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Resumo: “Logica e Filosofia da Linguagem”, Introdução (pg.

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André Gusmão Schittini RA: 21016814

A obra inicial de Frege, apesar de seu profundo histórico acadêmico em matemática, define-se pela
busca de uma padronização dos fundamentos da aritmética para seu estudo e desenvolvimento
sistemático de conhecimento, baseando-se muito mais em uma busca da fundamentação lógica das leis
básicas da aritmética do que na matemática em si. Frege era altamente crítico da forma como as bases
do funcionamento da aritmética eram tratadas como axiomas injustificados aos quais só restava aos
acadêmicos a memorização e aceitação, conforme menciona em sua resenha a Seeger 'Die Elemente
der Arithmetik' e menciona Paulo Alcoforado (2009).
Assim sendo, através de uma rejeição das lógicas estabelecidas e utilizadas então, e de uma profunda e
exaustiva reconstrução dos conceitos básicos através da explicitação completa de toda implicitude e do
estabelecimento objetivo de definições, Gottlob Frege prepara as bases para a modelação de um
sistema lógico formular para o desenvolvimento de expressões 'sem lacunas' em suas inferências e
definições, conforme demonstrado em seu 'Begriffsschrift, einer der arithmetichen nachgebildete
Formelsprache des reinen Denke', onde tal sistema é desenvolvido e demonstrado em seu sistema de
notação bidimensional característico, tal como estabelece noções e axiomas sobre os quais são
baseados toda formulação de expressões, as quais também são analisadas de maneira diferente: não
mais nos moldes espelhados à linguagem natural de "sujeito" e "predicado", mas como "função" e
"argumento" em seus juízos. Outra grande contribuição de muitas é a definição de quantificadores para
a referir objetos gerais. Tais contribuições à compreensão dos fundamentos da lógica e da matemática
colocam este trabalho como um marco na história da lógica formal, como expressado no tradicional
ditado usado por Alcoforado para definir este impacto, "logicizando a matemática".
Assim sendo, fundamenta uma linguagem que busca isentar-se de "ambiguidades e irregularidades" da
linguagem corrente, que obscurece relações e definições lógicas. A linguagem formular lógica permite
a expressão clara de axiomas e inferências com as quais expressa-se um conceito e estabelece-se
relações implicativas, fazendo dela instrumental para o trabalho científico; a linguagem corrente, por
outro lado, pelas qualidades das quais o proposto de Frege busca se livrar, faz com que a transmissão
de tais ideias possa ser perdida ou mal-interpretada em suas complexidades, o que é uma falha crítica
para, por exemplo, a expressão de provas de conceitos. Curiosamente, aparenta-se que o próprio nome
utilizado por Frege para definir seu trabalho ao longo de tantos anos poderia ser vítima de tais
ambiguidades: O Begriffsschrifft, que enquanto termo significa "conceitografia", almeja, em verdade, o
estabelecimento de uma linguagem formal para veiculação de conceitos, e não o contrário que pode ser
inferido pelo nome: uma coletânea de conceitos com os quais estabelece-se uma linguagem formal.
A conceitografia de Frege, no entanto, reconhece-se e desenvolve-se em objetivo e aplicação
específicos, ao contrário da ambição de Leibniz da formação de uma characteristica universalis. Com
aplicação direcionada à expressão em determinadas atividades científicas, Frege destaca tal
instrumentalização específica e realça que sua não-generalidade não é motivo para desconsiderá-la,
como cita Alcoforado, uma vez que seu propósito específico é justamente de blindar a expressão de
conceitos científicos das obscuridades da linguagem corrente por: "i) eliminando as intuições, ii)
preenchendo as lacunas, iii) esclarecendo os tópicos obscuros, iv) explicitando os pressupostos, e v)
suprimindo o excesso da concisão." Apesar da boa definição de seus objetivos, somente mais tarde
teriam diversas identificações mais firmemente definidas, como o próprio "conceito" e o "pensamento
puro".
Diversas qualidades do trabalho da Conceitografia levaram a uma recepção 'fria' por parte da
comunidade científica, tais como a notação bidimensional intricada e particular de sua linguagem
proposta, a aparente ausência de aplicações diretas e até a incerteza da relação entre seu conteúdo e seu
título. Foi frente a esta realidade que passou o período seguinte redigindo pequenos artigos que
visavam justicificar, exemplificar, fundamentar cientificamente e, derradeiramente, defender sua
Conceitografia como linguagem preferencial para exprimir conceitos, provas, definições e inferências
científicas, concentrando-se em destacar exemplos para os quais as lógicas aristotélica ou booleana não
possuem aparato para expressar, a generalidade da simbologia utilizada, que permite uma abrangência
maior de aplicações, as falhas inerentes no uso da linguagem corrente que geram 'erros' e 'mal-
entendidos' evitáveis pelo uso de sua linguagem formular lógica, e, particular e recorrentemente, exibir
as diferenças de objetivo e as qualidades que a tornam superior em uso geral à 'lógica calculatória de
Boole', inclusive entrando em atrito com E. Schröder neste aspecto.
Uma vez finalizada tal fase, Frege passa a tentar abordar os problemas da evasão e/ou inaptidão, por
parte dos estudiosos da matemática, do estudo ontológico do objeto mais fundamental de sua ciência: o
número. Inicialmente atacando criticamente todas as filosofias dominantes do período quanto a este
aspecto ― o formalismo de Heine e Thomae, o empirismo de Mill e o psicologismo de Husserl ― em
atitude altamente radical (e inevitavelmente compatível com a própria proposta da obra), 'Os
Fundamentos da Aritmética' tem Frege propor um 'programa logicista' para definir o objeto dos
números na aritmética e na análise, diferentemente da postura generalizada de Russell. Desta maneira,
a partir de proposições de lógica formal possibilitadas por seu próprio trabalho na Conceitografia, e
simultaneamente evitando qualquer notação lógica ou matemática em seus desenvolvimentos, Frege
define o número com base lógica puramente conceitual como um "cardinal" que define a quantidade de
elementos em um dado conjunto, semelhante a G. Cantor. O conjunto, portanto, pode somente ser um
conceito, de forma que números cardinais não podem ser atribuídos a objetos, os quais podem, por si,
ser elementos de tais conjuntos, possibilitando também uma notação puramente lógica de tal definição
e satisfazendo, portanto, seu objetivo de realizar esta definição de forma isenta de intuições, ainda que
deixando de abordar áreas como a geometria.
No mesmo trabalho, expande-se nesta definição em cima do trabalho de Cantor em tentativa de criar
uma teoria de conjuntos baseada em sua Conceitografia, definindo e estabelecendo relações de
correspondência entre conceitos, que são extendidos por conjuntos populados por objetos que caem sob
tal conceito, utilizando-se da equivalência um-a-um dos elementos entre um par de conceitos, por
exemplo, para definir semelhança. Desta maneira, condicionou a definição de "número (cardinal)" à
noção estritamente lógica de conceito. Começa também aqui a distinguir suas noções de sentido e
referência, estabelecendo certos critérios para a definição de tais propriedades com base no contexto
onde elas são empregadas: um dado termo somente pode ser significado quando em um contexto que
providencie conteúdo de sua significância, como sua contribuição no tal contexto, abordando esta
análise de maneira ainda estritamente linguística. Estabelece também outro fatal princípio contrário ao
psicologismo, onde determina que a referência de uma palavra deve ser tomada inteiramente por base
no primeiro princípio citado acima, seu contexto, de forma a 'separar nitidamente o psicológico do
lógico, o subjetivo do objetivo'.
Desta forma, através de suas definições da existência de objetos que podem ser percebidos num
contexto, de números como uma propriedade e da aritmética tendo nestes o seu conteúdo, Frege
fundamenta, usando sua teoria de significado, sua própria conceitografia, estabelecendo as bases sobre
as quais outros três artigos 'de maior importância e originalidade' e também 'as obras mais lidas,
estudadas e discutidas de Frege' seriam desenvolvidos quase 10 anos depois: 'Função e Conceito'
(1891), 'Sobre o Sentido e a Referência' (1892) e 'Sobre o Conceito e o Objeto' (1892). Ainda assim,
passariam-se mais de 10 anos mais antes d'Os Fundamentos da Aritmética serem tomados de atenção
significativa da comunidade acadêmica.
Nas três obras citadas acima, no entanto, Frege estabelece os fundamentos mais maduros e centrais de
toda sua teoria, tais como definições de "objeto" como tudo, seja um ente físico ou lógico, que seja
referido como nome próprio e que possa ser argumento ou valor de uma "função", que por sua vez é,
junto de "objeto", 'aspectos fundamentais da realidade', sendo ambos mutuamente exclusivos quando
qualquer ente da realidade é analisado. Uma definição particularmente interessante é a de Sätze
("Sentenças"), que são "nomes próprios de dois objetos: o verdadeiro e o falso", sendo estes dois
objetos com definições altamente particulares em sua análise. A diferenciação entre "objeto" e "função"
vem na forma da identificação de sua referência: enquanto "objetos" têm seus "nomes próprios",
"funções" são definidas por "expressões funcionais", que por sua vez só podem ser diferenciados
através de seu uso, onde novamente vemos o condicionamento no contexto. Também define uma
relação complementar unilateral entre estes entes: "funções" são 'incompletas e saturadas', ao contrário
de "objetos", os quais são utilizados em "funções" para atribuí-las de saturação e convertê-las em nome
de outro objeto. Também define uma hierarquia entre funções, onde funções de maior ordem possuem,
como argumentos, funções de menor ordem, e aquelas de primeira ordem são argumentadas por
objetos.
É então, também, que finalmente é introduzida a noção de "Conceito" (Begriff) que, apesar de isento de
definição, pode ser visto, segundo Frege, como um 'caso especial de função' argumentada por um valor
de verdadeiro, falso ou 'dois valores de verdade'. Assim ele distingue a noção de conceito de abstrações
ou produtos de origem intelectual: são entes por si só que independem de intuição, abstração ou
interação de natureza psicológica ou sensorial para sua existência, podendo ou não ser 'apreendidos
pela inteligência' ou até mesmo de forma empírica. Exemplos notórios de conceito seriam as funções "é
par" ou "não é ímpar", o que também deixa claro que nem toda função é, por si, um conceito, pois
conceitos exigem a complementação específica por objetos que sejam valores de verdade ou falsidade
ou, ainda, outros conceitos de menores ordems (propriedade herdada das funções).
Tais andamentos são tidos no artigo 'Função e Conceito'. Vemos, no ano seguinte, uma importante
dissertação sobre, inicialmente, o que Frege chama de "valor cognitivo" de sentenças com base na
originalidade de seu conteúdo, em 'Sobre o Sentido e a Referência'; o artigo, no entanto, expande-se
deste assunto para propor uma teoria semântica altamente generalizada com base na definição de
termos empregados sistematicamente em obras anteriores: da noção de "conteúdo", que desmembra-se
em "sentido" e "referência", e de "expressão", que, por sua vez, é composta de "nome próprio", "termo
conceitual" e "sentença". Assim, quando referimo-nos ao "conteúdo" de uma "expressão", dizemos que
toda expressão descreve um "sentido" apontado a um "referente" através de sua estrutura, que é de
valor cognitivo variável com base em sua composição. Na expressão, sua "sentença" refere-se ou
designa seu valor de verdade, enquanto que seu "referente" é composto de 'função dos referentes de
seus componentes (...) denominado de tese composicional da referência', e seu sentido como a forma
com a qual este referente é apresentado ou definido. Dada a potencial variância de sentidos com os
quais um mesmo referente pode ser definido ou apontado, destaca-se a não-identidade entre as duas
componentes do "conteúdo".
Frege aprofunda-se ainda nesta obra sobre a definição do sentido como o "pensamento" conduzido pela
expressão de uma dada sentença, e o "reconhecimento" deste pensamento, distinto e dependente de sua
"apreensão", como o identificador de seu valor de verdade, que já existia antes de ser reconhecido,
implicando que até mesmo o pensamento é independente da atividade intelectual.
Ainda expande-se na origem das variações semânticas entre expressões, qualificando-as ou no sentido,
ou no referente; podendo ainda haver expressões com sentido e sem referente, como em expressões
cujo sujeito de uma sentença é, também, uma sentença cujo valor de verdade pode mudar. Condiciona-
se, assim, o referente de uma expressão a seu sentido, devendo ele ser o mesmo para expressões de
mesmo sentido, mas que expressões correferentes devam ter sentidos diferentes. Eventualmente Frege
expandiria esta noção também a expressões funcionais.
No terceiro artigo da sequência que define a maturidade de sua teoria, 'Sobre o Conceito e o Objeto',
Frege busca, dada crítica de Benno Kerry quanto à dualidade da definição de "conceito" quando
seguida de artigo (transformando-a em nome próprio), autocorreção quanto à sua fundamentação desta
noção estabelecida, mas não totalmente resguardada de tais análises, em 'Fundamentos da Aritmética".
Em suma, Frege associa a percebida inconsistência como uma 'limitação inerente à linguagem
corrente', transcorrendo em como, na linguagem formular estabelecida em sua conceitografia, é
possível estabeler a distinção clara entre conceito e objeto como entes simples e atômicos diante de
suas definições permitidas pela utilização das definições de nomes próprios, expressões funcionais e
quantificadores, e em seguida destaca a relação entre objeto e conceito como atributiva por
subordinação, onde um objeto que cai sob um conceito caso o mesmo lhe atribua valor verdadeiro, e
um conceito sob outro caso todos seus elementos sejam contidos no outro.
Com essas três dissertações mais maduras, Alcoforado define que resta discutir da teoria de Frege
acerca da ontologia de seus princípios fundamentais: das condições de existência e abordagem de
objetos e funções, e dos espaços habitados por estes entes (formalmente reconhecidos como três: o
físico, o psicocognitivo e o das expressões como números, funções e conceitos), considerando e
discorrendo ainda acerca de seu valor de verdade independente da intervenção humana: uma espécie de
verdade universal comumente chamada de "platonismo fregeano".
A obra de Frege culmina em seu volume "Leis Fundamentais da Aritmética Derivadas
Conceitograficamente" (Grundgesetze der Arithmetik, Begriffsschriftlich abgeleitet) de 1893, onde
discorre da possibilidade e define conceitograficamente os axiomas, cuja quantidade foi reduzida ao
mínimo (menos ainda que na Conceitografia), com os quais o sistema aritmético é definido e suas
demonstrações e inferências, cujos métodos também devem ser expressamente declarados através da
linguagem formular lógica e utilizar os axiomas com ela desenvolvidos, construídas. Além disso,
expande seu trabalho, introduzindo uma teoria ingênua de conjuntos cujo desenvolvimento foi iniciado
na obra Os Fundamentos da Aritmética, prova os axiomas de Peano, começa a estender sua teoria aos
números reais (projeto, infelizmente, nunca finalizado), além de voltar a criticar outras filosofias como
o psicologismo e o formalismo, e estender conceitos já abordados em outras obras, como a teoria da
descrição e a distinção entre o uso de menção e de sinal, tudo somente no primeiro volume.
Antes da escrita do segundo volume, somente publicado em 1902, Frege entra em outra fase altamente
crítica: publicou uma resenha da "Filosofia da Aritmética" de Husserl que fez com que o próprio
passasse a se opor ao psicologismo com o qual se identificava até então; um artigo crítico a Schröder
acerca de suas afirmações de superioridade lógica; um artigo crítico a Ballue acerca de sua concepção
formalista do número inteiro; uma carta em resposta a cada crítica, individualmente, de Peano quanto a
seu Grungesetze, seguido de artigo delineando os pontos de superioridade de sua conceitografia em
comparação à de Peano; e, finalmente, um opúsculo satírico alvejando a participação de Schubert em
um verbete sobre o conceito de número para uma enciclopédia de ciências matemáticas. Muitos outros
artigos também foram escritos e só publicados postumamente.
Após quase dez anos praticamente dedicados a criticar, com notório sucesso, seus opositores, a redação
do segundo volume de Grundgesetze é publicada com prefácio recheado de segurança quase prepotente
em torno de sua teoria. Neste, Frege segue a expandir suas definições além da aritmética para toda a
análise, cobrindo outros conjuntos numéricos além dos naturais e do zero, as operações fundamentais, e
encerrando sua teoria de conjuntos, na qual Russell, utilizando-se da 5ª lei fundamental de Frege,
destaca um paradoxo onde um dado conjunto só pode ser elemento de si mesmo se simultaneamente
não o for. Esta demonstração do risco de tamanha segurança em sua obra fez com que Frege atrasasse a
impressão do segundo volume, publicado no fim do ano de 1902 com prefácio melancólico destacando,
honrosamente, a descoberta de Russell e uma 5ª lei readequada que, acreditava Frege, poderia resolver
o paradoxo descoberto, mas que também foi refutada inicialmente por Lesniewski em 1927.
Apesar de não mais desenvolver esta teoria após a descoberta do paradoxo, outros cientistas, o próprio
Russell incluso, com sua proposição de teoria ramificada dos tipos lógicos em 1908, continuaram a
trabalhar estas ideias, com Frege continuando a apoiar este desenvolvimento através de regular
correspondência com um grande número de acadêmicos, entre eles diversos críticos ou ex-críticos
como Peano e Husserl. Publica também uma tríplice de trabalhos entitulados "Sobre os Fundamentos
da Geometria" baseados em ideias desenvolvidas por correspondência com D. Hilbert pré-paradoxo de
Russell, além de continuar a criticar outras filosofias.
Em 1918, Frege desenvolve tratados de lógica filosófica que, apesar de inconsumados, incentivam a
construção de novas abordagens do cálculo sentencial e da lógica filosófica em si.
Ao final de sua vida, por suas obras póstumas, Frege demonstra ter abandonado seu logicismo em favor
de um empiricismo baseado na aceitação de que "toda matemática é finalmente geometria" e que o
conhecimento é derivado da intuição sintética a priori e, assim, volta-se a redefinir seus princípios mais
fundamentais com base na geometria ao invés da lógica; por exemplo, definindo números como
'objetos abstratos que se identificam com pontos de uma superfícia gaussiana'. Por si, isto demonstra
que mesmo tomando quase todos os passos possíveis para trás e voltando aos fundamentos de sua
teoria, Frege ainda tenta seguir um caminho novo, abandonando a tradição de iniciar as definições
fundamentais pelos números naturais por sua aparente menor complexidade por partir justamente de
uma concepção baseada em um equívoco lógico de derivar complexidade a partir de uma palavra,
"número", sem significado determinado; recomeçando seus estudos, assim, a partir dos Complexos,
derivando subconjuntos gradualmente.
Frege, infelizmente, não chega a concluir este novo caminho, falecendo em 26 de julho de 1925, aos 77
anos.

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