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MERCADO

FINANCEIRO E
DERIVATIVOS

Marcello Marin

E-book 1
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO���������������������������������������������� 3
O SISTEMA FINANCEIRO (DINÂMICA)� 4
INSTITUIÇÕES DO SISTEMA
FINANCEIRO NACIONAL�������������������������10
NORMATIVO���������������������������������������������������������� 15
SUPERVISORAS����������������������������������������������������� 18
OPERADORES�������������������������������������������������������� 27

INSTITUIÇÕES DO SISTEMA
FINANCEIRO INTERNACIONAL������������ 32
BANCO MUNDIAL�������������������������������������34
FUNDO MONETÁRIO
INTERNACIONAL��������������������������������������36
CONSIDERAÇÕES FINAIS����������������������39
SÍNTESE������������������������������������������������������ 40

2
INTRODUÇÃO
O sistema financeiro, tanto o nacional quanto o inter-
nacional, é composto por diversas instituições que
nos auxiliam dentro do mercado financeiro, essas
instituições têm como finalidade prover a ordem do
sistema no qual é movimentada a poupança (eco-
nomias) da sociedade e também onde alguns inves-
tidores buscam valores para que possam investir
em negócios e ideias que julgam serem boas para
a remuneração futura deles.

Sistema Financeiro Nacional diz respeito às insti-


tuições base do mercado como Banco Central do
Brasil, Comissão de Valores Mobiliários, Conselho
Nacional de Seguros Privados e Conselho Nacional
de Previdência Complementar. Essas instituições
controlam outras tantas instituições, e cada uma
delas tem a sua responsabilidade dentro do mercado.

Já o Sistema Financeiro Internacional nos traz insti-


tuições como o Banco Mundial e o Fundo Monetário
Internacional, que visam à melhora contínua do mun-
do incentivando investimento em melhorias relacio-
nas ao meio ambiente e reestruturando países que
passaram por guerras ou desastres naturais, por
exemplo, por isso necessitam de um folego finan-
ceiro para sobreviver.

Vamos detalhar esses pontos e aprender ainda mais


sobre os sistemas financeiros.

3
O SISTEMA FINANCEIRO
(DINÂMICA)
Quando falamos sobre o sistema financeiro, é nosso
dever entender como se dá a dinâmica deste impor-
tante instrumento para todos os sistemas econômi-
cos, mundialmente falando. É por conta do sistema
financeiro que vamos procurar maneiras de canali-
zar a poupança (dinheiro guardado) e, então, dispo-
nibilizar mais valores para investimentos (dinheiro
emprestado).

O sistema financeiro nos auxilia a fazer o encontro de


poupadores (valores disponíveis) com investidores.
Os poupadores são aqueles que guardam uma par-
cela do que recebem pois têm um rendimento acima
do que gastam efetivamente, já os investidores, pelo
contrário, têm oportunidade de gasto abaixo do que
tem efetivamente em mãos.

Além do descrito acima, é importante detalharmos


que o sistema financeiro deve ser o conjunto de ins-
tituições que vai regular o mercado e, dessa forma,
definir as políticas monetárias, de crédito, cambial,
fiscal entre outras, e com essa responsabilidade
enorme vão definir o funcionamento do mercado
econômico como um todo. Esse conjunto é impor-
tante para que o sistema funcione corretamente,
mas as instituições são autônomas e a ação dos
seus dirigentes podem, muitas vezes, mudar o que se
espera para a economia e para as políticas públicas.

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Dessa maneira, fica evidenciado o motivo pelo
qual o sistema financeiro de cada nação é
sempre coerente com seu grau de desen-
volvimento e com sua força econômica. As
instituições surgem, evoluem e diversificam
suas funções, como um imperativo do próprio
progresso nacional. Compete às autoridades
monetárias e fiscais anteciparem-se às neces-
sidades de mercado e da produção, ao mesmo
tempo em que cuidam de corrigir e disciplinar
as distorções porventura existentes no siste-
ma. (PINHEIRO, 2016)

Quando tratamos do sistema financeiro das nações,


existem alguns itens que fazem com que elas sejam
únicas dentro deste processo, são eles:
● A forma como é a interferência das instituições
dentro das regras de intermediação definidas;
● A quantidade e qualidade das carteiras destas
instituições de intermediação do sistema;
● Como se dá e por quais instrumentos se conse-
guem captar recursos dentro do sistema;
● A estrutura dos ativos financeiros, monetários e
não monetários, quanto a taxas de participação de
cada um deles no estoque do sistema como um todo;
● A abertura do mercado local em relação ao mer-
cado internacional.

Sistemas financeiros devem ser extremamente regu-


lamentados e não se permite que eles tenham falhas,

5
pois, se ocorrerem e forem percebidas, os sistemas
perderão a sua credibilidade e podem levar a nação
a ter sérios problemas dentro do controle da oferta
da moeda, por exemplo. E ainda podemos perceber
algumas características que vão demonstrar o mau
funcionamento do sistema como um todo:
● Encarecimento dos recursos financeiros;
● Iniciativa pública assumindo atividades econômi-
cas da iniciativa privada;
● Preços sem controle e falha nas previsões
econômicas;
● Instituições financeiras sem foco e, dessa maneira,
aumentado o custo do dinheiro e falta de credibili-
dade com a sociedade;
● Mercado “travado” e, dessa maneira, sem a rapidez
e funcionalidade correta;
● Falta de poupança espontânea, assim o caráter de
investimento que ela conseguiria é substituído pelos
custos para manter o Estado.

Quando tratamos do sistema financeiro, vamos


sempre ter que ter em mente que o sistema é um
conjunto de atividades e deve estar em sintonia com
o desenvolvimento do Estado e que todos devem
entender o seu funcionamento.

As principais funções de um sistema financeiro são


descritas na figura a seguir.

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Promover a
poupança

Gerenciar as
Arrecadar e
aplicações
concentrar a
realizadas e
poupança em
manter um
mercado para elas grandes volumes

Encaminhar os Transformar a
créditos às poupança em
atividades créditos
produtivas especiais

Figura 1: Principais funções de um sistema financeiro. FONTE:


Elaborado pelo autor, 2019.

A questão de se ter um sistema financeiro desen-


volvido é que dentro da sociedade sempre vão ter
instituições jurídicas ou físicas que gastam menos
do que produzem e, dessa maneira, criam sobra para
a sociedade, essas são as unidades superavitárias, e
outro tipo de unidade são as deficitárias que gastam
mais do que recebem, precisam buscar valores no
mercado, e o sistema financeiro promove o encontro
entre as unidades superavitárias e as deficitárias.

Segundo Pinheiro (2016), dentro de um sistema finan-


ceiro sempre encontraremos os seguintes elementos:
● Instituições ou intermediários financeiros;
● Mercados financeiros; e

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● Instrumentos ou ativos financeiros.

O sistema financeiro disponibilizará ferramentas para


que todas as unidades possam buscar seu rendi-
mento ou seu financiamento de maneira segura e
com intermediários financeiros definidos dentro do
processo. A figura a seguir define como funciona o
sistema financeiro.

Sistema Financeiro

Unidades Unidades
Superavitárias Deficitárias

• Governo • Governo
• Empresas • Empresas
• Famílias • Famílias

Intermediários Financeiros

• Bancos e Caixas Econômicas


• Bancos de Investimento e Financeiras
• Fundos de Investimento
• Outros

Mercados Ativos
Financeiros Financeiros

• Capitais • Ações
• Derivativos • Títulos privados
• Crédito • Divisas
• Derivativos
• Divisas
• Títulos públicos
• Outros
• Outros

Figura 2: Funcionamento do sistema financeiro. FONTE: PINHEIRO


(2016).

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Os sistemas financeiros pelo mundo todo têm ao
longo do tempo auxiliado os Governos a emplacarem
políticas monetárias, cambiais, fiscais entre outras, e
tentando melhorar as facilidades a todos que estão
abaixo do sistema.

SAIBA MAIS
Verifique no link a seguir os sistemas financeiros
mais desenvolvidos mundialmente.

https://exame.abril.com.br/economia/os-paises-
-onde-o-sistema-financeiro-funciona-melhor/

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INSTITUIÇÕES DO SISTEMA
FINANCEIRO NACIONAL
Já detalhamos como devem se portar os sistemas
financeiros de um modo em geral e a partir deste
momento vamos começar a entender um pouco mais
sobre o sistema financeiro nacional. O início desta
história se dá com a criação do Banco do Brasil, em
1808, sendo a primeira instituição financeira de nosso
país. Depois disso tivemos diversas outras institui-
ções que foram criadas com diversos propósitos, e
vamos detalhar cada uma delas ao longo de nosso
estudo.

Podemos tratar o sistema financeiro nacional em


duas grandes fases dentro da história, uma antes da
criação da lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, e
outra depois da referida lei. Essa é a lei que deu as
estruturas do sistema financeiro e bancário em nosso
país, com ela desenvolvemos melhor o nosso siste-
ma financeiro e foram criadas diversas instituições
e controles que ainda são usados nos dias atuais.

O Sistema Financeiro Nacional é um conjunto de


instituições responsáveis pelo funcionamento do
mercado financeiro brasileiro, no que tange à aloca-
ção de recursos na economia. Pensando na estrutura
do sistema financeiro nacional, vamos nos deparar
com diversas instituições, que estão divididas em:

1. Sistema Normativo: é composto por instituições/


órgãos que têm como responsabilidade a definição

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das políticas e das diretrizes que irão reger o sistema
financeiro nacional.; não tem funções executivas.

2. Entidades Supervisoras: responsáveis pela fisca-


lização das instituições sob sua responsabilidade e
regulamentação dos dispositivos legais ou normas
editadas pelos órgãos normativos. Engloba três en-
tidades especiais.

3. Sistema Operativo: responsáveis pelo funciona-


mento dos vários mercados envolvidos diretamente
ou como instituições auxiliares nas atividades de
captação, intermediação e aplicação de recursos no
sistema financeiro nacional.

Cada um desses grupos tem a sua responsabilidade


e as suas características. Na figura a seguir podemos
entender um pouco mais sobre a divisão e os atores
dentro de cada grupo.

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Normativos
Conselho Conselho
Conselho
Nacional de Nacional de
Monetário
Órgãos

Seguros Previdência
Nacional
Privados Complementar
Supervisoras
Entidades

Banco Comissão de Superintendência Superintendência


Central do Valores de Seguros Nacional de
Brasil Mobiliários Privados Previdência

Instituições
financeiras Demais Bolsas
captadoras Bolsas de
instituições mercadorias de
de financeiras valores
depósito e futuros
a vista

Outros intermediários financeiros


e administradores de recursos de
terceiros
Operadores

Ressegura- Sociedades
dores seguradoras

Entidades fechadas de
previdência complementar

Sociedades de capitalização

Fundos de pensão

Figura 3: Estrutura do sistema financeiro nacional. FONTE: PINHEIRO


(2016).

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Com base na figura, podemos ter uma visão geral
do funcionamento do sistema financeiro nacional e
entender que cada uma das entidades supervisoras
é responsável por outras tantas entidades e, assim,
o sistema consegue uma ótima regulação. A seguir
vamos listar quais as entidades que as entidades
supervisoras controlam.
ÓRGÃOS ENTIDADES OPERADORES
NORMATIVOS SUPERVISORAS

Banco Central do Instituições


CONSELHO Brasil Financeiras
MONETÁRIO (Bacen) captadoras de Outros inter-
NACIONAL depósitos à vista mediários
(CMN) Demais financeiros
Instituições e adminis-
Financeiras tradores de
recursos de
terceiros

Comissão Bolsas de
de Valores Mercadorias e
Mobiliários Futuros
(CVM) Bolsas de Valores

CONSELHO Superintendência Resseguradores


NACIONAL de Seguros Sociedades Seguradoras
DE SEGUROS Privados Sociedades de Capitalização
PRIVADOS (Susep) Entidades Abertas de Previdência
(CNSP) Complementar

CONSELHO Superintendência
NACIONAL DE Nacional de Entidades fechadas de previdên-
PREVIDÊNCIA Previdência cia complementar (fundos de
COMPLEMENTAR Complementar pensão)
(CNPC) (PREVIC)

Figura 4: Estrutura de funcionamento do Sistema Financeiro Nacional.


Fonte: Elaborado pelo Autor, 2019.

O Banco Central do Brasil (BACEN) tem como res-


ponsabilidade as seguintes instituições:

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Instituições financeiras captadoras de depósito à
vista – Bancos comerciais, bancos múltiplos com
carteira comercial, Caixa Econômica Federal e coo-
perativas de crédito.

Demais Instituições Financeiras - Bancos múltiplos


com carteira comercial, bancos de investimento,
BNDES, bancos de desenvolvimento, bancos de câm-
bio, sociedades de crédito, financiamento e investi-
mento, sociedades de crédito imobiliário, agências
de fomento, associação de poupança e empréstimo,
companhias hipotecárias e cooperativas centrais de
crédito.

Outros intermediários financeiros – Administradores


de consórcio, sociedades de arrendamento mercantil,
corretoras de câmbio, corretoras de títulos e valores
mobiliários (renda fixa) e distribuidores de títulos e
valores mobiliários.

Já a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem


como responsabilidade as seguintes instituições -
Companhias abertas, bolsas de valores, bolsas de
mercadorias e futuros, corretoras de títulos e valores
mobiliários (operações com títulos e valores mobili-
ários) e distribuidoras de títulos e valores mobiliários
(operações com títulos e valores mobiliários).

A Superintendência de Seguros Privados tem como


responsabilidade as seguintes instituições - socie-
dades seguradoras, sociedades de capitalização,
resseguradoras e entidades abertas de previdência
complementar.

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E, por fim, a Superintendência Nacional de Previdência
tem como responsabilidade as seguintes instituições
- entidades fechadas de previdência complementar.

A partir deste ponto do nosso estudo vamos nos


aprofundar em conhecer ainda mais os sistemas
normativos, supervisores e operativos do sistema
financeiro nacional e detalhar mais também as suas
entidades.

NORMATIVO
Os órgãos normativos são de extrema importância
para o sistema financeiro nacional, ele é a base do
sistema, que visa elevar o desenvolvimento do país
de forma equilibrada para toda a sociedade. Esse
sistema tem como uma das principais características
a criação de normas e orientação a todo o sistema
e suas funções são regular, controlar e exercer fis-
calização sobre as instituições intermediadoras e
disciplinar todas as modalidades de crédito (Pinheiro,
2016). Na sequência vamos estudar cada um dos
órgãos normativos, que são:
● Conselho Monetário Nacional (CMN);
● Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP); e
● Conselho Nacional de Previdência Complementar
(CNPC).

Conselho Monetário Nacional – Foi criado pela lei


4.595, de dezembro de 1964 e é o órgão deliberativo

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máximo do sistema financeiro nacional. Desde 1995,
é constituído pelo Ministro de Estado da Fazenda
(Presidente do CMN), pelo Ministro de Estado do
Planejamento, Gestão e Orçamento e pelo Presidente
do Banco Central do Brasil.

Os principais objetivos do CMN são os seguintes:


● Adaptar o volume dos meios de pagamento às
reais necessidades da economia e desenvolver seu
processo de crescimento;
● Regular o valor, seja interno ou externo, de moeda
e equilibrar o balanço de pagamento do país;
● Orientar a aplicação dos recursos dos correspon-
dentes bancários;
● Aperfeiçoar as instituições e os instrumentos fi-
nanceiros que fazem parte do sistema;
● Preservar a liquidez e garantir o pagamento das
instituições financeiras; e
● Coordenar as políticas monetária, creditícia, orça-
mentária, fiscal e da dívida pública interna e externa
(BANCO CENTRAL DO BRASL, 1964).

Conselho Nacional de Seguros Privados – Órgão


normativo do setor de seguros do País, criado pelo
Decreto-Lei nº 73/66. Suas principais funções são
determinar as normas gerais da política governa-
mental para os segmentos de seguros privados,
de capitalização e de previdência privada aberta.
Desde 2001 é composto pelos seguintes mem-
bros: Ministro de Estado da Fazenda (Presidente

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do CNSP), Superintendente da Superintendência
de Seguros Privados - SUSEP (Vice-Presidente do
CNSP), Representante do Ministério da Justiça,
Representante do Banco Central do Brasil,
Representante do Ministério da Previdência e
Assistência Social e Representante da Comissão
de Valores Mobiliários.

O conselho desempenha as seguintes atribuições


principais:
● Fixar as diretrizes e normas da política de seguros
privados;
● Regular a constituição, organização, funcionamento
e fiscalização dos que exercem atividades subordi-
nadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados,
bem como a aplicação das penalidades previstas;
● Fixar as características gerais dos contratos de
seguros, previdência privada aberta e capitalização;
● Estabelecer as diretrizes gerais das operações de
resseguro;
● [...]
● Prescrever os critérios de constituição das socie-
dades seguradoras, de previdência privada aberta
e de capitalização com fixação dos limites legais e
técnicos das respectivas operações e
● Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão
de corretor (BRASIL, 1966).

Conselho Nacional de Previdência Complementar


– “órgão com a função de regular o regime de pre-

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vidência complementar operado pelas entidades
fechadas de previdência complementar (Fundos
de Pensão)” (BRASIL, 2017). O CNPC é composto
pelos seguintes membros: Ministro de Estado da
Previdência Social (Presidente do CNPC), represen-
tante da Superintendência Nacional de Previdência
Complementar (PREVIC), representante da Secretaria
de Políticas de Previdência Complementar (SPPC),
representante da Casa Civil da Presidência da
República, representante do Ministério da Fazenda,
representante do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão, representante das entidades
fechadas de previdência complementar, dos patroci-
nadores e instituidores de planos de benefícios das
entidades fechadas de previdência complementar
e representante dos participantes e assistidos de
planos de benefícios das referidas entidades.

SUPERVISORAS
Essas entidades chamadas de supervisoras, assim
como o próprio nome diz, têm a obrigação de criar
normas e supervisionar os mercados. As entidades
supervisoras são divididas em quatro segundo os
mercados de operação ou segmentos que devem
supervisionar.

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Mercado Entidade Supervisora

Financeiro Banco Central do Brasil

Capitais Comissão de Valores Mobiliários

Seguros
privados e Superintendência de Seguros Privados
capitalização

Previdência Superintendência Nacional de


complementar Previdência Complementar

Figura 5: Divisão das entidades supervisoras. FONTE: PINHEIRO, 2016

Banco Central do Brasil – Criado pela Lei da Reforma


Bancária (Lei nº 4.595 de 31.12.64), é uma autar-
quia federal que tem como principal função asse-
gurar a estabilidade do poder de compra da moeda
nacional e zelar por um sistema financeiro sólido e
eficiente. O presidente e a diretoria são nomeados
pelo Presidente da República, depois dos nomes
previamente aprovados pelo Senado Federal. Seus
principais objetivos são:
● Manter o poder de compra da moeda nacional e a
solidez do Sistema Financeiro Nacional;
● Executar a política monetária por intermédio da
utilização de títulos do Tesouro Nacional;
● Conceder autorização de funcionamento de institui-
ções financeiras e zelar pela sua liquidez e solvência;
● Fiscalizar as instituições financeiras e as clearings
(câmaras de compensação);

19
● Controlar as operações de crédito das instituições
do Sistema Financeiro Nacional;
● Emitir papel-moeda;
● Controlar o meio circulante, de forma a atender
a demanda de dinheiro necessária às atividades
econômicas;
● Controlar a expansão da moeda e do crédito e fi-
xar a taxa de juros de referência (taxa Selic) para as
operações compromissadas de um dia;
● Executar o sistema de metas da inflação para man-
ter controlado o nível geral de preços;
● Formular, executar e acompanhar a política cambial
e de relações financeiras com o exterior;
● Manter parte das reservas em ouro e moedas es-
trangeiras para atuação nos mercados de câmbio; e
● Administrar as reservas internacionais brasileiras.

Comissão de Valores Mobiliários – criada pela Lei


nº 6.385/76, é uma autarquia, em regime especial,
vinculada ao Ministério da Fazenda, com a finalidade
de disciplinar, fiscalizar e desenvolver o mercado
de valores mobiliários brasileiro. É composta por
um Presidente e quatro Diretores, que constituem
o Colegiado e são nomeados pelo Presidente da
República, depois dos nomes aprovados pelo Senado
Federal, e tem por objetivos:

Proteger os titulares de valores mobiliários e


os investidores do mercado contra emissões

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irregulares de valores mobiliários; atos ilegais
de administradores e acionistas controladores
das companhias abertas, ou de administra-
dores de carteira de valores mobiliários; e o
uso de informação relevante não divulgada
no mercado de valores mobiliários. Evitar ou
coibir modalidades de fraude ou manipula-
ção destinadas a criar condições artificiais de
demanda, oferta ou preço dos valores mobi-
liários negociados no mercado (BRASIL, Lei
6.385/76).

Além disso, busca:

Assegurar o funcionamento dos mercados de


bolsa e de balcão;

[...]

Proteger os titulares de valores mobiliários


e os investidores do mercado contra emis-
sões irregulares de valores mobiliários, atos
ilegais de administradores e acionistas das
companhias abertas, ou de administradores
de carteira de valores mobiliários; e o uso de
informação relevante não divulgada no mer-
cado de valores mobiliários. Evitar ou coibir
modalidades de fraude ou manipulação desti-
nadas a criar condições artificiais de deman-

21
da, oferta ou preço dos valores mobiliários
negociados no mercado;

Assegurar o acesso do público a informações


sobre os valores mobiliários negociados e as
companhias que os tenham emitido

[...]

Assegurar a observância de práticas comer-


ciais equitativas no mercado de valores mo-
biliários; e

Assegurar a observância no mercado, das


condições de utilização de crédito fixadas
pelo Conselho Monetário Nacional (BRASIL,
Lei 6.385/76)

Para aumentar a eficiência da atividade regulatória,


a CVM adota o sistema de autorregulação para de-
terminadas atividades no mercado de valores mobi-
liários, evitando, assim, a centralização excessiva do
poder de editar normas e fiscalizar seu cumprimento.

Podcast 1

22
FIQUE ATENTO
Qual a função da CVM?

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) é uma


autarquia de regime especial, que regulamenta a
atividade de mercado de valores, bem como fis-
caliza essa atividade. Pode, portanto, ser consi-
derada como uma Agência Reguladora, a despei-
to de não possuir o designativo “agência”.

Superintendência de Seguros Privados – Criada em


1966 pelo Decreto-Lei 73/66, que também instituiu o
Sistema Nacional de Seguros Privados, como órgão
responsável pelo controle e fiscalização dos merca-
dos de seguro, previdência privada aberta, capitali-
zação e resseguro. É uma autarquia vinculada ao
Ministério da Fazenda, administrada por um Conselho
Diretor, composto pelo Superintendente e por quatro
Diretores. Suas principais atribuições são:
● Fiscalizar a constituição, organização, funciona-
mento e operação das Sociedades Seguradoras,
de Capitalização, Entidades de Previdência Privada
Aberta e Resseguradores.
● Atuar no sentido de proteger a captação de poupan-
ça popular que se efetua através das operações de
seguro, previdência privada aberta, de capitalização
e resseguro;
● Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores
dos mercados supervisionados;

23
● Promover o aperfeiçoamento das instituições e
dos instrumentos operacionais a eles vinculados,
com vistas à maior eficiência do Sistema Nacional
de Seguros Privados e do Sistema Nacional de
Capitalização;
● Promover a estabilidade dos mercados sob sua
jurisdição, assegurando sua expansão e o funciona-
mento das entidades que neles operem;
● Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que
integram o mercado;
● Disciplinar e acompanhar os investimentos daque-
las entidades, em especial os efetuados em bens
garantidores de provisões técnicas (SUSEP).

Superintendência de Previdência Complementar –


Atua como entidade de fiscalização e de supervisão
das atividades das entidades fechadas de previdên-
cia complementar (fundos de pensão) e de execução
das políticas para o regime de previdência comple-
mentar operado por essas entidades. É uma autar-
quia vinculada ao Ministério da Previdência Social
e seu objetivo é fiscalizar as entidades fechadas de
previdência complementar, tenham elas patrocina-
dores públicos ou privados.

Dentre as entidades supervisoras, estão incluídas


três instituições especiais importantes, que possuem
características do sistema normativo e do sistema
operativo, como segue:

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Banco do Brasil S.A. – Sociedade de economia mista
de capitais públicos e privados, que desempenha as
seguintes funções:
● Administrar a Câmara de Compensação de che-
ques e outros papéis;
● Aquisição e o financiamento dos estoques de pro-
dução exportável;
● Agenciamento dos pagamentos e recebimentos
fora do país;
● Operação de Fundos de Investimento Setorial;
● Executar a política de crédito rural e industrial;
● Política de preços mínimos para produtos
agropastoris;
● Compra e venda de moeda estrangeira por ordem
própria ou do BC.

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e


Social – Criado em 1952 como uma autarquia federal,
hoje é uma empresa pública vinculada ao Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
com personalidade jurídica de direito privado e patri-
mônio próprio. Utiliza recursos próprios, empréstimos
e doações de entidades nacionais e estrangeiras e
de organismos internacionais, como o BID, além de
receber recursos do PIS e PASEP e sua finalidade é:
● Impulsionar o desenvolvimento econômico e social
do país;

25
● Fortalecer a empresa privada nacional mediante a
adoção de uma política de investimentos de longo
prazo;
● Atenuar os desequilíbrios regionais, criando novos
polos de produção;
● Promover o crescimento e a diversificação das
exportações brasileiras;
● Fortalecer a estrutura de capital das empresas pri-
vadas e o desenvolvimento do mercado de capitais,
mantendo linhas de apoio para financiamentos de
longo prazo a custos competitivos;
● Financiar a comercialização de máquinas e equi-
pamentos e possibilitar a subscrição de valores mo-
biliários no mercado de capitais brasileiro por meio
de duas subsidiárias integrais, a FINAME (Agência
Especial de Financiamento Industrial) e a BNDESPAR
(BNDES Participações).

Caixa Econômica Federal – Criada com o propósito


de incentivar a poupança e de conceder empréstimos
sob penhor, é uma empresa pública e responsável
por:
● Priorizar operações relacionadas com políticas do
Governo Federal para habitação, saneamento básico,
infraestrutura e prestação de serviços;
● Prestação de serviços de natureza social delegada
pelo Governo Federal;
● Administrar os recursos e atender os trabalhado-
res formais no tocante aos pagamentos do FGTS

26
– Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, PIS e
seguro-desemprego; e
● Atender aos beneficiários de Programas Sociais e
apostadores das loterias.

Essas entidades supervisoras do mercado vêm tendo


uma importância ainda maior ao longo do tempo,
sejam pela função de controle que fazem, seja pela
de supervisão e, às vezes, até por conta das ativida-
des de polícia que exercem, como no caso da CVM.

OPERADORES
Os operadores do sistema financeiro nacional são
principalmente os bancos, sejam eles comerciais, de
investimentos ou de fomento ou desenvolvimento
dentro da sociedade.

Um tipo importante de instituição financeira


é a instituição financeira captadora de depó-
sito à vista, que aceita fundos das unidades
superavitárias e os concede em crédito às
deficitárias mediante empréstimos e compra
de títulos.

Essas instituições são caracterizadas pela


captação de depósitos a vista, livremente mo-
vimentados por meio de cheques emitidos

27
pelos clientes depositantes. Em função disso,
elas podem ser caracterizadas também pela
faculdade de emissão de moeda escritural.
(PINHEIRO, 2016).

Exemplos de • Bancos comerciais


instituições • Bancos múltiplos com carteira
financeiras comercial
captadoras de
• Caixa Econômica Federal
depósito a
vista • Cooperativas de crédito

Figura 6: Instituições financeiras captadoras de depósito à vista.


FONTE – PINHEIRO, 2016.

Estas importantes instituições movimentam o mer-


cado financeiro por meio de empréstimos de dinheiro
para a sociedade em geral e cooperativas de crédi-
to que podem fazer o financiamento de segmentos
específicos do mercado e da sociedade. A seguir,
vamos falar sobre mais algumas instituições finan-
ceiras que podem ser de extrema importância dentro
do sistema financeiro nacional.

Começaremos com os bancos múltiplos que são ins-


tituições financeiras que fornecem diversos serviços
para a sociedade em geral. Eles surgiram a partir da
resolução 1.524, de setembro de 1988.

Para que os bancos sejam definidos como banco


múltiplo, têm que possuir pelo menos as carteiras co-
merciais ou de investimento, e, dessa maneira, po-
derão atender à população nestes dois segmentos
ou em mais que tenham interesse.

28
Dentro dos bancos múltiplos, ainda temos os bancos
que são responsáveis pela implementação de políti-
cas públicas do governo brasileiro. A figura a seguir
demonstra isso e como o BNDES e a CEF são essas
instituições do governo brasileiro.

Bancos Públicos Operadores de


Políticas Governamentais

CAIXA ECONÔMICA
BNDES
FEDERAL

Responsável pela política Responsável pela


de investimento a longo operacionalização das
prazo do Governo Federal, políticas do Governo
necessário ao Federal para habitação
fortalecimento da popular e saneamento
empresa privada nacional. básico.

Figura 7: Bancos públicos operadores de políticas governamentais.


FONTE – PINHEIRO, 2016.

Esses bancos não são os únicos operadores do sis-


tema, temos diversos outros operadores dentro do
nosso sistema de custódia e de desenvolvimento e
financiamento no Brasil, esses grupos, com certeza,
são os mais importantes e dessa maneira consegui-
mos melhorar o nosso entendimento do todo.

Outro importante protagonista do sistema finan-


ceiro é o sistema de pagamentos, que é um grupo
de regras bem definidas com mecanismos para a
transferência e liquidação das operações financeiras

29
entre todos os envolvidos no processo (governos,
empresas e agentes econômicos).

A Rede do Sistema Financeiro Nacional


(RSFN) é uma estrutura de comunicação de
dados criada com a finalidade de suportar as
mensagens entre as instituições titulares de
conta de reservas bancárias ou de conta de
liquidação no Bacen, as câmaras e os presta-
dores de serviços de compensação e de liqui-
dação, a Secretaria do Tesouro Nacional e o
Bacen, no âmbito do SPB. (PINHEIRO, 2016)

O governo brasileiro nos últimos tempos tem se espe-


cializado cada vez mais e tem crescido o seu poder
dentro do sistema de pagamentos, inclusive, para
muitos estudiosos, o sistema financeiro brasileiro e
seu sistema de pagamentos é um dos mais moder-
nos do mundo.

Nesse sistema, são comercializados papéis de dívida


e títulos entre outros tipos de ativos mobiliários, que
são valorados pelas taxas de juros que eles devolvem
aos seus investidores. Os papéis mais comuns são
os emitidos pelo Governo, pelo Tesouro Nacional,
mas há também emissão de títulos pelos Governos
Estaduais e Municipais.

Além desses títulos do Governo, há a emissão priva-


da, dentre as quais as que mais se destacam são o
CDI (Certificados de Depósitos Interfinanceiros) e o
CDB (Certificado de Depósito Bancário).

30
Existem dois custodiantes para esses títulos que
são: a SELIC, para os títulos públicos, e a CETIP, para
títulos privados.

A CETIP – Central de Custódia e Liquidação


Financeira de Títulos “é um ambiente informatizado
e transparente de registro ou de negociação e têm
mecanismos de auto-regulamentação” (NODA, 2010).

O Selic é o depositário central dos títulos que com-


põem a dívida pública federal interna de emissão
do Tesouro Nacional e, nessa condição, processa a
emissão, o resgate, o pagamento dos juros e a custó-
dia desses títulos. É também um sistema eletrônico
que processa o registro e a liquidação financeira das
operações realizadas com esses títulos pelo seu
valor bruto e em tempo real, garantindo segurança,
agilidade e transparência aos negócios.

Esses grupos são os que conhecemos como grandes


e importantes dentro do sistema financeiro nacional,
agora vamos conhecer um pouco do sistema finan-
ceiro internacional.

31
INSTITUIÇÕES DO
SISTEMA FINANCEIRO
INTERNACIONAL
O sistema financeiro internacional se inicia com o
grande número de convenções, acordos ou regras, as
que estão em papel via lei, ou as que são implícitas
nas relações entre os mais diversos países. Esse
conjunto de regras deve servir como balizador da
relação entre países em distinção a questão mone-
tária nas relações entre eles, e devem contemplar os
seguintes aspectos:
● Definição dos participantes;
● Grau de adesão de cada membro ao conjunto de
regras estabelecidas;
● Regras para os ajustes dos balanços de pagamen-
tos dos países-membros;
● Padrão monetário;
● Relação entre as várias moedas dos países
participantes;
● Tipo de câmbio (fixo ou flutuante);
● Convertibilidade entre as moedas;
● Liquidez internacional;
● Financiamento dos desequilíbrios dos balanços
de pagamentos; e
● Criação de instituições tutelares.

32
De acordo com Pinheiro (2016),

O sistema financeiro internacional atualmente


baseia-se em um tripé fortemente armado por
mais de 180 países. Esse tripé é constituído
pelo Banco Mundial, o FMI e os diversos ban-
cos centrais do mundo. Cada um deles tem a
sua participação nas decisões econômicas e
sociais pelo mundo inteiro e tem a responsa-
bilidade de desenvolver o mundo financeira e
socialmente, para aumentar o bem-estar da
sociedade em geral.

Na sequência, vamos detalhar os principais ato-


res dentro do processo do sistema financeiro
internacional.

Podcast 2

33
BANCO MUNDIAL
O Banco Mundial teve a sua criação durante a
Segunda Grande Guerra e a sua função era ajudar na
reconstrução da Europa após a guerra, mesmo com
a reconstrução já finalizada o seu caráter de ajuda
em grandes reconstruções sempre foi um foco, pois
os desastres naturais e as emergências humanitá-
rias não param de aparecer ao longo dos anos, mas
com o passar do tempo o Banco Mundial colocou
como meta a redução da pobreza mundial e foco no
desenvolvimento humanitário.

SAIBA MAIS
O Banco Mundial proporciona mais de USD 30
bilhões anuais em empréstimos para os países
clientes.

O Banco Mundial ressalta para todos os seus países


clientes algumas necessidades, conforme a seguir.
● Investir nas pessoas, especialmente por meio da
saúde e da educação básica;
● Proteger o meio ambiente;
● Apoiar e estimular o desenvolvimento dos negócios
das empresas privadas;
● Aumentar a capacidade dos governos para prestar
serviços de qualidade com eficiência e transparência;

34
● Promover reformas para criar um ambiente macro-
econômico estável conducente a investimentos e a
planejamento de longo prazo; e
● Dedicar-se ao desenvolvimento social, inclusão,
boa governança e fortalecimento institucional como
elementos essenciais para a redução da pobreza.

Além de financiar projetos, o Banco Mundial também


oferece sua grande experiência internacional em di-
versas áreas de desenvolvimento.

O Banco conta com o apoio de cinco instituições que


ficam abaixo de sua alçada. São elas:
● Banco Internacional para a Reconstrução e o
Desenvolvimento (Bird)
● Associação Internacional de Desenvolvimento (AID)
● Corporação Financeira Internacional (IFC)
● Agência Multilateral de Garantia de Investimentos
(Amgi)
● Centro Internacional para Acerto de Disputas de
Investimento (Ciadi)

Com a sua disciplina, expertise e seus dólares o


Banco Mundial se torna um dos mais importantes
atores do sistema financeiro internacional em con-
junto com o Fundo Monetário Internacional (FMI),
que iremos detalhar a seguir neste material.

35
FUNDO MONETÁRIO
INTERNACIONAL
O FMI foi criado em 1944, em uma conferência reali-
zada nos Estados Unidos, pelas Nações Unidas, isso
se deu principalmente porque, após a quebra da bolsa
de Nova York, os Estados Unidos, e consequentemen-
te o mundo, mergulharam em uma grande recessão
global que precisava ser pensada e controlada de
alguma maneira, então se viu que havia a necessi-
dade de criação de um organismo que organizasse
o comércio e as finanças globalmente. A Segunda
Grande Guerra atrasou a implementação do FMI, e
suas atividades só se iniciaram em março de 1947,
já com a denominação de principal instituição finan-
ceira internacional.

Os principais objetivos do FMI são:


● Estimular a cooperação internacional;
● Facilitar a expansão e o crescimento equilibrado
do comércio mundial;
● Promover a estabilidade cambial; e
● Colaborar para o estabelecimento de um sistema
de pagamentos internacionais e para a eliminação
de restrições cambiais

O FMI, muitas vezes, tem como sua responsabilida-


de a de ser um “banqueiro” de países que passam
por dificuldades e precisam de financiamento. Ficou
extremamente conhecido durante as crises dos anos

36
80 quando auxiliaram países em suas tentativas de
sair da crise das dívidas externas que se instaurou
em muitos países à época.

Pinheiro (2016) afirma que

Os fundos do FMI são constituídos por cotas


subscritas pelos países-membros, pagas em
ouro, dinheiro e Direitos Especiais de Saque
(DES). As cotas são determinadas de acordo
com uma fórmula que leva em conta um con-
junto de variáveis econômicas e financeiras,
revistas a cada cinco anos.

Os países membros podem solicitar até 25% de em-


préstimo em caso de necessidade. Quando os valo-
res solicitados pelos países excederem os 25%, a
comissão do FMI deve analisar dois fatores:
● Primeiro – O dinheiro do FMI é de todos os mem-
bros, então o que se espera é que depois de resolver
seus problemas, o membro que pegou o empréstimo
realize o pagamento e que o próximo a ter problemas
possa usar;
● Segundo – O país membro que solicita o emprés-
timo deve demonstrar como se dará o pagamento
destes em período de três a cinco anos, pois o FMI
tem obrigação com todos os membros e deve pre-
servar a integridade financeira em suas transações,
emprestando fundos somente se o membro solici-
tante vier a usar esse empréstimo de forma correta
e com prudência.

37
Então, todo pedido de empréstimo que é feito jun-
to ao FMI deve vir acompanhado de um plano de
redução de custos e políticas públicas que serão
introduzidas pelos seus governantes dentro do país.

O FMI tem uma importante função dentro do siste-


ma financeiro mundial: auxilia os países membros
a saírem de crises via empréstimos e cobrança de
soluções para esses problemas. As suas riquezas
vêm dos próprios países membros e, por conta disso,
devem ser muito bem analisadas ao serem disponi-
bilizadas para os membros.

SAIBA MAIS
Entenda um pouco mais sobre o Banco Central acessan-
do: https://www.tororadar.com.br/investimento/
bovespa/bacen-banco-central-do-brasil.

38
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, entendemos como se dá o funciona-
mento do sistema financeiro Nacional e Internacional.
Também conhecemos as instituições que fazem
parte dos dois sistemas, elas que são os pilares
principais para que os sistemas possam operar de
forma ótima e consigam fazer a sua função dentro
do processo de ajuda para o mercado financeiro e
monetário, auxiliando ainda o Estado a definir e im-
plementar as políticas públicas.

Além disso, verificamos que, quando pensamos em


sistema financeiro nacional, as principais institui-
ções são o Banco Central do Brasil e a Comissão
de Valores Mobiliários; e, se pensarmos no sistema
financeiro internacional, são o Banco Mundial e o
Fundo Monetário Internacional. Todas essas insti-
tuições em conjunto devem ser preservadas e ter a
sua função exaltada.

39
SÍNTESE

Mercado Financeiro
e Derivativos

Nesta unidade, trabalharemos


os seguintes tópicos:

• A dinâmica do sistema financeiro.

• Instituições do Sistema Financeiro Nacional.

• Instituições do Sistema Financeiro Internacional.

Primeiramente, discorreremos sobre os sistemas


financeiros como um todo, analisando como se dá seu
desenvolvimento e como ele obteve o crescimento de
importância ao longo dos tempos.

Na sequência, estudamos o Sistema Financeiro Nacional e


suas importantes instituições para o bom andamento da
ordem financeira e econômica nacional e, por fim,
estudamos o Sistema Financeiro Internacional.

Os três temas são complementares e, para que possamos


entender um, é necessário que tenhamos conhecimento
dos outros. O estudo dos Sistemas Financeiros é o
primeiro ponto para que se tenha o entendimento da
base das políticas monetárias.
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