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ANTONIO MUNIZ DE REZENDE

C on ce . ã o
. . .

.fenomenológica
da ·· ucação

POLÊMICAS DO NOSSO TEMPO


.
Sumarw
~

Prefácio • • .
. . •. •
.............. .... . .. .. 7
\
_ . . . . . . . . •· · · • •..• 13
\ Jn tr ~ u ça o _ · p
1. o u n e n ~ ed agógica d o mé~ ~ ~ f e~ ~ ~ en o ló g iC O
••••
17
d a fe n o ro en
. . . . . . . . . • •• · 17
1. 1 O clisC U
discufSO o lo g ia · · ·
1.2 Um . rso d e sc n· u·v o : . . · · · • . . . • • . • • . . 18
1.3 Um ~ u rs coropreens1vo • • · · · · . . . . . . . . 27
1.4 Um d is C o in w rp re ta ti v o • · · · . .. . 29
1.5 Conclusao ~ . • •••••••• · · • · · ·
··· · · • • • • • • • • . . 32
2 A temática d ·
. hermenêuticaa fenoroeno1o g ia e x is w n c ia l-
.. . . . . . . .
2.1 O fenôroen . . . . •. • . . . . ••. . . 34
o . . . . . . . . ••••. .
2 2 A es tr u tu ra f enoroen . • • . . . . : •• 34
al • • · · • · • ·. . . ••. .
2:3 o ser-no-ro · 35
u n do
2.4 A experiê
ncia e o •ro•u·n·d · · = ·. · · · · · · · · · 35
o v iv id o . . .
2.5 A dialética
. . . . . . • •· •· .· •· 36
· · · ·
d a e st ru tu ra· fe· · · · · · · · . · . ·. . . . . .
2.6 Dimensão
nomenal ~ é u .
37
2.7 A teleolog
ia,
2.8 A filosofia o tr ab al h o e a re v o lu ç a o
ca • • · • 38
coroo b u sc a d •••••· • • 41
2.9 Conclusão a v e rd a d e •
. . . •. . . . . • •••••• · 42
. . •••. . ••
3. U m a fenoro
•••••• · 44
enologia d a e d
ucaç
3.1 A educaçã
o coroo a p re n d ã o . • • • • • . . • • . • • 46
3 .2 A educaçã iz a g e m • • •
o co m o a p re n • •
~.3 A educaçã d iz a g e m d a c u • • .• • • . 47
o co m o aç ão c lt u ra • . • •
u lt 59
3 .4 Objetivos
cu lt u ra is re v o u ra l • . • • . • • • • • • •
3.5 A ideologia lu c io 70
co m o m a n if e st n á ri o s da e d u c a ç ã o ..
do d ~ jo . . . a ç ã o - o c u lt a
m e n to
82
3.6 O discurso . . . . . .........
p ed ag ó g ic o . . . .
•.•• •. ••• .. . . • . 85
•• •• • ••
onclusão - O 86
h u m an is m o d a
fe n o m e n o lo g
ia • • • . • •

93
\.
1
' mmensão pedag
J do método fen ógi?I:
omenologte0
\ l O d1.SC r s o d a f e n
. U om enologia
O étodo da f e n
efmitivom o m e n o lo g . é discursiv
\ d
. d a p e la a s essências N a v e r d aiad
· -
. UJiriino e n a o a p e .. .. .. ..
ê n c i a~
fenomeno .. n ã o d iz e , a m d a s e s s
o conce1.tual logia, respeito · ~ s,
p
ncia existequ~ ossa ser de1uu: A
~-
m a s à s~tgW!1 m e r ? c o nt e ú -
uO nificaÇãO
e o uúcio ncial, q u e c o ~0 tal d e v, e s e r d . Assud eu
omplexa,
, a fenom
e n - d ia
e s c n t a . n· d emsa-
a e s tr u o l o g i a : r : ,1 n t e de uma •.
- se redu tu r a 7 enõmeno r
, cuja e x ealidade
z a nenhu d o p p
tegra to d a ma ~ d a intencio p er
nalidade i ê n c i a
ntido h ã s. ~ p r e o c u p a ç f ~ o m e n o l o mas a s
· da, nos sentido, e m e a o gia
fazer p e r c s m o e m q u ntidos há é dizer em qu~
d o aquilo eber q u e e se sentidos.
que pode há sem • n Mais
l N ã o é se m o s d iz e r . p r e m a is s e t i d o a l é m d e
e Merle m razão q u
au- eaf .

\i 1 o signific Ponty, f o i chamad e n o m e n o l o g i a , P. ·pa1me


to d a s as s a precisamente u a ..f il o s o f ia d a a ~ .
osofia d a
uas f o r m a
s
m
s, princip a s u p e r a ç ã o d o m b ~ ~ · I s -
cia. P o r o id é ia s claras e dis
almente
no
~
~te a

utro lado, tintas, o u cartesaamsmo c cm


especialm i s t o a c o m o f omo f i -
e ap il o
q u e d e a m nte a t e n t a aos pr roxima d a f i l o s o a o f ia d a e v i d ê n -
b ig ü id a d e oblemas fia da lin
\
1
de densid
o inicio c
o
om
tica d o s ú
e
s
ade semân . P a u l Ricoeur p r em&nticos. A l i ú g u a g e m ,
e f e r e f a la
r
sllnbolo c mo u m a .. realidadn b o lo . O f e n ô m e n d e p o l i s s e m i a e
o
, mais d o

\ trando, ar o u m a e s t r u t u r a " t lp ic a d o m u n a p a r e c e desde


ti culando d e estru do huma
tações do
sentido n ao s d iv e r s o s sentid turas. r e n n in d o , n o , e o
~ . ao f trama constitutivaos, o u a s d i v e r s a s mconcen-
de p o s iç a a la r d o d d o discu anifes-
is n
o fenom
enológica curso existencial, o e x i s t e n c i a l .
: a própr p
i a e x i s t e h á u m a tomad
ncia tem
sentido e
a
OL&.1.--1..lCaçãO é •
tOda a histó ria h lllSep aráve I da eJtistê . ,
Cult ural ~vi·d lllna na que ªPare ce ncia. Por ,...,ta
- > ,. a o
gera ções sur-c.-....: por a&&u.
i9'11.: como di ......, razão
e 1vÍduos e gru scurso: o ri:ft_ , .. .
v a s . Se ~ tura semântica do
urso> é na ~
IDed ida P0s huma n
j-"'Ue mos falar de uma . os, atravé~
s
sigruhcativa ou diz~estrum que sentido(s) háprópr
d rição tenta er e
io fenôm eno. A
sentido(s). Isto ocor-
em fun - em que também . d
tipolo gia do dis reesc
em três sena·dos f un<lamentais• relativos aos tres sentid os a
A •

O . çao dos luga res ou tó .


~ur so feno men oló . picos em aque eXJst ência se di
o sentid o t versifi palavra sentido. .
naça o do senti do em se~coclipre tende corre sPon de~ Em primeiro lugar, o sentido diz respei•to à e~t~ ·
n
ciali
-
atrav és da histó ria. Uma :car dade do fenômeno, em íntima relação ~m. a ~onsc1encia per-
verso s lugar es de manifes - ceptiva. Não é sem razão que uma d~ pnnc1pais ob?5 de Mer-
nunc a pode rão diz.e r o uePa lavr~ uma frase, uma defiru
de reco rrer ao discn -.-,.. q ç· leau-Ponty se intitula A fenom enolog ia da perce pçao. Descr e-
. h᪠diz.er . Temo s necessanamen ver é dizer o que há. o que existe, o que acont ece, o que se dá a
da para nos aprox imarm
"AA O,V
.
dens idad e semâ ntica do fenôm eno huma no.os o mais possív conhecer. Merleau-Ponty, a este propó sito, não hesita_ em falar
de um "positivismo fenomenológico", que~endo com tsso afir-
mar a impossibilidade de perceb ermos sentid o fora do lugar
de
1.2 Um disc urso desc ritiv o sua manifestação, a existência. Neste sentid o é que se fala de
uma fenomenologia existencial. E Merle au-Po nty nos convi
da a
abandonarmos a perspectiva de um sujeito transc enden tal, com
Além da nece ssida de do discu rso para nos referi nnos o qual, no entanto, se preoc upara o prime iro Husse rl. Ao con-
fenô meno > a fenoD 1Cno logia nos presc reve a atitud e descri trário, Merleau-Ponty nos fala de um sujeit o engaj ado, de uma
tiv
com o send o realm ente a que corre spon de à densi dade semân consciência engajada, cujo ser-no -mund o é també m ser-a o-
ti
do fenô men o expe rime ntado . Aliás , a descr ição supõe , mundo, sendo a intencionalidade sua exper iência const rutiva .
el~ pró
pria, uma situa ção espec ial de prese nça, f~ra da qual_ ~ao ?s que se referem à fenomenologia como a uma filoso fia idea-
h
poss ibilid ade de perce pção fenom enal. A atitud e descn lista certamente não compr eende ram este seu aspec to funda
tiva ~ mental . -
discu rso a ela corre spon dente deco rrem da ..~~lta às prórfur
coisa s" para redes cobri ~las num enco ntro ongm al, ~te . Mas, em seg~ndo lugar, se falam os de uma consc iência
toda s as infor maçõ es forne cidas pelas fonte s secun dárias
e qun ~ngaJ ~, ~e~ por ~so ela deixa de ser consc iência . Toda signi-
por isso mesm o, d_eve m se~ ~s tas entre parên teses. Neste se
ndo a consc iência percepti c~~ :~i= :~~ ~áexist~ncia, e, por out~~ 13?0, a existê n-
tido, uma verd ade~ desc nça~ ;:u': seja sujeit o de seu próp há também ara a . . ~n~d o para a consc1encia perce ptiva,
va, só pode ser feita por algu · nomenologui da :1teli!!enc1_:1 e a co1:1sciência cogni tiva. A fe-
q mund o comp lexo tanto e
discu rso e entre em conta to co~ ~ria . Didat icame nte faland
sua cons tituiç ão como em ~uates carac teríst icas do discu
"fenomenolo . ão .~ªº
:pç~ o exclw , antes se comp leta numa
logia se inte ~ pelir :º6. _Prolongan~o Hegel , a fenom eno-
rso fe
podemos enUID Crar as segw n existe na própria gênese d t na ~s fenom e_n os e a lógica que
. descr itivo : deve ser signif iicant e, pertin ente, rele
nome noló gico versas manifest.,,,,.n....s I t o senti o e na articu lação de suas di-
vant e, refer ente, provocao te.• sufici ente.
e à palavra que~ • so
proferimosnosbrefere e xplicuam ·
ente ao discu rso
no-lo revela e nos revel so re o mund o: não é o mund o mas
dar
. ão signif icant e
J .2.1 A desc nç uma existência proa como ·
seres- ao
-mun°,d •
capaz es de lhe
h ~ n t e percebida p ~ ~ : fe_?omena1, uma existê ncia
uadam ente cons~ te em
[)eSC rever adeq 5 que são indisp ensáve1;1um erar todos t °;10 ª lllseparabilidade d~ si ~ •cação da ~a~ a apare co-
ets para fica.rm nor da existência humana. g~ca nte e do Significado noceinte-
roen te aque les 3! ~ é este" . Trata -se de descre ver a traIIJI
so
gabe nd O ºque fenor oe :~a r ~la encarnação do :~ h?me m é e n ~ sentid o, a
profendo na experiência da~c ant~ num Significante de
~\ 18
a mais do que simpl esmen te

\
. dO feJlOw ---. ucid80 '"'
. n1'lifícatlva .• ..,.,a IllulUP .-ul-
ra S1E>•- seota ~ 1J1llª I J '
a estflltll tal, ap~e a estrut ul"ª 11dên-
da língua. Neste sentido , a fenome nologia não se interessa tau
...,• ., ;ote ~o e, ""fog;a O
c0nS.ierantidO é c;ar~ ~nci a é
JllPre es A fenoineno ,..Ms cuJO da pe• ~
por um tratam ento formal da língua, mas pelas "aventuras
dialétic a", pela históri a do pensam ento.
! se nstitutiva. <. _.. Aa par rela:- cial.) se
cO ........-1 unifí~ ,., e,osten
O seJJSO _1..,.,ente ele se
Illº re~ ner-
Em terceir o lugar, há sentido para a liberdade, como ru- tiplic•~ ~ ada à situaça o eno tal co tidos. .A .l:'-
cia i.ntenc1on trUwra do !enôil l entido e dos. se':'ficâJlc ia c<>Jllº
mo e direção a ser seguid a. A dialétic a fenomenológica prolon-
ga-se numa teleologia do sentido . Esta última dimensão diz res-
peito principalmente à ação, à práxis, pela qual, além de perce-
o senso. da :o articul aÇ~
c0nstitul, cO
do:
iril intensi ficar
explic itar a s1~ no e não de
deste feootn e .... inte-
tiJlência velll ass da estr1.1tlll"ª asnP..c tos nao
ber sentido na história e no mundo já constituído, o homem po- recjsalilen~e, a - un· pertin entes os .l:'--
sendo, P tráriº sao . d ada
de ainda dar sentido, mudar rumos, fazer revoluções. Embora outro. Ao cantor a fenom enal const er síveis derro gaçõe s d a
Paul Ricoeur tenha trabalh ado numa fenomenologia da ação, geante s~ e=os se apresentaJD como Po[11S~Illº· O reduci onisJ.1 10
este é um dos capítulos em que o esforço dos fenomenólogos Dol.S
. ência• o reduc10D1Srn0 e o fenolll
. • e que
não nos parece ainda suficiente. Neste particu lar, o diálogo en- pertlD . . . d
aspect o em e t-i.,...e nto de outro s,
.1. u~ . aIIl
tre a fenomenologia e as filosof'ias da ação tem-lh e sido espe- consiste em inSJStll' num oito elllbo ra ta111béIIl seJ
cialmente proveitoso. É em relação a esse terceiro sentido da ·acabam sendo dei.X~º~ de l~do, 1:0a do fenôll leno. O fenom e-
palavra sentido que a descriç ão fenome nológic a nos aprese n~ importantes para~ s1gD1fi~açao p umula r toda e qualq uer in-
o mundo como sendo de fato uma hierarq uia de valores, uma nismo ao contrário, consis te em ac
estrutu ra significativamente ordena da, em que os diversos tópi- t ' - em multiplicar os aspect os enum erado s, sem discer -
~s. de manifestação do sentido nunca se apresen tam de maneira .=:fen omen ológic o, isto é, sem cuida r se eles devem de
mdiferente, mas sempre com prioridade atribuí da a um ou a ou- fato ser apontados, tanto em nome da signif icânci a como da
t:r:°· E a fenomenologia não dá necessariamente ra7Ao ao mar- pertinência e da relevân cia. Sem cair no reduc ionism o ou no fe-
XJSIDO ao diz.er que o fator econôm ico é sempre prioritá nomenismo, a descriç ão pertin ente procu ra levar em conta a
rio,
~ para efeito de análise das relaçõe s que se estabeleceID no complexidade da estrutu ra fenom enal.
~!f;~r da estrutu ra do mundo. A fenomenologia não é mate· Um bom entend imento do que seja a pertin ência está por
úl . ta., ao menos no mesmo sentido que o marxis mo. Onde es~
(M tJmo parece adotar ~ dial6tica uniline ar. nnidimeosiooa su~ vez, em íntima relação com um bom enten dimen to dd que
l SCJa O perspecbV
~ ) , a feno~n ologia prefere uma dial6tic a lurilinear OU É . .1Smo fenom enal. O fenôm eno não é uma
polissêlDlCa e continu a afirmando idéia
que nunca se reduz a um s6 de a ambigüida . . p
de do fenômeno
antes uma existen
cama em vários lugares cializa
C çã d · d
o o senti o, ~ue por sua vez se en-•
~que
rc~- -~tic as no interi:C'::a~~~~~~
ar..Al,HU,r;;;mos
pode ser identifi cado a · a::t:º tal, ? sentid o fenom ena1i zado só
falando tam~ de uma 6tica da ~ ~ . u i
e de uma ambigii idade radical da ação A fi amb1gwcfade festação. Isto signifi P dos divers os lugare s de sua mani -
o dogmat ismo em todas as suas f o ~ CDOmcnologia recusa res d ica que seus aspect (Ab
percept iva, da consciê ncia cognitiv a, da no ~vel ~ COIJSCi!ncia po~ e~ aos pontos de vis . os schat tunge n) cor-
~DC Ja Prática. _os P?IDeiros podem se d ta (Einst ellung en) a partir dos qu .
está mtimame r escobe rtos. A . . éUS
1.2.2 Uma descriçã o pertinen te
estrutura. nte relacio nada com o pe~~ ência , porta nto,
r1:__ E, uma vez m....... • . perspe cttVIS mo e o se d
. Dizer que o discurso feno
uu.cr o fenô ~ , 1Sto s1gnifi nso a
Prer;.,,.__ meno numa úni ica que
6 dizer que ele não deve OOútir rDelJOl6gico de fi ---uo s discursar ca palavr a, nem m nunca pode remo s
DenhUZQ doa . ve ser J>Crtinente cante e peftin a seu respei to disc esmo numa frase
20 élSpectos que real- mtegrantes de ente, per ' orrer d e mane .
s corren do sion.ç,:
ua estrutu ra se ân ~&&.1.1cattv . ira si · •
m tica. amente gru-
os aspec tos
p inf ra e
est rut ura , a
dis tinç ão en ~ a ara a inf r~- es-
estabelece uma rivi lég io u01voc<>
pO ma ter ial iS~ º
1.2.3 Um a descrição relevante rut ura l· fen om eno log ta
pela qual ~tu ra, coil1 UIIl p:ussenúa est
a supra-es detrÍJllento con da Podi . naIIlentos que a
r caracter iz.a r a si • . roo cio
. A_ssim com o a .pertinência vem me lhor a pertinência. E!i trutura, em
ara o roar xts
lho r p~ isa
nif icâ nci a, a rele vân ~ia vem me disc urso fenome- nos
p . ultrapassar•
traz pefl1 1lte
div ers as car act erís tica s do
out ras pal avr as, as e, um dete rmi-
a ser significant
nol ógi co dev em atu ar juntas: par . -0 e referência
des criç ão dev e ser ao me smo tempo pertinente / ·çã o fen om ena l é
nad o asp ect o da ou rele van te torn a-se J.2.4 Descnça
tid o
tine nte erís tica da des cn ndi do no sen
e rele van te, e o que é me nos per eito à 1 . arta car act
nci a diz diretamente resp e . r da est rut ura
me nos sig nifi can te. Se a per tinê ade con stitu tiva , a re- Aliá s, ª ;°re fere nte . Isto dev e ser ~nt tr a est rut ura
ple xid mt eno
est rut ura fen om ena l e à sua com cre ta de semelhante estrutu- que ela dev~ se to de relações tan to no
lev ânc ia diz res pei to à situ açã o con os, com o en e sem a ou -
do esta~ecll11: seus diversos asp ect do
ra, ou me lho r, à sua his tóri a. vá- feno men t ':: De nov o um a coi sa não pod e oco rre ~ 1 ão
tido se manifesta em aç
Se há pou co diz íam os que o sen nte enc ar- e seu conqeue não baia p;e juíz o da circ ula ção e da art Jcu
tom a cor po, sem elha :.,
rios lug are s ou tóp ico s em que . his 6 . em re,,. ,...,.. a tra ido. para _

A •

- t nco ~ se;t s aspec


naç ao ocorre com o um aco nte cim ent o .
o sent í do / Num a autê ntic a est rut ura sem ant ica , seu s div er~
aco nte cim ent o que s vem da re~ça<;> qu e ~e
out ros aco nte cim ent os. É no ma- nos -~ tos têm uma significação pró pri a q~e lhe
em erg e com o fen ôm eno . E sua
em erg ên~ cha e que a s1g ruf ica çao
M!1 / esta bele ce entre todos eles. Isto é tao ver dad
rut ura sem ânt ica está se ndo a rel açã o en tre
ate nçã o sob re a for ma com o a est e não apenas possível. Nao de uma estrutura permanece a me sm a qua
culando de ma nei ra rea l, existencial
,
estã o de_terminan nd do ª es;;:: seus elem ento s é constante,mas se mo dif ica sem ant ica me ~te
nto s é de tal for ma s1g -
per ~b er que _os aco nte cim ent os bist ó- q~an d~ a modificação de um dos ele me
rspe cttv a tra n~ en tiva me nte em tod os os
raç ao do sentido é vo J~ a ~a pe_ da e do enga3amento nific ativa que repercute tam bém sig nif ica tra
abandonando a da consc1encra eng
aJa ão nos poe- dia nte de um a ou
. e outros. Semelhante modificaç
rico. a estr utu ra se re or g~ estr utur fen ôm eno glo bal .
Em nome da relevância é que ção .de um a ord em que nao Q ~ e, portanto, dia nte de um out ro rev olu ção .
sua multiplicidade se uni fica em fun viv ida, no contexto de uando !8 acontece, temos
80 uma ver dad eira - es qu e se
é abs trat a, me ram ent e con ceit uai , mas te estabelecem Nao bas ta me nci . ona rmo s , no ent ant o, as rel aço
um a situação existencial a par
tir da qua l o sentido emergen es: ~r~ s dive rsop odsel~ me nto s no int eri or de um
a de -
ra- term inad a
ser privilegiado e conside ~na ser car act erí stic o de um a es-
em tal lugar deve necessariamente taID trut ura fechada. Impoortaque
do como princípio de ordenaçãomai dos sen tido s que se man ifes me nci ona r tam bém as ret ..";:;.,,.~ ent re a
do que esta moS estrutura . ~
. - aberta - e seu con tex to. De ma nei ra rel ati vam e t
lo s eloq üen te
em out ros lugares. O exemp Ma rx ao ~ q1:1e, hist oric a- .
querendo dizer nos é dad o po! recJSa, diriam ne
ndo , é imp oss ível nao rec onhecer a pno nda de de fato llnp ra os que ess con tex to é o mu ndo . É um a ma nei -
e,.,,.
me nte fala · "dade não. lhe pertença ca precisa de dizer as co,. por que , de fat o, a est rut ura bás '
Im. •

bo
do domínio econonnco, em ~ ~ alme~te ~rt ioe nte s e sig-
pno n _
. é homem-mundo, ser -ao.-mu
A •

_ 1-
ros seto res seJa m 1gu à estr u ndo e O
de direito, e out ~no log ia n~ deix a de crit i- nor · mu ndo nao é alg o ext e-
nificantes. Evidentemente, a ~e~ ia a ~levâncta em defrimen- mane· tura fenomenal. Pod ' ent ant o ace ita r
ileg em os, no
car O marxismo qua ndo ele pnv te ira de falar na me dida essa
em qualquer hip ótes e ~ s1 ~!
~ s
to da pertinência, e quan~o ce_rtosa pno nda de sempre sena
t a Pare cem diz.e
âo
r
i ,
~
ue O

~~~
Xto, embora -
ent es)A~8::n
.
em que
da me sma forma que se
tam bém O
'
con tex to int egr a
ao econômico como pnncfp10 uni
ficador da estr utu ra selll ce os out ros eleme s nto
norneno e o conte também aco nte . pr com ..a__ est rut ura d o
mundo P<>de ser enCélra xto do mu ndo• M ais ~.,
do
como o referellCW-;-uc~te ainda, 0
22 Pa rtir do qu al a
o s ~haoor.i zEo ~
n t e s a&i é
d i nO
r e feet q u e n u , r e 1 .e r ei sntcC gn
i a l .u i rs oi.dm
eu~n~om
dad e n c i a l n c a enos p a r a e
com feito d
tuamos p p m
o d e s e atingl o horizo e~
u d . :.: ' : . a 1 %histór rpicerdidovedlee p. onto de V.JSntatedde t ucs .
vido pe1' 0 s uW to que perce
~
do Enquantor be e dá sen
rnema _ esc _ r a r t u doo e cu1~::';:,..;"'."t a totali tido
pelo sujeitoidpa. • cor,esp ..l.ê • -aoéseu ser-no-mun-
v
~
iv
"ndo ~
nsao d a n ça o fenomeno qu osteriormenonu BCI& n decisão to
a n t e a t o r e f e r ê n c i a , com l ó g i cOa le e .-- o q co das te à sua perCao
o v a : ; : t e n ual nos si
que j10[ issO m da situa,;ão, mas Cj>G ao do senu..d ·
t a c o m o at a li d a d e d o m u n d o r e l a t i . _ codnetameos considcm tioo do sujeit esm o p ode estar send 6 o propno
c
o ou
o s p r ó p r n e c e s s 6 r i a e me e v a i . ~ d e to ssa dupla cli o bu om om pmtamento,
'VMve1 :n~ A principaDlJa110 e do nivel simb ais ou menos caracte
cultural ios olhos
T d · • quer n .
7.ali:'° d o ponto d
d e cada p
o n to
e vis rismO 6 de e ctl1ica feita
le não impli
6
pela fenliocmo que o ~pecifü:a. ls·
en
r
.
o scntido de q ~ s6 de visbolizado, cara car no estl ologia ao b
eh a
serçao d 0 ~ vem coloca
f po t10ri m ulo v_ io·
16gico, soca b · RS\JOSW. N o en stioo do sujeito huma spo&ta o sentido s n
_ " ls ioo, ps100 de •te
o r ial simb6\i tanto, a con no, d e suas n·
t e r m o s p .SU]Clto_ n o m u n d a o mesmo tempo a mi.rienci;aãdoas situa,;ões existeespondência humana percepc;ões e
d a r e d u çs u : a n a l f ü c o s , a p a e d a amplidão de questão d a in · pooiçáo
o da liberdad
e, quenacsiasuismsupõe, por issoà significação
peq ã o do mund m l o g i a d o su s e u discurso. E de i: e.ponsabilid e, em tenn mesmo, um
os p a
ueno o aos jeito ade ante o r
E s t e , aliáp o d e t o m a r - s e l_i limites d o ''.meu m6 freqüentemente
~nninada
situa,;ão 6 p sentido perc âticos, uma
s, é u m d o ter un eia mwn ercebida co ebido. Se
nos faze s r i s c o s ma l m e n t e mcompat! do", que d e . · cional mo
s6 \100< ser • consti111tiva do sujeit injusta, a conespon
uma
m correr ais freqüe ve
mais a in d . o d e red ntes que o l c o m • w l o
ro, de q u e [CC~ d e _semelhante em ato de estar no m ên•
d
c o m o e m a , a o m u n d o d o uz.ir o m u n d o ao m
s psicanalis • JUStlC;a se s it ua<;ão, n a u ndo
sedntido, é se 1a p
outroS cont sujeito d o u,e undo do · · s_u.1"110 uz a percem~re de ma or ele considerad hipótese, 6 ela-
quadro d pçao d0 neira prati a
ca que a co um valor. Neste
e r e fe t ê n e x t o S . está n a refeonsclente. A '" " : ~ • . . uela
. tid
berta do cia. na m rência. n a
b i l i d a d e s m u n d o , a p a r t i r d ultiplica<;ão d a s rela ampliaÇaD d
8'I ~vc I "

' ~ ;;;.""
sen °, no sentido · rresnnndê
que 6 reralm
ncia tr a -
pea:ebid ' contririo
pieta<;ã<l d e percepc;lio, d e ad q u a l tamb6m surg ,;ões, na desco·_
e d e resp
osta ao seneserição, de compreeem º'.'tras ~ COOlpOr:,:' pç • s6enu.do, , deverl
nem houve amos dizer que nã
assun<;ão d
ente o seu
o
nsa<>, de m - IDlposslve~
tido- da situa,;ão e
passa mesm
hteurm
o a ser
~ "
~':1,:º:_s"'ilidade
m a
de ~ - o o r r
s passaria a
e s~ndênci
o s en
caracteriza 0
tid
r
o
mainnois, que n
.5 uma descriçã ta, masãoaapenas .. d a nao-conea ao sentido
12 o provoca
nte
mentos mtcirame!~ e
_poden
reag~
~ : r l smbac n a
e u d o c o
spondência
a dete mport
provnr.i1~ ~o introduzir em su rminadaameendto
I)eSCrev falamos em
e r te n p e-
fenomena é sempr ta
e ~ t i c ti v a d e dizer a e dcize r que e\a se d-ir~i ª º eren~tos e imprevisive a resposta ele-
mundo, l ootJlO ~ t r U t u a q u e re
úne o hom utu
str usá-la. F ao em e is. P o r
unificadaa pe ~ e ªr as i.g n i f i ~ • 5eroelh em e fenôme alamos dge a um SU.)C. stúnu1o , quere ..1 isso é que
no nos lto que é ta nu
a p a e
~ e , coisas situa prov.ocação e mbém caop com isso
de roaneu-a r u in a ordel» rin c n
~ i1Dp io é o próprio_ sentrtiudtu
ip te e s ra az de re-
msmo ~ pa e o ~~ s i ~ no mundrrespon,luência
qu co
tencial, o ~ t a , ~ a t o
<}ade d e que e n a , p e Qd
u n ia c o ~
P
i: n e n .......e .t e s e n t i d o o
tJ)ICSlllO
licadº ! 1 ~
situaçã
êocia par , a passib~~e ç a no exis-
t,Aer}ea.Up_ a r te do su)C1to. E ecessi-
o, náO
d Finalm
recem ter
o homem a ente, a estr
:u~;:.: e outras fo
.
o do simbo porque o
lo e da \ib
rmas de d
er-
t e_ ,_...n n q ue pont)' n .~rincip fenomeno\6 o sentido duotura s ~ . etenni-
o ~ t o•• • le t1 lb __ --t,o a}iás, q os f a la da estr al- g ic a - e tl c a
d c O LtAe>nt"d- e r~ ue por com utura estão sendo mundo. é a d~ ~rr
ele en o que ••outr<JS •• c.__..•..A tn de eXlS · tê ·
portamento ~
Poderiam o a o se contentarUma descnçao proppondência
es
.~a s - ncia
i ~ d e m d . A existência u de ~ re á riamente
...:...1n d
caroPorta t
s e n i d o, O senu-, para spostas, ma em dizer de que m
°
un ta l co
mo vi-
ser provocvenam
ante ser dada
s
s d e que outras
m a
aneira
d . · D
• uma esc _ qu a lqu f e ne ira se
nçao deve er onna, p las
pôr em ev orém,
idência 0
D
111pree11s1 '"º .ência do dis-
sentido como sentido para o sujeito, diante do qual ~te 6ltimo V01 díSCurso co respeito da suficl diIJlensáo do
3
se sinta provocado à alternativa do engajamento consciente e Ji. · aJJlOS de (iiZef ª para urna ou~ª A]iás, é beJJl
vre ou da alienação, embora sabendo q~ s~ correspondência O qu~ .aca:os peonite ~ e coil1Preensã0· aia busca a
não será necessariamente plena ou perfeita. A ambigüidade deSCnuvo lógico: a b ~ A fenomen° :i
10 a11çar eJJl
qualidade da resposta ao sentido percebi~o, corresponde a am. , urso feno:;;~s nos exp~~za de nunca ª ~ reJaÇões
bigw.. •dade na percepção desse mesmo sentido. · que ..d 01t,ora com a cel ª desde Jogo, ~4;:
osao, e ,, se co oc.., anifestaÇ"""'·
111pree Ieno. E a questàO ·versas outras Il1 ologia, é re-
i 2 6 Uma descrição suficiente no<lo Pou·do pleno e suas di sao" para a fenomen ndo bu-
. · tre o se d ropreen , ial do rou
. O proble01a a co cterística essenc . ente a
Falamos da descrição fenomenológica como devendo se . ao súnbolo como. cara (m-bolo significa preciS3Jllarticu-
suficiente, o que não quer dizer completa _e acabada. _Ao contrf• : . Em sua etiil1<>_logi;~ ~:tido e dos sentidos, e sµa bém
rio é preciso entender a questão semântica como mundo res• ncenuaçáo SCIDânttca ta, no interior da qual há taro 1
pei~ à existência, à história, ao mesmo tempo que à co~iê · - numa estrU~ ~n~~lo apresenta, para a !eno~no ~-
individual e coletiva, e por isso mesmo inesgotável. O disc . culaçáo do senttd~- . s .. a encarnação e a po}isserma. N~o
humano é necessariamente inacabado. No entanto, ele P i dois aspectos pinnc:a:;~tos mas concretos: é a própna
. did larsin direta com •1~tm0:S de súnbo os S · e é símbolo.
ser suficiente. Isto deve ser enten o em re ~ . . . ue é silllbólica, é o própno homem '!u _ .
complexidade da estrutura fenomenal e ao estabelecmiento ~~o do estruturalismo, a fenomenologia nao adrmte
O
relações significativas entre os seus diversos elemen~ e
função dos acontecimentos nos quais se dá a emergê~ ~::m. trutura simbólica seja indiferente aos eleme~tos que a
o súnbolo s6 é simbólico porque é constituído por
sentido. O discurso fenomenológico descreve uma espiral _.j,)<llj realidades - humanas - e não por outras. Em outras pala-
~ºI"?º do núcleo central que é a existência, de sorte que S:C: , a fenomenologia reconhece no símbolo.ª corr~pondência
tre o homem e o sentido, ou, em termos mms técmcos, entre o
mdispensáveJ completar ao menos uma volta, percorre
I
dive~ _I u ~ de manifestação do_ se~tido. As outrasv:~. gnificante e o(s) signi_fi~do(s): há sentido no_ ~bolo porque
permitirão ver amda melhor o que a pnmerra co~~ ª ~ a:ata do ~m; há Significantes porque há s1gmficados exis-
Neste sentido, o discurso é recursivo, IStO SigDlfi ,. ncialmente VIVIdos.

=te_
te importa dizer e rediz.er, sem que se tenha nunca a imp .

dife
esta; há sentido, há sentidos, há mais sentido do q
diz.er. No entanto, e por isso mesmo, há uma proÉfun
ro q~nça~ntre_a recursividade e a repetição compulsiva. ~la
. &ta concepção existencial do símbolo é uma das carac-
que tudo foi dito. A grande intuição da fenomenologia .rísticas da fenomenologia e é também O ue no
~ ~gundo aspecto do símbolo, sua
0
,. o _do sinal, o símbolo nunca pode ser uní
~, e como tal implica uma ret
i,o~O:~: É .
_voco. ~mpre po-

ma-
con-

totalidadc ~1:to_s importantes podem repor em questaO orno já _ foi dito, a fenomenologia do :::.:: ~o ~ntido pleno.
O lDSJSte nas diver-
que as experiências disc°:™>· Mas, por outro lado, a lúpótese_ maneiras de o sentido manü tar
~. ?OS prci>araramantenores, enquanto humanamente assUJ]lJ: s _em que há sentido. Es :im -se, ou nos diversos senti-
~ futuras. 0 ~ ~lhor assumir o sentido das expe çao entre o sentido ró pec e~te, _reconhecemos a dis-
~~~llllá-loP n = ~indefinido ~o disc~ ~- e:, ~or ~ntido própto ~~~~:f:e_ntido unpróprio e O sentido
com a perda ~ z a esscncialme logo~~ n~ )08~ nA-U:~nor de um tópico da runos àquele que se manifes-
UlSerção na ~ t e nomioahsta ou 1dealiSta, ~iua:o comporta . estrutura fenomenal
26 . Dtido próprio ao seto~tése~ttdo ~róprio que é difi.
0 setor
tico, ético reli . erente do
, gioso _· . _ ,
" "o olho e _v
t1 ..:.~< 1 e o
• visível
JJ)
,
..,,11-as e a
dialéU -
"o vu»ve " "as avenJ]leuuo
...-... "'" ra" • . é
cessa-nos ,. ntidO ' .
. . . .
tico. No entanto, no mtenor da estrutu ra sunbólica, se rec
ª
)isStJJ)ÚL 1nte tido e o ~ao seão" ••a vida e fenoJll enolo!p 3
:iiétodo _da Jl1 ue senud o a
ce uma sinergi a entre os diverso s sentido s próprios, uma ~ ií frito'', ." º se! e a significaÇ
referên cia que já é uma alusão à plenitu de do sentido do sún P. "a eJtJStêD partanto,Éque
~ ainda (tiZer e iJ.acio nainen -
lo. També m as diversa s formas do sentido impróprio manij ' A~'n ão basta. prec
nsão e o noSSo r nologi a se
tam a tendênc ia do sentido a circula r de um tópico para ou 111p.reeosiv~ , entende a ~mp~ rnétodo da fenoin e a certez a
10
desloca r-se, ou então a conden sar-se, numa antecipação da nooieno ~tude do senudo.
nsão embor a ~oJll diante da
tuação simbólica propria mente dita. Em sentido próprio, 0 s coID ~ pJe~ busca da compre
taIIJbéID
e nos Situa .
O
ão é
te.nza co alcançará. É o qu~d A fenom enolog ia _
bolo é o sentido pleno, a concen tração do sentido em todos
da VI a. e eID todas as suas ma
sentidos. Como tal, isto é, em sua plenitu de, ele é inacessf que nunca ~eciroe nto e
Mas isto não signific a que possa ser perdido de vista, pois, refade d~~ evidência mas
da ver~if esta coroo se oculta,: e
til~ Ora. a verdade tanto se ID de sua manife staÇ~-
contrár io, nem sequer seríamo s capazes de reconhecer q
sentido impróp rio é impróp rio, que a metáfo ra é uma metáfi es~· nto ainda é uma
a metonímia uma metoním ia. Concre tament e falando, a Pfi seu oc
pação com o símbolo e a plenitu de do sentido se traduz desve da.de nunca se revela
=to (a-lethe ia)
d~ fon:nasde
consJSt e
totahne
em
ntei
s~á,
brir (des-c obnr)
portan to, uma
tre a verdad e e
dialética do tópico e dou-tó pico. . . e! ':sencial entre a verdade e o sún'?<> o, en
a utopia. E fica_c
Iaro em que
ta dina-
O sentido tópico permite a busca do sentido pró~º?• ~do leno entre a verdade e da compr eensao , es
sentido e das idéias em seus respect ivos lugares , na defimçao 5:t
0
a ~escrição está em função _
espaços adequados de experiê ncia e de discurso. Mas .a ~ do aquela. Mas tanto a
descriç ão como a co11:1p reensao
etação, a herme nêutic a, ~~o
cepção do sentido como tal, embor: ' a partir ~este lugar, unp plicam, por sua vez, a interpr
onde à busca da verdad e. m-
t.ambém a descoberta de que el~ nao se n:5tnng e a este lug odo a atitude que de fato corresp
mesmo a nenhum lugar. O sentido da t6p1ca só aparece:
em rpretar é tentar desvelar no sentido em que o desvel ament o é
'
negação, a u-tópica. E a u-tópic a não é apenas a plemtudc ível.
uma estrutur a dada. a somató ria dos diversos sentidos numa
tenninada situação de mundo. Ela é propria mente a ple~
do sentido na plenitude do mundo. Neste sentido, a expenê .4 Um discurso interpr etativo
que podemos fazer do sentido pleno é antes a de sua/alta.
Num primeiro·sentido podem os dize · te taç-
O sentido pleno é aquele que nunca encontr amos e. . respeito à ró . '. - r _que a 1D rpre .ªº
qual, no entanto, nunca podemos renunciar. O senso do sen
que falta. do mais sentido que ainda há, é que dinamiza t rpretar O qui i 01 P1; de~nça o _compre ensiva: trata-s e de m-
nossa procura e relativiza todas as nossas descobertas. A · nsão do disc escnt~ .. Mais profun damen te ainda, como
bigüidade da fenomenologia significa muito precisamente a enômeno en urso desc~ti vo, ~ ~terpr etação diz respei to ao
cusa de toda e ~ualquer forma de dogmatismo, para perm xist.êocia, quanto percebido e VIVldo: trata-s e de interp retar a
cermos numa abtude de constante busca, que tanto caracte · A .
existência como uma história, quanto nossa fala como . ato de ~dad e da interpr etação decorr e • .
O fenomeno e o discurso a seu r . pnmei ramen te do
curso. A correspondência intencional a esta situação um O 8 profun do _ espeito ~rem da ordem
sentido pleno s6 pode ser vivida na forma de uma de falta re ÚD_bolo. Em sentido
seja busca ininterrupta. respeito pelo que já foi dC:bep osta ~ ~vários
030 háé D~d ade de inter-
q1;18Ddo s6 há um sentid'
satisfaçã o com todos os substitu tivos da plenitud e . rto e r m, sentidos possf . 0 _e e1e _manife sto. Haven do
fenomenologia desconfia daqueles que pretende sunbólica. fi DSáveI. Ora, para a fe Ve1S, a ~terpr etação toma-s e indis '
os mitos e a poesia, ou afirmar a unívocidade em ':e~ e ~n~men? só _pode ser ~'::no logia, o di_scurso descrit ivo d~
lisserrua característica d co, na tentativ a de acomp anhar
trünento
esse mesmo fenôme no M . . a
28 • ais amda,
com o se tra ta d
e um a
~r a ten tati va de aco polissemia estr u .
tid os no int eri or do ::ta nh ar a
no com o se ana lisa s bol o. Inte e s t r u ~ a lDte rprelaçio . risco da alie naçã do suje ito do ~u r~
rpr eta r é ao d~s diversos nologia a de~ unc woºna rátic a, o que ,opor ,
pel a ide nti fica ção um te~ to. Nã o se trat
ma tex tua l, ma s d : : : t SJm ples dos fios que
a 8: ;~
1llll fenô tanto na teo1;1a com l out ro l~o , nao eli-
ticid ade e a transeendêne1a,- tant o em
mina o conpit~ ~tr eC: 0: grup o. A inte rpre
p e ~ no tec ime nto d:::~d=~
m ter cei ro lug ar, a inte
0
c:: f~ r o te
relaçáo ~ md iví ~ mas80
pap el sem ânt ico ~~ ª nas rela~vêa ª? social, con
sua t_ex tura e configuração conf uma eXlSt ncra
taçã o não é ape -
ela pró pria trad uz a sign ific ação de
cret a. Nesse con text o, o inev itáv el
que a est rut ura sim ból i rpr eta çao se faz necessária lito de inte rpre taçã o sem pre con ota a pos si"bili"d d d ·
bis t~r ia atr avé s da qua l ~~~do posição de um tipo de inte rpre taçã o pela clas ª. e e rm-
en ~a da , tem também se doID 1Dante, na
ças mc lus ive às inte rpr eta ç- gur forma de uma cult ura dom inan te. .
aça o text ual se modifica, Finalmente, a nece ssid ade da mte _ . .
tex to com o um fen ôm eno ~q ue rpre taça o diz resp eito ,
tex to em que stã o é se acre sce ntam ao pró de modo prec iso, ao mun
dis c ano . Par a a fenomenolog do ao qua l pert enc em es~ pess oas e
-
P~~ que os hom ens vão
0
urs o cul tura l da hum anid ade a ia, esses grupos. Lucien Gol dan n nos fala , a esse resp eito , de uma s
poucas visões do mun do den tro das
eX1 Ste ncia . Dessa com pre ens ão eles do alca nça r· de SW: ró duos e grupos para inte rpre tar a cult qua is se_ situ_am o_s in<:fiví-
log ran
?.0 dão vár ios sina is, en P
-a e?1 obr as, e nes sa exp eriê nci a glo
bal que é a cult ura
cultura, p.63 ). Nós mes mos , em pág
mos ·o mundo com o hori zon te de todo
ura e a hist óna (Dia létic a e
inas ante rior es, dist ingu i-
ma nei ra con cre ta <Je ser dos hom s os hor izon tes e um
ens atra vés da hist ória ". mundo com
naJ me nte é dis to que se trat a: de inte o pon to de vist a a part ir do qua l abri mos
rpre tar a cult ura (e as sobre os diversos os olho s
~ ) , COi llO o fen ôm eno
hum ano que estr utu ra o sent ido fenô men os. -
div ers as e~p eriê oci as. Ma is ain da, É em função de todo s esse s asp ecto s- sim
a inte rpre taçã o tom a-se ral, histórico, cult bóli co, estr utu -
f~t or a mm s de pro duç ão cul tura l, ural, soci al, pessoal, num dete rmi nad o con
não sen do ape nas inte rp to de mundo - que a exp eriê ncia da tex -
tiv a de um a cul tur a do pas sad o, mas inte rpre taçã o se faz
do pre sen te e do fu também na _fo ~ ~e um "co nfli to de inte
Um a cul tur a que não se inte rpr eta a rpre taçõ
viv ida e cor re o risc o de deg rad ar
si mes ma é sim ples ~t e co~ to é mdi spen sáve l para que a inte rpre es". Sem e-
par a taçã o se apr o-
ma no. Isto que r diz er que sem a inte rpreum níve l infe rior ao ~ ~ IDalS possível da poli ssem ia cara cter ístic a da estr utu ra
cur so cul tura l cor rem o risc o de per taçã o, a cult ura e o :°bóli':8
der a sua dim ens ão sim
-~º
fenô men o e de sua _com ~ree nsão . Com o
filo sofi a
ca, ao me nos no nív el da con sciê amb ~gw dade , a feno men olog ia exig e o con flito com
ncia (sim bóli ca). A inte rp corrê~cta da dens o de-
taç ão tor na- se, por tan to, fato r idade sem ânti ca do fenô men o exis tenc ial,
de des env olvi men to cul SUU diversas perc epçõ es. e de
per mit ind o que a cul tura seja viv ida
hum ana men te, con scie n P~a conc
me nte , com o um a rea lida de sim bóli
ca, den sa de sen tido e que, ~bVUUn luir, dev emo s men cion ar um asp ecto eng loba nte
sen tido s. ente, esta va imp lícit o em tudo qua nto diss
:ora : estamos no mun do dos ·sign os, da ling emo s até
Alé m de sim ból ica, estr utu rad a e hist uag em e mes mo da
óric a, a exp eriê
da inte rpr eta ção é tam bém um fen ôme
duo s dife ren tes ma s gru pos hum ano
pod em inte rpr eta r dife ren tem ent e. s
n~ ~ - Não s6 indi
~t~ nca me nte
Ma. is amd a, o pen sam e
situ
::a\
gua. No ~ de sem elha ntes sign os, os

~~ · O con h~ nt~ ~ con junt o de nor o se tom a


hom ens esta bele cem
e cód igos ª. par tir dos qua is a inte rpre taçã
ind ivid ual tem sem pre alg um a liga mas , des sa
ç~ pro fun ~ com o do SCIJlânti:, é ~ ndiçao ~dis pen sáve l para
a inte
gru po e de sua épo ca. No ~nt anto , ª tanto propr:iamente dita , em suas dive rsas form rpre taçã o
per cep ção e na int erp re~ do sen ~p o~ cia ~o cole tivo inte as. No en-
tld~ ~ -exc lw nem e . . rp~ ~nh ecu ne~ to da gram átic a não é sufi
a pos sibi lida d~ de ~ ~u rso na O cien te par a uma
ling üíst ica com o a SOCIOiogia do con P~ Ira pessoa_ Tan to da &ramáti pr~pnamente_ di~ M~ do que o con hec
ime nto
hec une nto leva m a feno do, a sa ca,. a mt erp re~ sun bóli ca sup
bed ona , no sent ido que os anti gos dav amõe o sen so do sent i-
a esta pala vra.
30
C: 5
it0 II1UL ~~
país o res ~a da ple-
. . JllO,
no retaUVlS JllO uJ1lª b · aca -
brir sentido . r iSSo ca{nlos cara cte~ co feno roen olog s fi- ta
Os sábio s.dé que sabe m inter preta r, desco
. tê . humana. Na expressão de•Ri se1;itidos as nePl p0 têntiCO se se ~... ac razõeS, a as corr ente
taS ou -
. ' r todas e.,._. par outr
mais senti .o na eXJS ncia
.
h erme nêutlca ve10 enxe rtar- se na fenom enolo gia,
ramo
isto
coeur
que
com ~
'
pade ser au
·tude do sentid~- !~
são ende r~ad aS que,
taJllbéIIl o
as críticas qu -o deiXa de cnucar rente coJil suas
n:tu içõe s
dizer que do tronc o prim itivo broto u um novo
terlsticas que tanto modi ficam o prim eiro como o segundoe~ sófica5, coro<> o: arece menos coe
fenomenologia de que estam os falando é ao mesmo tempo as correntes, ~ P
tencial e hermenêutica. ais fundaroentalS·

t 1.5 Conclusão
Pode mos agor a conc luir esta prim eira parte do nosso tra·
balho, em que pretendíamos most rar como no própr io métod
da fenom enolo gia exist e uma dime nsão profu ndam ente peda~ó
~
gica. Resu mind o nosso pensa ment o, talve z pud6ssemos
do de aprend i·
que o m6to do da fenom enolo gia é afina l um m6to
al,
zagem , direta ment e relac ionad o com a exper iênci a cultur
Todo
em essên cia atent o ao probl ema do senti do da existê ncia.
n6s somo s apren dizes , em relaç ão a ele, const antem ente desa·
fiado s a torna rmo- nos mais plena ment e sujeit os de nossa pró·
discu rso cultur al. A fe
pria histó ria, sujeit os de nosso própr io
nome nolog ia provo ca-no s, preci same nte, a fazer mos a exve:·
riênc ia de um discu rso assum ido, de mane ira huma na,
na pn·
meira pesso a, tanto do singu lar como do plura l.
Enqu anto ~tod o, isto ~. enqu anto proce dime nto que
perco rre etapa s e visa um deter mina do objet ivo, elacarac desenvol~
um discu rso descr itivo, do qual exige as segui ntes terísb·
relev ante, refere nte, pro·
cas: que seja signif icante , pertin ente, o discur ·
vocan te e sufici ente. Com semel hante s carac teríst icas,
prete nde favor ecer uma busca da comp re·
so fenom enoló gico a ple·
cnslo do sentid o pleno , embo ra saiba. por outro lado, que
nitud e do sentid o 6 prop ~nte ioacess{vcl: Isto mesm o signi·
de,
fica que a b ~ d_o sentido,_ como c~pcn encia da verdaões
supõe uma atitud e mtcrp retati va da histór ia e das situaç
{ j
num conte xto de mund o, cm que o confl ito não só é ~ss ve
como neces sário e incvi ~vcl. O confli to das inte
nifcst a ainda melho r a dimen são simbó lica do rpreta ç . s ma·
cxis~ ncia, a ncc-euil\ade de um conf senbd o da
duos e grupo s, e a impos sibilid ade :oto com outro s indiví•
dogm ática tanto no nível do conbccimc se adota r da uma atitud e
nto como liberdade.

32

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