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2023
Índice
Conteúdo
Índice...........................................................................................................................................2
Introdução....................................................................................................................................3
Descrições definidas.....................................................................................................................4
Nomes próprios: A teoria descritiva.............................................................................................5
Nomes próprios: referencia direta e a teoria histórico-causal.......................................................6
Teorias tradicionais do significado...............................................................................................8
Teorias de uso..............................................................................................................................9
Teorias psicológicas: o programa de Grice.................................................................................10
Verificacionismo........................................................................................................................10
Teorias verdadeiro-condicionais: o programa de Davidson........................................................11
Teorias verdadeiras-condicionais: mundos possíveis e semântica intensiva...............................12
Considerações finais...................................................................................................................14
Referência bibliográfica.............................................................................................................15
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Introdução
O livro " Filosofia da linguagem: uma introdução contemporânea " é escrito por
William Lycan, um filósofo americano conhecido por sua contribuição na área da
filosofia da mente, lógica e linguagem. Ele é professor emérito da Universidade da
Carolina do Norte em Chapel Hill, e o livro foi publicado pela Routledge. Este livro
fornece uma introdução abrangente às principais questões e teorias na filosofia da
linguagem, incluindo a representação de significado, a natureza da referência, a
estrutura da sentença, a relação entre mente e linguagem, e a relação entre linguagem e
realidade. Ele também discute aplicações da filosofia da linguagem para outras áreas,
como filosofia da mente, lógica e epistemologia.
Lycan é conhecido por sua teoria da "comunicação-condicional" e "condições de
adequação da verdade" e ele argumenta que a comunicação é possível quando as
condições de adequação são atendidas, e essas condições variam dependendo do
contexto da comunicação. Ele contribuiu de forma significativa para a compreensão da
filosofia da linguagem como um campo interdisciplinar.
A filosofia da linguagem é uma área da filosofia que se concentra na natureza da
linguagem, do significado e da comunicação. Ele tem sido um campo importante de
estudo desde a antiguidade, mas se tornou especialmente relevante na filosofia
contemporânea, com desenvolvimentos teóricos e técnicos na lógica, filosofia da mente,
e ciências cognitivas. O livro de Lycan fornece uma introdução atualizada e acessível
para estudantes e profissionais interessados em filosofia da linguagem, e se encaixa bem
no contexto histórico e teórico da área.
Além disso, é importante mencionar que William Lycan tem uma formação acadêmica
diversificada, ele é graduado em Filosofia, psicologia e matemática e tem doutorado em
filosofia pela Universidade de Massachusetts em Amherst. Ele é reconhecido por sua
contribuição em áreas como representação de significado, mente e linguagem e
epistemologia. Ele tem publicado vários livros e artigos sobre esses assuntos e sua obra
"Philosophy of Language" é considerada como um ponto de referência importante na
área.
Neste trabalho tenciono fazer uma resenha da obra de forma mais simples e sucinta
possível.
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Descrições definidas
Para Lycan a teoria atual de definições descritivas propõe que o significado de uma
palavra ou expressão é composto por significados genéricos e não por um significado
específico. A verdade de uma sentença é determinada pela verdade de suas palavras
individuais. No entanto, essa abordagem gera controvérsias, como a questão da verdade
independente da realidade e a importância do contexto na determinação do significado.
A crítica de Lycan à teoria Russell-Fregeana argumenta que ela simplifica demais o
processo de significação e sugere o uso de um referencialismo contextual para abordar
essa questão. As definições descritivas são especialmente relevantes para termos
singulares, como nomes próprios e pronomes, pois não podem ser consideradas
verdadeiras por convenção.
Gotllob Frege (1848- 1925) e Bertrand Russell (1872-1970), como afirma Lycan,
formularam quatro problemas sobre termos singulares.
O problema da referência aparente a não-existentes propõe uma definição descritiva
simples como “uma coisa é algo”. É inconsistente ou logicamente contraditório afirmar
simultaneamente que a sentença “é significante” e que “é uma sentença sujeito-
predicado” e que ”uma sentença sujeito-predicado é significante (somente) em virtude
de seu apego a uma coisa individual e de atribuir alguma propriedade à coisa” e que, da
sentença, “o termo subjetivo falha em se apegar ou denotar alguma coisa que existe” e
que se a sentença “é significante somente em virtude se apegar a uma coisa e atribuir
propriedade a essa coisa” e se, da sentença, “o termo subjetivo falhar a se apegar a algo
que existe”, então a sentença “não é significante” ou “se apega a uma coisa que não
existe”: mas “não há nenhuma coisa como uma coisa não-existente”. Por exemplo: “6)
O atual rei da França é calvo.” Parafraseando:
“Pelo menos uma pessoa é atualmente rei de França; no máximo, uma pessoa é
atualmente rei de França; seja quem for presentemente rei de França é calvo.”
(LYCAN, 2019; 40)
Com isso pode-se verificar que a primeira conjuntura é falsa, pois França não tem rei,
o que falsificaria logo a frase por completo, nenhuma conjuntura faz menção a um
individuo em específico que seja o rei, “o rei não surge na forma lógica como sujeito.”
(LYCAN, 2019; 41)
O problema dos existenciais negativos propõe uma definição descritiva simples como
“uma coisa inexistente nunca existiu”. A verdade de uma sentença como esta é
problemática porque, para ser verificada, ela precisa se referir a algo que não existe,
sendo, apesar disso, compreensível. Neste problema Russel argumenta: “(2) Pégaso
nunca existiu”.
“A frase 2 parece verdadeira e parece ser acerca de Montada de Belfonte, pégaso. Mas
se 2 for verdadeira, não pode ser acerca de pégaso, pois não existe para que possa ser
sobre isso. (…) se 2 for acerca de pégaso, então é falsa pois Pégaso terá, em algum
sentido de existir.” (LYCAN, 2019; 34))
O problema da substituibilidade, o autor realça que a função do termo singular é a de
selecionar e introduzir um único elemento no discurso, dando-lhe um significado
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específico. De acordo com a teoria referencial do significado, dois termos singulares
que denotem a mesma coisa são semanticamente equivalentes, permitindo que se faça a
substituição de um pelo outro sem alterar o significado ou o valor de verdade da frase.
A teoria das descrições de Russell ousa atribuir significância até mesmo a artigos
definidos como (“o”). “O”, nesta conceção, serve como termo definidor de três
significados intrínsecos: no mínimo uma coisa é algo; no máximo uma coisa é algo;
qualquer que seja a coisa, ela é algo.
Ao utilizar o modelo proposto pelo filósofo-matemático, é possível observar que o
problema da referência aparente a não-existentes pode ser enfrentado quando se aplica a
definição descritiva "uma coisa é algo", pois essa definição pode se tornar falsa devido à
inexistência de "uma coisa". Dessa forma, as três definições genéricas, falseadas, não
podem formar uma sentença específica verdadeira, mesmo que gramaticalmente, fora de
contexto, a sentença, em si, não apresente nenhum elemento que a torne falsa, exceto
segundo uma determinada presunção contextual.
Russel defende com base nos quebra cabeças que as descrições definidas realmente têm
significado além de seus referentes e que esse é um dos seus contributos semânticos.
Russel em vez de definir a palavra claramente, oferece uma forma de parafrasear tipos
comuns de frases completas que contem “o”, revelando o que se denomina por “formas
lógicas” das frases.
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A teoria referencial do significado é falsa no que respeita as descrições, porque estas
não são realmente termos (logicamente) singulares, mas podemos continuar a sustentar
a teoria referencial no que concerne os nomes próprios em si.
“Os nomes são apenas nomes; têm o significado que têm simplesmente porque
designam as coisas particulares que designam e porque introduzem designate no
discurso.” (LYCAN, 2019; 68)
John Stuart Mill defende que os nomes próprios são meramente etiquetas de pessoas
ou objetos individuais, não dando outro contributo para os significados das frases nas
quais ocorrem senão o dos próprios indivíduos. (LYCAN, 2019; 68)
A ideia de sentidos como modos particulares de apresentação permite a Frege uma
solução, no mínimo, aparente d problemas das existenciais negativas. Na conceção de
Frege, um nome só expressa seu sentido, não o denota.
Kripke tentou, no entanto, criticar esses dois modelos. Ele observou que, na verdade,
uma pessoa referenciada por descrições genéricas pode nunca ter praticado as ações e
situações associadas ao seu nome e ainda assim ser referenciada por ele. Ele também
mostrou que é possível que a pessoa desminta as características associadas ao seu nome
e que palavras sinônimas produzem frases totalmente desnecessárias. Além disso, ele
mostrou como é comum as pessoas associarem nomes diferentes a descrições diferentes
e nomes diferentes a uma única descrição. Nomes fictícios, segundo o modelo de
Russell, nunca poderiam ser considerados verdadeiros, pois não têm referências reais,
apesar de serem conhecidos na cultura popular.
Lycan afirma que a tese dos nomes é inteiramente independente da própria teoria das
descrições. Realça que alguns teorizadores sustentam a teoria das descrições como uma
teoria das próprias descrições definidas, ao mesmo tempo que rejeitam completamente
teses dos nomes; é menor comum, mas poderia aceitar-se a tese dos nomes e sustentar
uma teoria das descrições diferentes da de Russel.
Searle ofereceu sua objeção mais flexível que sugere que um nome está associado não
a uma descrição particular, mas a um agregado vago de descrições.
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que efetivamente existe, que coisas realmente há, afirma. (…) O que é verdadeiro neste
universo é claro que é atualmente verdadeiro afirma o autor, contudo há coisas que são
de fato falsas e, no entanto, poderiam ter sido verdadeiras. As coisas poderiam ter sido
diferentes; o mundo poderia ser diferente do que é. (LYCAN, 2019; 90)
“A verdade de uma frase, mesmo que mantenhamos fixo seu significado depende do
mundo que estamos a considerar. «May é primeira ministra» é verdadeira no mundo
atual, mas, dado que May não tinha de ter sido primeira ministra, há inúmeros mundos
nos quais «May é primeira ministra é falsa» é falsa; nesses mundos May não foi
sucessor de David Cameron, ou nunca existiu. E em alguns outros mundos, outra
pessoa é primeiro ministro. Desta forma, uma dada frase ou proposição varia o seu
valor de verdade de mundo para mundo” (LYCAN, 2019; 91)
Os nomes próprios têm uma certa fixação que os coloca na categoria de designador
rígido, normalmente por manter o mesmo significado de referência entre diferentes
mundos, sem, contudo, serem equivalentes descritivamente. No entanto, existem
exceções, como quando objetos são mencionados para se referir a uma de suas
características e não a eles mesmos. Kripke oferece uma forma de testar se um
designador é rígido: se "N pode não ter sido N" pode ser considerado verdadeiro, o
designador é fraco; se "N pode não ter sido N" não pode ser considerado verdadeiro, o
designador é rígido. Um nome próprio forte é levado de um mundo possível para outro,
ainda que contenha predicados diferentes. Nesse sentido, os nomes próprios, embora
sejam psicologicamente associados a definições descritivas corretas na mente de uma
pessoa, nunca podem ser equiparados aos referenciais descritivos por natureza. John
Stuart Mill propôs que o nome não contribui para a frase, mas sim se refere a um
indivíduo para introduzi-lo no discurso. Um nome milleano é rígido, mas um nome
rígido não é necessariamente milleano.
A teoria de Mill é chamada de teoria da referência direta de nomes. Ela afirma que
nomes podem ser trocados sem mudar o significado da frase. Essa teoria é positiva, ao
contrário da noção de que nomes não têm significados além do contexto em que são
usados. Kripke, por outro lado, apresenta uma visão histórica e causal dos nomes,
mostrando como a ideia de um nome está ligada a uma conexão recente entre as
referências nominais.
A conexão histórica e causal coloca o significado do nome no contexto dos
interlocutores capazes de entender o substantivo. Esse contexto permite identificar
informações conhecidas como válidas e invalidar informações sem ligação coerente
com a realidade. Os nomes próprios estão relacionados com a ideia de mundos possíveis
e a teoria da referência direta de nomes. A teoria de John Stuart Mill diz que nomes se
referem diretamente a um indivíduo e são chamados de "nomes milleanos". Já Kripke
propõe uma teoria histórico-causal para os nomes, onde a ideia de um nome se liga a
uma conexão recente na sequência de referências nominais. Isso significa que o
significado de um nome não depende de crenças ou informações, mas sim do contexto
em que é usado. No entanto, essa teoria também aponta problemas como nomes
surgindo para se referir a algo que não existe e a ambiguidade dos nomes próprios.
Hilary Putnam exemplifica isso com a ideia de um planeta idêntico a Terra, mas com
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nomes diferentes para as coisas, mostrando como isso pode causar confusão na
comunicação.
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acordo com as regras da teoria. Além disso, os termos isolados em uma proposição não
são considerados como representantes de uma ideia completa, mas como unificadores
de várias ideias. Estas características qualificam a teoria proposicional como uma teoria
da entidade significante.
Por vezes dizemos que duas expressões são sinónimas; dizemos, por vezes que uma
expressão é ambígua, ou seja, que tem mais de um significado. Dizemos por vezes que o
significado de uma expressão está contido no de outra, como fêmea e equídeo estão
contidas no significado de “égua”. Conferir em: (LYCAN, 2019; 126)
Qualquer teoria do significado deve levar em conta os fatos relevantes: Alguns objetos
físicos têm significado, diferentes expressões podem ter o mesmo significado, uma
única expressão pode ter mais de um significado e que o significado de uma expressão
pode estar contido no de outra. Tendemos a falar de significados como objetos
individuais. Pensa-se que os significados sejam ideias particulares na mente das
pessoas, mas isso foi desmascarado com várias objeções. Os significados devem ser
mais abstratos, os tipos de ideias que podem estar ocorrendo na mente de algum
indivíduo em algum lugar.
Teorias de uso
Ao contrário da teoria proposicional, o autor realça que Wittgenstein argumentou que
palavras e sentenças não são objetos abstratos, elas dependem do papel que a expressão
desempenha no comportamento social humano. Saber o significado de uma expressão
significa saber usá-la adequadamente em uma conversa. De acordo com Wittgenstein e
Austin, a ideia de Russell de examinar a proposição tratando-a como um objeto de
interesse como tal e tentando entender sua estrutura está errada. Porque as entidades
linguísticas não são objetos abstratos desprovidos de vida. Segundo eles, a linguagem
tem mais a forma de um comportamento, uma atividade, especificamente uma prática
social. Para um indivíduo, pronunciar uma afirmação significa fazer algo e, portanto,
um comportamento que se tornou uma prática social regida por regras.
Wittgenstein e Austin desenvolveram a ideia do comportamento social de maneiras
diferentes:
A visão wittgensteiniana, para lidar com o significado que em si é misterioso, deve-se
partir do lado da receção, da apreensão do significado, da compreensão. Você tem que
olhar para a compreensão enquanto aprende uma língua. O que aprendemos é uma
forma complicada de comportamento social. A prática da linguagem é um conjunto
complexo de regras que muitas vezes não são explícitas; na verdade, as crianças
aprendem fácil e rapidamente sem perceber o que estão fazendo.
Segundo Wittgenstein, a linguagem é algo que é produzido pelas pessoas de uma forma
profundamente convencional e regulada. As expressões linguísticas são como peças de
jogo, peões que são definidos pelas regras do jogo e regem suas posições iniciais e
movimentos subsequentes.
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“Wittgenstein introduziu o termo «jogo de linguagem» tendo em vista coisas como jogo
de linguagem de encontrar e saudar alguém, o jogo de linguagem do casamento, o jogo
de linguagem da aritmética e assim por diante” (LYCAN, 2019; 144)
Ainda o autor afirma que “a beleza da teoria inferencial é conseguir evitar sem
esforço, todas as objeções que fizemos a cada uma das três teorias tradicionais
(referencial, ideacional e proporcional). Além disso é naturalista visto que centra a
atenção nas características propriamente ditas da linguagem, tal como esta é usada no
mundo real” (LYCAN, 2019; 146)
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Verificacionismo
Segundo a teoria verificacionista, uma frase tem significado se e só se a sua verdade
fria alguma diferença no discurso da nossa experiência posterior; uma frase ou “frase”
inverificável pela experiência não tem significado. O significado particular de uma frase
é a sua condição de verificação, um conjunto de experiências possíveis da parte de
alguém, que tenderia a mostrar que a frase era verdadeira.
Em particular, era a força motriz que conduzia o movimento filosófico do positivismo
lógico, corretamente encarado por filosos, morais, poetas, teólogos, e muitos outros
como um ataque direto aos fundamentos dos seus respetivos labores. Pretendia-se que a
teoria verificacionista fosse usada como um instrumento clarificador, e tem sido usado
desse modo, mesmo por pessoas que não a aceitam completamente. A teoria é, desta
forma uma explicação epistémica do significado; ou seja, localiza o significado nas
nossas maneiras de vir a saber ou a descobrir coisas. Para um verificacionista, o
significado de uma frase é a sua epistemologia, é uma questão de saber qual é a sua base
probatória apropriada
Uma declaração não verificável ou declaração entre aspas não tem significado. O
sentido de um enunciado é dado por sua condição de verificação, pelo conjunto de
experiências possíveis de um sujeito que tenderiam a mostrar que aquele enunciado é
verdadeiro. Ao contrário de outras teorias, a verificacionista teve muitos efeitos muito
bons e ruins na prática da ciência. Isso levou à corrente positivista que implementou
outras disciplinas, como poesia e ciência. Se algo é considerado significativo, então
deve fazer alguma diferença para o pensamento e a ação. Relevante para experiências
futuras. A teoria enfrenta várias objeções de médio porte afirma Lycan, mas a objeção
mais forte é que, como Duhem e Quine argumentaram, as frases individuais não têm,
por si, condições de verificação distintas.
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Davidson argumentou que podemos obter o que queremos se substituirmos a noção dos
positivistas pela de uma condição de verdade. Saber o significado de uma afirmação
significa conhecer as condições sob as quais essa afirmação seria verdadeira, em vez de
saber como determinar se a afirmação é realmente verdadeira.
Segundo Davidson, obteremos uma teoria do significado melhor se substituirmos a
noção de condições de verificação de uma frase pela noção de condições de verdade da
frase: as condições nas quais a frase é realmente verdadeira ou o seria, em vez de o
estado de coisas que serviriam apenas como prova da verdade. Davidson oferece vários
argumentos, sendo o principal a ideia que precisamos da composicionalidade para dar
conta da nossa compreensão de frases longas e novas, e as condições de verdade de uma
frase constituem a sua característica mais obviamente composicional. Essa teoria
enfrenta muitas objeções. Uma delas é que muitas frases perfeitamente dotadas de
significados não têm valor de verdade. Outras objeções incluem a incapacidade da
teoria para lidar com expressões cujos referentes dependem do contexto (como é o caso
dos pronomes), predicados que não são sinónimos, mas que, por acaso, se aplicam
precisamente as mesmas coisas, e frases cujos valores de verdade não são determinados
pelos valores de verdade das orações que as compõem. O autor inicia com duas ideias
que depois se vera que estão relacionadas. Uma delas é que uma teoria do significado
deve proporcionar uma orientação quanto ao que determina o significado de uma frase
particular, a outra é dar importância central ao fenómeno assombroso com o qual o livro
começou: a nossa capacidade para compreender instantaneamente frases novas e longas.
Russell também propôs uma abordagem condicional verdadeira, dando as condições de
verdade de uma sentença contendo descrições e argumentando que essas são as
condições de verdade corretas.
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predicado é uma função de mundos para conjuntos de coisas existentes nesses mundos
que estão nas extensões do predicado nesses mundos. Por exemplo, "gordo" significa
não apenas indivíduos realmente gordos, mas também aqueles que seriam gordos em
outras circunstâncias. As "intensões individuais" ou as intenções de termos singulares
são funções de mundos para indivíduos que habitam esses mundos. Por exemplo, a
intenção de "O atual presidente dos EUA" varia de mundo para mundo e escolhe quem
é o presidente dos EUA nesse mundo. Essas funções se combinam para criar as
intensões de frases inteiras. De acordo com essa interpretação, uma proposição é um
conjunto de mundos e um "conceito" abstrato é uma função de mundos para extensões.
Lewis sugere que, para compreender o que é um significado, precisamos primeiro saber
o que ele faz. Um significado de uma frase é algo que determina as condições sob as
quais a frase é verdadeira ou falsa, determinando, assim, o valor de verdade da
afirmação em diferentes estados de coisas possíveis.
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Considerações finais
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Referência bibliográfica
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