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Cozinha Poética

Histórias que nutrem

Sheila de Paula
Alexandre Rauh
Ilustrações de
Stephany S
Cozinha Poética
Histórias que nutrem

Barra do Garças, 2022


Sumário
Apresentação
Medidas, gramas e xícaras ... 5

Pães
Pão Caseiro da Vó Caliméria ... 8
Pão Rústico ... 9
Pão folha crocante com açafrão ... 10

Geleias
Geleia de manga com pimenta ... 12
Geleia de abacaxi com pimenta ... 13
Geleia de abacaxi com hibisco ... 14
Geleia de uva ... 15

Doces
Doce de leite da Bisavó “Dinha” -
Inês Umbelina de Jesus ... 17
Manjar de ameixa da Vó Sonia ... 18
Doce de caju da Vó Tânia ... 20
Canjica da Vó Maria ... 22

Sumário
Comidas salgadas
Cuscuz à moda da casa ... 24
Farofa de banana da terra ... 27
Lasanha da Vó Iolanda ... 28

Bolos
Bolo de banana e aveia ... 33
Bolo de cenoura ... 34

PANC's
Chá de Erva cidreira ... 36
Chá de Hibiscus ... 37
Chá de Alfavaca ... 38
Pão de Caruru ... 39

Agradecimentos
Apresentação
Este livro que chega em suas mãos conta uma experiência de
sentidos da poesia contida em receitas de comida afetiva, juntando
os pratos deliciosos de nossa culinária que remetem à memória de
muitos bons momentos, com poemas e ilustrações exclusivas.

É uma forma de trazer para as redes sociais e para a mão de cada uma e
cada um a riqueza da comida afetiva, que remete a sentimentos e
emoções. Essa mistura de linguagens culturais (culinária artesanal, poesia
e ilustração) traz para você leitora e leitor o que essas experiências
individualmente carregam (paladar, audição e visão).

Foi feito com a intenção de recordar e agradecer as pessoas que em


nossas famílias cuidaram para que tivéssemos boas lembranças à volta da
mesa, para que fôssemos bem alimentados e ensinaram o que aprenderam
com aquelas que vieram antes.

Tem também a intenção de tornar acessíveis receitas com ingredientes


sazonais, que valorizam alimentos da estação, regionais, que respeitam os
tempos de preparo, fazendo do momento da refeição uma degustação,
especial como deve ser.

Nossa cultura caminha junto com a história da comida. Quando mulheres


e homens passaram a cultivar, a cozer e armazenar alimentos,
fases distintas da humanidade deram início. Nesse momento
em que vivemos períodos de isolamento, as pessoas
novamente se dedicam ao ato de cozinhar,
por que tiveram que ficar em suas casas
e compartilhar vários momentos com
familiares.

3
Por isso, cozinhar não é somente um ato de sobrevivência, também é um
ato de relacionamento entre as pessoas. É uma poesia a forma como os
ingredientes se juntam, se transformam e nos levam a conhecer a cultura
de um país, uma comunidade e uma família.

Por esse motivo, o café da manhã, a entrada, o prato principal e a


sobremesa estão neste livro em receitas simples, feitas com ingredientes
próprios da estação, e que devem ser mais baratos e frescos. Junto a
história de algumas receitas e como nos tocaram, alguns poemas do
Alexandre Rauh e ilustrações da Stephany S que também contam um
pouco de história, que você vai conhecer nas próximas páginas.

Este projeto foi financiado pela Lei Kandir do Estado de Mato Grosso, por
meio do Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, pelo Edital
01/Movimentar-Cultura/2021, no segmento literatura, a quem
agradecemos imensamente pela possibilidade de realizar este livro com
financiamento público que colabora para a sobrevivência de artistas,
fazedoras e fazedores da cultura matogrossense. Os produtos deste
projeto são este e-book, junto com o audiolivro em que terá as receitas
lidas e poemas declamados, tornando-o acessível às pessoas com
deficiência visual.

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Medidas, gramas
e xícaras.
Líquidos (leite, água, óleo,
bebidas alcoólicas, café,etc)

1 xícara = 240 ml
1/2 xícara = 120 ml
1/3 xícara = 80 ml
1/4 xícara = 60 ml
1 colher (sopa) = 15 ml
1 colher (chá) = 5 ml
1 colher (café) = 2ml

Açúcar

1 xícara = 180 g
1/2 xícara = 90 g
1/3 xícara = 60 g
1/4 xícara = 45 g
1 colher (sopa) = 12 g

Farinha de trigo

1 xícara = 120 g
1/2 xícara = 60 g
1/3 xícara = 40 g
1/4 xícara = 30 g
1 colher (sopa) = 7,5 g
1 colher (chá) = 4 g
1 colher (café) = 2g

5
Pães

O pão quentinho que pode ser feito em casa foi como começou essa
história. Aprendi várias receitas com minha avó Caliméria de Paula, o pão
ela ensinou para o Alexandre, por que ele queria fazer pão caseiro para
nós consumirmos em casa. Ainda que gostasse muito de cozinhar e
sempre ter cozido bastante para família e amigos, eu não havia feito nada
que pudesse ser vendido. Um dia essa história mudou quando Dona
Tânia nos ofereceu que fizéssemos sanduíches naturais com os pães que
fazíamos em casa e ela venderia em sua cantina. Comecei com esses
sanduíches, depois fiz brownies, geleias, doces, dei início a Quitanda
Agridoce Quitutes Artesanais, fiz o curso de Cozinheira do SENAC em
Cuiabá, voltei a Barra do Garças, fiz curso de Ayurveda, outros cursos,
continuei fazendo os quitutes da Quitanda, e enfim chegamos a este livro.

Aqui você vai encontrar várias receitas que fazem parte da minha história,
de meus encontros, de momentos variados em que a comida ocupou seu
lugar a mesa onde todos se reuniram. E os pães são o começo de tudo
mesmo, após os sanduíches continuei testando novas receitas,
aprendendo com pessoas e as redes sociais, experimentei combinações
para comer com pães, doces e salgadas. Agora boa parte está aqui.

6
Minha avó Caliméria é aquela vó
que cozinha um arroz com
feijão maravilhoso, de nos
fazer viajar 400km com água
na boca. Dela herdei o gosto
pela cozinha, tachos de cobre,
apreço pelo cafezinho quente,
receita de arroz soltinho, dentre
outras coisas.

A primeira receita do livro é o pão da


vó Caliméria, que de certa forma contribuiu
para que chegássemos hoje aqui. Fiz uma alteração
quando tirei o leite de todas as receitas de pães que faço na Quitanda,
para atender a clientes intolerantes a lactose, mas não mudou a maciez e
fofura desse pão delicioso para se comer quentinho com manteiga
acompanhado de café ou chá.

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Pão Caseiro da Vó Caliméria

Ingredientes

1 kg e 1 xícara de trigo
1 colher de sopa de sal
1/2 xícara de açúcar
1/2 pacote de melhorador para
panificação ou 1 colher de sopa de
vinagre
1 colher de sopa de fermento
600 ml de água
150 ml de óleo
2 ovos

Modo de preparo
Comece juntando o trigo, sal, melhorador ou vinagre, açúcar e deixe um
espaço no meio onde colocará o fermento, água, óleo e os dois ovos.
Misture tudo, depois sove até a massa ficar bem macia, lisinha e soltando
dos dedos. Acrescente farinha de trigo aos poucos se precisar. Após sovar,
deixe descansar a massa de 40 a 60 minutos. Divida a massa em 3 e enrole
os pães, ou em quantos pedaços menores preferir. Após a massa dobrar de
tamanho na assadeira, coloque para assar em fogo na temperatura de 250
graus por aproximadamente 35 minutos e pronto.

Pão quentinho, Pão de Vó


Pão fofinho, Pão de Ló
Com manteiga derretendo
Meu coração aquecendo

8
PÃO RÚSTICO
Ingredientes

500 g de farinha de trigo


350 ml de água filtrada ou mineral
5 g de fermento biológico seco ou
10 g de fermento fresco
10g de sal

Modo de preparo
Misture todos os ingredientes menos o sal numa vasilha e deixe descansar
por 15 minutos. Nessa parte não precisa misturar muito bem os
ingredientes. Coloque o sal na massa e numa superfície lisa, comece a
sovar, faça isso por 15 ou 20 minutos, depois deixe a massa descansar por
uma hora. Dobre a massa sobre ela mesmo chegando no formato que
você preferir. Depois deixe descansar por mais 40 minutos. Faça um corte
na parte superior para ajudar no crescimento do pão e asse por 45
minutos a 200 graus. Retire o pão do forno e deixe esfriar sobre uma
grelha.

O pão rústico é um dos que PÃO, PÃO, PÃO


mais gosto de fazer, são Manteiga, presunto, doce, pão
poucos ingredientes e uma Queijos, ovos, sopa, pão
forma de se fazer muito Geleia, churrasco, sobremesa, pão
simples e antiga.
Gosto de sovar a massa, que é
macia, até ficar soltando da mão. É uma massa fofinha não precisa
amassar com rolo, apenas dobrar.
9
Pão Folha Crocante com Açafrão

Ingredientes

1 xícara de trigo
1/2 xícara de água
1 colher de chá de sal
1/2 colher de café de açafrão (se Esse pão não leva fermento
preferir) e pode ser feito somente com
1/2 colher de sopa de linhaça ou trigo, água e sal, aqui sugiro
gergelim (se preferir) acrescentar outros

ingredientes a seu gosto.
Fica muito bom para comer
com patês.

Modo de preparo
Misture todos os ingredientes. Sove a massa até ficar macia, lisinha e
soltar da mão. Acrescente farinha de trigo aos poucos, caso necessário.
Divida a massa em bolinhas e abra com um rolo. Quanto mais fina abrir a
massa mais crocante ficarão os pães. Asse em uma frigideira no fogo
médio até começar a dourar de um lado, vire e asse o outro lado.

10
Geleias
As geleias são uma paixão por causa das possibilidades de ingredientes
que podem ser juntados adicionando sabores diferentes a receitas
conhecidas. Também é uma maravilha o quanto podemos aproveitar
frutas da estação fazendo e armazenando geleias.

Minha paixão por geleia tem como moldura os tachos de cobre que minha
avó Caliméria sempre teve em casa e que eu herdei, onde faço as geleias
que consumimos e as que vendemos na Quitanda Agridoce.

Dica de armazenamento

Uma das coisas que aprendi na cozinha foi guardar os doces e


geleias quentes, fechar com a tampa e colocar numa panela com
água fervendo por uns 5 minutos e depois deixar esfriar
naturalmente. Isso faz com que os vidros fiquem bem fechados e
diminua a possibilidade da geleia estragar.

11
Geleia de manga com pimenta

A época de manga é tempo


Ingredientes de muita fartura. Dá pra fazer
geleia, salada, doce, suco,
1kg de mangas
comer pura do pé. Essa geleia
maduras descascadas
fazemos em casa para comer
500 g de Açúcar
3 Pimentas dedo-de-moça picadas com pão, acompanhar
Suco de dois limões sanduíches e churrasco.

Modo de preparo
Para cada 1kg de manga picada use até 500 g de açúcar. Bata as mangas e
o açúcar e o suco dos limões no liquidificador. Acrescente as pimentas a
gosto e leve ao fogo mexendo para não grudar no fundo. Quando estiver
ao ponto de geleia guarde em vidros e tampe.

Vida no Pé

No pé de pitanga,
Na sombra da manga,
No agridoce da acerola,
A vida se desenrola.

12
Geleia de abacaxi com pimenta

Dica
Esta geleia foi um das
primeiras que fiz e
adoro fazê-la. Para não
ficar tão picante tiro as
sementes, assim fica Ingredientes
com sabor de pimenta e Um abacaxi médio descascado
levemente ardente. e picado

500 g de Açúcar (metade do peso
do abacaxi)
3 Pimentas dedo-de-moça picadas
Suco de dois limões

Modo de preparo
Para cada 1kg de abacaxi picado use até 500 g de açúcar. Bata o abacaxi, o
açúcar e o suco dos limões no liquidificador. Acrescente as pimentas a
gosto e leve ao fogo mexendo para não grudar no fundo. Quando estiver
ao ponto de geleia guarde em vidros e tampe.

Pimenta nos olhos é refresco?


nos lábios, paixão…
no estômago é sofrência!
Pimenta nos dentes é desejo…
no prato, emoção.
no doce é A experiência.
Tudo que é doce fica mais quente com uma dose de pimenta!

13
Geleia de abacaxi com hibisco

Ingredientes
Um abacaxi médio descascado e
picado
500 g de Açúcar (metade do
peso do abacaxi)
3 colheres de sopa de
flores desidratadas de hibisco
Suco de dois limões

Modo de preparo
Pique o abacaxi e reserve 3 rodelas para identificar e
acrescentar ao restante do abacaxi que deverá ser
batido no liquidificador. Leve para panela com açúcar,
o hibisco, as rodelas de abacaxi picadas e o suco de
abacaxi concentrado. Deixe o tempo que for
necessário para a geleia começar a soltar do fundo da
panela. Envase quente.
14
Geleia de uva

Ingredientes
500 g de Uvas
250g de Açúcar
Um limão correspondente
a 30 ml

Modo de preparo
Coloque todos os ingredientes
para cozinhar por 20 minutos.
Retire do fogo, bata no
liquidificador ou mixer, volte
ao fogo e cozinhe até chegar ao
ponto de estar soltando do
fundo da panela. Envase
quente.

15
Doces
Se tem uma comida que faz a gente
lembrar de tempos de criança, de casa
de vó, de quando cresce e continua
desejando comer de novo é doce.
Adoro fazer doces, e os doces que trouxe neste livro são das nossas avós: o
doce de leite da minha bisavó “Dinha”; o manjar de ameixa da Vó Sônia, e
o doce de caju da Vó Tânia, ambas avós do João Pedro, meu filho; e da
canjica da Vó Maria da Stephany. Pode não ser a receita preferida de
todos os netos e netas, mas com certeza é a que elas mais gostam de fazer
e com elas escreveram suas histórias.

Como Cora Coralina, famosa por seus poemas e seus doces, as avós que
lembro aqui são pessoas muito especiais em nossas vidas, de quem
herdamos muito de nossa história e de nossos gostos na hora de comer.

Dieta Agridoce

Uma lágrima de limão correu meus olhos.


Fatiou um mamão e meu coração a tristeza.
A banana não enche minha boca como falo do meu amor.
A saudade espremeu meu peito e da laranja
escorreu o caldo e nova lágrima,
mais doce.
Mas eu estou tomando adoçante e emagrecendo.
A saudade é doce...
A tristeza salgada...
Nesses tempos de solidão o amor está agridoce.

16
Doce de leite da Bisavó “Dinha” -
Inês Umbelina de Jesus

Ingredientes
1 litro de leite integral (Quanto
mais fresco o leite, mais gostoso
fica o doce)
1 e 1/2 xícara de açúcar
1 pitada de SAL
1/4 colher de chá de bicarbonato
de sódio Maria Inês
Sônia
Dinha
Modo de preparo
Coloque todos os ingredientes,

menos o bicarbonato, em um tacho


Comecei a fazer essa
ou uma panela alta. Cozinhe em
receita em casa para o
fogo médio, mexa sem parar para
Alexandre, que é sua
dissolver o açúcar, até formar uma
preferida desde a infância,
espuma em cima do leite. Baixe o
fogo no mínimo e acrescente o e João Pedro, por que eles
bicarbonato. Quando coloca o gostam muito. Minha
bicarbonato espuma mais, por isso surpresa foi descobrir que
tem que mexer sem parar para não eu fazia da mesma forma
transbordar o leite. Continue que a minha bisavó
mexendo de vez em quando em fogo “Dinha”, quem me contou
baixo. Quando estiver próximo ao foi minha vó Caliméria.
ponto que você deseja mexa mais Fiquei muito feliz com
rapidamente, desligue e continue isso…
mexendo. Guarde em um pote com
tampa e deixe esfriar.
17
Manjar de Ameixa da Vó Sônia

Ingredientes
2l de leite
1 xícara de açúcar
1 lata de leite condensado
2 colheres de sopa de amido de milho
100g de coco ralado
200g de ameixa sem caroço

Calda
1 xícara de açúcar
2 xícara de água

Modo de preparo
Calda
Primeiro queime o açúcar até ficar dourado, depois acrescente a água
para ferver junto até chegar ao ponto de uma calda grossa, acrescente
as ameixas. Despeje parte da calda em uma travessa e reserve um
pouco da calda com ameixas para colocar em cima.

Creme
Reserve 2 copos de leite e misture com o amido de milho. Coloque
para ferver o leite, o açúcar e o leite condensado. Após dissolver,
quando levantar fervura coloque o restante do leite que está junto
com o amido de milho, mexa bem. Quando chegar no ponto de um
creme grosso acrescente o coco ralado. Coloque o creme na travessa
sobre a calda e em seguida o restante da calda junto com as ameixas.

18
Manjar de Ameixa da Vó Sônia

Todas as vezes que minha mãe Sônia fazia esse manjar era quando
reunia muita gente na casa de sua mãe Vó Caliméria para almoçar
ou jantar. Ela fazia em ocasiões especiais e servir esse manjar era
sua boa recordação de alguns anos. Desde que ela faz esse manjar
todo mundo diz que é muito gostoso. Seus parentes até
brincavam dizendo que seu manjar era o mais gostoso da família
(que é muito grande, muito grande mesmo, com muitos que
sempre gostaram de se reunir e encontrar-se), e isso era motivo
até de ciúmes entre as esposas com seus maridos que a elogiavam.

19
Doce de Caju da Vó Tânia

Ingredientes
50 cajus descascados e espremidos
5l de água
1 limão grande
2 kg de açúcar

Modo de preparo
Pegue o caju fresco, de preferência do mesmo dia, descasque bem
fininho, em seguida faça furos no caju com um garfo e esprema para
tirar o suco. Coloque os cajus, a água, o açúcar e o limão em um tacho
(de preferência de cobre), para ferver por 1 hora. Reserve e deixe
descansar até o dia seguinte. Volte a cozinhar o caju por mais 1 hora
com a calda fervendo. Guarde ainda quente em potes de vidro.

20
Doce de Caju da Vó Tânia

Esta receita é o xodó da Vó Tânia, mãe do Alexandre. Todos os


anos ela reúne os netos que ainda a ajudam, seu companheiro Vô
Geraldo e catam cajus na época para fazer muitos potes de doce,
que ela tem o ano todo para oferecer como sobremesa, a preferida
do neto Victor, que deixando come um pote sozinho. Ela também
os tem o ano inteiro para vender. Contou que essa receita sua avó
ensinou a sua mãe e sua tia, que ensinaram a ela quando criança e
faziam juntas todos os anos. Receita que a Vó Tânia continua
fazendo e agora passamos adiante para que não seja perdida.

Cadju de panhá
Cadju de tomá
Cadju de comê
Cadju de tchupá

21
Canjica da Vó Maria
Ingredientes
2 litros de leite natura
500g de milho de canjica
02 caixa de leite condensado
de 395ml
50g coco ralado
1/2 colher de chá de sal

Modo de preparo
Deixar o milho de molho no dia anterior. Coloque pra cozinhar numa
panela de pressão . Acrescentar o leite quente, o leite condensado. Torre o
coco ralado numa frigideira até dourar e misture na canjica.

Pra começar a falar da canjica é bom começar falando do desenho


que acompanha a receita. Essa vaca se chamava Sucuri e ela quebrou
o chifre tentando acertar uma pessoa, mas acertou a porteira, não era
muito amigável. Eu cresci frequentando a fazenda dos meus avós que
era no município de Pontal do Araguaia, mesma cidade em que
moramos (meus avós e eu) até hoje. Minha vó Maria sempre gostou
de cozinhar perguntando o que os netos queriam comer, fazia o
máximo para agradar a todos sempre que possível. Gostava de
cozinhar com o leite da sua própria fazenda, o da vaca Sucuri, minha
vaca.
Quando falei com ela sobre esse livro ficamos as duas muito
animadas e falando sobre o que é a culinária afetiva, mas só algum
tempo depois pensamos nessa receita. Cada um demonstra da forma
que consegue o quanto gosta. Cozinhar para alguém, o que a pessoa
gosta, partilhar um momento de barriga cheia e sorrisos... com
certeza é uma sensação que essa receita me traz...
Espero que aqueles que experimentem sintam-se pelo menos um
pouquinho amados, porque com certeza essa receita foi repassada
com muito amor.
Stephany S.
22
Comidas Salgadas

Algo é preciso, amar…


Amar o quê? Tanto faz como tanto fez.


Amar a vida, as flores,
As vidas, as dores,
A sorte, a morte.

As facas, as faces,
O meu nome, o T,
As verdades, também as mentiras porque não,
As letras, a poesia das letras.

Amar o nada, tudo,


Amar a Deus, deusas e deuses,
O Demônio ou a diaba,
Talvez até amar o ódio?

Imaginemos então o amor: ………………………


……………………………………………………
……………………………………………………
……………………………………………………

O que vem a cabeça talvez seja mesmo tudo.


E daí? O que importa, comamos uma torta:
De sal para quem é diabético,
De doce para quem tem hipertensão.

Desde que amemos as tortas…

23
Cuscuz à moda da Casa
Ingredientes
2 xícaras (chá) de farinha de milho
1 xícara (chá) de água (aproximadamente)
1 colher rasa (chá) de sal
1 cebola roxa pequena
1 colher de sopa de manteiga ou ghee
3 colheres de sopa de azeitonas
1/2 colher de sopa de salsa
Queijo fresco opcional

Modo de preparo
Em um recipiente adicione a farinha de milho flocada, o sal, a cebola e
as azeitonas cortadas em pequenos quadradinhos e ghee. Misture
todos os ingredientes e acrescente a água aos poucos, deixando a
mistura homogênea e hidratada. Atenção para não encharcar a
mistura. Deixe descansar por uns 10 minutos e coloque na cuscuzeira
de forma delicada para não pressionar o cuscuz. Faça duas camadas
com o queijo entre elas. Tampe e leve ao fogo por aproximadamente
15 minutos. Quando o cuscuz estiver pronto, desinforme e sirva

24
Cuscuz à moda da Casa

“Uma outra viagem, escutei alguém, com muita importância


naquela viagem e em muitas outras, dizer que todo mundo tem
fome, se não é fome de pão é de afeto. Já na minha chegada ao lado
da Dona da receita de matar as fomes, eu tinha fome de pão e de
afeto. E para a minha sorte as duas nutrições eram tão presentes
quanto a minha fome.
A disponibilidade de comida nem sempre é sobre estar servido,
sobre excessos, nem sempre está em saber e ter como comprar. Às
vezes tem relação com não conseguir entender qual a nossa fome,
naquela chegada eu não compreendia bem do que meu corpo tinha
fome. Em meio às mais diversas opções, talvez, me faltasse a forma
de comer. Ambiente pra se comer, vozes pra se comer, abraços pra
se comer, mãozinhas na mesa, grandes mãos na mesa, mãos firmes
na mesa e mãos trépidas na mesa. Esse ambiente de várias mãos
formava o local em que comer se tornou novamente afetivo para
mim.
Em toda vez que conto sobre essa chegada preciso trazer esse
retorno ao alimento, ao dar de comer, ao esperar comer, ao comer
junto. Em nada a minha fome reconhecia alimento, haviam muitas
cores, texturas, sabores, mas era tudo entrando e saindo, por vários
buracos. Uma retomada também em reconhecer meus buracos,
meus desejos, minhas fomes e em cada parte de mim reconhecer as
cores e miudezas dos alimentos.

25
Cuscuz à moda da Casa

De todo pão, de toda casquinha, de todo Brie, nada me foi mais lindo que
um cuscuz, se desfazendo e se assentando em cada um dos meus buracos.
Um cuscuz de amarelinho, sisudo, grande, de longe e se eu já conhecesse
os cuscuzes eu diria, assim mesmo sem conhecer, que ele estava massudo,
mas bem ali mesmo eu já estaria errada. Era grande e fofo. Multicolorido,
as cores não mudavam ali no meio dele, eu não vi o preparo, mas cada cor
tinha um lugar no cuscuz. O roxo no lugar do roxo, o verde depois de
alguns centímetros também não estava misturado, pontinhos brancos
espalhados bem abraçadinhos no amarelo do milho. Era queijo, cebola,
cheiro verde, hoje na falha, tinha verde de azeitona também.

Quatro sorrisos, bocas salivando, mesa com pano esticadinho, perninhas


mexendo, olhares de surpresa e repeteco. Toda a fome se entregando ao
alimento, reconhecendo cada parte que se encaixa, sem tomar o espaço
dos docinhos que virão, mas ocupando o arco da vontade. O belo da
saciedade é não pensar mais em nada, só em como vai sair e no que mais
vai entrar. Obrigada, Sheila, por um cuscuz tão lindo, por um jeito tão
caloroso, suave e salgado de entrar e se espalhar.”

Bruna Barbosa,
e seu relato do dia que
experimentou esse cuscuz

26
Farofa de banana de terra
Ingredientes
5 banana da terra médias maduras
200g de farinha
1 dente de alho
1 cebola média
Salsa e cebolinha a gosto para finalizar
Óleo para fritar

Modo de preparo
Descasque as bananas, corte ao meio de uma ponta a outra, em
seguida corte novamente e depois corte em fatias pequenas, frite em
óleo quente e reserve. Frite o alho e a cebola com aproximadamente 4
colheres de sopa do óleo que fritou a banana. Acrescente a farinha e
deixe torrar um pouco, em seguida acrescente as bananas fritas, salsa
e cebolinha a gosto.

A farofa de banana é o básico da cozinha


cuiabana. Muitos lá fazem esse prato e para
acompanhar vários outros. A banana é a fruta
da Dona Tânia, que a coloca num lugar de
referência frente a outras frutas. A farofa de
banana em sua casa é muito comida com peixe
frito ou cozido e arroz branco. O Alexandre fez
essa farofa para vários parentes meus quando o
conheceram e todos adoraram.

27
Lasanha da Vó Iolanda
"Se você não ligou pedindo receita,
não viveu direito!!!

Tia Iolanda Chaves Martins, nascida


na cidade de Capinópolis – Minas
Gerais, no dia 30 de maio de 1943,
morou por 35 anos na cidade de
Rondonópolis. Sogra da minha mãe,
minha avó de coração! Minha
história com ela começa antes
mesmo de eu ter 3 anos, foi uma vida
inteira, rodeada de comida boa,
gargalhadas, segredos a sete chave
de suas receitas prediletas e o sabor
de sua comida era inconfundível.

Quem a conheceu, consegue imaginar o quanto era vaidosa, cuidava dos


cabelos (aqueles que o câncer permitiu ficar), a roupa bem passadinha, toda
combinando vestido, cinto e sapato, passava batom vermelho, as xícaras de
cafés eram sempre marcadinhas da sua presença.
Eu já aprontei cada uma com ela, que eu juro, tenho crises de risos só de
lembrar. Aprendi jogar baralho, confundir nome de santo, bater o carro na
sua companhia, tomar café, tomar susto, sim ela me matava de susto quase
todo dia e ria muito depois de cada episódio. Cafuné nos cabelos,
maquiagem e muita oração, me mostrou a importância de ter fé. Sua fé era
inabalável e altamente admirável.
Ela foi tão avó da Sofia, que os vídeos mais fofos são com elas, ensinou
cantar, rezar, segurar o terço. Avó Landinha pegou Luísa no colo uma
semana antes de virar estrelinha.

28
Lasanha da Vó Iolanda
Vale lembrar que minha avó materna, d. Caliméria cozinha muito (é
preciso deixar isso bem claro para não dar treta, viu gente!), mas cada
uma com seu perfil, sua marca e sua essência!
Enfim, recapitulando D. Iolanda cozinhava como ninguém, cozinhava
bacalhau, fricassé, batata soté, cozinhava legumes no vapor e a melhor
lasanha desse mundo.
Pois bem, eu certa vez, querendo impressionar o namorado, achei a Tia
Iolanda nos cafundós do interior do Tocantis, no celular da irmã dela, no
tempo que celular era mais caro que uma BMW.
Ela atendeu o telefone assim: morreu alguém minha filha? Não tia, eu
quero a receita da sua lasanha (ela estava longe de casa, contou todos os
segredos para uma receita dos deuses), 15 minutos de ligação, onde nem
existia créditos, a conta foi alta, mas não tem a menor importância
também (risos).
Eu tenho a receita até hoje, diga-se de passagem é a primeira do meu
caderno de receitas. Tenho muito orgulho e admiração pelas suas mãos
de fada na cozinha, pela intenção de que receitas maravilhosas não podem
ser apagadas com o tempo, e precisam ser divulgadas de geração em
geração. Gratidão a Sheila pelo convite ao livro Cozinha Poética e por
eternizar esse prato que faz parte da nossa família."

Ana Carolina Khun,


@anacarolinakuhn,
minha irmã e sua
carinhosa contribuição

29
Lasanha da Vó Iolanda

Ingredientes
Massa de macarrão própria para lasanha
500 gramas de mussarela ralada

Molho Branco
1 cebola ralada
2 colheres de margarina
4 colheres de maisena ou 3 de farinha de trigo
1 litro de leite
200 ml de creme de leite
Sal a gosto
Noz moscada ralada

Modo de preparo
Molho Branco
Refogar a cebola na margarina. Reserve um copo de leite frio para
dissolver a farinha. Colocar o leite para ferver na cebola refogada, após
fervido acrescentar a farinha dissolvida, sal e a noz moscada. Depois
do molho cozido e engrossado, desligar o fogo e acrescentar o creme
de leite e deixar todos os ingredientes de forma homogênea.
Reserve depois de pronto.

30
Lasanha da Vó Iolanda
Ingredientes
Molho à Bolonhesa

1,5kg de carne moída


2 cebolas grandes raladas
Alho picadinho
1 lata de molho de tomate
1 lata pequena de extrato de tomate
Cheiro verde(cebolinha) picadinho
Pitada de açúcar
Sal a gosto
Modo de preparo
Molho à Bolonhesa
Refogar a cebola e alho em fio de óleo, coloque o extrato de tomate e
fritar a carne moída, acrescente o molho de tomate, sal e a pitada de
açúcar e uma medida de água e coloque para cozinhar na panela de
pressão (o segredinho que ela dizia era: panela de pressão para a carne
ficar suculenta). Quando o molho ficar pronto acrescentar o cheiro
verde.

Montar com os molhos quentes, ajuda a massa amolecer mais rápido,


diminui o tempo de forno.

Em um refratário de vidro colocar:


Primeira camada de molho vermelho;
Segunda camada de molho branco;
Terceira camada de macarrão;
Repetir a sequência, até que as camadas finais fiquem com molho
branco e queijo ralado por cima.
Assar em forno quente até o queijo dourar.

31
Bolos
Quem faz bolo entrega não só uma gostosura, deposita junto carinho e
afeto. Quantas vezes marcamos de visitar uma pessoa querida, seja da
família, seja amigos, e quando chegamos encontramos um bolo quentinho
para comer tomando café. Quantas vezes diante de um convite nos
pegamos pensando no que levar, e quando é aquela pessoa com quem
podemos passar horas conversando pensamos num bolo para comer
juntos. Quando fazemos bolos nos concentramos naquele ato e com isso
até mesmo nossa saúde mental melhora. Vamos fazer bolos?!

Adoro fazer bolos, de todos os tipos: os de chocolate meu filho adora, com
cobertura mais ainda, de cenoura, de baunilha, de banana… Sempre comi
bolos quentinhos que minha mãe Sônia, minha Tia Iolanda e minha vó
Caliméria fizeram, inclusive com aquela manteiga derretendo quando
ainda está bem quente.

Bolo quentinho
Pão de ló
Bolo fofinho
Bolo de Vó
Ai se tivesse todo dia
Todo dia comia sem dó

32
Bolo de banana e aveia

Ingredientes
2 xícaras de farinha de aveia
4 bananas maduras
1 colher de sopa de canela
1 colher de sopa de fermento
4 ovos
1/2 meia xícara de uvas passas
1/2 meia xícara de óleo

Modo de preparo
Bata no liquidificador os ovos, uva passa, óleo e as bananas. Coloque
em uma tigela e incorpore os ingredientes secos até obter uma
mistura homogênea.

33
Bolo de cenoura

Ingredientes
270g de cenoura aproximadamente
3 médias
200 ml de óleo de girassol
3 ovos
360 g de açúcar ou duas xícaras de chá
240 g de farinha de trigo ou
duas xícaras de chá
8 g de fermento em pó ou
duas colheres de chá
Decore com gotas de chocolate se quiser

Modo de preparo
Unte e enfarinhe uma forma de bolo. Bata as cenouras, o óleo, os ovos
e o açúcar no liquidificador por aproximadamente 5 minutos. Coloque
em uma tigela e acrescente o trigo e o fermento peneirados, misture e
leve para assar a 200 graus por 50 minutos.

34
PANC's

As Plantas Alimentícias Não Convencionais PANC’s são plantas que


estão próximas de nós, mas não fazem parte de nossa dieta alimentar por
que foram esquecidas, algumas desprezadas de seus valores nutricionais e
devido ainda a concentração em poucas espécies que a monocultura nos
direcionou.

Conhecer as PANC’s, saber que elas podem nascer nos quintais, que
muitas não precisam de tantos cuidados como as hortaliças e vegetais
convencionais, nos auxilia a ter maior autonomia na escolha alimentar.
São plantas que venho estudando e continuo aqui em nosso quintal
cultivando algumas, descobrindo outras, sempre com muito cuidado e
com boas referências.

Nesse livro vou falar de algumas mais próximas das pessoas e facilmente
reconhecidas. Mas não terminam aqui as possibilidades de uso em vários
pratos de nosso dia-a-dia.

35
Chá de Erva Cidreira
(infusão) Lippia alba

Ingredientes
15 gr - 1 colher (sopa) de
folhas frescas
350 ml de água

Modo de preparo
Ferva a água e despeje sobre as folhas frescas da lípia. Tampe o chá
e deixe em infusão por 10 minutos. Depois coe e reserve.

Lippia alba, popularmente


conhecida como lípia,
erva-cidreira-de-arbusto ou
falsa-erva-cidreira

36
Chá de Hibiscus
(infusão) Hibiscus cannabinus

Ingredientes
350 ml de água
15 gr - 1 colher (sopa) de
flores secas de hibisco
3 rodelas de gengibre

Modo de preparo
Acrescente as flores secas na água prestes a ferver, desligue o fogo,
tampe o recipiente e deixe descansar por 5 minutos. Coe em
seguida. Evite voltar a aquecer para não diminuir os efeitos
terapêuticos da planta. Se preferir, adoce.

Nome científico: Hibiscus cannabinus


Nomes Populares: Flor da jamaica

É uma planta da família das malváceas, mesma de


todos os hibiscos Malvas e Gerânios. O Hibisco
cannabinus é um gênero de hibiscos, originário
possivelmente do sul da Ásia. Da planta todas as
partes são comestíveis, possui muita mucilagem,
tem um leve sabor azedo e marcante. As flores
tem sabor semelhante ao das folhas.

37
Chá de Alfavaca
(infusão) Ocimum basilicum

Ingredientes
15 gr - 1 colher (sopa)
de folhas frescas
350 ml de água

Modo de preparo
Ferva a água e despeje sobre as folhas frescas da alfavaca. Tampe o
chá e deixe em infusão por 10 minutos. Depois coe e reserve.

Outros nomes: alfavaca da


América, remédio de Vaqueiros,
manjericão-de-folha-larga. Planta
herbácea muito cheirosa com
folhas ovais ou elípticas e
inflorescência em espigas.

38
Pão de Caruru
Amaranthus viridis
Ingredientes
500 g de farinha de trigo
350 ml de água filtrada ou mineral
5 g de fermento biológico seco ou
10 g de fermento fresco
10g de sal
1/2 xícara de sementes de caruru

Modo de preparo
Misture todos os ingredientes menos o sal numa vasilha e deixe descansar
por 15 minutos. Nessa parte não precisa misturar muito bem os
ingredientes. Coloque o sal na massa e numa superfície lisa comece a
sovar, faça isso por 15 ou 20 minutos, depois deixe a massa descansar por
uma hora. Dobre a massa sobre ela mesmo chegando no formato que
você preferir. Depois deixe descansar por mais 40 minutos. Faça um corte
na parte superior para ajudar no crescimento do pão e asse por 45
minutos a 200 graus. Retire o pão do forno e deixe esfriar sobre uma
grelha.

O caruru, ou bredo, é uma planta


silvestre e comestível, embora seja
conhecida como erva daninha. É muita
usada no nordeste e Bahia e rica em valor
nutricional. Na culinária folhas e
sementes são comestíveis.

As variedades vermelhas e roxas, e com


espinhos, não são adequadas ao
consumo. 39
Agradecimentos

Agradecemos a todas as nossas ancestrais que carregaram consigo a vida,


comida e afeto e nos fizeram chegar até aqui. As mães, avós, tias, irmãs e
amigas que contaram suas histórias e nos deram um pouco do gostinho
dos sabores que fazem suas memórias viajar anos e distâncias. Esse livro é
fruto de todo esse afeto.

Agradecemos nominalmente a vó Caliméria, Dinha (em memória), vó


Sônia, vó Maria, vó Iolanda (em memória), vó Tânia, Ana Carolina Kuhn e
Bruna Barbosa, pela carinhosa contribuição.

A cada uma e cada um que contribuiu com esse livro agradecemos.


Agradecemos também a Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer


do Governo de Mato Grosso que por meio do Edital Movimentar
financiou nosso projeto em meio a pandemia e contribuiu com a
sustentação material de artistas e fazedores da cultura.

40
Quem somos

Sheila de Paula. Bisneta de Dinha, neta de


Caliméria, filha de Sonia. Mulher, mãe,
cozinheira, produtora de cultura. Autora, bruxa
jardineira. Eterna aprendiz nos caminhos da
Ayurveda.
@sheiladepaula_7

Stephany Santiago dos Santos. Artista por


teimosia e estudante de tarô por paixão. Mulher,
bruxa, taróloga e louca dos signos. Encontrando
(ou criando) as figuras certas para contar
algumas histórias.
@ste.sansan

Alexandre Rauh. Educador, poeta, carpinteiro,


agrofloresteiro de quintal, mestre em educação,
ajudante na cozinha, escritor, produtor,
"designer" gráfico… “faz tudo”.

@alexandrerauh
41
@quitandaagridoce

PAULA, Sheila de; NASCIMENTO,


Alexandre R. O.; SANTOS; Stephany S.
dos. Cozinha Poética: histórias que nutrem.
Barra do Garças: edição do autor,2022. 44
f.: color.

1. Gastronomia. 2. Plantas. 3. Comida. 4.


Receitas. 5. Poesia. 6. Ilustração.

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