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O modelo ADDIE na construção colaborativa de disciplinas a distância

Article in Informática Na Educação Teoria & Prática · June 2014


DOI: 10.22456/1982-1654.34488

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3 authors:

Tânia Barbosa Salles Gava Isaura Martins Nobre


Universidade Federal do Espírito Santo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES)
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Danielli Veiga Carneiro Sondermann


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES)
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Porto Alegre, v. 17, n. 1, jan./jun. 2014 INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO: teoria & prática
ISSN impresso 1516-084X ISSN digital 1982-1654

O Modelo ADDIE na Construção Colaborativa


de Disciplinas a Distância
Using ADDIE Model in The Collaborative Construction
of Subjects in Distance Education

Resumo: Este artigo apresenta um relato de experiência


do curso de pós-graduação Lato Sensu em Informática na
Educação ofertado no Instituto Federal do Espírito Santo,
Tânia Barbosa Salles Gava
sobre a concepção, planejamento e gestão das disciplinas Universidade Federal do Espírito Santo
em cursos na modalidade a distância. A partir do modelo
de Design Instrucional ADDIE são descritas todas as eta-
pas: análise, projeto, desenvolvimento, implementação e
avaliação alinhadas à proposta do curso. Discuti-se sobre
a interação, entre as equipes envolvidas e os resultados
Isaura Alcina Martins Nobre
obtidos ao longo das ofertas das várias disciplinas do curso. Centro Federal de Educação Tecnológica
Como elementos inovadores ao planejamento apresenta-se
ênfase ao trabalho e a construção coletiva; formato de reu-
niões presenciais e/ou síncronas e formas de avaliação e
trabalho em equipe.
Palavras-chave: Educação a distância. Design instrucio-
nal. Produção colaborativa. Modelo ADDIE.
Danielli Veiga Carneiro Sondermann
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo
Abstract: This paper presents an experience report of the
graduate school course in Computer Sensu Lato Education
offered at the Federal Institute of Espírito Santo, Serra cam-
pus, on the design, planning and management disciplines
in Distance Learning Course. From the ADDIE Instructional
Design Model describes all the steps: analysis, design, de-
velopment, implementation and evaluation aligned course
proposal. Discussing about the interaction between the te- 1 Introdução
ams involved and the results obtained over the offerings of
the various disciplines of the course. How innovative ele-

T
ments to planning presents emphasis on work and collective
construction, format-face meetings and / or synchronous odo o planejamento e realização das dis-
forms of assessment and teamwork.
ciplinas dos mais variados cursos devem
Keywords: Distance learning. Instructional design. Colla-
borative production. ADDIE model. ser realizados de forma integrada e con-
textualizada às vivências cotidianas dos alu-
nos. Em especial na Educação a Distância
(EaD), esse planejamento deve ser feito de
forma bem detalhada, principalmente ao fazer
uso de um Ambiente Virtual de Aprendizagem
(AVA). Todo planejamento exige organização
GAVA, Tânia Barbosa Salles; NOBRE, Isaura Alcina Martins;
e prazos pré-estabelecidos e no caso da EaD,
SONDERMANN, Danielli Veiga Carneiro. O modelo ADDIE na no planejamento torna-se necessário um tra-
construção colaborativa de disciplinas a distância. Informá-
tica na Educação: teoria e prática, Porto Alegre, v. 17, n. 1, balho cooperativo, entre designer instrucional
p. 111-124, jan./jun. 2014. - responsável por alinhar os conteúdos e as es-

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tratégias do ensino às tecnologias que devem se tem uma real noção do perfil do alunado,
ser utilizadas pelo professor conteudista (res- além das experiências de sucesso e fatores de
ponsável pela elaboração do material didático fracasso; mas cientes de que uma nova turma
da sua disciplina), pedagogo (responsável por pode demonstrar um perfil diferenciado em al-
apoio ao professor no planejamento), revisor guns aspectos.
de texto e equipe de produção. Já durante a Não podemos deixar de considerar, tam-
oferta das disciplinas temos o professor forma- bém, fatores externos, como possíveis pro-
dor (responsável por planejar e gerenciar todo blemas nos polos de apoio presencial, ou do
o processo de ensino e aprendizagem da sua calendário, para os quais também se faz ne-
disciplina) e o tutor a distância (responsável cessário flexibilizar conteúdos e prazos das ati-
por fazer o acompanhamento dos alunos, tirar vidades. Por exemplo: se um polo apresenta
dúvidas e realizar a correção das atividades). problemas sérios de infraestrutura temos que
Vale ressaltar que em relação aos prazos adaptar, praticamente, todas as atividades
estabelecidos para esse planejamento existem desse conteúdo, chegando até mesmo a subs-
algumas variáveis que devem ser considera- tituir provas online, por provas impressas em
das. Por exemplo: devemos observar se esta- papel etc.
mos trabalhando com uma primeira oferta de Para Moran:
um curso ou com uma reedição. Podemos ver,
claramente, que uma primeira oferta exigirá Um bom curso de educação a distância procu-
muito mais esforço, salvo em algumas exce- ra ter um planejamento bem elaborado, mas
sem rigidez excessiva. Permite menos impro-
ções, do que uma reedição do curso, pois todo
visações do que uma aula presencial, mas
o planejamento inicial já foi realizado, pelo também deve evitar a execução totalmente
menos uma vez, e já há parâmetros de ava- hermética, sem possibilidade de mudanças,
liação sobre o que deu ou não certo no curso sem prever a interação dos alunos. Precisa-
e nas disciplinas, com base nas experiências mos aprender a equilibrar o planejamento e
a flexibilidade (que está ligada ao conceito de
vivenciadas.
liberdade, de criatividade). Nem planejamen-
Um planejamento com antecedência implica
to fechado, nem criatividade desorganizada,
em termos todo o material didático prepara- que vira só improvisação (2011, p. 1).
do, em como o conhecimento acerca do perfil
da turma. No entanto, geralmente, são neces- No entanto, o planejamento prévio exigido
sárias mudanças, ou seja, se faz necessária a naturalmente pela EaD, facilita o planejamento
flexibilização, adaptando atividades e prazos interdisciplinar. O objetivo é reduzir o acúmu-
e, até mesmo, a inclusão de novos conteúdos, lo e/ou redundância dos conteúdos, ou seja,
durante a realização da disciplina. Nesse mo- é importante que haja a confluência, entre as
mento o designer instrucional, juntamente com várias disciplinas do curso.
o professor conteudista, professor formador e Para atuar em um curso ofertado a distância
pedagogo atuam nessa customização, uma vez é importante que cada profissional envolvido
que não temos nenhum interesse em tornar o faça uma capacitação em EaD, ofertada pela
processo de ensino e aprendizagem “engessa- própria instituição ou não. Também, é essen-
do”. No caso da reedição de um curso, esses cial que esses profissionais participem de vá-
fatores já são mais bem trabalhados, pois já rias reuniões presenciais e/ou síncronas com

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toda a equipe para favorecer o entrosamento, p. 4). Outra denominação é a de design peda-
entre os integrantes da mesma e para que pos- gógico:
sam conhecer o projeto político pedagógico do
curso, compartilhar experiências em EaD, dis- [[...] o design pedagógico propõe a integra-
cutir o planejamento conjunto das disciplinas, ção de fatores técnicos, gráficos e pedagógi-
entre outros. cos, de modo a possibilitar ao usuário uma
Nesse contexto, esse artigo apresenta o ação autônoma e investigativa. Verifica-se
que a simples comunicação de um conceito
caminho de aprendizagens e o trabalho reali-
não é suficiente para a construção de uma
zado pela equipe de coordenação do curso de aprendizagem significativa (BEHAR; TORRE-
Pós-Graduação Lato Sensu a Distância em In- ZZAN, 2009, p. 23, 2009).
formática na Educação, ofertado pelo Instituto
Federal do Espírito Santo (Ifes), com o apoio
Existem diversos modelos de Design Ins-
do Centro de Educação a Distância (Cead).
trucional, dentre eles: Dick e Carey; Morrison,
Na seção 2 apresentamos o papel do de-
Ross e Kemp; Smith e Ragan. Nesse artigo op-
signer instrucional no processo de desenvol-
tou-se pelo Modelo ADDIE (INTULOGY, 2012)
vimento dos cursos a distância com base no
por ser genérico e amplamente usado na EaD
Modelo ADDIE, abreviatura em inglês para
pelos designers instrucionais na elaboração
Analysis, Design, Development, Implementa-
dos seus projetos, ou seja, do Design Instru-
tion and Evaluation. Na seção 3 é apresentado
cional, juntamente com a equipe do curso.
o Modelo ADDIE aplicado na concepção e de-
O modelo ADDIE é amplamente aplicado no ar-
senvolvimento de um curso de Pós-Graduação
quétipo instrucional clássico e compreende às
Lato Sensu na área de Educação e Tecnologia.
seguintes fases: (1) Analysis – Análise, (2) De-
Na seção 4 temos as considerações finais.
sign – Projeto, (3) Development – Desenvolvi-
mento, (4) Implementation – Implementação
2 O papel do designer instrucional e (5) Evaluation – Avaliação. Essas fases estão
e o modelo ADDIE distribuídas em dois grandes momentos deno-
minados: Concepção e Execução. A Concepção
compreende as fases da análise, projeto e de-
No universo sobre o uso das tecnologias na
senvolvimento. Já a Execução compreende as
educação destacamos a importância do traba-
fases de implementação e avaliação (FILATRO,
lho do profissional designer instrucional, cuja
2008). Uma representação do Modelo ADDIE é
regulamentação da profissão no Brasil se deu
apresentada na Figura 1.
em 2009 (CBO, 2012), lembrando que esse
tem recebido diversas denominações ao longo
dos anos: desenhista educacional, projetista
educacional, desenhista instrucional etc. “O
termo de design instrucional refere-se ao pro-
cesso sistemático e reflexivo de traduzir prin-
cípios de aprendizagem e instrução em planos
de materiais didáticos, atividades, recursos,
informação e avaliação” (SMITH et al., 2005,

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dependendo da instituição existe uma


equipe só para essa demanda.
• Implementação: esta fase é responsá-
vel pelos testes de validação do material
e a implantação do material produzido.
• Avaliação: temos a avaliação formativa
que está presente em cada fase do Mo-
delo ADDIE e a avaliação somativa que
consiste em testes aplicados aos usu-
ários, do material produzido. Revisões
Figura 1. Fases do processo de design instrucional, podem ser necessárias durante essa
segundo o Modelo ADDIE fase.
Fonte: Filatro (2008, p. 25).

3 O modelo ADDIE aplicado na con-


cepção e desenvolvimento de um
Cada fase do Modelo é apresentada de for-
curso de pós-graduação
ma resumida a seguir:
• Análise: nesta fase, a partir da iden-
tificação do problema educacional, o Como todos os processos estabelecidos nas
designer instrucional percebe o con- mais diversas áreas podemos optar por dife-
texto da aprendizagem, o público-alvo, rentes metodologias. Com o processo de de-
as metas e os objetivos, dentre outras sign instrucional não é diferente. Ou seja, mes-
características relevantes. Nessa fase, mo ao adotar uma determinada metodologia,
também, devemos conhecer a institui- as especificidades de cada instituição levam a
ção, implicações sobre o ambiente, re- uma adequação da mesma, ao ser aplicada a
cursos disponíveis (financeiro, infraes- um determinado contexto.
trutura, recursos humanos) e prazos. O curso de Pós-Graduação, objeto desse ar-
• Projeto: construímos de maneira siste- tigo, tem adotado o ADDIE, que é um modelo
mática os objetivos da aprendizagem, do processo de design instrucional bem conhe-
detalhando a forma de disponibiliza- cido, conforme já apresentado. Grande tem
ção dos conteúdos, atividades e formas sido a preocupação do designer instrucional
de avaliação. E é nessa fase, também, e de toda a equipe de coordenação do curso,
que definimos as mídias que serão uti- quanto à concepção e realização das suas dis-
lizadas, necessitando muitas vezes da ciplinas. A equipe de coordenação é formada
criação de storyboards (detalhamento pelo coordenador de curso, coordenador de tu-
tela a tela de um vídeo e/ou animação), toria, pedagogo, designer instrucional e coor-
projetos de interface e/ou de navega- denador de orientação acadêmica, com apoio
ção. do revisor de textos.
• Desenvolvimento: nesta fase é que O curso visa contribuir na formação conti-
efetivamente ocorre à produção dos nuada dos profissionais (em sua maioria pro-
materiais planejados na fase anterior e fessores) quanto ao uso de tecnologias no

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processo de ensino e aprendizagem. Também, Nessa etapa é desenvolvido o que denomi-


tem como finalidade: atender aos objetivos do namos de Mapa de Atividades, elaborado pelos
Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), professores de cada disciplina do curso numa
quanto a proporcionar a oferta dos cursos vol- visão disciplinar. O mapa de atividades é de-
tados para a formação continuada dos profes- senvolvido com base em um modelo padro-
sores da educação básica e demais níveis; fo- nizado, que solicita ao professor informações
mentar o desenvolvimento institucional para a como tema principal, subtemas, objetivos es-
modalidade de educação à distância e fomen- pecíficos, atividade, pontuação por atividade,
tar a pesquisa em metodologias inovadoras do recursos do ambiente virtual, necessários para
ensino, apoiadas pelo uso de tecnologias na a realização das atividades, grau de dificuldade
educação. da atividade e informações adicionais que se
O curso está em sua quarta edição, turmas façam necessárias, conforme Figura 2. Nesse
de 2013. O modelo ADDIE foi utilizado na con- mapa, também, são discriminados todos os
cepção e no desenvolvimento do curso. Com softwares que serão utilizados na disciplina, se
isso, destacamos cada uma das etapas do mo- for o caso, como também a bibliografia adota-
delo e como têm sido definidas e realizadas as da (básica: no mínimo três e complementar:
disciplinas do curso. Para cada uma das etapas no mínimo cinco).
são destacados os sujeitos envolvidos, além do
designer instrucional, as ações realizadas e os
artefatos gerados.

3.1 Análise

Segundo Filatro a etapa de análise consiste


basicamente em: “[...] entender o problema
educacional e projetar uma solução aproxima-
da. Isso é feito por meio da análise contextual,
que abrange o levantamento das necessidades Figura 2. Mapa de Atividades de uma disciplina
educacionais, propriamente ditas, a caracteri- Fonte: Documentação PIE.

zação dos alunos e a verificação das restrições”


(2008, p. 28). Essa fase é muito importante, Todos os Mapas de Atividades das discipli-
também, para que a equipe que trabalhará no nas são disponibilizados em uma sala virtual
curso se comprometa com sua proposta. de coordenadoria, criada no ambiente Mood-
Participam dessa etapa toda a equipe de le, com o objetivo de disponibilizar os mesmos
coordenação do curso e os professores con- a todos os professores e favorecer discussões
teudistas, que são responsáveis pelo planeja- por meio dos fóruns. Nessa sala, também, são
mento de todo o material didático, além das disponibilizados: projeto do curso, atas das
atividades e avaliações da sala virtual de cada reuniões, cronograma do curso, contatos da
disciplina. O Ambiente Virtual de Aprendiza- equipe, entre outros. Essa sala tem sido um
gem (AVA) utilizado no curso é o Ambiente importante recurso para favorecer a redução
Moodle (MOODLE, 2012). de reuniões presenciais, sem perder a quali-

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dade e a quantidade das trocas necessárias de Temos que a interdisciplinaridade represen-


informações e experiências entre a equipe, no ta o nível em que a interação entre várias dis-
sentido de cooperação e colaboração no plane- ciplinas ou setores heterogêneos de uma mes-
jamento e na execução do curso. ma ciência é capaz de, a partir das interações
Na Figura 3 pode-se observar um exemplo reais, estabelecer certa reciprocidade no inter-
dessa sala. A sala de coordenação da Pós-Gra- câmbio levando a um enriquecimento mútuo
duação em Informática na Educação. (PIAGET, 1972).
Para Torres (1998) o ensino baseado
na interdisciplinaridade tem grande poder
estruturador, pois os conceitos e proce-
dimentos encontram-se organizados em
torno de unidades mais globais, em que
várias disciplinas se articulam. A partir
dessas discussões e de mais algumas reuni-
ões presenciais foi desenvolvida uma primeira
versão dos mapas de atividades, contemplan-
do agora a visão interdisciplinar, artefato gera-
Figura 3. Sala Virtual de Coordenadoria –
do nessa etapa. A versão interdisciplinar dos
Professores e Tutores
Fonte: http://cead.ifes.edu.br/moodle. mapas de atividades de cada disciplina tem
como objetivo principal evitar a justaposição
dos conteúdos e favorecer a realização das ati-
Após algumas reuniões presenciais e dis- vidades e avaliações interdisciplinares, entre
cussões nos fóruns disponibilizados na sala de disciplinas concomitantes.
coordenadoria, os professores conjuntamente
chegam a uma versão multidisciplinar dos seus
3.2 Projeto
conteúdos. Entendemos que a visão multidis-
ciplinar pode ampliar a compreensão dos con-
teúdos e a forma de se trabalhar com eles no Participam da etapa de projeto o designer
processo de ensino e aprendizagem. Segundo instrucional, pedagogo, coordenador do curso
Piaget (1972) a multidisciplinaridade represen- e professores conteudistas. Ela se subdivide
ta a colaboração entre duas ou mais ciências em duas etapas: desenvolvimento do mapa de
ou áreas de conhecimento de forma a estabe- atividades adaptado e discussão interdiscipli-
lecer a solução de um problema, sem que as nar entre as disciplinas de um mesmo módulo
disciplinas envolvidas no processo sejam elas e/ou outros módulos.
mesmas modificadas ou enriquecidas.
Além disso, essas discussões reforçaram a 3.2.1 Desenvolvimento do mapa
necessidade de um planejamento interdiscipli-
adaptado pelo professor
nar dada à complementaridade dos conteúdos
entre as disciplinas e o fato de que algumas se-
riam ofertadas concomitantemente, segundo o O mapa adaptado é um quadro de ativida-
calendário do curso. des detalhado onde cada atividade é delineada

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por meio do preenchimento de formulários pa-


dronizados para cada tipo de atividade. Além
disso, a gravação do vídeo de boas-vindas do
professor, videoaulas, ou outros recursos tais
como animações, ilustrações e outros tipos de
vídeos devem ser solicitados para a produção,
também, por meio de formulários específicos.
Vale destacar que cada recurso deve cumprir
prazos específicos para serem produzidos. Por
exemplo, animações, ilustrações e vídeos em
geral precisam ser enviados para a produção
com até oito semanas antes do início da disci-
plina. Esse prazo pode variar muito de institui-
ção para instituição, dependendo da equipe de
produção que se tem disponível no momento.
Outro aspecto importante que deve ser ob-
Figura 4. Modelo de Atividade Individual
servado é se cada atividade e avaliação es- Fonte: Documentação PIE.
tão sendo apresentadas de maneira clara aos
alunos. Para isso o designer instrucional deve Após a definição do seu mapa de atividades
analisar muito bem o enunciado dessas ativi- adaptado, o professor deve incluí-lo em uma
dades. Além disso, é necessário que cada ati- sala denominada de sala de planejamento do
vidade apresente uma matriz de correção para curso. O mapa de atividades adaptado, como
que o aluno saiba os critérios que foram defi- dito anteriormente, é uma extensão do mapa
nidos para a correção da atividade. Templates de atividades anterior, só que agora incluindo a
(modelos) de atividades disponibilizados aos descrição das atividades propostas de maneira
alunos, também, são muito bem-vindos, desde bem mais detalhada, como pode ser observado
que a criatividade do aluno em desenvolver um na Figura 5.
trabalho, também, não esteja sendo avaliada.
Os modelos facilitam o desenvolvimento da
atividade por parte do aluno, pois são especi-
ficados, de forma detalhada, os pontos impor-
tantes que o aluno deve focar, e por outro lado
facilita a correção por parte dos tutores a dis-
tância (responsáveis por mediar o processo de
ensino e aprendizagem, uma vez que são eles
quem interagem com os alunos, corrigem suas
avaliações e esclarece suas dúvidas). Figura 5. Exemplo de um Mapa
de Atividades Adaptado
A Figura 4 apresenta um modelo de ativi- Fonte: http://cead.ifes.edu.br/moodle.
dade individual que foi elaborado com o intuito
de identificar o uso de software livre em uma A descrição das atividades é feita por meio
determinada escola. de formulários específicos para cada tipo de

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atividade, que são padronizados pela institui- 3.2.2 Discussão interdisciplinar en-
ção. Esses formulários passam constantemen- tre disciplinas
te por revisões, a fim de que o seu preenchi-
mento por parte dos professores seja facilitado
Essas reuniões têm como objetivo discutir,
como, também, para agilizar o trabalho da
em primeira instância, as características e as
equipe de produção, que interpreta os dados
atividades principais de cada disciplina e pla-
dos formulários e os transforma em atividades
nejar as atividades interdisciplinares. Nas reu-
que utilizam os diferentes recursos do Ambien-
niões, também, se deve analisar semana a se-
te Virtual de Aprendizagem, tais como Fóruns
mana de cada disciplina, para verificar se os
de Discussão, Enquetes, Questionários, Wikis
recursos em cada semana estão muito repeti-
etc. Temos na Figura 6 um exemplo de um mo-
tivos, se a carga de trabalho está equilibrada
delo de formulário para elaboração de tarefas.
entre as disciplinas etc. Além disso, deve-se
discutir sobre avaliações presenciais e a logís-
tica para sua realização.

3.3 Desenvolvimento

Participam dessa etapa o designer instrucio-


Figura 6. Recurso no Moodle versus nal, equipe de produção de material, pedago-
Formulário proposto go, professor conteudista e/ou formador, tuto-
Fonte: CARNEIRO et al., 2010.
res a distância e revisor de texto. Vale ressaltar
que embora não seja uma regra, geralmente,
Com base no mapa de atividades adaptado
o professor conteudista é a mesma pessoa que
será criada a sala virtual da disciplina que é
exerce a função de professor formador, facili-
editada, de preferência, pela equipe de produ-
tando a integração do trabalho de planejamen-
ção; mas existem algumas exceções em que a
to da disciplina (realizado pelo professor con-
edição é feita pelo professor na própria sala.
teudista) e de execução e acompanhamento da
Um exemplo disso é quando se trata de uma
disciplina (realizados pelo professor formador).
disciplina que está sendo reeditada.
Ao final da etapa de desenvolvimento temos
Além disso, caso a disciplina venha a fa-
como artefato a criação da Sala Virtual da dis-
zer uso de material impresso, esse deve ser
ciplina e das mídias solicitadas. Após a cons-
redigido pelo professor com a supervisão do
trução das salas virtuais é feito um check list
designer instrucional, pedagogo e revisor de
nas salas, para garantir que todos os requisitos
texto e, posteriormente, encaminhado com
mínimos foram cumpridos. Cada professor em
antecedência para a equipe de produção, para
conjunto com o designer instrucional deve tes-
que seja diagramado e reproduzido em gráfica
tar e validar os materiais desenvolvidos.
contratada.

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3.3.1 Construção das salas virtuais como vídeo de boas-vindas do profes-


sor, vídeo de relato de experiência, vi-
deoaula, vídeo de tutorial etc.
Esta etapa é uma responsabilidade conjunta
6. Formulário para criação de mídias:
da equipe de produção, designer instrucional e
descrição de mídias como ilustrações,
professor conteudista. Após o professor con-
charges, animações que devem ser de-
teudista finalizar o mapa adaptado, que com-
senvolvidas pela equipe de produção,
preende a descrição das atividades da discipli-
que atenda ao curso.
na, semana a semana (pois esta foi à opção
7. Formulários para elaboração de re-
para a organização da sala) e dos formulários
cursos: descrição das atividades de-
para a descrição das atividades, esse material
senvolvidas nos diversos recursos dis-
é analisado mais uma vez pela equipe. Todos
poníveis no ambiente virtual tais como
os formulários são padronizados e específicos
fóruns, envio de arquivo, wikis, escolha,
para cada atividade. A seguir apresenta-se
questionário e glossário.
uma lista de formulários que podem ser utili-
É importante observar que o mapa adapta-
zados pelo professor:
do deve ser revisado pelo designer instrucional
1. Cabeçalho de avaliação presencial:
e enviado à equipe de produção para a cons-
cabeçalho padronizado que deve ser uti-
trução das salas virtuais. O prazo de entrega
lizado em todas as avaliações presen-
desse formulário vai depender dos prazos esti-
ciais aplicadas pelos professores.
pulados pela equipe de produção, que varia de
2. Agenda da semana: descrição das ati-
acordo com os recursos humanos disponíveis
vidades da semana.
para a realização desse trabalho.
3. Texto Boas-vindas: modelo de tex-
Durante a construção das salas, a equipe
to de Boas-vindas que é apresentado
de produção entra em contato com o designer
aos alunos na sala virtual. Esse modelo
instrucional para tirar eventuais dúvidas sobre
apresenta os itens obrigatórios que de-
o mapa adaptado ou algum aspecto específico
vem conter o texto, tais como: nome do
sobre a construção da sala virtual e que en-
professor e sua formação, explicações
tra em contato com o professor conteudista,
sobre a disciplina e orientações iniciais
caso seja necessário. O prazo para o retorno
para os alunos.
do professor conteudista é muito importante e
4. Modelo de dinâmica da disciplina:
é estipulado pela equipe de produção.
apresenta às informações mais impor-
Após a finalização da sala virtual, ela é dis-
tantes da disciplina tais como nome
ponibilizada para avaliação, que compreende a
do professor, ementa, objetivos gerais
análise de uma série de quesitos, que chama-
e específicos, conteúdo programático,
mos de Check List da sala, como veremos a
metodologia de ensino, cronograma
seguir:
com as datas das principais avaliações e
bibliografia.
5. Formulário para roteiro de vídeo: 3.3.2 Check List das salas virtuais
apresenta o roteiro detalhado para a
gravação de diferentes tipos de vídeo
Esta etapa é de responsabilidade do desig-
que serão utilizados na disciplina, tais
ner instrucional, professor, revisor de texto e

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equipe de produção. Após a sala finalizada ela 1. Como dito, anteriormente, a sala deve
passa por uma avaliação, conforme um check ser checada por todos os membros da
list criado pela equipe de produção. O check equipe para evitar problemas ao ser
list é enviado ao designer instrucional e anali- disponibilizada aos alunos. A seguir
sado. Nesse momento o designer instrucional apresentam-se alguns itens importan-
e o professor resolvem as pendências e enviam tes a serem verificados:Revisar o texto
para a produção, para as devidas correções. de boas-vindas, que é apresentada ao
Assim, quando a sala é dada por finalizada, ela aluno.
está pronta para ser migrada para o servidor 2. Revisar se a dinâmica da disciplina está
oficial do Cead, que é o ambiente onde a dis- com as informações corretas.
ciplina será realmente executada. Geralmente, 3. Revisar as agendas de todas as sema-
essa migração é feita com uma a duas sema- nas da disciplina, analisando a descrição
nas de antecedência antes do início da disci- das atividades da semana, suas pontua-
plina. Esse momento é muito importante para ções e prazos de entrega.
ajustar vários aspectos da disciplina. A seguir 4. Verificar o cronograma das atividades
apresentam-se as ações realizadas pela equipe da disciplina.
da Pós-graduação, nesse intervalo entre mi- 5. Verificar se as informações sobre os tu-
gração e início da disciplina: tores a distância, polos e horários de
1. O endereço da sala virtual oficial da dis- atendimento estão corretas e disponí-
ciplina é disponibilizado para revisão de veis aos alunos.
português. 6. Verificar como o aluno está visualizando
2. O endereço da sala virtual é disponibi- a sala (Acessar a sala virtual como alu-
lizado para o professor formador que é no).
responsável pela execução da disciplina.
3. O professor verifica junto aos tutores a
3.4 Implementação
disponibilidade de horário semanal, por
tutor, para atendimento síncrono, por
meio de chat nas salas virtuais. Esta etapa é de responsabilidade do profes-
4. O professor formador deve se reunir, sor formador, tutores presenciais e tutores a
presencialmente ou via webconferência, distância e compreende as seguintes etapas:
com a equipe dos tutores para passar 1) Abertura da sala virtual: geralmente o
informações importantes sobre a dis- professor formador torna visível apenas a se-
ciplina. O professor deve solicitar, com mana vigente e a posterior. Isso possibilita que
antecedência, a entrada dos tutores na o professor faça ajustes na sala nas demais
sala virtual para revisão das atividades semanas, caso haja necessidade de adequar
e para evitar problemas de acesso. Essa algumas das atividades propostas ou mesmo
reunião é acompanhada por membros de inserir algum conteúdo complementar.
da equipe de coordenação do curso e é 2) O professor deve liberar o acesso para os
denominada Reunião Inicial. alunos (tornar a sala visível para os participan-
tes) no primeiro dia de cada semana.
3) O professor formador deve orientar e
acompanhar o envio de uma mensagem de

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apresentação (boas-vindas) dos tutores a dis- das várias disciplinas. O fato de ter atividades
tância à sua turma, logo no primeiro dia da e, até mesmo, avaliações interdisciplinares, im-
disciplina. plica na necessidade em estabelecer uma forte
4) O professor formador deve acompanhar comunicação entre todos os envolvidos no de-
o trabalho de tutoria a distância. senvolvimento das disciplinas concomitantes.
Nessa etapa podemos ter a sala virtual
É importante, também, que o professor de- adaptada mediante flexibilização, que se fizer
senvolva chaves de correção que devem ser necessária com base no formulário de acom-
disponibilizadas aos tutores a distância visan- panhamento, perfil dos alunos, algum eventual
do à uniformidade na correção das atividades, problema no polo etc.
uma vez que podemos ter vários tutores atu-
ando em uma mesma disciplina, com concep-
3.5 Avaliação
ções pedagógicas diferentes sobre a avaliação
proposta pelo professor conteudista.
Nessa etapa é realizada a denominada Participam desta etapa o professor forma-
Reunião Intermediária que objetiva ajustes dor, tutores a distância, tutores presenciais,
de percurso, principalmente, em relação à atu- coordenador de tutoria e pedagogo. Nessa eta-
ação da tutoria. Essa reunião conta com a par- pa é realizada a reunião final da disciplina.
ticipação da Coordenadora de Tutoria e deve A reunião final objetiva consolidar as notas
ocorrer na quarta semana, juntamente, com a e avaliar a condução da disciplina. Dessa for-
correção das provas, quando houver. ma busca-se conhecer melhor as turmas e os
Existe, também, um formulário web deno- alunos para poder trabalhar melhor as próxi-
minado: “Acompanhamento das disciplinas” mas disciplinas a serem ofertadas. Além disso,
cujo link fica disponível em toda sala virtual faz-se o levantamento das boas práticas e a
da disciplina. O objetivo desse instrumento é definição das datas para o fechamento de pen-
permitir que os alunos possam tecer elogios e/ dências e pautas. Essa reunião conta com a
ou críticas à disciplina e/ou atuação dos tuto- participação da Coordenadora do Curso e deve
res e/ou professor. Nesse formulário é manti- ocorrer na sétima semana, juntamente, com a
do o anonimato das postagens. Cada um dos correção das provas, quando houver.
membros da equipe de coordenação fica res- Para cada disciplina são aplicados vários
ponsável por realizar o acompanhamento des- instrumentos de avaliação por meio de formu-
se formulário em um dia específico da semana. lários web. Os alunos podem avaliar o material
Dessa forma, diariamente, é realizada a leitura instrucional apresentado, atividades, avalia-
das postagens o que garante uma maior pron- ções, a atuação do professor e tutor a distân-
tidão em antever ou em buscar solução para cia. Além disso, o instrumento os leva a uma
possíveis problemas. reflexão quanto à sua dedicação ao estudo da
Além disso, na sala de coordenadoria é dis- disciplina e ao aprendizado alcançado.
ponibilizado um fórum para troca de experiên- O professor pode avaliar todo o material
cias e discussão sobre os eventuais problemas elaborado e/ou utilizado na disciplina, a atu-
ocorridos nas disciplinas. Ele possibilita uma ação dos seus tutores a distância. Além disso,
melhor interação entre professores e tutores eles fazem uma autoavaliação quanto à sua

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atuação: pontos positivos e pontos a melhorar. No Ifes, na Pós-Graduação, a própria equi-


Os tutores a distância podem avaliar a disci- pe do curso criou sua identidade sobre plane-
plina e a atuação do professor, na gestão da jamento, avaliação específica e formato das
disciplina. Além disso, também, fazem uma reuniões envolvendo a equipe do curso, as-
autoavaliação da sua atuação. E por último, os sociados à metodologia proposta de EaD pela
tutores presenciais avaliam alguns aspectos da instituição. O tutor, em especial, ao fazer parte
disciplina, o professor e os tutores a distância das reuniões de acompanhamento das disci-
que atuaram em seu polo. plinas, sente-se mais envolvido no processo,
deixando de ter uma postura reativa, esperan-
do por dúvidas e passando a envolver mais o
4 Considerações finais
aluno, instigando-o sempre em busca do seu
aprendizado.
A EaD traz muitos desafios, que são ven- O acompanhamento da disciplina, por meio
cidos ao longo do tempo. Nossa experiência das várias reuniões e instrumentos de avalia-
inicial, ainda, era muito do reflexo do ensino ção, facilita a adequação da disciplina em tem-
presencial, voltado para transmissão dos con- po e desmistifica a ideia de que a EaD “enges-
teúdos e atividades para verificar a aprendi- sa” o ensino. Na verdade, foi-se o tempo em
zagem. Toda instituição possui seus objetivos que os materiais disponibilizados (em especial
e maneiras de fazer em relação a essa moda- os impressos) deveriam aguardar uma nova
lidade de ensino, e essa jornada não pode ser edição para propor correções. O uso dos AVAs
desenrolada a não ser por meio dos erros e dos permite a introdução de novos materiais de
acertos. Esse artigo apresentou um pouco da maneira rápida e acessível a todos.
jornada do Curso de Pós-Graduação em Infor- O arquétipo proposto reforça em cada eta-
mática na Educação do Ifes. pa do Modelo ADDIE a importância do traba-
Na verdade apresentamos um caminho de lho em equipe e da nova postura desejada dos
aprendizagens que construímos ao longo do professores que atuam com EaD e/ou uso de
tempo. Atualmente, conseguimos planejar tecnologia, de maneira geral.
partindo de um conhecimento sobre o funcio- Apesar da sistematização de muitos proces-
namento do curso de maneira ampla, inserindo sos, o fator humano e a flexibilização fazem
atividades que realmente venham a contribuir parte da concepção, para o planejamento ado-
com o processo de ensino e aprendizagem, tado visando sempre a qualidade da EaD na
sejam individualizadas ou colaborativas, nas instituição.
quais o aluno possa ser um dos responsáveis
pela construção do seu conhecimento.

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Submetido para avaliação em 23 de outubro de 2012.

Aprovado para publicação em 21 de março de 2014.

Tânia Barbosa Salles Gava: Professora efetiva da Universidade Federal do Espírito Santo – Vitória – ES – Brasil.
E-mail: taniagava@gmail.com

Isaura Alcina Martins Nobre: Coordenadora do Curso de Pós Graduação em Informática na Educação no Centro
Federal de Educação Tecnológica – Vitória – ES – Brasil. E-mail: isaura@ifes.edu.br

Danielli Veiga Carneiro Sondermann: Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espí-
rito Santo – Vitória – ES – Brasil. E-mail: daniellicarneiro@gmail.com

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