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UNIVERSIDADE DO ALGARVE

FACULDADE DE CIÊNCIAS DO MAR E DO AMBIENTE


Engenharia do Ambiente

PROPOSTA DE DEFINIÇÃO DE ÂMBITO DO


EIA PRELIMINAR DO
MOTÓDROMO INTERNACIONAL DO ALGARVE
Trabalho realizado no âmbito da disciplina de
Avaliação do Impacte e Risco Ambiental

Trabalho elaborado por:


• Coelho, P. - 13456
• Casimiro, I. - 12261
• Cosquete, P. - 14563
• Vieira, F. - 13485

Faro, 14 de Dezembro de 2001


Avaliação do Impacte e Risco Ambiental

ÍNDICE

I- IDENTIFICAÇÃO DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO PROJECTO .......3


I.1- INTRODUÇÃO .............................................................................3
I.2- ANTECEDENTES DO PROJECTO ...................................................3
I.3- JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO ......................................................3
I.4- LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO ......................................................4
I.5- CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO ....................................5
I.5.1- Descrição sumária das principais características físicas do projecto.5
I.5.2- Projectos associados ou complementares.........................................6
I.5.3- Concepção do projecto ......................................................................6
II- ALTERNATIVAS DO PROJECTO...............................................8

III- IDENTIFICAÇÃO DAS QUESTÕES SIGNIFICATIVAS .............8


III.1- IDENTIFICAÇÃO DAS ACÇÕES OU ACTIVIDADES COM POTENCIAIS
IMPACTES NEGATIVOS SIGNIFICATIVOS.......................................8

III.2- HIERARQUIZAÇÃO DOS POTENCIAIS IMPACTES NEGATIVOS. ........9


III.3- IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS FACTORES AMBIENTAIS ............10
III.4- IDENTIFICAÇÃO DAS CONDICIONANTES AO PROJECTO................11
III.5- IDENTIFICAÇÃO DAS POPULAÇÕES E OUTROS GRUPOS SOCIAIS
POTENCIALMENTE AFECTADOS OU INTERESSADOS NO
PROJECTO.............................................................................11

IV- CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO E SUA


PREVISÍVEL EVOLUÇÃO SEM PROJECTO ...........................12
IV.1- CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO ...........................12
IV.1.1- Clima .............................................................................................12
IV.1.2- Geologia e Geomorfologia.............................................................13
IV.1.3- Solos e Usos do Solo ....................................................................13
IV.1.4- Recursos Hídricos .........................................................................14
IV.1.4.1- Recursos Hídricos Superficiais ...........................................................14
IV.1.4.2- Recursos Hídricos Subterrâneos .........................................................14
IV.1.5- Ecologia.........................................................................................15
IV.1.5.1- Fauna...................................................................................................15
IV.1.5.2- Flora ....................................................................................................16
IV.1.5.3- Habitats ...............................................................................................16
IV.1.6- Qualidade do ar .............................................................................17
IV.1.7- Ambiente Sonoro ...........................................................................18
IV.1.8-Paisagem........................................................................................18
IV.1.9- Factores Sócio-económicos ..........................................................19

Proposta de Definição de Âmbito do EIA Preliminar do Motódromo Internacional do Algarve


Avaliação do Impacte e Risco Ambiental

IV.2- EVOLUÇÃO DO AMBIENTE SEM A REALIZAÇÃO DO PROJECTO...20


V- METODOLOGIA A ADOPTAR PARA A IDENTIFICAÇÃO E
AVALIAÇÃO DOS IMPACTES. ................................................20
V.1- CLIMA....................................................................................21
V.2- GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA................................................21
V.3- SOLOS E USOS DO SOLO ........................................................22
V.4- RECURSOS HÍDRICOS ..............................................................22
V.4.1- Recursos Hídricos Superficiais .......................................................22
V.4.2- Recursos Hídricos Subterrâneos ....................................................22
V.5- ECOLOGIA..............................................................................22
V.5.1- Fauna .............................................................................................22
V.5.2- Flora ...............................................................................................22
V.5.3- Habitats ..........................................................................................23
V.6- QUALIDADE DO AR ..................................................................23
V.7- AMBIENTE SONORO ................................................................23
V.8- PAISAGEM..............................................................................23
V.9 - FACTORES SÓCIO-ECONÓMICOS .............................................24
V.10- IMPACTES CUMULATIVOS .......................................................24
VI- PROPOSTA METODOLÓGICA PARA A ELABORAÇÃO
DO PLANO GERAL DE MONITORIZAÇÃO .............................24

VII- PLANEAMENTO DO EIA ...............................................................25

VIII- REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ......................................27

IX- BIBLIOGRAFIA ........................................................................29

Proposta de Definição de Âmbito do EIA Preliminar do Motódromo Internacional do Algarve


Avaliação do Impacte e Risco Ambiental

I- IDENTIFICAÇÃO DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO PROJECTO


I.1- INTRODUÇÃO
A presente proposta de definição de âmbito do Estudo de Impacte Ambiental Preliminar
do Motódromo Internacional do Algarve (MIA) foi elaborado segundo a disposição
legal da Portaria n.º 330/2001 de 2 de Abril, no seguimento ao preceituado no Decreto-
Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio.

O projecto do Motódromo Internacional do Algarve (MIA) apresenta como proponente


o consórcio Somague S.A. e J. G. Veloso Arquitectos Associados, sendo a entidade
licenciadora do projecto a Câmara Municipal de Loulé, com o aval da Federação
Nacional de Motociclismo e do Instituto do Desporto (Somague & Veloso, 1997).

I.2- ANTECEDENTES DO PROJECTO


Durante a elaboração do Plano Director Municipal de Loulé (PDM), a empresa
Consultadoria, Estudos e Projectos de Engenharia, L.da efectuou um Anteprojecto com
Memória Descritiva e Justificativa. No PDM de Loulé, ratificado pela Resolução de
Conselho de Ministros 81/95, de 24 de Agosto, mencionava no artigo 65º uma zona pré
destinada à elaboração de um Plano de Pormenor, para a implantação de um motódromo
(Somague & Veloso, 1997).

No ano de 1997 foi concluído um projecto de investimentos elaborado pela Somague,


SA, onde além de outros elementos foi apresentada uma proposta para o
empreendimento desportivo. Esta proposta, fazia parte do concurso de
“Concepção/Construção” do Motódromo Internacional do Algarve, fase esta do projecto
que será sujeita ao EIA preliminar, no decurso desta proposta de definição de âmbito
(Somague & Veloso, 1997).

No entanto, este projecto encontra-se, de momento, abandonado devido a outras


prioridades municipais.

I.3- JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO


O projecto a implantar tem como objectivo colmatar o défice de equipamentos e
instalações de desporto motorizado, na região do Algarve, na vertente de velocidade.
Desta forma, pretende-se que o MIA reuna um conjunto de equipamentos e instalações
que possam albergar condignamente as mais importantes provas internacionais
(Somague & Veloso, 1997).

A localização do projecto no concelho de Loulé tem em conta factores como a


acessibilidade, a disponibilidade hoteleira existente e as características climáticas para a
prática do desporto motorizado, que a região oferece durante todo o ano.

As provas de motociclismo atraem um grande número de pessoas, não só a nível


nacional, como a nível internacional, podendo por isso contribuir para uma maior
diversificação da oferta turística da Região, permitindo esbater a marcada sazonalidade
do seu turismo.

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I.4- LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO

O Motódromo Internacional do Algarve (MIA) localizar-se-á no distrito de Faro,


concelho de Loulé, freguesia de Boliqueime, cerca de 12 Km a Noroeste de Loulé, 15
Km a Nordeste de Albufeira e a cerca de 5 Km do nó de Boliqueime da Via
Longitudinal do Algarve (VLA). É delimitado a Norte pela Ribeira do Algibre, a Sul
pela encosta Norte Estela Montes (230 m), a Nascente pelo cume do Montinho (305 m)
e a Poente pela elevação da Alfarrobeira (207 m) (Somague & Veloso, 1997). A Este do
local de implantação do projecto, encontra-se localizado um sítio REDE NATURA
2000 (figura 1).

Figura 1- Localização da área de construção do projecto (fonte SCE, 1979)

Os aglomerados populacionais mais próximos são Estela Montes, Trindade e Portela


localizados a cerca de 1 km do local, o acesso previsto para a construção do motódromo
é feito actualmente através das estradas municipais M1180, M1181, M1177, no lugar de
Alfontes, que derivam da Estrada Nacional N207, que liga Boliqueime a Loulé. Estas
estradas serão alvo de um alargamento e melhoramento de forma a facilitar o acesso ao
local da implantação do projecto (Somague & Veloso, 1997).

As rochas presentes são essencialmente calcários, calcários dolomíticos e dolomitos,


que se apresentam fracturados e carsificados. No limite norte da área em estudo,
observa-se uma faixa de aluvião correspondente à planície de inundação da ribeira do

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Algibre, onde se depositam sedimentos aluvionares constituídos por areias e lodos
(SGP, 1991).

A área em estudo insere-se na bacia hidrográfica da ribeira do Algibre e abrange


algumas cabeceiras de cursos de água de regime efémero, que afluem à ribeira do
Algibre. Esta bacia hidrogeológica encontra-se inserida no aquífero Querença – Silves,
apresentam-se como uma área de infiltração máxima, devido ao estado de fracturação e
carsificação das rochas carbonatadas (INAG, 1997).

I.5- CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO

O projecto do empreendimento do motódromo é constituído por duas pistas para


competição (interior e exterior), vias de serviço de cada lado das pistas, edificações para
assistência à competição (boxes, bancadas, salas VIP, pequeno hospital, restaurantes e
bares), edificações para instalações sanitárias para os espectadores, parques de
estacionamento para os visitantes, um parque de campismo e uma barragem para prática
de desportos aquáticos e para a rega (Somague & Veloso, 1997).

A legislação em vigor, relativamente ao Processo de Avaliação de Impacte Ambiental,


designadamente o decreto-lei nº69/2000 de 3 de Maio, refere no anexo II que para
“pistas permanentes de corridas e de treinos para veículos a motor” é obrigatório a
realização de um EIA no processo de licenciamento da construção do Motódromo.
Neste anexo, também se estabelece, que é obrigatório a execução de EIA em parques de
estacionamento com uma área igual ou superior a 2 ha.

I.5.1- DESCRIÇÃO SUMÁRIA DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO PROJECTO

Sendo o empreendimento do MIA composto por várias unidades de construção, como já


foi referido anteriormente, o estudo de impacte ambiental preliminar irá incidir sobre os
projectos da pista de velocidade e nas edificações para assistência à competição (boxes,
bancadas, salas Vip, pequeno hospital, restaurantes, bares e parques de estacionamento),
numa área total com cerca de 211.6 ha (Somague & Veloso, 1997).

Nas tabelas 1 e 2 indicam-se algumas das características físicas e áreas de ocupação da


pista de velocidade e edificações para assistência à competição.
Tabela 1 – Áreas do Projecto das unidades de construção
Unidades de Construção Áreas
Terreno afecto à pista 66,1 ha
Terreno afecto ao público da pista 102,4 ha
Terreno afecto ao estacionamento de motos 4,4 ha
Terreno afecto ao estacionamento automóvel 34,7 ha
Terreno afecto ao estacionamento BUS 0,5 ha
Terreno afecto ao núcleo comercial 3,5 ha
Áreas de construção do edifício Paddock 3.743 m2
Áreas de construção do edifício Hospital 222 m2
Áreas de construção dos 3 edifícios de Apoio ao Público (apoio sanitário
612 m2
e núcleo de bares)
Áreas de construção das Portarias Principais e Secundárias 155 m2

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Tabela 2 – Principais características do projecto.


Características Gerais Quantidade
Comprimento da pista exterior 4.346 m
Comprimento da pista interior 3.003 m
Largura da pista na recta de saída 13 m
Largura da pista no restante circuito 11 m

I.5.2- PROJECTOS ASSOCIADOS OU COMPLEMENTARES

Na realização de um projecto deste tipo e com estas dimensões existem uma série de
actividades e projectos associados que têm de ser consideradas na hora de contemplar o
impacto global.

Encontra-se desta forma planeado a implantação de uma albufeira aproveitando o


declive natural do terreno, que permitirá a realização de provas de diversas actividades
náuticas, e de abastecimento de água para rega (Somague & Veloso, 1997).

Completando o carácter eminentemente desportivo do empreendimento, surgem infra-


estruturas de lazer, como um parque de campismo com capacidade para 1500 pessoas,
não só para receber o público que aflua aquando da realização de provas desportivas,
mas também vocacionado para receber o público ao longo do ano (Somague & Veloso,
1997).

Propôs-se também a recuperação de uma casa rural e de uma azenha junto ao açude na
Ribeira de Algibre, mantendo a arquitectura tradicional, organizando-a em torno de uma
praça que ligará com o parque de campismo e a alameda do motódromo (Somague &
Veloso, 1997).

A estrutura viária anexa ao projecto inclui uma via de ligação ao nó de Boliqueime da


Via do Infante, com um desenvolvimento estimado entre 5 a 6 km, como forma de
acesso ao MIA (Somague & Veloso, 1997).

A par deste projecto, está programada uma ETAR para tratamentos dos efluentes
líquidos produzidos no empreendimento, bem como sistemas de drenagem (Somague &
Veloso, 1997).

I.5.3- CONCEPÇÃO DO PROJECTO

O projecto de execução do motódromo contempla as fases de trabalhos preparatórios,


construção e exploração. Contudo este projecto, não menciona a fase de desactivação, a
programação temporal estimada para as diferentes fases bem como, o tempo de vida do
empreendimento e das respectivas infra-estruturas que o compõem.

Na fase de trabalhos preparatórios serão efectuadas acções de desmatação, decapagem,


escavação (no interior e no exterior da área do projecto), terraplanagem e aterro
(Somague & Veloso, 1997).

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Na fase de construção serão efectuadas acções de implantação das obras de arte
(sistemas de drenagem, bancadas, edifícios de apoio, estacionamentos), asfaltamento,
captação de água subterrânea e arranjo paisagístico (Somague & Veloso, 1997).

Na fase de exploração serão efectuadas provas de competição de grande dimensão para


100 000 espectadores (1 por ano), de média dimensão para 20 000 espectadores (1 por
ano) e de pequena dimensão para 5000 espectadores (10 provas por ano) (Somague &
Veloso, 1997). Em conjunto com estas actividades, serão fomentadas actividades de
restauração e de gestão do espaço do empreendimento (ex.: acções de limpeza da pista).

Na concretização espacial do projecto será utilizado betão proveniente de uma empresa


da zona de Loulé, materiais ferrosos, solos existentes a 5 Km e dentro da área do
motódromo, excedentes das pedreiras circundantes e asfalto betuminoso (Somague &
Veloso, 1997).

A energia utilizada, tem como origem, combustíveis fósseis consumidos pelos


equipamentos, bem como, energia eléctrica proveniente da rede eléctrica nacional .

Os efluentes líquidos existentes durante as três fases do projecto, são constituídos


essencialmente por gasóleo e óleos (hidrocarbonetos) resultantes dos derrames
ocorridos acidentalmente, bem como, material orgânico proveniente das instalações
sanitárias e dos estabelecimentos de restauração.

Os fluxos de resíduos da fase de trabalhos preparatórios e da fase de construção são


constituídos respectivamente, por resíduos florestais provenientes da desmatação, da
construção civil e dos sanitários dos trabalhadores. Os resíduos da fase de exploração
são essencialmente do tipo urbano, contudo existe também um fluxo especial relativo
aos pneus e aos óleos hidraúlicos.

As emissões previsíveis durante a fase de trabalhos preparatórios e de construção


poderão advir dos veículos pesados, das pedreiras, das centrais de betão e das centrais
de betuminoso. Os veículos pesados que desempenham funções nestas duas fases do
projecto terão como emissões o monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos (HC),
oxidos de azoto (NOx), dióxido de enxofre (SO2), fumos negros e chumbo (Pb). Nas
pedreiras as emissões são essencialmente, poeiras e gases resultantes dos rebentamentos
e da britagem. Nas centrais de betão as emissões predominantes são poeiras resultantes
dos processos físicos de produção de betão. Nas centrais de betuminoso as emissões
apresentam como constituição partículas e compostos orgânicos voláteis (COV), que
têm como génese o funcionamento dos equipamentos a altas temperaturas, bem como,
aeróssois resultantes do processo de arrefecimento do asfalto betuminoso.

As emissões durante a fase de exploração provêm dos veículos dos espectadores, dos
competidores, dos fornecedores de bens e serviços, sendo os poluentes libertados o
monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos (HC), óxidos de azoto (NOx), dióxido de
enxofre (SO2), fumos negros e chumbo (Pb).

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II- ALTERNATIVAS DO PROJECTO

O projecto em avaliação encontra-se entroncada por três cerros com altitudes bastante
significativas, por isso não foram, naturalmente, contempladas quaisquer alternativas
face a sua localização, uma vez que qualquer alternativa no local do empreendimento
iria provocar maiores impactes quer do ponto de vista ambiental, quer do ponto de vista
económico.

Um dos objectivos do MIA consiste em reunir um conjunto de equipamentos e


instalações que possam albergar condignamente as mais importantes provas
internacionais, desta forma a redução da dimensão da pista também não seria uma
alternativa viável.

No entanto, uma das alternativas poderá ser a redução da dimensão da área do


parqueamento betuminoso de 42 000 m2 para 30 000 m2, apostando numa campanha de
educação ambiental dirigida a população residente, de forma a sensibilizá-la para
utilizar transportes públicos aquando da sua deslocação para assistir às provas, ou
substitui-lo por parqueamento terraplano.

Outra alternativa poderá ser a utilização de materiais de construção, que tenham um


menor impacto no ambiente. A utilização do asfalto BMP reduz em 25 % a poluição
sonora (Atkinson, 1990).

Por fim, pode-se salientar que a inexistência de um cronograma no projecto, condiciona


o planeamento de todas as fases do mesmo, bem como, a avaliação dos impactes por
este induzidos.

III- IDENTIFICAÇÃO DAS QUESTÕES SIGNIFICATIVAS


III.1- IDENTIFICAÇÃO DAS ACÇÕES OU ACTIVIDADES COM POTENCIAIS IMPACTES
NEGATIVOS SIGNIFICATIVOS.

As acções ou actividades geradoras de impacte ambiental, advêm das fases de


construção, exploração (operação e manutenção) e desactivação.

Durante a fase de construção distinguem-se como principais acções com potenciais


impactos negativos significativo a desmatação, o movimento de terras, as
terraplanagens, a ocupação de espaço, os processos de transporte (carga e descarga de
materiais), as explosões, os depósitos de materiais, o movimento de maquinaria pesada,
a emissão de poluentes atmosféricos, a instalação do estaleiro, a construção e
asfaltamento dos acessos da pista e dos parqueamentos, a construção de bancadas e
edifícios, os derrames acidentais, as acções que produzem um aumento do nível sonoro,
o aumento da mão de obra e as expropriações.

Na fase de exploração as actividades ou acções com maior impacte serão provocadas


pelo aumento das acessibilidades, o aumento do tráfego nos dias de treinos e
competições de motociclismo, que conduzem a um aumento de emissões atmosféricas e
do ruído, as acções de manutenção da pista e dos espaços verdes, através da utilização
de produtos químicos. Outro efeito da competição é a elevada produção de resíduos

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Avaliação do Impacte e Risco Ambiental
sólidos e líquidos, devida não só às actividades de restauração e sanitárias, como
também devida à distribuição de publicidade. Para além das acções enunciadas, também
o aumento do emprego e das acessibilidades são impactes a considerar.

No período de desactivação as acções que poderão vir a constituir impactes negativos


prevê-se que sejam o abandono dos estaleiros, a demolição de algumas unidades de
construção do projecto, o processo de transporte de entulhos, bem como a deposição dos
mesmos.

III.2- HIERARQUIZAÇÃO DOS POTENCIAIS IMPACTES NEGATIVOS.

Neste sub-capítulo proceder-se-á à identificação e à hierarquização dos potenciais


impactes ambientais negativos provocados pela implantação do projecto, tendo como
ponto de partida a análise das características intrínsecas e das características inerentes
ao local de implantação, a informação e elementos recolhidos com base bibliográfica,
bem como a consulta de casos similares.

Adaptando-se DGCEA (2000), Henriques (1994a), Chadwick et al (1999) e Petts (1999)


os principais impactes negativos gerados pela implantação de projectos com estas
características, ordenados de uma forma decrescente são (entre parêntesis encontram-se
os descritores directamente afectados pelo impacte) :

Durante a fase de trabalhos preparatórios construção:


• Destruição de habitat faunístico (ecologia e paisagem);
• Destruição de formações vegetais nos locais de construção das diversas unidades
operacionais, dos estaleiros, linhas de energias e acessos (ecologia, solos e usos
do solo e paisagem);
• Efeito barreira (ecologia);
• Alterações da morfologia (solos e usos dos solos e recursos hídricos);
• Perturbações geradas pelo aumento dos níveis de ruído e vibração devido à
movimentação de máquinas e veículos pesados e das operações de estaleiro
(ambiente sonoro);
• Atropelamento e colisões com espécies locais -perdas pontuais de indivíduos-
(fauna);
• Afectação de áreas da RAN e zonas agrícolas (solos e usos dos solos);
• Efeitos do aumento dos níveis de emissão de material particulado (poeiras) e de
poluentes atmosféricos, provocados por veículos afectos à obra, bem como por
emissões provenientes do estaleiro (qualidade do ar);
• Perda de solos e erosão dos solos (geologia e geomorfologia e solos e usos dos
solos);
• Degradação da qualidade visual da paisagem devido a uma afectação estrutural,
visual e funcional das unidades paisagísticas (paisagem, sócio-económicos);
• Alteração na estrutura paisagística (paisagem, geológicos e geomorfológicos);
• Poluição de solos e dos recusrsos hídricos devido a derrames acidentais (óleos e
combustíveis) provenientes da maquinaria utilizada na fase de construção (solos
e usos dos solos e recursos hídricos);
• Compactações dos solos provocados por veículos pesados e pela construção
(solos e usos dos solos);
• Perdas de sistemas de vida tradicionais na região (sócio-económicos).

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Durante a fase de exploração:

• Ruído gerado pela afluência de espectadores e veículos ao motódromo, bem


como das motos durante a competição e treinos (ambiente sonoro);
• Alterações paisagísticas (paisagem);
• Poluição do ar provocada pelas emissões de dióxido de carbono, óxidos de
azoto, hidrocarbonetos e partículas (qualidade do ar);
• Resíduos sólidos e líquidos (solos e usos dos solos e recursos hídricos);
• Poluição acidental e poluição crónica dos corpos de água receptores -superficiais
e subterrâneos- (recursos hídricos, solos e usos do solo);
• Alteração da permeabilidade dos solos devido ao aumento das áreas
impermeabilizadas (solos e usos dos solos e recursos hídricos);
• Alteração da dinâmica populacional (sócio-económicos);
• Aumento do consumo de energia (sócio-económicos);
• Obstrução ou assoreamento de cursos de água (recursos hídricos);
• Alteração dos processos de erosão e sedimentação (recursos hídricos);
• Perdas de produtividade devido ao aumento de poluição (sócio-económico, solos
e usos do solo) ;
• Efeito do aumento da radiação absorvida pelo terreno (clima);
• Trocas microclimáticas (clima).

Durante a fase de desactivação:

• Ruído provocado pelo desmantelamento e demolição das unidades do projecto e


por maquinaria pesada (ambiente sonoro);
• Elevada quantidade de entulho provocado (solos e usos dos solos);
• Compactação provocada pelos veículos na remoção de entulho(solos e usos dos
solos).

III.3- IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS FACTORES AMBIENTAIS

Todos os impactes referidos vão ser alvo de estudo uma vez, que irão provocar
modificações significativas em relação ao quadro de referência actual. Cada impacte
pode provocar não apenas uma alteração de um factor ambiental, mas sim de vários
factores ambientais.

Os impactes que serão estudados mais detalhadamente serão os impactes relacionados


com a destruição de habitats, a ambiente sonoro, a qualidade do ar e a afectação dos
recursos hídricos, uma vez que parecem ser os mais relevantes.

A partir dos potenciais impactes negativos pode-se identificar os factores ambientais


relevantes a estudar para avaliação do impacte ambiental do projecto.

Desta forma, propõem-se estudar os seguintes factores ambientais: clima, geologia e


geomorfologia, solos e usos dos solos, recursos hídricos (superficiais e subterrâneos),
qualidade do ar, ambiente sonoro, ecologia, paisagem e sócio-económicos.

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III.4- IDENTIFICAÇÃO DAS CONDICIONANTES AO PROJECTO.

Existem alguns factores que podem constituir condicionantes ao projecto, quer seja por
dificuldades técnicas, quer seja por limitações intrínsecas ao meio. Assim, enumeram-se
em seguida algumas destas condicionantes.

Dificuldade em delinear o período de construção, devido ao facto das acções de


desmatagem, escavação, aterro e movimentações de terras deverem ser reduzidas,
durante a época das chuvas, de modo a evitar a erosão e perda de solos (Henriques,
1994a) e não deverem ocorrer acções de limpeza da vegetação (desmatagem) das áreas
de projecto ou periféricas durante o período de reprodução dos vertebrados que nelas
criam, que segundo SNPRCN (1991) nesta área ocorre entre Março e Agosto.

Poderão ocorrer elevados protestos das habitações próximas ao projecto, devido ao


ruído produzido, que por tutela da lei em vigor, Decreto-Lei 292/2000, de 24 de
novembro, será necessário pedir uma licença especial de ruído, sempre que ocorram
eventos, devidamente justificada pela câmara municipal ou pelo governador civil.

Devido à elevada necessidade de utilização de recursos humanos para a construção


desta infra-estrutura desportiva, poderá haver dificuldades em suprir tais carências. Pese
embora, ser requisitada mão de obra no exterior do concelho. Isto poderá constituir uma
vantagem, tendo em vista os gastos que essas pessoas irão despender.

III.5- IDENTIFICAÇÃO DAS POPULAÇÕES E OUTROS GRUPOS SOCIAIS POTENCIALMENTE


AFECTADOS OU INTERESSADOS NO PROJECTO.

Como já foi referido anteriormente, o MIA localiza-se na freguesia de Boliqueime,


concelho de Loulé. Segundo os Censos de 2001 residem na freguesia de Boliqueime
4509 habitantes, correspondentes a cerca de 7,7% da população residente no concelho
de Loulé, que será a população afectada com a localização do projecto.

Os habitantes que se localizam mais próximo da área do motódromo (Estela Montes) e


que se desenvolvem ao longo das vias de acesso ao local, onde ocorre quer a construção
do projecto, quer a realização de provas (Cabeça de Águia, Carvalhas, Alcarilha, Vale
de Silves, Alfortes, Afroteia, Campina, Corga, São Faustino, Picota, Soalheira,
Palmeiral e Brotual) serão os mais afectados. Estas perturbações verificar-se-ão
principalmente, nos dias de provas, uma vez que existirá um elevado fluxo de pessoas

No entanto, durante a fase de construção prevê-se um aumento significativo da criação


de novos postos de empregos na área da construção civil, sobretudo em locais próximos
do empreendimento, nesta fase, assistir-se-á também a um aumento de vendas de
materiais de construção, com significado no comércio do concelho de Loulé e
Albufeira.

Durante a realização das principais provas, a dinamização das actividades económicas


na região sobretudo em Albufeira e Loulé, serão acentuadas, especialmente no sector da
hotelaria e da restauração.

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Avaliação do Impacte e Risco Ambiental

IV- CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO E SUA


PREVISÍVEL EVOLUÇÃO SEM PROJECTO
A caracterização da situação de referência e a projecção da evolução das características
do ambiente sem a implantação do projecto, permite efectuar a previsão e avaliação dos
impactes resultantes da implantação do projecto.

IV.1- CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO

A situação de referência será caracterizada com bibliografia específica dos descritores,


cartografia disponível, trabalho de campo e informação recolhida junto das entidades
oficiais.

A caracterização da situação de referência será também desenvolvida em função dos


descritores, que apresentam os impactes mais significativos. Deste modo, os descritores
que deverão ser estudados são o clima, a geologia e geomorfologia, os solos e usos do
solo, os recursos hídricos, a ecologia, a qualidade do ar, o ambiente sonoro, a paisagem
e os factores sócio-económicos.

A área de estudo poderá apresentar uma dimensão variável em função dos factores
ambientais em análise, na medida em que, alguns terão que ser analisados a uma escala
mais abrangente, para posteriormente ser possível avaliar os impactes directos e
indirectos, bem como, contemplar impactes nas zonas envolventes ao local do projecto.

IV.1.1- CLIMA

A análise ao descritor clima deverá apresentar os parâmetros temperatura, precipitação,


humidade, vento, radiação e insolação medidos na Estação Metereológica de Quarteira
(período 1959 a 1974) e na estação de São Brás de Alportel (período 1941 a 1970).
Também serão considerados os dados do posto udométrico de Loulé (período 1941 a
1970).

O clima da área será inserido nas regiões climáticas de Daveau et al (1985). Os vários
parâmetros deste descritor serão alvo de um tratamento estatístico, sendo muitos dos
parâmetros apresentados à escala regional. A caracterização deste descritor assume
especial importância, uma vez que afecta directamente o descritor recursos hídricos,
qualidade do ar e ambiente sonoro.

O parâmetro temperatura deverá apresentar valores absolutos anuais e mensais, valores


médios anuais e mensais, valores de médias mensais máximas e mínimas, bem como, a
amplitude térmica sazonal (DGCEA, 2000).

O parâmetro precipitação deverá apresentar a máxima em 24 horas, as médias mensais e


anuais e o número de dias chuvosos (DGCEA, 2000).

O parâmetro humidade deverá apresentar os valores médios e as variações diárias e


sazonais, bem como, a distribuição mensal e anual do orvalho (Henriques, 1994b)

Proposta de Definição de Âmbito do EIA Preliminar do Motódromo Internacional do Algarve 12


Avaliação do Impacte e Risco Ambiental
O parâmetro vento deverá abarcar os rumos, velocidade e valores médios e extremos
(DGCEA, 2000).

O parâmetro insolação deverá conter a média anual e o parâmetro radiação um valor de


energia por área.

Neste descritor as fontes de informação utilizadas serão Daveau et al (1985) “Mapas


climáticos de Portugal – Nevoeiro e nebolusidade. Contrastes térmicos”, INMG (1985)
“ O clima de Portugal”, INMG (1991) “Normais Climatológicos da Região do Alentejo
e Algarve, correspondentes a 1951-1980”, e o sítio do Instituto de Meteorologia.

IV.1.2- GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

Através da avaliação da geologia e geomorfologia apresentar-se-á a morfologia, as


características geológicas, geotécnicas e litológicas dos materiais da área de
implantação do projecto. A caracterização destes parâmetros tem como finalidade
permitir a avaliação dos impactes dos movimentos de terras, terraplanagens, escavações,
bem como, permitir avaliar as instabilidades dos taludes, movimentos de massa, erosão,
impermeabilização do solo e locais com mais impacte na paisagem (DGCEA, 2000).

Este descritor será analisado à escala regional, uma vez que a base de trabalho é a Carta
Geológica de Portugal, à escala 1:50 000. A metodologia aplicada a este descritor será a
análise bibliográfica nomeadamente, Manuppella et al (1987) “Notícia Explicativa da
folha 53-A (Faro) da Carta Geológica de Portugal, CNA (1974) “Intensidade Sísmica”,
escala 1:1 000 000 e as Folhas 596 e 597 da Carta Militar de Portugal, à escala 1:25 000
(SCE, 1979), que serão a base para a elaboração de um mapa de declives. Também será
aplicado o método de fotointerpretação de fotografia aérea para localizar a existência de
falhas.

Neste descritor poderá ser necessário recorrer à recolha de amostras para posterior
análise laboratorial da resistência dos materiais e da constituição da coluna
estratigráfica.

IV.1.3- SOLOS E USOS DO SOLO

A análise sobre os solos e usos do solo apresentará a caracterização pedológica e os


respectivos parâmetros (pH, condutividade, capacidade de troca catiónica, azoto,
fósforo, potássio, matéria orgânica e carbonatos), vulnerabilidade do solo à entrada de
contaminantes em função da permeabilidade dos materiais, bem como, a produção e
aptidão do solo (DGCEA, 2000).

Este descritor será analisado à escala 1:50 000, uma vez que será analisada a Folha n.º
50C da Carta de Capacidade de Uso do Solo (CNROA, 1983). A metodologia aplicada
será a análise laboratorial das características que constituem o solo, tais como
coeficientes de capacidade de troca catiónica, permeabilidade e porosidade. Através da
modelação matemática de migração de contaminantes no solo, poder-se-á obter dados
para estudar o comportamento dos poluentes no solo. Também será a utilizada a
metodologia de fotointerpretação e análise territorial “in situ” para verificar o uso do
solo (Henriques, 1994a). As fontes bibliográficas utilizadas serão CNROA (1983)

Proposta de Definição de Âmbito do EIA Preliminar do Motódromo Internacional do Algarve 13


Avaliação do Impacte e Risco Ambiental
“Carta de Capacidade de Uso do Solo de Portugal - Bases e normas adoptadas na sua
elaboração” e CML (1995) “Plano Director Municipal de Loulé”.

IV.1.4- RECURSOS HÍDRICOS

Para uma avaliação mais concisa do descritor recursos hídricos, este será exposto nos
sub-descritores recursos hídricos superficiais e recursos hídricos subterrâneos.

IV.1.4.1- Recursos Hídricos Superficiais

Os recursos hídricos superficiais serão caracterizados segundo a bacia hidrográfica e


deverão conter a caracterização do tipo e a distribuição da rede de drenagem, a
estimativa dos caudais médios, extremos e variações sazonais, a análise da qualidade
das águas de acordo como o Anexo XXI do Decreto-Lei n.º 236/98 e o inventário de
descarga de efluentes (Henriques, 1994b)

O tipo e distribuição da rede de drenagem será analisado com o método de


fotointerpretação de fotografia aérea, com o auxílio das Folhas 596 e 597 da Carta
Militar de Portugal, à escala 1:25 000 (SCE, 1979).

A caracterização dos caudais na bacia hidrográfica em análise, basear-se-á na estimativa


dos caudais anuais, extremos e nas variações sazonais. Os caudais anuais e as variações
serão obtidas a partir do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos
(SNIRH) do Instituto da Água (INAG), que apresenta uma estação de monitorização na
Ponte Rodoviária EN 125. O caudal de ponta será estimado com o método racional
descrito em Lencastre & Franco (1984).

A análise da qualidade das águas será igualmente efectuada através do Sistema Nacional
de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH) do Instituto da Água (INAG), a partir da
referida estação de monitorização, utilizando-se para tal, a mesma série temporal
utilizada na quantificação dos recursos hídricos.

IV.1.4.2- Recursos Hídricos Subterrâneos

Os recursos hídricos subterrâneos serão caracterizados segundo a bacia hidrogeológica,


contudo deve ser aprofundado o estudo do sub-sistema aquífero existente na área de
estudo.

Neste sub-descritor deverão ser abordados os processos de recarga dos aquíferos


nomeadamente, a influência da rede de drenagem, a localização do aquífero, a taxa de
recarga, a profundidade do nível freático ou piezométrico, a litologia e grau de
fracturação (DGCEA, 2000). Os locais de descarga (incluindo as captações), as
direcções dos fluxos, a produtividade do aquífero, a qualidade da água subterrânea serão
também parâmetros a estudar (Henriques, 1994b).

A informação utilizada para a caracterização das águas subterrâneas provirá da rede de


monitorização piezométrica e qualidade da Direcção Regional do Ambiente e do
Ordenamento do Território- Algarve, de Almeida (1985) “Hidrogeologia do Algarve

Proposta de Definição de Âmbito do EIA Preliminar do Motódromo Internacional do Algarve 14


Avaliação do Impacte e Risco Ambiental
Central” e do INAG (1997) “Definição, Caracterização e Cartografia dos Sistemas
Aquíferos de Portugal Continental”.

Para um melhor conhecimento do sub-sistema aquífero, a metodologia aplicada basear-


se–á na análise qualitativa e quantitativa das captações existentes num raio de 3 km para
uma posterior caracterização do subsistema. A análise qualitativa será efectuada através
da comparação dos dados obtidos com o DL 236/98, de 1 de Agosto.

IV.1.5- ECOLOGIA

IV.1.5.1- Fauna

No estudo da fauna será apresentado um inventário das espécies e comunidades


faunísticas a nível local e regional, bem como a sua abundância. Será igualmente,
apresentado os corredores ecológicos, as rotas de migração, bem como as zonas onde se
localizam as espécies sensíveis, as zonas de nidificação e de invernada (DGCEA, 2000).

Este sub-descritor deverá apresentar uma análise com duas áreas geográficas, a primeira
corresponde à área de implantação do projecto e a segunda com um raio de 2 km, a
partir da primeira área, que será afectada de uma forma indirecta pelo projecto. No
entanto, existirão algumas espécies que serão analisadas à escala regional devido a
necessitarem de grandes áreas territoriais.

A metodologia aplicada para estudar a fauna irá basear-se na elaboração de listagens das
espécies presentes, de forma a analisar a informação acerca dos estatutos de protecção e
conservação dos vários grupos taxonómicos, patentes no Livro Vermelho dos
Vertebrados de Portugal. Para complementar e fortalecer esta análise o inventário das
espécies será comparado com as espécies indicadas na Directiva Aves/Habitats (DL
140/99), Convenção de Bona (DL 103/80) e Convenção de Berna (DL 316/89).

As espécies de fauna serão corroboradas “in situ” na medida em que, os atlas utilizados
apresentam quadrículas UTM 10 por 10 km, o que confere algum grau de incerteza, pois
a área de estudo é bastante inferior. A metodologia efectuada no campo deverá-se
basear em transectos N-S e E-W, durante a época de invernada, estival e de migração
pré-pós nupcial, que permitiria conhecer a distribuição das espécies na área. Contudo,
face à incompatibilidade temporal com a concepção do estudo, será efectuada apenas
uma saída de campo durante o mês de Janeiro. Todavia para minimizar esta limitação
serão consideradas observações ad-hoc efectuadas pelos populares na zona de estudo.

Os dados recolhidos no trabalho de campo serão tratados com o auxílio de índices de


biodiversidade, nomeadamente o Índice de Margalef (1991) de forma a calcularmos a
biodiversidade dentro do habitat.

As fontes de informação utilizadas para a caracterização destes sub-descritor são


bibliografia específica sobre a área e de caracter mais global, nomeadamente, SNPRCN
(1990) “Livro Vermelho dos Vertebrados Portugueses”; Teixeira, (1987) “Invernada de
aves de Portugal, áreas importantes e prioridades de conservação”; Crespo & Oliveira
(1989) Atlas da distribuição dos anfíbios e repteis de Portugal Continental”; Rufino
(1989) Atlas das aves que nidificam em Portugal Continental; Madureira & Magalhães

Proposta de Definição de Âmbito do EIA Preliminar do Motódromo Internacional do Algarve 15


Avaliação do Impacte e Risco Ambiental
(1980) “Small Mammals of Portugal”, bem como a legislação anteriormante
referenciada.

IV.1.5.2- Flora

Na análise do sub-descritor flora propõe-se o estudo das formações vegetais e florísticas


presentes na área de implantação do projecto, tendo como objectivo identificar as
espécies de flora existentes na área de estudo, bem como os seus respectivos habitats
(DGCEA, 2000).

Para efeitos da referida caracterização florística desenvolveram-se duas áreas, a área de


implantação do projecto, que será afectada directamente pelos impactes associados à
construção/exploração/desactivação do projecto e uma área mais ampla com um raio de
2 km a partir da área anterior.

A metodologia proposta para implementar no estudo deste sub-descritor basear-se-á na


inventariação de espécies, identificando e comparando a ocorrência das espécies
constantes na Directiva Habitats (DL 140/99) e identificando-as posteriormente com a
sua classificação RELAP (rara, endémica, ameaçada ou em perigo).

Desta forma, será efectuado um levantamento das espécies vegetais “in situ” aplicando
o método de contagem “line strip”, com direcção N-S e E-W, efectuando um
levantamento dos habitats observados. Contudo a existência de factores impeditivos na
classificação de muitas das espécies poderá inviabilizar a aplicação de índices de
diversidade.

As fontes bibliográficas utilizadas para a caracterização deste sub-descritor serão


Albuquerque (1985a) “Carta ecológica (Fito-edafo-climática)”; Albuquerque (1985b)
“Carta das regiões naturais (caracterização Eco-fisionómica)”; Franco & Rocha (1994)
“Nova flora de Portugal”; Rivas et al (1990) “La vegetación del sur de Portugal”. No
entanto, é de salientar que parte da bibliografia referida encontra-se a uma escala
regional, o que induzirá um erro na inventariação das espécies.

IV.1.5.3- Habitats

O estudo dos habitats abordará a análise das comunidades faunísticas e florísticas na sua
relação com o meio e entre si, a nível local, bem como, os corredores ecológicos.

Este sub-descritor deverá apresentar uma análise com duas áreas geográficas, a primeira
corresponde à área de implantação do projecto e a segunda com um raio de 2 km a partir
da primeira área, que será afectada de uma forma indirecta pelo projecto.

A metodologia proposta para implementar no estudo deste sub-descritor basear-se-á na


inventariação de espécies fauna e flora e verificar a relevância das espécies presentes
para o habitat. Em paralelo, será comparado o inventário das espécies presentes e
habitats com a Directiva Habitats (DL 140/99), bem como, a caracterização da
vegetação natural potencial.

Proposta de Definição de Âmbito do EIA Preliminar do Motódromo Internacional do Algarve 16


Avaliação do Impacte e Risco Ambiental
As fontes bibliográficas utilizadas para a caracterização deste descritor serão as
utilizadas no sub-descritor fauna e flora, a que se adicionará Dobson (1996)
“Conservation and Biodiversity”.

IV.1.6- QUALIDADE DO AR

Para caracterizar o estado da qualidade de ar da zona de implantação do projecto


propõem-se identificar e determinar as características em termos de concentração de um
conjunto diverso de substâncias potencialmente perigosas, que se encontrem presentes
na atmosfera, bem como identificar e localizar as principais fontes de poluição
existentes, na região (Petts, 1999).

A caracterização deste descritor basear-se-á fundamentalmente na avaliação da


qualidade do ar segundo duas escalas, uma localizada na área de implantação do
projecto e outra a nível regional, que inclui a área de possível influência do projecto.

A metodologia utilizada para estudar a qualidade do ar apoiar-se-á na análise das


características gerais da região através da percepção da situação actual, a partir do
contacto directo, estabelecido na visita a efectuar ao local durante o mês de Janeiro, da
análise da informação disponível, da identificação das potenciais fontes de poluição,
bem como dos poluentes gerados, relacionando estes dados com as condições
meteorológicas e a morfológicas. Esta relação prende-se essencialmente por
constituírem os principais factores que influenciam a dispersão atmosférica local e
consequentemente a capacidade de depuração do sistema.

Assim, o objectivo dos estudos de base consistirá na determinação dos níveis de


poluentes seleccionados (CO, SO2, NOx, TSP, Pb e O3) para o estudo, existentes na
atmosfera das proximidades do motódromo, bem como a sua variação numa base diária
e mensal. No entanto, pode ocorrer dificuldades de falta de informação para efectuar um
estudo tão aprofundado.

Para melhor compreensão dos níveis de poluentes na atmosfera local os dados obtidos
serão comparados com a legislação nacional (Portaria n.º 286/93 de 12 de Março e
Portaria n.º 623/96 de 32 de Outubro), e com a legislação comunitária (Directiva
2000/69/CE do conselho de 16 de Novembro), que fixa os valores das concentrações
limite e concentrações guia para alguns poluentes atmosféricos, nomeadamente o CO,
SO2, NOx, TSP e Pb.

As fontes de informação utilizadas são bibliografia específica e dados obtidos em


entidades oficiais.

A informação relativamente aos valores de concentração dos poluentes será recolhida na


Direcção Regional do Ambiente e do Ordenamento do Território- Algarve através da
estação de medição da Rede Nacional, que opera em Faro, e num dos postos de medição
pertencentes à unidade cimenteira da Cimpor, existente nas proximidades de Loulé,
apesar de só efectuar a medição de partículas em suspensão. Devido à escassez de
informação disponível dever-se-á utilizar as estimativas de emissões dos principais
poluentes para a unidade territorial (NUT III – Região de Loulé) do Algarve,
apresentados no Relatório de Estado do Ambiente (2000).

Proposta de Definição de Âmbito do EIA Preliminar do Motódromo Internacional do Algarve 17


Avaliação do Impacte e Risco Ambiental
A bibliografia utilizada para este descritor, entre outras, são Braga (1999) “Guia do
Ambiente- As empresas portuguesas e o desafio ambiental” e Williamson (1973)
“Fundamentals of air pollution”.

IV.1.7- AMBIENTE SONORO

Na avaliação do ambiente sonoro propõe-se a caracterização dos níveis sonoro nos


núcleos habitacionais, na área de implantação do projecto e nas zonas de nidificação
envolventes. Esta caracterização deverá descriminar os focos de emissão contínua e os
intermitentes ou ocasionais, bem como, as variações diurnas/nocturnas (DGCEA, 2000).

A análise espacial deste descritor será efectuada com o auxílio de duas áreas de
caracterização. A primeira zona de estudo circunscrever-se-á a um raio de 1 km,
incluindo o local de implantação do projecto e a segunda abrangerá uma área com um
raio de 5 km. Nestas zonas pré-definidas serão efectuadas medições acústicas segundo
a norma NP 1730 (1996) e o Decreto-Lei 292/2000 para a elaboração de um mapa de
ruído com escala 1:10 000. Os dados obtidos a partir das medições serão tratados
através de métodos racionais e modelos descritos na Proposta de Directiva do
Parlamento Europeu e do Conselho Relativa à Avaliação e Gestão do Ruído Ambiente
(2000/0194(COD)). Também deverá ser caracterizada acusticamente as estradas de
acesso ao local de implantação do projecto. No entanto, na eventualidade de não ser
possível efectuar amostragens será tomado como referência o valor de referência para
áreas rurais, L=40 dB no período diurno, L=35 dB no período entardecer e L=30 dB no
período nocturno (Vigone, 1996).

As fontes bibliográficas que serão utilizadas neste descritor para além das enunciadas
são CCE (1996) “Livro verde da comissão europeia sobre a futura política do ruído”;
Silva (1995) “Ruído de tráfego rodoviário- LNEC”; Farnham & Beimborn (1990)
“Noise barrier design principles”.

IV.1.8-PAISAGEM

No descritor paisagem será efectuado um estudo relativamente à análise visual, à


unidade de paisagem e um diagnóstico da paisagem..

A metodologia para determinar os aspectos visuais, consistirá na determinação de


indicadores de visibilidade, metodologia esta que será adaptada de MMA (2000). Com
os resultados obtidos criar-se-á classes onde se agrupará os valores em reduzida, média
e elevada sensibilidade visual.

A metodologia para determinar a unidade de paisagem (aspectos biofísicos), consistirá


numa comparação da morfologia do terreno com as unidades de ocupação do solo.

A bibliografia utilizada para este descritor será entre outras MMA (2000) “Guia para la
elaboración de estudios del medio físico, metedología”; a Folha n.º 50C da Carta de
Capacidade de Uso do Solo; Manuppella et al (1987) “Notícia Explicativa da folha 53-
A (Faro) da Carta Geológica de Portugal, CNA (1974), Folhas 596 e 597 da Carta
Militar de Portugal, à escala 1:25 000 (SCE, 1979).

Proposta de Definição de Âmbito do EIA Preliminar do Motódromo Internacional do Algarve 18


Avaliação do Impacte e Risco Ambiental

IV.1.9- FACTORES SÓCIO-ECONÓMICOS

Neste descritor será analisada a demografia, os factores económicos e culturais, na


medida em que, a sua caracterização permitirá avaliar a concordância do projecto com o
meio, bem como avaliar as alterações que a implantação do projecto irá provocar
(DGCEA, 2000).

As componentes deste descritor irão ser analisadas à escala regional, nomeadamente nos
Concelhos de Albufeira, Faro e S. Brás de Alportel, que envolvem parte do concelho de
Loulé e a uma escala local (freguesias do Município de Loulé).

A nível regional será caracterizada a demografia e os factores económicos nas últimas


cinco décadas (1950-2001).

A demografia contemplará a análise estatística da evolução e distribuição espacial da


população, a estrutura etária, a mobilidade da população e a respectiva sazonalidade,
bem como a população activa nos municípios afectados directa ou indirectamente
(DGCEA, 2000).

Os factores económicos serão apresentados segundo uma análise estatística das


actividades económicas, infra-estruturas, rede viária e transportes públicos existentes
nos concelhos. Esta análise para além de quantitativa será espacial.

A nível local será caracterizada a demografia, factores económicos e os culturais.

A demografia e os factores económicos locais contemplarão a análise estatística de


todas as componentes efectuadas a nível regional, acrescentando-se na demografia a
densidade dos núcleos populacionais, sua evolução dinâmica e a tendência de
crescimento face a zonas homólogas (DGCEA, 2000).

A informação de base utilizada os sub-descritores demografia e factores económicos


provirá, da Comissão Coordenadora da Região do Algarve (CCRA), da Direcção
Regional de Economia (DREA), da Câmara Municipal de Loulé (CML) e do Instituto
Nacional de Estatística (INE).

Serão ainda utilizadas outras fontes bibliográficas da especialidade, destacando-se entre


elas INE (1993) “Instituto Nacional de Estatística- Censos 91”; INE (2001) Resultados
do recenseamento geral da população- Censos 2001”;

A nível local é de todo relevante caracterizar os factores sócio-culturais, uma vez que é
necessário conhecer os valores e normas sociais das populações, que poderão
condicionar a aceitação do projecto. A metodologia aplicada a este sub-descritor basear-
se-á na realização de inquéritos à população residente nas imediações da área de
implantação do projecto, bem como, na consulta de bibliografia da especialidade.

Os inquéritos que incluem três perguntas de tipologia fechada (sim/não), serão


realizados durante o mês de Janeiro de 2001. A sua realização será efectuada num
sistema “ad-hoc”, uma vez que existem limitações de tempo e recursos.

Proposta de Definição de Âmbito do EIA Preliminar do Motódromo Internacional do Algarve 19


Avaliação do Impacte e Risco Ambiental
IV.2- EVOLUÇÃO DO AMBIENTE SEM A REALIZAÇÃO DO PROJECTO

Como anteriormente foi mencionado, a previsão e avaliação dos impactes ambientais


resultantes da execução do projecto, devem ter em consideração as características e o
estado do Ambiente, antes do início da implantação do projecto. No entanto, o sistema
natural não é estanque. Este encontra-se em constante evolução, por isso é necessário
elaborar uma projecção do estado do Ambiente sem a realizar do projecto, para
comparar com as consequências causadas pelo mesmo.

Por se efectuar uma projecção de carácter essencialmente tendencial, ter-se-á de


elaborar estudos baseados sobretudo nos instrumentos de planeamento e ordenamento
do território definidos na área de implantação do projecto.

No local do presente projecto deverá projectar-se a evolução da situação de referência,


com o único instrumento de planeamento e ordenamento do território existente nesta
área, o Plano Director Municipal de Loulé (CML, 1995).

Posto isto, poder-se-á supor, que no caso de não se realizar o projecto a conservação da
qualidade ambiental existente na área em estudo seria notável. Considerando a
manutenção dos zonamentos existentes no PDM de Loulé (CML, 1995), esta área
deveria continuar a ser uma “área de agricultura condicionada I” e de “uso
predominantemente agrícola”. Sendo assim, seria provável que para além da poluição
difusa provocada por fertilizantes e pesticidas da agricultura, o intensificar de
habitações dispersas e por consequência o aumento de infra-estruturas de saneamento,
viárias, energéticas e de telecomunicações e de deslocações dos habitantes, poderia
provocar, apesar de reduzida, poluição dos recursos hídricos, solos e usos dos solos,
ambiente sonoro e uma degradação paisagista.

V- METODOLOGIA A ADOPTAR PARA A IDENTIFICAÇÃO E


AVALIAÇÃO DOS IMPACTES.

No presente capítulo define-se a metodologia a aplicar para identificar e avaliar os


impactes mais significativos, em cada um dos descritores, em todas as fases do projecto.

A identificação, previsão, interpretação e valoração dos impactes irá resultar da


comparação dos vários cenários ambientais, isto é, o quadro actual sem o
empreendimento servirá como situação referência, ao qual será confrontado o cenário
ambiental das fases de trabalhos preparatórios e construção, exploração e desactivação
do projecto.

A analise dos impactes ambientais será realizada de acordo os seguintes critérios, que
serão aplicados para analisar cada um dos descritores, o que possibilitará a elaboração
de um matriz.

Natureza – Negativos (-) quando agravam a situação actual e Positivos (+) quando de
traduzem na melhoria das condições de cada descritor ambiental.
Duração – Temporários (T) sempre que se verifiquem durante num determinado
período, e Permanentes (P) em caso contrário.

Proposta de Definição de Âmbito do EIA Preliminar do Motódromo Internacional do Algarve 20


Avaliação do Impacte e Risco Ambiental
Ordem – Directos (D) são aqueles que são determinados directamente pelo projecto e
Indirectos aqueles que são induzidos por actividades relacionadas com o projecto.
Reversibilidade – Irreversível (I) consiste na permanência dos efeitos no tempo;
Reversível (R) caracteriza-se pela anulação dos efeitos
Significância - traduz a importância ecológica ou social do recurso afectado. A
significância apresentará uma escala quantitativa composta por quatro classes,
significância reduzida, moderada, elevada e muito elevada. Na matriz estas classes serão
representadas por números, que resultarão da agregação dos critérios anteriores.
Magnitude – refere-se à intensidade ou extensão da afectação. A magnitude apresentará
uma escala qualitativa composta por três classes, reduzida, moderada e elevada. Na
matriz estas classes serão representadas pelas cores do fundo da célula, verde, amarelo e
vermelho, respectivamente.

A matriz a utilizar de forma a analisar o impacte ambiental das acções ou actividades


em cada uma das fases do projecto será a matriz de Leopold (1971).

Esta matriz terá duas componentes no eixo vertical, os principais impactes e decorrentes
da implantação do projecto, agregados aos respectivos descritores. No eixo horizontal
serão descritos, as fases do projecto (construção, exploração e desactivação), com as
acções do projecto correspondentes a cada uma das fases, que causam impactes.

Pode-se assim afirmar que a matriz irá ser elaborada conjugando um conjunto de acções
associadas às principais componentes do projecto susceptíveis de gerar impactes, com
um conjunto de receptores de natureza ambiental e sócio-económica.

A utilização de matrizes são muito utilizadas como método para a identificação do


impacte tanto de uma forma qualitativa como quantitativa, efectuando uma avaliação
global dos impactes.

V.1- CLIMA

A predição dos impactes no descritor clima será efectuada através da análise estatística
comparativa dos dados referidos na situação de referência face à situação de projecto. A
metodologia aplicada na caracterização será em tudo semelhante à aplicada nesse ponto,
sendo efectuada para a fase de trabalhos preparatórios e construção, exploração e
desactivação.

V.2- GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

Os impactes da geologia e geomorfologia serão preditados através da elaboração de


mapas de risco efectuados a partir do mapa de declives, elaborado na situação de
referência, complementado com a análise litológica e geológica.

Proposta de Definição de Âmbito do EIA Preliminar do Motódromo Internacional do Algarve 21


Avaliação do Impacte e Risco Ambiental
V.3- SOLOS E USOS DO SOLO

Os impactes deste descritor serão preditados através das características do projecto


realizando-se para isso, uma sobreposição de impactes com o recurso da
fotointerpretação, e o cálculo das superfícies afectadas de cada tipo de solo.

Neste descritor poderá recorrer-se a modelos para simular a dispersão dos poluentes no
solo, bem como, modelos que simulem a deposição atmosférica, caso existam dados
disponíveis.

V.4- RECURSOS HÍDRICOS

V.4.1- RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS

Os impactes deste sub-descritor serão preditados através da análise comparativa espacial


e estatística da rede de drenagem, recarga de aquíferos e qualidade da água na situação
com projecto face à sem projecto. O cálculo do impacte no escoamento superficial será
efectuado através do modelo racional do balanço hídrico, com o auxílio do método de
Thiessen, dos factores de impermeabilização, fórmula de Loureiro (1986) e de
Lencastre & Franco (1984).

V.4.2- RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS

Os impactes deste sub-descritor serão estudados através da análise comparativa


estatística do volume de água destinado à recarga de aquíferos, bem como, a qualidade
da água na situação com projecto face à situação sem projecto. Os dados que serão
utilizados para esta predição provirão da utilização de modelos racionais de balanço
hídrico e da análise de diagramas de qualidade de águas subterrâneas.

V.5- ECOLOGIA

V.5.1- FAUNA

Os impactes deste sub-descritor serão estudados através da análise comparativa


estatística e espacial das espécies e comunidades faunísticas a nível local e regional. A
análise estatística recorrerá a métodos racionais de distribuição e de diversidade
biológica. A análise espacial será efectuada com o recurso à fotointerpretação de
fotografia aérea.

V.5.2- FLORA

Os impactes deste sub-descritor serão estudados através da análise comparativa


estatística e espacial das espécies e comunidades florísticas a nível local e regional. A
metodologia será em tudo semelhante à descrita na fauna. Poderá recorrer-se a um
modelo dose-resposta para calcular o impacte dos poluentes atmosféricos nas

Proposta de Definição de Âmbito do EIA Preliminar do Motódromo Internacional do Algarve 22


Avaliação do Impacte e Risco Ambiental
comunidades vegetais, contudo este modelo poderá não ter dados suficientes para ser
aplicado

V.5.3- HABITATS

Os impactes deste sub-descritor serão preditados através da análise espacial da


distribuição dos habitats e da fragmentação na área de estudo (delimitada na situação de
referência).

A metodologia para efectuar a predição basear-se-á na análise de fotografia aérea,


métodos racionais de diversidade, mais particularmente o índice de Wilson & Shmida.
Aplicar-se-á o fluxograma das inter-relações entre os impactos ecológicos com a
compactação do solo e impacto nos habitats (Morris & Therivel, 1995).

V.6- QUALIDADE DO AR

Os impactes deste descritor serão preditados através de um modelo de dispersão de


poluentes “industrial souce complex (ISC3)” (EPA, 1995), modelo este que pode ser
aplicado em fontes não lineares.

Desta forma, efectuar-se-á estimativas de emissões de poluentes dos vários parâmetros e


analisar-se-á com as condições metereológicas de forma a comparar com os valores
obtidos na situação de referência.

V.7- AMBIENTE SONORO

Os impactes no descritor ambiente sonoro serão pressupostos através de projecções e de


dados, obtidos a partir de modelos, como é o exemplo, do SoundPLAN desenvolvido
pela Braunstein Berndt GmbH. Este modelo permite calcular os valores dos níveis
sonoros do ruído emitido por vias de tráfego e por indústrias, o que possibilitará a
aplicação deste no presente estudo, na medida em que aplica-se a fontes lineares e não
lineares.

No entanto, a aplicação deste software poderá ser inviabilizada pela inexistência de


dados iniciais para realizar modelo. Também poderá ser aplicado modelos dose-
resposta, de acordo com o descrito na proposta de directiva de gestão de ruído ambiente,
contudo estes apresentam a mesma limitação do modelo anterior.

V.8- PAISAGEM

Os impactes no descritor paisagem serão previstos através da análise do impacte nos


indicadores de visibilidade e através de Sistemas de Informação Geográfica (SIG), para
se analisar a acessibilidade visual ao projecto, tendo em consideração não só a
acessibilidade em função da distância, mas também a acessibilidade a partir de todas as
habitações nos raios de 1 e 2 km, desde o perímetro da área de construção.
Proposta de Definição de Âmbito do EIA Preliminar do Motódromo Internacional do Algarve 23
Avaliação do Impacte e Risco Ambiental

Será também, determinado o impacte nas unidades de paisagem (aspectos biofísicos),


através da simulação comparativa da morfologia existente no terreno, com a das
unidades de ocupação do solo após a implantação do projecto.

V.9 - FACTORES SÓCIO-ECONÓMICOS

Os impactes referentes a este descritor serão preditados através do estudo da evolução


da população e de métodos de projecção estatística, tendo em conta cenários
comparativos face aos dados da situação de referência.

Para melhor avaliar os impactes associados a este descritor, propõe-se a utilização de


um fluxograma de Gamlsson et al (1994) para os impacte sócio-económicos.

V.10- IMPACTES CUMULATIVOS

A metodologia aplicada para avaliar os impactes cumulativos necessita de incorporar a


vertente qualitativa e quantitativa.

Desta forma, existe uma grande dificuldade de avaliação dos impactes cumulativos,
devido à numerosa falta de recursos e informação existente para aplicar estes métodos.

Adoptar-se-á uma metodologia restrita para a avaliação destes impactos, a partir de


Irving & Bran (1993) in Morgan (1998), que basear-se-á na análise geográfica, através
da identificação de projectos (implementados/a implementar) que possam produzir esses
efeitos, e em documentação detalhada sobre impactes previstos relativos a projectos
associados. Contudo, devido à dispersão das fontes de informação necessárias, esta
análise poderá ser inviabilizada.

VI- PROPOSTA METODOLÓGICA PARA A ELABORAÇÃO DO


PLANO GERAL DE MONITORIZAÇÃO

De um modo simplista, a monitorização significa a observação de alguns fenómenos


num determinado período. Num plano de monitorização serão, fixadas as variáveis a
medir, a frequência da medição e o tratamento da informação. Neste é também definida
a responsabilidade de execução, avaliação e divulgação, tendo em consideração a
análise metódica e minuciosa dos dados recolhidos e a diminuição de custos (Morgan,
1998).

A implementação de um programa de monitorização permitirá averiguar e quantificar,


de forma mais precisa, os impactes associados ao projecto, nas fases de construção, de
exploração e de desactivação.

O programa de monitorização, desenvolvido antes de qualquer intervenção no terreno,


deverá englobar todas as fases do projecto, criando assim, um conjunto de avaliações
periódicas que acompanhem, identifiquem e avaliem eventuais alterações que não
estejam previstas no EIA preliminar.
Proposta de Definição de Âmbito do EIA Preliminar do Motódromo Internacional do Algarve 24
Avaliação do Impacte e Risco Ambiental

Os descritores de monitorização dos impactes deste projecto, considerados essenciais,


serão os recursos hídricos, a ecologia, a qualidade do ar e o ambiente sonoro. Para estes
descritores, o programa de monitorização será desenvolvido seguindo a estrutura e as
orientações da legislação actualmente em vigor, Portaria nº330/2001 de 2 de Abril,
ponto VI do Anexo II e os métodos de amostragem e análise, sempre que possível,
segundo a legislação e normas portuguesas.

O ponto VI do Anexo II da Portaria n.º330/2001 de 2 de Abril, preconiza que para uma


monitorização mais precisa e demonstrativa do panorama real, serão estipulados os
vários locais (ou tipos de locais), frequência e periodicidade das amostragens ou
registos, incluindo, quando aplicável, a análise do seu significado estatístico. Serão
também estabelecidos os parâmetros, os métodos e as técnicas de análise, bem como os
equipamentos necessários. Por fim, será determinado o tipo de medidas a aplicar na
sequência de determinados resultados, a periodicidade dos relatórios de monitorização e
os critérios para a decisão sobre a revisão do programa de monitorização. Morgan
(1998), refere ainda, que visando a optimização do plano de monitorização deverão ser
descriminadas as necessidades de recursos humanos e deverá ser racionalizado uma
diminuição de custos.

Com uma adequada execução do plano pode-se também, analisar a aplicação e a


eficácia das medidas de mitigação implementadas, acumular dados de suporte para
tranquilizar ou reassegurar tanto as populações como as associações de defesa do
ambiente, ter a noção da proximidade de limites críticos estipulados, documentar os
impactes nos diversos sectores de actividade para serem utilizados em EIA futuros de
projectos similares e através de todas estas componentes criar modelos, que
rapidamente prevejam os impactes mais consideráveis. Como foi dito anteriormente,
através da análise aos resultados obtidos neste plano geral de monitorização, serão
idealizadas as novas medidas de gestão ambiental a aplicar (Morgan, 1998).

VII- PLANEAMENTO DO EIA


O Estudo de Impacte Ambiental tem como objectivo a caracterização e a apresentação
técnica, cientificamente fundamentada de todos os impactes significativos, positivos e
negativos do projecto, e todas as medidas de gestão propostas para evitar, minimizar ou
compensar os impactes negativos identificados (IPAMB, 2000).

A estrutura do Estudo de Impacte Ambiental sobre o Motódromo Internacional do


Algarve irá integrar:

1 Introdução
2 Definição do Projecto
2.1.1 Identificação do Proponente
2.1.2 Objectivo do Projecto
3 Descrição sumária do projecto
3.1.1 Localização
3.1.2 Características técnicas
3.1.3 Condicionantes
3.1.4 Alternativas

Proposta de Definição de Âmbito do EIA Preliminar do Motódromo Internacional do Algarve 25


Avaliação do Impacte e Risco Ambiental
4 Caracterização da Situação Referência
4.1.1 Clima
4.1.2 Geologia e Geomorfologia
4.1.3 Solos e Usos de Solos
4.1.4 Recursos Hídricos
4.1.4.1 Recursos Hídricos Superficiais
4.1.4.2 Recursos Hídricos Subterrâneos
4.1.5 Ecologia
4.1.5.1 Fauna
4.1.5.2 Flora
4.1.5.3 Habitats
4.1.6 Qualidade do ar
4.1.7 Ambiente Sonoro
4.1.8 Paisagem
4.1.9 Aspectos Sócio-Económicos
5 Evolução previsível da situação sem realização do projecto
6 Previsão e avaliação dos impactes ambientais
6.1.1 Clima
6.1.2 Geologia e Geomorfologia
6.1.3 Solos e Usos de Solos
6.1.4 Recursos Hídricos
6.1.4.1 Recursos Hídricos Superficiais
6.1.4.2 Recursos Hídricos Subterrâneos
6.1.5 Ecologia
6.1.5.1 Fauna
6.1.5.2 Flora
6.1.5.3 Habitats
6.1.6 Qualidade do ar
6.1.7 Ambiente Sonoro
6.1.8 Paisagem
6.1.9 Sócio-Económicos
6.1.10 Impactes Cumulativos
7 Avaliação Global dos Impactes
8 Medidas de Mitigação de Impactes negativos
9 Monitorização
10 Lacunas de Conhecimento
11 Conclusões
12 Referências Bibliograficas

A elaboração de Estudos de Impacte Ambiental requer uma vasta comunidade de


especialistas dos diversos ramos do Ambiente. O EIA preliminar que dará seguimento a
esta proposta de definição de âmbito, será efectuada a nível académico. Por este facto, o
EIA preliminar do MIA será efectuado pelos autores desta PDA, com o suporte a
comprovações “in situ”, a técnicos e a bibliografia especializada.
Devido a regulamento geral de avaliação da Faculdade onde se inserem os autores, estes
terão um mês para executar o EIA.

Proposta de Definição de Âmbito do EIA Preliminar do Motódromo Internacional do Algarve 26


Avaliação do Impacte e Risco Ambiental
VIII- REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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