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CARUARU
2017
CRISTIANNY EUGÊNIA SILVA E MELO
CARUARU
2017
Catalogação na fonte:
BANCA EXAMINADORA
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Ao meu pai Eugênio que me incentivou a terminar o curso, mesmo com grandes
dificuldades.
Аоs meus amigos, pelas alegrias, tristezas е dores compartilhas. Com vocês, as
pausas entre um parágrafo е outro dе produção melhora tudo о qυе tenho produzido
nа vida. Agradeço a vocês meus amigos que me incentivaram e me ajudaram de
alguma forma no decorrer dessa viagem monográfica: Nanda, Thal, Villas, Jonas,
Dalci, Tays e minha grande amiga Larissa. Ao pessoal da APODEC Caruaru Archery,
aos meus amigos e arqueiros Angélica e George, que também contribuíram muito
para a finalização desse trabalho. Ao pessoal do Fotolab, tive um enorme prazer em
participar desse laboratório, sentirei muita falta de todos vocês.
(Regras de segurança)
RESUMO
This research deals with the poetics of the Bow and arrow in Design according to the
Theory of the Imaginary. First, the myths and history of the Arch and arrow where
mythic narratives of different cultures are identified to demonstrate how this artifact
was used and its symbolism, as well as the development of its design in History In a
second moment the Arch and arrow is analyzed in the present time, its uses, the
equipment that compose it, the types of arches that are used and their specificities,
their design and their relevance. Also analyzed are some championships that exist
today. Finally, the conclusions about the relations between this artifact and Design.
Keywords: Design, Imaginary, Archery.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................11
2 MITO E HISTÓRIA DO ARCO E FLECHA..........................................14
2.1 Mito de Apolo e Dafne ................................................................................... 16
2.2 Icamiabas - As Amazonas Brasileiras.......................................................... 19
2.3 O Mito japonês ............................................................................................... 21
2.4 O Kyudo e o Yabusame ................................................................................. 23
2.5 Arco Tradicional ............................................................................................ 33
3 O ARCO E FLECHA E DESIGN. CONTEXTO
CONTEMPORÂNEO..............................................................................37
3.1 Função Simbólica .......................................................................................... 37
3.2 Função de Uso ............................................................................................... 38
3.3 Função Técnica .............................................................................................. 38
3.4 Técnicas de Utilização do Arco e Flecha Contemporâneo ........................ 39
3.5 Arco Olímpico ou Recurvo ............................................................................ 40
3.5.1 Empunhadura ............................................................................................ 41
3.5.2 Lâminas..................................................................................................... 42
3.5.3 Dedeira ou Tab ......................................................................................... 44
3.5.4 Corda ........................................................................................................ 44
3.5.5 Estabilizadores .......................................................................................... 45
3.5.6 Pulseira ou Sling ....................................................................................... 46
3.5.7 Mira ........................................................................................................... 47
3.5.8 Rest ........................................................................................................... 48
3.5.9 Clicker ....................................................................................................... 49
3.5.10 Cushion Plunger ou Button ..................................................................... 49
3.5.11 Kisser Button ou Beijador ........................................................................ 50
3.6 Arco Composto .............................................................................................. 52
3.6.1 Polia Excêntrica......................................................................................... 54
3.6.2 Cordas e Cabos ........................................................................................ 56
3.6.3 Gatilho ....................................................................................................... 56
3.7 Outros aparatos que compõe o Arco e Fecha ............................................ 57
3.7.1 Nock Point ................................................................................................. 57
3.7.2 Flechas...................................................................................................... 58
3.7.3 Penas ........................................................................................................ 59
3.7.4 Alvo ........................................................................................................... 59
3.7.5 Nocks ........................................................................................................ 59
3.7.6 Ponta da Flecha ........................................................................................ 60
3.7.7 Braçadeira ................................................................................................. 60
3.7.8 Protetor de Tórax ou Peitoleira ................................................................. 61
3.7.9 Aljava ........................................................................................................ 62
3.7.10 Case ou estojo ........................................................................................ 62
3.8 Competições .................................................................................................. 63
3.8.1 Target ........................................................................................................ 63
3.8.1.1 Campeonato Outdoor ......................................................................... 64
3.8.1.2 Campeonato Indoor............................................................................ 65
3.8.2 Campeonato Field ..................................................................................... 66
3.8.3 Competição 3D.......................................................................................... 67
3.8.4 Arqueria Tradicional .................................................................................. 68
3.8.5 Bowhunting (Caça com Arco) .................................................................... 69
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................70
REFERÊNCIAS...................................................................................72
11
1 INTRODUÇÃO
A grande área desta pesquisa é o Design, que pode ser considerada uma Ciência
Social Aplicada, onde se é estudado os artefatos e sua influência na História e na
Cultura. No caso deste texto, será pesquisado o Arco e Flecha, artefato histórico, que
acompanha a trajetória do Homem desde os primórdios e em seus mitos de origem.
Desta forma, o Design enquanto grande área de pesquisa, aqui encontra-se com a
outra grande área que é a Cultura, e, ambos se unem nesse caso, pois o artefato Arco
e Flecha além de ser um objeto de Design e também um objeto cultural como será
debatido adiante.
A partir do que foi dito acima, o objeto geral dessa pesquisa é analisar o
surgimento e o significado do Arco e Flecha enquanto artefato de Design através dos
Mitos e da História em culturas distintas segundo a Teoria do Imaginário, observando
o seu desenvolvimento ao longo dos séculos e seu contexto contemporâneo.
A pesquisa sobre a história dos artefatos é vital para se entender como surge
a cultural material e a necessidade dos objetos na sociedade, a exemplo do Arco e
Flecha, instrumento que surgiu simultaneamente em várias culturas praticamente no
mesmo período histórico. Através dos relatos míticos pode-se perceber os usos
simbólicos desse artefato em cada cultura. A importância deste debate para o âmbito
acadêmico e social é demonstrar como esse artefato é utilizado hoje, como ele deu
origem a outros artefatos e como o designer intervêm na sua concepção.
12
Para tal, utiliza-se a Teoria do imaginário que segundo Durand apud Pitta
(2005), trata do conjunto de imagens e de relações de imagens que constitui o capital
pensando pelo homem, que constitui a essência do espírito, ou seja, o esforço do ser
para se erguer uma esperança viva diante e contra o mundo objetivo da morte.
Quando se for falar do imaginário deve-se possuir um repertório amplo do imaginário
normal e patológico em todas as camadas culturais que propõem a história, as
mitologias, a etnologia, a linguística e as literaturas. Dessa maneira, ela foi a teoria
que mais se adequou para o estudo desse artefato, visando o estudo dele na cultura,
a sua importância simbólica e o porquê de ele ser um artefato tão utilizado e por
possuir um grande status social.
O arco e flecha é um artefato histórico que foi e ainda é utilizado por diversas
culturas, onde inicialmente surge como uma arma para o uso da caça, onde passa a
ser utilizado em várias culturas como artefato de guerras. Hoje ele é mais utilizado
como um artefato voltado para o esporte, muito popular no meio olímpico.
Logo, será analisado o passado do Arco e Flecha onde foi utilizado para
guerras e para caça, em contrapartida que, na contemporaneidade este artefato é
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utilizado para esporte como uma das modalidades olímpicas mais populares nas
grandes mídias. Sob a ótica do Design, o Arco e Flecha será analisado e estudado
como um produto, pois será debatida a sua importância cultural e sua evolução
enquanto artefato de caça, guerra e esporte.
Essa pesquisa visa o estudo e a análise do Arco e Flecha, onde revela-se seu
simbolismo e sua história enquanto artefato, que aparece em várias culturas em
tempos próximos, lembrando desta maneira o que Carl Gustav Jung (2000, p.115) fala
sobre a Sincronicidade1. Através da noção de Sincronicidade de Jung entende-se
neste projeto que o Arco e Flecha é um artefato de simultaneidades históricas, pois
como dito anteriormente, o Arco e Flecha aparece quase ao mesmo tempo em
diferentes países. Trata-se de um Inconsciente Coletivo observado por Jung e
recrudescido pela Teoria do Imaginário (Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo -
Jung, 2000). Por exemplo, um Sujeito no Japão em tempos imemoriais projetou este
artefato enquanto outra pessoa em alguma parte do mundo também o fez. Dessa
maneira o Arco e Flecha se torna ele próprio um Mito, pois não se sabe realmente sua
origem e como ele chegou a povos distintos simultaneamente.
humana, sendo este artefato considerado uma arte, pois a própria raiz etimológica da
palavra artefato, diz que ele é feito como objeto de arte.
Os arcos primitivos eram menores, utilizados para a caça por índios nas
Américas, na Europa e no Oriente. Através da história desse artefato, sabe-se que os
egípcios foram os primeiros a desenvolver os arcos compostos primitivos, esses feitos
de diversos materiais. A corda desse arco era feita com intestinos de carneiros
esticados. No Egito, os arqueiros utilizavam esse artefato sobre carruagens.
Durante a Idade média, e segundo relatos bíblicos, nesse período o poder dos
exércitos dessas nações dependia dos arqueiros infames (a pé) ou montados. Na
Grécia antiga, o arco foi utilizado como esporte desde os Jogos Olímpicos, assim
como foi muito utilizado em festividades egípcias, assírias, babilônicas e nos Jogos
Romanos do Coliseu. Vemos dessa maneira que o arco foi utilizado em diversas
culturas por diversos motivos, surgindo como esporte nos tempos modernos, embora
fosse já considerado um esporte por diversos povos.
2 Otros intérpretes, siguiendo a Evémero de Mesina (siglo IV a.C.) han visto en los mitos una
representación de la vida pasada de los pueblos, su historia, con sus héroes y sus hazañas,
representada en cierto modo simbólicamente en el plano de los dioses y de sus aventuras: el mito sería
una dramaturgia de la vida social o de la historia poetizada. (CHEVALIER, p. 714 - 715).
16
Fonte:https://www.museodelprado.es/coleccion/obra-de-arte/cupido/79460be4-4261-4084-
bcb0-369f885a31df Acesso: 16/06/2017
Nas teogonias mais antigas Eros, o Amor, aparece como uma divindade
contemporânea de Gaia (a Terra), oriundo do Caos inicial e cultuado sob a
forma de uma simples pedra (ou então nascido do Ovo primordial engendrado
por Nix (a Noite)), do qual surgiram Urano (o Céu) e Gaia (a Terra). Tanto
numa versão como noutra Eros é uma força preponderante na ordem do
universo, responsável pela perenidade das espécies e pela harmonia do
próprio Cosmos (ZAHAR, 2008, p.131 ).
Neste relato mítico grego de Eros, vemos que ele é um dos deuses mais
importantes, foi um dos que primeiro surgiram no universo, sendo assim considerado
muito importante. Entende-se dessa maneira que de Eros descende que o amor é
fundamental para a existência e perseverança dos homens.
Em outra passagem mítica, Apolo vendo o Cupido com seu arco e flechas,
desqualificando-o, dizendo-lhe que ele não passa de um menino, e como Apolo havia
acabado de derrotar a serpente Píton, se achava o mais poderoso dos deuses. Desse
modo, Cupido disse-lhe que as flechas de Apolo poderiam ferir qualquer animal ou
homem mortal, porém as suas flechas poderiam ferir o próprio Apolo. Assim, Cupido
retirou as duas flechas distintas de sua aljava e as desferiu em Dafne e Apolo. Com a
flecha de chumbo (a que repelia o Amor) ele ferira a ninfa Dafne e com a de ouro
(flecha que atraia o Amor) acertou Apolo no coração. Quando Dafne, filha do rio-deus
Peneu, percebeu o interesse de Apolo, fugiu dele, porém, o deus continuou a caçá-la,
implorando para que ela cessasse de fugir, fazendo-lhe juras de amor. Porém pelo
efeito da flecha do Cupido, Dafne continua fugindo quando percebe que Apolo ia ao
seu encontro. Ela roga ao seu pai para ser tragada pela terra ou ser transformada em
qualquer outra criatura para fugir de Apolo. Ouvindo as suas preces, Peneu transforma
sua filha em uma árvore. Apolo vendo que não poderia ter Dafne como sua mulher diz
então que a transformaria na sua planta preferida e que usaria as suas folhas como
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Figura 2: Apollo e Daphne por Gian Lorenzo Bernini (1598 - 1680) – Galleria Borghese - Roma.
O mito relata que essas mulheres arrancavam o seu seio direito para se
tornarem excelentes arqueiras. Mas, segundo Rosane Volpatto apud Patrícia Perreira
(2006), “A versão mais aceita era que elas atavam o seio direito com uma faixa,
parecendo assim que não tinham um dos seios”.
A palavra icamiaba significa “a que não tem seio”, segundo o estudioso João
Barbosa Rodrigues. Essa versão encontra respaldo na lenda grega que dizia
que as amazonas queimavam o peito das meninas ainda crianças para que
não atrapalhasse o lançamento da flecha. (PERREIRA, 2006, n.p.)
20
O indigenista Peret, que convive com índios há mais de 50 anos, afirma que
as mulheres guerreiras existiram e ainda existem na Amazônia. A última
notícia que teve delas foi em 1967 (PERREIRA, 2006, n.p.).
21
Figura 3: Fantasia das Amazonas por Roland Stevenson (1989 -1990) - Capa da Lista telefônica do
estado do Amazonas.
Fonte: https://frankchaves-ita.blogspot.com.br/2014/08/fantasia-das-amazonas-obra-prima-
de.html Acesso: 22/06/2017
3
Arquero «Símbolo del hombre que apunta a alguna cosa y que ya, en cierto modo, la alcanza en efigie
... El hombre se identifica com su proyectil» (CHAS, 324; ---+ flecha). Se identifica incluso con su blanco,
ya fuere para comer la presa cobrada, ya fuere para probar su valentía o su habilidad. Igualmente, en
numerosísimas representaciones de fieras matando ciervas, se muestran aquéllas cubriendo su presa,
como para montarla, antes de devorarla: doble fenómeno de identificación y de posesión. El arquero
simboliza el deseo de la posesión: matar es domeñar. Eros se representa generalmente con um arco y
un carcaj.
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Ao longo da história, sabe-se que Gengis Khan conquistou grande parte do seu
império, por fazer uso em seu exército mongol, de arcos curtos e potentes. Nessa
época o império mongol se estendia da Áustria, Síria, Rússia, Vietnã e até a China.
Por causa das trocas culturais com a China que ocorreram entre os séculos IV
e V d.C., o modo de se pensar e praticar o arco e flecha foi se tornando diferente. Foi
justamente dessa troca cultural que nasceu o lado cerimonial da prática. Os guerreiros
focavam no Kyujutsu, que eram as técnicas marciais de como usar o arco e flecha
como arma, enquanto que os nobres utilizavam o arco e flecha em suas cerimônias.
Com o passar das eras, o estilo de utilizar o arco e flecha foi mudando e se
dividindo até chegar nos dois estilos mencionados acima, mais comuns hoje no Japão.
No Japão existe o Toshiya, que são os torneios de tiro à longa distância, que
existem desde o século XII. Nesses torneios o alvo fica em torno de 120 metros e a
uma altura 4,9 metros. Esse tipo de torneio ganhou popularidade no século XVI, e é
caracterizado por ser um torneio de resistência. O maior torneio desse estilo ocorre
desde 1165 em Quioto, é o no Sanjusangendo. Esse tipo de torneio costumava durar
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um dia inteiro e os arqueiros atiravam centenas de flechas, cada um. Existia diferentes
categorias, como a competição de doze horas e, também, a de vinte e quatro horas,
ainda, o torneio de cem flechas e a de mil flechas. As mulheres também podiam
participar delas, a partir da Era Tokugawa (1603-1868).
Com a paz durante a era Edo, o Arco e Flecha continuou a ser aperfeiçoado
para uso militar e para uso como arte do caminho zen, usado como uma forma de
disciplina para o corpo e para a mente. Como nessa era o treinamento militar não era
visado para guerras e com o surgimento da arma de fogo, o uso do Arco e Flecha foi
deixado cada vez mais de lado. O Kyoudo continuou sendo utilizado como treinamento
de militares de baixa patente, mas no ano 28 na era Meiji, em Quioto, ocorreu o
primeiro encontro nacional de artes marciais do Japão, onde foram realizadas
competições de Kyoudo, fazendo com que essa arte voltasse a ser praticada por mais
pessoas.
Após a II Guerra Mundial o Japão foi ocupado pelos Estados Unidos, e durante
essa ocupação, todas as artes marciais foram proibidas, fazendo com que a arte
tradicional do Kyujutsu declinasse ainda mais. Quando o governo Japonês ordenou
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que a proibição contra a prática das artes marciais acabasse, o Kyudo se tornou uma
arte comum no Japão.
Fonte: http://www.revistavitrinni.com.br/conteudos/4-formas-de-praticar-arco-e-flecha
Acesso: 15/06/2017
estiver com certo domínio dos oito passos é que irá atirar em um alvo mais distante
que é cerca de 28 metros de distância do arqueiro.
Figura 9: Quadro com faixas de altura de arqueiros e o tamanho que deve ser o arco e flecha.
No Kyudo o objetivo não é acertar o alvo ou disparar uma flecha o mais longe
possível. Trata-se de um exercício para harmonizar a mente, o corpo e o espírito. No
Japão, o arco e flecha começou a ser praticado no século XVI como esporte e seu
primeiro torneio foi realizado na Inglaterra em 1673
Esse jovem tinha uma personalidade forte e não aceitava explicações das
técnicas do mestre arqueiro. O mestre arqueiro sempre com muita paciência lhe
ensinava várias técnicas e o jovem príncipe sempre treinava sem descanso. Ele não
conversava muito, estava sempre treinando com o arco e flecha, e muito rápido esse
jovem se tornou o aluno mais preciso na arte da mira e na precisão da flecha, fazendo
com que os seus amigos se espantassem.
Em uma noite o jovem príncipe foi questionado por seu mestre, ele queria saber
porque o jovem treinava tão arduamente e sem descanso e queria saber se ele estava
competindo com alguém, ao que o jovem respondeu que estava apenas treinando,
pois ele queria ser o melhor arqueiro da China.
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O mestre resolveu questionar o jovem, lhe dizendo que ele estava preso ao
desejo de superar os outros e lhe perguntou porque apenas ele não se aperfeiçoava
na arte do arco e flecha, lhe dizendo que a flecha flui por si mesma, que não era
necessário tanto esforço, da mesma forma que o dia nasce por ele mesmo e a noite
também. Não precisava de esforço para que isso ocorresse, pois segundo o mestre
onde havia esforço, o fluxo era quebrado, pois a mente estava controlando tudo.
Huang Kiu disse ao seu mestre que isso era uma besteira, pois ele já sabia
que era o melhor arqueiro dentre os alunos e que ele só precisava agora ser melhor
que o seu mestre e que quando conseguisse já teria cumprido o seu ciclo naquele
local. O mestre lhe disse para treinar muito. Quando o arqueiro decidiu que já estava
pronto, falou ao mestre, que iriam provar a sua superioridade. Assim, eles foram para
um alvo que estava muito distante e que somente um grande arqueiro poderia acertá-
lo com precisão.
Huang Kiu acertou com precisão a flecha e não se dando por satisfeito atirou
outra que ficou rente a primeira no alvo. O seu mestre impressionado, o elogiou
dizendo que ele foi muito bem, mas que ainda não estava pronto.
Huang Kiu incrédulo perguntou ao seu mestre o que faltava, afinal ele havia
acertado perfeitamente o alvo. O mestre pediu para o jovem o seguir e o levou a uma
ponte frágil que ligava dois morros há uma grande altura com um rio abaixo. O vento
estava muito forte nesse dia. O mestre disse-lhe então para que ele fosse para o meio
da ponte e que dali ele deveria acertar o alvo, o jovem estava assustado porque tinha
medo de altura e dessa maneira pensou que poderia cair, pois o vento estava muito
forte, além disso a neblina não deixava que ele enxergasse com clareza o alvo, e disse
ao seu mestre que o que ele pedia era ridículo, que ele não precisava fazer isso pois
era um grande arqueiro e não precisava treinar nessas condições. Sendo assim,
Huang Kiu virou para ir embora e quando olhou para trás viu o seu mestre no meio da
ponte atirando no meio do alvo com a maior tranquilidade e precisão, mesmo em meio
a toda aquela adversidade.
Foi quando Huang Kiu percebeu que não sabia nada sobre o caminho do arco
e flecha e percebeu que o seu ego era enorme e que uma mente serena é capaz de
vencer as adversidades momentâneas, desde que fixa no alvo, ainda que tudo ao seu
redor esteja um caos. Huang Kiu pediu desculpas ao seu mestre entendendo o que
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queria lhe ensinar, pois não era com técnica e treinamento que se alcançava a
maestria, mas sim pelo ego vazio e por uma mente em silencio, por não se esforçar e
por estar em paz, concentrado e tranquilo. Dessa forma, a flecha segue o seu caminho
sozinha. Ao que o mestre lhe disse que ele havia aprendido a lição e que agora era
um verdadeiro arqueiro.
Esse mito nos mostra muito sobre o que é a arte do arco e flecha japonês.
Entende-se que uma mente serena no momento necessário, agirá em perfeita sintonia
e precisão, que se deve ser humilde e não se achar-se melhor que os outros, e que,
um verdadeiro arqueiro dispara de coração com mente equilibrada e relaxado para
acertar o alvo.
Por essa imagem pode-se ver que o arqueiro não segura as rédeas do cavalo,
e dessa maneira, percebe-se que essa forma de arte marcial é muito complexa e
precisa de anos para ser praticada.
Figura 12: Modelos de Arcos Tradicionais: A) Arco longo medieval de teixo; B) Arco nativo da
América, curvado; C) Arco angulado do Oeste da Ásia; D) Arco do povo Cita; E) Arco turco do século
XVII; F) Arco dos tártaros da Crimeia (FCETARCO, s.d.).
Fonte: https://arcoeflechace.com/para-iniciantes/tipos-de-arco/
Acesso: 15/06/2017
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Ainda sobre o Longbow, durante a Guerra do Vietnã, este tipo de arco e flecha
foi novamente utilizado como arma bélica e desenvolvidos para o uso em florestas,
dando origem ao arco composto atual. Com esta adaptação, este arco e flecha era
menor e mais silencioso que o Longbow, não denunciava sua localização ao inimigo.
O arco e flecha na Inglaterra era visto não só como arma de guerra, mas como
artigo de sofisticação, sendo por muito tempo obrigatório que todo jovem inglês tivesse
um arco nas mãos, além de uma quantidade significativa de flechas.
Segundo Chevalier (1986), o arco e flecha é tanto uma função real como um
exercício espiritual. Ele tanto serve como um artefato utilizado para a função de caça,
esporte, entre outros, como também é um exercício espiritual praticado pelo Kyudo,
por exemplo.
4 Por la misma razón las saetas de los indios de América llevan una línea roja en zig-zag que figura el
relámpago. Pero la flecha como relámpago –o como rayo solar- es el trazo de luz que perfora las
tinieblas de la ignorancia: es pues um símbolo del conocimiento. (CHEVALIER)
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Finsbury na Inglaterra, que contou com 3.000 participantes. Enquanto esporte, o arco
e flecha foi um grande destaque no final do século XIX e no início do século XX. Ele
entrou para os jogos olímpicos no ano de 1900. Nas Olimpíadas o arco e flecha passou
por duas fases: disputado de 1900 a 1920; e voltando a partir de 1972, como um
evento individual para homens e para mulheres.
Figura 14: Mulheres competindo nas Olimpíadas de 1908 com arcos longos.
Fonte: http://www.planetseed.com/pt-br/sciencearticle/historia-e-o-esporte-do-arco-e-flecha.
Acesso:15/05/201.
Os primeiros arcos no Brasil eram de madeira e muitos deles feitos de Irí, uma
madeira fibrosa de palmeira muito elástica. Em algumas escolas esses arcos ainda
são utilizados para ensinar os mais jovens ou os adultos que estão iniciando na
prática. Os arcos atuais são muito modernos e mais eficientes, todos laminados com
fibra de vidro, madeira e carbono, com o corpo em alumínio e magnésio.
Desde que o ser humano começou a interferir no espaço natural, por meio da
criação de seus primeiros artefatos, estes passaram a interagir e a participar
na constituição de si mesmo, tornando-se um referencial para a sua própria
existência. Assim, a natureza, o desenvolvimento e a cultura do ser humano
configura-se como processos inseparáveis (ONO, 2006, p. 3).
Maristela Ono explica em seu livro Design e Cultura (2006), as três funções do
artefato que serão explicadas nessa pesquisa visando associá-los ao arco e flecha.
Para Ono: “As funções técnicas decorrem da tradução das funções simbólicas
e de uso em características e especificações, e servem, assim, para satisfazer, em
termos técnicos, as demandas dos usuários” (2006, p. 43). Como será visto nesse
capítulo, os arcos e flechas contemporâneos se utilizam de diversos materiais
tecnológicos. Os designers observaram que esse artefato necessitava de melhoras,
pois com o a evolução das armas de fogo, o arco e flecha poderiam ficar preso no
tempo e não serem mais utilizados. No intuito de não ser esquecido, necessitava de
melhorias no seu desempenho, os designers observaram que modificando alguns
materiais e o formato de alguns arcos, os mesmos se tornaria mais rápido em alguns
casos, e mais resistente.
- No primeiro passo, o arqueiro deve ficar com a postura ereta e deve afastar
as pernas e coloca-las entre a linha de tiro. O arqueiro pode inclinar um pouco o pé
que fica atrás da linha de tiro, buscando o equilíbrio.
- No terceiro passo, o arqueiro deve esticar o braço que segura o arco, com o
cotovelo levemente flexionado, mantendo a sua mão alinhada com o antebraço.
5
O Rest será explicado adiante no texto.
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futuras lesões, e deve levar a corda até o seu ponto de descanso, ou no cetro do rosto
do arqueiro, ou na lateral do rosto do mesmo, depende de cada arqueiro.
- No sexto ponto, o arqueiro deve ajustar a sua mira, depois ele irá centralizar
o centro da corda com o centro da mira.
- No nono passo, o arqueiro deve manter a sua posição até o momento em que
ouvir que a flecha atingiu o alvo.
3.5.1 Empunhadura
3.5.2 Lâminas
Ainda, segundo Geraldo (2013), os tamanhos das lâminas são diversos e são
medidas em polegadas. Existem as lâminas pequenas (66”), médias (68”) e grandes
(70”). Essas lâminas se encaixam em uma empunhadura de 23” ou 25”.
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Para saber o tamanho correto de uma lâmina para cada arqueiro, têm-se que
encordoar o arco, que é montado e tem que medir aproximadamente da altura dos
pés a altura dos olhos do arqueiro (GERALDO, 2013). A libragem do arco deve ser
modificada sempre que o arqueiro estiver habituado com ela, assim de maneira
progressiva ele deve ir modificando a potência até chegar a uma libragem ideal para
si. Para a prática olímpica não existe um padrão de potência de libras para os
arqueiros, tudo depende do arqueiro e de seu condicionamento físico.
3.5.4 Corda
contato com o arco sem se romperem. É a partir dessas voltas nas extremidades que
a corda se conecta ao arco e a flecha.
3.5.5 Estabilizadores
6
São materiais de cordas.
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que ele penda para um lado e dessa forma, faz com que a mira do arqueiro se torne
mais certa. Com o uso desses pesos o arco cai para a frente após cada disparo, por
isso é necessário que o arqueiro utilize também o sling que será descrito depois. A
haste é feita de diversos materiais como o alumínio e o carbono, cuja função é
estabilizar o arco e tirar a vibração da flecha.
3.5.7 Mira
3.5.8 Rest
O Rest é o local onde a flecha fica antes de ser lançada (GERALDO, 2013).
Fonte:
http://static5.minhalojanouol.com.br/spinarchery2/produto/20170220113615_3094996906_D.jpg
Acesso: 17/06/2017
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3.5.9 Clicker
O clicker é um acessório sonoro que serve para manter a potência dos tiros,
ele indica quando a puxada do arqueiro está no limite correto. O clicker sempre
informa ao arqueiro quando a flecha está bem puxada e pronta para o disparo
(GERALDO, 2013).
Para Geraldo (2013), o button nada mais é do que um acessório utilizado para
que a flecha se designe a uma determinada distância da empunhadura e que serve
como estabilização para o voo da flecha. A composição desse botão de pressão é:
uma mola interna que força a saída da flecha do arco, fazendo com que ela realize
um voo reto, reduzindo a deformação e interferência da flecha no momento do disparo.
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Fonte: https://guiadoarqueiro.files.wordpress.com/2013/10/sf-archery-forged-cushion-plunger.jpg
Acesso: 17/06/2017
Esse equipamento é uma peça pequena que é presa na corda e serve como
um ponto de referência adicional no tiro. Ele serve como a ancoragem correta para o
arqueiro. A ancoragem é fundamental para o arqueiro, pois é nessa função onde ele
desempenha sua puxada máxima da corda. A puxada de um arqueiro precisa ser
sempre a mesma, para que os disparos não sofram interferências, e o arqueiro pode
estar pensando que está errando em alguma outra coisa, como a sua posição e não
na sua ancoragem (GERALDO, 2013).
51
Fonte: http://cdn6.bigcommerce.com/s-
xhej0tb/products/553/images/341/2720001_angle2_1__38184.1443232475.356.300.jpg?c=2 Acesso:
17/06/2017
Fonte:
http://www.merlinarchery.co.uk/media/catalog/product/cache/1/image/800x/9df78eab33525d08d6e5fb
8d27136e95/h/o/hot-shot-kisser-group.jpg. Acesso: 17/06/2017.
52
Fonte:https://arcoeflechace.files.wordpress.com/2015/08/compostodiagrama700.jpg Acesso:
20/06/2017
53
brace height 7 curto associado a este modelo. Já o Riser Deflexo é curvado para frente
em relação à linha entre o limb pocket das lâminas. O design desse modelo é muito
visto em arcos de alta qualidade. Por causa da sua baixa velocidade esse modelo é
menos popular. No Riser Alinhado o grip é alinhado com a reta imaginária entre as
limb pockets. Esse modelo possui o design que é um misto dos outros dois
supracitados (FCETARCO, s.d.).
A hard cam possui o formato elíptico, o que faz com que uma grande
quantidade de energia seja armazenada e aumente a velocidade da flecha. As
roldanas redondas têm forma circular, fazendo com que tenha menos energia do que
a hard cam, diminuindo a velocidade da flecha é menor.
7Brace height é a medida entre o grip e a corda na posição de escora (sem puxada). Um brace height
mais curto amplia a força do disparo do arco, empurrando a flecha com mais energia do que um brace
height longo (FCETARCO, s.d.)
55
Fonte: https://http2.mlstatic.com/arco-composto-caca-pesca-pesada-maximus-turbo-4075-lb-
D_NQ_NP_424021-MLB20681075071_042016-F.jpg Acesso: 20/06/2017
Fonte: https://http2.mlstatic.com/flecha-composto-arco-D_NQ_NP_828701-
MLB20404891697_092015-F.jpg Acesso: 20/06/2017
56
Fonte: https://arcoeflechace.com/2015/08/06/manual-de-tiro-com-arco-composto-parte-1-design-do-
riser-curva-de-forca-e-polia/ Acesso: 20/06/2017
O arqueiro deve escolher uma corda com uma quantidade de número de fios
que tenha um bom diâmetro para que se encaixe no sulco da roldana. 8 Ele deve
preencher o sulco, mas não pode ser muito grossa, pois pode ficar presa. O adequado
é a corda ter um diâmetro apropriado para o nock das flechas, ele deve sempre
prender a corda sem qualquer movimento lateral, pois ele só pode deslizar para cima
e para baixo da corda (FCTARCO, s.d.).
3.6.3 Gatilho
3.7.2 Flechas
3.7.3 Penas
A pena possui a função de estabilizar a flecha durante o seu disparo. Elas têm
cores diferentes e também possuem diferentes formatos e materiais.
3.7.4 Alvo
3.7.5 Nocks
Nocks são aparatos que são fixados na extremidade das flechas e o seu
objetivo final é de fixar a flecha na corda do arco (CTBARCO, 2015).
60
A ponta da Flecha pode influenciar no voo da flecha, pois cada ponta possui
um peso específico e cada arqueiro deve observar o material em que a ponta é
fabricada, para escolher a correta para o tipo de campeonato que ele pretende
praticar.
3.7.7 Braçadeira
A braçadeira é um protetor para o antebraço do arqueiro que serve para evitar que a
corda o atinja após a largada da flecha, evitando ferimentos no local (CTBARCO,
2015).
61
Fonte: http://www.howardarchery.com/20692-1672-large/plastron-enighma.jpg
Acesso: 17/06/2017
62
3.7.9 Aljava
9
Será explicado adiante no tópico competições, competição field.
63
muitos arqueiros optam por materiais mais rígidos para proteger melhor o seu arco e
flecha.
Fonte:http://appsisecommerces3.s3.amazonaws.com/clientes/cliente6287/produtos/25048/Z1
1438177040.jpg Acesso: 21/06/2017
3.8 Competições
3.8.1 Target
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-80ixhl4VF9g/TsjcStQfrDI/AAAAAAAAAFA/r1wF-
vll8L4/s320/tiro%2Bcom%2Barco.jpg Acesso: 20/06/2017
Fonte:http://www.fpaf.com.br/home/index.php?option=com_content&view=article&id=3&Itemid=9
Acesso em: 20/06/2017
Para a FPAF (s.d.) esse tipo de competição teve sua origem em países de
inverno rígido, porque em lugares abertos durante essa estação, a prática do esporte
é suspensa por grandes períodos.
66
Fonte:http://www.fpaf.com.br/home/index.php?option=com_content&view=article&id=3&Itemi
d=9 Acesso: 20/06/2017
3.8.3 Competição 3D
O arqueiro que acertar as áreas mais vitais dos animais pontuam mais. Esse
tipo de competição em 3D simula a caça. No Brasil é proibido competições que
utilizem a cópia de animais que existam na fauna nacional (FCETARCO, 2014).
Fonte:http://www.fpaf.com.br/home/index.php?option=com_content&view=article&id=3&Itemid=9
Acesso: 20/06/2017
68
de Tiro com Arco) e a NFAA, que é uma entidade dos Estados Unidos que rege as
Na atualidade o tiro com arco tradicional tem um significado diferente para cada
indivíduo, mas no geral esta modalidade simula a prática de arco e flecha que ocorria
há séculos. Porém, o arqueiro não utiliza alguns recursos que os arcos modernos
podem oferecer. Por exemplo, o arqueiro utiliza um arco recurvo moderno, mas não
usa a mira, estabilizadores e outros equipamentos de precisão. A maioria dos
arqueiros tradicionais preferem atirar com flechas modernas de fibra de carbono e
usar uma corda feita de materiais sintéticos. Alguns arqueiros dizem que o tiro com
arco tradicional, é melhor com arcos e flechas feitas apenas de materiais naturais,
como madeira, chifre e penas de aves (FCETARCO, 2014).
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Fonte: https://arcoeflechace.com/tag/field/
Acesso: 20/06/2017
O Bowhunting, como o próprio nome sugere, é caça com o arco. É uma forma
de hobby e não um esporte. Mesmo havendo inúmeros equipamentos com
tecnologias avançadas, há caçadores que preferem o método tradicional de caça,
utilizando um arco moderno. Os arcos utilizados por esses caçadores possuem maior
potência nos tiros, e as suas flechas possuem lâminas, diferente dos arcos de
competição.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através dos mitos analisados, percebeu-se que esse artefato representa muito
bem as culturas guerreiras e a espiritualidade ancestral, pois a sua simbologia remete
não apenas a um artefato de caça, mas também um artefato de transcendência
espiritual que busca a beleza pelo equilíbrio.
tempo. O design conseguiu inovar, fazendo com que esse artefato além da sua grande
importância para a história da humanidade tenha ainda um papel fundamental na
contemporaneidade a partir da prática desportiva.
REFERÊNCIAS
TAMANINI, Maria Luciana Rincon Y. Conheça quem foram alguns dos samurais
mais importantes do Japão. Disponível em <
http://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/37480-conheca-quem-foram-
alguns-dos-samurais-mais-importantes-do-japao.htm> Acesso em: 13 de Jul. de
2015.
Conhecendo o arco recurvo. Disponível em:
<https://googleweblight.com/?lite_url=https://guiadoarqueiro.wordpress.com/2013/10/
10/conhecendo-o-arco-recurvo/&ei=EeT9Ms_c&lc=pt-
BR&s=1&m=739&host=www.google.com.br&ts=1497294576&sig=ALNZjWlVbTOglb
8idX35CEw2STuYeqps2g> Acesso em 15/05/2017
Tipos de competição do arco e flecha. Disponível
em:<http://www.fpaf.com.br/home/index.php?option=com_content&view=article&id=3
&Itemid=9> Acesso em: 20/06/2017
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