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Políticas e práticas
de cuidado em
HIV/Aids: diálogos
interdisciplinares
SUMÁRIO | CONTENTS
117 Política sexual e ativismo de HIV/Aids: a 169 Profilaxia Pós-Exposição sexual no Sistema
experiência da Loka de Efavirenz Único de Saúde: cuidados possíveis na
Sexual politics and HIV/AIDS activism: the prevenção do HIV
experience of Loka de Efavirenz Post-sexual Exposure Prophylaxis in the Unified
Pisci Bruja Garcia de Oliveira, Júlio Assis Simões Health System: possible cares in HIV prevention
Sandra Lúcia Filgueiras
129 Mulheres jovens que nasceram com HIV:
comunicação da soropositividade aos 182 Construção e validação de instrumento para
parceiros avaliação do cuidado a prisioneiros que
Young women born with HIV: communication of vivem com HIV/Aids
seropositivity to partners Construction and validation of an instrument to
Clarissa Bohrer da Silva, Maria da Graça Corso da assess the care for prisoners living with HIV/AIDS
Motta, Renata Bellenzani, Crhis Netto de Brum, Aline Fernando Henrique Apolinario, Silvia Justina Papini,
Cammarano Ribeiro Wilza Carla Spiri
DOI: 10.1590/0103-11042022E715
RESUMO A chegada da 5ª década da epidemia de Aids sob o impacto da pandemia da Covid-19 trouxe
importantes desafios para a prevenção do HIV/Aids. Este ensaio buscou sistematizar as reflexões produzidas
em projeto desenvolvido pela Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids que conjugou debates sobre
o momento presente das respostas à epidemia com o resgate da história social da Aids e da prevenção.
Trata-se da história social da epidemia de Aids nos seus 40 anos e abordaram-se lições no campo da
prevenção relevantes para repensar a prevenção na 5ª década. Apresentam-se princípios ético-políticos
que fundamentaram respostas bem-sucedidas à Aids no Brasil, bem como apontam-se caminhos futuros,
recomendando abordagens a serem adotadas e um pacote mínimo de recursos preventivos de acesso
universal. Para evitar o desperdício da rica experiência acumulada ao longo da história social da Aids,
propõe-se valorizar e recuperar lições aprendidas ao longo da história da prevenção, como a articulação
de estratégias culturais e estruturais – fundamentadas em direitos e mobilização social – às estratégias
de prevenção biomédicas e comportamentais e a combinação dos conceitos de vulnerabilidade e de di-
reitos humanos, instrumentais para analisar os determinantes da epidemia e propor intervenções social
e culturalmente apropriadas.
ABSTRACT The arrival of the 5th decade of the AIDS epidemic under the impact of the COVID-19 pandemic
has brought important challenges for HIV/AIDS prevention. This essay sought to systematize the reflections
produced in a project developed by the Brazilian Interdisciplinary AIDS Association that combined current
debates on the responses to the epidemic with the rescue of the social history of AIDS and prevention. We
deal with the social history of the AIDS epidemic in its 40 years and address lessons in the field of preven-
tion that are relevant to rethinking prevention in the 5th decade. We present ethical-political principles that
underpin successful responses to AIDS in Brazil, as well as point out future paths, recommending approaches
to be adopted and a minimum package of preventive resources for universal access. To avoid wasting the
1 Universidadede São Paulo
(USP) – São Paulo (SP),
rich experience accumulated throughout the social history of AIDS, we propose to value and recover lessons
Brasil. learned throughout the history of prevention, such as the articulation of cultural and structural strategies
gajuca@usp.br – based on rights and social mobilization – with biomedical and behavioral prevention strategies and the
2 Columbia University – combination of the concepts of vulnerability and human rights, instrumental in analyzing the determinants
New York, United States. of the epidemic and proposing socially and culturally appropriate interventions.
3 Associação Brasileira
Interdisciplinar de Aids
KEYWORDS HIV. Acquired Immunodeficiency Syndrome. Disease prevention. Social sciences. History.
(Abia) – Rio de Janeiro
(RJ), Brasil.
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative
Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer
meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado. SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 46, N. Especial 7, P. 207-222, DEZ 2022
208 Calazans GJ, Parker R, Terto Junior V
foram feitas apresentações que revisitaram sua distribuição, tendendo a dar menor ênfase
diferentes aspectos das respostas à epidemia às questões sociais. Mesmo no caso da epide-
de Aids no Brasil. Também foi apresentada miologia social latino-americana, tradição que
uma sistematização da experiência da Abia aborda mais fortemente as questões sociais,
com a pedagogia da prevenção, que reuniu isso se dá por meio dos determinantes sociais
importantes aprendizados das trocas com os da vulnerabilidade perante o HIV/Aids. Neste
participantes de inúmeros eventos e atividades ensaio, procuramos examinar uma dimensão
realizados pela Abia. Tendo partido, ainda, da complementar, mas distinta: as diversas manei-
perspectiva de que o campo da Aids integra as ras em que a sociedade brasileira se mobilizou
respostas coletivas produzidas, articuladamen- e se organizou para enfrentar a epidemia. São
te com as comunidades, por ativistas, pesqui- os processos sociais e políticos desencadeados
sadores, profissionais e gestores, realizamos pela chegada do HIV/Aids, construídos ao
encontros com esses atores para ouvir lições longo das mais de quatro décadas da epidemia
da sua experiência. A partir das contribuições no País, que nos interessam.
dessas diferentes experiências, foi elaborado O segundo termo que queremos precisar é o
um documento de sistematização com reco- de ‘ondas’. Tratamos de ondas, aqui, no sentido
mendações para a prevenção na 5ª década da de Betinho: as ondas da resposta social9. Diante
epidemia de HIV/Aids7. da Aids como evento social, como a sociedade
se organiza, a cultura conceitua e a política
define estratégias para seu enfrentamento?
História social da epidemia Argumentamos, assim, que podemos identi-
de Aids ficar em cada uma das quatro décadas dos 40
anos de Aids um período distinto de respostas
Nesta seção, tratamos da história social da sociais à epidemia. Nomeamos esses períodos
epidemia de Aids, enfocando os diferentes como ondas, pois, como uma onda, é difícil
momentos da epidemia, desafios e respostas precisar exatamente quando uma começa e
ante a Aids nos seus 40 anos. Em seguida, outra termina10.
partimos desse pano de fundo histórico mais Tais ondas têm características demarcado-
geral para abordar lições especificamente no ras e, apesar de considerarmos períodos apro-
campo da prevenção, que nos dão pistas para ximados, há acontecimentos que as delimitam,
pensar prioridades para a prevenção na 5ª como indicado a seguir. De 1981, quando o
década que está se iniciando. primeiro caso de Aids foi diagnosticado pela
Queremos, inicialmente, enfatizar alguns medicina, até aproximadamente 1991, temos
aspectos importantes em relação à linguagem. uma primeira onda que pode ser descrita como
Quando falamos, neste artigo, em epidemia, ‘anos de crise’; marcada também por grande
estamos nos referindo a um evento social, e não resistência por parte das comunidades e popu-
simplesmente viral ou epidemiológico. Uma lações mais afetadas, que tinham que resistir
das primeiras lições de Betinho, um dos fun- não somente ao vírus, mas também ao estigma
dadores da Abia, na década de 1980, é que uma e à discriminação, bem como às políticas nem
epidemia é um evento social, um processo que sempre adequadamente delineadas ou efeti-
cria respostas sociais8. Em cada contexto, a so- vadas. Definimos o começo da segunda onda
ciedade conceitua o que é uma epidemia, lan- em torno de 1991, culminando em 2001 com
çando respostas de diferentes tipos. Devemos, a ‘Sessão Especial da Assembleia Geral das
portanto, atentar a essa resposta social para Nações Unidas sobre HIV/AIDS’ (Ungass) e a
entender uma epidemia. A epidemia de que Declaração de Doha. Esse período foi marcado
a epidemiologia trata pode restringir-se mais pelos esforços para constituir um movimen-
aos modos de transmissão, aos modos virais e to global contra a Aids. No meio dessa onda,
segunda metade dos anos 1980. Um exemplo social e programática; e a noção de ‘grupos
que merece destaque é a campanha pelo con- de risco’ foi criticada de forma contundente.
trole do sangue, cujo lema foi ‘Salve o Sangue A proposição do conceito de vulnerabilidade
do Povo Brasileiro’, na qual a Abia esteve ocorreu no cenário internacional original-
muito envolvida por causa de Betinho e de mente no livro ‘AIDS in the world’, publicado,
seus irmãos, dado o grande impacto dos bancos em 1992, por iniciativa da Coalizão Global
clandestinos de sangue, não fiscalizados, para de Políticas contra a Aids e organizado por
as pessoas vivendo com hemofilia. Tratou- Jonathan Mann, Daniel Tarantola e Thomas
se de uma grande mobilização que acabou Netter23. No Brasil, a Abia publicou uma tra-
resultando na proibição da comercialização dução parcial no livro ‘A Aids no Mundo’, em
de sangue e hemoderivados na Assembleia 199324. A noção de vulnerabilidade encontrou
Constituinte, em 1988, bem como no esta- ampla receptividade por aqui, tanto pelo con-
belecimento do controle público sobre esse texto social e político da redemocratização
setor. Não obstante, essa campanha foi ini- como pela ação e pelas reivindicações de dis-
ciada alguns anos antes e mobilizou inúmeras tintos movimentos sociais em suas lutas por
parcerias dos ativistas de Aids com os mili- direitos25. Posteriormente, contribuições dos
tantes da reforma sanitária, ensinando-nos campos da medicina social e da saúde coletiva
sobre o caráter eminentemente político da brasileiras possibilitaram seu adensamento
prevenção, que só pode se efetivar com forte conceitual, assegurando relevante centrali-
mobilização social e política. A disponibili- dade, acadêmica e política ao conceito25. A
dade de recursos técnicos, como o teste para Abia, por sua vez, desenvolveu reflexões e
detecção do HIV nos bancos de sangue, não análises concebendo a vulnerabilidade social
era suficiente para assegurar o controle da como uma forma de violência estrutural26.
transmissão sanguínea do vírus. Foi essencial Teve início, assim, a teorização do que se
intensa articulação política juntamente com tinha aprendido com a campanha para o con-
vigorosa mobilização social para assegurar a trole do sangue, compreendendo de que forma
tomada de decisão política sobre o necessário intervenções estruturais poderiam enfrentar
controle público desse setor. O controle do os determinantes sociais da vulnerabilidade e
sangue configurou-se como uma das primeiras da violência estrutural27 com base no conceito
intervenções estruturais, que dependeu do e na prática dos direitos humanos. O desenvol-
estabelecimento de uma legislação e de uma vimento desse referencial teórico-conceitual
série de políticas públicas, para assegurar o na prevenção foi uma grande inovação concei-
controle efetivo da transmissão da infecção tual, pois as concepções sobre epidemia e os
do HIV por meio de transfusão de sangue e seus motores são fundamentais para definir o
de outros hemoderivados11,22. que é necessário para confrontá-la.
Na segunda década da epidemia, nos anos A proposição da noção de intervenção es-
1990, também surgiram novidades que valem trutural contra a vulnerabilidade foi sendo
a pena sinalizar. Pela primeira vez, interven- arquitetada em meados da segunda década
ções comportamentais fundadas em teorias da epidemia, quando o acesso a medicamen-
da psicologia foram articuladas para tentar tos eficazes começou a surgir. Rapidamente,
ensinar como reduzir, ou melhor administrar, compreendeu-se que a existência dos medi-
os riscos de infecção. O próprio conceito de camentos não teria significado e efetividade
risco foi questionado nessa década como caso não houvesse acesso. Entretanto, para
fundamento para a prevenção. Nesta revisão assegurá-lo, era necessário enfrentar a vulne-
crítica, o conceito de vulnerabilidade foi arti- rabilidade social e a violência estrutural, que
culado como uma alternativa à ideia de risco impunham barreiras ancoradas em diferenças
individual, dando destaque às dimensões de geografia, realidade socioeconômica, entre
no controle do sangue e na garantia do acesso saúde, como Covid-19, monkeypox e uma série
universal ao tratamento, de forma que não de outras condições crônicas e transmissíveis.
existiria TcP, um dos pilares da prevenção bio- Enfim, a prevenção combinada pode articu-
médica, se não tivesse ocorrido anteriormente lar não só abordagens para enfrentar a Aids,
a luta política travada por ativistas e aliados mas – considerando o caráter sindêmico que
para garantir acesso como um princípio de di- combina vulnerabilidades igualmente à Covid-
reitos humanos para todos. Compreendemos, 19, à tuberculose, ao HIV e a outras – também
assim, que as dimensões cultural, comunitária, combinar a prevenção de outras condições
política e social precisam ser reenfatizadas no de saúde. Nesse sentido, é um conceito que
âmbito da prevenção combinada. apresenta vantagens e não deve ser despre-
Por fim, a prevenção combinada não tem zado, mas é importante superar os limites das
contemplado adequadamente as preocupações perspectivas vigentes e empobrecedoras da
relacionadas com as metodologias de trans- prevenção combinada39. Para evitar o desper-
missão de conhecimentos sobre prevenção. dício da rica experiência acumulada ao longo
Abordagens pedagógicas construcionistas, que da história social da Aids, é preciso valorizar
possibilitem a construção conjunta de conhe- e recuperar as lições aprendidas ao longo da
cimentos sobre prevenção, não têm integrado história da prevenção.
os modelos de como colocá-la em prática. Pelo
contrário, a prevenção tem adotado pedago-
gias caracterizadas, pela educação popular Recomendações para
brasileira e latino-americana, como ‘educação que possamos refazer a
bancária’36, tratando os destinatários das po-
líticas de prevenção como contas bancárias
prevenção do HIV na 5ª
vazias, nas quais os especialistas depositam os década
conhecimentos ‘corretos’. Nessa perspectiva,
se as pessoas seguissem as orientações dos Como produto deste projeto, foi elaborado
especialistas, tudo daria certo. Diferentemente um documento7 para ampla disseminação,
do que se fez no âmbito do tratamento com que sistematizou os aprendizados derivados
as pedagogias de tratamento em discussão da experiência compartilhada das respostas
desde o começo das políticas de acesso, não à Aids no Brasil e as recomendações para a
tem havido esforços de criação de uma pedago- prevenção na 5ª década. Nele, arrolamos os
gia adequada à prevenção, o que traz grandes princípios éticos e políticos que fundamentam
dificuldades para que a prevenção combinada as experiências bem-sucedidas de políticas de
possa avançar37,38. Aids no País:
contextos sociais das práticas – sexuais, de uso efetivamente fazendo, pensando e falando;
de drogas, de prevenção e cuidado –, de forma valorizando a escuta sobre conhecimentos,
que sua transformação dependa de ações sentidos e significados e práticas; reconhe-
integradas intersetoriais e interdisciplinares; cendo a dimensão comunitária da prevenção;
mobilizando redes de profissionais de saúde
• compreensão de que desigualdades, injus- e de atores da sociedade civil; e
tiças sociais e processos de estigmatização e
discriminação configuram-se como relações • a redução de vulnerabilidades, que atribui
de poder e devem ser enfrentados; e centralidade à dimensão social, em seu
caráter estrutural – como iniquidades, pro-
• gestão participativa que articula as pró- cessos de discriminação e estigmatização –,
prias comunidades afetadas, ativistas, es- bem como aos princípios de direitos humanos
pecialistas, gestores e pesquisadores na e justiça social buscando assegurar a rees-
construção, desenvolvimento e controle das truturação da prevenção combinada, sem
respostas político-institucionais ante a aids. abandonar as outras dimensões.
Considerações finais
Colaboradores
Tomamos como inspiração, neste projeto,
respostas culturais e sociais à epidemia de Calazans GJ (0000-0003-2414-1281)* e Parker
HIV/Aids que já mobilizaram transformações R (0000-0003-3796-0198)* contribuíram para
profundas na sociedade brasileira. Apostamos concepção e delineamento; redação do artigo;
que as lições aprendidas com esta experiência e aprovação da versão a ser publicada. Terto
acumulada podem contribuir para a reinven- Junior V (0000-0002-4446-9914)* contri-
ção da prevenção no contexto crítico da 5ª buiu para concepção e delineamento; revisão
década da epidemia, fortalecendo ações e crítica; e aprovação da versão a ser publicada. s
políticas integradas ao SUS. Ao elaborarmos
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wp-content/uploads/2015/11/PolicyBrief_portugues_
jan2016.pdf.
Recebido em 11/05/2022
Aprovado em 14/09/2022
Conflitos de interesses: inexistente
38. Parker RG, Perez‐Brumer A, Garcia J, et al. Preven-
Suporte financeiro: projeto desenvolvido com o apoio do
tion literacy: community‐based advocacy for access Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções
Sexualmente Transmissíveis, do Ministério da Saúde (DCCI/MS)
and ownership of the HIV prevention toolkit. J. int.
aids soc. 2016 [acesso em 2022 maio 9]; 19(1):21092.
Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/
full/10.7448/IAS.19.1.21092.