxicos (álcool, medicamentos -
Cirrose) e doenças autoimunes (Crohn).
Resumo Etiopatogenese:
INFLAMAÇÃO CRÔNICA
Inflamação crônica granulomatosa no pulmão (tuberculose).
GRANULOMATOSA A inflamação é causada por infecções persistentes
(Tuberculose), exposições prolongadas a agentes tóxicos e
Conceito: resposta inflamatória de longa duração, pode ser
doenças autoimunes.
causada por agentes nocivos persistentes.
As células T ativadas produzem citocinas que recrutam e
ativam macrófagos (mononucleares), além da produção de
LÂMINA DE PULMÃO – Inflamação Crônica Granulomatosa + diferentes citocinas, responsáveis por modularem as
+ Hiperemia + Hemorragia + Necrose caseosa + Fibrose respostas imunológicas. Há a formação de granuloma (com
(Tuberculose) células gigantes, macrófagos epitelióides, linfócitos e
fibrose) como estratégia do organismo de erradicar e conter
Identificação: disseminação de agentes de difícil combate (bacillus da
tuberculose).
Micro: HE. Inflamação crônica granulomatosa, presença de
granuloma [arranjo com disposição concêntrica, com células Por ser uma inflamação persistente há possível destruição
gigantes (tipo Langhans, fusão de macrófagos com núcleos tecidual pelo agente agressor ou por células inflamatórias,
na periferia), macrófagos epitelióides (claras e alongadas, levando a produção de fatores de crescimento e citocinas,
com aspecto de fusão celular), linfócitos (roxo), fibrose], área que aumentam a síntese e deposição de colágeno, com
de necrose caseosa (lagoa seca) dentro do granuloma. neoformação conjuntiva vascular, formando fibrose
Células do parênquima com núcleos picnóticos e cariorrexe. (fenômenos de reparo).

É de longa duração, agente difícil de ser erradicado


REPARO
Conceito: Cicatrização/recuperação das lesões teciduais

PEÇA – ARTÉRIA – Fibrose + Aterosclerose/Degeneração


gordurosa

Identificação:

Presença de grumos de acumulo de gordura no tecido


vascular, fibras de colágeno visíveis, rigidez/perda da
elasticidade

Resumo Etiopatogênese:

Fibrose associada a aterosclerose. A fibrose ocorre pela


deposição excessiva de colágeno e outros componentes da
MEC (matriz extracelular) em um tecido lesado. Ela ocorre
como uma resposta de reparo a inflamação crônica/lesão
extensa originada por um estímulo nocivo persistente (como
o deposito de colesterol na parede vascular de artérias,
agentes tóxicos, infecções, reações autoimunes).

Com a persistência do estimulo, se ativa a atuação de


macrófagos e linfócitos (mononucleares), levando a
produção de fatores de crescimento e citocinas, que
aumentam a síntese e deposição de colágeno, com
neoformação conjuntiva vascular, formando fibrose
(fenômenos de reparo). Ocorre quando há lesão a MEC
(matriz extracelular) – dava suporte mecânico, funcional.

PEÇA – RINS – Aterosclerose + Isquemia + Fibrose no rim


Resumo Etiopatogênese:
HIPEREMIA
Fígado cardíaco. Congestão hepática. Os processos patológicos
Conceito: aumento da quantidade de sangue no interior dos vasos encontrados são congestão (hiperemia passiva), hemorragia,
pigmentações (hemossiderina e hematina), degeneração, necrose.
Hiperemia Ativa: aumento de fluxo sanguíneo no interior de vasos Esses processos ocorrem devido a insuficiência na drenagem do
em território arteriolar sangue venoso presente no fígado, desencadeada por obstrução
Hiperemia Passiva/Congestão: aumento de sangue por falta de venosa gerada por trombose, torção do pedículo vascular,
drenagem em território venoso. Causado por: insuficiência insuficiências cardíacas. Com a insuficiência cardíaca DIREITA e
cardíaca (falha no bombeamento de sangue). redução da drenagem, há o aumento do fluxo de sangue nos vasos
do fígado, há um aumento na pressão hidrostática, seguido de
Dá no fígado e pulmão. extravasamento de hemácias para o interstício, caracterizando
hemorragia. O tecido deixa de ser oxigenado (hipoxia), o que gera
LAMINA DE FÍGADO – Hiperemia passiva + hemorragia +
degenerações e degradação das células do parênquima (necrose)
degeneração + pigmentações + necrose (Fígado cardíaco)
e das hemácias. A degradação da hemoglobina origina
Identificação: pigmentações como hemossiderina (ferrugem, pela fagocitose de
macrófagos) e hematina (preto, pela reação da hemoglobina
Massa de hemácias (congestão/hemorragia) na região degradada com o formol).
centrolobular. Nas adjacências hepatócitos com esteatose
(degeneração). Macrófagos com núcleo reiniforme, com grânulos Na macroscopia, órgão fica com aspecto de noz moscada
de hemossiderina. Vacúolos opticamente vazios (pela hipóxia) (intercalado de áreas escuras e claras). Nas áreas escuras houve
congestão na região centrolobular do lóbulo hepático (a veia
centro lobular não drena mais), nas áreas clara (adjacentes), houve
degeneração por hipóxia.

PEÇA – Fígado cardíaco

Identificação

Aumento de peso e volume, veias centrolobulares dilatadas,


coloração azul-vinhosa (se fresco) ou aspecto de noz moscada
(preto/amarelo) no formol.
Isso ocorre pelo aumento da PH, redução da PO, aumento da
EDEMA permeabilidade capilar, obstrução da drenagem.
Conceito: Acumulo de líquido no interstício ou em cavidades. Em detalhes:
LÂMINA DE PULMÃO – Edema + hiperemia passiva + - Aumento da pressão hidrostática (devido a insuficiência
hemorragia perivascular + Hemossiderina + inflamação cardíaca congestiva, cirrose hepática, obstrução do retorno
(“pulmão cardíaco” – congestão IC esquerda) venoso (tromboembolismos), imobilização (devido a falta da
bomba muscular) e força da gravidade (posição ortostática).
- Redução da pressão oncótica (devido a proteinúria,
desnutrição proteica grave “Kwashiorkor”, baixo teor de
albumina no sangue, cirrose) >> por isso dá “barriga de
lombriga” = ascite, é edema.
- Aumento da permeabilidade capilar (devido a inflamação,
liberação de toxinas bacterianas e alterações metabólicas,
como uremia, hipóxia e choque)
- Obstrução drenagem linfática (tumores linfaticos,
elefantíase > infecção parasitária filariose)

Edema localizado > Elefantíase: infecção parasitásia


Edema generalizado > Anasarca: corpo inteiro inchado

No pulmão/tórax = hidrotórax
No coração/pericárdio = hidropericardio
Na barriga/pericardio = ascite

HEMORRAGIA
Conceito: extravasamento de sangue dos vasos para o
interstício, cavidades ou para fora do corpo.

Tipos:
- Petequiais puntiformes (pontinhos)
- Púrpuras (pontinhos maiores)
- Equimoses (roxo na perna)
- Epistaxe (sangue do nariz)
- Subaraquinóidea (cérebro)

Hemorragia por Rexe: por ruptura da parede vascular


Hemorragia perivascular
(traumatismos, hipertensão, enfraquecimento da
Resumo Etiopatogênese: parede/úlcera)

Congestão pulmonar. O edema é o acúmulo de líquido no Hemorragia por Diapedese: saída por espaços entre as
interstício ou em cavidades do organismo. As causas mais células endoteliais (permeabilidade)
comuns para edema generalizado são insuficiência cardíaca,
hipoproteinemia (desnutrição, doenças no fígado) e doenças
renais (proteinúria). Para edema localizado são obstrução CONSEQUENCIAS
venosa/linfática (trombose, parasitas, neoplasias)
Anemia, choque hipovolêmico (perda de 20% do volume de
É o resultado da diferença das forças de Stirling (pressões sangue corporal rápido), asfixia (se no pulmão),
hidrostática e oncótica), fazendo com que os líquidos se tamponamento cardíaco (presença de sangue na cavidade
movimentem entre vaso e interstício. pericárdica, compressão e restrição dos movimentos
cardíacos, hipoperfusão, choque cardiogênico), necrose do
tecido nervoso/morte
- Muito Baixo fluxo sanguíneoe/estase: causado por
TROMBOSE imobilização/paciente acamado, aneurisma (obstrução,
favorece agregação de hemácias, turbulencia)
Conceito: formação de trombos por ativação patológica do
processo de coagulação sanguínea. - Muito Alto fluxo sanguíneo: causado por hipertensão
arterial, aneurisma (ocorre fluxo turbulento)
LÂMINA DE PULMÃO – Trombose + hiperemia nos vasos +
hemorragia na luz alveolar + inflamação/pneumonite!! - Hipercoagulabilidade: causado por acidente de carro,
gravidez, cirurgia, medicamentos, queimadura (por
Identificação
alteração das plaquetas ou fatores anticoagulantes)
Massa de sangue solidificado aderido a parede do vaso,
células inflamatórias (basofílicas/azuis) na luz alveolar,
hemácias.

Linhas de Zahn (no trombo): estrias pretas (hemácias),


estrias brancas (plaquetas e fibrina)

EMBOLIA
Conceito: existência de um corpo sólido, líquido ou gasoso
(êmbolo) transportado pelo sangue e capaz de obstruir um
vaso

Exemplos:

Embolia de líquido amniótico: entrada de líquido amniótico


da circulação materna (ruptura de membrana placentária) >
ativa coagulação

Embolia gasosa: entrada de bolhas de gás no sangue


(mergulhadores = alta pressão e alta profundidade, gases
dissolvem no sangue >> retorno rápido a superfície causa
doença da descompressão) > ar + endotélio ativa coagulação

Embolia gordurosa: entrada de gordura (queimados, fraturas


de ossos longos, lipo)

Ateroembolia: fluxo de fragmento de ateroma

Embolia tumoral: entrada de célula de câncer em vasos

Resumo Etiopatogênese

A formação de trombos resulta da ativação patológica do Consequência embolia arterial = infarto!


processo de coagulação sanguínea, que ocorre pela tríade de
Virchow: (1) lesão endotelial, (2) alteração no fluxo
sanguíneo, (3) hipercoagulabilidade.

Exemplos:

- Lesão Endotelial: causada por tabagismo, diabetes,


inflamação, agentes infecciosos, aterosclerose (ocorre
adesão e agregação plaquetária a parede, rede de fibrina
segura o trombo)
Resumo Etiopatogênese
INFARTO
O infarto é caracterizado pela necrose tecidual causada por
Conceito: área circunscrita de necrose tecidual causada por isquemia (falta de sangue) em determinado órgão ou
isquemia (falta de sangue) estrutura, causada por obstrução parcial ou total
intravascular (ou compressão) e gera choque pela
Infarto branco (ou anêmico): baço, rins, coração e cérebro
hipoperfusão sistêmica.
(órgãos de circulação terminal) > a obstrução gera necrose
por isquemia, falta sangue, aspecto anêmico

Infarto vermelho (ou hemorrágico): intestino, pulmão


(órgãos de circulação dupla) > a obstrução gera necrose por
isquemia > porém há perfusão alternativa que inunda o
tecido de sangue, aspecto vermelho.

LÂMINA DE CORAÇÃO – Infarto branco + necrose coagulativa


+ degeneração hidrópica (pela hipoxia)

Identificação

Isquemia/células em necrose: citoplasma eosinofílico, Rim com infarto branco cicatrizando (nas depressões há reparo) +
núcleos com alteração (princip. cariólise). Demais células necrose tubular isquêmica
relativamente aumentadas (miocardiócito remanescente) >
infarto recente

Pulmão com infarto vermelho por tromboembolismo + necrose


coagulativa isquêmica + necrose caseosa + hematina

Fibrose: infarto antigo (com reparo)

Cérebro com infarto (que era branco, embolo obstruiu artéria que
irrigava a região mas depois saiu, logo houve irrigação da parte
necrosada e virou infarto vermelho) + necrose liquefativa +
hematina
CHOQUE
Conceito: condição em que há falência circulatória >
hipoperfusão sistêmica (redução no volume de sangue)

Hipoperfusão (redução da chegada de sangue) = isquemia


(sinônimos)

Causas: distúrbios na circulação

Choques associados a distúrbios na MACRO

- Choque cardiogênico (insuficiência cardíaca/miocardite >


falha na bomba cardíaca > infarto > não há sangue
bombeado para os tecidos > hipoperfusão.)

(fenômeno tromboembólico obstruindo artéria pulmonar >


sangue não é bombeado > falha na bomba > hipoperfusão)

- Choque hipovolêmico (grande queimado, desidratado >


hipoperfusão)

Choques associados a distribuição do sangue na MICRO

- Choque Séptico (bactérias >> endotoxinas > inflamação


sistêmica > vasodilatação > aumento da permeabilidade >
edema. Agente infeccioso agride o endotélio, coagulação
intravascular > Hipoperfusão > falência múltipla de órgãos

- Choque Anafilático (hipersensibilidade camarão/abelha >>


vasodilatação > isquemia por falta na microcirculação >
broncoconstrição) > Hipoperfusão

- Choque Neurogênico (traumatismo/lesão no SNC >> SNC


modula vasodilatação e vasoconstrição > vasodilatação não
controlada > hipoperfusão)

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