Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ÍNDICE
Na realização de um projecto deste tipo e com estas dimensões existem uma série de
actividades e projectos associados que têm de ser consideradas na hora de contemplar o
impacto global.
Propôs-se também a recuperação de uma casa rural e de uma azenha junto ao açude na
Ribeira de Algibre, mantendo a arquitectura tradicional, organizando-a em torno de uma
praça que ligará com o parque de campismo e a alameda do motódromo (Somague &
Veloso, 1997).
A par deste projecto, está programada uma ETAR para tratamentos dos efluentes
líquidos produzidos no empreendimento, bem como sistemas de drenagem (Somague &
Veloso, 1997).
As emissões durante a fase de exploração provêm dos veículos dos espectadores, dos
competidores, dos fornecedores de bens e serviços, sendo os poluentes libertados o
monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos (HC), óxidos de azoto (NOx), dióxido de
enxofre (SO2), fumos negros e chumbo (Pb).
O projecto em avaliação encontra-se entroncada por três cerros com altitudes bastante
significativas, por isso não foram, naturalmente, contempladas quaisquer alternativas
face a sua localização, uma vez que qualquer alternativa no local do empreendimento
iria provocar maiores impactes quer do ponto de vista ambiental, quer do ponto de vista
económico.
Todos os impactes referidos vão ser alvo de estudo uma vez, que irão provocar
modificações significativas em relação ao quadro de referência actual. Cada impacte
pode provocar não apenas uma alteração de um factor ambiental, mas sim de vários
factores ambientais.
Existem alguns factores que podem constituir condicionantes ao projecto, quer seja por
dificuldades técnicas, quer seja por limitações intrínsecas ao meio. Assim, enumeram-se
em seguida algumas destas condicionantes.
A área de estudo poderá apresentar uma dimensão variável em função dos factores
ambientais em análise, na medida em que, alguns terão que ser analisados a uma escala
mais abrangente, para posteriormente ser possível avaliar os impactes directos e
indirectos, bem como, contemplar impactes nas zonas envolventes ao local do projecto.
IV.1.1- CLIMA
O clima da área será inserido nas regiões climáticas de Daveau et al (1985). Os vários
parâmetros deste descritor serão alvo de um tratamento estatístico, sendo muitos dos
parâmetros apresentados à escala regional. A caracterização deste descritor assume
especial importância, uma vez que afecta directamente o descritor recursos hídricos,
qualidade do ar e ambiente sonoro.
Este descritor será analisado à escala regional, uma vez que a base de trabalho é a Carta
Geológica de Portugal, à escala 1:50 000. A metodologia aplicada a este descritor será a
análise bibliográfica nomeadamente, Manuppella et al (1987) “Notícia Explicativa da
folha 53-A (Faro) da Carta Geológica de Portugal, CNA (1974) “Intensidade Sísmica”,
escala 1:1 000 000 e as Folhas 596 e 597 da Carta Militar de Portugal, à escala 1:25 000
(SCE, 1979), que serão a base para a elaboração de um mapa de declives. Também será
aplicado o método de fotointerpretação de fotografia aérea para localizar a existência de
falhas.
Neste descritor poderá ser necessário recorrer à recolha de amostras para posterior
análise laboratorial da resistência dos materiais e da constituição da coluna
estratigráfica.
Este descritor será analisado à escala 1:50 000, uma vez que será analisada a Folha n.º
50C da Carta de Capacidade de Uso do Solo (CNROA, 1983). A metodologia aplicada
será a análise laboratorial das características que constituem o solo, tais como
coeficientes de capacidade de troca catiónica, permeabilidade e porosidade. Através da
modelação matemática de migração de contaminantes no solo, poder-se-á obter dados
para estudar o comportamento dos poluentes no solo. Também será a utilizada a
metodologia de fotointerpretação e análise territorial “in situ” para verificar o uso do
solo (Henriques, 1994a). As fontes bibliográficas utilizadas serão CNROA (1983)
Para uma avaliação mais concisa do descritor recursos hídricos, este será exposto nos
sub-descritores recursos hídricos superficiais e recursos hídricos subterrâneos.
A análise da qualidade das águas será igualmente efectuada através do Sistema Nacional
de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH) do Instituto da Água (INAG), a partir da
referida estação de monitorização, utilizando-se para tal, a mesma série temporal
utilizada na quantificação dos recursos hídricos.
IV.1.5- ECOLOGIA
IV.1.5.1- Fauna
Este sub-descritor deverá apresentar uma análise com duas áreas geográficas, a primeira
corresponde à área de implantação do projecto e a segunda com um raio de 2 km, a
partir da primeira área, que será afectada de uma forma indirecta pelo projecto. No
entanto, existirão algumas espécies que serão analisadas à escala regional devido a
necessitarem de grandes áreas territoriais.
A metodologia aplicada para estudar a fauna irá basear-se na elaboração de listagens das
espécies presentes, de forma a analisar a informação acerca dos estatutos de protecção e
conservação dos vários grupos taxonómicos, patentes no Livro Vermelho dos
Vertebrados de Portugal. Para complementar e fortalecer esta análise o inventário das
espécies será comparado com as espécies indicadas na Directiva Aves/Habitats (DL
140/99), Convenção de Bona (DL 103/80) e Convenção de Berna (DL 316/89).
As espécies de fauna serão corroboradas “in situ” na medida em que, os atlas utilizados
apresentam quadrículas UTM 10 por 10 km, o que confere algum grau de incerteza, pois
a área de estudo é bastante inferior. A metodologia efectuada no campo deverá-se
basear em transectos N-S e E-W, durante a época de invernada, estival e de migração
pré-pós nupcial, que permitiria conhecer a distribuição das espécies na área. Contudo,
face à incompatibilidade temporal com a concepção do estudo, será efectuada apenas
uma saída de campo durante o mês de Janeiro. Todavia para minimizar esta limitação
serão consideradas observações ad-hoc efectuadas pelos populares na zona de estudo.
IV.1.5.2- Flora
Desta forma, será efectuado um levantamento das espécies vegetais “in situ” aplicando
o método de contagem “line strip”, com direcção N-S e E-W, efectuando um
levantamento dos habitats observados. Contudo a existência de factores impeditivos na
classificação de muitas das espécies poderá inviabilizar a aplicação de índices de
diversidade.
IV.1.5.3- Habitats
O estudo dos habitats abordará a análise das comunidades faunísticas e florísticas na sua
relação com o meio e entre si, a nível local, bem como, os corredores ecológicos.
Este sub-descritor deverá apresentar uma análise com duas áreas geográficas, a primeira
corresponde à área de implantação do projecto e a segunda com um raio de 2 km a partir
da primeira área, que será afectada de uma forma indirecta pelo projecto.
IV.1.6- QUALIDADE DO AR
Para melhor compreensão dos níveis de poluentes na atmosfera local os dados obtidos
serão comparados com a legislação nacional (Portaria n.º 286/93 de 12 de Março e
Portaria n.º 623/96 de 32 de Outubro), e com a legislação comunitária (Directiva
2000/69/CE do conselho de 16 de Novembro), que fixa os valores das concentrações
limite e concentrações guia para alguns poluentes atmosféricos, nomeadamente o CO,
SO2, NOx, TSP e Pb.
A análise espacial deste descritor será efectuada com o auxílio de duas áreas de
caracterização. A primeira zona de estudo circunscrever-se-á a um raio de 1 km,
incluindo o local de implantação do projecto e a segunda abrangerá uma área com um
raio de 5 km. Nestas zonas pré-definidas serão efectuadas medições acústicas segundo
a norma NP 1730 (1996) e o Decreto-Lei 292/2000 para a elaboração de um mapa de
ruído com escala 1:10 000. Os dados obtidos a partir das medições serão tratados
através de métodos racionais e modelos descritos na Proposta de Directiva do
Parlamento Europeu e do Conselho Relativa à Avaliação e Gestão do Ruído Ambiente
(2000/0194(COD)). Também deverá ser caracterizada acusticamente as estradas de
acesso ao local de implantação do projecto. No entanto, na eventualidade de não ser
possível efectuar amostragens será tomado como referência o valor de referência para
áreas rurais, L=40 dB no período diurno, L=35 dB no período entardecer e L=30 dB no
período nocturno (Vigone, 1996).
As fontes bibliográficas que serão utilizadas neste descritor para além das enunciadas
são CCE (1996) “Livro verde da comissão europeia sobre a futura política do ruído”;
Silva (1995) “Ruído de tráfego rodoviário- LNEC”; Farnham & Beimborn (1990)
“Noise barrier design principles”.
IV.1.8-PAISAGEM
A bibliografia utilizada para este descritor será entre outras MMA (2000) “Guia para la
elaboración de estudios del medio físico, metedología”; a Folha n.º 50C da Carta de
Capacidade de Uso do Solo; Manuppella et al (1987) “Notícia Explicativa da folha 53-
A (Faro) da Carta Geológica de Portugal, CNA (1974), Folhas 596 e 597 da Carta
Militar de Portugal, à escala 1:25 000 (SCE, 1979).
As componentes deste descritor irão ser analisadas à escala regional, nomeadamente nos
Concelhos de Albufeira, Faro e S. Brás de Alportel, que envolvem parte do concelho de
Loulé e a uma escala local (freguesias do Município de Loulé).
A nível local é de todo relevante caracterizar os factores sócio-culturais, uma vez que é
necessário conhecer os valores e normas sociais das populações, que poderão
condicionar a aceitação do projecto. A metodologia aplicada a este sub-descritor basear-
se-á na realização de inquéritos à população residente nas imediações da área de
implantação do projecto, bem como, na consulta de bibliografia da especialidade.
Posto isto, poder-se-á supor, que no caso de não se realizar o projecto a conservação da
qualidade ambiental existente na área em estudo seria notável. Considerando a
manutenção dos zonamentos existentes no PDM de Loulé (CML, 1995), esta área
deveria continuar a ser uma “área de agricultura condicionada I” e de “uso
predominantemente agrícola”. Sendo assim, seria provável que para além da poluição
difusa provocada por fertilizantes e pesticidas da agricultura, o intensificar de
habitações dispersas e por consequência o aumento de infra-estruturas de saneamento,
viárias, energéticas e de telecomunicações e de deslocações dos habitantes, poderia
provocar, apesar de reduzida, poluição dos recursos hídricos, solos e usos dos solos,
ambiente sonoro e uma degradação paisagista.
A analise dos impactes ambientais será realizada de acordo os seguintes critérios, que
serão aplicados para analisar cada um dos descritores, o que possibilitará a elaboração
de um matriz.
Natureza – Negativos (-) quando agravam a situação actual e Positivos (+) quando de
traduzem na melhoria das condições de cada descritor ambiental.
Duração – Temporários (T) sempre que se verifiquem durante num determinado
período, e Permanentes (P) em caso contrário.
Esta matriz terá duas componentes no eixo vertical, os principais impactes e decorrentes
da implantação do projecto, agregados aos respectivos descritores. No eixo horizontal
serão descritos, as fases do projecto (construção, exploração e desactivação), com as
acções do projecto correspondentes a cada uma das fases, que causam impactes.
Pode-se assim afirmar que a matriz irá ser elaborada conjugando um conjunto de acções
associadas às principais componentes do projecto susceptíveis de gerar impactes, com
um conjunto de receptores de natureza ambiental e sócio-económica.
V.1- CLIMA
A predição dos impactes no descritor clima será efectuada através da análise estatística
comparativa dos dados referidos na situação de referência face à situação de projecto. A
metodologia aplicada na caracterização será em tudo semelhante à aplicada nesse ponto,
sendo efectuada para a fase de trabalhos preparatórios e construção, exploração e
desactivação.
Neste descritor poderá recorrer-se a modelos para simular a dispersão dos poluentes no
solo, bem como, modelos que simulem a deposição atmosférica, caso existam dados
disponíveis.
V.5- ECOLOGIA
V.5.1- FAUNA
V.5.2- FLORA
V.5.3- HABITATS
V.6- QUALIDADE DO AR
V.8- PAISAGEM
Desta forma, existe uma grande dificuldade de avaliação dos impactes cumulativos,
devido à numerosa falta de recursos e informação existente para aplicar estes métodos.
1 Introdução
2 Definição do Projecto
2.1.1 Identificação do Proponente
2.1.2 Objectivo do Projecto
3 Descrição sumária do projecto
3.1.1 Localização
3.1.2 Características técnicas
3.1.3 Condicionantes
3.1.4 Alternativas
IX- BIBLIOGRAFIA
• FRANCO, J.A. & ROCHA, A.M.L. (1994). Nova flora de Portugal. Vol.3.
Escolar Editora. Lisboa.
• PORTARIA n.º 623/96 (12-03-1993). D.R. I Série, n.º 253. Imprensa Nacional-
Casa da Moeda SA, p1169-1177.