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ESTÂNCIA TURISTÍCA DE PIRAJU - DOMINGO 16 DE ABRIL DE 2023 - Nº 2987 ANO 58 EDIÇÃO ESPECIAL TORTA NAPOLEÃO
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Torta Napoleão, patrimônio cultural

na sobremesa do turista em Piraju
páginas 2 a 11

Torta feita sob encomenda por Leonardo Corey na época para festa dos velhos amigos Nhonhô Braga
segundo a página do Facebook sobre a sobremesa pirajuense que agrada todos os paladares . Na
sequência a foto feita numa padaria de Sorocaba que serve a torta como sobremesa de Piraju.
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A HISTÓRIA DA TORTA NAPOLEÃO Folha de Piraju @folhadepiraju
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“É quase uma obrigação vir para Piraju e experimentar a famosa torta Napoleão”, diz
a reportagem de Isabella Marin Silva numa reportagem do portal e projeto Registro Digital da
História e do Turismo da Estância Turística de Piraju

A fonte desse material é o portal e projeto Registro Digital da História e do Turismo da Estância Turística de Piraju.

Torta Napoleão: um
patrimônio cultural de Piraju
Por Isabella Marin Silva/USP
É quase uma conheceremos Rodnei Vecchia apresentando a torta
obrigação vir um pouco mais Napoleão em evento no Iate Clube Piraju.
para Piraju e de quem foi dona (Fonte: Rodnei Vecchia)- Portal e projeto
experimentar Anita e dona Isair Registro Digital da História e do Turismo
a famosa torta (ou dona Zaíra, da Estância Turística de Piraju
Napoleão. A cidade como também era
do interior de São conhecida) e quem
Paulo, cortada pelo pode falar mais sobre
rio Paranapanema, é Rodnei Vecchia,
apresenta ricos administrador de
patrimônios culturais empresas formado
materiais e imateriais pela Fundação
e na área da Getúlio Vargas
gastronomia não foi (FGV). Ele também
diferente. Composto é ambientalista e
por camadas de autor dos livros “O
massa e creme, é um Meio Ambiente e as
espetáculo único da Energias Renováveis”​
estância turística. (2010) e “Energia das
Criado por volta da Águas: Paradoxo e
década de 50 por Paradigma” (2014).
Isair e Anita Vecchia, Além disso, nosso
o doce faz sucesso entrevistado é filho
no município e de Isair e neto de
fora dele, sendo o Anita Vecchia,
grande preferido sendo a pessoa certa
de muita gente em para falar sobre as
comemorações. criadoras da famosa
Para começar, torta.
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RECEITA ORIGINAL DA TORTA NAPOLEÃO
1. Ingredientes:

Massa:
Meio quilo de farinha de trigo
2 gemas de ovos
3 colheres de sopa de açúcar
2 xícaras de café de óleo
3 colheres de chá de fermento Royal
1 pitada de sal
Recheio:
5 gemas de ovos
100 gramas de manteiga sem sal
1 litro e meio de leite integral
4 copos de açúcar
3 colheres de sopa de farinha de trigo
3 colheres de sopa de maisena
1 colher de chá de essência de baunilha
Cobertura:
1 barra de 170 gramas de chocolate meio amargo
(ganache)
Meia lata de creme de leite, sem soro
2. Modo de Fazer:

Massa:
Foto de Dona Anita Vecchia. (Fonte: Rodnei Vecchia) Misturar os ingredientes da massa, amassar e deixar
descansar por meia hora.
Abrir a massa bem fina do tamanho da assadeira que
for utilizar para assar.
Assar uma a uma as lâminas de massa em fogo alto e
reservar
Recheio:
Misturar todos os ingredientes do recheio.
Bater muito bem na batedeira até que fique bem
cremoso.
Levar ao fogo para cozinhar, mexendo sem parar até
completar o cozimento.
Deixar esfriar um pouco.
Ainda morno, aplicar o recheio sobre a massa em
camadas alternadas e proporcionais.
Levar à geladeira por três horas.
Cobertura:
Derreter a barra de chocolate em banho maria, sem
deixar ferver a água.
Acrescentar o creme de leite e misturar bem.
Aplicar imediatamente cobrindo toda a Torta
Levar à geladeira.

Isair Rocha Vecchia

Anita Longo Vecchia
Foto de Dona Isair (ou Zaíra) Vecchia. (Fonte: Rodnei Vecchia)
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iraju.com
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NAPOLEÃO Folha
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RODNEI VECCHIA: uma costureira
Minha mãe era exímia, era uma
uma pessoa de daquelas donas de
uma generosidade casa que faziam
sem tamanho, tudo, inclusive
uma santa. Todo costurar, e fazia as
mundo fala bem, roupas para eu e
normalmente, meus irmãos. Ela
dos pais, mas ia com frequência
minha mãe era ao asilo costurar
uma pessoa ímpar. roupa para os
Se você pudesse velhinhos dentro
perguntar para as da generosidade
pessoas que ainda dela e, as festas
a conheceram juninas, fazia
na cidade, quem torta napoleão a
era dona Zaíra e rodo e ficava lá
o que ela fazia, nos dias de festa
era uma pessoa vendendo doce
assim fora do para arrecadar
tempo, visionária. dinheiro para o
Minha vó idem, asilo. Participava
minha vó era mais ativamente de
troncuda, rústica, todos os eventos
mas também muito do Asilo São
generosa. Minha Vicente de Paula e
mãe ajudava muito o doce sempre fez Imagem de Dona Isair produzindo o que seria sua última torta Napoleão,
nas festas do parte dessas festas aproximadamente sete a oito meses antes de seu falecimento.
Asilo São Vicente em Piraju, sempre. (Fonte: Rodnei Vecchia)
de Paulo, ela era

Família Vecchia em 1973. Da esquerda para direita, respectivamente: Rodnei,

Família Vecchia em 1973. Da esquerda para direita, respectivamente: Rodnei, Ronaldo, Roberto, Isair,
Ronaldo, Roberto, Isair, José Roberto e Rosangela Vecchia. (Fonte: Rodnei Vecchia)
José Roberto e Rosangela Vecchia. (Fonte: Rodnei Vecchia)
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Isabella Marin Silva A ideia da famosa torta surgiu a partir
(USP) :
A ideia da famosa torta de uma festa de aniversário
surgiu a partir de uma
festa de aniversário
na qual Dona Anita se
encontrava presente. A
festa acontecia na Loja
Maçônica, a mesma que
continua localizada ainda
hoje na Rua Washington
Osório de Oliveira, em
frente à Praça Joaquim
Antônio de Arruda, em
Piraju. Era lá que ocorriam Local onde era o armazém de secos e molhados de Roberto Vecchia. (Fonte: Rodnei Vecchia).
algumas comemorações
de aniversário dos filhos
de maçons e é lá também
que nasce a ideia da torta.
Foram sendo criadas
diferentes versões:
alguns colocavam outro
tipo de chocolate, outros
montavam as camadas de
maneira diferente ou com
ingredientes adicionais.
Rodnei conta que o
segredo para a torta ficar
tão saborosa como a da
receita original é o uso de
ingredientes naturais e
sem tanta química em sua
composição.
Loja Maçônica Cavalheiros do Sul, em Piraju, na década de 50. (Fonte: Rodnei Vecchia)

Homenagem para Dona Isair no Iate Clube Piraju em festa promovida pelo jornal Observador, em 2012. (Fonte: Rodnei Vecchia)
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RODNEI VECCHIA: Então é um conjunto
A minha mãe tentava de fatos que levou à
falar para as pessoas essa arte da cozinha,
fazerem a receita tanto em doces
como ela tinha quanto em salgados.
concebido e depois fez
alguns ajustes junto
com a minha avó, né, I.M.S/USP: A torta
mas hoje tem muitas fez parte da vida de
versões e o gosto não muitas pessoas e,
fica parecido como claro, a do próprio
o pessoal das antigas Rodnei Vecchia?
está acostumado, da
coisa original mesmo, RODNEI VECCHIA:
feita com muito Torta Napoleão eu
carinho e ingredientes acho que no primeiro
naturais e originais. dia que saí do hospital
Ela sempre pedia para e fui para casa já me
que fizesse a receita deram um pedacinho
original, tentasse dela, exagerando
não colocar leite né (risos). Eu nem
com muita química, era nascido, nasci
que a manteiga não em 1959, essa torta
fosse substituída já existia, já era
pela margarina, que consumida pelos
a massa não fosse pirajuenses e a minha
a massa folhada e mãe e minha vó, na
sim a massa feita a súditos e guerreiros. os salgados, com muitas coisas doces e generosidade delas,
mão bem fininha, Depois da atuação delícias de dar água salgadas. ensinaram muitas
que a torta tivesse forte de Napoleão, na boca de qualquer pessoas a fazer o doce.
quatorze camadas a cozinha francesa um. I.M.S/USP: Há, Eu me lembro, e é
de massa, nem mais, tomou um rumo ainda, outras razões uma das lembranças
nem menos, com muito melhor do RODNEI VECCHIA: para a inspiração das que eu tenho do doce,
o tamanho certo que já tinha. Outra As duas cozinhavam duas na cozinha? eu e minha irmã,
dela. São aquelas característica do muito. A minha vó Rosângela, um ano
detalhezinhos… acho doce mil-folhas, foi a precursora da RODNEI VECCHIA: mais nova, na cozinha
que se você já fez um que é massa, creme, cozinha na família. Essa inspiração, creio de casa ou na cozinha
café expresso numa massa, creme, é Ela cozinhava muito eu, tenha vindo dos da casa da minha avó
máquina torrando o espelhada naqueles bem, aprendeu com a ancestrais de minha que elas moravam
grão, você sabe, um petit four franceses, mãe dela, espanhola avó, que sempre parede e meia uma
simples café, quanta que também dizem de quatro costados gostaram muito de ir com a outra, ali na
diferença não dá no ter origem húngara, e transmitiu os à cozinha, espanhóis, Rua João Hailer 365,
paladar se não faz a mas a França que conhecimentos dela mas também a minha um pouco para cima
coisa correta. tomou a frente para a minha mãe e as mãe era originária do Colegio Objetivo,
desses doces. Então, duas, por um tempo, de roça, então é do lado contrário
I.M.S/ USP: é uma conjunção cozinharam juntas e um pouco o que ao colégio. Eu tenho
Agora, mesmo de homenagem ao faziam não só doces, está no DNA dessas muitas lembranças,
conhecendo imperador com a como a torta napoleão pessoas que gostam enquanto criança,
todos esses origem de massa e diversos bolos, do campo, gostar minha mãe fazendo
detalhes, por que creme que é a base da mantecal, brigadeiro, também da cozinha, o creme da torta ou
realmente a torta torta Napoleão criada cabeça alemã, torta da cozinha artesanal. a massa da torta e
recebeu o nome de pela minha avó e alemã, torta de A outra coisa que eu ia lá pedir para
“Napoleão”? minha mãe. amendoim, quindim, aguce isso pode ser raspar a panela,
torta de maçã, a necessidade de ter que ela deixasse
RODNEI VECCHIA: I.M.S/USP: Dona pavê, enfim, uma uma renda adicional um pouquinho do
O nome do doce Anita e Dona Isair infinidade de doces para sustentar a creme, junto com um
Torta Napoleão eram apaixonadas que a comunidade família em épocas pouquinho da massa,
muito provavelmente pela cozinha. As pirajuense apreciou de crise, que sempre parecia uma massa
é uma homenagem duas cozinharam por anos a fio, como tínhamos isso, com biscuit, bem crocante,
que minha avó, Anita juntas muitas vezes, também salgados, minha família muito e comíamos aquilo e
Longo Vecchia, e ainda mais pelo esfihas, coxinhas – humilde, muito sempre quando minha
minha mãe Isair fato de morarem tudo que elas faziam simples. E um terceiro mãe que fazia uma
Rocha Vecchia parede a parede era de uma elaboração fato, numa cidade torta para fora, fazia
quiseram fazer ao uma com a outra sui generis né, muito pequena, você tem uma pequenininha
imperador Napoleão na Rua João Hailer. esmero, muito tempo suficiente para para nós.
Bonaparte que, na Os maravilhosos capricho e também poder ir à cozinha,
França, costumava quitutes que muitos uma necessidade para cuidar de fazer isso • foto em
cuidar pessoalmente pirajuenses tiveram sustentar a família, para as pessoas que destaque de
daquilo que saía da a honra de saborear em épocas de crise queriam comprar e Dona Isair
cozinha para atender partem dos pratos principalmente. também para sustento
a ele e aos seus mais doces até Então elas faziam da própria família.
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I.M.S /USP - A torta fez e continua fazendo muito sucesso na cidade e também fora dela. A todo
momento uma nova pessoa conhece esse doce e, com ele, conhece também um pouquinho de
Piraju e da história de dona Isair e dona Anita. Por isso, como diz Rodnei em seu artigo: “Usem, abu-
sem e se lambuzem. De Piraju para o mundo e para a eternidade do domínio público”.

Rodnei Vecchia também administra uma página no Facebook onde compartilha diversos conteú-
dos sobre a torta Napoleão, receita de sua família que você pode acessar
pelo https://www.facebook.com/TortaNapoleao/?ref=page_internal.

Na sequência fotos da torta em várias versões. Começando por fotos de uma reportagem que a TV Tem fez na Padaria Rosa Mística.
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Seguem fotos da Torta. Na reportagem da plataforma folhadepiraju.com que estará sendo veículada esta semana haverá inúmeros links para
you tube e outras reportagens e páginas em redes sociais sobre a Torta Napoleão a sobremesa genuinamente pirajuense

Lucélia Ramos Garcia uma das especialistas que fazem a torta como poucos. Abaixo Cynthia da Padaria Rosa Mística na reportagem da TV Tem em 2014
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Seguem fotos da Torta. Na reportagem da plataforma folhadepiraju.com que estará sendo veículada esta semana haverá inúmeros links para
you tube e outras reportagens e páginas em redes sociais sobre a Torta Napoleão a sobremesa genuinamente pirajuense

Cynthia da Padaria Rosa Mística na reportagem da TV Tem em 2014 e numa foto do Facebook administrado por Rodnei Vecchia
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Seguem fotos da torta Napoleão que é feita em quase todos os supermercados de Piraju c entre eles o Mob Day e o Garrote.
Também inúmeras boleiras de Piraju e região fazem a torta. Algumas também oferecem as massas prontas se você quiser montar do seu jeito,
como Fabiola Amorim e Valéria Andrade. A Padaria Florença também tem a sobremesa. No You tube muitos links sobre a torta de Piraju.

Duas tortas uma de Lucélia outra de Leonardo Corey fazendo parte da festa dos velhos amigos Nhonhô Braga com a turma
Rodnei Vecchia e Eliane Sahade (fonte Facebook sobre a torta, administrado por Rodinei Vecchia)
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Padaria de Sorocaba tem a torta