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Resumo Abstract
Revista Brasileira de Educação Física, Esporte, Lazer e Dança, v. 3, n. 2, p. 20-28, jun. 2008.
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INTRODUÇÃO
O relaxamento não deve ser imposto como uma série de exercícios que o indivíduo se
sujeita a fazer de modo passivo “É importante que o indivíduo seja colocado em uma
condição facilitadora e ideal, para reduzir o estado de tensão pessoal derivado de estímulos
de várias naturezas” (TRIBASTONE, 2001, p.73).
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O TA, considerado Yoga ocidental por Tribastone (2001), é baseado no princípio que
uma representação mental tende a tornar-se percepção objetiva. Isto é conseguido através
do estado autógeno, ou seja, através de uma concentração psíquica passiva (sem
movimento) gerada por auto-hipnose. A palavra “não” nunca é utilizada e as sensações
sugeridas pelo praticante para conduzir ao relaxamento, são formuladas mentalmente
sempre no tempo presente e não no futuro. O ambiente deve ser propício durante o trabalho
- à meia luz, silencioso e cômodo - e o executante não deve ser perturbado. Neste método,
o que age é a simples representação mental. Estes exercícios devem ser praticados em
uma duração que vai de 3 a 30 minutos e repetidos duas a três vezes por dia.
Comparando estes três métodos, o TA pode ser considerado como um método mental,
o RP como mental-corporal e o AM como corporal, a respeito de suas características, mas
todos podem promover efeitos tanto mentais quanto corporais.
Opções de escolha nos são oferecidas, a reflexão deve focar em como determinar
qual atividade mais adequada para um grupo de pessoas que comungam os mesmos
objetivos e que estão inseridas em um mesmo contexto.
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Jovem ou adolescente?
A população jovem possui características determinadas por seu contexto atual que
engloba e relaciona os meios social, afetivo e intelectual. As vontades e aspirações de um
adolescente ou jovem não são iguais e não podem ser comparadas com as aspirações de
um adulto ou de uma criança.
A motivação para se fazer uma escolha ou optar pela prática de um exercício, deve vir
de fontes coerentes com o momento em que o jovem está vivendo. Programas de exercícios
que não atendem as necessidades dos praticantes ou não combinem com o comportamento
atual do jovem, não instigam a vontade de participação. Portanto, se faz necessária a
explicação do que chamamos de “jovem”, antes de prosseguir com discussões sobre
exercícios para jovens.
As mudanças corporais obrigam o jovem a reformular seu esquema corporal e isto vai
acontecendo à medida que ele entende a “perda do corpo infantil” e consegue aceitar o
novo corpo (KNOBEL, 1988). Neste aspecto, qualquer uma das atividades de relaxamento
citadas anteriormente pode trazer benefícios.
Assim como as mudanças corporais, os impulsos sexuais são vividos como algo alheio
e que se impõe sobre o jovem, ou seja, tais mudanças são interpretadas como uma
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transformação que vem de fora para dentro e que estão fora de controle. Em função destas
modificações, em especial as hormonais, para alguns jovens as experiências sexuais são
intensas e variadas e estão relacionadas com a busca de um parceiro com que se possa
construir uma relação estável.
Muitas vezes, o contato entre meninos e meninas dentro de um grupo numa aula com
atividades de relaxamento, pode incitar a vontade de se relacionar e direcionar a atenção
para os movimentos do colega de sexo oposto, desviando a concentração das instruções
dadas para a prática correta dos exercícios de relaxamento. As instruções dadas para a
execução do TA e do RP despendem atenção às sensações corporais para que o
relaxamento seja atingido. Se o foco de atenção estiver, não no seu, mas no corpo do outro,
a atividade pode ser prejudicada.
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das provas de vestibular e verificou que este tipo de atividade se mostrou eficaz na redução
de sintomas de estresse.
Outro ponto importante é evitar posturas que possam lembrar posições com conotação
sexual, até que haja uma conscientização da finalidade e importância deste movimento
naquele momento, desvinculado de outro significado.
A música
Na música existem dois tipos de ritmo: o metro que dá ordem ao tempo e o fraseado
que confere à música uma espécie de narrativa. O ritmo proporciona energia e, anunciado
por sons de percussão, estimula a atividade muscular (GASTON, 1971).
A melodia é uma sucessão rítmica de sons a intervalos diferentes e com certo sentido
musical, muitas vezes, confundida com a letra da música. A verdadeira fonte da melodia, a
fonte psicológica, se encontra em nossas próprias emoções e sentimentos (WILLEMS,
1969).
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Möckel et al. (1994) afirmaram que em pesquisas anteriores, a música com ritmo
rápido aumentam os batimentos cardíacos enquanto a música clássica e a new age os
diminuem, e as músicas de ritmo lento estimulam o relaxamento físico e mental. No estudo
destes pesquisadores, foi verificada grande diminuição da concentração de cortisol
plasmático (hormônio do estresse) através da audição de música meditativa (ritmo lento).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACHOUR Jr., A. Flexibilidade - teoria e prática. Londrina: Editora Atividade Física e Saúde,
1998.
BURKE, S.M.; CARRON, A.V.; EYS, M.A. Physical activity context: Preferences of university
students. Psychology of Sport and Exercise, v.7, p. 1–13, 2006.
CARLSON, C.R.; COLLINS, F.L.; NITZ, A. J.; STURGIS, E.T. Muscle stretching as an
alternative relaxation training procedure. Journal of Behavior Therapy & Experimental
Psychiatry. v. 21, n.1, p.29-38, 1990.
CSIKSZENTMIHALYI, M. A psicologia da felicidade. São Paulo: Saraiva, 1992.
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Currículo
Priscila Carneiro Valim-Rogatto
Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista - UNESP/RC (1996) com
Mestrado em Ciências da Motricidade pela UNESP/RC (2002) e Doutorado em andamento em
Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. É coordenadora do Laboratório de
Pesquisa em Psicologia do Exercício - LAPPEX/UFMT e pesquisadora dos grupos de pesquisa
Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte - LEPESPE/UNESP e do Laboratório
de Investigação e Estudos sobre Metabolismo e Exercício Físico - LIEMEF/UFMT.
Gustavo Puggina Rogatto:
Bacharel em Educação Física com mestrado e doutorado em Ciências da Motricidade pela
Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Rio Claro – SP - Brasil. Aperfeiçoamento em
Reabilitação Cardíaca pelo The Methodist Hospital e em Children’s Nutrition pelo Baylor College of
Medicine ambos em Houston – Texas – Estados Unidos da América. Treinamento laboratorial em
Bioquímica e Fisiologia do Exercício no Laboratório de Metabolismo do Instituto de Ciências
Biomédicas da Universidade da São Paulo (USP). Líder e fundador do Laboratório de Investigação e
Estudos sobre Metabolismo e Exercício Físico (LIEMEF).
Afonso Antonio Machado
Graduado em Licenciatura em Educação Física pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas
(1976), Graduado em Licenciatura em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (1980),
Graduado em Licenciatura em Pedagogia pela Faculdade de Ciências e Letras Plínio Augusto do
Amaral Amparo (1985); Especialização em Voleibol pela Faculdade de Educação Física de Santo
André (1977); Especialização em Handebol pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas
(1981): Mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1985) e doutorado em
Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1994), Livre- Docência em Educação Física pela
Universidade Paulista “Julio de Mesquita” – Rio Claro (1998).
Endereço:
Priscila Carneiro Valim-Rogatto
Endereço – Avenida 40, 601, Vila Operária. CEP - 13504-140, Rio Claro, SP.
E-mail: lappex@yahoo.com.br
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