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02/05/2022 13:11 Introdução à Educação Física

INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FÍSICA

O ESPORTE MODERNO:
DOS JOGOS
OLÍMPICOS DA ERA DE
COUBERTIN AOS
MEGAEVENTOS E
SEUS IMPACTOS
Autoria: Ma. Maíra de Souza; Ma. Taís Feitosa Da Silva

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02/05/2022 13:11 Introdução à Educação Física

Introdução

Se alguém perguntasse a você “o que é esporte?”, o que você responderia? Você


já parou para pensar sobre quais os esportes você já vivenciou? Será que os
esportes realizados na antiguidade tinham os mesmo objetivos do esporte
moderno? Outra questão: o que você entende por olimpismo? Você saberia
explicar quem foi Pierre de Coubertin? E quais os seus feitos? No que se refere
aos megaeventos esportivos, você consegue identificar o seu legado? Bem,
esses são alguns pontos sobre os quais pretendemos fazer você refletir.
Perguntas como essas devem ser feitas no cotidiano tanto dos estudantes e dos
profissionais de educação física, quanto da sociedade como um todo, pois muito
se fala sobre o esporte, mas pouco de conhece a respeito. O que justifica, talvez,
a inquietação ao se deparar com as perguntas realizadas anteriormente. E o
mais alarmante é quando se descobre que não se faz ideia da resposta.
Neste capítulo você irá conhecer o conceito de esporte, analisando as varias
manifestações esportivas realizadas desde a antiguidade até os dias atuais.
Também será possível perceber o esporte como um direito de todos pode ser
entendido a partir da abrangências das suas três dimensões sociais. E ainda
você será conduzido a reconhecer os legados dos jogos olímpicos desde a
educação olímpica aos megaeventos, identificando os impactos socioculturais
dos mesmos. Vamos lá?!
Bons estudos!

Tempo estimado de leitura: 53 minutos.

3.1 As dimensões sociais do esporte

A palavra esporte em sua origem significa regozijo, ou seja, diversão, e até hoje
serve de base para quase todas as definições atuais. Segundo o Dicionário
Aurélio (2018), esporte significa “divertimento, recreio; qualquer exercício
corporal ao ar livre (para recreio, ou demonstrar agilidade, destreza ou força); e
desenvolvimento físico”.

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Betti (1991) descreve o conceito de esporte como uma ação social


institucionalizada composta por regras, que se desenvolve com base lúdica, em
forma de competição entre dois ou mais oponentes ou contra a natureza, cujo
objetivo é determinar o vencedor ou registrar o recorde. Os resultados
alcançados pelos praticantes são resultantes das habilidades ou estratégias
utilizadas por estes, e podem ser intrínsecas ou extrinsecamente gratificantes.
No entanto, apesar de apresentar uma concorrência entre oponentes, composta
por regras e a busca pelos recordes, o esporte pode ser retratado através de um
desenvolvimento da parte lúdica, na qual esta deve ter como propósitos a
descontração, diversão e a interação pessoal. Para compreender melhor o
esporte faz-se necessário analisar a sua história. Tubino (2010), reuniu em sua
publicação alguns autores que expressam acerca da origem do esporte:

CARL DIEM (1966)

A história do esporte é íntima da cultura humana;

Os povos tiveram, em cada época, seus esportes representando


a essência de cada povo.

UEBERHOST (1973)

O esporte surgiu a partir da busca do conhecimento do homem


sobre o próprio homem na sua natureza, sua vida pessoal e
comunitária.

VAN DALEN, MITCHEL EBENNET (197?)

O esporte nasceu para resolver problemas pedagógicos


primitivos.

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EPPENSTEINER (1973)

A origem do esporte esta ligada às motivações da ação


esportiva (elas vêm da natureza e da cultura);
O esporte é um fenômeno biológico e não histórico;

Em todos os momentos históricos, a natureza e a cultura


coexistem ao criar um “instinto esportivo”, que para ele é a
resultante da combinação do lúdico, do movimento e da luta.

Percebe-se que, na Antiguidade, as práticas esportivas eram muito diferentes


das atuais, pois muitas eram de caráter utilitário, tanto para a própria
sobrevivência (natação, corrida, caça etc.) quanto para as preparações para as
guerras (marchas, caminhadas, esgrima, lutas etc.). Várias civilizações antigas já
possuíam atividades físicas/pré-esportivas em suas culturas, no entanto, muitas
dessas práticas desapareceram com o tempo. Enquanto outras se
transformaram nos chamados “Esportes Autótonos”, por continuarem a ser
praticados ao longo do tempo sem receber influências de outras culturas.
Os Jogos Gregos foram considerados como as primeiras manifestações
esportivas. Caracterizavam-se como festas populares, religiosas, verdadeiras
cerimônias pan-helênicas, cujos participantes eram as cidades gregas.
Inicialmente, esses Jogos ocorriam somente nas cidades da Grécia Continental
e, mais tarde, estenderam-se a outros povos. Segundo Tubino (2010) os jogos
gregos mais conhecidos foram:

Jogos
Eram em homenagem a figuras de destaque nas
fúnebr
cidades gregas que haviam morrido.
es

Jogos Eram celebrados em homenagem a apolo e


píticos foram criados em 528 a.c., em delfos.

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Jogos Tinham as mesmas competições dos jogos


ístimic olímpicos e eram celebrados em corinto, de dois
os em dois anos.

Jogos
Eram disputados em honra a Zeus de Kleonae, e
nemeu
foram os últimos Jogos a desaparecer.
s

A principal manifestação esportiva de toda a Antiguidade foram os Jogos


Olímpicos, celebrados em Olímpia a cada quatro anos, em um bosque sagrado
chamado “Altis”, em homenagem a Zeus Horquios. Na ocasião, as principais
provas eram: corrida de estádio, corrida do duplo estádio, corrida de fundo, luta,
pentatlo, corrida das quadrigas, pancrácio, corrida de cavalos montados, corrida
com armas, corrida de bigas, pugilato e outras.
No que se refere à premiação, os vencedores dos Jogos Olímpicos da
Antiguidade recebiam, como preferidos dos deuses, uma coroa de ramo de
oliveira e outras honras e recompensas como, por exemplo, ter o direito a
primeira fila nos teatros, isenção de impostos, escravos, pensões vitalícias, etc.
(TUBINO, 2006).

VOCÊ SABIA?
Os Gregos Antigos consideravam que eram os deuses que decidiam
conceder a vitória para um atleta. A vitória era frequentemente
representada por uma fêmea alada (com asas) caracterizada como Nike,
que, significa “vitória” em Grego, como servente ou mensageira dos
deuses, Nike voava para a pessoa escolhida, trazia a ele uma recompensa
divina em forma de coroa ou fita.

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Na História de Roma foram criados espaços especializados para a higiene


corporal, como as termas. Também foram desenvolvidos os Jogos Públicos,
configurados em grandes espetáculos realizados nos circos e anfiteatros, que,
inclusive, deturpavam o sentido anterior ao adaptar os preceitos helênicos para
os combates entre gladiadores, com feras e execuções. Na época do Império
Romano os Jogos foram utilizados na “Política do Pão e Circo” para alienar a
população diante das ações antipopulares do Imperador (SIGOLI; ROSE JUNIOR,
2004).
Na Idade Média e no Renascimento, as práticas esportivas foram escassas e, às
vezes, muito violentas. Vamos conhecer algumas que conseguiram destaque na
História do Esporte:

Torneio medieval

Consistia numa verdadeira batalha corporal, com duas equipes


contrárias usando cavalos, espadas e até lanças. Os
vencedores recebiam prêmios e os perdedores, muitas vezes,
morriam nas disputas.

Soule

Esporte medieval popular, de grande violência, com número


ilimitado de jogadores, que tentavam conduzir uma pelota
(bexiga animal com ar) até um ponto pré-estabelecido de cada
lado. Os jogos provocavam muitos feridos.

Jeu de Palme

Um jogo de origem francesa, que consistia em bater numa bola


com a palma das mãos. Era disputado em salas fechadas e teve
o seu auge no século XVI.

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Gioco del Calcio

É uma modalidade iniciada no século XVI em Florença, a qual


permanece sendo exibida no “Carnaval Florentino”. Muitos
afirmam que esse esporte é um dos precursores do Futebol, por
se tratar de jogo com 27 jogadores por equipe, cujo objetivo era
conduzir a bola com os pés ou mãos até o final da área
adversária.

Justa

Era uma modalidade disputada entre dois cavaleiros com


armaduras e lanças de ferro. Teve o seu fim no ano de 1559.

O esporte moderno foi concebido na Inglaterra, a partir de 1820, pelo inglês


Thomas Arnold, o qual codificou os jogos existentes com regras e competições,
dando origem ao Associacionismo Inglês. Esse Associacionismo tornou-se o
primeiro suporte para a Ética esportiva. Recebendo grande estímulo em 1896
(Atenas), com a restauração dos Jogos Olímpicos por Pierre de Coubertin, o
esporte moderno consolida os princípios da ética esportiva por meio do conceito
de Fair Play, bem como do amadorismo (defesa da aristocracia contra a prática
popular do esporte).
Ocorreu uma contribuição importante para o movimento esportivo moderno a
partir da ação da Associação Cristã de Moços (ACM), que introduziu nos
Estados Unidos os principais esportes coletivos, como o basquete e o vôlei, pois
até o final do século XIX compreendia apenas o atletismo, o futebol, o remo e
timidamente a natação. Percebe-se que o esporte moderno foi crescendo com
novas modalidades, maior número de praticantes, autonomia das federações
internacionais e já com uma intervenção permanente do Estado na maioria dos

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países. Acredita-se que o conceito de esporte, depois de classificado como


moderno foi abandonando a perspectiva pedagógica e incorporando um sentido
de rendimento.
Tubino (2010) afirma que no esporte moderno a perspectiva única sempre foi o
rendimento, pois havia a necessidade de campeões, classificações, regras,
entidades, dirigentes, árbitros e outros aspectos imprescindíveis. Segundo o
autor, esse quadro durou até o final da década de 1970, quando surge a defesa
do direito de todas as pessoas às práticas esportivas, a partir da publicação da
Carta Internacional de Educação Física e Esporte (UNESCO). Neste momento, o
rendimento esportivo era substituído gradualmente pelas práticas esportivas de
todos, independentemente de idade, raça, estado físico e outras situações
humanas.
Essa movimentação no contexto esportivo provocou uma revisão conceitual do
esporte, cujo processo pode ser demarcado por três conjuntos de ações
notáveis daquele período histórico:

As manifestações dos intelectuais contra as


exacerbações desportivas da época;

Os Documentos Esportivos Filosóficos Internacionais;

Surgimento e desenvolvimento do movimento Esporte


para Todos.

Tubino (2001) apresenta os vários autores que se manifestaram contestando o


esporte voltado unicamente para os resultados. Vamos observar os conceitos a
seguir:

ANTONELLI (1963)

Eram em homenagem a figuras de destaque nas cidades


gregas que haviam morrido.

Observou a existência de quatros aspectos: o ético-social,


o psicopedagógico e o psicoprofilático.

FEIO (1978) E CAZORLA (1984)

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Observaram os aspectos que ultrapassavam a ênfase no


rendimento, como o jogo.

CAGIGAL (1979, 1982)

Propôs a interpretação do fenômeno esporte em dois


sentidos: o esporte-espetáculo e o esporte-práxis;

No esporte-práxis o fenômeno esportivo ganhou um


grande alcance social ao aumentar a possibilidade de
participação.

CLAYES (1984)

Só entende a razão principal do esporte quando a prática


esportiva possa chegar a um maior número de pessoas.

SERGIO (1986)

Vincula às relações com a cultura, qualquer discussão


conceitual do esporte.

Quanto aos Documentos Filosóficos Internacionais que influenciaram a


reconceituação do esporte, o primeiro a iniciar esse processo de revisão foi
o Manifesto Mundial do Esporte (1964) editado polo “Conseil Internacionale d’
Education Physique et Sport (CIEPS), da UNESCO e assinado pelo Premio Nobel
da Paz (Sir Phillip Noel Baker). Este documento reconhece o esporte para além
do rendimento, apresentando um esporte na escola e um esporte do tempo livre,
aberto para todos.
Em 1978, UNESCO divulgou a Carta Internacional de Educação Física e
Desporto, lançando a perspectiva do direito à prática esportiva, aumentando
consideravelmente a significação conceitual deste esporte reconceituado. Já o
movimento Esporte para Todos, possibilitou a realização de grandes campanhas
de valorização das práticas esportivas, reforçando assim o aumento da
abrangência do renovado conceito de esporte.

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Diante desse conceito renovado, desenvolvido a partir do pressuposto de direito


de todas as pessoas, independentemente de sua condição, muitos tiveram
acesso às práticas esportivas. Logo, o esporte como um direito de todos pode
ser entendido pela abrangência das suas três manifestações, representando as
dimensões sociais do esporte: o esporte-educação, esporte-participação e o
esporte-performance.
É evidente que, nessa amplitude, aberta às práticas esportivas por todas as
pessoas, o Esporte Adaptado, o Esporte para a Terceira Idade etc. também
poderão ser exercidos nas dimensões do esporte. Nota-se que essas dimensões,
explicadas pelo argumento do seu conceito, compreendem uma serie de
situações sociais específicas, e que o aprofundamento de qualquer uma delas
será o resultado da abordagem nas suas situações sociais intrínsecas. Logo, ao
perceber o esporte como instituição social, não se deve analisar fora de suas
dimensões, pois essa seria uma via reducionista, a qual conduziria a uma visão e
perspectiva retrógrada deste fenômeno.
Vamos conhecer cada manifestação esportiva que está diretamente relacionada
a um ou mais princípios, descritos a seguir:

3.1.1 Esporte-educação
Esporte-Educação (voltado para a formação da cidadania) está dividido em:
Esporte Educacional e Esporte Escolar.

Esporte educacional

Pode ser oferecido também para crianças e adolescentes


fora da escola (comunidades em estado de carência, por
exemplo);

Deve estar referenciado nos princípios da: inclusão,


participação, cooperação, co-educação e co-
responsabilidade.

Esporte na escola

É praticado por jovens com algum talento para a prática


esportiva;

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Não prescinde de formação para a cidadania, como uma


manifestação do Esporte-Educação;

Está referenciado nos princípios do Desenvolvimento


Esportivo e do Desenvolvimento do Espírito Esportivo;

O Espírito Esportivo é mais do que “Fair-play”, pois


compreende também a determinação em enfrentar
desafios e outras qualidades morais importantes.

É no esporte-educação que se percebe o aspecto do esporte de maior conteúdo


socioeducativo. O mesmo, entendido no processo educacional de formação das
pessoas, deve ser considerado como um caminho essencial para o exercício
pleno da cidadania no futuro individual dessas pessoas (TUBINO, 2001).

3.1.2 Esporte-participação
Esta é a dimensão social do esporte referenciada como o principio do prazer
lúdico, e que tem como objetivo o bem-estar social dos seus participantes.
Também conhecido como Esporte Popular tem relações íntimas com o lazer e o
tempo livre, sendo praticado de forma espontânea, em espaços não
comprometidos com o tempo e fora faz obrigações da vida diária. Ou seja,
oferece a oportunidade de liberdade a cada praticante, a qual se inicia na própria
participação voluntária.

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Figura 1 - Crianças brincando na rua


Fonte: Shutterstock, 2021.

#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografias de quatro crianças
brincando de cabo de guerra ao ar livre. Todas
estão no mesmo time, puxando uma corda. Ao
fundo, pode-se observar vegetação.

Além das condições hedonísticas que o envolvem, o mesmo tem o seu valor
social evidenciado na participação e nas alianças ou parcerias desenvolvidas.
Essa ação fortalece os grupos e comunidades, tornando-os ativos e com mais
possibilidades de percepção do conceito de obrigação social, e
consequentemente mais agentes do seu próprio destino.
No que se refere às regras, estas podem ser oficiais, adaptadas ou até criadas,
pois são estabelecidas entre os participantes. O esporte-participação, que
também é conhecido como esporte comunitário, esporte-ócio, esporte-lazer ou
esporte do tempo livre, tem como princípios: a participação, o prazer e a
inclusão. O esporte-participação como a própria denominação sugere, ao
promover a participação e ao obter sucesso neste seu objetivo principal, acaba
por equilibrar o quadro de desigualdades de oportunidades esportivas
encontrado na dimensão do esporte performance.

3.1.3 Esporte-performance

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Conhecido também como esporte de competição, esporte de desempenho e


esporte institucionalizado, é traz consigo os propósitos de novos êxitos
esportivos, a vitória sobre adversários nos mesmos códigos, e é exercido sob
regras preestabelecidas por entidades internacionais de cada modalidade. Tem
como objetivo alcançar resultados, vitórias, recordes, títulos esportivos,
projeções na mídia e prêmios financeiros.

Figura 2 - Esportes olímpicos


Fonte: Globo.com.

#PraCegoVer
Na figura, temos uma montagem com 10
fotografias de esportes olímpicos. Da esquerda
para a direita, de cima para baixo, temos uma
pessoa em um cavalo, dois lutadores em um
ring, uma pessoa em uma bicicleta, um homem
nadando, dois homens de cadeira de rodas
jogando bola, uma pessoa em uma canoa,
participantes correndo, um homem dentro da
água, uma jovem fazendo ginástica rítmica e
participantes preparados para nadar.

Há uma tendência natural para que seja praticado pelos chamados talentos
esportivo, impedindo, assim, de ser considerada uma manifestação
comprometida com os preceitos democráticos. Trata-se da dimensão social que
oportuniza os espetáculos esportivos, onde uma série de possibilidades sociais
positivas e negativas pode acontecer.
A ética deve ser uma referência nas competições e nos treinamentos. Os dois
princípios do esporte-performance são: a Superação e o Desenvolvimento
Esportivo. Convém esclarecer que o esporte-performance pode ser: de

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rendimento ou de alto rendimento (alta competição, alto nível etc.). Os princípios


para essas duas manifestações são comuns.
A preferência pelo espetáculo esportivo é uma característica muito visível nessa
dimensão. As modalidades esportivas de pouco impacto em matéria de
espetáculo definham, enquanto aquelas que podem torna-se grandes shows
para o público em geral, principalmente os divulgados na mídia, crescem
aceleradamente.

É no esporte-performance que encontram-se as críticas pelos


autores que combatem o capitalismo, considerando o esporte
de competição e suas vinculações com negócios financeiros
como sendo sintomas evidentes da exacerbação do
capitalismo.

O esporte-performance tornou-se irremediavelmente


dependente dos esquemas comerciais, onde, para alcançar o
sucesso, faz-se necessário a presença de ídolos e também a
realização de grandes espetáculos.

O avanço da tecnologia tem conseguido levar o espetáculo para fora do contexto


esportivo, ao evidenciar detalhes de grande interesse para o público como as
emoções, os bastidores e os fatos paralelos. No entanto, existem sintomas
positivos que justificam a relevância social no esporte-performance. Veja a
seguir:

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Figura 3 -
Sintomas positivos que justificam a relevância social no esporte-performance

#PraCegoVer
Na figura, temos um esquema, como uma linha
do tempo, indicando os sintomas positivos que
justificam a relevância social no esporte-
performance. Entre eles, temos que será sempre
um meio de progresso nacional e de
intercâmbios internacionais ao ser reconhecido
como atividade cultural; a organização esportiva
comunitária não deixa de ser um fator de
fortalecimento social (desde que seja legítimo);
envolvimento de vários tipos de recursos
humanos qualificados, provocando a existência
de várias profissões de especialistas esportivos;
a indústria esportiva favorece o crescimento de
mão de obra especializada; é um fator de
geração de turismo; e o fenômeno chamado
efeito-imitação exerce grande influência no
esporte popular.

Alguns fatos novos relativos ao esporte continuam a surgir, tais como o


interesse cada vez maior pelos esportes coletivos e os de aventura, o
aparecimento dos esportes de shopping (patinação, boliche, kart etc.), a
exacerbação dos negócios no esporte de rendimento e a proliferação de
federações internacionais de uma mesma modalidade (tênis, boxe, surfe etc.).

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Por tudo isso, pode-se afirmar que o esporte é um dos maiores fenômenos deste
final de século 20 e sem dúvida o melhor meio de convivência humana.

TESTE SUAS HABILIDADES


(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)

3.2 O olimpismo de Pierre de Coubertin

Definir Olimpismo não é fácil e amplia, sobretudo, quando o tempo, a


simplificação da semântica ou o puro desconhecimento, confundem o termo
com os Jogos Olímpicos, com Olimpíada, com o Olimpo ou mesmo com a
própria Olímpia. E isto verifica-se um pouco por todo o mundo.
Esta dificuldade concentra-se se considerarmos, por outro lado, que o próprio
sentido de Olimpismo contém em si diferentes realidades ou dimensões,
nomeadamente:

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Em 2010, Jacques Rogge, então presidente do Comité Olímpico Internacional,


afirmou que “O Olimpismo é Educação de gente jovem”. Nesta perspectiva, o
Olimpismo já não surge enquanto conceito vago ou abstrato. Ao realizar tal
associação, o então Presidente do COI, procurou ir ao encontro da visão
originalmente concebida por Pierre de Coubertin, e que conseguimos igualmente
identificar no ponto 1º dos Princípios Fundamentais da Carta Olímpica,
aproximando-se de uma abordagem muito concreta: a dimensão humanista do
Olimpismo.
Pierre de Coubertin, cidadão francês, nasceu em Paris no dia 1 de Janeiro de
1863 e foi o criador e principal mentor do Movimento Olímpico durante as
primeiras décadas da sua existência, tendo sido igualmente crucial no processo
de criação dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. De acordo com o OIC (2018),
Coubertin via o esporte como parte da educação de qualquer jovem assim como
a ciência, a literatura e as artes. Com esta visão, seu objetivo era oferecer
educação harmoniosa para o corpo e a mente da juventude.
Na sua visão, o Olimpismo é, sobretudo, uma obra pedagógica, com a
potencialidade de poder ser assumida, por qualquer Ser Humano, enquanto
filosofia de vida, onde o desporto representa um meio e não um fim, e assume
posição enquanto dinamizador da vontade e via de transmissão de valores
civilizacionais, resultantes de uma corrente ininterrupta de pensamento humano,
com origem na Antiga Grécia. De fato, a própria denominação Olimpismo, resulta
dessa homenagem à Antiguidade, que sabemos, suscitava em Coubertin uma
espécie de inspiração romântica, filosofia para a qual, a celebração dos Jogos
Olímpicos da Era Moderna deveria constituir a mais visível forma de divulgação.
Neste sentido, é possível identificar quatro grandes fontes na gênese do
Olimpismo, isto é, na construção da sua dimensão humanista: a Grécia Antiga, o
espírito cavaleiresco, os ideais das luzes e o modelo pedagógico assente no
desporto promovido pelos educadores anglo-saxões.
São de fácil compreensão os laços que ligam o Olimpismo à Antiguidade
Helénica. Coubertin inspirou-se no festival religioso celebrado em Olímpia para
denominar o seu próprio evento moderno. Olímpia acolheu durante mais de um
milénio os Jogos Olímpicos, celebração organizada em honra de Zeus e o mais
importante evento de um calendário quadrienal “Os Jogos Pan-helénicos” (para

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todos os gregos) que incluía igualmente celebrações em Nemeia (Jogos


Nemeus), Delfos (Jogos Píticos) e no Istmo de Corinto (Jogos Ístmicos). Mas a
influência gerada pelos antigos helenos, extravasa em muito a pura associação
aos Jogos Olímpicos, para se centrar no próprio legado civilizacional e, mais
concretamente, num determinado modelo de organização político-social: a Pólis.

No contexto do século VIII A.C., a Pólis ou Cidade, assumia-se


como um agente de formação dos seus cidadãos, empenhada
na promoção de uma aprendizagem diversificada de
conteúdos, que preparassem o cidadão para a vida, mas
igualmente na promoção de uma determinada conduta e
modelo de caráter, sintetizado na expressão Kalos Kagathos,
ou seja, o desenvolvimento harmonioso do indivíduo (ideal
cavaleiresco de beleza física e intelectual e bondade
espiritual), que se ligava por sua vez à ideia de Aretê, um alto
ideal de virtude moral, característica dos heróis homéricos e
concretizado numa conduta cortês e distinta.

Esta simbiose, era produto da influência gerada pelos poemas


de Homero e de Hesídono, que aliás constituíam a matriz
educativa helénica, e um ideal de vida, cujos cidadãos deviam
demonstrar com especial ênfase a quando da sua
participação nos festivais “pan-helénicos”, onde,
precisamente, se homenageava a divindade e se superava o
antagonismo reinante entre as diferentes cidades, pela
evidenciação das características civilizacionais comuns de
todo um povo: entre elas, Kalos Kagathos e Aretê. Os antigos
acreditavam que os deuses concediam a vitória (simbolizada
pela deusa Nike que descia dos Céus ao encontro do
vencedor) ao mais digno e valoroso dos atletas.

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Com o advento do período Helenista e mais tarde a conquista romana, o papel


formador da Pólis extinguiu-se, sendo substituída pelo emergir de novas
correntes filosóficas e pela atividade dos sofistas (professores privados),
acabando por elitizar o processo educativo.
O fim do Império Romano e a ascensão da Igreja, elitizam ainda mais esse
processo, centrando-o na reclusão dos mosteiros. Se de fato, o surgimento das
Universidades, já na baixa Idade Média, contribuiu para a disseminação do
conhecimento, a verdade é que essa circulação realiza-se ainda em circuito
fechado.
É com o Renascimento que se assinala um momento histórico crucial. O
surgimento do Movimento Humanista, reclamando um regresso à antiguidade
clássica e o afastamento do teocentrismo, para colocar o Homem no centro do
Universo. Esta nova ideia, representa uma quebra com o passado: os estudiosos
focam-se na compreensão do Homem e nas formas de assegurar o seu
desenvolvimento, relegando a teologia e a metafísica para segundo plano. Este
Movimento é potenciado pelas próprias inovações da época, como a invenção
da imprensa mecânica ou a revolução cultural suscitada pela idade das
descobertas, pela redescoberta das civilizações clássicas ou pelo patrocínio dos
mecenas. Por outro lado, melhores condições alimentares e progressos na
medicina reduzem a mortalidade infantil e aumentam a esperança média de
vida. As crianças passam a ter rosto e um futuro previsível, levando a crescente
burguesia (nova classe endinheirada que emerge do povo) a olhar para a
educação dos filhos como uma forma de promover a sua ascensão social.
Assiste-se assim a um aumento do número de estabelecimentos de ensino,
orientados pela influência dos humanistas, dedicados cada vez mais ao
desenvolvimento de teorias pedagógicas que cumpram com o derradeiro
objetivo de aperfeiçoamento do Homem. Ao Renascimento sucede o período
Iluminista, ou “Século das Luzes”. Se o primeiro promoveu uma “imitação” da
civilização clássica, o segundo olhou para esses modelos do passado enquanto
bases de reflexão e inovação. É a época do Ideal do “Homem Esclarecido” e da
consciência do eterno aperfeiçoamento que sempre deve presidir à existência
humana. “Ousar saber” era o princípio que guiava o Iluminismo. A experiência
passa a ser a base do conhecimento: desenvolve-se o método científico e a
subordinação da teoria à prática. Esta ênfase no esclarecimento Humano
conduz ao natural desenvolvimento da educação e ao emergir de novos estudos
sobre o tema.
Todavia, a prática revela que, apesar de todo o dinamismo filosófico, a
pedagogia educativa é ainda tributária de uma herança medieval,
acentuadamente teórica e assustadora. No Reino Unido, alguns colégios
instauram uma nova dinâmica, fazendo acompanhar o ensino das ciências com

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a introdução do desporto, um novo conceito que, mais do que promover o


exercício físico, dotava a sua prática de regras cujos objetivos pretendiam, não
só promover o bem-estar, mas igualmente a ética e um conjunto de valores
pessoais e sociais capazes de afastar os jovens do vício ou de atividades
degradantes do caráter.
Em pleno período revolucionário de 1971 na França, o Marquês de Condorcet,
dirigiu-se à Assembleia Nacional, num discurso em prol da educação pública e
universal que contemple o desenvolvimento harmonioso das faculdades físicas,
intelectuais e morais de todos os cidadãos. Todavia, os primeiros 70 anos do
século XIX na França, são uma época de forte convulsão social e política, onde
se sucedem os regimes e as ideologias. Depois da queda do II Império, em 1870,
a França que reemerge das cinzas é uma nação ferida, em busca de uma
identidade forte, capaz de reerguer o seu prestígio aos olhos dos cidadãos. A III
República volta-se para os ideais da Revolução Francesa, que pretende recuperar
e difundir, sobretudo através da educação pública, laica e universal. Coubertin
colabora com o Governo, realizando diversas viagens à Inglaterra e aos EUA sob
os auspícios do Ministério da Instrução Pública, onde encontra um sistema
capaz de “Rebronzer la France”. O grande rosto desta causa Republicana é, aliás,
o estadista Jules Simon apoia Pierre de Coubertin na formação do “Comité pour
la Propagation des Exercises Physiques”, também conhecido por Comité Jules
Simon e que, em 1890, dará origem à Union des Sociétés Françaises de Sports
Athlétiques (USFSA), cujo símbolo consistia em dois anéis entrelaçados e cujo
lema do seu primeiro campeonato atlético foi “Citius, Altius, Fortius”, de acordo
com proposta efetuada pelo seu presidente honorário, Henri Didon, e que em
1924, seria adotado como lema Olímpico.
Mas Coubertin objetivava mais do que apenas aportar contributos ao
aperfeiçoamento do sistema educativo francês. Para o jovem que considerava a
evolução pedagógica ainda muito longe dos progressos científicos e
tecnológicos do seu tempo, a solução preconizada para o aperfeiçoamento do
Homem e da Humanidade, envolvia a popularização e democratização do
desporto à escala global, conceito que percebia como uma poderosa correia de
transmissão de aprendizagens éticas e dinamizadora de uma cultura de vontade
relativo ao desenvolvimento integral, pessoal e social, tendo em vista a paz
duradoura entre os povos e as nações do mundo.
Era necessário reformar a sociedade pela educação das massas. Se em suma,
no rescaldo desta evolução histórica, podemos afirmar o Olimpismo, na sua
dimensão humanista, como uma filosofia de vida baseada em ideais humanistas
e universalistas, onde o desporto é encarado como facilitador dos objetivos de
aperfeiçoamento pessoal e social e da paz, tão ou mais importante é o
movimento evolutivo que lhe é inerente. Esta é, acentuadamente, uma filosofia

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de origem Europeia mas que, simultaneamente, contém em si aspirações


universais, através da preposição de um conjunto de valores e ideias
transversais às mais diferentes culturas.
Um dos pontos mais importantes para o jovem Pierre era a busca da paz. Em
seus primeiros escritos, ele considera os atletas participantes de encontros
esportivos internacionais como ‘embaixadores da paz’. Após a fundação do COI,
Coubertin passou a associar uma missão ética com suas ideias de paz, que veio
a se tornar central para o Movimento Olímpico e que poderia levar à educação
política (MÜLLER, 2009, p.346).
De fato a evolução do Olimpismo corresponde à evolução da própria
humanidade. Hoje representam preocupação do Movimento Olímpico temas tão
diversos como a proteção do ambiente e a sustentabilidade dos recursos, a
integração da mulher, ou o combate à pobreza e à exclusão social. Tudo isto são
reflexos da dimensão humanista do Olimpismo e esta constitui, sem dúvida, uma
forma pertinente de o Movimento Olímpico reforçar a sua importância junto do
cidadão comum. Nesta medida é fundamental ter em linha de conta:

A DIMENSÃO HUMANISTA DO OLIMPISMO

Reivindica um lugar de destaque, jamais podendo ser


tratada como um paliativo, face à ambição de obter
resultados enquanto um fim (e não um meio), no qual o
desporto de competição se transformou.

OS COMITÉS OLÍMPICOS E PARALÍMPICOS

São subcidiados na medida dos resultados obtidos nas


grandes competições Internacionais.

Esse paradigma tem de ser revisto, porquanto os governos


devem reconhecer o papel fundamental destas
instituições enquanto promotoras da filosofia do
Olimpismo, nomeadamente através das Academias
Olímpicas.

AÇÃO HUMANISTA DOS MOVIMENTOS OLÍMPICO E PARALÍMPICO

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Deve ser reforçada através da educação, estabelecendo


uma parceria efetiva com o Estado, na promoção social do
Ideal Olímpico num todo, e não apenas associado à
prática desportiva.

A ACADEMIA OLÍMPICA INTERNACIONAL

Deve assumir-se enquanto entidade verdadeiramente


universal e representar uma voz própria e ativa na
definição daquilo que é a linha condutora da educação a
nível internacional;

Deve articular com as Academias Nacionais formas de


ação e pressão junto das entidades governamentais
nacionais.

Pierre de Coubertin sempre criticou líderes mundiais dos esportes por serem
muito técnicos e não defenderem o espírito Olímpico já que ele sempre esteve
interessado na atitude moral e responsável do atleta para a qual a ‘Educação
Olímpica’ poderia em muito contribuir. Durante sua vida, Coubertin sempre
desejou a criação de um Centre d’Études Olympiques (Centro de Estudos
Olímpicos) para estudos e aprofundamento. Esse projeto acabou se
concretizando em Berlin entre 1938 e 1944 sob o controle de Carl Diem, usando
fundos providos pelo Reich (MÜLLER, 2009, p.351). Ainda dentro do sonho de
Educação Olímpica de Coubertin, a Academia Olímpica Internacional
(International Olympic Academy – IOA) foi fundada em 1961 em Olímpia, na
Grécia como o maior centro de Educação Olímpica, um compromisso com as
aspirações de Coubertin e um legado para muitas gerações (MIRAGAYA, 2008).

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VOCÊ SABIA?
Se você ficou quer entender mais sobre a Educação Olímpica, acesse o
Programa de Educação Olímpica. Nele você encontrará uma série de
recursos didáticos acessíveis criados pelo COI.

Acesse (https://www.olympic.org/olympic-values-and-education-program)

A Educação Olímpica de Pierre de Coubertin se multiplicou num legado


internacional que foi muito além dos países e suas culturas, abrangendo a
humanidade, envolvendo todos os tipos de pessoas e suas instituições. O legado
de Coubertin pode ser observado na Carta do COI, em vigor desde 2007. Essa
Carta faz várias referências ao conteúdo e à forma de Educação Olímpica tais
como:

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Figura 4 - Referências ao conteúdo e à forma de Educação Olímpica

#PraCegoVer
Na figura, temos um esquema indicando as
referências ao conteúdo e à forma de Educação
Olímpica. Encontramos esporte + cultura +
educação, em que a combinação é pedra
fundamental do Olimpismo na introdução do
documento; movimentos olímpicos, em que o
objetivo é contribuir para a construção de um
mundo melhor e repleto de paz, especialmente
por meio da educação pelo esporte; COI, que
tem o compromisso com a ética esportiva e, em
particular, com o fair play e para isso dá apoio à
IOA e outras instituições dedicadas à “Educação
Olímpica”; e carta do COI, que obriga os comitês
olímpicos nacionais a promover o Olimpismo em
todas as áreas de educação e, por exemplo,
adotar iniciativas independentes para a
“Educação Olímpica” por meio das academias
olímpicas nacionais.

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VOCÊ SABIA?
No final de 1918, Coubertin publicou 21 “Cartas Olímpicas” no jornal de
Lausanne, “La Gazette”, com o objetivo de ocasionar a simpatia dos
leitores no apoio à causa do Olimpismo e ao trabalho realizado em
Lausanne pelo Movimento Olímpico, tal como o Instituto Olímpico. Se
você ficou interessado sugere-se a leitura atualizada pela última vez em
2011, a qual apresenta um conjunto de regras adotado pelo Comitê
Olímpico Internacional (COI) para a organização dos Jogos e para o
comando do Movimento Olímpico. Escrita oficialmente em francês e
inglês, a Carta é traduzida para alemão, espanhol, russo e árabe, para as
reuniões do COI.

Acesse (http://www.fadu.pt/files/protocolos-
contratos/PNED_publica_CartaOlimpica.pdf)

3.3 O legado dos megaeventos esportivos

Quando pensamos em megaeventos esportivos e consequente investimento


público para tal, surgem vários argumentos acerca da sua realização. Isso
acontece porque eles se constituem em um meio para a promoção do
desenvolvimento econômico, social e político das nações e/ou cidades sede
(SPAAJI, 2012). E, além disso, configuram-se como oportunidades ímpares para
o desenvolvimento do esporte nestas localidades (COALTER, 2004).
No entanto, alguns autores contestam se de fato “existe esse
desenvolvimento?”, e “para quem?”. Coackley e Souza (2015) fazem uma
reflexão em seu estudo ao apontar que os países que sediaram megaeventos
esportivos como os Jogos Olímpicos, os Paralímpicos e a Copa do Mundo,
receberam propostas de elites políticas e corporações que, embora tenham

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prometido grandes ganhos econômicos e sociais para os países, criaram


infraestruturas para os eventos pouco sustentáveis e de retorno insatisfatório
para a população como um todo.
Acredita-se que vários fatores dificultam a promoção de legados positivos para a
população em geral e para as cidades e países sede. Veja alguns deles:

EXIGÊNCIAS DAS INSTITUIÇÕES ORGANIZADORAS

O Comitê Olímpico Internacional (COI) e Federação


Internacional de Futebol Associado (FIFA), impõem rígidas
condições para que os países sede possam realizar os
eventos;

Exigem infraestrutura de transporte público e a construção


das instalações esportivas dentro de determinados
parâmetros, mesmo que estes não estejam alinhados c
om as necessidades e demandas da população local que
potencialmente poderia também utilizar estas estruturas
construídas;

O objetivo principal das mesmas é o de fazer com que o


evento aconteça, otimizando ao máximo a sua
participação no capital social, político e econômico gerado
pelos eventos.

ESTABELECIMENTO DOS PRAZOS

São relativamente curtos frente à infraestrutura que os


mesmos demandam;

O processo de planejamento tende a ser feito de cima para


baixo, a favor de determinados interesses, com muito
pouca - ou nenhuma - participação da população que será
diretamente afetada;

A agenda de “desenvolvimento” tende a se centrar na


construção de infraestrutura para a expansão e trâmite do

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capital;

Metas de desenvolvimento tais como inclusão social e


participação popular nas tomadas de decisões, são
rapidamente esquecidas no processo de planejamento e
dotação orçamentária.

INVESTIMENTOS PÚBLICOS

Detalhes da contabilidade normalmente ficam dispersos


devido à participação de diversos órgãos públicos e
privados, cada um com sua própria agenda e orçamento;

Vários fatores dificultam contabilizar gastos e lucros


como, por exemplo, verbas para cobrir situações de
emergência e não previstas; contas não declaradas como
despesas; verbas contratos sem licitação.

INSTITUIÇÕES ORGANIZADORAS E CORPORAÇÕES VINCULADAS

Detêm total posse dos lucros produzidos com a sua


marca, o que dificulta que agentes locais possam ter
lucros com os eventos;

A contrapartida financeira para os países sede tende a não


ser substantiva frente aos investimentos feitos para que
os eventos aconteçam.

Diante disso, observa-se que os países sede, normalmente, não conseguem


cumprir suas promessas de desenvolvimento em prol do bem comum.
Revelando, assim, que o legado da realização de megaeventos esportivos tende
a ser negativo para grande parte da população que financia boa parte destes
eventos através de impostos. Na verdade, o que ocorre é uma concentração de
recursos públicos em áreas estratégicas para a realização do evento em
detrimento de investimentos em outras áreas fundamentais para a promoção do
desenvolvimento humano, tais como saúde e educação. Acredita-se que a

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realização de megaeventos esportivos promove “desenvolvimento” sim, mas


desenvolvimento dentro de uma determinada perspectiva e centrado em alguns
setores da sociedade.
Segundo o Ministério do Esporte (2008), vale ressaltar que a possibilidade da
realização e organização de um Megaevento Esportivo, decorrente da
elaboração e de um planejamento consistente e responsável, poderá gerar
também “possíveis legados”, que são apresentados em cinco categorias a
seguir:

Legados do Evento em Si

Construções esportivas: estádios, arenas e outros


equipamentos;

Construções de infra-estrutura da cidade, como obras de


transporte(metrô e etc.), alojamento de atletas;

Compras de equipamentos esportivos, de segurança,


telecomunicações, informática, etc.;

Ocupações de empregos temporários e/ou permanentes.

Legados da Candidatura do Evento

Aprendizado do processo de candidatura como, projetos, o


processo em si e a organização prévia do evento;

Planejamento urbanístico da cidade-candidata que poderá


ser utilizado pelo Poder Público, independente da
realização do evento.

Legados da Imagem do País

Projeção da imagem do país;

Projeção da imagem da cidade-sede dentro e fora do país,


considerada como cultura urbana;

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Projeção de oportunidades econômicas e de serviços que


o país poderá oferecer;

Nacionalismo e confiança cívica, bem como o orgulho


regional e nacional.

Legados da Governança

Planejamento participativo;

Cooperação de diferentes órgãos administrativos;

Parceria público- privada;

Liderança do poder público local.

Legados de Conhecimento

Treinamento e capacitação do pessoal envolvido na


gestão do megaevento;

Ecos do voluntário que sugere a transmissão dos


conhecimentos adquiridos por eles para sua comunidade,
podendo se estender até na família e comunidade;

Construção de estruturas adequadas, visando o


aproveitamento futuro pela população.

Evidências como essas nos conduz a uma reflexão acerca da importância de


pensar sobre o projeto de sociedade que buscamos. Uma sociedade soberana e
democrática, voltada para a emancipação dos trabalhadores e para a garantia de
condições dignas de vida e dos direitos fundamentais a todos os cidadãos, no
sentido de alcançar a contínua satisfação das necessidades humanas. Neste
sentido, a geração de legados pressupõe uma ação determinada, proativa, acima
de tudo referenciada na perspectiva do desenvolvimento humano, da justiça e da
inclusão social desta e de futuras gerações.

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Logo, se faz necessário de identificar possibilidades transformadoras, identificar


também como maximizar eventuais legados e otimizar os benefícios da
realização dos grandes eventos com buscando garantir os direitos fundamentais
dos cidadãos e superar os limites e vulnerabilidades existentes na cidade,
estado ou país que os realizam.

Desde o final do século XIX, momento em que Pierre


Coubertin estabeleceu os modernos Jogos Olímpicos, os
mesmos têm refletido a promoção e representação de
valores sociais e políticos de seu tempo, frequentemente
refletindo os prevalentes ou contestados valores das
nações participantes e, ocasionalmente, dando
oportunidade para protestos vindos de baixo.

Para Coubertin, as Olimpíadas significavam a celebração


da ciência, razão, progresso e busca da perfeição, uma
perspectiva universal que procurava se elevar acima dos
particulares interesses das nações. Mais frequentemente,
no século XX, as Olimpíadas proporcionavam um palco
internacional para a expressão dos competitivos interesses
ideológicos das nações dominantes.

Em 1936, as Olimpíadas de Berlim simbolizaram o embate entre o fascismo e a


democracia. Entre 1948 e 1972, os Jogos tiveram lugar com a Guerra Fria como
pano de fundo. Neste sentido, o legado político e social focalizou-se sobre o
próprio evento e o efeito econômico foi menos específico quanto aos Jogos, e
mais simbólico quanto à alegada superioridade de um particular sistema
socioeconômico. A Olimpíada significou apenas um pequeno peão num grande
jogo político.

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Figura 5 - Olimpíadas de Berlim

#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia em preto e branco
das Olimpíadas de Berlim. Há um indivíduo em
destaque acendendo uma tocha em uma
estrutura pronta. Ao redor, pode-se observar o
exército em formação. Ao fundo, há bandeiras
com suástica, um árvore e uma grande
construção.

Já na década de 60 e 70, houve um problema particular em encontrar ansiosos


anfitriões, considerando que o custo de escala dos Jogos eram considerados
proibitivos. Receber as Olimpíadas não era percebido como uma opção atraente,
principalmente quando esses fatores foram combinados com problemas
políticos de segurança.
O número de cidades candidatas cresceu acentuadamente a partir da metade
dos anos 80, com americanos e europeus dominando o processo, refletindo o
crescimento e importância atribuídos às Olimpíadas como um megaevento
global. Para se ter uma ideia o número de cidades candidatas passou de 20
cidades, no ano de 1992, para 50 cidades em 2008.
O renascimento do interesse em sediar as Olimpíadas apresenta muitas
dimensões, pois a realização de um evento de larga escala é uma ótima
estratégia de regeneração, abrangendo novas formas de financiamento,
aceleração de desenvolvimento e renovação urbana, enquanto combina

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elementos de mudança política e engenharia social com o objetivo de reduzir as


tensões internas no âmago das cidades e seu potencial latente de inquietação
social (MINISTÉRIO DO ESPORTE, 2008).
Um dos aspectos positivos dos megaeventos esportivos é que eles podem ser
propícios para o envolvimento da população em atividades físicas, ao criarem
espaços e equipamentos dessa ordem. Eles podem também proporcionar um
aumento de interesse pelo esporte e conhecimento sobre o mesmo (UK SPORT,
2011). No entanto, por si só os megaeventos não podem promover mudanças
sustentáveis no comportamento dos indivíduos no que se refere à adoção de
comportamentos positivos relacionados à saúde. Ou seja, o “efeito inspiração”
não dura a longo prazo.
Todavia, vale ressaltar que os atletas podem servir como “modelos esportivos”
para ajudar as pessoas a se motivarem e se manterem motivadas para a prática.
Para que esse “efeito” seja consolidado, faz-se necessário que os países sede
bem como suas organizações esportivas realizem um planejamento incluindo
incentivos à prática de atividade física, bem como a oferta de estruturas e
programas esportivos.

Figura 6 - Evento esportivo

#PraCegoVer
Na figura, temos diversas pessoas em uma
espécie de passeata. Há um homem no meio,
segurando a bandeira do Brasil. As demais
pessoas vestem roupas da cor verde e amarela,
com um blazer azul escuro e chapéu de palha.

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O que se tem observado nos últimos anos é que os países sede tendem a
investir no desenvolvimento do esporte de alto rendimento. Porém, estes
investimentos, acabam por se concentrar em determinadas modalidades em
detrimento de outras, dependendo diretamente do potencial do ganho medalhas.
Esta estratégia de se investir em modalidades que podem “render” medalhas
pode ter um impacto negativo no desenvolvimento de modalidades que
poderiam estar inspirando e, ao mesmo tempo, possibilitando um maior
engajamento por parte da população nas mesmas (COACKLEY; SOUZA, 2015).
A construção de legados positivos necessita de planejamento minucioso. O ideal
é que este fosse realizado pensando de fato na população, e não nos interesses
das instituições promotoras, que for sua vez, tendem a se beneficiar de forma
majoritária, bem como a seus aliados que possuem acesso a informações
privilegiadas e capital suficiente para desenvolver projetos que conseguem gerar
lucro dentro do curto prazo estabelecido para a preparação e realização dos
eventos.
Os megaeventos esportivos estão profundamente enraizados em nossa
sociedade e vão continuar acontecendo, independentemente desses fatos. Eles
são atrativos, possuem um grande poder de mobilização, possuem também
potenciais que podem ser devidamente explorados em prol do bem comum.
Para isto, no entanto, é necessário que a decisão para se sediar estes eventos,
esteja alinhada com as metas de desenvolvimento de longo prazo das cidades e
países sede.
No caso do esporte, os megaeventos esportivos poderiam se estabelecer
enquanto uma oportunidade de se propagar uma cultura esportiva mais forte no
país não somente no sentido de promoção dos níveis de atividade física e
esportiva da população e aprimoramento do nível de desempenho dos atletas de
alto-rendimento, mas também de se potencializar o conhecimento e
entendimento, por parte da população em geral, acerca das diferentes
modalidades esportivas e complexidades envolvidas no fenômeno esportivo
(fatores sociais, psicológicos, culturais, etc.).

TESTE SUAS HABILIDADES


(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)

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Vivência das tendências da Educação Física


Agora que você já conheceu um pouco mais sobre a atuação do profissional de
Educação Física que trabalha com a área do lazer.
Vamos fazer um treino de habilidades com a vivência das tendências da
Educação Física?
Nossos objetivos com a prática são:

vivenciar as características da área de atuação e a sua


relação com o mercado de trabalho;

investigar as diversas formas de atividade física e


esportiva no contexto do lazer.

Para a prática, siga as etapas abaixo:


1. Produza um relatório, em formato de texto, com até 50 linhas, que possibilite
você fazer uma reflexão dos pontos que foram discutidos.
2. Descrição da atividade: descreva quais são as atividades realizadas por um
profissional de Educação Física que trabalha com a área do lazer, assim como
as diferentes opções de local de atuação e as diferentes possibilidades de
público com o qual ele pode atuar.
3. Demandas observadas: identifique e descreva quais características são
importantes que um profissional de Educação Física que trabalha com a área do
lazer tenha e quais experiências são essenciais durante sua formação para ter
uma atuação de sucesso.
4. Análise crítica: faça uma análise crítica descrevendo qual a importância do
profissional de Educação Física que trabalha com a área do lazer e se você
considera que esta pode ser considerada uma profissão que proporcione
estabilidade financeira ao profissional.
5. Conclusões: conclua seu relatório trazendo o que você aprendeu sobre a
atuação do profissional de Educação Física que trabalha com a área do lazer.
6. Poste no Fórum – Esclareça Suas Dúvidas as dificuldades encontradas e
depois escreva o relatório do treino de habilidades para entregar.

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VOCÊ QUER VER?


A realização de megaeventos é uma oportunidade para acelerar
investimentos em infraestrutura e serviços, além de impulsionar o turismo
e gerar empregos para a população. No entanto, é notória a necessidade
de um bom planejamento.

Se você realizou a leitura do e-book e também tem acompanhado a


realização dos megaeventos nos últimos anos, é necessário realizar uma
reflexão. Assim, sugere-se que você assista à entrevista com o antigo
ministro do Esporte, Aldo Rebelo, falando sobre os vários benefícios que
os grandes eventos esportivos trariam para o Brasil em 2014.

Acesse (https://www.youtube.com/watch?v=hZqFrnmbp_k)

CONCLUSÃO

Concluímos esse capítulo que tivemos a oportunidade de analisar as dimensões


sociais do esporte. Além disso, foi possível reconhecer os legados dos jogos
olímpicos desde a educação olímpica aos megaeventos, identificando os
impactos socioculturais dos mesmos.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:

entender a transição conceitual assumida pelo esporte ao


longo dos anos, identificando-o enquanto um fenômeno
social e o melhor meio de convivência humana;

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conhecer a contextualização do esporte moderno, desde


os Jogos Olímpicos da era de Coubertin até a estruturação
dos megaeventos;

identificar os impactos positivos e negativos causados


pela realização dos megaeventos, analisando as metas de
desenvolvimento.

Clique para baixar conteúdo deste tema.

Referências
ARAÚJO, A. C. [et.al]. Megaeventos esportivos e seus legados [recurso
eletrônico] : reflexões sobre Copa do Mundo 2014 a partir da Mídia-
Educação. Natal, RN: EDUFRN, 2016. 96 p. : PDF ; 1,4 Mb. – (Coleção
megaeventos esportivos). ISBN 978-85-425-0643-3. Disponível em:
http://repositorio.ufrn.br (http://repositorio.ufrn.br).

COAKLEY, J.; SOUZA, D. L. Legados de megaeventos esportivos. Rev.


Bras. Educ Fís. Esporte. v. 29 n.4 p.675-86 São Paulo, Out-Dez. 2015

COALTER, F. Stuck in the blocks? A sustainable sporting legacy? In: Vigor


A, Mean M, Tims C, organizers. After the Goldrush: a sustainable
Olympics for London. London: IPPR and DEMOS; 2004. p.93-108.

INTERNATIONAL OLYMPIC COMMITTEE. Disponível em:


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