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METODOLOGIA DO TRABALHO JURÍDICOS

FICHAMENTOS - 1º BIMESTRE

FELIPE, Douglas

TREVISAN, Beatriz Massetto. A extensão da participação da vítima no Acordo de


Não Persecução Penal. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/rbdpp/a/hmLbMy4JgXRxwzQPmVBhccn/?lang=pt>. Acesso
em: 17 set. 2023.

1. TEMA E OBJETO DA PESQUISA

O artigo tem como objetivo investigar de lege lata, se tal participação é


possível e, em caso positivo, qual seria sua extensão.

2. PROBLEMA DE PESQUISA

O artigo buscou responder às seguintes questões: 1) a vítima tem lugar na


dinâmica da propositura do acordo de não persecução penal? 2) Em caso positivo,
quão ampla seria essa participação?

3. JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

A negociação de espaços ou consentimento no direito penal brasileiro


pode ser entendida como instituições que fazem parte do desenvolvimento do
pensamento penal moderno no sentido de que buscam alternativas para proteger a
propriedade jurídica e violar os interesses das partes envolvidas no crime o menos
possível. Deseja-se também dar à população uma resposta para promover a
restauração da paz social, que hoje está relacionada com a minimização dos efeitos
de processos judiciais prolongados.
No âmbito do processo penal, o mecanismo de negociação surge assim
como um meio de exercício do poder punitivo do Estado definido por Vasconcellos, em
suma, como um dispositivo processual em que o arguido renuncia ao seu direito de
defesa contra benefícios que podem ou não ser o resultado de negociações. O acordo
sobre a persecução penal completou, assim, um movimento que existe no direito
processual penal brasileiro há pelo menos 25 anos.
Após a Lei 9.099/95, que instituiu instituições de justiça criminal e
suspendeu procedimentos, bem como a possibilidade de abolir a pena do agente com
base na composição civil, a necessidade disso foi muito discutida. reforçar e acelerar
os julgamentos penais, encurtando os seus procedimentos. Esse cenário abriu
caminho para a criação do premiado Instituto Colaborativo, embora tenha
características que o distinguem de outros mecanismos do mesmo tipo, também visa
agilizar as investigações criminais, permitindo que o indivíduo se torne um maior
protagonista diante da perseguição estatal.
Nesse contexto, o Acordo de Não Persecução Penal, introduzido pela Lei
13.964/2019 por meio do acréscimo do artigo 28-A ao Código de Processo Penal,
nasce como um instituto subsidiário, aplicável nos casos em que impossível a
transação penal e cujas características não permitam o arquivamento do inquérito
policial (ou de outra espécie de elemento informativo da mesma natureza)

4. OBJETIVOS DA PESQUISA

Este artigo inicia examinando a exegese do Acordo de Não Persecução Penal


do Código de Processo Penal Brasileiro. O objetivo é mostrar as razões das possíveis
intenções do legislador na concepção do instituto. A análise inclui também as
principais características do contrato, que servem de base às considerações propostas
posteriormente.
Analisa-se os objetivos e tendências do processo penal de acordo com a
medida da participação da vítima no processo penal em geral. Com base neste
raciocínio, especifica-se a adição de um acordo não criminal a este cenário para
compreender os seus propósitos. Estas considerações permitem percorrer o espectro
da participação da pessoa afetada para concluir a real extensão da sua participação
neste mecanismo de justiça consensual.
Por fim, no tópico final do artigo, conclui-se a análise e resumimos seu
conteúdo, oferecendo uma possível compreensão do tema que visa aprimorar a
prática forense.

5. BASES TEÓRICO-METODOLÓGICAS

Em seus incisos, o artigo apresenta as condições que deverão ser impostas


à pessoa investigada, que deverão ser aplicadas cumulativa e alternativamente, a
saber: reparação do dano ou restituição da coisa à vítima (inciso I); renúncia voluntária
a determinados bens e direitos, como instrumentos, produto e proveito do crime (inciso
II); prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas, com prazo regulado
pela pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços (inciso III);
pagamento de prestação pecuniária a entidade pública ou de interesse social que se
relacione à proteção de bens jurídicos iguais ou semelhantes aos indivíduos lesados
pelo delito (inciso IV), e cumprimento de outras condições indicadas pelo Ministério
Público (inciso V).

5.1 PRINCIPAIS CONCEITOS E/OU MÉTODOS UTILIZADOS

O presente trabalho objetiva investigar de lege lata, por meio de metodologia


de revisão bibliográfica, se tal participação é possível e, em caso positivo, qual seria
sua extensão. Sendo analisados aspectos que podem ser extraídos da leitura do
artigo, e aqueles relacionados à própria razão de ser do direito processual penal,
perpassando também a tendência moderna de revalorização do papel do ofendido
nesse âmbito.

5.2 PRINCIPAIS AUTORES/OBRAS MENCIONADAS

Bedê Jr. e Senna expõem um dilema, uma vez que o processo penal
também deve ter como sentido a efetividade da coerção penal, o que implica
necessariamente em alguma limitação dos direitos fundamentais da parte acusada.
Santos, citando Figueiredo Dias, indica que a solução está em uma resposta que
melhor contribua para uma concordância prática, otimizando a busca pela verdade e,
ao mesmo tempo, minimizando a desproteção dos direitos fundamentais do acusado.
Nesse sentido, a autora dá espaço também à ideia de pacificação comunitária e
individual por meio do processo penal.

6. CONCLUSÕES DA PESQUISA

Ao longo do artigo, procura-se examinar os objetivos do processo penal, os


fenômenos vitimológicos e a instituição da delação premiada não criminal para
responder às duas questões apresentadas na introdução. Primeiro: a vítima tem um
lugar na dinâmica da oferta de confissão?
É oportuno responder que sim, a vítima pode participar no contrato. A
própria arte. 28-A ajuda a responder à pergunta, embora o disposto no inciso se dirija
prioritariamente ao tema, o Título I sujeita os danos à aplicação do benefício da
ANPP. Da mesma forma, o § 9 estipula que a vítima seja notificada tanto da aceitação
do acordo como do seu incumprimento, também faz sentido no quadro da lógica de
reavaliação da vítima formada ao longo de décadas e em relação aos objetivos do
processo penal, porque embora seja um meio de implementar garantias
constitucionais, o seu objectivo é também a pacificação social e individual
Tenta-se então responder à segunda questão: em caso afirmativo, qual
seria a extensão dessa participação?
Não há uma resposta exata para esta pergunta. Sugere-se que um
determinado intervalo é possível, desde que o interesse da vítima no caso particular
não seja utilizado como razão para excluir completamente a possibilidade de
compromisso.

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