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Raciocínio Dialético

Autor: Marcos Simões Bellini

A árvore.

Segundo Hegel, o conceito é a unidade do universal e do particular. Em outras palavras, é a


expressão da essência de um objeto que contém tanto a sua generalidade quanto a sua
singularidade. O conceito é o resultado de um processo dialético que envolve três
momentos: a tese, a antítese e a síntese.

A tese é a afirmação inicial de uma ideia ou de uma realidade. Esta é confrontada pela
antítese, que é a negação ou a contradição da tese. A síntese é a superação da oposição
entre a tese e a antítese. Ela preserva os elementos verdadeiros de ambos e os eleva a um
nível superior de compreensão.

Tentemos aplicar esse método dialético para chegar ao conceito de uma árvore. Uma
possível tese seria a definição de árvore como uma planta lenhosa com um tronco,
ramos, folhas e raízes. No entanto, essa definição é insuficiente. Ela não abrange todas as
características e diferenças das árvores, nem as relações que elas estabelecem com o meio
ambiente e com os seres humanos.

Uma possível antítese seria a negação da árvore como uma planta. Em vez disso,
afirmamos a árvore como um ser vivo, dotado de sensibilidade e movimento. Aqui,
“sensibilidade” se refere à capacidade da árvore de responder a estímulos ambientais, e
“movimento” se refere ao crescimento e desenvolvimento da árvore ao longo do tempo. No
entanto, essa negação também é problemática. Ela não explica como a árvore se diferencia
de outros seres vivos, nem como ela se relaciona com eles.

Uma possível síntese seria a superação da oposição entre a árvore como planta e a
árvore como ser vivo. Afirmamos a árvore como um organismo complexo que integra
aspectos físicos, químicos, biológicos e ecológicos. A árvore participa de um sistema
dinâmico e interdependente de vida na Terra. Por exemplo, as árvores contribuem
para a biodiversidade ao fornecer habitat para várias espécies. Elas também
desempenham um papel crucial no ciclo do carbono ao absorver dióxido de carbono
durante a fotossíntese.
No entanto, mesmo essa síntese não é a “essência” final da árvore, de acordo com Hegel. A
essência de uma árvore só seria alcançada quando chegássemos a uma compreensão que
incorporasse todas as suas múltiplas facetas e relações - sua “totalidade” e “essência”, por
assim dizer. Isso poderia incluir tudo, desde sua contribuição para a biodiversidade até seu
papel no ciclo do carbono e sua importância cultural e simbólica para os seres humanos.

Além disso, a árvore tem um aspecto arquetípico significativo em várias culturas e tradições.
Ela é frequentemente vista como um símbolo de vida, prosperidade, sucesso e abundância.
A árvore representa a ligação entre o céu e a terra, o espiritual e o físico. Essas
características da árvore se alinham com a ideia de Jung de arquétipos, pois são imagens e
símbolos universais que se repetem em diferentes culturas e religiões ao longo do tempo.

Portanto, ao considerar a árvore como um arquétipo, podemos começar a entender sua


“essência” não apenas em termos biológicos ou físicos, mas também em termos
psicológicos e espirituais. Isso nos ajuda a apreciar a árvore não apenas como um objeto
individual, mas como um símbolo universal de vida e interconexão. Isso nos ajuda a chegar
mais perto do “conceito absoluto” de uma árvore, como Hegel poderia dizer.

As árvores são organismos complexos que integram aspectos físicos, químicos, biológicos
e ecológicos. Elas participam de um sistema dinâmico e interdependente de vida na Terra,
contribuindo para a biodiversidade ao fornecer habitat para várias espécies e
desempenhando um papel crucial no ciclo do carbono ao absorver dióxido de carbono
durante a fotossíntese.
Além disso, as árvores têm um significado cultural e espiritual profundo em muitas culturas
ao redor do mundo. Elas são frequentemente vistas como símbolos de vida, crescimento,
força e resiliência. Muitas práticas espirituais e religiosas envolvem árvores de alguma
forma.

As árvores também têm um valor econômico significativo. Elas fornecem madeira, papel,
frutas, nozes e outros produtos essenciais para a economia humana.

Finalmente, exploramos a possibilidade de que as árvores possam ter uma forma de


consciência ou percepção própria. Embora essa ideia seja altamente especulativa e não,
seja amplamente aceita pela ciência mainstream, ela nos ajuda a apreciar a árvore não
apenas como um objeto individual, mas como um ser consciente em seu próprio direito.

Portanto, o conceito de uma árvore que emergiu de nossa discussão é o de um


organismo complexo e interconectado que é simultaneamente parte do mundo físico
e, de alguma forma, sujeito de sua própria experiência. Este conceito incorpora tanto
a existência objetiva da árvore no mundo físico quanto a sua possível existência
subjetiva como um ser consciente. Ele nos ajuda a apreciar a árvore não apenas
como um objeto individual, mas como um símbolo universal de vida e interconexão.

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