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TURMA REGULAR
CONHECIMENTOS GERAIS
MÓDULO – IV
MAIO - JUNHO
2022
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = == = = = = = = = = = = = = = = =
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MATEMÁTICA ................................................................................................................ 87
ÂNGULOS ................................................................................................................................................................ 89
TRIÂNGULOS .......................................................................................................................................................... 89
TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO ............................................................................................... 89
LEI DOS SENOS E DOS COSSENOS .................................................................................................................... 89
ÁREA DAS PRINCIPAIS FIGURAS PLANAS ......................................................................................................... 89
ARCO TRIGONOMÉTRICO .................................................................................................................................... 90
FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS ........................................................................................................................... 91
EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS ............................................................................................ 93
NÚMEROS COMPLEXOS ..................................................................................................................................... 110
-4-
P
O
R
T
U
G
U
Ê
S
-5-
-6-
REDAÇÃO
PARALELISMO
1. PARALELISMO SEMÂNTICO: é propriedade de uma construção que obedece a uma simetria na natureza ou no tipo das palavras
empregadas .
CORREÇÃO:
a) ________________________________________________________________________________________________________
b) ________________________________________________________________________________________________________
c) ________________________________________________________________________________________________________
d) ________________________________________________________________________________________________________
e) ________________________________________________________________________________________________________
2. PARALELISMO SINTÁTICO: é a propriedade de uma construção que obedece a uma simetria nos termos de mesma função
sintática.
Exemplo de erro: A democracia manda eleger os governantes e que respeitam os eleitos ( infinitivo + verbo no presente)
Exemplo de acerto: A democracia manda eleger os governantes e respeitar os eleitos. (todos verbos)
Exemplo de erro: O brasileiro demonstra respeitabilidade, ser confiante, honestidade e ser amigo. (substantivo + verbo e substantivo
+ verbo + substantivo)
Exemplo de acerto: O brasileiro demonstra respeitabilidade, confiabilidade, honestidade, amizade. (todos substantivos)
Exemplo de erro: O trabalhador deve demonstrar probidade, competência e não faltar ao trabalho. (substantivo + substantivo + verbo
Exemplo de acerto: O trabalhador deve demonstrar probidade, competência e assiduidade ao trabalho. (todos substantivos)
a) As correlações não só ... mas também ( como também), tanto ...quanto ( como), nem ...nem, ou...ou devem ser empregados
exatamente assim.
Ex.: O País precisa atacar não só o problema da fome como também as causas profundas dos males.
Exemplo de erro: O País precisa não só atacar o problema da fome como também as causas profundas dos males.
b) A expressão e que deve ser empregada com cuidado. Deve-se evitar o vício de empregá-la sem simetria, ou seja, só deve ser
empregada se houver que na oração anterior.
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CORREÇÃO:
a) ________________________________________________________________________________________________________
b) ________________________________________________________________________________________________________
c) ________________________________________________________________________________________________________
d) ________________________________________________________________________________________________________
e) ________________________________________________________________________________________________________
Exercícios
1. As frases a seguir contêm erros de paralelismo. Reescreva-as de modo adequado:
a) Visitou a China, os hindus, os japoneses e a comida tailandesa.
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d) Quando foi ao Chile, conheceu as cidades do litoral, as montanhas e um parente de seu pai.
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e) Getúlio Vargas era dono de muito carisma e que tinha popularidade entre os brasileiros.
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Exercícios de Paralelismo
O DISCURSO
Natividade é que não teve distrações de espécie alguma. Toda ela estava nos filhos, e agora especialmente na carta e no
discurso. Começou por não dar resposta às 1efusões políticas de Paulo; foi um dos conselhos do conselheiro. Quando o filho tornou
pelas férias tinha esquecido a carta que escrevera.
O discurso é que ele não esqueceu, mas quem é que esquece os discursos que faz? Se são bons, a memória os grava em
bronze; se ruins, deixam tal ou qual amargor que dura muito. 2O melhor dos remédios, no segundo caso, é supô-los excelentes, e, se
a razão não aceita esta imaginação, consultar pessoas que a aceitem, e crer nelas. A opinião é um velho óleo incorruptível.
Paulo tinha talento. O discurso naquele dia podia pecar aqui ou ali por alguma ênfase, e uma ou outra ideia vulgar e exausta.
Tinha talento Paulo. Em suma, o discurso era bom. Santos achou-o excelente, leu-o aos amigos e resolveu transcrevê-lo nos jornais.
3
Natividade não se opôs, mas entendia que algumas palavras deviam ser cortadas.
– Cortadas, por quê? perguntou Santos, e ficou esperando a resposta.
– Pois você não vê, Agostinho; estas palavras têm sentido republicano, explicou ela relendo a frase que a afligira.
Santos ouvia-as ler, leu-as para si, e não deixou de lhe achar razão. Entretanto, não havia de as suprimir.
– Pois não se transcreve o discurso.
– Ah! isso não! O discurso é magnífico, e não há de morrer em S. Paulo; é preciso que a Corte o leia, e as províncias também,
e até não se me daria fazê-lo traduzir em francês. Em francês, pode ser que fique ainda melhor.
– Mas, Agostinho, isto pode fazer mal à carreira do rapaz; o imperador pode ser que não goste...
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Pedro, que assistia desde alguns instantes ao debate, interveio docemente para dizer que os receios da mãe não tinham
base; era bom pôr a frase toda, e, a rigor, não diferia muito do que os liberais diziam em 1848.
– Um monarquista liberal pode muito bem assinar esse trecho, concluiu ele depois de reler as palavras do irmão.
– Justamente! 4assentiu o pai.
5
Natividade, que em tudo via a inimizade dos gêmeos, suspeitou que o intuito de Pedro fosse justamente comprometer Paulo.
Olhou para ele a ver se lhe descobria essa intenção torcida, mas a cara do filho tinha então o aspecto do entusiasmo. Pedro lia trechos
do discurso, acentuando as belezas, repetindo as frases mais novas, cantando as mais redondas, revolvendo-as na boca, tudo com
tão boa sombra que a mãe perdeu a suspeita, e a impressão do discurso foi resolvida. Também se tirou uma edição em folheto, e o
pai mandou encadernar ricamente sete exemplares, que levou aos ministros, e um ainda mais rico para a Regente.
MACHADO DE ASSIS
Esaú e Jacó. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997.
1efusão − manifestação expansiva de sentimentos
4assentir− concordar
1. O melhor dos remédios, no segundo caso, é supô-los excelentes, e, se a razão não aceita esta imaginação, consultar pessoas
que a aceitem, e crer nelas. (ref. 2)
A conjunção sublinhada e estabelece paralelismo sintático entre duas orações. Identifique-as. Reescreva o trecho acima, substituindo
a conjunção e por outra conjunção coordenativa, mantendo o mesmo sentido e a mesma estrutura do período original.
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b) Reescreva as frases III e IV, eliminando a inadequação vocabular que elas apresentam.
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3. Nas frases a seguir, há falta de paralelismo sintático. Reescreva-as, mantendo seu sentido e fazendo apenas as alterações
necessárias para que se estabeleça o paralelismo.
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b) Essa reforma agrária, por um lado, fixa o homem no campo, mas não lhe fornece os meios de subsistência e de produzir.
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4. Amantes dos antigos bolachões penam não só para encontrar os discos, que ficam a cada dia mais raros. A dificuldade aparece
também na hora de trocar a agulha, ou de levar o toca-discos para o conserto. ("Jornal da Tarde", 22/10/98, p. 1C)
a) Tendo em vista que no texto acima falta paralelismo sintático, reescreva-o em um só período, mantendo o mesmo sentido e fazendo
as alterações necessárias para que o paralelismo se estabeleça.
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b) Justifique as alterações efetuadas.
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UM CÃO, APENAS
01 Subidos, de ânimo leve e descansado passo, os quarenta degraus do jardim - plantas em flor de cada lado; borboletas
incertas; salpicos de luz no granito -, eis-me no patamar. E a meus pés, no áspero capacho de coco, à frescura da cal do pórtico, um
cãozinho triste interrompe o seu sono, levanta a cabeça e fita-me. É um triste cãozinho doente, com todo o corpo ferido; gastas, as
mechas brancas do pelo; o olhar dorido e profundo, com esse lustro de lágrima que há nos olhos das pessoas muito idosas. Com um
grande esforço acaba de levantar-se. Eu não lhe digo nada; não faço nenhum gesto. Envergonha-me haver interrompido o seu sono.
Se ele estava feliz ali, eu não devia ter chegado. Já que lhe faltavam tantas coisas, que ao menos dormisse: também os animais
devem esquecer, enquanto dormem...
02 Ele, porém, levantava-se e olhava-me. Levantava-se com a dificuldade dos enfermos graves: acomodando as patas da frente,
o resto do corpo, sempre com os olhos em mim, como à espera de uma palavra ou de um gesto. Mas eu não o queria vexar nem
oprimir. Gostaria de ocupar-me dele: chamar alguém, pedir-lhe que o examinasse, que receitasse, encaminhá-lo para um tratamento...
Mas tudo é longe, meu Deus, tudo é tão longe. E era preciso passar. E ele estava na minha frente inábil, como envergonhado de se
achar tão sujo e doente, com o envelhecido olhar numa espécie de súplica.
03 Até o fim da vida guardarei seu olhar no meu coração. Até o fim da vida sentirei esta humana infelicidade de nem sempre
poder socorrer, neste complexo mundo dos homens.
04 Então, o triste cãozinho reuniu todas as suas forças, atravessou o patamar, sem nenhuma dúvida sobre o caminho, como se
fosse um visitante habitual, e começou a descer as escadas e as suas rampas, com as plantas em flor de cada lado, as borboletas
incertas, salpicos de luz no granito, até o limiar da entrada. Passou por entre as grades do portão, prosseguiu para o lado esquerdo,
desapareceu.
05 Ele ia descendo como um velhinho andrajoso, esfarrapado, de cabeça baixa, sem firmeza e sem destino. Era, no entanto,
uma forma de vida. Uma criatura deste mundo de criaturas inumeráveis. Esteve ao meu alcance; talvez tivesse fome e sede; e eu
nada fiz por ele; amei-o, apenas, com uma caridade inútil, sem qualquer expressão concreta. Deixei-o partir, assim humilhado, e tão
digno, no entanto, como alguém que respeitosamente pede desculpas de ter ocupado um lugar que não era seu.
06 Depois pensei que nós todos somos, um dia, esse cãozinho triste, à sombra de uma porta. E há o dono da casa, e a escada
que descemos, e a dignidade final da solidão.(MEIRELES, Cecília. ILUSÕES DO MUNDO: CRÔNICAS. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1982, p. 16-17)
5. Os períodos a seguir apresentam problemas de paralelismo gramatical. Reescreva-os, fazendo as devidas correções.
a) Pensei estar, um dia, como aquele cãozinho e que também descerei a escada.
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b) Lamentei não ter feito nada pelo cãozinho e que ele saísse tão humilhado.
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6. Leia o trecho a seguir:“Como é gratificante, ainda que melancólico, repassar tantas lembranças, tantos termos expressivos, tanta
gíria maruja, tantas tradições, fainas e eventos [...].”
Os termos destacados servem para estabelecer o processo de coesão denominado
a) elipse.
b) sequenciação.
c) substituição.
d) referenciação.
e) paralelismo.
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
7. Em “Inventar arranjos/Recompor famílias/Desregrar as regras [...]”, pode-se afirmar que existe um(a)
I. Paralelismo ocasionado pela recorrência de termos, acrescidos de itens lexicais diferentes que acrescentam novas instruções de
sentidos.
II. Encadeamento de termos que permitem estabelecer relações discursivas na sequenciação do texto.
III. Procedimento de progressão textual com manutenção temática garantida pelo uso de termos do mesmo campo lexical.
A progressão é garantida nos textos por determinados recursos linguísticos, e pela conexão entre esses recursos e as ideias que eles
expressam. Na crônica, a continuidade textual é construída, predominantemente, por meio
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9.
A alternativa que corrige a falha de paralelismo gramatical existente na manchete, mantendo o mesmo sentido, é:
10. Assinale a alternativa em que o paralelismo sintático está adequadamente estabelecido, como em grande "esmola fazia / tirando
aquela donzela / da pobreza em que vivia / e trazendo as outras duas / para a sua companhia"
a) Os PCNs negam ser o modelo estabelecido pela gramática tradicional à língua padrão e que corresponda a ele a variedade
linguística de prestígio.
b) Os PCNs negam ser o modelo estabelecido pela gramática tradicional à língua padrão e corresponder a ele a variedade linguística
de prestígio.
c) Os PCNs negam que seja o modelo estabelecido pela gramática tradicional à língua padrão e que corresponda a ele a variedade
linguística de prestígio.
d) Os PCNs dizem não se poder mais afirmar ser o modelo estabelecido pela gramática tradicional à língua padrão e corresponder a
ele a variedade linguística de prestígio.
e) Os PCNs dizem não se poder mais afirmar que seja o modelo estabelecido pela gramática tradicional à língua padrão e que
corresponda a ele a variedade linguística de prestígio.
a) Para os viciados, a dedicação da família; para os traficantes, a eficiência da polícia; para os cartéis, a vontade política: resolve-se
o problema das drogas!
b) Uma solução para o problema das drogas: para os cartéis, a vontade política; para os traficantes, a eficiência da polícia; para os
viciados, a dedicação da família.
c) Resolve-se o problema das drogas: para os cartéis, a vontade política; para os traficantes, a eficiência da polícia; para os viciados,
a dedicação da família.
d) Para os cartéis, a vontade política; para os traficantes, a eficiência da polícia; para os viciados, a dedicação da família: resolve-se
o problema das drogas!
e) Solução para o problema das drogas: uma vontade política; uma eficiência da polícia; uma dedicação maior de todas as famílias
na orientação dos seus filhos.
a) Porque há convenções internacionais em contrário e o exemplo da Holanda foi catastrófico, a descriminação do uso de drogas é
desaconselhável.
b) A descriminação do uso de drogas é desaconselhável, por haver convenções internacionais em contrário e porque o exemplo da
Holanda foi catastrófico.
c) A descriminação do uso de drogas é desaconselhável, porque há convenções internacionais em contrário e o exemplo da Holanda
foi catastrófico.
d) A descriminação do uso de drogas é desaconselhável, por haver convenções internacionais em contrário e o exemplo da Holanda
ter sido catastrófico.
e) Por haver convenções internacionais em contrário e o exemplo da Holanda ter sido catastrófico, a descriminação do uso de drogas
é desaconselhável.
a) Em Recife e Vitória, por exemplo, o problema da droga é muito menos grave do que no Rio de Janeiro e em São Paulo.
b) O problema da droga é muito mais grave no Rio de Janeiro e em São Paulo do que, por exemplo, em Belo Horizonte e Brasília.
c) É muito mais grave o problema da droga no Rio de Janeiro e em São Paulo do que, por exemplo, em Brasília e Salvador.
d) No Rio de Janeiro e em São Paulo, o problema da droga é muito mais grave do que, por exemplo, em Salvador e Recife.
e) O problema da droga é muito mais grave no Rio de Janeiro e São Paulo do que, por exemplo, em Belo Horizonte e Santa Catarina.
a) A motivação é importante por ser daí que nascem as grandes paixões e porque é daí que vem a disciplina.
b) Para tal, seria necessário que os cientistas igualmente fossem contadores de estórias, inventores de mitos, presenças mágicas.
c) O flautista de Hamelin atraía crianças e adolescentes porque era feiticeiro e sua flauta era encantada.
d) As coisas não acontecem por acaso: toda iniciação contém uma magia, um encontro de amor, um deslumbramento no olhar...
e) É preciso que os jovens encontrem um motivo especial para se apaixonarem pela ciência.
16. Graças ao material de que é feito e seus equipamentos altamente sofisticados, o robô permitiu a obtenção de informações
inestimáveis e demonstrando estar apto a outras explorações.
Os erros de paralelismo gramatical existentes na frase anterior estão corrigidos em:
a) Graças ao material de que é feito e a seus equipamentos altamente sofisticados, o robô permitiu a obtenção de informações
inestimáveis e demonstrou estar apto a outras explorações.
b) Graças ao material de que é feito e a seus equipamentos altamente sofisticados, o robô permitiu a obtenção de informações
inestimáveis e que demonstrou estar apto a outras explorações.
c) Graças ao material de que é feito e seus equipamentos altamente sofisticados, o robô permitiu a obtenção de informações
inestimáveis e demonstrou estar apto a outras explorações.
d) Graças ao material de que é feito e seus equipamentos altamente sofisticados, o robô permitiu a obtenção de informações
inestimáveis e demonstrava que estava apto a outras explorações.
e) Graças ao material de que é feito e pelos seus equipamentos altamente sofisticados, o robô permitiu a obtenção de informações
inestimáveis, e a demonstrar que está apto a outras explorações.
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17. O acompanhamento do trabalho desenvolvido pelo estagiário prevê a observação de sua capacidade de transferir para a prática
o que viu na teoria e que ele se comporta criteriosamente, ou não, diante das situações em que é solicitado a atuar.
a) O acompanhamento do trabalho desenvolvido pelo estagiário prevê a observação de sua capacidade de transferir para a prática o
que viu na teoria e onde se comporta, ou não, criteriosamente diante das situações em que é solicitado a atuar.
b) O acompanhamento do trabalho desenvolvido pelo estagiário prevê a observação de sua capacidade de transmitir para a prática o
que viu na teoria e quando ele se comporta criteriosamente diante das situações em que é solicitado a atuar.
c) O acompanhamento do trabalho desenvolvido pelo estagiário prevê a observação de sua capacidade de transferir para a prática o
que viu na teoria e de como ele se comporta criteriosamente diante das situações em que é solicitado a atuar.
d) O acompanhamento do trabalho desenvolvido pelo estagiário prevê não só a observação de sua capacidade de transferir para a
prática o que viu na teoria como também a de seu comportamento, se é criterioso, ou não, diante das situações em que é solicitado
em atuar.
e) O acompanhamento do trabalho desenvolvido pelo estagiário prevê não só a observação de sua capacidade de transferir para a
prática o que viu na teoria e também avaliar como ele se comporta - mais, ou menos, criteriosamente - diante das situações em
que é solicitado a atuar.
Exercícios
1) Os parágrafos a seguir foram retirados de redações de alunos e apresentam as mais diversas inadequações. Leia-os com
atenção e tente propor soluções específicas, as quais poderiam ter sido utilizadas pelos autores dos fragmentos.
Parágrafo 1
É fato que muitas pessoas por estarem sem emprego e não terem o que fazer, resolvem produzir filhos. Na realidade, a
intenção não é esta, mas a falta de informação e conhecimento promovem tal acontecimento. Isso porque é uma das principais
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Parágrafo 2
A falta de qualidade, higiene, entre outras coisas é o que mais arrisca a vida das mulheres em clínicas clandestinas, que
tendo alguma complicação terão que ser socorridas em hospitais, aumentando as despesas das mesmas. Convém ressaltar que essas
mulheres engravidaram por imaturidade, pensando que isso nunca iria acontecer com ela, ou irresponsabilidade, não tomando
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Parágrafo 3
Nesse sentido, é notória ainda a impossibilidade para o Estado em arcar com uma política abortiva: não há recursos
econômicos que viabilizem um esquema desse tipo. Relacionando a essa questão, devemos também considerar a inexistência de
instalações hospitalares adequadamente preparadas para realizar uma operação em massa, o que, em última circunstância, poderá
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Parágrafo 4
Uma educação pública de melhor qualidade seria um ótimo começo para reverter essa situação. Se a melhor educação
continuar concentrada nas escolas particulares, obviamente nada mudará, já que o grande diferencial no mercado de trabalho é um
diploma de curso superior, atingido apenas com uma boa base educacional inicial. Um erro seria tentar nivelar a população e a
distribuição de renda racionalmente, ao garantir vagas para negros nas universidades públicas, porque isto só aumenta o preconceito.
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Parágrafo 5
Além disso, com o falho sistema jurídico que temos, esses jovens que deveriam ficar pelo menos três anos presos, saem
muito antes disso, o que os “incentiva” a cometer novos crimes e outros bandidos, maiores de idade, a recrutar seus serviços, e com
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2) A seguir, apresentam-se parágrafos que contêm períodos corretos, porém muito longos. Divida-os em mais períodos,
fazendo as adaptações necessárias. Se for necessário, sugira correções para outros problemas.
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Fragmento 1
A Revolução Científica, porém, assume um caráter maniqueísta. Se, por um lado, há os países centrais que capitaneiam tal
processo e as elites mundiais que conseguem acompanhá-lo, do outro, existe uma leva de “tecno-excluídos”, que não conseguem se
inserir nesse processo e acabam sendo engolidos pelo mercado de trabalho, pois nesse concorrido meio não há espaço para os
“atrasados”.
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Fragmento 2
A ideologia de que só se é jovem uma vez, muito difundida hoje, não só pelos próprios jovens, é uma das principais causas
da contradição, pois a pessoa sabe que está errado, mas aquilo que dará prazer e, em vez de adiar o prazer ele faz, pois ele acha
que deve viver o momento.
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Fragmento3
A falta de informação há tempos já caiu de moda, por vezes tenta-se entender o porque das atitudes e das transgressões
cometidas por grande parte dos humanos numa determinada faixa etária, causada pela sensação do onipotência da força física
somado a necessidade de experimentar sensações e prazeres muitas vezes proibidos sem medir as consequências.
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Fragmento 4
Um dos fatores que tornam legítima a responsabilização penal de maiores de dezesseis anos é o fato de que, nessa idade,
esses indivíduos já são suficientemente maduros, pois existe neles uma maturidade que vai muito além da posse da noção de certo
e errado, comum à grande maioria das pessoas desde a infância, permitindo analisar as consequências de cada atitude.
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Fragmento 5
Tal mudança pode acarretar na indignação de muitos, que falam em decadência para estigmatizar mudanças de que
discordam, mas não há fundamentos para tal reflexão, visto que a família não pressupõe dependência, e, sim, ajuda mútua, como,
por exemplo, no caso do Betinho, que se reergueu e lutou por outros.
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PONTUAÇÃO
Sempre que for redigir, o aluno deve estar atento às normas de pontuação.
Vírgula---------------------- ,
Aspas------------------------ " "
Ponto de interrogação----- ?
Ponto de exclamação----- !
Ponto final------------------ .
Dois pontos----------------- :
Travessão------------------- -
Parênteses------------------ ( )
Reticências----------------- ...
Ponto e virgula------------ ;
EMPREGO DA VÍRGULA
Emprega-se a vírgula:
1. Para separar os termos da mesma função sintática, se não estiverem ligados por "e".
Exemplo:
"O mar, o céu, as estrelas, tudo apregoa a glória de Deus."
Pedro, Antônio, José e eu somos amigos.
4 - Para separar o adjunto adverbial, quando expresso por várias palavras e em ordem inversa.
Exemplo:
"Naquela longínqua região, habitava o pedreiro."
"Eis que, aos poucos, lá para as bandas do Oriente, clareia um cantinho do céu."
"Por impulso instantâneo, todo o alojamento se pôs de pé."
"Durante o jantar, o assunto foi só esse." (Mário Palmério)
OBS.: BECHARA afirma que, se o adjunto adverbial for de pequena extensão, as vírgulas são facultativas.
Exemplo:
Hoje a Marinha do Brasil é uma instituição de excelência.
Hoje, a Marinha do Brasil é uma instituição de excelência.
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5 - Nas datas ou para separar o local da data.
Exemplo:
Vitória, 25 de junho de 2015
Brasília, 2 de julho de 2015
OBS.: Antes das conjunções coordenadas sindéticas adversativas, alternativas, explicativas e conclusivas quando estiverem no início
das suas respectivas orações.
Exemplo:
Vá aonde quiser, mas fique morando conosco.
Ora chove, ora faz sol.
A rua está vazia, porque a noite está muito escura.
Ele fez um ótimo trabalho, portanto merece um prêmio.
Agora, se as conjunções (adversativas e conclusivas) estiverem deslocadas para o interior de suas orações, as vírgulas serão
obrigatórias.
Exemplo:
Ele estudou muito; não passou, entretanto, na prova.
Ele estudou muito; não passou na prova, entretanto.
Ele fez um ótimo trabalho; merece, pois, um prêmio.
Ele fez um ótimo trabalho; merece um prêmio, pois.
Lembre-se de que o “pois” anteposto ao seu verbo é explicativo e, posposto, ele é conclusivo.
7 - Entre as orações coordenadas ligadas pela conjunção "e " com sujeitos diferentes, a vírgula é facultativa.
Exemplo:
Veio a noite, e o rapaz saiu.
Pedro estuda física, e eu, português.
OBS.: A vírgula também é facultativa quando o “e” vier repetido.
Exemplo:
“Comigo, o mundo canta, e cisma, e chora, se reza,
E sonha o que eu sonhar.”
(Teixeira de Pascoaes)
8 - Para indicar as orações subordinadas adjetivas explicativas.
Exemplo:
"O sol, que é uma estrela, é o centro do sistema planetário."
"O homem, o qual é mortal, julga-se às vezes eterno."
"O homem, que é mortal, tem alma imortal."
9 - Para isolar as orações subordinadas adverbiais antepostas, a vírgula é obrigatória. Se as orações adverbiais estiverem
pospostas, a vírgula é facultativa. Entretanto deixará de haver vírgula, quando a conjunção estiver entre dois verbos
aproximados.
Exemplo:
Ele ficou pálido, quando viu o policial. (Facultativa)
Se não chover, iremos à fazenda. (Obrigatória)
"Embora me proíba, não deixarei de continuar estudando." (Obrigatória)
"Logo que eles chegaram, o estranho se retirou. " (Obrigatória)
Irei se puder. (Verbos aproximados)
Eu irei à fazenda de meu tio, se eu puder sair cedo do trabalho. (Facultativa)
"Quando tio Severino voltou da fazenda, trouxe para Luciana um periquito." (Obrigatória)
(Graciliano Ramos)
10 - Para isolar as orações reduzidas de gerúndio, de particípio ou de infinitivo, quando subordinadas adverbiais, a vírgula é
facultativa.
Exemplo:
Sendo pobre, ele ainda auxiliava os outros.
Afastado o perigo, partimos.
Ele chorou ao ver o pai.
"Hoje, pensando melhor, acho que servi de alívio.
(M.A)
"Acabada a festa, retiraram-se os convidados.
"Ao dizer estas palavras, saiu da sala."
Terminada a aula, os alunos se retiraram.
"Chegando a primavera, comprarei roupa de linho."
"Querendo tu escrever-lhe, escreve."
"Terminada a conferência, requintou o Governo Alemão nas suas cortesias para com o Brasil.".
(Gilberto Amado)
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11 - Para isolar os termos enfáticos ou orações intercaladas.
Exemplo
O rapaz, coitado, morreu.
"A mocidade, disse José de Alencar, é uma sublime impaciência."
"Venha, acudiu ele, venha o grande homem."(MA)
13 - Para isolar certas palavras e expressões explicativas ou corretivas (aliás, digo, minto, isto é, por exemplo, ou antes, ou
melhor, corrijo, a saber, além disso, com efeito).
Exemplo:
Li quatro capítulos, digo, parágrafos.
"O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimentos, tem seu princípio em Deus."
"Sairá amanhã, corrijo, depois de amanhã."
"Hoje, a saber, domamos os ventos, as ondas, as correntes."
OBSERVAÇÃO:
Não se coloca a vírgula entre sujeito e predicado.
Não se coloca a vírgula entre predicado e sujeito
1 - Usam-se aspas antes e depois das citações ou diálogo, isto é, no início e no fim.
Disse Jesus: "Amai-vos uns aos outros. ".
"Aí temos a lei”, dizia Florentino.
Um sábio disse "agir na paixão é embarcar durante a tempestade".
2 - Antes de palavras ou expressão ainda não aportuguesadas, gírias ou a que se quer dar realce:
"Querer é poder " deve ser o nosso lema.
Ele tem "humor".
Pedro vive num verdadeiro "dolce far niente".
Esse famoso “jeitinho” brasileiro é horrível.
Obs.: Às vezes usamos o "grifo" ou sublinhamos a palavra para chamar a atenção: neste caso dispensamos as aspas.
3. Nos trabalhos científicos sobre línguas, as aspas simples referem-se a significados ou sentidos.
Exemplo:
Amare, lat. ‘amar’ port.
4. Usam-se aspas para indicar a significação de uma palavra ou de uma frase, em geral de língua estrangeira.
Exemplo:
No Alentejo, fazenda significa “rebanho de gado macho”.(Leite de Vasconcelos)
Comentando largamente a definição de Banville, começa Gide pelos vocábulos “magia” e “sortilégio”.
(Manuel Bandeira)
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EMPREGO DO DOIS PONTOS
2 - Para indicar uma enumeração ou enunciação, quer venham os objetos enumerados, quer a coisa enunciada depois do
verbo.
Exemplo:
Comprei três coisas: livro, caderno, lápis.
“À sua volta, tudo lhe parece chorar: as árvores, o capim, os insetos.”(Ribas)
4 - Antes de uma reflexão, uma observação, um esclarecimento, uma síntese ou uma consequência:
Exemplo:
Não caçoe do menino: ele está apaixonado.
“A razão é clara: achava a sua conversação menos insossa que a de outros homens.”(M. Assis)
“E a felicidade traduz-se por isto: criarem-se hábitos.”
(Augusto Abeilaira)
5 - Depois de expressões como: "a saber", "por exemplo", ou vocativo de cartas, requerimentos e outras:
Exemplo:
Conheci dois deputados a saber: Pedro Leal e Paulo Hartung.
Por exemplo: cabeça, tronco e membros são as partes do corpo humano.
Prezado Senhor:
É o sinal que se coloca no final de uma oração para indicar uma pergunta direta.
Exemplo:
Que fez ele?
Onde estou?
Quem são eles?
OBS.:
Às vezes, o ponto de interrogação não indica o fim de período.
Exemplo:
Que fez ele? perguntou o repórter.
1 - O ponto de exclamação usa-se depois de verbo no imperativo ou das interjeições, como oh ! arre ! chi!
Ou depois de orações que designam espanto, admiração, surpresa:
Exemplo:
Quanta beleza! Que surpresa! Você está linda!
Por essa eu não esperava! Não vá!
2 - Empregamos, às vezes, dois sinais, o interrogativo e o exclamativo, para denotar ao mesmo tempo dois sentimentos, o
da pergunta e o da admiração.
Exemplo:
A paz?!
Já?!
Eu entregar-me?!
Quê?!
OBS.:
O ponto de exclamação, às vezes, não indica o fim de período.
Exemplo:
"Meu filho! exclama a pobre mãe."
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EMPREGO DO PONTO FINAL.
O ponto final indica a conclusão do período gramatical. Indica uma pausa mais longa, ao encerrar um período de sentido completo.
Exemplo:
"Ele trocou a toga pela espada."
"Você é imprudente."
"Dá-me teu carinho, dar-te-ei minha própria vida. "
"O maior épico português foi Camões. "
"Os amigos são mais necessários do que dinheiro. "
OBS.:
Para os alunos que abusam dos períodos longos, excessivamente longos, nunca é demais lembrar: abusem do ponto-final, mas não
devemos levar ao exagero a multiplicação dos períodos.
PONTO E VÍRGULA é definido como uma pausa que se faz menor que a do ponto final e maior que a da vírgula.
2 - Para separar as partes principais de uma frase cujas partes subalternas têm de ser separadas por vírgulas:
"Santos, Campinas, Recife são do Brasil; Madri, Sevilha, Barcelona, da Espanha; Lisboa, Porto, Coimbra, de Portugal."
3 - Para separar os itens (com exceção do último) que constituem o preâmbulo de um decreto, portaria, sentença, acórdão
ou documento análogo.
Considerando que o recorrente, velando o seu olival, usou do direito de tapagem que lhe conferia o artigo 234 § 6 do código civil;
Considerando, porém, que no uso deste direito deixou de observar o artigo 84 do código de postura;
Considerando...
EMPREGO DO TRAVESSÃO
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EMPREGO DOS PARÊNTESES
1.Usam-se para separa orações intercaladas, um comentário à margem do que se afirma, uma nota emocional:
Exemplo:
"Um dia (que linda manhã fazia!) ela saiu
a passear."
"Estava Mário em sua casa (nenhum prazer sentia fora dela!), quando ouviu baterem..."
ATENÇÃO:
Na leitura, a frase que vem entre parênteses deve ser proferida em tom mais baixo.
OBSERVAÇÃO:
Quando a frase intercalada é curta, os parênteses são geralmente substituídos por vírgulas.
2. Usam-se parênteses para indicar referências a datas, indicações bibliográficas, citação textual de uma palavra ou frase traduzida.
Exemplo:
“Boa noite, Maria! Eu vou-me embora.”
(Castro Alves, Espumas Fuctuantes. Poesias. Bahia, 1870, p.71.)
Parece que o duunviarato jurisdicional (duunviri ou quatuorviri juridicundu), já muito cerceada a sua jurisdição nos últimos tempos do
império, deixou de existir.
Exercícios
1. Pontue adequadamente.
03. Misael tirou Maria Elvira da vida instalou-a num sobrado no Estácio pagou médico dentista manicura. (Manuel Bandeira)
04. Por onde fordes ela irá convosco. (Carlos Drummond de Andrade)
05. Além da conversa das mulheres são os sonhos que seguram o mundo na sua órbita. (José Saramago)
06. A política não é uma ciência mas uma arte. (Otto von Bismarck)
07. Não tenha pressa mas não perca tempo. (José Saramago)
11. Eras muito eras todos e nunca eras ninguém. (Fernando Pessoa)
12. O experimento nunca erra somente erram vossos juízos. (Leonardo da Vinci)
14. Säo Paulo dá café Minas dá leite e a Vila Isabel dá samba. (Noel Rosa)
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22. Amai amai que tudo mais é nada. (La Fontaine)
25. Nós as mulheres não somos tão fáceis de conhecer! (Santa Teresa de Ávila)
29. Se todos fossem humoristas não tinha graça nenhuma. (Renato Pereira)
31. O que eu gostaria de ter feito e não fiz é 20 anos ontem. (L. Veríssimo)
33. Eles mandam e vós servis eles dormem e vós velais eles descansam e vós trabalhais eles gozam o fruto de vossos trabalhos e o
que vós colheis deles é um trabalho sobre outro. (Antônio Vieira)
39. Minha casa tem dois dormitórios dois banheiros uma cozinha uma sala e um pequeno quintal
45. Quero que você volte ou melhor fique comigo para sempre
47. Não tenho tudo que amo mas amo tudo que tenho
50. Eu vou mas volto Ficarei aqui até Lídia a orgulhosa resolver olhar para mim
52. Minha vaca é igual às outras tem dois chifres tem quatro patas tem um rabo abaixo dos olhos um focinho dá leite e muge
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55 - Ao acabar as aulas os alunos se retiraram.
Destas redações exemplares, foram retiradas as vírgulas. Sua missão é pontuá-las adequadamente.
Grande é a importância de certas qualidades para o bom desempenho das tarefas de responsabilidade na Marinha do
Brasil(MB). Nesse contexto a função dos atributos - iniciativa cooperação tenacidade fidelidade - da Rosa das Virtudes é essencial
para que o militar cumpra de maneira exemplar seus deveres perante a Instituição.
A iniciativa e a cooperação são fundamentais para que um combatente destaque-se entre seus pares. Tal afirmação pode
ser observada naqueles que buscam expor voluntariamente suas ideias e planos a fim de contribuir para melhor execução das tarefas
recebidas. Ademais a iniciativa quando bem aplicada pode gerar a cooperação entre os companheiros haja vista a ação conjunta ser
normalmente a que leva ao sucesso no cumprimento do dever. Ambas são logo virtudes no desempenho das funções.
A tenacidade é também primordial para que o militar logre sucesso na profissão. Na carreira das armas o indivíduo deve
manter a força de vontade para superar as adversidades seja no campo de batalha seja em tempos de paz. Cabe destacar ainda o
ânimo que deve apresentar para aprimorar-se profissionalmente por meios de cursos e leitura com o objetivo de manter-se atualizado
e de conduzir seus homens de maneira correta. Dessa forma a tenacidade é uma qualidade a ser valorizada na MB.
Nesse mesmo sentido a fidelidade é precípua em uma Organização Militar(OM). O combatente deve ser fiel às leis e normas
da Instituição e deve buscar a execução de suas tarefas com presteza e dedicação. Além do mais os que possuem essa característica
não se deixam abater por ordens que por exemplo possam contrariar seus interesses pessoais. Assim a fidelidade é essencial para
se conservar firme e leal à Força.
Iniciativa cooperação tenacidade e fidelidade são portanto virtudes importantes na condução das tarefas inerentes à Marinha
do Brasil. Nessa direção pela junção desses atributos os militares têm contribuído para que a Instituição continue a cumprir com
excelência a missão constitucional: garantir a soberania do Brasil.
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Redação 2: Lealdade e Disciplina (Helio Augusto C. S. Júnior)
Nobres sentimentos são, muitas vezes, encontrados nos seres humanos. Com efeito, a lealdade e a disciplina são vertentes
ímpares que materializam tais atributos em uma referência a ser seguida por uma sociedade. Esses valores ratificam por conseguinte
o quão importantes são para qualquer cidadão que detenha consigo essas pedras angulares forjadoras da honra e da dignidade.
A lealdade é consubstanciada pelo exemplo e pela dedicação que uma pessoa apresenta ao cumprir ordens obrigações ou
pela imposição do seu caráter. É importante salientar nesse contexto a heroica vitória do Almirante Barroso – Comandante da
Esquadra do Brasil na Guerra do Paraguai – na Batalha do Riachuelo uma vez que mesmo com um número menor de navios esse
bravo guerreiro com garra e destemor não recuou no ardor do combate e aniquilou as forças paraguaias do ditador Solano Lópes.
Desse modo ficou evidenciado o amor incondicional que esse brasileiro sentia por seu País ao deixar um legado de orgulho e
admiração para os seus patriotas.
Também a disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis ou de uma meta a ser cumprida. Esse atributo
é observado principalmente na vida castrense. Os militares em suas missões ou no cumprimento de suas atribuições são os maiores
responsáveis pela manutenção da ordem e pela garantia da defesa do seu território. No Brasil por exemplo caso haja um estado de
beligerância com a outra nação ou inimigo qualquer são esses seguidores da carreira das armas que terão a iniciativa das ações para
repelir possíveis ameaças. Eles garantirão assim a Soberania Nacional pela tenacidade e pelo vigor e manter-se-ão fidedignos ao
País pela consolidação da obediência.
É salutar compreender que a lealdade e a disciplina são portanto vertentes ímpares que agrupam muitas outras virtudes.
Tais valores conduzem os seres humanos a uma vida baseada no exemplo no esforço e na dedicação: atributos para a construção
de uma sociedade justa e digna.
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
Só 122 livros. Era o que a Universidade de Cambridge tinha em 1427. Eram manuscritos lindos, que valiam cada um o preço
de uma casa. Isso foi 3 décadas antes de a Bíblia de Gutenberg chegar às ruas. Depois dela, os livros deixaram de ser obras artesanais
exclusivas de milionários e viraram o que viraram. Graças a uma novidade: a prensa de tipos móveis, que era capaz de fazer milhares
de cópias no tempo que um monge levava para terminar um manuscrito.
Foi uma revolução sem igual na história e blá, blá, blá. Só que uma revolução que já acabou. Há 10 anos, pelo menos.
Quando a internet começou a crescer para valer, ficou claro que ela passaria uma borracha na história do papel impresso e começaria
outra.
Mas aconteceu justamente o que ninguém esperava: nada. A internet nunca arranhou o prestígio nem as vendas dos livros.
Muito pelo contrário. O 2o negócio online que mais deu certo (depois do Google) é uma livraria, a Amazon. Se um extraterrestre
pousasse na Terra hoje, acharia que nada disso faz sentido. Por que o livro não morreu? Como uma plataforma que, se comparada à
internet, é tão arcaica quanto folhas de pergaminho ou tábuas de argila continua firme?
Você sabe por quê. Ler um livro inteiro no computador é insuportável. A melhor tecnologia para uma leitura profunda e
demorada continua sendo tinta preta em papel branco. Tudo embalado num pacote portátil e fácil de manusear. Igual à Bíblia de
Gutenberg. Isso sem falar em outro ingrediente: quem gosta de ler sente um afeto físico pelos livros. Curte tocar neles, sentir o fluxo
das páginas, exibir a estante cheia. Uma relação de fetiche. Amor até.
Mas esse amor só dura porque ainda não apareceu nada melhor que um livro para a atividade de ler um livro. Se aparecer…
Se aparecer, não: quando aparecer. Depois do CD, que já morreu, e do DVD, que está respirando com a ajuda de aparelhos, o livro
impresso é o próximo da lista. VERSIGNASSI, Alexandre.
1. A pontuação não interfere apenas nos aspectos sintáticos do texto, mas também nos semânticos. Sobre os efeitos de sentido
decorrentes do uso da pontuação no texto, marque a única afirmação CORRETA.
a) Em “Se aparecer… Se aparecer, não: quando aparecer” (5º parágrafo), a utilização dos sinais de pontuação tem como efeito de
sentido introduzir marcas de oralidade na escrita.
b) Em “Só 122 livros. Era o que a Universidade de Cambridge tinha em 1427. Eram manuscritos lindos, que valiam cada um o preço
de uma casa.” (1º parágrafo), os pontos finais foram utilizados para construir períodos curtos, criando um efeito de morosidade na
narrativa.
c) Em “Por que o livro não morreu? Como uma plataforma que, se comparada à internet, é tão arcaica quanto folhas de pergaminho
ou tábuas de argila continua firme?” (3º parágrafo), as interrogações são responsáveis pelo estabelecimento de possíveis certezas
acerca de pensamentos metafóricos.
d) Em “Foi uma revolução sem igual na história e blá, blá, blá” (2º parágrafo), os uso das vírgulas tem como efeito de sentido a criação
de uma figura de linguagem: a sinestesia.
e) Em “Graças a uma novidade: a prensa de tipos móveis” (1º parágrafo) os dois-pontos foram utilizados para antecipar uma
informação, provocando, como efeito, a ironia.
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: PAI CONTRA MÃE
A ESCRAVIDÃO levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais. Não cito alguns
aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também a máscara de folha-
de-flandres. A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dois para ver,
um para respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de beber, perdiam a tentação de furtar, porque
geralmente era dos vinténs do senhor que eles tiravam com que matar a sede, e aí ficavam dois pecados extintos, e a sobriedade e a
honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez
o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas. Mas não cuidemos de máscaras.
O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossa também à direita ou
à esquerda, até ao alto da cabeça e fechada atrás com chave. Pesava, naturalmente, mas era menos castigo que sinal. Escravo que
fugia assim, onde quer que andasse, mostrava um reincidente, e com pouco era pegado.
Há meio século, os escravos fugiam com frequência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão. Sucedia
ocasionalmente apanharem pancada, e nem todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte era apenas repreendida; havia
alguém de casa que servia de padrinho, e o mesmo dono não era mau; além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação,
porque dinheiro também dói. A fuga repetia-se, entretanto. [...]
Quem perdia um escravo por fuga dava algum dinheiro a quem lho levasse. Punha anúncios nas folhas públicas, com os
sinais do fugido, o nome, a roupa, o defeito físico, se o tinha, o bairro por onde andava e a quantia de gratificação. Quando não vinha
a quantia, vinha promessa: "gratificar-se-á generosamente", -- ou "receberá uma boa gratificação". [...] Protestava-se com todo o rigor
da lei contra quem o acoutasse. [...] Ora, pegar escravos fugidios era um ofício do tempo. Não seria nobre, mas, por ser instrumento
da força com que se mantêm a lei e a propriedade, trazia esta outra nobreza implícita das ações reivindicadoras. ASSIS, Machado de.
Pai contra mãe. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000245.pdf>. Acesso em: 05 nov. 2017.
I. No primeiro parágrafo, encontra-se o substantivo “folha-de-flandres”, o qual passou a ser grafado sem hífen após a instituição do
último acordo ortográfico.
II. Em “Há meio século, os escravos fugiam com frequência” (3º parágrafo), o uso da vírgula é obrigatório porque a expressão
destacada cumpre função adverbial e está deslocada, iniciando o período.
III. Em “Punha anúncios nas folhas públicas, com os sinais do fugido, o nome, a roupa, o defeito físico...” (4º parágrafo), a vírgula, no
trecho grifado, poderia ser substituída por dois-pontos sem prejuízo gramatical e sem alteração de sentido.
IV. Em “Quando não vinha a quantia, vinha promessa: ‘gratificar-se-á generosamente’...” (4º parágrafo), a conjunção destacada
introduz ideia de tempo no período, podendo ser substituída pelas locuções conjuntivas “assim que” ou “tão logo”.
V. Em “por ser instrumento da força com que se mantêm a lei e a propriedade...” (4º parágrafo), o verbo grifado tem como sujeito a
expressão “instrumento da força”, sendo assim, para com ela estabelecer concordância, está corretamente grafado com acento
circunflexo.
Norte-americano Richard H. Thaler diz que ‘para fazer uma boa análise em economia deve-se ter em mente que as pessoas são
humanas’
Richard H. Thaler recebeu o Prêmio Nobel de Economia pelas suas contribuições no campo da economia comportamental.
O professor Thaler, nascido em 1945, em East Orange, New Jersey (EUA), trabalha na Faculdade de Administração da Universidade
Booth de Chicago. Segundo o comitê do Nobel, ao anunciar o prêmio em Estocolmo, Thaler é pioneiro na aplicação da psicologia ao
comportamento em economia e em explicar como as pessoas tomam decisões econômicas, às vezes, rejeitando a racionalidade.
Sua pesquisa, disse o comitê, levou o campo comportamental em economia, de um papel secundário, para a corrente
principal da pesquisa acadêmica e mostrou que o fator tinha importantes implicações para a política econômica.
Thaler disse, nesta segunda-feira, 9, que a premissa básica de suas teorias é a seguinte: “Para fazer uma boa análise em
economia deve-se ter em mente que as pessoas são humanas”. Quando lhe perguntaram como gastaria o dinheiro (cerca de US$ 1,1
milhão) do prêmio, respondeu: “Esta é uma pergunta bem divertida”. E acrescentou: “Tentarei gastá-lo da forma mais irracional
possível”
O prêmio de Economia foi criado em 1968 em memória de Alfred Nobel e é concedido pela Academia Real de Ciências da
Suécia.
As linhas principais de estudos econômicos em grande parte do século 20 basearam-se na hipótese simplificada de que as
pessoas se comportavam racionalmente. Os economistas entendiam que isso não era literalmente real, mas argumentaram que estava
bem próximo disso.
O professor Thaler desempenhou um papel central ao se distanciar desse pressuposto. Ele não só defendeu que os seres
humanos são irracionais, o que é algo óbvio, mas também de pouca ajuda. Em vez disso, ele mostrou que as pessoas saem da
racionalidade de maneiras coerentes, portanto seu comportamento ainda pode ser antecipado.
O comitê do Nobel descreveu como a teoria de Thaler sobre “contabilidade mental” explica de que forma as pessoas
simplificam as decisões financeiras, concentrando-se no impacto limitado de cada decisão e não no seu efeito mais geral. Ele também
mostrou como a aversão a uma perda pode explicar por que as pessoas valorizam muito mais o mesmo item quando são proprietárias
do que quando não o são, fenômeno chamado “efeito de doação”.
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As teorias de Thaler explicam, ainda, porque as resoluções de ano-novo podem ser difíceis de se manter e analisam a tensão
entre o planejamento de longo prazo e a ação no curto prazo. Sucumbir à tentação de curto prazo é uma razão importante pela q ual
muitas pessoas fracassam em seus planos de poupar para quando forem idosas, ou fazer escolhas de estilo de vida mais saudáveis,
de acordo com a pesquisa de Thaler. Ele também demonstrou o quanto mudanças aparentemente pequenas na forma como os
sistemas funcionam, ou como um “empurrãozinho” (“nudging”) – termo que ele inventou – pode ajudar as pessoas a exercer melhor o
autocontrole quando, por exemplo, estão economizando para a aposentadoria.
O professor Thaler teve uma rápida participação no filme A Grande Aposta, ao lado da atriz e cantora Selena Gomez, no qual
ele usou a economia comportamental para ajudar a explicar as causas da crise financeira. Quando perguntaram a ele sobre sua “curta
carreira em Hollywood”, brincou se dizendo desapontado pelo fato de suas façanhas como ator não terem sido mencionadas no
resumo de suas realizações quando o prêmio foi anunciado.
Por que o trabalho de Thaler foi importante? Seu trabalho forçou os economistas a lidarem com as limitações da análise
tradicional com base no pressuposto de que as pessoas são atores racionais. Ele também tem sido excepcionalmente bem-sucedido
ao influenciar diretamente políticas públicas. Uma das contribuições mais importantes é a sua influência sobre a mudança dos planos
de aposentadoria nos quais os funcionários se inscrevem automaticamente e nas apólices que oferecem aos funcionários a opção de
aumentar as contribuições ao longo do tempo. Ambos refletem a visão de Thaler de que a inércia pode ser usada para moldar
resultados benéficos sem impor limites à escolha humana.APPELBAUM, Binyamin. Disponível em:
<http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,nobel-de-economia-2017-vai-para-um-dos-fundadores-da-economia-
comportamental,7000203479>. Acesso em: 11 out. 2017. Adaptado.
3. As aspas são amplamente utilizadas no texto, mas não pelas mesmas razões. Analise o uso das aspas nas passagens abaixo e
assinale o caso em que tal uso indica ironia.
a) Thaler disse [...] que a premissa básica de suas teorias é a seguinte: “Para fazer uma boa análise em economia deve-se ter em
mente que as pessoas são humanas”. (3º parágrafo).
b) Quando lhe perguntaram como gastaria o dinheiro (cerca de US$ 1,1 milhão) do prêmio, respondeu: “Esta é uma pergunta bem
divertida”. (3º parágrafo).
c) Quando perguntaram a ele sobre sua “curta carreira em Hollywood”, brincou se dizendo desapontado pelo fato de suas façanhas
como ator não terem sido mencionadas no resumo de suas realizações quando o prêmio foi anunciado. (9º parágrafo).
d) [...] (“nudging”) – termo que ele inventou – pode ajudar as pessoas a exercer melhor o autocontrole quando, por exemplo, estão
economizando para a aposentadoria. (8º parágrafo).
e) O comitê do Nobel descreveu como a teoria de Thaler sobre “contabilidade mental” explica de que forma as pessoas simplificam
as decisões financeiras, concentrando-se no impacto limitado de cada decisão e não no seu efeito mais geral. (7º parágrafo).
4. O adjunto adverbial vem, normalmente, no final da frase, mas ele pode aparecer em outra posição, basta que se indique esse
deslocamento com a vírgula. A colocação inadequada do adjunto adverbial, porém, poderá prejudicar a compreensão da frase. É o
que acontece na fala da Amanda, no texto. Das cinco reestruturações apresentadas nas alternativas a seguir, uma continua com
problema. Marque-a.
a) Atualmente, via computador, estou conversando com meu primo que está nos Estados Unidos.
b) Atualmente estou, via computador, conversando com meu primo que está nos Estados Unidos.
c) Atualmente estou conversando, via computador, com meu primo que está nos Estados Unidos.
d) Atualmente estou conversando com meu primo, via computador, que está nos Estados Unidos.
e) Via computador, atualmente estou conversando com meu primo que está nos Estados Unidos.
5. “Nos últimos meses, em meio ao debate sobre as reformas na Previdência, um ponto acabou despertando a atenção.” Na frase
transcrita, as vírgulas foram utilizadas para
a) realçar a escrita formal em contraste à escrita informal.
b) separar um termo complementar da oração principal.
c) marcar a sobreposição de várias informações intercaladas.
d) indicar o deslocamento da informação secundária em relação à principal.
e) antecipar o tempo e o espaço físico da informação principal.
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Mais velho, poucos amigos?
Um curioso estudo divulgado na última semana mostrou que a redução do número de amigos com a idade, tão comum entre
os humanos, pode não ser exclusivo da nossa espécie. 1Aparentemente, macacos também passariam por processo semelhante em
suas redes de contatos sociais, o que poderia sugerir um caráter evolutivo desse fenômeno.
2No trabalho desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa com Primatas em Göttingen, Alemanha, se identificou uma redução de
grooming (tempo dedicado ao cuidado com outros indivíduos, como limpar o pelo e catar piolhos) entre os macacos mais velhos da
espécie Macaca sylvanus. 3Além disso, eles praticavam grooming em um número menor de “amigos” ou parentes.
4Fazer grooming está para os macacos mais ou menos como o “papo” para nós. 5Da mesma forma que o “carinho” humano,
ele parece provocar a liberação de endorfinas. 6Geram-se, dessa forma, sensações de bem-estar tanto em homens como em outros
animais.
Na pesquisa, publicada pelo periódico New Scientist, os cientistas perceberam que macacos de 25 anos tiveram uma redução
de até 30% do tempo de grooming quando comparados com adultos de cinco anos. 7Se esse fenômeno acontece em outros primatas,
ele também pode ter chegado a nós ao longo do caminho de formação da nossa espécie. 8Se chegou, qual teria sido a vantagem
evolutiva?
9Durante muito tempo se especulou que esse “encolhimento” social em humanos seria, na verdade, resultado de um processo
de envelhecimento, em que depressão, morte de amigos, limitações físicas, vergonha da aparência e menos dinheiro poderiam limitar
as novas conexões. 10Mas, pesquisando os idosos, se percebeu que ter menos amigos era muito mais uma escolha pessoal do que
uma consequência do envelhecer.
Uma linha de investigação explica que essa redução dos amigos seria, na verdade, uma seleção dos mais velhos de como
usar melhor o tempo. Mas outros especialistas defendem a ideia de que os mais velhos teriam menos recursos e defesas para lidar
com estresse e ameaças e, assim, 11escolheriam com mais cautela as pessoas com quem se sentem mais seguros (os amigos) para
passar seu tempo.BOUER, J. Jornal O Estado de São Paulo, caderno Metrópole, domingo, 26 jun. 2016, p. A23. Adaptado.
6. Um dos objetivos do título de um texto é atrair a atenção do leitor e levá-lo a refletir sobre as ideias nele desenvolvidas.
No texto apresentado, o título é uma pergunta retórica constituída por duas expressões separadas por uma vírgula, que tem a função
de sugerir a relação lógica de
a) causalidade
b) alternância
c) comparação
d) explicação
e) finalidade
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: De Caetano a Guimarães Rosa, veja as referências de Cármen Lúcia em seu discurso
de posse
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A sucessora de Ricardo Lewandowski concluiu o discurso citando um terceiro escritor mineiro: Paulo Mendes Campos. "O
Judiciário brasileiro sabe dos seus compromissos e de suas responsabilidades. Em tempo de dores multiplicadas, há que se
multiplicarem também as esperanças, à maneira da lição de Paulo Mendes Campos", disse Cármen Lúcia, em referência "Poema
Didático", de Paulo Mendes Campos.
Disponível em: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/de-caetano-a-guimaraes-rosa-vejaas-referencias-de-carmen-
lucia-em-seu-discurso-de-posse/.
Acesso em: 26 set.2016. [Adaptado]
7. "Riobaldo afirmava que 'natureza da gente não cabe em nenhuma certeza'. Mas parece-me que a natureza da gente não se
aguenta em tantas incertezas. Especialmente quando o incerto é a Justiça que se pede e que se espera do Estado".
Nesse trecho do terceiro parágrafo da parte Versos, Luma Poletti emprega as aspas simples dentro das aspas duplas para
a) identificar com as simples o texto de Guimarães Rosa e as duplas a fala de Riobaldo.
b) evidenciar com as simples o discurso de Cármen Lúcia e com as duplas pensamento de Riobaldo.
c) assinalar com as simples o dizer de Riobaldo e com as duplas o discurso da ministra.
d) indicar com as simples a natureza da gente e com as duplas o discurso de Cármen Lúcia.
9. No que diz respeito ao emprego dos sinais de pontuação, é correto afirmar que
a) falta uma vírgula depois de jovem (ref. 2) para separar a oração subordinada adverbial anteposta à principal.
b) os dois-pontos presentes na referência 6 têm por finalidade sinalizar uma enumeração de itens.
c) as aspas utilizadas na expressão doença do pensamento (ref. 9) indicam ironia.
d) os parênteses presentes na referência 17 isolam um exemplo de desejo pelo amado.
10. Leia o período a seguir: “Mas a mulher também guarda seus erros sociais, monumentais, passíveis de distrato na igreja e no
cartório. E o maior deles, que envergonha a classe dos namorados e o sindicato dos maridos, é a polaina, adereço que não deixa
nenhuma beldade bonita e atraente, somente engraçada.”
I. Os vocábulos “mas” e “somente” poderiam ser substituídos, sem perda de valor semântico, por “Entretanto e apenas”,
respectivamente.
II. O uso das vírgulas isolando a oração “que envergonha a classe dos namorados e o sindicato dos maridos” está em desacordo com
a norma culta da língua portuguesa.
III. A expressão “maior deles” retoma a expressão “erros sociais”.
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Não faz muito que 1temos esta nova TV com controle remoto, 2mas devo dizer que se trata agora de um instrumento sem 3o
qual eu não saberia viver. Passo os dias sentado na velha poltrona, mudando de um canal para o outro – uma tarefa que antes exigia
certa movimentação, 4mas que agora ficou muito fácil. Estou num canal, não gosto – 5zap, mudo para outro. 6Eu 7gostaria de ganhar
em dólar num mês o número de vezes que você troca de canal em uma hora, diz minha mãe. 8Trata-se de uma pretensão fantasiosa,
9mas pelo menos 10indica 11disposição para o humor, admirável nessa mulher.
12Sofre minha mãe. Sempre 13sofreu14: infância carente, pai cruel, etc. Mas o seu sofrimento aumentou muito quando meu
pai a deixou. Já faz tempo; foi logo depois que eu nasci, e estou agora com treze anos. Uma idade em que se vê muita televisão, e
em que se muda de canal constantemente, ainda que minha mãe ache 15isso um absurdo. Da tela, uma moça sorridente pergunta se
o caro telespectador já conhece certo novo sabão em pó. 16Não conheço nem quero conhecer, de modo que – 17zap – mudo de canal.
“Não me abandone, Mariana, não me abandone 18!”. Abandono, sim. Não tenho o menor 19remorso, e agora é um desenho, que eu já
vi duzentas vezes, e – 20zap – um homem 21falando. Um homem, abraçado _____1_____ guitarra elétrica, fala _____2_____ uma
entrevistadora. É um roqueiro. É meio velho, tem cabelos grisalhos, rugas, falta-lhe um dente. É o meu pai.
É sobre mim que 22ele fala. Você tem um filho, não tem?, pergunta a apresentadora, e ele, meio 23constrangido – situação
pouco admissível para um roqueiro de verdade –, diz que sim, que tem um filho só que não vê há muito tempo. Hesita um pouco e
acrescenta: você sabe, eu tinha que fazer uma opção, era a família ou o rock. A entrevistadora, porém, insiste ( 24é chata, ela): mas o
seu filho gosta de rock25? Que você saiba, seu filho gosta de rock26?
Ele se mexe na cadeira; o microfone, preso _____3_____ desbotada camisa, roça-27lhe o peito, produzindo um desagradável
e bem audível rascar. Sua angústia é compreensível; aí está, num programa local e de baixíssima audiência – e ainda tem de passar
pelo vexame de uma pergunta que o embaraça e à qual não sabe responder. E então ele me olha. 28Vocês dirão que não, que é para
a câmera que ele olha; aparentemente é isso; mas na realidade é a mim que ele olha, sabe que, em algum lugar, diante de uma tevê,
estou a fitar seu rosto atormentado, as lágrimas me correndo pelo rosto; e no meu olhar ele procura a resposta _____4_____ pergunta
da apresentadora: você gosta de rock? Você gosta de mim? Você me perdoa? – mas aí comete um engano mortal29: insensivelmente,
automaticamente, seus dedos começam a dedilhar as cordas da guitarra, é o vício do velho roqueiro. Seu rosto se ilumina e 30ele vai
dizer que sim, que seu filho ama o rock tanto quanto ele, mas nesse momento – 31zap – aciono o controle remoto e ele some. 32Em
seu lugar, uma bela e sorridente jovem que está – à exceção do pequeno relógio que usa no pulso – nua, completamente nua.Adaptado
de: SCLIAR, M. Zap. In: MORICONI, Í. (Org.) Os cem melhores contos brasileiros.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. p. 547-548.
12. Associe cada ocorrência de sinal de pontuação, primeira coluna, com o sentido, segunda coluna, que tal sinal ajuda a expressar
no contexto em que ocorre.
( ) Dois-pontos (ref. 14 e 29)
( ) Exclamação (ref. 18)
( ) Interrogação (ref. 25 e 26)
1. Assinala exemplificação
2. Anuncia explicações
3. Incita resposta
4. Enfatiza pedido
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) 1 – 3 – 2. b) 1 – 4 – 3. c) 2 – 3 – 1. d) 2 – 4 – 1. e) 2 – 4 – 3.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: CELULAR ROUBADO? COMO BLOQUEAR O IMEI DE SEU APARELHO NA OPERADORA.
1. Seu celular foi roubado? Aprenda a fazer o bloqueio do IMEI do aparelho junto à operadora. Isso desestimula o roubo de
smartphones, já que seu celular não se conectará mais a nenhuma operadora, tornando o crime inútil: na maioria dos casos, o
ladrão rouba o aparelho para revendê-lo posteriormente.
2. Para descobrir o IMEI do seu aparelho, digite *#06# no telefone, como se você fosse efetuar uma ligação – o código, com 15 dígitos,
será imediatamente exibido na tela. Caso você não tenha mais acesso ao celular, procure o IMEI na embalagem do produto, que
estará próximo a um código de barras.
3. Se você não tem mais o aparelho e nem a caixa, ainda há salvação para os usuários de Android. Acesse o Google Dashboard e
expanda o menu Android. Uma lista de todos os aparelhos atrelados ao seu Google Play serão exibidos, acompanhados dos
respectivos códigos IMEI. Então, para bloquear o IMEI de um celular por roubo ou furto, entre em contato com a sua operadora.
Celular roubado? Como bloquear o IMEI de seu aparelho na operadora.
Disponível em: <https://tecnoblog.net/189729/celular-roubado-como-bloquear-imei-operadora/>.
Acesso: 09 nov. 2016. (Adaptado).
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13. A partir da análise da pontuação do texto “Celular roubado? Como bloquear o IMEI de seu aparelho na operadora”, avalie as
proposições a seguir.
I. A vírgula depois de “celular”, em “Caso você não tenha mais acesso ao celular, procure o IMEI...”, no segundo parágrafo, foi utilizada
de maneira equivocada, uma vez que está separando o sujeito do predicado.
II. No trecho “o código, com 15 dígitos, será imediatamente exibido na tela.”, no segundo parágrafo, as duas vírgulas que isolam a
expressão “com 15 dígitos” poderiam ser retiradas sem que isso provocasse nenhum prejuízo semântico ao período.
III. A vírgula no trecho “procure o IMEI na embalagem do produto, que estará próximo a um código de barras.”, no segundo parágrafo,
foi utilizada de maneira correta, pois está separando uma oração subordinada adjetiva explicativa.
IV. A vírgula depois de “Se você não tem mais o aparelho e nem a caixa, ainda há salvação...” início do terceiro parágrafo, poderia ser
retirada, já que se trata de um caso facultativo.
V. Os dois pontos em “já que seu celular não se conectará mais a nenhuma operadora, tornando o crime inútil: na maioria dos casos...”,
no primeiro parágrafo, foram utilizados para introduzir uma enumeração de fatores.
Estão CORRETAS apenas as proposições
a) III e IV. b) I e II. c) II e III. d) I, III e IV. e) II e V.
ECENGARGER, William. AIKINS, Mary S. Açúcar, o novo cigarro (adaptado). Revista Seleções.
Disponível em: <http://www.selecoes.com.br/acucar-o-novo-cigarro>. Acesso: 01 out. 2016.
I. Em “Hoje, é o setor alimentício e o produto é o açúcar.” (1º parágrafo), a vírgula, por ser unicamente discursiva, poderia não ter sido
utilizada, e essa alteração não prejudicaria a correção gramatical do período.
II. No trecho “O açúcar adicionado – não o açúcar natural que existe em frutas e legumes – está em tudo.” (1º parágrafo), se
colocássemos uma vírgula após o termo destacado, não haveria alteração no sentido do trecho.
III. Em: Esse “açúcar invisível” recebe muitos nomes (2º parágrafo); assim como em: “É um marketing inteligente (...) sobre a comida”
(2º parágrafo), as aspas foram utilizadas pela mesma razão, isto é, para ressaltar uma expressão no contexto.
IV. No trecho “combate ao consumo excessivo de açúcar: a educação do consumidor e a tributação.” (4º parágrafo), os dois pontos
foram utilizados para anunciar uma enumeração, ou seja, para listar as duas abordagens bem-sucedidas na redução do hábito de
fumar.
V. No fragmento “informar sobre o açúcar adicionado ao consumidor – mais uma vez, exatamente como fizeram as empresas
fumageiras (...)” (5º parágrafo), o sinal de travessão poderia ser substituído por uma vírgula sem que houvesse alteração de sentido.
a) “Entre essas duas obras de respeito (de 1915 e de 1917), impressiona o fato de Einstein ter achado tempo para escrever uma
pequena joia [...]” (8º parágrafo)
b) “[...] em certas condições, o espaço pode encurtar, e o tempo, dilatar.” (8º parágrafo)
c) “[...] a teoria da relatividade geral, finalizada em 1915, esquema teórico já classificado como a maior contribuição intelectual de uma
só pessoa à cultura humana.” (5º parágrafo)
d) “[...] Einstein adoeceu, com problemas no fígado, icterícia e úlcera.” (9º parágrafo)
e) “Ela cita, por exemplo, a teoria da deriva dos continentes, do geólogo alemão Alfred Wegener [...]” (10º parágrafo)
a) Os parênteses foram empregados toda vez que a locutora queria se dirigir diretamente ao seu interlocutor, ou seja, o leitor do texto.
b) Em todas as ocorrências, as palavras no diminutivo apresentam o mesmo valor semântico: demonstrar depreciação em relação ao
que se diz.
c) Em “O meu aniversário: primeiro pensei numa celebração...” os dois pontos podem ser substituídos por uma vírgula sem que haja
alteração sintática e/ou semântica.
d) A linguagem empregada se aproxima do registro coloquial, o que se comprova pelo emprego das palavras botariam, badalações,
mais chegados e festonas.
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2. Considere as possibilidades de reescrita apresentadas abaixo para a seguinte passagem do texto.
Dentro de alguma centena de anos, neste mesmo lugar, outro viajante pranteará o desaparecimento do que eu poderia ter
visto e que me escapou. (ref. 33)
I. Neste mesmo lugar, outro viajante, dentro de alguma centena de anos, pranteará o desaparecimento do que eu poderia ter vis to e
que me escapou.
II. Outro viajante, dentro de alguma centena de anos, pranteará o desaparecimento neste mesmo lugar do que eu poderia ter visto e
que me escapou.
III. Neste mesmo lugar, outro viajante, dentro de alguma centena de anos, pranteará o desaparecimento que eu poderia ter visto e o
que me escapou.
1
Hoje os conhecimentos se estruturam de modo 3fragmentado, 4separado, 5compartimentado nas disciplinas. 8Essa situação
impede uma visão global, uma visão fundamental e uma visão complexa. 13"Complexidade" vem da palavra latina complexus, que
significa a compreensão dos elementos no seu conjunto.
As disciplinas costumam excluir tudo o que se encontra fora do 9seu campo de especialização. A literatura, no entanto, é uma
área que se situa na inclusão de todas as dimensões humanas. Nada do humano 10lhe é estranho, 6estrangeiro.
A literatura e o teatro são desenvolvidos como meios de expressão, meios de conhecimento, meios de compreensão da
14complexidade humana. Assim, podemos ver o primeiro modo de inclusão da literatura: a inclusão da 15complexidade humana. E
vamos ver ainda outras inclusões: a inclusão da personalidade humana, a inclusão da subjetividade humana, e, também, muito
importante, a inclusão; do estrangeiro, do marginalizado, do infeliz, de todos que ignoramos e desprezamos na vida cotidiana.
A inclusão da 16complexidade humana é necessária porque recebemos uma visão mutilada do humano. 11Essa visão, a de
homo sapiens, é uma 17definição do homem pela razão; de homo faber20, do homem como trabalhador; de homo economicus21, movido
por lucros econômicos. Em resumo, trata-se de uma visão prosaica, mutilada, 12que esquece o principal22: a relação do
sapiens/demens, da razão com a demência, com a loucura.
Na literatura, encontra-se a inclusão dos problemas humanos mais terríveis, coisas 18insuportáveis que nela se tornam
suportáveis. Harold Bloom escreve: 24"Todas as 25grandes obras revelam a universalidade humana através de destinos singulares, de
situações singulares, de épocas singulares". É essa a razão por que as 19obras-primas atravessam 7séculos, sociedades e nações.
2
Agora chegamos à parte mais humana da inclusão: a inclusão do outro para a compreensão humana. A compreensão nos
torna mais generosos com relação ao outro 23, e o criminoso não é unicamente mais visto como criminoso, 26como o Raskolnikov de
Dostoievsky, como o Padrinho de Copolla.
A literatura, o teatro e o cinema são os melhores meios de compreensão e de inclusão do outro. Mas a compreensão se torna
provisória, esquecemo-nos depois da leitura, da peça e do filme. Então essa compreensão é que deveria ser introduzida e
desenvolvida em nossa vida pessoal e social, porque serviria para melhorar as relações humanas, para melhorar a vida social.
Adaptado de: MORIN, Edgar. A inclusão: verdade da literatura. In: RÕSING, Tânia et ai. Edgar Morin: religando fronteiras. Passo
Fundo: UPF, 2004. p.13-18
3. Associe cada ocorrência de sinal de pontuação à esquerda com a função, à direita, que tal sinal auxilia a expressar no contexto
em que ocorre.
a) 1 - 4 - 3. b) 1 - 3 - 4. c) 2 - 4 - 1. d) 2 - 3 - 4. e) 4 - 2 - 3.
I. A passagem entre aspas (ref. 24) atesta, no texto, a presença de uma citação em discurso indireto.
II. As expressões grandes obras (ref. 25) e obras-primas (ref. 19) estão referencialmente relacionadas.
III. A passagem como o Raskolnikov de Dostoievsky, como o Padrinho de Copolla (ref. 26) atesta a presença de personagens
criminosos na literatura, em torno da qual o autor defende a necessidade de se compreender a criminalidade na sociedade.
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
I. No segundo parágrafo, os dois pontos (:) foram usados para introduzir uma explicação.
II. No terceiro parágrafo, as aspas são empregadas para indicar uma citação.
III. No quarto parágrafo, o ponto de interrogação pode ser substituído pelo ponto de exclamação sem prejuízo para o sentido do texto.
7. As aspas foram empregadas para separar trecho em discurso direto na passagem transcrita em:
mas ela nasceu na violência e imprimiu seus princípios em um mundo violento. Os conquistadores da Bastilha 24não se limitaram a
destruir 21um símbolo do despotismo real. 4Entre eles, 150 foram mortos ou feridos no assalto à prisão e, quando os sobreviventes
apanharam o diretor, cortaram sua cabeça e desfilaram-na por 25Paris 22na ponta de uma lança.
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Como podemos captar esses momentos de loucura, quando tudo parecia possível e o mundo se afigurava como uma tábula
rasa, apagada por uma onda de comoção popular e pronta para ser redesenhada? Parece incrível que um povo inteiro fosse capaz
de se levantar e transformar as condições da vida cotidiana. Duzentos anos de experiências com admiráveis mundos 26novos
tornaram-nos 15céticos quanto ao 10planejamento social. 27Retrospectivamente, a Revolução pode parecer um 23prelúdio ao
11totalitarismo.
Pode ser. Mas um excesso de visão 28histórica retrospectiva pode distorcer o panorama de 1789. Os revolucionários
franceses não eram nossos contemporâneos. E eram um conjunto de pessoas não excepcionais em circunstâncias excepcionais.
Quando as coisas se 29desintegraram, eles reagiram a uma necessidade imperiosa de dar-lhes sentido, ordenando a sociedade
segundo novos princípios. Esses princípios ainda permanecem como uma denúncia da tirania e da injustiça. 5Afinal, em que estava
empenhada a Revolução Francesa? Liberdade, igualdade, fraternidade.
Adaptado de: DARNTON, Robert. O beijo de Lamourette. In: ____. O beijo de Lamourette: mídia, cultura e revolução. São
Paulo: Cia. das Letras, 2010. p. 30-39.
9. A separação de alguns adjuntos adverbiais antecipados é opcional em português, e, em alguns casos, é realizada para dar-lhes
destaque. Considere, nessa perspectiva, as seguintes sugestões de alteração de emprego de vírgula com relação ao texto.
A(s) questão(ões) aborda(m) um fragmento de um artigo de Mônica Fantin sobre o uso dos tablets no ensino, postado na seção de
blogues do jornal Gazeta do Povo em 16.05.2013:
intimidade de minha família, entrando nos nossos segredos mais íntimos, dormindo na cama onde eu dormi, lendo meus velhos livros,
talvez sorrindo das minhas anotações à margem, tratando meu pai com intimidade, talvez discutindo a minha conduta, talvez até
criticando-a? 12Mas depois vou notando que ele não é totalmente estranho. De repente fere-me 2__________ ideia de que o intruso
talvez 7seja eu, que ele 8tenha mais direito de hostilizar-me do que eu a ele 19, que vive nesta casa há dezessete anos. O intruso sou
eu, não ele.
Ao pensar nisso vem-me o desejo urgente de entendê-lo e de ficar amigo. Faço-lhe 21perguntas e noto a sua avidez em
respondê-las, 13mas logo vejo a inutilidade de prosseguir nesse caminho, 22as perguntas parecem-me formais e 23as respostas
forçadas e complacentes.
- 38 -
Tenho tanta coisa a dizer, mas não sei como começar, até a minha voz parece ter perdido a naturalidade. Ele me olha 20, e
vejo que está me examinando, procurando decidir se devo ser tratado como irmão ou como estranho, e imagino que as suas
dificuldades não devem ser menores do que as minhas. 24Ele me pergunta se eu moro em uma casa grande, com muitos quartos, e
antes de responder procuro descobrir o motivo da pergunta. 25Por que falar em casa? 14E qual a importância de 9muitos quartos?
Causarei inveja nele se responder que sim? 26Não, não tenho casa, há 10muitos anos que tenho morado em hotel. Ele me olha, parece
que fascinado, diz que deve ser bom viver em hotel, 15e conta que, toda vez que faz reparos 3__________ comida, mamãe diz que
ele deve ir para um hotel, onde pode reclamar e exigir. De repente o fascínio se transforma em alarme, 16e ele observa que se eu vivo
em hotel não posso ter um cão em minha companhia, o jornal disse uma vez que um homem foi processado por ter um cão em um
quarto de hotel. Confirmo 4__________ proibição. Ele suspira 17e diz que então não viveria em um hotel nem de graça.
11. Associe cada ocorrência de sinal de pontuação à esquerda com a função, à direita, que tal sinal auxilia a expressar no contexto
em que ocorre.
a) 3 – 1 – 2. b) 3 – 2 – 1. c) 2 – 1 – 4. d) 1 – 4 – 2. e) 1 – 2 – 3.
Sujinho e saudável
Pesquisas confirmam que não se deve levar a extremos os cuidados com a higiene das crianças, sob pena de expô-las a alergias e
infecções.
Uma série de pesquisas feitas desde o fim dos anos 80 leva os cientistas a acreditarem que [...] o exagero do esforço de manter as
crianças afastadas das 10bactérias com que 8elas 1se deparam no 6seu dia a dia pode minar as resistências do organismo e abrir
caminho para as 11doenças 9que 2se quer evitar. A mais recente dessas pesquisas, desenvolvida pela Universidade da Califórnia e
divulgada há três semanas, conclui que as bactérias Staphylococcus epidermidis, presentes na superfície da pele humana, agem
sobre as células da epiderme para bloquear os processos inflamatórios. Essa ação evita que pequenos ferimentos infeccionem. Ocorre
que essas bactérias são destruídas por desinfetantes, 5detergentes e sabões.
A secretária gaúcha Andreia Garcia acredita que as mães de hoje são excessivamente preocupadas com a higiene das crianças. 7Seu
filho Guilherme, de 4 anos, adora andar descalço e brincar na terra até ficar encardido, mas nunca leva bronca. “Acho que um pouco
de vitamina S, 3de Sujeira, reforça as defesas do organismo”, ela diz. A pesquisa americana confirma a teoria batizada pelos cientistas
de hipótese da higiene. Segundo ela, até os 5 anos de idade, quando o sistema imunológico da criança está em fase de
amadurecimento, o contato com bactérias traz dois benefícios: prepara o corpo contra alergias e previne doenças autoimunes. [...].
“Nosso organismo precisa treinar a tolerância aos agentes externos”, diz o imunologista Victor Nudelman, do Hospital Albert Einstein,
de São Paulo. A técnica em radiologia Marília Mercer, de Londrina, atribui à saúde dos filhos Mateus, 4de 10 anos, e Gabriel, de 2, à
liberdade que têm para brincar na terra. “Deixo as crianças livres. Se elas caem ou ingerem algo que não devem, não me desespero”,
ela diz.
BUTTI, Nathália. “Sujinho e saudável”. Veja, Saúde, 16 dez. 2009. p. 122-123.
Está(ão) correta(s)
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TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
Mulheres...
2__________ 5alguns dias, percorrendo 3__________ salas 6dum ministério para tratar de 7certo negócio terrivelmente
embrulhado, desses que dão aneurismas e cabelos brancos, eu e 8um amigo encontramos numerosas funcionárias bonitas. Uma
delas forneceu-nos informações bastante vagas: deu-nos dois ou três números e, com os olhos redondos e úmidos, que um ligeiro
estrabismo entortava, pareceu indicar a direção do lugar 4__________ os nossos papéis deviam estar.
Corremos a outro ministério e vimos várias 9senhoras difíceis entregues a trabalhos incompreensíveis. Não achamos os
nossos papéis, é claro. Andamos em departamentos diferentes, voltamos ao primeiro ministério, ao segundo, tornamos a voltar,
percorremos infinitos 13canais competentes 12– e em toda a parte esbarramos com 14senhoras atarefadas, que executavam operações
estranhas, usavam uma linguagem desesperadamente confusa e recebiam indiferentes as nossas queixas e os nossos 15rogos.
Com o 10coração grosso e indignado, resolvi abandonar esse negócio infeliz e fui 11deitar uma carta ao correio. Tomei lugar
na fila, mas antes que chegasse a minha vez a mulher que vendia selos deixou o guichê. Esperei uma 16eternidade a volta dela e fui-
me aproximando devagar, na fila. A carta foi pesada, o selo comprado e uma moeda falsa recebida no troco.
20Marchei para o guichê dos registrados, onde uma espécie de 27mulher 17portadora de óculos e bastante idade se mexia
telefonistas, na professora primária que me atormentava e nos versos de 29certa poetisa que em vão tento esquecer. 23Evidentemente
nenhuma dessas pessoas, deputadas, telefonistas, professora e poetisa, tinha culpa de haverem corrido mal meus negócios nos
ministérios, nenhuma me dera moeda falsa, e era estupidez responsabilizá-las pela preguiça da 26mulher do 18registrado. 22Mas
relacionei todas e julguei perceber os motivos de certos hábitos novos.
Antigamente, quando uma senhora entrava num 19carro cheio, havia sempre sujeitos que se levantavam. Hoje, nos trens da
Central, elas viajam espremidas como numa lata de sardinhas.
Ninguém fumava nos primeiros bancos dos bondes. Ainda existe a proibição num aviso gasto e metrificado, que tem o mesmo
valor dos alexandrinos1: ninguém o lê. A autoridade do condutor ficou muito reduzida, e o letreiro proibitivo tornou-se lei como as
outras, artigo de regulamento.
Há pouco tempo 30uma senhora declarou num romance que as mulheres são diferentes dos homens. É claro. Mas, 24apesar
da diferença, elas se tornaram nossas concorrentes, e concorrentes temíveis. Eu queria ver um examinador que tivesse a coragem
de reprovar aquela moça de olhos redondos, úmidos e ligeiramente estrábicos, que encontrei um dia destes no corredor do ministério.
Só se ele fosse cego.
O Sr. Plínio Salgado quer acabar com os banhos de mar, porque as pernas das mulheres se descobrem neles. Não vale a
pena. São pernas de concorrentes, para bem dizer nem são pernas. Pensa que temos lá tempo de pensar nessas coisas? Tinha graça
que, nos banhos de mar, fôssemos espiar as canelas da moça de olhos estrábicos ou as da mulher que nos impingiu uma moeda
falsa. Não olhamos. Se elas chegarem perto do estribo do bonde cheio, ficaremos sentados porque pagamos passagem e temos o
direito de ficar sentados. Isto. Somos pouco mais ou menos iguais, apesar da afirmação da 25mulher do romance. Vão no estribo, se
quiserem, de pingente. Ou fiquem junto ao poste. Vão para o diabo. É isto. Concorrentes, inimigas. Ou amigas. Dá tudo no mesmo.
RAMOS, Graciliano. Garranchos. Organização de Thiago Mio Salla. Rio de Janeiro: Record, 2012. p. 160-2. (Adaptado)
1. O termo alexandrinos refere-se à poesia produzida em estrutura arcaica, com versos de 12 sílabas.
velocidade média dos carros por onde trafega, às orientações do GPS ou de programas que sinalizam o trânsito em tempo real, 6às
informações de 29alguma emissora de rádio que comenta o trânsito, ao planejamento mental feito e refeito 9várias vezes do trajeto
20que deve fazer para chegar ao seu destino, aos semáforos, faixas de pedestres etc.
35Quando me vejo em tal situação, 19eu me lembro que 14dirigir, 45após um dia de intenso trabalho no retorno para casa, já foi uma
- 40 -
18O uso da internet ajudou a transformar nossa maneira de olhar para o mundo. Não 23mais observamos os detalhes, 1por causa de
nossa ganância em relação a novas e diferentes informações. Quantas vezes sentei em frente ao computador 44para buscar textos
sobre um tema 38e, de repente, 24me dei conta de que estava em 39temas 15que em nada se relacionavam com meu tema primeiro.
Aliás, a leitura também sofreu transformações pelo nosso costume de ler na internet. 16Sofremos de uma tentação permanente de
43pular palavras e frases inteiras, apenas para irmos direto ao ponto. O problema é que 22alguns textos exigem a leitura atenta de
palavra por palavra, de frase por frase, para que faça sentido. 5Aliás, não é a combinação e a sucessão das palavras que dá sentido
e beleza a um texto?
3Se está difícil para nós, adultos, focar nossa atenção, imagine, caro leitor, para as crianças. 2Elas já nasceram neste mundo de
8profusão de estímulos de todos os tipos; elas são exigidas, desde o início da vida, a dar conta de várias coisas ao mesmo tempo;
coisa por muito tempo. 36E quando elas não conseguem, reclamamos, levamos ao médico, arriscamos hipóteses de que sejam
portadoras de síndromes que exigem tratamento etc.
42A maioria dessas crianças sabe focar sua atenção, sim. Elas já sabem usar programas complexos em seus aparelhos eletrônicos,
10brincam com jogos desafiantes que exigem atenção constante aos detalhes e, se deixarmos, 21passam horas em uma única atividade
de que gostam.
17Mas, nos estudos, queremos que elas prestem 26atenção no que é preciso, e não no que gostam. 28E isso, caro leitor, exige a árdua
delas.
12Não basta mandarmos que elas prestem atenção: 33isso de nada as ajuda. 13O que pode ajudar, por exemplo, é 40analisarmos o
contexto em que estão 7quando precisam focar a atenção 25e organizá-lo para que seja favorável a tal exigência. 11E é preciso lembrar
que não se pode esperar toda a atenção delas por muito tempo: 30o ensino desse quesito no mundo de hoje é um processo lento e
gradual.
SAYÃO, Rosely. “Profusão de estímulos”. Folha de São Paulo, 11 fev. 2014 – adaptado.
15. Em “Não basta mandarmos que elas prestem atenção: isso de nada as ajuda.” (ref. 12), os dois-pontos podem ser substituídos,
sem que haja alteração de sentido, por
Texto II
[...] 8Na testa de Fabiano o suor secava, 10misturando-se à poeira que enchia as rugas fundas, embebendo-se na correia do
chapéu. 12A tontura desaparecera, o estômago sossegara. Quando partissem, a cabaça não envergaria o espinhaço de sinhá Vitória.
Instintivamente procurou no descampado indício de fonte. 14Um friozinho agudo arrepiou-o. Mostrou os dentes sujos num riso infantil.
Como podia ter frio com semelhante calor? 17Ficou um instante assim besta, olhando os filhos, a mulher e a bagagem pesada. 16O
menino mais velho esbrugava um osso com apetite. [...]
RAMOS, G. Vidas Secas. RJ/SP: Record, 2013, p. 124.
16. A sentença do texto II “Ficou um instante assim besta, olhando os filhos, a mulher e a bagagem pesada.” (ref. 17) foi reescrita
alterando-se a colocação dos termos e a pontuação.
A sentença alterada que mantém o sentido da original é:
17. Uma língua é um sistema social reconhecível em diferentes variedades e nos muitos usos que as pessoas fazem dela em
múltiplas situações de comunicação. O texto que se apresenta na variedade padrão formal da língua é
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d) Com deus mi deito com deus mi levanto
comigo eu calo comigo eu canto
eu bato um papo eu bato um ponto
eu tomo um drink eu fico tonto. (Chacal)
e) O tempo é um fio
por entre os dedos.
Escapa o fio,
perdeu-se o tempo.(Henriqueta Lisboa)
em moscas e minhocas que, 5tratadas em laboratórios, passaram a viver muitas vezes mais. A suspeita é de 20que, em algum lugar,
seria possível 14desmontar um 21relógio que determina o aparecimento de rugas, seios caídos, pernas flácidas, queda de cabelo.
6Ao tentar 15separar fantasias e bom senso, a reportagem estabelece como hipótese realista que, 9a partir das descobertas
médicas das próximas três décadas, a expectativa de vida suba para 120 anos. Seria a continuação do impacto provocado pelo inglês
Alexander Fleming, que descobriu o primeiro antibiótico.
Traduzindo: as crianças de hoje se lembrariam de seus pais – 10ou seja, nós – como pessoas que 16morreram jovens porque
não completaram 80 22anos. 11Assim como achamos que nossos tataravós morriam cedo porque não 18completavam 60 anos de
17
idade.
Os novos mitos nutridos pela tecnologia reforçam o absurdo brasileiro. Dezenas de milhares de crianças que não completam
2parcos 12 meses de vida morrem anualmente, 7porque simplesmente não têm comida ou bebem água contaminada.
DIMENSTEIN, Gilberto. Expectativa de vida. In: _____. Aprendiz do futuro. São Paulo: Ática: 2004. (fragmento)
prazeres da noite que aos trabalhos do dia. Eis um exemplo clássico do que se chama degenerescência semântica. De limpo gentílico
– natural ou habitante da Boêmia – boêmio acabou carregado de todas essas conotações desfavoráveis.
A respeito do substantivo 15boêmia, vale dizer que a forma de uso, ao menos no Brasil, é boemia, acento tônico em -mi-. E é
natural que assim seja, considerando-se que -ia é sufixo que exprime condição, estado, ocupação. Conferir 6: 16alegria, 18anarquia,
barbaria, 17rebeldia, tropelia, 20pirataria... Penso que sobretudo palavras como folia e 19orgia devem ter influído na fixação da tonicidade
de boemia. Notar também o par abstêmio/abstemia. Além do mais, a prosódia boêmia estava prejudicada na origem pelo nome
10próprio Boêmia: esses boêmios não são os que vivem na Boêmia...
Adaptado de: LUFT, Celso Pedro. Boêmios, Boêmia e boemia. In: O romance das palavras. São Paulo: Ática, 1996. p. 30-31.
19. Associe cada ocorrência de sinal de pontuação, acima, com a noção que expressa no contexto em que ocorre, abaixo.
( ) dois-pontos (ref. 4)
( ) dois-pontos (ref. 5)
( ) dois-pontos (ref. 6)
1. definição 2. conformidade
3. explicação 4. exemplificação
a) 1 – 2 – 3. b) 1 – 3 – 4. c) 2 – 3 – 4. d) 3 – 2 – 4. e) 4 – 1 – 2.
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
alarmes de carro. Os alarmes de carro são a trilha sonora do nosso tempo8: o som da paranoia justificada.
O alarme é o grito da nossa propriedade de que alguém está querendo tirá-la de nós. É o som 15mais desesperado que um
ser humano pode produzir – a palavra “socorro!” –, mecanizado, padronizado e a todo volume. É 10“socorro!” acrescentado ao
vocabulário das coisas, como a buzina, a campainha, a música de elevador, o 11“ping” que 22avisa que o assado está pronto e todos
os “pings” do computador. Também é um som típico porque tenta compensar a carência mais típica 3da época9, a de segurança. 7Os
carros pedem socorro porque a sua defesa natural 12– polícia por perto, boas fechaduras ou respeito de todo o mundo pelo que é dos
outros – não funciona 16mais. 17Só 6lhes resta gritar.
Também é o som da época porque é o som da intimidação. Sua função principal é espantar e substituir todas as outras
formas de dissuasão pelo simples terror do barulho. O som da época em que 1os decibéis substituíram a razão.
Como os ouvidos são13, de todos os canais dos sentidos, os mais difíceis de proteger, foram os escolhidos pela
insensibilidade moderna para atacar nosso cérebro e apressar nossa imbecilização. Pois são tempos literalmente do barulho.
O alarme contra roubo de carro também é próprio da época porque, 18frequentemente, não funciona. 14Ou funciona quando
não deve. 23Ouvem-se tantos alarmes a qualquer hora do dia ou da noite porque, 19talvez influenciados pela paranoia generalizada,
eles disparam sozinhos. 24Basta alguém se aproximar do carro com uma cara suspeita e eles começam a berrar.
20Decididamente, o som 4do nosso tempo.
VERISSIMO, Luís Fernando. O som da época. Jornal Zero Hora, Porto Alegre, 29 set. 2011.
20. Assinale a única alternativa correta em relação ao emprego de sinais de pontuação no texto.
a) Os dois pontos da ref. 8 e a vírgula da ref. 9 isolam, respectivamente, um aposto e um adjunto adverbial.
b) As palavras “socorro!” (ref. 10) e “ping” (ref. 11) são destaca das com aspas por terem, no texto, o papel de interjeições.
c) Os travessões da ref. 12 poderiam ser substituídos por vírgulas sem acarretar prejuízo ao sentido do texto nem infração às normas
de pontuação.
d) A primeira e a segunda vírgulas da ref. 13 são facultativas, pois a expressão intercalada não provoca a ruptura da ordem direta da
frase.
e) Seria gramaticalmente adequada a supressão do ponto final antes da conjunção “Ou” (ref. 14), grafando-se esse articulador com
inicial minúscula, mas não prevaleceria o relevo atribuído à sequência textual que a conjunção introduz.
Gabarito:
[A] Os parênteses cumprem o papel de um quase cochicho com o leitor, são pormenores que só interessaria aos mais íntimos. É um
artifício para aumentar a cumplicidade com o leitor.
[B] O diminutivo está sempre ligado a gostosas lembranças da infância.
[C] Embora sintaticamente os dois pontos e a vírgula possam ser substituídos sem alterações, semanticamente há uma diferença, a
pausa criada pela locutora aumenta a relevância do que será colocado depois dos dois pontos, ou seja, trocasse pela vírgula, a
informação posterior não teria o destaque que se quis ao optar pelos dois pontos. Haja vista, que depois dos dois pontos ela fala
do tema que norteará todo o conto, o dia do aniversário de setenta anos.
[D] Correta. A linguagem empregada no conto é coloquial, informal, por ser uma reflexão pessoal, quase um desabafo.
[I] Verdadeira. Apenas a ordem dos termos está invertida, como a locução adverbial de lugar (“neste mesmo lugar”), e a de tempo
(“dentro de alguma centena de anos”), ambas marcadas corretamente pelo uso de vírgulas.
[II] Falsa. A locução adverbial de lugar (“neste mesmo lugar”) precisaria ser redigida entre vírgulas, uma vez que não está ao final do
período.
[III] Falsa. O trecho “pranteará o desaparecimento que eu poderia ter visto” está incorreto, pois o substantivo “desaparecimento” requer
o emprego da preposição “de”.
Em relação às referências 20 e 21 (“Essa visão, a de homo sapiens, é uma definição do homem pela razão; de homo faber20, do
homem como trabalhador; de homo economicus21, movido por lucros econômicos”), as vírgulas marcam a elipse (figura de sintaxe
segundo a qual não se repete uma palavra ou expressão, marcando o local com vírgula) da expressão “é uma definição”.
Em relação à referência 22 (“Em resumo, trata-se de uma visão prosaica, mutilada, que esquece o principal 22: a relação do
sapiens/demens, da razão com a demência, com a loucura”), o contexto indica um resumo e inserção de um argumento (“a relação
do sapiens/demens”).
Em relação à referência 23 (“A compreensão nos torna mais generosos com relação ao outro 23, e o criminoso não é unicamente mais
visto como criminoso, como o Raskolnikov de Dostoievsky, como o Padrinho de Copolla”), a vírgula une dois períodos com o sentido
de adição; nesse caso, tal pontuação torna-se obrigatória, pois o sujeito de cada um deles (respectivamente “a compreensão” e “o
criminoso”) é diferente.
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Resposta da questão 4: [B]
[I] Incorreta. Na referência 24 (‘Harold Bloom escreve: 24"Todas as grandes obras revelam a universalidade humana através de
destinos singulares, de situações singulares, de épocas singulares".’), as aspas indicam uma citação literal de Harold Bloom.
[II] Correta. Nas referências 25 e 19 (Harold Bloom escreve: "Todas as 25grandes obras revelam a universalidade humana através de
destinos singulares, de situações singulares, de épocas singulares". É essa a razão por que as 19obras-primas atravessam séculos,
sociedades e nações.), as expressões “grandes obras” e “obras-primas”, de acordo com o contexto, são empregadas como
sinônimas.
[III] Incorreta. Ao reler a passagem na qual está inserida a referência 26 ( “Agora chegamos à parte mais humana da inclusão: a inclusão
do outro para a compreensão humana. A compreensão nos torna mais generosos com relação ao outro, e o criminoso não é
unicamente mais visto como criminoso, 26como o Raskolnikov de Dostoievsky, como o Padrinho de Copolla”), percebe-se que o autor
do texto defende a literatura como um elemento que amplia o horizonte de compreensão humana, inclusive a ponto de “o criminoso
não é unicamente mais visto como criminoso”; em seguida, cita-se a referência 26 como exemplos pertinentes a tal pensamento.
[I] Correta. Os dois pontos foram utilizados para uma explicação, no caso, para identificar dois tipos de pessoas levantadas pela
pesquisa: aquelas que se relacionam com o tempo observando a passagem na vida e outros que interagem diretamente com o
cotidiano.
[II] Correta. No terceiro parágrafo, as aspas foram utilizadas para indicar uma citação de Silvia Cervellini, diretora executiva de
negócios do Ibope Inteligência.
[III] Incorreto. No quarto parágrafo, o ponto de exclamação foi utilizado para indicar uma pergunta, não podendo ser substituído por
um ponto de exclamação.
Este trecho é bastante expressivo em sua concepção gráfica: lê-se a introdução de um personagem através de um colchete em início
de parágrafo. Conceito original, portanto, passível de interpretações. A alternativa [A] seria totalmente viável, não fosse o personagem
de Firmo ser introduzido desta maneira na narrativa. A alternativa [C] também seria viável, caso o narrador fizesse alguma menção a
respeito do pessoal morador do cortiço. A alternativa [D] está errada por outro motivo, talvez para manter a verossimilhança necessária:
dificilmente uma mulher falaria assim de seu amante. A alternativa [E] também está errada porque a fala trata de uma visão moral,
independentemente do determinismo permear por todas as tramas da narrativa. A alternativa [B] é a correta, pelo fato do personagem
estar implicitamente presente na narrativa através dos colchetes, fazendo parecer um narrador, em segundo plano. A fala metafórica,
quase proverbial, endossa a visão popular e estereotipada da mulher que gosta de dinheiro que aguenta tudo ao lado do fanfarrão,
indicado pelas metonímias: saia e cobres e pela metáfora composta pela boca do diabo. No discurso, o narrador emprega a fala típica
do malandro que estava se formando nos morros cariocas.
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Resposta da questão 10: [C]
É correta a alternativa [C], pois, no último parágrafo, os travessões exercem a função de um aposto explicativo do substantivo
“potencialidade”, especificando as suas virtualidades.
No trecho “que direito tem você de estar aqui na intimidade de minha família, entrando nos nossos segredos mais íntimos, dormindo
na cama onde eu dormi, lendo meus velhos livros, talvez sorrindo das minhas anotações à margem, tratando meu pai com intimidade,
talvez discutindo a minha conduta, talvez até criticando-a?”, os dois pontos assinalam a introdução de uma pergunta: (3).
No segmento “que ele tenha mais direito de hostilizar-me do que eu a ele, que vive nesta casa há dezessete anos”, a vírgula serve
para assinalar explicação através de uma oração subordinada adjetiva: (1).
Em “Ele me olha, e vejo que está me examinando”, a vírgula assinala a presença de sujeitos distintos em período coordenado, “ele” e
“eu” na primeira e segunda orações, respectivamente (2).
Assim, é correta a alternativa [A].
[A] Um travessão é um sinal gráfico se usado corretamente jamais será usado para indicar oposição.
[B] O travessão é um sinal gráfico, não um elemento sintático na oração.
[C] O travessão, por ser um sinal gráfico, não pode nem poderá expressar condição na frase.
[D] Correta. O papel do travessão, neste contexto, é o de dar ênfase ao elevado número de mulheres atarefadas pela burocracia e
indiferentes aos problemas das pessoas que precisam de algum documento oficial.
[E] Não há a intenção do autor em fazer comparações às informações, mas sim enfatizá-las.
[A] O autor faz uma referência ao moralismo de Plínio Salgado por querer proibir o uso de trajes de banhos que mostrassem demais
as pernas das senhoras.
[B] Correta. O autor faz referência ao aviso que havia nos bondes de antigamente: Fu/ mar/ ao/ vo/lan/te/ é/ pe/ri/go/ cons/tan/te.
Anúncio em que se contam doze sílabas poéticas, tal qual na poesia clássica grega.
[C] Os passageiros apenas liam um anúncio de proibição que, eventualmente, contava com doze sílabas poéticas, portanto, não eram
poemas, mas anúncios.
[D] Não há paralelos entre a proibição e o dinheiro falso.
[E] Ninguém consegue resolver nada nos corredores públicos, segundo o narrador.
O uso dos dois-pontos equivale à explicação da oração anterior (“prestem atenção”), por isso é possível substituí-los, sem alteração
de sentido, por conjunção de igual sentido. As demais conjunções são [A] e [B] concessivas, [C] temporal, [E] adversativa.
[A] Assim, ficou besta (...) Esta construção transforma a palavra assim em uma conjunção conclusiva, alterando a ideia original.
[B] A palavra besta deixa de pertencer à locução adjetiva, um instante assim besta, para ser o adjetivo de mulher, desvirtuando o
sentido original.
[C] A mudança do adjetivo: bagagem pesada para mulher pesada altera totalmente o sentido.
[D] Besta no início da oração e acompanhada de vírgula transforma o vocábulo em um vocativo, alterando o sentido original.
[E] Correta. A alteração do vocábulo besta na locução mantém inalterado o sentido do exemplo proposto pela questão.
A única alternativa que contempla todos os requisitos da norma culta é a estrofe de Henriqueta Lisboa, uma vez que:
Em [A], ocorrem abreviaturas próprias à linguagem empregada nos meios virtuais;
Em [B], há gírias, como “bicho” e “cair fora”, e expressões de cunho popular, como “tá louco”;
Em [C], “Tudo está na cara” é uma expressão popular correspondente a algo explícito;
Em [D], além de desvios relacionados à Ortografia, como “deus” e “mi”, o uso da pontuação não seguiu a norma culta.
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Resposta da questão 18: [B]
[1] CORRETA. Não afetaria a correção gramatical, mas daria um realce na expressão: não descarta, nas entrelinhas, a chance (...).
[2] Vejamos o exemplo: A suspeita é de que: em algum lugar, seria possível (...) o erro consiste em separar com dois pontos o verbo
de seus complementos, sem necessariamente tratar-se de uma enumeração de ideias.
[3] Ao pensar no exemplo: desmontar um relógio, que determina o aparecimento de rugas (...) tem-se que nas orações adjetivas
restritivas não se separam por vírgulas.
[4] CORRETA. Em completaram 80 anos, assim como achamos (...) percebe-se que esta substituição em nada muda o sentido nem
confere erro gramatical à oração.
Em “Trajo? No mais completo desleixo: molambos sujos e puídos cobriam-lhes os corpos”, o uso dos dois-pontos marca o início da
explicação da afirmação anterior. Em “Na definição de Antenor Nascentes: vida despreocupada e alegre”, os dois-pontos introduzem
um raciocínio que está em conformidade com o que fora proposto pelo estudioso citado. No trecho “Conferir: alegria, anarquia”, os
dois-pontos antecedem exemplos citados pelo autor, que corroboram a sua argumentação. Portanto, a ordem correta é: 3 – 2 – 4.
A alternativa [A] está incorreta porque a vírgula da ref. 9 não isola um adjunto adverbial, e sim um aposto.
A afirmação [B] está errada porque apenas a palavra “socorro!” (ref. 10) desempenha o papel de interjeição, “ping” (ref. 11) é uma
onomatopeia.
É incorreta também a afirmativa [C], pois a substituição dos travessões da ref. 12 por vírgulas geraria ambiguidade na frase.
Em [D] também há incorreção. A primeira e a segunda vírgulas da ref. 13 são obrigatórias. A expressão intercalada deve ser isolada
por vírgulas porque a frase está na ordem indireta.
Assim, a única alternativa correta é a [E].
REDAÇÃO
Redações exemplares para colocar vírgula
Redação Exemplar 1
Nome: Fábio Charlesson
Tema: A importância da liderança no cotidiano militar
A liderança é um processo que consiste em influenciar pessoas para que ajam voluntariamente em prol dos objetivos do líder
do grupo ou da instituição à qual pertencem. No contexto militar tal procedimento é norteado por valores úteis à motivação dos
liderados bem como à instalação do doutrinamento por meio da disciplina e da ética marcial. Essa conduta torna, de fato, o exercício
da liderança uma prática fundamental no cotidiano do profissional armífero.
No âmbito militar a condução de grupos é necessária ao cumprimento das missões. Tal atribuição é geralmente confiada aos
militares com maior capacidade de liderar com plenos valores inerentes à profissão – honra dignidade e honestidade – os quais
motivam os seus seguidores. Nesse sentido a elevação do moral o respeito aos subordinados e o reconhecimento oportuno são
fatores motivacionais que diariamente os líderes militares cultivam em seus subordinados. A motivação é desse modo requisito crucial
ao exercício da liderança na rotina militar.
Também no cotidiano da profissão armífera a capacidade de influenciar é útil para enfatizar a virtude basilar das corporações
marciais: a disciplina. Tal atributo é obtido mediante o acatamento e o respeito às regras às normas e às condutas que são inerentes
aos hábitos militares. Um grupo com elevados níveis de disciplina estará por conseguinte apto a alcançar os melhores resultados para
a Organização à qual pertence.
Por último no cotidiano militar é imprescindível que o líder se oriente pela relação existente entre a liderança e a ética militar.
Esta reúne os valores que norteiam aquela; não há o exercício corrente daquela sem o conjunto de princípios oferecidos por esta. Tal
correlação é parâmetro fundamental a ser seguido frequentemente pelos líderes militares nas suas esferas de ação. Com efeito a
correção de atitudes imposta pela obediência à ética exprime então a importância desse atributo à liderança militar diária.
A liderança é importante no cotidiano militar porque promove o cultivo de valores e virtudes que dão consistência à credibilidade
da profissão portanto. Por intermédio dessa prática os militares buscam a perfeição na execução das suas tarefas e dos seus deveres.
De fato o pleno comando aplicado na rotina militar permite que os elementos do grupo afastem-se de condutas de hábitos e de
comportamentos incompatíveis com a postura e com o modo de agir dos profissionais das armas.
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Redação Exemplar 2
Nome: Fábio Charlesson
Tema: A Marinha do Brasil: passado, presente e futuro
A Marinha do Brasil foi formada com propósito de contribuir com a formação do Estado brasileiro no século XIX. Hoje a Força
desempenha funções mais abrangentes: participação em operações internacionais e o desenvolvimento tecnológico. Nesse contexto
o início dessa estrutura naval remonta à presença da Armada nas guerras da Independência envolve as ações conjuntas com outras
Marinhas em Organismos internacionais e estende-se ao estudo atual da obtenção de propulsão atômica. Por meio de tal processo a
Esquadra busca assim a evolução dos seus meios.
Na segunda década do século XIX o Brasil separou-se do exploratório domínio português. Esse acontecimento motivou
movimentos separatistas no Norte no Nordeste e no Sul do território e para conter as rebeliões era preciso enviar tropas aos locais
insurretos mas as comunicações terrestres não eram transitáveis. A solução encontrada pelo recente Império foi a tendência
privilegiada e natural da ex-colônia: o mar. Por meio de apresamento de navios estrangeiros de subscrição popular – contribuição
financeira da população – e de aquisições no exterior foi então criada a primeira Esquadra brasileira.
Apesar dessa carente formação inicial a Marinha do Brasil é hoje constituída por navios modernos. Tais meios são
capacitados a realizar Operações combinadas com outras nações como por exemplo a liderança brasileira na Força Interina das
Nações Unidas no Líbano cujo comando é exercido por um meio naval brasileiro. A Armada no presente atende às demandas da
política externa brasileira bem como colabora desse modo com a inserção do País no grupo de Estados com Forças Navais aptas a
garantir a manutenção da paz mundial.
Por último desde a Segunda Guerra Mundial as assimetrias de poder do planeta são restritivas aos países com domínio de
tecnologia nuclear. Tal situação provoca constantemente relações diplomáticas tensas entre Nações de diferentes continentes –
Estados Unidos Irã Coreia do Norte. Sob consciência defensiva a Marinha do Brasil empenha-se no Programa de Desenvolvimento
do Submarino com propulsão nuclear a fim de projetar-se-á no seleto grupo de Forças Navais que detêm esse conhecimento. Tal ação
prontificará por conseguinte a Esquadra a enfrentar situações cuja defesa exija dissuasão atômica.
A Marinha do Brasil busca adequar-se aos processos evolutivos inerentes a uma Força Naval portanto. Tal crescimento
acontece à medida que a situação política do País exige mudanças e atividades como foi no passado é no presente e provavelmente
será no futuro. A Marinha manteve desde a sua criação o compromisso de aperfeiçoar-se continuamente de modo a contribuir para a
prontidão do cumprimento da sua missão constitucional: a defesa da Pátria.
Redação Exemplar 3
Nome: Luciana Silva Freitas
Tema: Operações Navais no Século XXI: tarefas básicas do Poder Naval para a proteção da Amazônia Azul.
A inevitável vocação marítima brasileira demanda uma adequada sintonia com os diferentes conceitos históricos. O século
XXI que já iniciou com muitas expectativas acerca dos usos das diferentes tecnologias tem colocado novos desafios ao Poder Naval
no que se refere à proteção da Amazônia Azul. Nesse contexto apesar do auxílio dos equipamentos de monitoramento remoto as
ações diplomáticas empreendidas no âmbito militar são tão importantes quanto as outras.
O que de mais desafiador o século atual traz são a multiplicidade de usos dos equipamentos de comunicação e a
disseminação de conhecimentos. Tais aspectos colocam o aparato militar em relativa desvantagem quando se consideram a
portabilidade e as ações de monitoramento e controle para conter ações irregulares nas Águas Jurisdicionais Brasileiras(AJB). Desse
modo a capacidade de dissuasão dos meios navais continua como um importante instrumento mas essa aptidão depende de uma
constante atualização e da integração com diferentes órgãos da Administração Pública. O lado inovador das Operações Navais deve
considerar assim a inclusão de atividades que transcendam o campo bélico.
Nesse sentido as ações diplomáticas realizadas com navios a ostentar a Bandeira Nacional podem ser importantes formas
de demonstrar força. O efeito psicológico que a presença física provoca ante as possibilidades de agressão sempre foi um componente
incluído nos preparativos para a guerra ou nos procedimentos para evitá-la. Mostrar a bandeira é de fato um tipo de posicionamento
que tanto atende aos anseios político-administrativos quanto implica estratégias de defesa. Cabe lembrar então que a chamada paz
armada já foi praticada por romanos britânicos e estadunidenses em diferentes épocas.
A Amazônia Azul depende portanto da capacidade de mobilização e da demonstração de preocupação com sua proteção. A
conciliação dos interesses burocráticos com os de conotação militarista passa inevitavelmente pelo manuseio criativo das diferentes
formas humanas de expressão. Tal articulação aponta os sinais de criatividade de uma nação e simultaneamente indica que
determinados insultos serão prontamente respondidos.
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Redação exemplar 4
Nome: Luciana Silva Freitas
Tema: A Perspectivas do Oficialato
Estabilidade. Reconhecimento. Disciplina. A Marinha do Brasil (MB) – instituição nacional permanente e regular – cujo objetivo
principal é a defesa da Nação certamente valoriza atributos os quais enaltecem a carreira de seus militares devido às perspectivas
geradas por causa das peculiaridades do Oficialato. Nesse contexto para entender tal fato cabe considerar aspectos como a
importância da liderança do reconhecimento social e da ascensão profissional.
Ressalta-se em primeiro lugar que a liderança é um dos requisitos mais relevantes para a Armada. Esse preceito conceitua-se
como a arte de influenciar pessoas para agirem voluntariamente em prol dos objetivos da Força por isso o Oficial precisa conduzir
seus subordinados de maneira eficaz e eficiente além de ser um verdadeiro líder em suas atribuições cotidianas. Dessa forma tal
militar estará preparado para superar todas as adversidades encontradas no dia a dia da caserna.
Também o Oficialato desperta inúmeros sentimentos engrandecedores na sociedade civil. Nessa direção observa-se que o
reconhecimento social é uma característica marcante na vida militar devido ao comprometimento e à coragem: esta representa a
superação do medo para enfrentar qualquer perigo em prol do cumprimento da missão; aquele está relacionado com os princípios da
ética e da ordem. Os civis indubitavelmente admiram tais atributos.
Por último deve-se mencionar como aspecto relevante nas Forças Armadas em geral a ascensão profissional. Tal área é
promissora de fato por valorizar seus integrantes com um plano de carreira que proporciona reconhecimento profissional e valorização
financeira. O objetivo da MB é capacitar o militar graduado por meio de cursos e treinamentos para que este possa assim crescer na
Instituição.
Muitas são portanto as perspectivas que giram em torno do Oficialato. Com certeza poder exercer a liderança obter reconhecimento
social perante a sociedade e ascender profissionalmente são características enaltecedoras que fazem dessa carreira não só uma
profissão mas também um estilo de vida.
TIPOS TEXTUAIS
Segundo Marcuschi (2002), é um termo que deve ser usado para designar uma espécie de sequência teoricamente definida
pela natureza linguística de sua composição. Em geral, os tipos textuais abrangem as categorias narração, argumentação, exposição,
descrição e injunção. Segundo ele, o termo tipologia textual é usado “para designar uma espécie de sequência teoricamente definida
pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas).
Tipos textuais segundo Werlich (1973):
Observe a tabela de Werlich (1973) a seguir, a qual propõe uma matriz de critérios, partindo de estruturas linguísticas típicas dos
enunciados que formam a base do texto. Werlich toma a base temática do texto representada ou pelo título ou pelo início do texto
como adequada à formulação da tipologia. Assim, são desenvolvidas as cinco bases temáticas textuais típicas que darão origem aos
tipos textuais:
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1) A NARRAÇÃO trabalha com figuras, termos concretos para criar as personagens e fazê-las agir em determinados lugares.
Focaliza as transformações de estado, pois marca temporalmente essas ações, numa relação de anterioridade e posterioridade,
responsável pela causalidade. É a exteriorização de um fato, acontecimento por meio de formas verbais que denotam ações
continuadas. Nas estruturas narrativas, fica subentendida a ideia de ação, de acontecimento.
2) A DESCRIÇÃO focaliza estados e não, ações. Serve para caracterizar seres sensíveis, isto é, que podem ser apreendidos pelos
órgãos dos sentidos (visão, audição, olfato, tato e paladar). Como não há temporalidade, descreve-se o que existe em um
dado momento da realidade (presente ou passada), por isso seus elementos não mantêm relação de anterioridade e
posterioridade. Não existindo a causalidade, pode-se mudar ou inverter a ordem dos elementos do texto sem alterar seu sentido.
É um retrato (foto) do referente (assunto). O objetivo desse tipo de texto é a descrição dos traços mais particulares do objeto em
questão, a imagem.
3) A DISSERTAÇÃO trabalha com ideias, por isso é temático e não, figurativo. Como seu objetivo é defender um ponto de vista,
argumentar em defesa de uma tese, opera, predominantemente, com palavras abstratas. As afirmações estabelecem relações
de causa, consequência, condição, concessão, tempo, etc., por isso não se pode alterar a ordem do texto. Estabelece-se um
raciocínio que supõe uma organização do pensamento e, para chegar à conclusão que se deseja, há de haver uma ordem de
ideias, a que denominamos progressividade. É uma disposição organizada de ideias a respeito de um tema (exteriorização de
reflexões de maneira impessoal), no qual o autor defende sua tese por meio de argumentos colocados em progressão. Para
efeito didático, podem distinguir-se dois tipos de textos dissertativos: os expositivos e os argumentativos.
3.1) Dissertação expositiva – é a simples apresentação por alguém de um saber próprio ou de uma opinião, sem a intenção
de influenciar e formar a opinião do receptor da mensagem.
3.2) Dissertação argumentativa – é a apresentação por alguém de um saber próprio ou de uma opinião, com a intenção de
influenciar e formar a opinião do receptor da mensagem.
4) A INJUNÇÃO
O tipo injuntivo, também conhecido como instrucional, tem a função de explicar e expor métodos, maneiras e instruções a fim
de demonstrar como uma ação deve ser realizada. De forma direta, é o tipo de texto que enuncia o procedimento para executar um
determinado ato. É um tipo textual que embasa receitas de cozinha, bulas de medicamentos, manuais de instruções, editais de
concursos e, até mesmo, algumas publicidades.
Por não ser um tipo argumentativo, não busca o convencimento do leitor, mas tão somente instruí-lo de forma detalhada
sobre a realização de um procedimento, transmitindo-lhe informações precisas e comandos para a efetivação do ato.
Dessa forma, é um tipo que apresenta a necessidade de um interlocutor ao qual o discurso se dirige e tem como principal
objetivo a realização de alguma ação por parte dele, modificando de alguma maneira o seu comportamento, na medida em que fornece
instruções e indicações para a execução de uma tarefa ou mesmo a recomendação sobre a forma de uso de um determinado objeto.
Alguns estudiosos enxergam no tipo injuntivo uma divisão, separando da categoria os textos chamados “prescritivos”.
Enquanto o texto injuntivo forneceria instruções sem buscar evidenciar uma imposição ao leitor – tornando-se mera instrução, como
em manuais ou receitas –, o texto prescritivo estabelece uma atitude coercitiva, proibindo comportamentos ou indicando a única
maneira de realizar algo, a qual deve submeter-se o interlocutor – como seria o caso de editais de concursos, regulamentos e leis em
geral.
A linguagem utilizada no tipo é normalmente simples, clara, direta e objetiva. É característica, por conta da necessidade de
um interlocutor, a existência de verbos no imperativo, indicando as ações que devem ser realizadas por meio de “ordens” para sua
realização. É comum que esse tipo texto também se utilize de descrições sobre objetos, ou ações, de modo a informar o leitor com
precisão para que ele possa realizar as ações indicadas.
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OUTROS TIPOS TEXTUAIS
TEXTO PREDITIVO
O texto preditivo prediz, ou seja, diz antes. De fato, o entendimento do termo é a exata compreensão de seu contexto. O tipo
preditivo é aquele cujo discursos serve para indicar uma previsão, dar uma informação sobre o futuro, de forma a antecipar os eventos
que, segundo o enunciador, deverão ocorrer.
É um tipo que abarca textos como previsões do tempo, horóscopo, profecias e mesmo alguns provérbios. Como principal
característica, apresenta seus verbos no futuro do presente e, por vezes, o presente do indicativo. É comum o uso de expressões com
valor de futuro, além da existência de interlocução.
Na atualidade, reconhece-se o texto preditivo ligado às novas tecnologias. Pode-se afirmar sua presença como resultado de
algoritmos de sites de busca ou mesmo dos próprios aplicativos de celulares. Nesses casos, há a criação de uma espécie de banco
de dados de termos mais procurados ou palavras mais digitadas pelos usuários e, durante o preenchimento das primeiras letras de
um termo, o aplicativo ou site “prediz”, em forma de sugestão, um termo ou expressão que corresponderia à busca realizada.
TEXTO DIALOGAL
O texto dialogal é baseado na construção de um diálogo e, portanto, necessita de, no mínimo, dois interlocutores, criando
uma espécie de texto “cogerido”, construído à base da integração de turnos entre esses interlocutores.
Evidentemente, cada sentença de um enunciador relaciona-se com aquilo que seu interlocutor enunciou e vice-versa,
fazendo, assim, com que a trama do texto estabeleça-se por meio do diálogo que vai sendo construído, uma vez que esses
interlocutores concordam, discordam, concluem, generalizam, particularizam, justificam, exemplificam etc.
É um tipo que se percebe em diversos textos, como as entrevistas jornalísticas, os debates, as reuniões de trabalho,
conversas telefônicas, bate-papos em aplicativos e sites de mensagens diretas etc.
OS GÊNEROS TEXTUAIS
Para Porto (2009) os gêneros textuais são “modelos” de textos que circulam, socialmente e que estabelecem formas
próprias de organização do discurso. Segundo Bakhtin (1997, p.179), são caracterizados pelo conteúdo temático, pelo estilo e pela
construção composicional, que numa esfera de utilização apresentam tipos relativamente estáveis de enunciados, tais como o conto,
o relato, o texto de opinião, a entrevista, o artigo, o resumo, a receita, a conta de luz, os manuais, entre outros. A escolha do gênero
depende do contexto imediato e, consequentemente, da finalidade a que se destina, dos destinatários e do conteúdo.
Segundo Marcuschi (2002), os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e
social. Fruto de trabalho coletivo, os gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia a dia. São
entidades sóciodiscursivas e formas de ação social incontornáveis em qualquer situação comunicativa. Hoje contamos com uma
diversidade infinita de gêneros. (...) os gêneros não são instrumentos estanques e enrijecedores da ação criativa. Caracterizam-se
como eventos textuais altamente maleáveis, dinâmicos e plásticos”.
Em nossas práticas comunicativas, fazemos uso de inúmeros gêneros textuais, considerando-se o contexto, o tema, a relação
entre os interlocutores, etc. São exemplos de gêneros textuais: diálogo face a face, bilhete, carta (pessoal, comercial, etc.), receita
culinária, horóscopo, artigo, romance, conto, novela, cardápio de restaurante, lista de compras, aula virtual, piada, resenha, inquérito
policial, ofício, requerimento, ata, relatório, o bate-papo on-line (MSN), blog, twitter (micro blog), Facebook, mensagens SMS (celular),
Whatsapp, etc.
Bakhtin evidencia inúmeras maneiras de interação entre a humanidade, nas mais variadas atividades sociais: vendendo,
comprando, trabalhando, brincando, se divertindo, etc. O gêneros são instrumentos dessas práticas. Ele classifica os gêneros em:
Primários: são simples e procedem da comunicação verbal espontânea (diálogos, cartas);
Secundários: frutos de uma comunicação cultural mais evoluída e mais complexa: romance, discurso científico,
teatro, etc.
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EXERCÍCIOS
Texto I – questão 2.
A sua vez
Você já é grandinho o suficiente para saber que brincadeira é para a vida toda
1 Boa parte das brincadeiras infantis são um ensaio para a vida adulta. Criança brinca de ser
mãe, pai, cozinheiro, motorista, polícia, ladrão (e isso, você sabe, não implica nenhum tipo de
3 propensão ao crime). E, ah, quando não há ninguém por perto, brinca de médico também. É uma
forma de viver todas as vidas possíveis antes de fazer uma escolha ou descoberta. Talvez seja por
5 isso que a gente pare de brincar aos poucos – como se tudo isso perdesse o sentido quando viramos
adultos de verdade. E tudo agora é para valer. Mas será que parar de brincar é, de fato, uma decisão
7 madura?
Atividades de recreação e lazer estimulam o imaginário e a criatividade, facilitam a
9 socialização e nos ajudam a combater o estresse. Mas, se tudo isso for o objetivo, perde a graça,
deixa de ser brincadeira. Vira mais uma atividade produtiva a cumprir na agenda. Você só brinca de
11 verdade (ainda que de mentirinha) pelo prazer de brincar. E só. Como escreveu Rubem Alves, quem
brinca não quer chegar a lugar nenhum – já chegou.
13 QUINTANILHA, Leandro
Disponível em: http://www.vidasimples.abril.com.br/edicoes/073/pe_no_chao/conteudo_399675.shtml
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Questão (2) Quanto à tipologia, o Texto I classifica-se como
(A) injuntivo.
(B) narrativo.
(C) descritivo.
(D) expositivo.
(E) argumentativo.
Texto II – questão 3.
A angústia de cada dia
O angustiado é aquele que ficará a vida toda na alternativa, na escolha, mas sem escolher.
Por que não se decide? Será possível uma revolução íntima?
1
Sem alternativa
3
Infelizmente, não há saída nem pela direita nem pela esquerda. De um lado, a
angústia foi aceita como regra, sobretudo nas religiões que veneram o sofrimento. De
5 outro, todo o esforço da ciência e da tecnologia se erigiu como combate à angústia. Morrer,
perecer, sofrer são momentos importantes da vida. Melhor viver sem eles, pensam os que
7 combatem a angústia. Travam uma espécie de combate do otimismo contra o pessimismo,
como se essa oposição tivesse necessariamente que ter um vencedor. Um combate que
9 já nasce fraco, pois não há remédio contra a angústia. A angústia nossa de cada dia cresce
como grama que é preciso aparar, torna-se gigantesca e pode até nos engolir de vez,
11 deixar a casa debaixo do matagal. Debaixo da grama selvagem, com paciência, um
jardineiro, no entanto, constrói seu jardim.
TIBURI, Márcia. Revista vida simples. 73. ed. p. 64-65, dez. 2008. (Fragmento)
(A) expositivo.
(B) injuntivo.
(C) argumentativo.
(D) narrativo.
(E) descritivo.
Texto I – questão 4.
Constituição política e convivência
1 Vivemos uma cultura que valida a competição e a luta, e frequentemente dizemos
que a democracia é a livre disputa pelo poder. Isto é um erro, se o que queremos é uma
3 convivência na qual não surjam a pobreza, o abuso e a opressão como modos legítimos de vida.
Não existem a competição sadia nem a disputa fraterna. Se o que queremos é uma convivência
5 em que não surjam a pobreza e o abuso como instituições legítimas do viver nacional, nossa
tarefa é fazer da democracia uma oportunidade para colaborar na criação cotidiana de uma
7 convivência fundada no respeito que reconhece a legitimidade do outro num projeto comum, na
realização do qual a pobreza e o abuso são erros e podem e devem ser corrigidos.
9 Façamos da democracia um espaço político para a cooperação na criação de um
mundo de convivência no qual nem a pobreza, nem o abuso, nem a tirania surjam como modos
11 legítimos de vida. A democracia é uma obra de arte político-cotidiana que exige atuar no saber
que ninguém é dono da verdade, e que o outro é tão legítimo quanto qualquer um. Além disso,
13 tal obra exige a reflexão e a aceitação do outro e, sobretudo, a audácia de aceitar que as
diferentes ideologias políticas devem operar como diferentes modos de ver os espaços de
15 convivência, que permitem descobrir diferentes tipos de erros na tarefa comum de criar um
mundo de convivência, no qual a pobreza e o abuso são erros que se quer corrigir. Isto é uma
17 coisa diferente da luta pelo poder.
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Texto II – questão 5.
1 O projeto original do Metrô/DF é composto por 29 estações, das quais 21 estão em
funcionamento. Possui, atualmente, uma frota de 20 trens, e transporta uma média de 150 mil
3 passageiros ao dia — de segunda a sexta-feira, das 6h às 23h30, e aos sábados, domingos e
feriados, das 7h às 19h.
5
As linhas do Metrô/DF possuem a forma da letra Y. Dos 42,38 Km de extensão, 19, 19
7 Km interligam a estação Central — localizada na rodoviária do plano piloto de Brasília — à Estação
Águas Claras. Outros 14,31 Km compreendem o ramal que parte da estação Águas Claras,
9 percorrendo Taguatinga Centro e Norte, até Ceilândia. Por fim, 8,8 Km abrangem o trecho que liga
a estação Águas Claras, via Taguatinga Sul, até Samambaia.
11 A linha principal é subterrânea na Asa Sul. As estações operacionais da região
possuem passagens subterrâneas que dão acesso às superquadras 100 e 200, e aos pontos de
13 ônibus dos Eixos W e L Sul, nos dois sentidos. Em seguida passa pelo Setor Policial Sul, onde se
localiza a Estação Asa Sul, também chamada de terminal Asa Sul, em razão de integração com o
15
sistema de transporte rodoviário. A linha atravessa a via EPIA, Guará, Setor de Mansões Park
17 Way, até chegar a Águas Claras. Nesse percurso, há trechos de linha em superfície e também em
trincheira — área subterrânea sem cobertura. Ainda nesse trecho, será construído o novo terminal
19 rodoviário interestadual de Brasília, ao lado da estação Shopping.
É na estação Águas Claras que a linha principal se divide em dois ramais. O ramal com
21 destino a Samambaia passa por Taguatinga Sul, cruzando a via EPTC — Pistão Sul, até chegar
ao centro de Samambaia. Esse trecho é percorrido em superfície e possui quatro estações.
23 Poderão ser construídos mais oito terminais rodoviários junto às estações do Metro/DF
para contribuir com a implantação do Programa Brasília Integrada que prevê a integração entre os
sistemas rodoviário, metroferroviário, incluindo o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
Internet: <http://www.metro.df.gov.br/>. (com adaptações). Acesso em 4/5/09.
1 A segunda campanha do Projeto Brasil das Águas foi realizada pela região Centro-
Oeste em novembro. Testemunhamos que muitos rios sofrem de sérios problemas de
3 assoreamento, rios outrora cristalinos agora são rios de areia. Mas também encontramos muitos
outros ainda transparentes, como o Juruena e o Arraias, e visitamos uma raridade, o rio Cristalino,
5 perto de Alta Floresta (MT), ainda intacto do começo (na Serra do Cachimbo) ao fim (desemboca
no rio Teles Pires).
7 Cientes da preocupação dos índios do Parque Indígena do Xingu quanto à
qualidade da água que bebem, várias coletas foram feitas nos rios e em lagos do parque. Ouvimos
9 os comentários ansiosos dos caciques Aritana (Yawalapiti) e Kotoky (Kamayurá) a respeito do
assoreamento e da deterioração dessas águas, algo que percebem pela diminuição da
11 quantidade de peixes. Nobre é a preocupação demonstrada por eles, visando ao bem-estar das
futuras gerações; não pensando apenas na geração presente.
13 No oeste do estado de Mato Grosso, descobrimos rios belíssimos, como o
Juruena, Papagaio e Buriti, faixas azuis atravessando matas e cerrados intactos, descendo das
15 nascentes em áreas ainda não tomadas pela soja, na Chapada dos Parecis. Brilhavam pequenas
praias convidativas. Bancos de areia submersa traçando desenhos ondulados por baixo das
17 águas transparentes. Corredeiras alegres, cachoeiras escondidas e uma vegetação nativa ainda
intacta. No dia em que voamos de Alta Floresta para Vilhena (RO), a tentação era grande demais.
19 Fizemos pit stop para almoçar em uma praia deserta colada a uma ilha verde em pleno Juruena.
Só nós dois e, na areia, as pegadas das capivaras.
21 Decolando de Cuiabá no dia 16 de novembro, rumo ao Araguaia, houve um
incidente que deixou o Talha-mar na Chapada dos Guimarães. Ele vai ficar alguns meses fora de
23 serviço, mas o projeto não parou. O Brasil das Águas continua. Já adotamos e adaptamos o
Talha-marzinho.
25 Felizmente, nenhuma gota das amostras colhidas durante a viagem perdeu-se
durante o incidente da Chapada: tudo foi entregue aos cientistas-parceiros para análise. Hoje,
27 podemos anunciar que 17% do projeto já está realizado!
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Questão (6) De acordo com as ideias apresentadas no texto I, assinale a alternativa correta.
(A) Pelo contexto é possível concluir que Talha-mar é o nome da embarcação marítima utilizada como transporte no dia 16
de novembro.
(B) Percebe-se no texto a intenção dos autores em narrar os acontecimentos.
(C) No trecho “Ouvimos os comentários ansiosos dos caciques” (linha 9), os índios descrevem a situação para evidenciar a
preocupação com as águas.
(D) A evidência de faixas azuis atravessando matas e cerrados é relacionada a cordões de isolamento para a proteção de
áreas já depredadas.
(E) Os cordões azuis são encontrados com mais frequência em regiões onde há rios.
Texto IV — questão 7.
1 É a partir de marcas que a maioria das pessoas não consegue enxergar que um sistema
de identificação simples, fácil, rápido, econômico e extremamente preciso tem início. Com ampla
3 aplicação nas áreas civil e criminal, que pode ajudar na pesquisa de patologias e comportamento
humano, como também identificar crianças desaparecidas e colocar criminosos na cadeia, o
5
papiloscopista trata da identificação humana através das papilas dérmicas, utilizando-se do estudo das
7 impressões digitais (a datiloscopia), e que está completando 104 anos de função no Brasil. Apesar de
regulamentada no País desde 5 de fevereiro de 1903, a profissão aqui não é popular. Em Mossoró há
9 apenas um profissional habilitado, que é lotado na delegacia da Polícia Federal. Preferindo não se
identificar, por questão de segurança, o papiloscopista federal atuante na cidade teve o trabalho
11 amplamente divulgado nas últimas semanas, após ser o responsável pela apresentação do exame que
incriminou Kleyton Alves da Silva como autor do homicídio da jovem Iziana Paula, ocorrido no dia 27
13 de novembro de 2007. O perito disse que, para se especializar na área, ele primeiramente prestou
concurso público para o cargo e, em seguida, foi submetido a curso rigoroso e eliminatório na
15
Academia Nacional de Polícia, com duração de cerca de quatro meses. “Trabalho com papiloscopia
17 desde 2004, quando fiz o curso da Polícia Federal. De lá para cá, tenho sempre buscado me reciclar
indo para Natal participar de ações da equipe da capital para estar sempre em contado com o serviço”,
19 ressaltou.
A importância da profissão reside no fato de que é responsabilidade dos que nela atuam
21 organizar toda a base civil de impressões digitais, isto é, guardar e arquivar todas as impressões dos dez
dedos de cada cidadão que, por algum motivo, precise da PF, seja para adquirir um passaporte ou mesmo
23 após ser arrolado como participante de investigações. Ao trabalhar com a identificação humana,
normalmente por meio das digitais, é possível se identificar qualquer pessoa pelos dedos e palma da
25
mão e pelas marcas dos pés. É uma mão-de-obra altamente qualificada. Na PF, o cargo de
27 papiloscopista é visto como uma função extremamente necessária como conclusão de investigações
diversas. Para se obter o êxito hoje apresentado, os profissionais foram qualificados em cursos na França
29 e nos Estados Unidos, junto ao FBI. Para unir as informações dos peritos em todo país, em 2003, o
Departamento de Polícia Federal (DPF) implantou o Sistema Automatizado de Impressões Digitais (Afis),
32 a mais cara aquisição do departamento. O Sistema Afis faz a análise de impressões digitais e tem
aplicação funcional junto a estrangeiros e também relatos criminais. Seja na identificação de civis
33 (estrangeiros) ou criminalmente; seja elaborando laudos periciais papiloscópicos ou participando de
projetos de pesquisa em áreas como a genética, o papiloscopista tem se revelado um profissional
35
imprescindível para o futuro da segurança pública. Assim, sempre que necessário, para solucionar
37 crimes, designar a real identidade de pessoas, pode ser consultado este arquivo.
Internet. <http://www2.uol.com.br/omossoroense/mudanca/conteudo/policia.html> (com adaptações).
(A) Trata-se de texto dissertativo-argumentativo em que o autor defende a tese de que os papiloscopistas veem mais do que uma
pessoa comum.
(B) Trata-se de texto dissertativo-expositivo com predomínio da exemplificação.
(C) Trata-se de texto dissertativo-expositivo com predomínio da descrição.
(D) Trata-se de texto literário em que se destaca a visão artística de uma profissão.
(E) Trata-se de texto dissertativo-argumentativo em que se destaca a confrontação de ideias antagônicas.
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Texto V - para os itens de 1 a 6.
1
O Ministério da Educação do Brasil e o da África do Sul assinaram no início de julho um
3 acordo de cooperação internacional na área da educação superior. Além de apoiar o ensino universitário e
prever a promoção conjunta de eventos científicos e técnicos, o acordo contempla o intercâmbio de materiais
5 educacionais e de pesquisa e o incentivo à mobilidade acadêmica e estudantil entre instituições de ensino
superior, institutos de pesquisa e escolas técnicas.
7 Para incentivar a mobilidade, além de projetos conjuntos de pesquisa, os dois países
devem promover a implantação de programas de intercâmbio acadêmico, com a concessão de bolsas, tanto a
9 brasileiros na África do Sul quanto a sul-africanos no Brasil, para professores e alunos de doutorado e pós-
doutorado. Ainda nessa área, a cooperação também prevê a criação de um programa de fomento a publicações
11 científicas associadas entre representantes dos dois países.
Segundo o ministro da Educação brasileiro, Fernando Haddad, as equipes de ambos os
13 ministérios da Educação trabalham há tempos na construção de um acordo para incrementar a cooperação
entre os dois países. “Brasil e África do Sul têm uma grande similaridade de pensamento, oportunidades e
15 desafios. Esperávamos há tempos a formatação de um acordo sólido”.
Internet: <portal.mec.gov.br> (com adaptações).
Tomando como parâmetro a norma padrão do português escrito, julgue os itens seguintes, relativos às estruturas linguísticas do texto.
5) Uma forma de evitar a repetição da expressão “dois países” é substituí-la por ambos países na última ocorrência.
6) No último parágrafo, as aspas estão empregadas para indicar que o trecho isolado por elas constitui citação da fala de outrem; no caso,
do ministro da Educação brasileiro.
- 55 -
QUESTÃO 9: Acerca da compreensão, da interpretação e da tipologia do texto apresentado, julgue os próximos itens.
7) O segmento a seguir poderia figurar no espaço marcado com (...), sem prejudicar a organização das ideias do primeiro
parágrafo: As pessoas educadas financeiramente sabem como fazer para preservar e aumentar sua riqueza.
8) Os autores do texto censuram as pessoas que desperdiçam tempo recolhendo moedas de pouco valor, em vez de tentarem
ganhar meio milhão em programas de televisão.
9) Segundo o texto, é uma virtude viver sob o lema: Mais vale um gosto que dinheiro no bolso.
10) Depreende-se do texto a recomendação dos autores a favor da aquisição de “passivos” à vista, caso se tenha um dinheiro a
mais sobrando, já que “Comprar dívidas” (L.32) é coisa de quem não possui educação financeira.
11) Quanto à tipologia, o texto caracteriza-se como um diálogo, em virtude das perguntas feitas diretamente ao leitor.
12) As aspas estão empregadas nas linhas 20 e 25 pelo mesmo motivo: indicar que as palavras por elas destacadas pertencem
a linguagem técnico-científica.
QUESTÃO 10: Acerca dos aspectos estruturais e linguísticos e dos sentidos do texto ao lado, julgue o item a seguir.
1) Por suas características estruturais, é correto afirmar que o texto em análise é uma descrição.
Desaparecidos
No Brasil não existem dados oficiais que determinem a quantidade de crianças e adolescentes desaparecidos anualmente; contudo,
dos casos registrados, um percentual de 10 a 15% permanecem sem solução por um longo período de tempo, e, às vezes, jamais são
resolvidos. Visando a dar visibilidade a essa problemática, a Secretária Especial de Direitos Humanos, desde 2002, constituiu uma
rede nacional de identificação e localização de crianças e adolescentes desaparecidos, com o objetivo de criar e articular serviços
especializados de atendimento ao público e coordenar um esforço coletivo e de âmbito nacional para busca e localização dos
desaparecidos. Hoje temos cadastrados no site da ReDesap 1.247 casos de crianças e adolescentes desaparecidos no País. Desde
a sua criação já foram solucionados 725 casos, sendo que se constatou que umas das causas mais comuns de desaparecimento é a
fuga do lar por conflito familiar. (...). (Fonte:http://www.desaparecidos.mj.gov.br/Desaparecidos/).
A) narrativo.
B) argumentativo.
C) injuntivo.
D) expositivo.
E) dialogado.
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Questão (12) No gênero narrativo, adota-se normalmente a ordem da sucessão dos fatos. Não se deve, assim relatar “antes” o que
ocorre “depois”, salvo se se pretende conseguir o que, nos romances policiais e seus similares, se chama de “suspense”, em que o
interesse da narrativa decorre muitas vezes da escamoteação provisória de certos incidentes ou episódios ou da antecipação de
outros. (Othon M. Garcia, Comunicação em Prosa Moderna, 2004). A opção que mostra uma sucessão de fatos típica de um
texto narrativo, como está explicado acima é
A) Estava parada na Rua da Quitanda, próximo à da Assembléia, uma linda vitória, puxada por soberbos cavalos do Cabo. Dentro
do carro havia duas moças; uma delas, alta e esbelta, tinha uma presença encantadora; a outra, de pequena estatura, muito
delicada de talhe, era talvez mais linda que sua companheira.
B) Por esse tempo veio um grave desgosto à casa: a tia Fanny morreu, duma pneumonia, nos frios de março; e isto enegreceu mais
a melancolia de Maria Eduarda, que a amava muito também — por ser irlandesa e católica. Para a distrair, Afonso levou-a para
a Itália, para uma deliciosa vila ao pé de Roma.
C) As traduções são muito mais complexas do que se imagina. Não me refiro a locuções, expressões idiomáticas, palavras de gíria,
flexões verbais, declinações e coisas assim. Refiro-me à impossibilidade de encontrar equivalências entre palavras
aparentemente sinônimas, unívocas e univalentes.
D) No ano seguinte, o Ateneu revelou-se-me noutro aspecto. Conhecera-o interessante, com as seduções do que é novo, com as
projeções obscuras de perspectiva, desafiando curiosidade e receio; conhecera-o insípido e banal como os mistérios resolvidos,
caiado de tédio; conhecia-o agora intolerável como um cárcere, murado de desejos e privações.
E) Essas milhas interessantes viagens hão de ser uma obra prima, erudita, brilhante, de pensamentos novos, uma coisa digna do
século. Preciso de o dizer ao leitor, para que ele esteja prevenido: não cuide que são quaisquer dessas rabiscaduras da moda
que, com o título de Impressões de Viagem, fatigam as imprensas da Europa.
GRAMÁTICA
CONJUNÇÃO
Conjunção é o elemento que liga orações ou, dentro da mesma oração, vocábulos que tenham o mesmo valor ou função. Ex.1:
"Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.” A palavra e liga vocábulos de mesmo valor e função. Ex.: 2: "Estava na rua e
assistiu à cena.” A palavra e liga orações independentes, ou seja, cada oração possui os seus próprios termos. Uma não é termo de
outra. Este é o papel das conjunções coordenativas. Ex.3:"Quando chegou à rua, assistiu à cena". A primeira oração é termo da
segunda: atua como adjunto adverbial de tempo da oração principal. O "quando" é uma conjunção subordinativa, nesse exemplo.
a) Aditivas (valor de acréscimo, adição); e, nem (antecedida de não), não só... mas também, não apenas...como também
b) Adversativas (valor de oposição): mas, porém, contudo, todavia, entretanto
c) Alternativas (com valor de alternância, sempre aos pares): seja...seja, ora...ora, ou...ou, quer...quer. A conjunção ou pode
aparecer sozinha e indicar alternância ou exclusão. Ex.: Pedro ou João casará com ela. Pedro ou João pode fazer o trabalho.
d) Explicativas: que, pois, porque (inicia oração que justifica a ideia contida na oração anterior). Ex.: Vamos sair depressa que
está ameaçando chuva forte. Deve ter chovido forte, pois as calçadas estão com muita lama.
e) Conclusivas: logo, portanto, por conseguinte, por isso, assim, logo (esse nunca no início da oração e sempre entre vírgulas)
Integrantes: que, se (É bom que venham logo. Queria saber se virão logo.)
Causais: porque, já que, visto que, como, visto que, pois
Concessivas: embora, ainda que, mesmo que, posto que, apesar de que, por mais que, se bem que
Condicionais: se, caso, contanto que, salvo se, a menos que
Consecutivas: (tanto/ tal/tamanho)...que, de maneira que, de modo que
Comparativas: (mais/menos/maior/menor/melhor/pior)...que
Conformativas: conforme, como, segundo, consoante
Finais: para que, a fim de que
Temporais: quando, sempre que, depois que, logo que, apenas, mal
Proporcionais: à medida que, à proporção que, quanto mais...tanto mais
1. A conjunção pois
a) coordenativa explicativa: sempre no início da oração; antecedida geralmente de oração com verbo no imperativo ou de
oração que expresse uma suposição.
Ex.: Saia, pois quero fechar a sala. Ela deve ter saído, pois a sala está fechada.
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2. A conjunção como
a) subordinativa causal: equivalente a porque .
Ex.: Como teve fome, foi à cozinha.
3. A conjunção se
a) subordinativa condicional: equivale a caso.
Ex.: Se chover, não iremos à praia.
4. A conjunção e
a) Coordenada aditiva:
Ex.: Joãozinho estudou e passou na prova.
5. A conjunção que
1. conjunção coordenada explicativa: quando introduzir oração coordenada explicativa. Equivale a “pois”;
Venha depressa que já é tarde.
2. conjunção coordenada aditiva: quando introduzir oração coordenada aditiva. Equivale a “e”;
Marina dança que dança. Ele chora que chora.
3. conjunção coordenada adversativa: quando introduzir oração coordenada adversativa. Equivale a “mas”;
Acuse-os, que não a mim.
4. conjunção coordenada alternativa: quando introduzir oração coordenada alternativa. Equivale a “ou...ou...”;
Que ele venha, que não venha, partiremos hoje!
5. conjunção subordinativa temporal: quando introduzir oração subordinada temporal. Equivale a “desde que”, “quando”:
Faz dez anos que me formei.
6. conjunção subordinativa integrante: quando introduzir oração subordinada substantiva. Equivale a “isso”, “disso”:
Espero que todos compareçam.
7. conjunção subordinativa final: quando introduzir oração subordinada final. Equivale a “para que”:
Ela fez um sinal que ficássemos calados.
9. conjunção subordinativa concessiva: quando introduzir oração subordinada concessiva. Equivale a “embora”, “ainda
que”:
Cruel que me julgassem, não cederia a seus rogos. (=ainda que). Longe que fosse a casa dela, iria até lá. (=embora)
10. conjunção subordinativa comparativa: quando introduzir oração subordinada comparativa. Equivale a “como”, “tanto...
quanto”:
Sou mais alto que meu irmão.
11. conjunção subordinativa causal: quando introduzir oração subordinada causal. Equivale a “porque”
Saio daqui a pouco, que parou de chover. Irei à praia mais tarde que parou de chover.
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Exercícios Complementares de Conjunção (Gabarito no final)
1. "As suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham."
a) Que tipo de relação se estabelece entre as duas orações através da conjunção "E"?
b) Como pode ser justificado o emprego do segundo verbo do período no presente, enquanto o primeiro apresenta-se no pretérito?
a) Se a televisão não apresentasse tanto filme enlatado, o seu nível seria melhor.
b) Quando ela acordou, os lençóis estavam molhados por causa da febre.
c) Tamanho era o medo, que a mulher teve de fazer queixa contra o marido.
d) Quanto mais a criança chorava, mais o pai ia perdendo a paciência.
e) O coração envelhece como os outros músculos.
3. Observando a ideia expressa pela oração, classifique o QUE em conjunção subordinativa consecutiva, comparativa, final:
4. Observando a ideia expressa pela oração, classifique DESDE QUE em conjunção subordinativa temporal, causal ou condicional.
a) Segundo noticiou o jornal, aquele ilustre homem não pagará pelo crime cometido.
b) Você gaguejou tanto que não explicou nada.
c) O filho é maior que o pai.
d) O único terno do rapaz rasgou, de modo que não pôde ir ao baile.
e) A empregada foi atendida porque o deputado exigiu.
Atenção - vocabulário:
pomo (penúltimo verso) - fruto
maná (último verso) - alimento divino, alimento caído do céu
6. No texto, o eu-lírico constrói progressivamente sua visão da realidade: nas estrofes 1, 2, 3, tenta decifrar o significado da imagem
"levantados do chão"; nas estrofes 4, 5, 6, vai reforçando sua opinião crítica sobre a realidade.
Releia:
"Um rebanho nas nuvens? Mas como?" (verso 19)
"Um arado no espaço? Será?" (verso 22)
Nos versos acima, a conjunção adversativa "mas" e o futuro do presente do indicativo são utilizados para enfatizar esse
posicionamento crítico.
Explique por quê.
a) apresentar uma síntese das ideias contidas nos quartetos, que funcionam como tese e antítese.
b) opor à satisfação expressa nos quartetos a insatisfação trazida por uma ideia incompleta e pelo conformismo.
c) substituir o conectivo E, assumindo valor aditivo, já que não há oposição entre os quartetos e os tercetos.
d) iniciar um pensamento conclusivo, podendo ser substituído pelo conectivo PORTANTO.
e) introduzir uma ressalva em relação às ideias que foram expressas nos quartetos.
- 60 -
8. A conjunção "embora" (ref. 1) poderia ser substituída por:
a) mas
b) talvez
c) todavia
d) sem que
e) ainda que
9. A conjunção "ou" (ref. 1) estabelece entre as duas últimas frases uma relação semântica de
a) exclusão.
b) adição.
c) explicação.
d) oposição.
e) conclusão.
10. MESMO SEM VER quem está do outro lado da linha, os fãs dos bate-papos virtuais viram amigos, namoram e alguns chegam
até a casar. ("Época", n0. 1, 25/05/98)
a) O segmento destacado constitui uma oração reduzida. Substitua-a por uma oração desenvolvida (introduzida por conjunção e com
o verbo no modo indicativo ou subjuntivo), sem produzir alteração do sentido.
b) Reescreva a oração "os fãs dos bate-papos virtuais viram amigos" sem mudar-lhe o sentido e sem provocar incorreção, apenas
substituindo o verbo.
11. Ao se discutirem as ideias expostas na assembleia, chegou-se à seguinte conclusão: pôr em confronto ESSAS IDEIAS com
outras menos polêmicas seria avaliar melhor o peso DESSAS IDEIAS, à luz do princípio geral que vem regendo AS MESMAS IDEIAS.
a) Transcreva o texto, substituindo as expressões destacadas por PRONOMES PESSOAIS que lhes sejam correspondentes e
efetuando as alterações necessárias.
b) Reescreva a oração AO SE DISCUTIREM AS IDEIAS EXPOSTAS NA ASSEMBLEIA, introduzindo-a pela conjunção adequada e
mantendo a correlação entre os tempos verbais.
- 61 -
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Só os roçados da morte
compensam aqui cultivar,
e cultivá-los é fácil:
simples questão de plantar;
não se precisa de limpa,
de adubar nem de regar;
as estiagens e as pragas
fazem-nos mais prosperar,
e dão lucro imediato;
nem é preciso esperar
pela colheita: recebe-se
na hora mesma de semear.
(João Cabral de Melo Neto, MORTE E VIDA SEVERINA)
12. Substituindo-se os dois-pontos por uma conjunção, em "(...) pela colheita: recebe-se (...)", mantém-se o sentido do texto APENAS
em "(...) pela colheita,
13. Considerando-se a relação lógica existente entre os dois segmentos dos provérbios adiante citados, o espaço pontilhado NÃO
poderá ser corretamente preenchido pela conjunção MAS, apenas em:
14. Assinale a alternativa em que a mudança da posição da conjunção acarreta alteração semântica:
a) Está tudo bem com o jovem, contudo não tem o apoio da família. / Está tudo bem com o jovem; não tem, contudo, o apoio da
família.
b) Está tudo bem com o jovem, todavia não tem o apoio da família. / Está tudo bem com o jovem; não tem, todavia, o apoio da família.
c) Está tudo bem com o jovem, porém não tem o apoio da família. / Está tudo bem com o jovem; não tem, porém, o apoio da família.
d) Está tudo bem com o jovem, entretanto não tem o apoio da família. / Está tudo bem com o jovem; não tem, entretanto, o apoio da
família.
e) Está tudo bem com o jovem, pois tem o apoio da família. / Está tudo bem com o jovem; tem, pois, o apoio da família.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro. Nova Aguilar 1983.
Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões linguísticas, como o uso
da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as ideias relacionadas, um sentido
de
a) oposição.
b) comparação.
c) conclusão.
d) alternância.
e) finalidade.
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Inicialmente, deve-se estudar a sociedade no seu aspecto exterior. Considerada sob esse ângulo, aparece como formada
por uma massa de população, com uma certa densidade, distribuída de uma certa maneira sobre o terreno, dispersada na zona rural
ou concentrada nas cidades etc.; ocupa um território mais ou menos extenso, situado de tal ou qual maneira com referência aos
oceanos e aos territórios dos povos vizinhos, cortado mais ou menos intensamente por cursos de água, por vias de comunicação de
todos os tipos, que estabelecem uma relação mais frouxa ou mais íntima entre os habitantes. Este território, suas dimensões, sua
configuração, a composição da população que se desloca sobre sua superfície são fatores naturalmente importantes da vida social;
este é o substrato e, tal como no indivíduo a vida psíquica varia segundo a composição anatômica do cérebro que a sustém, os
fenômenos coletivos variam segundo a constituição do substrato social. Existe portanto um lugar para uma ciência social que faça
essa anatomia; e visto que esta ciência tem por objeto a forma exterior e material da sociedade, propomos chamá-la de MORFOLOGIA
SOCIAL.
(DURKHEIM, p. 42. Organizador: José Albertino Rodrigues. Coordenador: Florestan Fernandes. São Paulo: Ática, 1993.)
"Existe portanto um lugar para uma ciência social que faça essa anatomia...".
1 RIO DE JANEIRO - A TV Globo estreou mais uma série importada que enaltece os 3grupos de 14extermínio. Esta agora
chama-se "Angel" e conta a história de um vampiro bom que sai pela cidade eliminando vampiros maus. Para isso, o herói vampiro
conta com a ajuda de três pessoas, uma delas 7delegada de polícia.
2 Parece que esta série é apenas um 9tapa-buraco na programação da emissora, que nem fez muito alarde com o filme. Mas
não é a primeira vez que a TV explora o tema. Teve uma, "Justiça Cega", em que um juiz, inconformado com as amarras da lei, fazia
justiça com as próprias mãos.
3 O justiceiro passava o dia de toga examinando processos e à noite montava numa moto e saía matando os 8bandidos que
tinha sido obrigado a inocentar por falta de provas.
4 A mensagem desses filmes é sempre a mesma. Não é 13possível combater o 1crime com os instrumentos que a sociedade
coloca à disposição da 2Justiça e das polícias. É preciso montar polícias e 11justiças paralelas, que usem as mesmas armas e recursos
imorais dos criminosos.
5 "Angel" e seus vampiros permitem várias interpretações. Uma delas é simples: o combate ao crime já não é tarefa para
homens comuns. Os criminosos estão cada vez mais sofisticados. São seres mutantes. 5Juízes e policiais comuns, por mais bem
preparados que estejam, não dão conta do recado.
6 A série é 10lixo e não tem a menor importância. O problema é na vida real, quando as empresas acham normal buscar formas
de convivência com o 4narcotráfico. Quando o Estado acha normal que o 6crime organizado monte banquinhas de apostas no meio
das calçadas. E quando o 12sistema penitenciário ajuda a organização dos presos para evitar rebeliões.
7 Pensando bem, não 15há por que se espantar com "Angel" e similares se as deformações que procuram legitimar fazem parte
do nosso cotidiano.
(Folha de São Paulo, 9 de março de 2001.)
"E quando o sistema penitenciário ajuda a organização dos presos para evitar rebeliões".
I. A conjunção coordenativa acrescenta mais uma oração que está relacionada a "O problema é na vida real"
II. Se a palavra "ajuda" fosse substituída por PRESTA AJUDA, ocorreria um caso de crase antes de "organização".
III. Se a preposição "para" fosse substituída por uma locução prepositiva, poderia assumir a forma de A FIM DE.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) I, II e III.
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Palmada fora-da-lei
A maioria das pessoas encara com naturalidade o gesto de bater nos filhos, como se a violência física fosse um instrumento
legítimo (e até necessário) para a educação das crianças. É um hábito 1tão arraigado em nossa cultura 2que não é raro ouvirmos o
argumento de que "os filhos já não respeitam mais seu pais 3porque não apanham". 4Mas essa agressão não deveria ser vista com
tanta naturalidade, 5já que é uma violência proibida por lei em países como Finlândia, Suécia, Dinamarca, Chipre, Letônia, Áustria,
Croácia e Noruega. E eles não são uma exceção. Alemanha, Inglaterra, Bélgica, Itália, Irlanda, Escócia, Israel e Bulgária estão
caminhando na mesma direção, criando leis para proibir os pais de bater em seus filhos.
No Brasil, antes da chegada dos portugueses, os índios não tinham o costume de castigar fisicamente as crianças. Diversos
relatos de padres no início da colonização revelam que, entre os índios, nem pai nem mãe agrediam seus filhos. Foram os jesuítas e
os capuchinhos que introduziram o castigo físico como forma de "disciplinar" as crianças no Brasil. Durante esses 500 anos, os
menores sofreram surras aplicadas com os mais inóspitos instrumentos: varas de marmelo e de açaí, rabo de tatu, chicote, cintos,
tamancos, chinelos, palmatórias e as próprias mãos paternas e maternas, cocres na cabeça, puxões de orelha, palmadas...
Além da covardia que está presente no ato de bater em alguém mais fraco, a violência não é, definitivamente, um bom
instrumento de disciplina. Ela perde o seu efeito a longo prazo e a criança, aos poucos, teme menos a agressão física. Com o tempo,
a tendência dos pais é ainda bater mais, na busca dos efeitos que haviam conseguido anteriormente. O resultado desse aumento da
violência pode trazer sequelas físicas e psicológicas permanentes para as crianças. Os filhos também vão se afastando gradualmente
de seus pais, pois a agressão física, em vez de fazer a criança pensar no que fez, desperta-lhe a raiva contra aquele que a agrediu.
Ao ser punida fisicamente, a criança tem a sua autoestima comprometida - passa a se enxergar como alguém que não tem
valor. Esse sentimento pode comprometer a imagem que faz de si pelo resto da vida, influenciando negativamente sua atitude durante
a adolescência até a vida profissional. Como a criança pode se sentir tranquila quando sua segurança depende de uma pessoa que
facilmente perde o controle e a agride? Ela também passa a omitir dos pais os seus erros, com medo da punição, e sente-se como se
tivesse pago por seu erro - e acredita que por isso pode cometê-lo novamente.
Enfim, não é preciso enumerar todos os problemas que são causados pela violência familiar. Bater nos filhos é um atestado
de fracasso dos pais, uma prova de que perderam o controle da situação. Por mais inofensiva que possa parecer uma "pequena
palmada", é importante saber que a força física empregada pelo adulto é necessariamente desproporcional. É verdade que os castigos
imoderados e cruéis estão proibidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), promulgado em 1990. Mas como definir
claramente o que é castigo imoderado? Há vários casos de crianças que morreram depois de ter sido castigadas "cruelmente". Embora
um tapa e um espancamento sejam diferentes, o princípio que rege os dois tipos de atitude é exatamente o mesmo: utilização da força
e do poder.
Por trás da violência física está a ideia implícita de que os pais têm total direito sobre a vida e a integridade física da criança.
A maioria dos adultos com que tenho contato foram educados com surras e palmadas e reproduzem esse modelo, pois acreditam que
o tapa tem a capacidade de modificar comportamentos. A meu ver, a proibição por lei de qualquer castigo físico eliminaria a violência
familiar e ajudaria a formar pessoas melhores. A lei não precisa ter caráter punitivo (os pais não deveriam ser presos depois de uma
palmada, a história mostra que não se deve tratar violência com violência). Mas eles deveriam ser advertidos caso fossem reincidentes,
podendo até perder a posse da criança. Seriam obrigados a participar de um programa de educação, semelhante aos que já existem
na legislação de trânsito. Estamos conscientes de que a lei, sozinha, não seria suficiente para impedir o comportamento violento dos
pais. Somente um trabalho educativo poderia trazer a consciência de que o amor e o carinho são fundamentais para formarmos
cidadãos capazes, seres humanos de verdade.
(PARANHOS, C. Palmada fora-da-lei. Superinteressante, São Paulo, ano 15, n. 2, p. 90, fev. 2001.)
18. EMBORA um tapa e um espancamento sejam diferentes, o princípio que rege os dois tipos de atitude é exatamente o mesmo.
(50. parágrafo)
O sentido da frase acima permanecerá inalterado, mesmo se substituirmos a conjunção EMBORA pela locução conjuntiva
a) contanto que. b) desde que. c) uma vez que. d) por mais que.
uma sociedade perversa, em desvario e "desbussolada". O que é bastante curioso é que, por muitos milênios, o luxo foi percebido de
uma maneira bem diferente. Desde a era paleontológica até a Idade Moderna, o luxo tem servido de elemento para acalmar o homem.
Existem registros da época do homem das cavernas que apontam o luxo como sinal de identidade, da relação do homem com algo
maior do que ele, incompreensível e inapreensível, e que, mais tarde, muitos viriam a chamar de Deus.
7Nas festas primitivas, a diminuição das riquezas de uma tribo em função de oferendas a Deus SIGNIFICAVA ASSEGURAR
um novo ciclo de vida, um rejuvenescimento, uma recriação do mundo. 13No período medieval, quando uma cidade QUERIA
ADQUIRIR status, ERA EDIFICADA uma catedral a custo de muitas privações dos cidadãos. No início da Era Clássica, as classes
privilegiadas DOAVAM por testamento suas riquezas à Igreja, a fim de preparar a salvação eterna. 3Sacrifícios como esses ERAM
FEITOS em louvor a Deus, pois 15o luxo ERA a marca da aliança, a maneira que o homem encontrou de não se perder. O luxo
SITUAVA o homem em relação a Deus ou aos deuses.
16O luxo carregou um significado sagrado até a Revolução Francesa, quando se degenerou em batalha pela hierarquia social.
O luxo passou de Deus para âmbito da pura exibição burguesa, algo necessário para o confronto com o outro em uma base do "quem
pode mais". No entanto, se é inegável que as condutas de luxo são indissociáveis dos afrontamentos simbólicos entre os homens,
existem razões para acreditarmos que, diante de um mundo globalizado e da evaporação da hierarquia social em favor da multiplicação
em pequenos mundos, 11estamos recuperando o antigo sentido divino do luxo.
17Em um tempo de individualismo galopante, é inegável a necessidade que o indivíduo tem de se destacar da massa, de não
ser como o outro, de se sentir exceção. 4Como dizia Nietzsche, em "Além do Bem e do Mal", existe um prazer de se saber diferente.
8No entanto, a despeito da sobrevivência das motivações elitistas, tais motivações não são mais fundadas na ostentação social. 9Agora
fundam-se no sentimento da distância em relação ao outro, na diferença que se busca por obtenção de coisas raras, singulares, que
fazem um furo no comum e que definem uma pessoalidade singular, alheia às formas e aos padrões convencionais. Hoje, o luxo está
mais a serviço da promoção de uma imagem singular do que de uma imagem de classe.
- 64 -
O luxo está em via de "desinstitucionalização", paralelamente ao que está ocorrendo nas esferas da família, da sexualidade,
da religião, da moda e da política. A emergência de uma relação mais afetiva, mais sensível aos bens de luxo tem despertado novas
formas de consumo dispendioso. Tais formas estão mais no regime das emoções e das sensações pessoais do que em estratégias
distintivas de classe social. 14Hoje em dia, por exemplo, vendem-se mais cremes antirrugas do que maquiagem. O luxo passou a ser
outra coisa.
5O luxo continua sendo uma raridade. O que é raro nos dias de hoje? 2Segundo o sociólogo Domenico de Mais, primeiro, o
tempo. Nossa maior riqueza é o tempo. Segundo, a autonomia; terceiro, o silêncio; quarto, a beleza; e, quinto, o espaço. São esses
os cinco elementos do luxo. Ele acrescenta dizendo que o grande luxo é gostar de comer pêssegos e damascos sabendo que
12pêssegos e damascos são originários da China - e da China quando o Japão a invade e os rouba, levando-os para a Pérsia, que os
difunde por toda a Europa. Ao saber disso, a pessoa percebe um sabor inédito ao colocar um pêssego ou um damasco na boca.
Muito menos ligadas nas vias do olhar do outro, hoje em dia as práticas do luxo são muito mais dominadas pela busca de
saúde, do experencial, do sensitivo, do bem-estar emocional. Teatro das aparências, o luxo se põe a serviço do indivíduo em sua vida
íntima e em suas sensações subjetivas. 6Na nossa sociedade, o luxo é aquilo capaz de ressuscitar uma aura do sagrado e da tradição
formal, que fornece tonalidade cerimonial ao universo das coisas e que reinscreve a ritualidade no mundo desencantado,
"massimediatizado" da consumação.
10Nossa relação com o luxo é nossa necessidade, nesse momento, de nos subtrair à inconsistência do efêmero, e de tocar
em solo firme, sedimentado, em que o presente esteja carregado de uma referência durável. Por aí há uma surda necessidade
espiritual. Alguma coisa que paire sempre sobre os nossos desejos de gozar, como os deuses, das coisas mais raras e belas que
existem. Cada vez mais, haverá um luxo para cada um.
Jorge Forbes. Folha de S. Paulo, 23 de fevereiro de 2004.
19. Em: "... pêssegos e damascos são originários da China - E da China quando o Japão a invade e os rouba..." (ref. 12)
a conjunção E tem valor
a) adversativo.
b) aditivo.
c) conclusivo.
d) explicativo.
20. Em
- Assim, POIS, riu-se Sara consigo...
- ... que Deus LHE tinha falado.
a conjunção POIS tem valor ........... e o pronome LHE refere-se ao termo ............
Os espaços devem ser preenchidos, respectivamente, com
a) conclusivo e Abraão.
b) explicativo e Sara.
c) causal e Sara.
d) explicativo e Abraão.
e) condicional e Abraão.
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21. Com relação às classes de palavras, aponte o valor que:
a) a preposição DE assume no contexto das frases:
I. "... os morros palejavam de luar..."
II. "De manhã, com a fresca..."
TEXTO I
Energias renováveis: o vento tem a resposta
As usinas eólicas são as que mais crescem no mundo – mas
falta ainda torná-las baratas.
No Brasil, o potencial é de dez Itaipus.
Revista Veja. 30 dez. 2009
TEXTO II
Propaganda: vende-se mobilização
Chocar com anúncios vale para divulgar uma marca, mas
serve também de ativismo em nome das boas causas
ambientais.
Revista Veja. 30 dez. 2009
22. Dadas as afirmações seguintes sobre os títulos e os subtítulos, qual opção está correta?
Um dos maiores problemas das cidades grandes é a solidão. 1Quanto maior a cidade, 2maior o isolamento das 3pessoas de
todas as idades, principalmente as idosas, 4cujos filhos ou parentes partiram em busca de suas 5próprias 6vidas. Os filhos casam, os
parceiros viajam antes do tempo normal, 7ocorrem divórcios e 8separações 9pelo desgaste dos relacionamentos, e assim por diante.
Percebendo ou não, sofrendo ou não, um dia 10a gente se surpreende morando só.
Todos conhecem as vantagens e desvantagens da solidão. A liberdade, o direito de escolher o livro, o programa de televisão,
o filme, o que fazer nas horas vagas, sem o inconveniente de outras pessoas exercendo também o mesmo direito, num mesmo
ambiente, atrapalhando nosso desfrute. As desvantagens são incontáveis, talvez em maior número. Não ter com quem dividir os
sentimentos é o mais premente.
Uma colega de trabalho me relatou que o maior sonho de sua vida 11seria 12alugar alguns filmes e passar uns três dias em
casa. Marido e filha não permitem. Fiz a experiência, 13ou melhor, tentei. Uma coisa é ver um filme no cinema, em casa não tem graça.
E quando tentei a solidão experimental, permanecendo um fim de semana em casa, foi também a pior experiência. Caiu de vez a
14tese 15que tentava defender que a gente pode viver bem, sem depender de ninguém. Na verdade, a solidão é boa em algumas
circunstâncias, ruim em outras. Num determinado momento pode ser conveniente, 16mas já me convenci de que não deve ser adotada
como estilo de vida.
24. “E vendo que, ainda assim, um ou outro olhar viril se acendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos.”
Assinale a alternativa em que a conjunção “ainda assim” é alterada por uma outra, alterando-lhe o sentido:
a) Mesmo assim b) No entanto c) Apesar disso d) Não obstante e) Por essa razão
25. Na frase “Linguistas preveem que metade das mais de 6 mil línguas faladas no mundo desaparecerá em um século”, que aparece
no início do texto, o vocábulo “que” funciona como
a) conjunção integrante e introduz uma nova oração com valor de predicativo do sujeito.
b) pronome relativo e estabelece uma ligação entre o verbo e a palavra “metade”.
c) conjunção integrante e introduz uma nova oração com valor de sujeito.
d) pronome e estabelece uma relação entre “linguistas” e o que sucede o pronome.
e) conjunção integrante e introduz uma oração com valor de objeto direto.
I. A conjunção “porém” (referência 2) é empregada numa afirmação que tem força argumentativa maior do que a afirmação que
precede o travessão da referência 1.
II. Com o emprego do adjetivo “evidente” (referência 3) e do advérbio “certamente” (referência 7), o editorialista engaja-se fortemente
em seu discurso, fazendo afirmações categóricas.
III. A oração “que concentram os piores índices de criminalidade” (referência 6) é separada por vírgula da oração anterior, porque
restringe o referente “(n)as capitais brasileiras” (referência 5).
Já há algum tempo, acompanho esse debate sobre apropriação cultural e, lendo os artigos produzidos (a favor ou contra),
percebi que a maioria não consegue articular este debate com questões mais amplas: racismo e capitalismo.
É preciso aceitar que há apropriação cultural. E que esta apropriação não é resultado de uma troca cultural. E por quê? A
cultura predominante em nosso país é a ocidental que nos obriga a digerir a cultura europeia. Isso é bem problemático numa sociedade
marcada pela diversidade étnico-cultural. Os efeitos desta supervalorização da cultura europeia é a existência de uma hierarquia
cultural. E é aqui que racismo e capitalismo se articulam na apropriação da cultura do outro.
Ninguém no Brasil é proibido de usar um turbante, uma guia ou de pertencer a alguma religião de matriz africana. Porém, há
um olhar diferenciado quando negros ou negras usam um turbante, uma guia que os identificam com o candomblé em espaço público.
Diferente de brancos. Os primeiros são logo tachados de macumbeiros e os segundos, na moda, estilo e tendência étnica.
O cerne da questão se dá quando a cultura africana e afro-brasileira é apropriada por empresas e os protagonistas são
excluídos do processo. Outro problema da assimilação cultural é seu retorno. Esta retorna na forma de mercadoria esvaziada de
sentido. A filósofa e feminista negra Djamila Ribeiro faz a provocação: “A etnia Maasai não quer ser reparada pelo mundo da moda
por apropriação, porque lucraram com sua cultura sem que eles recebessem por isso.” A relação entre capitalismo e racismo se
manifesta desta forma.
O debate sobre apropriação cultural propõe refletir sobre o uso da cultura africana e afro-brasileira por empresas sem a
presença e um retorno aos protagonistas. Para os que fazem este debate de forma ampla, há uma compreensão de que não é justo
atingir pessoas. Estas não possuem um conhecimento sobre tal problemática. É preciso atacar as empresas que usam e abusam da
cultura desses povos e a transformam em simples mercadoria.
Chamo atenção (finalizando) para o fato de alguns artigos que, sem entender ou por pura desonestidade intelectual,
procuram, ao combater os argumentos daqueles que escrevem sobre a apropriação cultural, desqualificar toda uma produção de
conhecimento forjada a partir de uma longa experiência no combate ao racismo. Penso que todo debate é válido, porém, sejamos
éticos. FERREIRA, H. Refletindo sobre apropriação cultural. Disponível em: < http://www.opovo.com.br/jornal/opiniao/2017/02/hilario-
ferreira-refletindo-sobre-apropriacao-cultural.html>. Acesso em: 09 maio 2017 (adaptado).
27. Com base nas estratégias lógico-discursivas mobilizadas no texto, considere as seguintes afirmativas.
I. No trecho “lendo os artigos produzidos (a favor ou contra), percebi que a maioria não consegue articular este debate” (parágrafo 1),
o verbo grifado institui uma oração subordinada reduzida de gerúndio e estabelece, com a oração seguinte, uma relação de
alternância.
II. Em “Porém, há um olhar diferenciado” (parágrafo 3), a conjunção destacada introduz uma ideia de oposição com relação ao período
anterior.
III. Em “O cerne da questão se dá quando a cultura africana e afro-brasileira é apropriada por empresas” (parágrafo 4), a conjunção
grifada introduz uma circunstância de tempo.
IV. No trecho “A etnia Maasai não quer ser reparada pelo mundo da moda por apropriação, porque lucraram com sua cultura sem que
eles recebessem por isso” (parágrafo 4), a expressão em destaque introduz a consequência do lucro do mundo da moda com a
cultura Maasai.
V. Em “Chamo atenção (finalizando) para o fato de alguns artigos que [...] procuram, ao combater os argumentos daqueles que
escrevem sobre a apropriação cultural, desqualificar toda uma produção de conhecimento forjada” (parágrafo 6), a expressão verbal
grifada introduz uma oração reduzida de infinitivo que estabelece uma relação de conformidade com a oração anterior.
a) I e III.
b) II e III.
c) III e V.
d) III, IV e V.
e) I, II e IV.
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o texto a seguir para responder à(s) questão(ões).
no Ensino Fundamental, temos 9ainda, por outro lado, 2,8 milhões de crianças e jovens de 4 a 17 anos fora da escola. Isso corresponde
______ um país do tamanho do Uruguai. O desafio, em termos de acesso, é a universalização da Pré-Escola (crianças de 4 e 5 anos)
e do Ensino Médio (jovens de 15 a 17 anos).
Há outro desafio em jogo10: o de como motivar 5,3 milhões de jovens de 18 a 25 anos que nem estudam e nem trabalham,
a chamada 11“geração nem-nem”, para trazê-12los de volta __________ escola e, posteriormente, 13incluí-los no mundo do trabalho.
Isso é essencial para um país que passa por um bônus demográfico que se completará, 14segundo os especialistas, em 2025. O país,
para seu crescimento econômico e sua sustentabilidade, não poderá abrir mão de nenhum de seus jovens.
No Ensino Superior, o 15desafio não é menor. O Brasil tem apenas 17% de jovens de 18 a 24 anos matriculados nesse nível
de ensino. Em conformidade com o Plano Nacional de Educação (PNE), o país precisará dobrar esse percentual nos próximos dez
anos, ou seja, chegar __________ 33%. Para se ter uma ideia da complexidade dessa meta, esse era o percentual previsto no PNE
que se concluiu em 2010. Isso exige – sem que haja perda de qualidade com essa expansão – que a educação básica melhore
significativamente, tanto em acesso como em qualidade, tomando como referência os atuais índices de aprendizagem escolar.
O acesso 16à Educação é, 17portanto, ainda um desafio e, caso seja efetivado com qualidade, poderá contribuir
decisivamente para que o país 18reduza o enorme hiato que separa o seu desenvolvimento econômico, medido pelo seu Produto
Interno Bruto – PIB (o Brasil é o 7º PIB mundial) e o seu desenvolvimento social, medido pelo seu Índice de Desenvolvimento Humano
– IDH (o Brasil ocupa a 75ª posição no ranking mundial). Somente quando o país alinhar 19esses índices nas melhores posições do
ranking mundial, teremos de fato um Brasil com menos desigualdade e menos pobreza. Para que isso aconteça, não se conhece nada
melhor do que a Educação.Disponível em: <http://istoe.com.br/o-acesso-educacao-e-o-ponto-de-partida/>.Acesso em: 20 mar. 2017)
28. A locução conjuntiva não obstante (referência 3) e a conjunção portanto (referência 17) introduzem no texto, respectivamente,
uma ideia de caráter
a) concessivo e explicativo.
b) opositivo e explicativo.
c) concessivo e conclusivo.
d) explicativo e conclusivo.
Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar a 1cogula beneditina, como hábito de boa fama,
e entrou a espalhar uma doutrina nova e extraordinária, com uma voz que reboava nas entranhas do século. Ele prometia aos seus
discípulos e fiéis as delícias da terra, todas as glórias, os deleites mais íntimos. Confessava que era o Diabo; mas confessava-o para
retificar a noção que os homens tinham dele e desmentir as histórias que a seu respeito contavam as velhas beatas.
– Sim, sou o Diabo, repetia ele; não o Diabo das noites sulfúreas, dos contos soníferos, terror das crianças, mas o Diabo
verdadeiro e único, o próprio gênio da natureza, a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil e
airoso. Sou o vosso verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado para meu 2desdouro, fazei dele um troféu e um 3lábaro,
e eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo...
Era assim que falava, a princípio, para excitar o entusiasmo, espertar os indiferentes, congregar, em suma, as multidões ao
pé de si. E elas vieram; e logo que vieram, o Diabo passou a definir a doutrina. A doutrina era a que podia ser na boca de um espírito
de negação. Isso quanto à substância, porque, acerca da forma, era umas vezes sutil, outras cínica e deslavada.
Clamava ele que as virtudes aceitas deviam ser substituídas por outras, que eram as naturais e legítimas. A soberba, a
luxúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia, com a
diferença que a mãe era robusta, e a filha uma 4esgalgada. A ira tinha a melhor defesa na existência de Homero; sem o furor de
Aquiles, não haveria a Ilíada: “Musa, canta a cólera de Aquiles, filho de Peleu”... [...] Pela sua parte o Diabo prometia substituir a vinha
do Senhor, expressão metafórica, pela vinha do Diabo, locução direta e verdadeira, pois não faltaria nunca aos seus com o fruto das
mais belas cepas do mundo. Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude principal, origem de prosperidades infinitas; virtude
preciosa, que chegava a suprir todas as outras, e ao próprio talento.
As turbas corriam atrás dele entusiasmadas. O Diabo incutia-lhes, a grandes golpes de eloquência, toda a nova ordem de
coisas, trocando a noção delas, fazendo amar as perversas e detestar as sãs.
Nada mais curioso, por exemplo, do que a definição que ele dava da fraude. Chamava-lhe o braço esquerdo do homem; o
braço direito era a força; e concluía: Muitos homens são canhotos, eis tudo. Ora, ele não exigia que todos fossem canhotos; não era
exclusivista. Que uns fossem canhotos, outros destros; aceitava a todos, menos os que não fossem nada. A demonstração, porém,
mais rigorosa e profunda, foi a da 5venalidade. Um 6casuísta do tempo chegou a confessar que era um monumento de lógica. A
venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos. Se tu podes vender a tua casa, o teu boi, o teu
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sapato, o teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que não
podes vender a tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são a tua própria consciência,
isto é, tu mesmo? Negá-lo é cair no absurdo e no contraditório. Pois não há mulheres que vendem os cabelos? não pode um homem
vender uma parte do seu sangue para transfundi-lo a outro homem anêmico? e o sangue e os cabelos, partes físicas, terão um
privilégio que se nega ao caráter, à porção moral do homem? Demonstrando assim o princípio, o Diabo não se demorou em expor as
vantagens de ordem temporal ou pecuniária; depois, mostrou ainda que, à vista do preconceito social, conviria dissimular o exercício
de um direito tão legítimo, o que era exercer ao mesmo tempo a venalidade e a hipocrisia, isto é, merecer duplicadamente.
(Contos: uma antologia, 1998.)
1cogula: espécie de túnica larga, sem mangas, usada por certos religiosos.
2desdouro: descrédito, desonra.
3lábaro: estandarte, bandeira.
4esgalgado: comprido e estreito.
5venalidade: condição ou qualidade do que pode ser vendido.
6casuísta: pessoa que pratica o casuísmo (argumento fundamentado em raciocínio enganador ou falso).
29. “Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude principal, origem de prosperidades infinitas; virtude preciosa, que chegava
a suprir todas as outras, e ao próprio talento.” (4º parágrafo)
a) um pronome e um artigo.
b) uma conjunção e um artigo.
c) um artigo e uma preposição.
d) um pronome e uma preposição.
e) um artigo e uma conjunção.
30. Para estabelecer unidade de sentido, os textos são construídos com recursos que permitem articulação entre suas partes. Quanto
à ligação entre os parágrafos do texto, analise as afirmativas abaixo.
I. A relação entre o segundo e o primeiro parágrafos se estabelece por meio da elipse, pois o verbo “ser” em “Foi uma revolução sem
igual na história” retoma a criação da prensa de tipos móveis descrita no primeiro parágrafo.
II. O terceiro parágrafo é iniciado pela conjunção “mas”, que introduz uma ideia oposta à construída no parágrafo anterior: a superação
do papel impresso pelo crescimento da internet, sendo assim, há uma quebra de expectativa.
III. Com a afirmação “Você sabe por quê”, que inicia o quarto parágrafo, o autor mantém a continuidade textual por meio da resposta
às questões retóricas que finalizaram o terceiro parágrafo.
IV. Em “Mas esse amor só dura porque”, a conjunção grifada adiciona uma informação sobre o amor que as pessoas em geral têm
pelo livro de papel, introduzindo uma relação temporal entre o quarto e o quinto parágrafo.
V. A coesão entre os parágrafos do texto constituiu-se por meio de conjunções adversativas e temporais, estabelecendo relações de
oposição, de causa e consequência e de tempo.
Resposta da questão 2:
a) se: subordinativa condicional
b) quando: subordinativa temporal
c) que: subordinativa consecutiva
d) quanto mais ... mais: subordinativa proporcional
e) como: subordinativa comparativa
Resposta da questão 3:
a) final
b) consecutiva
c) comparativa
d) consecutiva
Resposta da questão 4:
a) condicional
b) condicional
c) temporal
d) condicional
Resposta da questão 5:
a) segundo: subordinativa conformativa
b) que: subordinativa consecutiva
c) que: subordinativa comparativa
d) de modo que: subordinativa consecutiva
e) porque: subordinativa causal
Resposta da questão 6:
Tanto a conjunção adversativa "mas" quanto o futuro do presente do indicativo "Será" enfatizam a dúvida e o questionamento quanto
àquilo que as imagens "rebanho das nuvens" e "arado do espaço" expressam.
ou
A conjunção adversativa "mas" indica a oposição do eu-lírico à ideia expressa pela imagem formulada anteriormente, no verso 19. E
o futuro do presente do indicativo "Será" é empregado para marcar a dúvida quanto àquilo que a imagem apresentada no verso 22
representa.
b) III. Em "como eu insistisse...", como é conjunção subordinativa causal, equivalente a porque, porquanto e introdutora de uma oração
subordinada adverbial causal.
IV. Em "...como a dos amores...", integra uma oração comparativa, sendo conjunção subordinativa comparativa.
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SINTAXE
TERMOS DA ORAÇÃO
Termos essenciais
1. SUJEITO – o ser sobre o qual se faz uma declaração e concorda com o verbo.
Classificação dos Sujeitos:
a) Simples – quando o sujeito tem um só núcleo.
Ex.: “O Sertão está em toda parte.” (Guimarães Rosa)
c) Oculto (desinencial) – é aquele que não está materialmente expresso, mas pode ser identificado pela desinência verbal.
Ex.: “Amou daquela vez como se fosse a última.” (Chico Buarque)
d) Indeterminado – quando não podemos ou não queremos determinar o ser sobre o qual se fala. Existem dois modos de
indeterminar o sujeito – colocando-o na 3ª pessoa do plural sem o referente ou verbo(VTT, VL ou VI) na 3 ª pessoa do singular
com o se(índice de indeterminação do sujeito).
Ex.: Contaram segredos para mim.
Precisa-se de empregados.
Vive-se bem em Paris.
Era-se feliz aqui.
e) Oração sem sujeito – quando só nos interessa o processo verbal em si, pois não o atribuímos a nenhum ser (com Verbos
Impessoais). Os casos de oração sem sujeito são:
com verbos ou expressões que denotem fenômenos da natureza:
Ex.: Faz frio.
com o verbo haver no sentido de existir:
Ex.: “Ainda há jasmins, ainda há rosas.” (Ribeiro Couto)
com os verbos haver, fazer, ir, estar e ser indicando tempo decorrido ou clima;
Ex.: “Foi há muito tempo.” (Manuel Bandeira)
Está frio aqui.
São duas horas da manhã.
com o verbo TRATAR + SE:
Trata-se de assuntos sérios.
b) Verbal – tem como núcleo o verbo, pois sobre ele recai a importância do que se declara. (Verbo forte e sem predicativo)
Ex.: Vou ficar em casa.
Célia entregou o presente a seu irmão.
Termos Integrantes
3. ADJUNTO ADNOMINAL – termo de valor adjetivo que especifica, qualifica, determina ou quantifica um substantivo,
qualquer que seja a função deste.
As seguintes classes geralmente exercem função de adjunto:
OBS.: O adjunto pode também ser representado por uma oração adjetiva:
Ex.: Era uma menina que tinha os cabelos loiros.
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4. COMPLEMENTO NOMINAL – são os termos que complementam o nome (Substantivo abstrato passivo, adjetivo ou
advérbio). O complemento vem sempre acompanhado de preposição.
Ex.: Estou fazendo a leitura do texto.
Ela tinha necessidade de comida.
Eu estou atento aos seus informes.
Moro perto da farmácia.
A natureza é uma esplêndida criação de Deus. (criação divina (Deus cria - ativo) - adjunto adnominal)
A criação do jardim se deu de forma equivocada. (complemento nominal(jardim é criado - passivo))
5. AGENTE DA PASSIVA – é o termo que designa o ser que pratica a ação sofrida pelo sujeito. Normalmente vem introduzido
pela preposição por ou de.
Ex.: “Um jornal é lido por muita gente.” (Carlos Drummond)
O homem foi mordido pelo cachorro.
“Ele dela é ignorado.” (Fernando Pessoa)
6. COMPLEMENTO VERBAL – são os termos que acompanham o verbo. Podem ser de dois tipos:
Objeto Direto - quando o verbo for transitivo direto, ou seja, quando não está acompanhado de preposição.
Ex.: “Não quero dinheiro.” (Tim Maia)
“Os jornais nada publicaram.” (Carlos Drummond)
OBS.: Qualquer classe gramatical pode exercer a função de objeto, passando então a ser considerada um substantivo
formado por derivação imprópria.
Ex.: “Eu só quero amar.” (Tim Maia)
amar – verbo substantivado por exercer função de objeto
Objeto Indireto – quando o verbo for transitivo indireto, ou seja, quando está acompanhado de proposição.
Ex.: Preciso de você amanhã.
“Precisava de um amigo (...)” (Carlos Drummond)
9. VOCATIVO – termo que serve para invocar, chamar ou nomear alguém ou alguma coisa.
Ex.: “Dizei-me vós, Senhor Deus!” (Castro Alves)
10. ADJUNTO ADVERBIAL – termo de valor adverbial que denota circunstância do fato expresso pelo verbo.
Ex.: Aqui não passa ninguém. Ela estava em casa.
EXERCÍCIOS
1- No texto “Na verdade, todo tipo de texto, em maior ou menor grau, contém o elemento persuasivo”, o sujeito classifica-se como:
a) Composto
b) indeterminado
c) simples
d) inexistente
a) Se o leitor conhece um homem forte, mas muito forte mesmo, imagine uma pessoa duas vezes mais forte.
b) ... e encaminha-lo ao hotel, onde lhe fora reservado um apartamento.
c) Que o Santa Cruz me perdoe, mas era um caso de vida ou de morte.
d) Ora, se meu amigo de fato era meio ruivo, seu jeitão era mineiro.
e) Ninguém está com relógio nesta casa.
3. “Será que apenas os hermetismos pascoais / Os tons, mil tons e seus dons geniais / Nos salvam, nos salvarão dessas trevas / E
nada mais?”
É correto afirmar que, no texto acima, há em relação ao verbo salvar:
a) sujeito simples (os hermetismos pascoais – referindo-se a Hermeto Pascoal) acompanhado de uma sequencia de apostos.
b) sujeito composto (hermetismos pascoais – e mil tons – referindo-se o último a Milton Nascimento) acompanhado de uma sequência
de apostos.
c) sujeito composto expresso nos dois primeiros versos
d) sujeito elíptico representado na desinência de 3ª pessoa do plural (salvam)
4 - Marque a alternativa em que o pronome oblíquo destacado exerce função sintática de objeto indireto.
6. Diz-se impessoal o verbo que não tem sujeito. Ocorre verbo impessoal em:
a) 1 – 3 – 2
b) 2 – 1 – 3
c) 2 – 2 – 1
d )1 – 2 – 3
10. “E esta reflexão – uma das mais profundas que se tem feito, desde a invenção das borboletas – me consolou do malefício, e me
reconciliação comigo mesmo...”
Os termos sublinhados, no texto acima, exercem, respectivamente, a função de:
11. Assinale a alternativa em que o termo ou expressão em destaque exerce a função de agente da passiva.
14. O termo destacado em “O empresário julgou inadequadas as propostas dos funcionários.” classifica-se gramaticalmente como:
a) Sujeito
b) predicativo do sujeito
c) predicativo do objeto
d) complemento nominal
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16. Numa oração, o predicado pode ser:
1)nominal, 2)verbal, 3)verbo-nominal
Use esse código nos parênteses e assinale a série obtida.
( ) Para mim esta sua ideia é novidade.
( ) Ele quer tornar a língua portuguesa odiosa.
( ) A recepção do Aston vivia sempre cheia de gente.
( ) As palavras significam pouco.
( ) Alguém já me escreveu.
a) 1 – 3 – 1 – 2 – 1
b) 3 – 1 – 1 – 2 – 2
c) 1 – 3 – 1 – 2 – 2
d) 2 – 3 – 1 – 1 – 2
e) 3 – 2 – 1 – 1 – 2
(A) dois predicados nominais, cujos predicativos dos sujeitos são “arco-íris” e “esplendor”.
(B) um predicado nominal, cujo predicativo do sujeito é “arco-íris”, e um predicado verbo-nominal, cujo predicativo do objeto é
“esplendor”.
(C) um predicado nominal, cujo predicativo do sujeito é “arco-íris” e um predicado verbal, cujo objeto direto é “esplendor”.
(D) dois predicados verbais, cujos objetos diretos são “arco-íris” e “esplendor”.
(E) um predicado nominal, cujo verbo é de ligação, e um predicado verbal, cujo verbo é intransitivo.
18. Em “As águias e os astros amam esta região azul, vivem nesta região azul, palpitam nesta região azul.” , há:
(A) um predicado verbal e dois verbo-nominais, havendo, nos dois últimos, o complemento e o predicativo do objeto.
(B) três predicados verbais, sendo que, no primeiro, o complemento é o objeto direto e, nos dois últimos, o objeto indireto.
(C) três predicados verbo-nominais, havendo, no último, o complemento e o predicativo do objeto.
(D) três predicados verbais, havendo, em apenas um deles, o complemento objeto direto.
(E) três predicados verbais formados por verbos intransitivos.
(A) indeterminado
(B) um povo heroico;
(C) as margens plácidas
(D) do Ipiranga
(E) o brado retumbante
21. Assinale a alternativa que contenha, respectivamente, um pronome pessoal do caso reto funcionando como sujeito e um pronome
pessoal do caso oblíquo funcionando como objeto direto.
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23. Observar as seguintes orações:
I. Rosária continua preocupada como preço da carne.
II. Zoraide andava, andava e andava pelas alamedas.
III. Encontrei-a dormindo.
Respectivamente, os predicados são:
24.
I. Coloquem os móveis no lugar.
II. Enviamos cartas a vocês.
III. Refez a lição que estava errada?
Substituindo as palavras destacadas por pronomes, teremos:
ORAÇÕES COORDENADAS
Dois são os processos de estruturação fraseológica, ou seja, as orações se relacionam umas com as outras e se interligam
num período através dos mecanismos coordenativos ou subordinativos. A oração coordenada é aquela que se liga a outra oração
da mesma natureza sintática. Num período composto por coordenação, as orações são independentes. Elas podem ser sindéticas
(quando a outras se prendem por conjunções), ou assindéticas (quando não se prendem a outras por conectivo).
Or. Coord.
Função Exemplos
Sindética
Estabelece uma oposição ao que foi afirmado na Eu gostaria de ajudar, mas não sei como.
Adversativa oração anterior Ela é inteligente, porém falta-lhe humor.
Explica ou justificam o conteúdo da primeira oração Acende uma luz, que não se vê nada.
Explicativa O cão deve ter parado, pois o vi mais.
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EXERCÍCIOS
2. (Univ. Fed. Santa Maria – RS) – Assinale a sequência de conjunções que estabelecem, entre as orações de cada item, uma correta
relação de sentido.
3. Reúna as três orações em um período composto por coordenação, usando conjunções adequadas.
Os dias já eram quentes.
A água do mar ainda estava fria.
As praias permaneciam desertas.
b) Ele fez um ótimo trabalho; merece, pois, uma boa recompensa. __________________________________________________
FINAIS (= finalidade : a fim de que, para que, porque, que, a fim de ...)
ex.: Parei-o a fim de que me desse notícias do irmão.
PROPORCIONAIS ( = proporcionalidade : à medida que, à proporção que, (quanto mais) ...tanto mais, ao passo que ...)
ex.: O ruído aumentava à proporção que entrávamos na mata.
TEMPORAIS (= tempo : quando, logo que, assim que, depois que, enquanto, apenas, antes que, até que, desde que, etc)
ex.: Eles dormiam enquanto nós trabalhávamos.
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CONDICIONAIS (= condição : se, desde que, caso, salvo se, exceto se, contanto que, sem que, a menos que, etc.)
ex.: Mariana irá à festa se seus pais permitirem.
CONCESSIVAS (= concessão : embora, ainda que, mesmo que, por mais que, por menos que, conquanto, apesar de que, se bem
que, etc.)
ex.: O gerente não autorizou a viagem embora soubesse da sua necessidade.
CAUSAIS (= causa : porque, visto que, já que, uma vez que, porquanto, como = porque, etc.)
ex.: Não foi à praia porque estava chovendo.
CONSECUTIVAS (= consequência : (tanto)...que, (tão) ... que, (tal)... que, (tamanho) ...que, etc.)
ex.:A criança gritou tanto que ficou rouco.
COMPLETE AS LACUNAS COM A CONJUNÇÃO QUE EXPRESSE NEXO LÓGICO ENTRE AS ORAÇÕES, CLASSIFICANDO-AS:
1. “Ficou ali , até que as sombras foram tomando conta das coisas”. _______________________________________________
4. “Continuaria a sustentar a Mocinha, contanto que ela procedesse direito, vivesse calma na gaiola e na moral.” (G. Ramos)
_________________________________________________________________________________________________________
13. Semeie hoje para que colha bons frutos no amanhã. _______________________________________________________
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ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
As orações subordinadas substantivas exercem funções específicas do substantivo: sujeito, objeto, predicativo...
As orações subordinadas substantivas podem ser:
O verbo da oração principal sempre estará na 3ª pessoa do singular quando houve oração subordinada substantiva subjetiva.
A oração apositiva sempre estará pontuada, ou entre vírgulas ou depois de dois pontos.
4. “É provável que o tempo faça a ilusão recuar.” (Eduardo Gudin e Paulo Pinheiro)
______________________________________________________________________________________________________________________
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8. Todos tinham noção de que as causas eram desconhecidas.
______________________________________________________________________________________________________________________
13. Estou seguro de que a sabedoria dos legisladores saberá encontrar meios para realizar semelhante medida.
______________________________________________________________________________________________________________________
1. ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA RESTRITIVA: contribui para definir, apontar, individualizar um nome ou pronome
expresso anteriormente. Não vem separada por vírgulas.
Ex.: O livro que comprei é uma gramática.
2. ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA EXPLICATIVA: revela outra intenção por parte do autor: a de acrescentar mais uma
ideia, merecedora de realce.
Ex.: A inteligência, que nos distingue dos irracionais, tem um valor inestimável.
EXERCÍCIOS:
1. Reescreva as frases abaixo, criando orações adjetivas introduzidas pelo pronome relativo que:
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c) Essa é uma associação protetora de animais.
_______________________________________________________________________________________________________
ORAÇÕES REDUZIDAS
Orações reduzidas são orações introduzidas por formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e que não são acompanhadas
por conjunção ou pronome relativo.
Orações reduzidas
Mesmo atrasando o treino, ele disse que Mesmo atrasado, ele disse que viria ao
É provável ele atrasar o treino.
viria. treino.
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Orações reduzidas de infinitivo (terminação em -r)
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Oração subordinada adjetiva explicativa
O cão, ladrando de madrugada, era do síndico.
Desenvolvida: O cão, que ladrou de madrugada, era do síndico.
SEMÂNTICA
SEMÂNTICA é o estudo da significação das palavras.
1. SINÔNIMOS são palavras de sentido igual ou aproximado.
Ex.: brado e grito; proibir e impedir; metamorfose e transformação.
3. POLISSEMIA consiste no fato linguístico de uma palavra ter mais de uma significação.
A polissemia ocorre devido a vários motivos: o uso de linguagem com sentido figurado, como metáforas e metonímias; tradução de
linguagem específica para linguagem corrente. Influência de estrangeirismos e neologismo.
pena romper
Arranquei uma pena da galinha. (= pluma) Rompeu a roupa no arame farpado.
Escrevia com a pena que lhe dei. (= rasgou)
(= peça de metal para escrever) Romper um segredo. (= revelar)
Cumpriu a pena até o fim. (= punição) Romperam as músicas! (=principiaram)
Tenho pena do seu estado. (= dó) Rompeu com o noivo.
(=brigou, desligou-se)
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Palavra 1º significado 2º significado
Letra Símbolo de escrita Documento substitutivo de dinheiro
Dama Senhora da nobreza Peça de jogos
Cabeça Parte do corpo humano Líder de um grupo
Banco Assento Local de operações financeiras
Gato Animal Pessoa atraente
DENOTAÇÃO e CONOTAÇÃO
A) Denotação: sentido usual, básico, próprio, referencial.
B) Conotação: sentido especial: propicia o aparecimento da linguagem figurada.
DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO
a) O sol é uma estrela de quinta grandeza. a) Ela é o sol da minha vida.
b) A chuva caiu de repente sobre a cidade. b) A chuva fina machucava minha alma.
c) Ele sempre gostou de viver sobre um palco. c) “A minha vida era um palco iluminado.”
d) Tinha uma pedra no meio do caminho. (relatório de um engenheiro). d) “Tinha uma pedra no meio da caminho.”
1) ÂNGULOS
Sistema de Medidas:
Sexagesimal: uma volta completa tem 360º (graus)
3) TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO
Radianos: uma volta completa tem 2 rad (radianos)
Grados: uma volta completa tem 400 gr (grados)
Comprimento da Circunferência:
Circunferência é a linha que tem a propriedade de equidistar
do centro.
ou C D
Arco de uma Circunferência:
2 r
Ângulo ( ) medido em graus: Carco
360º
Ângulo ( ) medido em radianos: Carco r 4) LEI DOS SENOS E DOS COSSENOS
2) TRIÂNGULOS
- Triângulo Escaleno: Nenhum dos lados congruentes entre Obs.: a Lei dos Cossenos é utilizada quando temos apenas
si, ou seja, os três lados distintos. um ângulo envolvido.
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d) Triângulo I) Relações Principais: Localização e sinal do seno e cosseno.
- Fórmula básica:
Ângulos Complementares no Triângulo Retângulo III) M.D.P (Menor Determinação Positiva): Redução a primeira
Sabemos que os ângulos agudos de um triângulo retângulo volta, ou seja, todo ângulo deverá ser representado na
são complementares, ou seja, 90º . primeira volta.
6º) sec2 ( x) 1 tg 2 ( x)
Soma de arcos
Arcos Duplos
2.tg (a )
tg (2a )
1 tg 2 (a )
7) FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
Funções Periódicas
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No círculo trigonométrico, o sinal da função tangente é De maneira geral, a solução para esse tipo de equação é
positivo quando x pertence ao primeiro e terceiro quadrantes. dada por:
Já no segundo e quarto quadrantes, o sinal é negativo.
sen x = sen y
cos x = cos y
tg x = tg y
i) x é congruente a k → x = y + 2kπ
ii) x é congruente a π-a → x = (π – a) + 2kπ
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Equações trigonométricas do tipo tg x = tg y Vejamos os seis tipos de inequações trigonométricas
fundamentais:
Equações do tipo tg x = tg y, onde x é a incógnita e y é um
arco de medida conhecida. 1° tipo) sen x > n (sen x ≥ n)
Inequação trigonométrica
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3° tipo) cos x > n (cos x ≥ n) 5° tipo) tg x > n (tg x ≥ n)
Seja n o cosseno de um arco y, tal que – 1 < n < 1. A solução Seja n a tangente de um arco y qualquer, tal que n > 0. Se tg
deve ser dada a partir de dois intervalos: 0 ≤ n < 1 ou – 1 < n x > n, há duas soluções como podemos ver na figura:
≤ 0. Veja a figura a seguir:
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QUESTÕES DE CONCURSOS 4) Para determinar a altura de um edifício um observador
coloca-se a 30 m de distância e assim o observa segundo um
ângulo de 30°, conforme mostra a figura. Calcule a altura do
1) Um avião levanta vôo em um ângulo de 30° em relação a
pista. Qual será a altura do avião quando estiver percorrendo edifício a partir do solo. Considere
4.000 m em linha reta?
a) 1.800 m a) 16 m
b) 1.900 m b) 17 m
c) 2.000 m c) 18 m
d) 2.100 m d) 19 m
e) 2.200 m e) 20 m
a) 10 3
a) 32 b) 7 3
b) 34
c) 35 c) 5 3
d) 36 d) 2 3
e) 38
e) 3
a) x = 5 e y = 3
b) x = 5 e y = 4
c) x = 6 e y = 3
d) x = 6 e y = 4 a) 2
e) x = 7 e y = 5 b) 4
c) 8
d) 12
e) 18
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7) Uma pessoa está distante 80 m da base de um prédio e vê 12) Um navio, situado exatamente a leste de um ponto A, está
o ponto mais alto do prédio sob um ângulo de 16° em relação distante 10 milhas desse ponto. Um observador, situado
ao eixo horizontal. Qual era a altura do prédio? (Dados sen exatamente ao sul do navio vê o ponto A sob um ângulo de
16° = 0,27; cos 16° = 0,96 e tg 16° = 0,28). 40°. Calcule a distância entre o observador e o navio. (Dados:
sen 40° = 0,64; cos 40° = 0,76 e tg 40° = 0,83).
a) 18,7 m
b) 19,8 m a) 11,82 milhas
c) 21,2 m b) 12,05 milhas
d) 22,4 m c) 12,84 milhas
e) 23,9 m d) 13,08 milhas
e) 13,96 milhas
a) 4 m a) 3,2 m
b) 5 m b) 3,4 m
c) 6 m c) 3,6 m
d) 7 m d) 3,8 m
e) 8 m e) 4,0 m
a) R$ 9,50
b) R$ 10,00
c) R$ 10,50
d) R$ 11,00
e) R$ 11,50
a) 9 m
b) 18 m
c) 3,6 m
d) 4,5m
18) (Unificado) Uma escada de 2 metros de comprimento está e) 6 m
apoiado no chão e em uma parede vertical. Se a escada faz
30° com a horizontal, a distância do topo da escada ao chão
é de:
a) 0,5 m 21) (PUC) Em uma rua plana, uma torre AT é vista por dois
b) 1,0 m observadores X e Y sob ângulos de 30° e 60° com a
c) 1,5 m horizontal, como mostra a figura abaixo:
d) 1,7 m
e) 2,0 m
a) 30 m
b) 32 m
c) 34 m
d) 36 m
e) 38 m
a) 30 3
b) 10 3
10 3
c)
3
d) 8 3
3 3
e) a) 20/21
2 b) 20/29
c) 21/29
d) 29/20
e) 25/29
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23) Determine o valor de x no triângulo abaixo: 27) (Furg RS) Analise a ilustração e responda à questão
abaixo.
3
e) cm²
2
d) 5 2
e) 6 6
a) 1 a) 1/2
b) 2 b) 1/3
c) 3 c) 2/3
d) 4 d) 3/4
e) 5 e) 3/5
- 99 -
30) (Mackenzie) Num retângulo de lados 1 cm e 3 cm, o seno 34) (UFU) Um observador em uma planície vê o topo de uma
do menor ângulo formado pelas diagonais é: montanha segundo um ângulo de 15°. Após caminhar uma
distância d em direção à montanha, ele passa a vê-lo segundo
a) 4/5 um ângulo de 30°. Qual é a altura H da montanha?
b) 3/5
c) 1/5
d) 1/3
e) 2/3
3
a) d
2
b) d
c) 2 d
d) d/2
2
a) 3 2 e) d
2
b) 5 2
15 2
c)
2
d) 50 3
3 1
7 5 35) Sabendo que cos e que sen , podemos
e) 2 2
2
afirmar corretamente que cos sen é
32) (Mackenzie) Três ilhas A, B e C aparecem num mapa, em 2 2
escala 1:10000, como na figura. Das alternativas, a que igual a:
melhor aproxima a distância entre as ilhas A e B é:
a) 0
3 1
b)
2 2
3 1
c)
2 2
3 1
d)
2 2
a) 2,3 km 3 1
b) 2,1 km e)
c) 1,9 km 2 2
d) 1,4 km
e) 1,7 km
a) 0,5 m a) 61
b) 1 m b) 45
c) 1,5 m c) 72
d) 1,7 m d) 80
e) 2 m e) 86
- 100 -
37) (FATEC) Em um motor há duas polias ligadas por uma 42) Um arco de medida 3 radianos em um círculo de raio 6
correia, de acordo com o esquema abaixo. metros mede:
a) 12 m
b) 2 m
c) 9 m
d) 9 m
e) 18 m
Se cada polia tem raio de 10 cm e a distância entre seus
centros é 30 cm, qual das medidas abaixo mais se aproxima
do comprimento da correia?
a) 122,8 cm
b) 102,4 cm
c) 92,8 cm
43) (UFPB) Os senos de 210°, - 45° e 120°, são
d) 50 cm
respectivamente:
e) 32,4 cm
a)
e)
a)
b)
c) 45) (UEL) O valor da expressão é:
d)
e)
a)
d)
e) n.r.a
b)
d) a) 0
b) 1
c) sen²x
e) d) cos²x
e) 2
- 102 -
55) (UFPA) Qual das expressões abaixo é idêntica a 59) (FUVEST) O valor de (sen 22°30’ + cos 22°30’)² é:
a) 3/2
?
a) sen x b)
b) cos x
c) tg x c)
d) cossec x d) 1
e) cotg x e) 2
a)
a)
b) 1
b)
c)
d)
c)
e)
d)
a) 31 a) 24/7
b) 33 b) – 24/7
c) 35 c) – 8/3
d) 37 d) 8/3
e) 42 e) – 4/3
a) – 3/16
b) – 3/8
c) 3/8
d) 3/4
e) 3/2
a) 2/9
b) 1/9
c) – 7/9
d) – 8/9
e) 5/9
- 103 -
63) (UNIFESP) Se x é a medida de um arco do primeiro 67) Determine o conjunto solução da equação 2.sen 2x – 1 = 0.
quadrante e se sen x = 3.cos x, então sen(2x) é igual a:
a) π/12 + kπ ou 5π/12 + k π
b) π/6 + kπ ou 5π/12 + k π
c) π/12 + kπ ou 6π/13 + k π
a) d) π/3 + kπ ou 3π/12 + k π
e) π/4 + kπ ou 3π/12 + k π
b)
c)
d)
68) Determine o conjunto verdade da equação tg 2x – 1 = 0.
a) π/12 + kπ
e) b) π/12 + kπ/2
c) π/6 + kπ/2
d) π/8 + kπ
e) π/8 + kπ/2
d)
e)
- 104 -
72) Resolver a inequação trigonométrica cos x < 1/2 para x 3) (QOAM) Deseja-se construir uma rampa reta para se
pertencente ao intervalo [0,2π[, acessar uma plataforma que tem quatro metros de altura.
Qual deverá ser o comprimento, em metros, dessa rampa, a
a) π/2 < x < 5π/7 fim de que forme com o solo um ângulo de 30º?
b) π/3 < x < 5π/6
c) π/3 < x < 5π/6
a) 4 6
d) π/6 < x < 5π/6
e) π/3 < x < 5π/3 b) 8
c) 4 3
d) 4 2
e) 4,5
73) Resolver a inequação trigonométrica sen x > 1/2 para x
pertencente ao intervalo [0,2π[,
a) 0,36
b) 0,49
c) 0,6
d) 0,8
e) 0,96
- 105 -
6) (QOAM) 9) (QOAM – 2008) A extremidade final do arco de 10 radianos
pertence:
e) a) 198 cm²
b) 168 cm²
c) 148 cm²
d) 128 cm²
e) 108 cm²
- 106 -
13) (QOAM – 2010) Na instalação de 3 lâmpadas em uma 16) (QOAM – 2012) Observe a figura a seguir.
praça, uma equipe técnica necessitou calcular corretamente a
distância entre elas, e para isso esboçou um triângulo
colocando as lâmpadas nos vértices A, B e C desse triângulo.
Sabe-se que o ângulo A mede 135º e o ângulo B mede 30º.
Se a lâmpada A está a 50 metros da lâmpada C, a distância
correta entre as lâmpadas B e C será:
50 6
a) m
3
b) 50 6 m Em uma certa cidade, um helicóptero de inspeção de trânsito
levanta voo de uma base A rumo a oeste. Após um tempo,
c) 25 2 m estando ele no ponto B, o piloto recebe instrução para se
deslocar para o ponto C, 30 km ao norte da base A. O piloto
d) 50 3 m
corrige a rota no ponto B, fazendo um giro de 120º à direita,
e) 50 2 m de modo que os trajetos formam um triângulo retângulo ABC,
como mostra a figura acima. Com base na figura e nos dados
apresentados, a distância total, em km, que o helicóptero
percorreu do ponto A até o ponto C, passando por B, é igual
a:
a) 30 3
14) (QOAM – 2011) No intervalo 0, 2 , quais são os dois b) 40 3
possíveis valores para (x + y) obtidos através da igualdade
c) 60 3
1
cos x.cos y senx.seny ? d) 80 3
2
11 e) 90 3
a) e
6 6
2
b) e
6 3
5
c) e
17) (QOAM – 2013) Calcule o valor de
3 3
cos ec30º cos ec60º cos ec90º
4 11 , e assinale a opção
d) e sec 0º sec30º sec 60º
3 6 correta.
e) e a) 2
3 6 b) 1
c) 0
d) - 1
e) – 2
- 107 -
19) (QOAM – 2014) As medidas dos arcos x, y e z, em graus, 22) (QOAM – 2016) Simplificando a expressão
são tais que x y z 13º , x 2 y z rad e
9
x y 2z rad . Sabendo-se que 2 x z 5 y , , , obtêm-se:
12
o valor de sen é: a) a
b) b
1 c) 1
a) d) a - b
2 e) (a + b)²
b) 2
c) 3
2
d)
2
3
e)
2
23) (QOAM – 2017) Analise a figura a seguir.
a) 24 3m
b)
12 1 3 m
c) 20 3 3m
d) 10 1 3m
e) 30 1 3m
10 3
21) (QOAM – 2015) Seja x ,
9 2
, tal que
a) 0
b) 1
c) 2
d) 3
e) 4
- 108 -
26) (QOAM – 2019) Considere o triângulo ABC, na figura
24) (QOAM – 2017) São dados o ângulo , em abaixo, em que M é o ponto médio de BA. Sabendo que BA é
radianos, e o número inteiro , de modo que igual a 20 cm, AC é igual a 25 cm e  é 60º, assinale a opção
que apresenta o valor que mais se aproxima de CM.
a expressão assume o maior valor
possível. Sendo assim, é correto afirmar que o valor de E será:
a) 21,7 cm
b) 23,4 cm
c) 24,9 cm
d) 24,3 cm
e) 25,2 cm
25) (QOAM – 2017) Analise a figura a seguir.
considerando , e
assinale a opção correta.
é:
- 109 -
29) (QOAM – 2020) Observe a figura a seguir. 9) NÚMEROS COMPLEXOS
abc
a)
2
b)
a b c O primeiro passo é calcularmos o seu discriminante:
2
abc
c)
2
Como o discriminante é negativo, a equação não possui
d)
a bc raízes reais:
2
a b c
e)
2
GABARITO – QUESTÕES DE CONCURSOS Mas possui raízes imaginárias ao substituirmos por i:
1–c 2–b 3–a 4–e 5–a 6–c 7–d 8–e Nos dois exemplos acima, e , temos um radicando
9 – e 10 – b 11 – c 12 – b 13 – d 14 – a 15 – c 16 – que é o valor simétrico de um quadrado perfeito, ou seja, o
a 17 – b 18 – b 19 – b 20 – a 21 – c 22 – b 23 – b
oposto de 25 e de 16, que são quadrados perfeitos, mas
24 – e 25 – d 26 – b 27 – a 28 – c 29 – d 30 – b
31 – d 32 – e 33 – b 34 – d 35 – d 36 – a 37 – a mesmo que não o fossem, ainda assim poderíamos trabalhar
38 – a 39 – c 40 – b 41 – c 42 – e 43 – b 44 – c com o conceito de números imaginários.
45 – a 46 – b 47 – c 48 – d 49 – d 50 – c 51 – b
52 – e 53 – d 54 – b 55 – b 56 – c 57 – e 58 – c
Vejamos o exemplo do número :
59 – c 60 – e 61 – a 62 – c 63 – b 64 – b 65 – b
66 – d 67 – a 68 – e 69 – c 70 – d 71 – a 72 – e
73 – d 74 – c.
- 111 -
Operações com números complexos na forma algébrica Agrupando os termos semelhantes, obtemos:
Exemplo:
a) (5+8i)∙(1+2i) = (5∙1-8∙2)+(5∙2+1∙8)i
(5+8i)∙(1+2i) = (5-16) + (10+8)i = -11+18i
4. Divisão
1. Adição
Exemplo:
Logo,
a) (5 + 8i) – (1 + 2i) = (5 – 1) + (8 – 2)i = 4 + 6i
b) (1 + 2i) – (2 – 3i) = (1 – 2) + [2 – (– 3)]i = – 1 + 5i
3. Multiplicação
b)
Como sabemos, i2 = – 1.
Logo,
- 112 -
Forma Trigonométrica de um Número Complexo QUESTÕES DE CONCURSOS
Vamos substituir os valores de a e b no complexo z = a + bi. 2) (EsSA – 2015) O número complexo , onde i representa
a unidade imaginária,
z = p.cosӨ + p.senӨi → z = p.( cosӨ + i*senӨ)
a) é positivo.
Essa forma trigonométrica é de grande utilidade nos cálculos b) é imaginário puro.
envolvendo potenciações e radiciações. c) é real.
d) está na forma trigonométrica.
Exemplo 1 e) está na forma algébrica.
Represente o número complexo z = 1 + i na forma
trigonométrica.
Resolução:
Temos que a = 1 e b = 1
3) (EsSA – 2018) Considere o número complexo z = 2 + 2i.
Dessa forma, .
a)
b) – 2i
c) 2i
d) – 1 + 3i
e) 2
a) 2 + 3i e 1 – i
b) 3 + 2i e -4 – i
c) 4 + 3i e 2 – i
d) 1 + 2i e -3 – i
A forma trigonométrica do complexo z = –√3 + i é z = e) 1 + 3i e -2 – i
2.(cos150º + sen150º *.i).
- 113 -
6) Qual a forma algébrica de z no caso 3z = z - (- 8 + 6i)?
12) (FURG) Se u = 1 – 2i é um número complexo e , seu
a) z = 4 – 2i conjugado, então z = u2 + 3 é igual a:
b) z = 4 – 3i
c) z = 2 – 2i a) – 6 – 2i
d) z = 1 – 2i b) 2i
e) z = 1 - 3i c) – 6
d) 8 + 2i
e) – 6 + 2i
a) 3024 a) −3 − i
b) 4096 b) 1 − 3i
c) 5082 c) 3 − i
d) 1294 d) −3 + i
e) 2784 e) 3 + i
- 114 -
17) (UFRS) Qual é a forma a + bi do número complexo a 23)
seguir?
1 + 2i
1–i
a) 1 + 3i
2
b) – 1 + 3i
2
c) – 1 + 2i
2 3
d) – 1 – 2i
2 3
e) 1 – 3i No período da “Revolução Científica”, a humanidade assiste
2 a uma das maiores invenções da Matemática que irá
revolucionar o conceito de número: o número complexo.
Rafael Bombelli (1526 – 1572), matemático italiano, foi o
primeiro a escrever as regras de adição e multiplicação para
a 5i
18) Se a é um número real e o número complexo é real, os números complexos.
5i
qual o valor de a? Dentre as alternativas a seguir, assinale aquela que indica
uma afirmação incorreta.
a) 15
b) 20 a) o conjugado de (1 + i) é (1 i)
c) 25
b) 1 i 2
d) 28
e) 30 c) (1 + i) é raiz da equação z 2 2z 2 0
d) (1 + i)–1 = (1– i)
e) (1 + i)2 = 2i
a) 9i
b) –9
c) 27i
d) –27
e) –i 24) Sendo i 1 a unidade imaginária do conjunto dos
números complexos, o valor da expressão (1 i ) 6 (1 i) 6 é:
1 i
20) Se y = 2x, sendo x e i 1 , o valor de (x + y)2 é a) 0
1 i
b) 16
c) -16
a) 9i
d) 16i
b) –9 + i
e) -16i
c) –9
d) 9
e) 9 – i
6 8i 123
25) O valor da expressão ( 2 3i )( 4 2i ) i é igual
21) Sendo i a unidade imaginária, então (1 + i) 20 – (1 – i)20 é 1 i
igual a a:
a) –1024. a) 13 – 14i
b) –1024i. b) 14 + 13i
c) 0. c) 13 + 14i
d) 1024. d) 14 – 13i
e) 1024i. e) i
- 115 -
27) O número complexo z que verifica a equação
iz 2 z (1 i) 0 é: 1
31) Dados Z 5i e W 3 2i , então W é:
a) z = 1 + i Z
1
b) z i
83 51
3
a) i
1 i 26 26
c) z
3 b) 8i
i
d) z 1 1 39
3 c) i
e) z = 1 – i 29 29
5 2
d) i
13 13
e) n. d. a
10
28) Dados os números complexos z 3 i e w , se w
3i 32) (ITA) Se S100 é a soma dos cem primeiros termos da
é o complexo conjugado de w, então,
P.A de primeiro termo 99 i e razão 1 i , então
a) z w . S100
é igual a:
b) z w . 99 101.i
c) z w .
d) z w . a) 100.i
e) N.R.A b) 1
c) 50
d) 100
e) i
1 3i
30) O conjugado do número complexo é:
2i i 99 i 75
34) O número complexo é igual a:
1 7i 1 i
a)
5
a) 1 i
1 i
b) b) 1 i
5 c) 1 i
1 2i d) 1 i
c)
7 e) n. d. a
1 7i
d)
5
1 i
e)
5
- 116 -
35) (Fuvest) O número complexo 2 2i , na forma
39) (Aman) Sejam os complexos
trigonométrica, é:
Z1 4(Cos60 i.Sen60 ) e
1
a) 2. Cos i.Sen Z 2 (Cos90 i.Sen90 ) . A forma algébrica do
6 6 2
complexo Z Z1.Z 2 é:
b) 2. Cos i.Sen
4 4
3 1
a) i
c) 2. Cos i.Sen 2 2
3 3
3 3 3 1
b) i
d) 2. Cos i.Sen 2 2
4 4
5 5 c) 3 i
e) 2. Cos i.Sen d) 3 i
4 4
e) 2 3 2i
a) Eixo Real
b) Eixo Imaginário
c) Segundo Quadrante
40) (Fuvest) O módulo do número complexo Z tal que
d) Terceiro Quadrante
e) Quarto Quadrante 3.Z i.Z 2 2i 0 é:
a) 6
37) (Fuvest) Se o módulo de um número complexo é igual a
b) 5
5 c) 4
2 e seu argumento é igual a , a expressão algébrica
4 d) 3
deste número é:
e) 2
a) 1 i
b) 2.i
c) 1 i
d) i
e) 1 i
GABARITO – QUESTÕES DE CONCURSOS
Z1 3. Cos30 i.Sen30
e 22 – d 23 – d 24 – e 25 – c 26 – b 27 – e 28 – c
29 – b 30 – a 31 – a 32 – c 33 – d 34 – c 35 – b
a)
15. Cos1350 i.Sen1350
b)
8. Cos75 i.Sen75
c) 8.Cos1350 i.Sen1350
d) 15.Cos15 i.Sen15
e) 15.Cos75 i.Sen75
- 117 -
- 118 -
G
E
O
G
R
A
F
I
A
- 119 -
- 120 -
16. A ECOLOGIA DAS METRÓPOLES.
16.1 - O processo de urbanização
Chamamos de processo de urbanização a transformação de espaços naturais e rurais em espaços urbanos,
concomitantemente à transferência da população do campo para a cidade – que quando acontece em larga escala é chamada de
êxodo rural.
As cidades vêm sendo erguidas desde a Antiguidade: Ur e Babilônia foram construídas há cerca de 5 mil anos, na Mesopotâmia,
planície drenada pelos rios Tigre e Eufrates, hoje no Iraque. Elas eram centros de poder e de negócios, e a maioria da população vivia
no campo. Mesmo quando algumas cidades alcançaram grande dimensão populacional (como Roma, que em seu apogeu, no início
da era cristã, tinha cerca de 1 milhão de habitantes), as taxas de urbanização continuaram muito baixas, porque a atividade agrícola
era predominante e ocupava muita mão de obra.
Durante a Idade Média, sob o feudalismo, as cidades perderam importância devido à descentralização político-econômica
característica desse sistema econômico e à consequente redução das trocas comerciais. Já com o desenvolvimento do capitalismo
comercial, as cidades passaram a ganhar cada vez mais importância porque voltaram a ser o centro dos negócios. Mas foi sobretudo
a partir do capitalismo industrial que se iniciou um contínuo processo de urbanização.
Embora tenha se acelerado com as revoluções industriais, a urbanização foi, até meados do século XX, um fenômeno
relativamente lento e circunscrito aos países pioneiros no processo de industrialização. Mesmo o Reino Unido tornou-se
predominantemente urbano somente por volta de 1900.
Historicamente, dois fatores condicionaram o processo de urbanização: os atrativos, que estimulam as pessoas a ir para as
cidades, e os repulsivos, que as impulsionam a sair do campo.
Os fatores atrativos são predominantes em países desenvolvidos e em regiões modernas dos emergentes. Estão associados
ao processo de industrialização, ou seja, às transformações provocadas na cidade pela indústria, notadamente quanto à geração de
empregos no próprio setor industrial e no de serviços. Além disso, a modernização da agropecuária, principalmente por causa da
mecanização da agricultura, aumentou a produtividade agrícola e possibilitou a transferência de pessoas do campo para a cidade ao
longo da História.
Nos séculos XVIII e XIX, durante a Revolução Industrial, as principais cidades dos atuais países desenvolvidos europeus
tiveram um crescimento muito rápido, com a consequente deterioração da qualidade de vida. Os trabalhadores moravam em cortiços
e eram frequentes as doenças e epidemias pela falta de saneamento básico e de higiene. Também não havia legislação trabalhista e
o nível geral de renda era muito baixo. Ao longo do tempo passou a haver um lento crescimento dos salários, paralelamente à luta
pela conquista de alguns direitos fundamentais, como a redução da jornada de trabalho, férias e descanso semanal remunerado. Os
governos passaram a intervir nas cidades, melhorando as condições gerais de saneamento, habitação e transporte. Nessa época, a
circulação de mercadorias e de pessoas e a desconcentração da produção industrial ocasionaram o desenvolvimento de outras
cidades, que com o tempo formaram uma densa e articulada rede urbana.
Os fatores repulsivos são típicos de alguns países em desenvolvimento, qualquer que seja seu nível de industrialização. Estão
associados às péssimas condições de vida existentes na zona rural, por causa da estrutura fundiária bastante concentrada, dos baixos
salários, da falta de apoio aos pequenos agricultores e do arcaísmo das técnicas de cultivo. O resultado é o êxodo rural, ou seja, uma
grande transferência da população do campo para as cidades, notadamente para as grandes metrópoles, provocando agravamento
dos problemas urbanos.
Após a Segunda Guerra, com a expansão das empresas transnacionais e o impulso à industrialização em países em
desenvolvimento, a urbanização se acelerou em muitos deles até então agrícolas, notadamente na América Latina. Em contrapartida,
a África e a Ásia, apesar da aceleração recente, ainda são continentes pouco urbanizados (reveja a tabela da abertura deste capítulo).
Nos países desenvolvidos e em alguns emergentes tem havido um processo de transferência de indústrias das grandes para
as médias e pequenas cidades, promovendo uma desconcentração urbano-industrial. O setor que mais tem crescido, principalmente
nas grandes cidades, é o de serviços. Com essas transformações nas regiões do mundo consideradas modernas, já não se pode
estabelecer a clássica separação entre campo e cidade, uma vez que atividades antes exclusivamente urbanas se disseminaram no
meio rural.
Ao longo da História e até os dias atuais, muitas cidades se especializaram em determinadas funções, o que lhes dá
características particulares, enquanto outras são multifuncionais.
- 121 -
Unido, e é, portanto, transnacional. No Brasil, a megalópole nacional é formada pelas duas maiores metrópoles do país: abrange a
macrometrópole paulista, cuja cidade mais importante é São Paulo, e, passando pelo Vale do Paraíba e Litoral Norte, estende-se até
a região metropolitana do Rio de Janeiro.
Com a entrada do capitalismo em sua atual fase informacional, houve uma descentralização mundial do poder econômico,
político, cultural e financeiro. Nesse contexto, muitos centros urbanos, metrópoles ou não, elevaram-se à condição de cidades globais
pelo importante papel que passaram a desempenhar na rede urbana mundial. Com a intensificação da globalização, essas cidades
globais, localizadas principalmente nos países desenvolvidos, assumiram importância primordial na rede mundial de fluxos.
Embora as zonas urbanas concentrem um percentual cada vez maior da população mundial, a proporção de pessoas que
vivem nas grandes aglomerações urbanas continua pequena. Embora as aglomerações de mais de 10 milhões de habitantes venham
ganhando cada vez mais população, a maioria dos moradores urbanos ainda se concentra em pequenas e médias cidades, situadas
na faixa de menos de 500 mil habitantes.
A taxa de urbanização varia muito de um país para outro. A maioria dos países desenvolvidos, assim como alguns emergentes,
apresenta altas taxas de urbanização. Isso ocorre porque o fenômeno industrial, sobretudo em seu início, não se desvincula do urbano.
Com exceção da China e da Índia, com as maiores populações do planeta e de industrialização recente, todos os países
industrializados apresentam taxas de urbanização relativamente elevadas. O contrário, porém, não é verdadeiro. Há países que
apresentam índices muito baixos de industrialização e outros que praticamente não dispõem de um parque industrial, mas que, mesmo
assim, são fortemente urbanizados. Finalmente, há países muito pobres que ainda são predominantemente rurais.
16.3 - Os problemas sociais urbanos
Desigualdades e segregação socioespacial
Em qualquer grande cidade do mundo, o espaço urbano é fragmentado. Sua estrutura assemelha-se a um quebra-cabeça em
que as peças, embora façam parte de um todo, têm cada uma sua própria forma e função. As grandes cidades apresentam centros
comerciais, financeiros, industriais, residenciais e de lazer. Entretanto, é comum que funções diferentes coexistam num mesmo bairro.
Por isso, essas mesmas cidades são policêntricas. Em cada zona ou distrito, o bairro mais importante possui seu próprio centro, suas
ruas principais, que sediam o comércio e os serviços e servem de polos de atração ao fluxo de pessoas dos bairros próximos.
Essa fragmentação, quase sempre associada a um intenso crescimento urbano, impede os cidadãos de vivenciar a cidade
como um todo, atendo-se, em vez disso, apenas aos fragmentos que fazem parte do seu dia a dia. O local de moradia, de trabalho,
de estudo ou de lazer é onde são estabelecidas as relações pessoais e sociais. Entretanto, em uma metrópole esses locais tendem a
não ser coincidentes, o que provoca grandes deslocamentos e aumento dos congestionamentos. Pode-se dizer, então, que a grande
cidade não é um lugar, mas um conjunto de lugares, e que as pessoas a vivenciam parcialmente.
As desigualdades sociais se materializam na paisagem urbana. Quanto mais acentuadas forem as disparidades de renda entre
os diferentes grupos e classes sociais, maiores são as desigualdades de moradia, de acesso aos serviços públicos e de oportunidades.
Consequentemente, são maiores também a segregação espacial e os problemas urbanos. Por isso, como afirma o geógrafo Horacio
Capel na epígrafe, muitos dos problemas considerados urbanos são, na realidade, problemas da sociedade. Porém, mesmo num
bairro de população pobre, a qualidade de vida pode ser melhorada caso os serviços públicos de educação, saúde, transporte coletivo,
saneamento básico, entre outros, passem a funcionar de forma satisfatória. Essas mudanças positivas têm maiores chances de se
concretizar quando a comunidade se organiza para melhorar o seu cotidiano e reivindicar os seus direitos. Quando isso não acontece,
as desigualdades e a exclusão socioespacial tendem a se manter e, muitas vezes, a aumentar.
O medo da violência urbana vem impulsionando a criação de condomínios fechados, especialmente nas metrópoles, mas
também em médias e até em pequenas cidades. Buscando segurança e tranquilidade, muitas pessoas de alto e médio poder
aquisitivo vêm se mudando para esse tipo de conjunto residencial, que se multiplicou nos últimos anos. Embora seja legítimo o
indivíduo buscar maior segurança para si e sua família, esse fenômeno acentua a exclusão social e reduz os espaços urbanos
públicos, uma vez que propicia o crescimento de espaços privados e de circulação restrita. Isso só tem aumentado a segregação
socioespacial. Além disso, muitos bairros, ao perderem população, acabam sofrendo um processo de deterioração urbana, caso de
algumas áreas do centro de grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e muitas outras que atualmente
tentam recuperá-las.
Moradias precárias
As maiores cidades dos países em desenvolvimento não tiveram capacidade de absorver a grande quantidade de pessoas que
em pouco tempo migraram da zona rural e de cidades pequenas e médias; por isso aumentou o número de desempregados. Para
sobreviver, muitas pessoas acabaram se resignando ao subemprego, à economia informal. Como os rendimentos, mesmo para os
trabalhadores da economia formal, em geral são baixos, muitos não têm condições de comprar nem de alugar um imóvel em bairros
com infraestrutura adequada (rede de esgoto, de eletricidade, água encanada, etc), pois são itens que tornam o imóvel mais caro. Por
causa disso, formaram-se favelas em várias cidades, principalmente nas maiores. Essa é a face mais visível do crescimento
desordenado das cidades e da segregação espacial urbana.
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Os governos de muitos países em desenvolvimento têm grande parcela de responsabilidade nesse processo, porque não
implantaram políticas públicas adequadas, especialmente no campo habitacional, para enfrentar o problema. Não investiram o
suficiente em políticas que estimulassem o crescimento econômico e a geração de empregos, em infraestrutura urbana e em melhoria
da qualidade de vida da população. Particularmente, não investiram o suficiente na construção de moradias populares. Nos países
em que as políticas públicas foram adequadas, paralelamente ao aumento da oferta de empregos e à elevação da renda, o que
possibilitou uma melhoria das condições de vida, as submoradias foram bastante reduzidas ou até mesmo erradicadas.
Um dos melhores exemplos disso aconteceu em Cingapura. De acordo com o Banco Mundial, em 1965, quando o país se
tornou independente, 70% de sua população vivia em submoradias, em condições muito precárias: a renda per capita era de 2 700
dólares ao ano, e o desemprego atingia 14% da população economicamente ativa (PEA). Quatro décadas depois, graças a maciços
investimentos públicos não apenas em habitação, mas em infraestrutura urbana e em serviços públicos de qualidade, houve rápido
crescimento econômico, elevação e melhor distribuição da renda per capita e, consequentemente, melhoria da qualidade de vida da
população.
Em 2011, segundo o FMI, Cingapura tinha uma renda per capita de 49 270 dólares, e o desemprego atingia 2% da PEA. O
governo do país, então, investiu pesadamente em habitação e as submoradias foram erradicadas.
A carência de habitações seguras e confortáveis é um problema existente no mundo todo, mas é muito mais grave nos países
em desenvolvimento, especialmente nos mais pobres, notadamente da África Subsaariana. Segundo o Programa das Nações Unidas
para Assentamentos Humanos (agência da ONU sediada em Nairobi, Quênia, mais conhecida como UN-Habitat), em 2010 havia 820
milhões de pessoas vivendo em favelas, o que representava 32,6% da população urbana dos países em desenvolvimento. Não há
um conceito único de favela; a publicação Slums of the World da UN-Habitat apresenta descrições e definições para trinta cidades
espalhadas pelo mundo. A própria agência da ONU reconhece que o termo inglês “slum” é utilizado para definir uma grande
diversidade de tipos de assentamentos urbanos espalhados por vários países (para o português do Brasil esse termo pode ser
traduzido como favela). De acordo com a UN-Habitat, uma ou mais das seguintes características define esse tipo de moradia precária:
condições inseguras de habitação, acesso inadequado a saneamento básico (não há água tratada nem coleta de esgoto e de lixo),
baixa qualidade estrutural das construções e moradias apertadas e superlotadas. Outra característica da favela é que, em geral, se
trata de uma ocupação irregular, isto é, as pessoas ocupam terrenos dos quais não possuem título de propriedade.
Rio de Janeiro e São Paulo, as duas cidades brasileiras com maior número de pessoas vivendo em favelas, aparecem entre
as trinta cidades da lista da UN-Habitat e em ambas constam a definição dada pelo IBGE: “Aglomerado subnormal: grupo de cinquenta
ou mais moradias, construídas de maneira adensada e desordenada, em terreno pertencente a terceiros, e carente de infraestrutura
e serviços públicos”.
Historicamente, as favelas proliferaram onde havia terrenos disponíveis nos interstícios das cidades, muitas vezes em áreas
inadequadas para ocupação, como morros e margens de rios e córregos. Em muitas cidades, especialmente nas maiores, à medida
que a urbanização vai se adensando e a terra se valorizando, a tendência é que novas ocupações irregulares ocorram na periferia,
em áreas distantes das zonas centrais onde estão as maiores ofertas de trabalho. Isso cria muitas dificuldades para a população se
deslocar devido ao trânsito e ao alto custo do transporte público. Por isso, muita gente decide morar em cortiços nas regiões centrais
em vez de ir para a periferia distante. Assim, é para que as pessoas continuem morando perto do trabalho e da escola do filho que as
políticas públicas de erradicação de favelas procuram manter os moradores em prédios construídos no mesmo local em que estava a
moradia precária.
China e Índia, embora estejam, devido ao seu rápido crescimento econômico, reduzindo significativamente a pobreza e o
número de pessoas vivendo em habitações precárias, ainda são, de longe, os países com maior número absoluto de pessoas vivendo
em favelas.
Na tentativa de encaminhar soluções para o problema das moradias precárias, aconteceu em Istambul, na Turquia, em 1996,
a Conferência das Nações Unidas sobre Assentamentos Humanos – Habitat II (a primeira reunião, Habitat I, realizou-se em Vancouver,
Canadá, em 1976). No encontro, que reuniu chefes de Estado e de governo dos países-membros da ONU e representantes de diversas
ONGs, entre outros problemas urbanos, foi discutida a questão da moradia. Ficou decidido que os governos deveriam criar condições
para que fosse universalizado o acesso à moradia segura, habitável, salubre e sustentável. Entretanto, a redação do relatório final
ficou ambígua, porque diversos governos, entre os quais o brasileiro, foram contra a proposta de que a habitação fosse considerada
um direito universal do cidadão e que, portanto, deveria ser garantida pelo Estado. Os Estados Unidos, um dos países mais
veementemente contrário ao relatório, tinham receio de que os sem-teto (homeless, em inglês) entrassem com ações judiciais contra
o governo.
Em diversas cidades do mundo, tanto nos países em desenvolvimento quanto nos desenvolvidos, os sem-teto vêm se
organizando para lutar pelo direito à moradia urbana adequada e por melhores condições de vida. Uma ou outra dessas organizações
tem atuação nacional, como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), no Brasil, mas a maioria delas tem atuação local,
seja no âmbito da cidade, seja no do bairro em que seus filiados vivem. Há também organizações com atuação internacional, como a
TETO (ou TECHO, em espanhol, ONG criada no Chile em 1997), que atua em quase toda a América Latina. Boa parte das pessoas
que trabalha nessas organizações é voluntária, mostrando que a solidariedade coletiva é um caminho para a ocupação mais justa do
solo urbano e a superação da pobreza. Somente a TETO possui cerca de 500 mil voluntários em 17 países da América Latina e dois
do Caribe.
Violência urbana
A violência - roubos, assaltos, sequestros, homicídios, etc. - atinge milhões de pessoas no mundo inteiro, fazendo muitas
vítimas e gerando medo e insegurança. O indicador mundialmente considerado para medir a violência é o homicídio. Isso porque além
de ser a maior agressão contra a pessoa, porque lhe tira a vida, quase todos os casos são relatados e, portanto, contabilizados nas
estatísticas.
A violência contra a pessoa não está necessariamente associada à pobreza, como muitas vezes se pensa. Por exemplo, há
países mais pobres que o Brasil, como a Índia e o Egito, que apresentam índices significativamente menores de violência. Ela é mais
grave em países marcados por acentuada desigualdade socioeconômica, entre os quais o Brasil, o México, a África do Sul, a Colômbia
e vários países da América Central. A violência também é muito associada às grandes cidades, mas essa associação nem sempre é
verdadeira. Como mostram os dados da tabela, Mumbai, sétima maior metrópole do mundo, e especialmente Tóquio, a maior delas,
apresentam índices de violência baixíssimos, e as taxas de homicídio das grandes cidades da maioria dos países são mais baixas do
que a média nacional. Nos países desenvolvidos, o nível de violência é desigual: como vimos na tabela, os Estados Unidos apresentam
índices de violência mais elevados do que países de igual nível de desenvolvimento e mesmo do que países bem mais pobres. Isso
ocorre porque o país tem os maiores níveis de desigualdade no mundo desenvolvido, permite a livre comercialização de armas de
fogo e nele impera uma cultura belicista em diversos setores da população.
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Dentro de qualquer país, a violência também é desigual do ponto de vista social e territorial. Na maioria dos países, inclusive
no Brasil, as maiores vítimas de homicídio são jovens de 15 a 24 anos do sexo masculino. Em termos territoriais, há estados,
municípios e bairros mais violentos que outros. Em nosso país, a violência contra a vida é maior nas regiões metropolitanas, onde
vive grande parcela da população e a desigualdade social é mais acentuada. Por exemplo, os municípios da região metropolitana
comandada pela capital do estado de São Paulo são mais violentos do que grande parte das pequenas cidades brasileiras. No entanto,
como vimos, seria um erro concluir que as metrópoles são sempre mais violentas e as pequenas cidades sempre tranquilas. Entre
2008 e 2010, a cidade mais violenta do Brasil, em termos relativos, foi Simões Filho, na região metropolitana de Salvador (BA). Naquele
período, esse município de 116 mil habitantes registrou uma média de 170 assassinatos, o que resultou numa taxa média de 146
homicídios por 100 mil habitantes.
A maior incidência de homicídios em termos absolutos se concentra naturalmente nas maiores cidades. São Paulo, a maior
cidade do país, com 11 milhões de habitantes, embora tenha o terceiro maior número absoluto de assassinatos do país, apresentou,
em 2010, uma taxa de 13 homicídios por 100 mil habitantes (em 2011 caiu para 9/100 mil), a menor dentre todas as capitais brasileiras.
No interior de uma metrópole, o índice de violência também é desigual, e mesmo dentro de um município há bairros com
diferentes graus de violência. Os bairros mais bem equipados com infraestrutura urbana e mais bem policiados, em geral os mais
centrais, tendem a ter um índice menor de violência do que os bairros malservidos, em sua maioria localizados na periferia. Por
exemplo, em 2008, o Jardim Paulista, um bairro central da cidade de São Paulo, teve um índice de homicídio de 1,3 por 100 mil
habitantes; no outro extremo, Marsilac, localizado na periferia distante da Zona Sul da cidade, o índice foi de 40,6 por 100 mil. Isso é
verdadeiro mesmo para cidades globais muito ricas e, no geral, mais bem equipadas, como Nova York.
Na discussão sobre as causas da violência, os especialistas salientam, cada vez mais, a importância das redes de solidariedade
de uma comunidade – família, escola, igrejas, associações de bairro, centros de esporte e lazer, etc. Quando essas redes são amplas
e bem articuladas, as pessoas sentem-se amparadas, socialmente inseridas e há pouca propensão às ações criminais. Entretanto,
quando essas redes são pouco articuladas, as pessoas ficam sem perspectivas, e muitas acabam sendo cooptadas por organizações
criminosas, como acontece em muitas favelas, cortiços e bairros periféricos das cidades brasileiras.
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mercadorias, ou seja, a comunicação dependia dos meios de transporte e só começou a se separar deles a partir da invenção do
telégrafo, no século XIX. Hoje, o avanço tecnológico, além de acelerar todas as modalidades de circulação, diferenciou definitivamente
o tempo necessário ao transporte da informação (veiculada, por exemplo, na forma de bits) do tempo do transporte da matéria.
Atualmente, as informações viajam praticamente à velocidade da luz. Se fosse hoje, Caminha enviaria sua carta por e-mail. Ela
chegaria ao destino quase que imediatamente ou, como se diz, em “tempo real”.
Avanços tecnológicos como esses são a base da globalização, que, por sua vez, tem favorecido a dispersão da produção
pelos lugares que oferecem maiores possibilidades de lucro às empresas e maior integração dos mercados, das finanças e das Bolsas
de Valores. Tudo isso contribui para a expansão da infraestrutura urbana e da rede global de cidades, assim como para reforçar o
papel de comando de algumas delas na fase histórica atual.
A desconcentração das indústrias, que rumam para cidades médias, pequenas e até mesmo para a zona rural, ao contrário
do que muitos pensam, tem contribuído para reforçar o papel de comando de muitas das grandes cidades, e mesmo de algumas
médias. Essas cidades comandantes são importantes centros de serviços especializados de apoio à produção – universidades e
centros de pesquisa, escritórios de advocacia e contabilidade, agências de publicidade e marketing, bancos e bolsas de valores, hotéis
e centros de eventos e exposições, etc. Um dos exemplos mais ilustrativos é São Paulo, que se consolidou como o principal centro
de serviços e de negócios não só do Brasil, mas da América Latina.
As cidades globais, como vimos, são os nós da rede urbana mundial, e as megacidades, o que são? De acordo com a ONU,
são aglomerações urbanas (regiões metropolitanas) com 10 ou mais milhões de habitantes. Assim, as cidades globais, uma definição
qualitativa, não coincidem necessariamente com as megacidades, definidas por um critério quantitativo. Por exemplo, de acordo com
a publicação World Urbanization Prospects (ONU), Zurique, na Suíça, que em 2011 tinha 1,2 milhão de habitantes, não é uma
megacidade, mas é uma cidade global pelo papel de comando que desempenha na rede urbana mundial. É sede de importantes
empresas, oferece variados serviços globais – financeiros, administrativos, turísticos, etc. – e apresenta densa infraestrutura de
transportes e telecomunicações conectando-a aos fluxos globalizados. Há poucas pessoas marginalizadas e desconectadas nessa
cidade. Segundo o mesmo documento, a região metropolitana de Daca, em Bangladesh, tinha 15,4 milhões de habitantes em 2011,
sendo classificada como megacidade; porém, não é uma cidade global, devido à limitação de sua infraestrutura e à sua reduzida oferta
de serviços globais. Além disso, uma grande parcela da população de Daca está marginalizada, desconectada dos fluxos globais.
Ainda que, segundo a ONU, somente 10% da população urbana mundial vivesse em megacidades em 2011, elas estão
crescendo e ganhando importância, sobretudo nos países em desenvolvimento. Das 23 megacidades existentes no mundo em 2011,
17 estavam em países pobres ou emergentes. A maioria delas apresenta elevado crescimento populacional, com destaque para Lagos
(Nigéria), Daca (Bangladesh), Shenzen (China), Karachi (Paquistão), Délhi (Índia) e Pequim (China). Compare a evolução do
crescimento delas com a das metrópoles dos países desenvolvidos. Embora Tóquio deva permanecer como a maior aglomeração
urbana por alguns anos, seu crescimento será o mais baixo do período 2011-2025, e as outras cidades dos países ricos também
crescerão muito pouco. Segundo projeções da ONU, em 2025 haverá 37 megacidades, das quais trinta localizados em países em
desenvolvimento. Exceto Tóquio, as outras cidades dos países desenvolvidos que aparecem na lista têm perdido posições. Em 2025,
a segunda maior cidade do mundo será Délhi, na Índia, e Nova York cairá para a sexta posição.
Segundo classificação desenvolvida pela Globalization and World Cities (GaWC), rede de pesquisas da globalização e das
cidades globais sediada no Departamento de Geografia da Universidade de Loughborough (Reino Unido), em 2010 havia 178 cidades
globais. Essa pesquisa classificou-as em três níveis (alfa, beta e gama), com seus subníveis de acordo com a densidade e a qualidade
de sua infraestrutura, a oferta de bens e serviços e, consequentemente, a capacidade de polarização de cada uma delas sobre os
fluxos regionais e mundiais.
As duas cidades mais influentes, que mais polarizam os fluxos de pessoas, investimentos, informações, etc. – as principais
comandantes da globalização – são Nova York e Londres (cidades alfa ++). Em seguida, também com alto grau de integração, porém
complementares às duas primeiras, vêm oito cidades: Hong Kong, Paris, Cingapura, Tóquio, Xangai, Chicago, Dubai e Sydney (alfa +). Ainda
fortemente conectadas, mas num patamar inferior a essas primeiras, vêm 18 cidades alfa, entre as quais está São Paulo, e 19 alfa –.
As 64 seguintes foram classificadas na hierarquia como cidades globais beta, onde aparece o Rio de Janeiro (beta –). As 67
do último grupo, cujos fluxos e oferta de serviços são bem menores em comparação com os dois primeiros, foram definidas como
cidades globais gama, entre as quais aparecem Porto Alegre e Curitiba (ambas gama –).
Como vimos, mesmo nas cidades mais bem equipadas nem todos têm igual acesso aos bens e serviços, o que é mais
acentuado em aglomerações urbanas que apresentam grande desigualdade social, como as megacidades dos países em
desenvolvimento: São Paulo, Rio de Janeiro, Cidade do México, Buenos Aires, Mumbai, Karachi, etc. O que limita o acesso aos bens
e serviços é sobretudo a disponibilidade desigual de renda. No capitalismo, os investimentos são concentrados em certos lugares e
voltados para os setores econômicos e sociais nos quais o lucro é maior. Assim, se não forem realizados investimentos públicos para
garantir o desenvolvimento de todos os lugares, as pessoas mais pobres tendem a permanecer marginalizadas.
Há outras classificações para as cidades globais, entre as quais a da instituição de pesquisa The Mori Memorial Foundation,
sediada em Tóquio (Japão). Para elaborar uma lista de 35 cidades globais, seus pesquisadores levaram em conta mais de vinte
indicadores distribuídos por seis categorias: ambiente econômico, capacidade de pesquisa e desenvolvimento (P&D), opções culturais,
qualidade de vida, ecologia e meio ambiente, facilidade de acesso. Quanto maior a pontuação nesses indicadores, melhor a posição
da cidade na rede urbana mundial.
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O que consideramos cidade?
Como vimos, no mundo atualmente há cidades de diferentes tamanhos e densidades demográficas, de diversas condições
socioeconômicas. Em algumas destaca-se apenas uma função urbana, enquanto outras desenvolvem múltiplas atividades. Muitas se
estruturaram há séculos, já outras começaram a se desenvolver há poucos anos ou décadas. Há ainda cidades que apresentam
grande desigualdade social e aquelas nas quais as desigualdades são menos acentuadas. Todos esses aspectos refletem na
organização do espaço urbano e são visíveis em suas paisagens.
Dependendo do país ou da região em que se localiza, uma pequena aglomeração de alguns milhares de habitantes pode
apresentar grande diversidade de funções urbanas ou, simplesmente, constituir uma concentração de residências rurais. Por exemplo,
na periferia da Amazônia, onde a densidade demográfica é muito baixa, um pequeno povoado pode contar com diversos serviços,
como posto de saúde, escola e serviço bancário, enquanto no interior do estado de São Paulo, onde a rede urbana é bastante densa,
o distrito de um município de médio porte pode se constituir apenas como local de moradia de trabalhadores rurais, com comércio de
produtos básicos, sem apresentar outras funções urbanas. Quanto à população, uma cidade localizada em regiões pioneiras pode ter
muito menos habitantes que uma simples vila rural de um município muito populoso localizado em região de ocupação mais antiga.
Na maioria dos países, tanto desenvolvidos como em desenvolvimento, a classificação de uma aglomeração humana como
zona urbana ou cidade costuma levar em consideração algumas variáveis básicas: densidade demográfica, número de habitantes,
localização e existência de equipamentos urbanos, como comércio variado, escolas, atendimento médico, correio e serviços bancários.
No Brasil, o IBGE considera população urbana as pessoas que residem no interior do perímetro urbano de cada município e
população rural as que residem fora desse perímetro.
Entretanto, as autoridades administrativas de alguns municípios recorrem a um subterfúgio para aumentar sua arrecadação:
utilizando as atribuições que a lei lhes garante, determinam um perímetro urbano bem mais amplo do que a área efetivamente
urbanizada. Dessa forma, muitas chácaras, sítios ou fazendas, inegavelmente áreas rurais, acabam registradas como parte do
perímetro urbano e são taxadas com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), e não com o Imposto Territorial Rural (ITR). Com
o IPTU, os municípios obtêm uma arrecadação muito superior à que obteriam com o ITR.
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Já que municípios de qualquer extensão territorial e número de população têm, obrigatoriamente, zona estabelecida como
urbana, algumas aglomerações cercadas por florestas, pastagens e áreas de cultivo são classificadas como regiões “urbanas”.
Segundo esse critério, o estado do Amapá e o de Mato Grosso têm índices de urbanização equivalentes ao da região Sudeste.
Portanto, como não há um critério uniforme, a comparação dos dados estatísticos de população urbana e rural entre o Brasil e outros
países fica comprometida.
Segundo o IBGE, em 2011, o Brasil tinha 87% de população urbana e 13%
de população rural. Considerando o texto citado, podemos inferir que o número de
pessoas que vivem integradas ao modo de vida rural, mas são classificadas como
moradores urbanos, é maior do que aquele dos índices oficiais. Segundo estimativas
do autor do texto, caso se utilizassem critérios mais rígidos de classificação, o
percentual de população rural no Brasil seria de cerca de 33%.
A tese de doutorado “O rural e o urbano: é possível uma tipologia?”,
defendida por Eduardo Girardi, aplicou a metodologia da Organização de
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aos dados obtidos no Censo
2000 do IBGE e chegou a uma taxa de urbanização de apenas 40,2%, índice que
sobe para 56,9% quando se consideram urbanas regiões que a OCDE classifica
como intermediárias. Após ampliar sua análise, apresenta outra proposta em que a
população urbana brasileira, em 2000, seria de 73% e a rural, 27%.
Em 2010 quase 90% dos municípios brasileiros tinham até 50 mil habitantes
e abrigavam cerca de 34% da população do país, nos quais as diversas atividades
rurais ocupavam grande parte dos trabalhadores e comandavam o modo de vida
das pessoas.
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Podemos dividir o processo de urbanização e estruturação da rede urbana brasileira em quatro etapas:
• Até a década de 1930, as migrações e o processo de urbanização se organizavam predominantemente em escala regional, com as
respectivas metrópoles funcionando como polos de atividades secundárias e terciárias. As atividades econômicas, que impulsionam
a urbanização, desenvolviam-se de forma independente e esparsa pelo território nacional. A integração econômica entre São Paulo
(região cafeeira), Zona da Mata nordestina (cana-de-açúcar, cacau e tabaco), Meio-Norte (algodão, pecuária e extrativismo vegetal)
e região Sul (pecuária e policultura) era muito restrita. Com a modernização da economia, as regiões Sul e Sudeste formaram um
mercado único que, posteriormente, incorporou o Nordeste e, mais tarde, o Norte e o Centro-Oeste.
• A partir da década de 1930, à medida que a infraestrutura de transportes e telecomunicações se expandia pelo país, o mercado se
unificava, mas a tendência à concentração das atividades urbano-industriais na região Sudeste fez com que a atração populacional
ultrapassasse a escala regional, alcançando o país como um todo. Os dois grandes polos industriais do Sudeste, São Paulo e Rio
de Janeiro, passaram a atrair um enorme contingente de mão de obra das regiões que não acompanharam o mesmo ritmo de
crescimento econômico e se tornaram metrópoles nacionais. Foi particularmente intenso o afluxo de mineiros e nordestinos para as
duas metrópoles, que, por não atenderem às demandas de investimento em infraestrutura, tornaram-se centros urbanos com
diversos problemas em setores como moradia e transportes.
• Entre as décadas de 1950 e 1980, ocorreu intenso êxodo rural e migração inter-regional, com forte aumento da população
metropolitana no Sudeste, Nordeste e Sul. Nesse período, o aspecto mais marcante da estruturação da rede urbana brasileira foi a
concentração progressiva e acentuada da população em grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro e outras capitais que
cresciam velozmente.
• Da década de 1980 aos dias atuais, observa-se que o maior crescimento tende a ocorrer nas metrópoles regionais e cidades médias,
com predomínio da migração urbana-urbana – deslocamento de população das cidades pequenas para as médias e retorno de
moradores das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro para as cidades médias, tanto dentro da região metropolitana quanto para
outras mais distantes, até de outros estados. Os municípios com população entre 100 mil e 500 mil habitantes foram os que tiveram
maior crescimento entre 2000 e 2012. Já os municípios com população abaixo de 100 mil habitantes tiveram reduzidas taxas de
crescimento, com muitos deles apresentando taxas de crescimento negativas ou próximas de zero.
Essa mudança na direção dos fluxos migratórios e na estrutura da rede urbana é resultado de uma contínua e crescente
reestruturação e integração dos espaços urbano e rural. Isso resulta da dispersão espacial das atividades econômicas, intensificada
a partir dos anos 1980, e da formação de novos centros regionais, que alteraram o padrão hegemônico das metrópoles na rede urbana
do país. As metrópoles não perderam a sua primazia, mas os centros urbanos regionais não metropolitanos assumiram algumas
funções até então desempenhadas apenas por elas.
E com essas novas funções muitos desses centros urbanos geraram vários dos problemas da maioria das grandes cidades que
cresceram sem planejamento. Em um mundo cada vez mais globalizado há um reforço do comando de algumas cidades globais na rede
urbana mundial, como é o caso de São Paulo. A metrópole paulistana é um importante centro de serviços especializados de apoio a atividades
produtivas. A influência da cidade atinge não apenas o território brasileiro, mas também a América do Sul. A dispersão espacial das atividades
econômicas reforça a centralidade de cidades mais bem equipadas em serviços especializados e que contam com mão de obra de alta
qualificação.
Como vimos, foi a partir da década de 1930, com a industrialização e a instalação de ferrovias, rodovias e novos portos integrando o
território e o mercado, que se estruturou uma rede urbana em escala nacional. Até então, o Brasil era formado por “arquipélagos regionais”
polarizados por suas metrópoles e capitais regionais, isto é, as redes urbanas estavam estruturadas apenas em escala regional, sendo tênues
os fluxos inter-regionais.
Havia forte tendência à concentração urbana em escala regional, o que deu origem a importantes polos de crescimento urbano e
econômico, com influência em grandes extensões do território. É o caso de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo,
Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre, capitais de estados que, posteriormente, constituíram regiões metropolitanas que abrigavam
aproximadamente 18% da população do país em 1950, cerca de 25% em 1970 e mais de 30% em 2010.
Da Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder, até meados da década de 1970, o Governo Federal concentrou
investimentos em infraestrutura industrial (produção de energia e sistema de transportes) na região Sudeste, que, em consequência, tornou-
se o grande centro de atração populacional do país. Sobretudo a partir da década de 1950, em virtude da modernização e diversificação de
atividades desenvolvidas no campo e da atração exercida pela cidade, com suas indústrias e serviços, ocorreu uma crescente migração da
população do campo.
Os migrantes que a região recebeu eram, em sua maioria, trabalhadores com baixa qualificação profissional e mal-remunerados, que
foram se instalando na periferia das grandes cidades, em locais desprovidos de infraestrutura urbana adequada, instalando-se em casas de
autoconstrução e muitas vezes em favelas.
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Os planos são elaborados pelo governo municipal – por uma equipe de profissionais qualificados, como geógrafos, arquitetos,
urbanistas, engenheiros, advogados e outros. Geralmente se iniciam com um perfil geográfico e socioeconômico do município. Em
seguida, é apresentada a proposta de desenvolvimento adotada, com atenção especial para o meio ambiente.
A parte final, e mais extensa, detalha as diretrizes definidas para cada setor da administração pública – habitação, transporte,
educação, saúde, saneamento básico, etc. –, assim como as normas técnicas para ocupação e uso do solo, conhecidas como Lei de
Zoneamento.
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18. GLOBALIZAÇÃO E FRAGMENTAÇÃO DO MUNDO CONTEMPORÂNEO
18.1 - Globalização econômica
Desde sua origem, o capitalismo integrou diferentes regiões, a princípio por meio do comércio desenvolvido entre regiões da
Europa. Ao longo da história, as relações entre os diversos pontos do planeta ampliaram-se cada vez mais, graças ao desenvolvimento
dos meios de transporte e dos sistemas de comunicação.
O período posterior à Segunda Guerra Mundial caracterizou-se pela expansão das multinacionais (empresa que possui sede em
determinado país e distribui suas atividades em filiais por todo o planeta. A coordenação dessas atividades é feita por meio de ampla
rede de comunicações e informações. As multinacionais são responsáveis por boa parte da exportação de produtos e serviços) e dos
investimentos de alguns países, hoje chamados de desenvolvidos, em diversas partes do globo. O capitalismo encontrava novas
formas de expansão e de acumulação de capital. As grandes indústrias não se preocupavam apenas em exportar seus produtos, mas
também em se instalar em diversos países, driblando tarifas alfandegárias, eliminando taxas de fretes e contando com isenção de
impostos, com custos mais baixos de mão de obra e matérias-primas.
Além disso, o avanço dos meios de transporte e de comunicações permitiu a organização do comércio, da produção e dos
investimentos em escala mundial. Hoje, um produto pode chegar a qualquer destino em curto intervalo de tempo, assim como uma
mercadoria pode ser produzida com componentes fabricados em diversos países. Da mesma forma - e com maior agilidade -, os
investimentos nas bolsas de valores são realizados on-line, por computadores conectados aos sistemas de telecomunicações, 24
horas por dia. Esses são traços gerais dos aspectos econômicos da globalização, que têm influência direta nos diversos campos da
vida social, cultural e política.
A globalização econômica é um fenômeno típico da intensificação das transformações tecnológicas e de sua expansão por
diversas regiões do globo, a partir da década de 1970. Essas transformações são caracterizadas pela automação - com a introdução
de robôs no processo de produção - e pela disseminação do uso da informática e dos diversos meios de comunicação associados
tanto à atividade produtiva (industrial e agropecuária) como a outras atividades econômicas (financeiras, comerciais, de lazer e
entretenimento).
Essa nova fase de desenvolvimento tecnológico passou a ser classificada por muitos pesquisadores como Revolução técnico-
científica, em razão do aumento da capacidade de pesquisas das empresas, das redes de infraestrutura (energia e telecomunicações,
em particular) e da presença de sistemas informatizados nas mais variadas atividades econômicas e na vida cotidiana das pessoas.
Podemos também constatá-la, por exemplo, na proliferação de caixas eletrônicos, telefones celulares, computadores, cabos de fibra
óptica, câmeras de vídeo, códigos de barra e sensores antifurto, câmeras de vigilância, centros de pesquisa universitários e
empresariais, sistemas de produção robotizados etc. Daí o geógrafo Milton Santos ter afirmado que a sociedade atual vive num meio
técnico-científico-informacional pois os espaços estão fortemente carregados de ciência, técnica e informação.
O desenvolvimento da técnica, da ciência e da informação, no entanto, está desigualmente distribuído pelo espaço geográfico
mundial. Há lugares em que sua presença é grande, notadamente nos países desenvolvidos; em outros é bastante irregular, como
nos países subdesenvolvidos industrializados; em outros, ainda, é muito escasso, como nos países subdesenvolvidos.
Os meios de comunicação eletrônica criaram também sistemas administrativos nas empresas, refletindo-se numa nova forma
de organização espacial. As grandes multinacionais passaram a fabricar componentes de seus produtos em diferentes locais do
planeta, formando uma verdadeira rede global de produção.
O capital passou a circular com menos restrições de um país para outro, para o comércio de mercadorias, instalação de
empresas ou aplicações financeiras. Nesse processo, ocorreu maior difusão de hábitos de consumo e do modo de vida dos países
desenvolvidos, com suas marcas mundialmente conhecidas, redes de fast-food, supermercados etc.
Fluxo de informações
A ampliação do fluxo de informações foi considerável, principalmente a partir dos anos 1980, devido ao avanço das
telecomunicações - produção e utilização de satélites artificiais, centrais telefônicas, cabos de fibra óptica, telefones celulares - e da
informática.
A internet e o acesso a dados por meio de computadores, como os que existem em caixas eletrônicos de bancos, são exemplos
do avanço da telemática. Ela possibilita maior volume e rapidez na transmissão de dados, voz, texto e imagem em escala planetária.
O acesso à rede mundial de computadores, no entanto, é desigual e privilégio de uma parcela restrita da população. Menos de
1% dos usuários da rede está na África: todo o continente africano possui menos linhas telefônicas do que a cidade de Tóquio, no
Japão. Esse quadro gera a exclusão digital, em que ficam fora do processo digital as pessoas que não têm acesso aos meios físicos
necessários para a informatização (computador, energia elétrica e linha telefônica), o que leva também, por consequência, à exclusão
social e econômica no contexto do mundo globalizado.
A internet, em particular, e a telemática, de modo geral, vêm, cada vez mais, revolucionando as formas de armazenar e
disseminar informações, além de provocar efeitos significativos em diversos setores econômicos,
Com isso, até a forma de conceber as distâncias e a própria noção de tempo se modificam, São exemplos as seguintes
situações: ensino a distância; compras, pesquisas, conversas, consultas bancárias, transmissão de relatórios, imagens e dados via
internet em nível global; conexão com a internet via telefone celular; acompanhamento da cotação de ações de empresas em todas
as bolsas de valores do mundo; controle do espaço aéreo e terrestre; cirurgias realizadas remotamente, com a ajuda de robôs;
teleconferências.
É preciso mencionar, ainda, que a internet vem sendo utilizada para organizar e facilitar atividades ilegais, como redes de
prostituição (que envolvem até mesmo crianças); tráfico de drogas, envio de capitais para o exterior, por empresas ou pessoas, sem
controle dos bancos centrais dos países; e atividades terroristas.
A invasão de sistemas de empresas para obter dados sigilosos, como informações sobre produtos e serviços, cadastros, dados
sobre cartões de crédito e contas bancárias, incluindo senhas, é uma modalidade de crime que surgiu depois da ampliação da rede
mundial de computadores.
Fluxo de capitais
A circulação de capitais entre os países decorre, principalmente, de investimentos estrangeiros, remessas de lucros de
empresas multinacionais, empréstimos, pagamentos de juros de dívidas externas e envio de rendimentos de trabalhadores que vivem
fora de seu país.
Os investimentos estrangeiros são formados por aplicações financeiras (na compra de títulos públicos, de ações de empresas
ou de moedas) e atividade produtiva (compra e instalação ou ampliação de empresas).
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As bolsas de valores, os bancos e as grandes corretoras de todo o mundo estão hoje interligados por uma vasta rede de
computadores, por meio da qual os grandes negócios do mundo são realizados. Dessa forma, os meios eletrônicos tornaram mais
rápida a velocidade das transações, possibilitando aos investidores manipular instantaneamente suas aplicações financeiras. Muitas
delas são transações puramente especulativas, pelas quais os investidores não criam empresas ou negócios, mas apostam naqueles
já existentes – que podem gerar lucro imediato - ou em títulos do governo - que oferecem elevadas taxas de juros. Dependendo da
modalidade do investimento, os capitais aplicados podem ser resgatados imediatamente e transferidos para outros países de forma
instantânea.
A facilidade de transferir investimentos de um país para outro acarreta sérios riscos para o sistema capitalista mundial,
aumentado a instabilidade, principalmente dos chamados países emergentes, que, dentre os semiperiféricos, são os que atraem maior
volume de investimentos internacionais de capital especulativo devido, por exemplo, à elevada taxa de juros oferecida aos investidores.
As movimentações financeiras oriundas do exterior podem levar à valorização excessiva da moeda nacional dos países
receptores de capital especulativo, a ponto de provocar a elevação do preço de seus produtos de exportação no mercado mundial,
tornar as mercadorias importadas mais baratas e, nesse sentido, acarretar perda de competitividade.
A situação inversa, ou seja, a retirada de grande quantidade de capital de um país, por motivos de ordem política e econômica
ou pela manipulação de especuladores que lidam com volumosos investimentos internacionais, também pode alterar a taxa de câmbio
e afetar toda a economia. A debandada em massa de divisas em dólares - ou outra moeda utilizada em transações comerciais
internacionais, como o euro e o iene - compromete as reservas cambiais e pode inviabilizar a importação de mercadorias, muitas delas
essenciais às atividades produtivas, como petróleo, máquinas e equipamentos, uma vez que a moeda nacional não é aceita fora do
país.
Apesar de terem crescido os investimentos estrangeiros diretos (produtivos) nos países subdesenvolvidos (em
especial os emergentes), o principal destino desses investimentos continua sendo os países desenvolvidos, embora tenha
sido registrada queda nos últimos anos.
As multinacionais
No contexto da economia mundial globalizada, a disputa econômica entre as empresas tem como palco o mercado mundial.
Vivemos rodeados por produtos das mais diversas origens, fabricados por empresas multinacionais bastante conhecidas. Estas
ampliam seus mercados, vendem produtos em praticamente todos os países, aumentam o número de filiais em todo o globo e
compram muitas empresas em vários países, principalmente nos subdesenvolvidos.
Cerca de 90% das sedes das maiores corporações industriais, financeiras e comerciais estão situadas nos países ou blocos
desenvolvidos: Estados Unidos (responsáveis por mais de 40%), União Europeia e Japão. Empresas da China, país que há quatro
décadas vem ostentando os maiores índices de crescimento econômico no mundo, e da Coreia do Sul vêm se destacando cada vez
mais entre as maiores transnacionais do globo.
Multinacionais de vários setores - comércio, indústria, telecomunicações, bancos, entretenimento etc. - ampliaram sua presença
no mundo inteiro. Mas o destino dos lucros transferidos pelas filiais, as grandes decisões sobre investimentos, marketing e localização
dos centros de pesquisas para desenvolvimento de tecnologia, por exemplo, permanecem concentrados nas sedes dessas empresas,
situadas nos países desenvolvidos. Muitas delas controlam recursos naturais, terras e jazidas minerais de vários países do mundo.
Assim, sobretudo nas décadas de 1980 e 1990, e no início do século XXI, o processo de concentração do capital, por meio de
fusões e aquisições, intensificou-se, levando à formação de oligopólios mundiais.
Atualmente, um pequeno número de grandes corporações multinacionais ou transnacionais domina mercados importantes,
como os de comercialização de produtos de alta tecnologia (computadores, equipamentos de telecomunicações, aviões, softwares),
de automóveis, de produtos farmacêuticos e os setores ligados aos serviços (bancos, telefonia, entretenimento).
Algumas empresas movimentam anualmente um capital superior à economia de vários países reunidos. Em conjunto, são
responsáveis por cerca de 70% do comércio mundial de mercadorias. Os países escolhidos para os investimentos dessas empresas
são aqueles que oferecem maiores vantagens: mão de obra barata e qualificada, matéria-prima abundante, mercado consumidor,
baixo custo para a instalação das empresas e incentivos fiscais (isenção ou redução de impostos).
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• criação do sistema de aposentadorias, pensões e seguro-desemprego;
• controle da circulação da moeda;
• realização de empréstimos a juros baixos e isenção de impostos para determinados grupos econômicos ou sociais (subsídios);
• estabelecimento da taxa de juros, que serve de base para as atividades financeiras, inclusive as bancárias.
Na década de 1980, abriu-se uma nova discussão sobre o papel do Estado, por causa das crises econômico-financeiras
existentes em vários países subdesenvolvidos e dos elevados déficits públicos de muitos países. Para os teóricos das organizações
financeiras internacionais (Banco Mundial e FMI) e o governo dos Estados Unidos, a crise e a nova economia globalizada exigiam um
Estado que não interferisse no livre-comércio, facilitasse a atuação das grandes empresas, cobrasse menos impostos e reduzisse
seus gastos, inclusive nos setores sociais (saúde, educação, moradia, previdência). Essas ideias e propostas foram chamadas de
neoliberais.
Na concepção neoliberal:
• o Estado deve intervir pouco na economia, procurando eliminar barreiras ao comércio internacional, atrair investimentos
estrangeiros, privatizar as empresas públicas, manter o equilíbrio fiscal e controlar a inflação.
• não é papel do Estado extrair petróleo ou minérios, administrar refinarias e siderúrgicas nem participar de qualquer outro tipo de
atividade econômica. A produção de mercadorias é papel das empresas particulares.
• cabe ao Estado estimular a pesquisa tecnológica para apoiar a iniciativa privada, assegurar a estabilidade econômica e facilitar o
livre funcionamento do mercado.
• os direitos trabalhistas devem ser revistos (e restringidos), pois acabam inibindo a contratação por parte das empresas. Gastos
elevados com mão de obra acabam sendo repassados para o preço dos produtos, que perdem competitividade no mercado
internacional.
• o sistema de proteção social (seguro-desemprego, aposentadorias e outros) deve ser reestruturado de modo a contribuir para a
redução do déficit público (situação em que o Estado gasta mais do que arrecada).
• as despesas do Estado nos setores sociais (saúde e educação, por exemplo) não devem ser muito altas, para que os impostos
cobrados das empresas e da sociedade como um todo também não sejam elevados.
A adoção das práticas neoliberais levou vários Estados a enfraquecer os mecanismos de controle da economia e das fronteiras
comerciais, tornando os países subdesenvolvidos vulneráveis à atuação das grandes corporações multinacionais.
Estas empresas, em sua maioria, eram originárias de países desenvolvidos. Com isso, ampliaram-se as desigualdades sociais
e econômicas entre os países, visto que o neoliberalismo e a livre-concorrência atendem melhor aos países desenvolvidos, que têm
grande capacidade de investimento, tecnologia mais avançada e maior capacidade de atuação no mercado mundial.
Países como a Índia e sobretudo a China, que vêm apresentando crescimento econômico expressivo desde os anos 1980, não
promoveram uma liberalização profunda, como fizeram, por exemplo, Argentina e Brasil. Chineses e indianos optaram por uma
abertura mais controlada e um processo de privatização mais gradual, procurando manter, por meio de cotas e impostos elevados,
proteção a alguns setores econômicos nos quais são menos competitivos. Ao mesmo tempo, investem nesses setores para ampliar o
seu nível de competitividade.
Isso demonstra que existem diferentes possibilidades de se integrar à economia mundial, sem, necessariamente, abrir totalmente a
economia e aproveitando-se de vantagens que um país pode ter em relação aos demais, sobretudo no caso dos emergentes.
18.3.1 - BENELUX
Durante a Segunda Guerra Mundial os governos da Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo concordaram em cooperar mais
estreitamente, resultando, em um acordo firmado em Londres, em 1944, para a criação do Benelux, que foi constituído inicialmente
como uma união aduaneira. Os três parceiros deram logo os primeiros passos para a integração europeia, e em 1958, a união
aduaneira deu lugar a um tratado que instituía a União Econômica Benelux, que implicava em um alargamento e aprofundamento da
cooperação econômica.
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18.3.2 - UNIÃO EUROPEIA - trajetórias, expansões e contradições
O Estado-nação e a particularidade
A Europa foi o berço do Estado-nação contemporâneo. O Estado-nação é o poder centralizado que expressa a
singularidade histórica e cultural de um povo - ou seja, sua diferença em relação aos demais povos. O Estado nacional não
almeja a universalidade, mas afirma a particularidade. Na Europa, ele surgiu em oposição aos impérios, como fruto dos projetos
nacionalistas de soberania.
A Paz da Vestefália, firmada em 1648, no fim da Guerra dos Trinta Anos, representou o primeiro "contrato entre Estados" na
história. Naquele contrato, os soberanos se comprometiam a respeitar a soberania dos demais, criando assim a "Europa dos Estados'.
Mas o projeto de restauração de um poder universal ressurgiu sob a forma do Império Frances de Napoleão Bonaparte.
As Guerras Napoleônicas, na passagem do século XVIII para o XIX, traduziram o conflito entre o princípio da soberania dos
Estados e o princípio do império universal. A vitória dos Estados coligados contra Napoleão Bonaparte significou a derrota do
projeto de unir a Europa pela força.
No Congresso de Viena, em 1815, os Estados europeus reafirmaram o contrato firmado na Paz da Vestefália. A nova
paz geral durou um século, mas o sistema de Estados da Europa desabou numa orgia de destruição e sangue nas duas grandes
guerras do século XX. O Tratado de Roma é filho dessas guerras.
Um continente arruinado
As duas guerras mundiais do século XX expressaram a radicalização dos nacionalismos europeus e, em especial, a
rivalidade entre Alemanha e França.
A guerra Franco-Prussiana (1870-1871), que concluiu a unificação alemã, sinalizou a crise do sistema europeu de
Estados. Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a França conseguiu sua revanche contra a Alemanha, recuperando as
províncias perdidas da Alsácia e da Lorena e humilhando os alemães no Tratado de Versalhes (1919).
As sementes envenenadas da guerra deram origem à árvore do nazismo. A Alemanha de Hitler adotou o programa do
expansionismo: o III Reich restaurou a ideia do império e da unificação da Europa pela força. No fim, Hitler foi derrotado, mas a
"Europa dos Estados” jamais poderia recobrar sua glória. Quando o conflito mais sangrento da história terminou, a Europa estava
arruinada. O projeto da unificação europeia pela diplomacia foi uma resposta àquele estado de coisas.
Um tratado de reconciliação
As origens do projeto europeu inscrevem-se na moldura da Guerra Fria. A estratégia norte-americana de isolamento da URSS
e de seu bloco de Estados-satélites da Europa oriental dependia da reconstrução e do fortalecimento da Europa ocidental. Mas a
Europa ocidental não poderia constituir um bloco geopolítico sem a reconciliação entre França e Alemanha.
Por meio do Plano Marshall, os Estados Unidos engajaram-se na reconstrução europeia, que incluía a revitalização industrial
da RFA. Os temores franceses de ressurgimento da Alemanha como potência industrial foram reforçados pela criação da Otan, em
1949. Com a Otan, a Alemanha voltaria a ter um exército - e essa perspectiva assustava a França.
O Plano Schumann, anunciado em maio de 1950 pelo ministro das Relações Exteriores da França,
representou uma saída para o duplo impasse. Sua estratégia era estabelecer uma base de cooperação
duradoura entre a França e a RFA, integrando a Alemanha ocidental no "concerto da Europa".
A ideia básica do plano era integrar a siderurgia alemã à francesa sob controle de uma autoridade comum, a fim de que as
duas nações compartilhassem as riquezas de carvão e minério de ferro de Ruhr e Sarre, na RF A, e de Alsácia e Lorena, na França.
Desse modo, seria possível dissolver a rivalidade histórica, substituindo-a por uma aliança política e econômica.
Em junho de 1950, a Itália e os países do Benelux (organização de cooperação econômica formada por Bélgica, Holanda e
Luxemburgo) aderiram ao Plano Schumann. No ano seguinte, esses países firmaram o tratado da Comunidade Europeia do Carvão
e do Aço (Ceca). Nascia a Europa dos seis.
A Ceca pode ser considerada a origem da integração europeia, pois se estruturava em torno do conceito de mercado comum
e estabelecia uma nova base para o relacionamento entre os Estados europeus. A noção de soberania compartilhada começava a
ganhar corpo na parte ocidental do continente, dissolvendo os antigos nacionalismos e pavimentando o caminho para iniciativas mais
ousadas.
A UE é o bloco econômico regional que mais aprofundou na integração entre os seus membros e em número de participantes
desde a sua criação, representando um dos principais centros da economia mundial contemporânea. A UE começou a surgir logo
após a Segunda Guerra Mundial, quando a Europa se encontrava dilacerada e grande parte de seu setor produtivo estava destruído.
Os objetivos políticos e econômicos iniciais do bloco eram: recuperar a economia dos países-membros, enfraquecidos econômica e
politicamente por causa da guerra, espantar o fantasma do comunismo e, simultaneamente, impedir o crescente avanço da influência
econômica dos Estados Unidos.
Nessa época, seis países europeus, entre eles França, Alemanha Ocidental,Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo, assinaram
em 1951 o Tratado de Paris, no qual foi estabelecida a livre circulação de carvão, ferro e aço entre os países-membros, como forma
de dinamizar o crescimento de seus respectivos parques industriais e afastar o sentimento de revanche entre os alemães e franceses,
em torno das áreas limítrofes entre as duas nações e ricas em recursos minerais, fundamentais ao estágio da industrialização que a
Europa vivia. Surgia, então, a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (Ceca).
Em 25 de março de 1957, a Ceca transformou-se em Comunidade Econômica Europeia (CEE) por ocasião do Tratado de
Roma, que só entrou em vigor em 01º de janeiro de 1958. Com essa transformação estabeleceu-se a livre circulação de pessoas,
mercadorias (com pagamento de imposto único), serviços e capitais entre os países-membros.
Esses objetivos, muito abrangentes, foram alcançados gradativamente. Embora a supressão de tarifas aduaneiras date de
1968, continuou vigente uma série de barreiras que impediam a implantação de um mercado comum propriamente dito. Este só se
delineou em 1986 com a assinatura do Ato Único, acordo que complementou o Tratado de Roma. Esse. documento definiu objetivos
precisos para a integração: o fim de todas as barreiras à livre circulação de mercadorias, serviços, capitais e pessoas, a ser atingido
até 1993. De fato, nesse ano começou a funcionar o Mercado Comum Europeu e os três primeiros objetivos foram postos em prática.
A livre circulação de pessoas começou a valer em 1995, quando entrou em vigor a Convenção de Schengen (acordo que prevê a
supressão gradativa de controle fronteiriço entre os países signatários).
Em 1991, os países-membros do Mercado Comum Europeu assinaram o Tratado de Maastricht (cidade dos Países Baixos),
por meio do qual definiram os passos seguintes da integração e mudaram a denominação do bloco para União Europeia. Nesse
mesmo tratado os integrantes do bloco também decidiram utilizar uma moeda única, o euro, que começou a circular em 1º de janeiro
de 2002 - exceto no Reino Unido, na Dinamarca e na Suécia. Assim, a UE tornou-se uma união econômica e monetária, com controle
cambial e monetário exercido pelo Banco Central Europeu, sediado em Frankfurt (Alemanha).
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Em 2000, o Tratado de Nice introduziu, entre outros avanços, a Carta de Direitos Fundamentais, que definiu os direitos de
cidadania em todos os países da UE. Em 2009, entrou em vigor o Tratado de Lisboa, que substituiu todos os anteriores e deu mais
poderes ao Parlamento Europeu, alçado ao mesmo patamar decisório da Comissão Europeia (braço executivo do bloco).
A Política Externa e de Segurança Comum vem sendo delineada desde o Tratado de Maastricht. Com ela, os europeus
pretendem, gradativamente, consolidar um sistema de defesa comum, provavelmente tendo como base a União da Europa Ocidental
(UEO). Essa entidade foi criada no período pós-Segunda Guerra como uma aliança de assistência mútua exclusivamente europeia,
mas sempre esteve à sombra da Otan. Com o fim da Guerra Fria e a política de aprofundamento do processo de integração, os
europeus estão empenhados em fortalecer a UEO e ao mesmo tempo manter a cooperação com a Otan, evitando atritos com os
norte-americanos.
Desde a assinatura do Tratado de Maastricht, houve um gradativo fortalecimento do Parlamento Europeu, cuja sede fica em
Estrasburgo (França). Esse órgão representa os cidadãos dos países-membros: seus parlamentares são eleitos diretamente e tomam
decisões que afetam toda a DE. O número de representantes é proporcional à população de cada país. A Alemanha, o país mais
populoso, tem direito a 99 deputados, e Malta, o de menor população, tem direito a 5, de um total de 736 deputados (analise a tabela
da página seguinte).
A União Europeia é, de longe, o maior bloco comercial do planeta: em seus domínios está a maior potência exportadora do
mundo, a Alemanha, além de mais cinco países da lista dos 10 principais países comerciantes; mas há também pequenas economias
com um comércio externo reduzido, como a Letônia. Em 2008, segundo a OMC, as exportações do conjunto dos 27 países da UE
atingiram 5,9 trilhões de dólares (37,5% do total mundial), e as importações, 6,3 trilhões (38,9%). Entretanto, a maior parte desse
comércio é intrabloco. No mesmo ano, as exportações extra UE somaram 1,9 trilhões de dólares, e as importações de países de fora
do bloco, 2,3 trilhões.
O Conselho da União Europeia representa cada um dos Estados-membros e é o principal órgão de tomada de decisões no
âmbito do bloco.
A UE também dispõe de um poder executivo, a Comissão Europeia, que, por representar o interesse comum do bloco, é
independente dos governos nacionais e tem como principal função pôr em prática as decisões tomadas pelo Conselho e pelo
Parlamento, ou seja, é o órgão executivo por excelência. Sua sede fica em Bruxelas (Bélgica), considerada a capital da UE.
Atualmente, a UE é composta de 27 países, totalizando um PIB de aproximadamente 18 trilhões de dólares anuais e
consolidando a posição de mais importante bloco econômico do mundo.
O bloco econômico europeu, por ser o mais antigo, serviu de modelo para a formação dos demais blocos econômicos que hoje
atuam no cenário geopolítico mundial, como o Nafta, o Mercosul e a Apec. Entretanto, suas características diferem bastante daquelas
apresentadas pelos demais blocos econômicos, principalmente, em virtude de sua integração encontrar-se em um estágio bem mais
avançado. Prova disso é que a UE é composta de um conjunto de instituições com poderes próprios, cujas decisões devem ser
seguidas pelos governos, empresas e cidadãos de todos os países-membros. Portanto, a legitimidade legada a essas instituições
confere à UE uma espécie de poder supranacional. Além das instituições mencionadas acima, outras que regem o bloco são o Tribunal
de Justiça, o Tribunal de Contas, o Comitê Econômico e Social e o Parlamento Europeu.
Mesmo com a existência dessa estrutura institucional, os Estados-membros ainda são soberanos para determinar suas
políticas econômicas e sociais internas. Às instituições da UE cabem decisões mais amplas, que devem atender aos seguintes setores:
econômico, social, ambiental e militar.
Todavia, a realização de ações comuns nesses setores tem sido uma tarefa extremamente árdua, na medida em que as
propostas de mudanças nem sempre coincidem com os interesses de todos os países-membros.
Apesar disso, a expressividade econômica alcançada pela UE no mundo demonstra que a integração entre os Estados-
membros tem sido bem-sucedida. Além de levar a Europa a uma condição de destaque no quadro econômico mundial, com um PIB
que se equipara ao dos Estados Unidos, a consolidação da UE é responsável por uma nova configuração no panorama geopolítico
atual.
Mesmo com todo esse sucesso, a
desigualdade econômica entre os países-
membros tem sido um dos principais
problemas enfrentados pelo bloco.
Enquanto alguns países, como Alemanha,
Bélgica e França, são altamente
industrializados e servidos por uma
moderna rede de transportes, outros, como
Portugal, Grécia e os recentes integrantes
ex socialistas do Leste Europeu, são pouco
articulados à rede viária europeia e mantêm
nas atividades primárias e terciárias boa
parte de suas fontes de divisas. Há,
portanto, contrastes regionais entre os
países pertencentes à UE.
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Calcula-se que, hoje, a taxa média de desemprego na UE seja de
7% do total da População Economicamente Ativa (PEA), o que representa
aproximadamente 16,7 milhões de trabalhadores sem emprego.
A modernização dos setores industrial e de serviços, a
transferência de empresas europeias para os países subdesenvolvidos e
a entrada de grandes contingentes de imigrantes têm contribuído para
uma significativa diminuição dos postos de trabalho e dos valores dos
salários pagos pelas empresas. Como consequência, os governos dos
países-membros são obrigados a destinar mais recursos para dar
assistência à população pobre, que cresce de forma contínua.
Separatismo e xenofobia, desemprego, pobreza e desigualdades
regionais são alguns dos desafios que se colocam diante dos dirigentes
europeus e que deverão ser resolvidos habilmente neste início de século
para que não ponham em risco a consolidação do projeto de uma Europa
totalmente integrada, sem barreiras econômicas e unida em torno dos
mesmos ideais políticos e sociais.
O desafio turco
"A União Europeia terá de provar que não é um clube cristão." Com essas palavras, o ministro do Exterior turco, Abdullah Gul, forçou a retirada
do veto austríaco para o início das negociações de admissão da Turquia na União Europeia, no final de 2005.
O desafio de Gul tem amplos significados políticos e históricos. Para incorporar o populoso país muçulmano que se estende pelo e xtremo
sudeste europeu e pelo Oriente Médio, a União Europeia deve reinterpretar a identidade da Europa.
A Turquia tem inegável valor estratégico. É uma ponte geográfica e política entre a Europa e o Oriente Médio. Além disso, é um Estado laico e
democrático no mundo muçulmano. Nestes tempos de terror e "guerra ao terror'; funciona como exemplo de moderação política.
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A presença de ativistas de grupos islâmicos fundamentalistas nessas comunidades, que se articulam por trás de
instituições religiosas ou culturais, tornou-se um tema de segurança nacional, além de um novo pretexto para investidas das
correntes políticas xenófobas.
Os atentados terroristas em Madri, no início de 2004, e em Londres, em julho de 2005, foram cometidos por fanáticos
residentes na Europa, organizados em células ligadas à Al-Qaeda. Depois daqueles eventos, as atividades religiosas e
culturais das comunidades muçulmanas se tornaram alvo de vigilância permanente dos serviços de inteligência.
O novo desafio não se resume ao tema da segurança e não pode ser resolvido apenas por meio de ações policiais e de
inteligência. No plano político e social, envolve o combate à difusão do extremismo fundamentalista entre os muçulmanos
estabelecidos na Europa. Diante desse problema, os governos oscilam entre políticas voltadas para a integração das comunidades
muçulmanas aos valores europeus e políticas multiculturalistas, destinadas a assegurar a singularidade cultural das populações de
origem estrangeira. O multiculturalismo é a opção preferida na Grã-Bretanha. Já a França tende a conduzir políticas integracionistas.
2. Efeito dominó
A saída do RU da UE pode dar início a um efeito dominó entre os países do bloco e enfraquecer o atual modelo europeu. Os
pedidos de referendo para sair do bloco podem se multiplicar em caso de Brexit e ecoar nos países nórdicos, muito afetados pela onda
nacionalista que também atinge a nação britânica. Os países escandinavos, importantes contribuintes para o orçamento da UE, temem
que as sucessivas crises europeias acabem afetando sua prosperidade. O ministro das Finanças italiano, Pier Carlo Padoan, afirmou
em entrevista ao jornal britânico The Guardian que a saída do Reino Unido do bloco poderia influenciar também campanhas por um
referendo na França, nas eleições presidenciais de 2017. "Já estamos vendo um efeito dominó, com os partidos anti-Europa ganhando
um monte de apoio, começando na França”, afirmou Padoan.
3. Imigração
Até que fique claro qual será o acordo que substituirá os atuais termos de associação da UE no caso da saída do RU do bloco,
é difícil dizer qual será a política de imigração adotada. Muitos especialistas acreditam que, com a adesão do Reino Unido aos acordos
de livre comércio, o compromisso de livre circulação entre os países europeus também será legitimado, assim como acontece
atualmente com a Noruega ou a Suíça.
No entanto, até que esse novo acordo seja estabelecido, é possível que a imigração para o país seja regulada inteiramente
pela lei nacional britânica. Nesse caso, imigrar para o RU se tornaria ainda mais difícil do que já é: os cidadãos da UE enfrentariam
longas filas e checagens de documentos. Uma diminuição acentuada da imigração de trabalhadores poderia levar a falta de mão-de-
obra na área da construção civil e outros serviços.
Os britânicos também teriam de solicitar vistos para viajar pelo resto do continente e cidadãos ingleses vivendo em países
como Espanha podem ter de cumprir regras de integração bastante rígidas, como a obrigação de falar a língua oficial da nação, antes
de ganharem o visto de residência.
4. Perda de influência do RU
O RU perdeu boa parte de sua influência dentro da UE na última década e mais recentemente por não atuar de forma ativa na
busca por soluções para a crise de refugiados e a crise do euro. Caso a nação decida mesmo sair do bloco, é provável que seu
prestígio na Europa e no cenário mundial diminua ainda mais.
Grande parte da influência global do país está ligada ao seu poder de veto no Conselho e no Parlamento Europeu, assim como
da sua influência informal na Comissão Europeia e na formação de alianças com outras nações. Fora da UE, o RU perderá créditos
na hora de assinar acordos bilaterais ou fazer grandes transações econômicas e verá seu peso diplomático ser reduzido. O país
provavelmente continuará a ser um parceiro militar significativo para os Estados Unidos, mas pode encontrar dificuldades para
concretizar objetivos internacionais ou não ser a primeira escolha dos EUA para parcerias não militares.
5. Consequências para a UE
É consenso que a saída do RU da UE poderia diminuir o poder do bloco no cenário mundial. Ao lado da Alemanha e da França,
o RU é uma das principais potências europeias e sua ausência na UE significaria, além da perda de influência na política externa, uma
carência em termos militares, já que os britânicos são responsáveis pelo quinto maior gasto militar do mundo e os primeiros no bloco.
A nação também agrega a UE toda sua vasta rede diplomática, historicamente beneficiada pelo enorme poderio do Império Britânico,
que tinha colônias e protetorados em todos os continentes do mundo. A inteligência britânica, capitaneada pelo serviço secreto MI6 e
pelo Escritório Central de Comunicação do Governo (GCHQ, na sigla em inglês), também é um trunfo que a União Europeia pode
perder.
6. Balanço de poder na UE
Se o RU deixar a UE, o balanço de poder no bloco terá de se ajustar. A Alemanha, por exemplo, sofrerá pressão para assumir
um papel mais ativo na Política Externa e de Segurança Comum da União Europeia, um dos pilares da UE e que procura preservar a
paz e segurança nos países membros.
No final do mês de jun 2016, a população do Reino Unido (RU) decidiu, em plebiscito, pela saída do país da União Europeia
(UE).
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A maior concentração de votos pela saída foi no interior da Inglaterra e do País de Gales, e em cidades com mais dificuldades
econômicas.
Londres, Escócia e Irlanda do Norte votaram pela permanência.
O resultado pode ser relacionado:
- a persistência da estagnação econômica da Europa; e
- as novas e velhas tensões, como a defesa da soberania nacional, o orgulho pela identidade britânica, a desconfiança com a
burocracia de Bruxelas, o controle de fronteiras e questões de segurança interna e defesa.
A UE é um mercado único com 28 países-membros, com livre circulação de mercadorias e de pessoas, inclusive trabalhadores.
Quase metade das exportações britânicas tem como destino a UE.
A exclusão do país significaria que todas as leis europeias que são hoje aplicadas ao RU não seriam mais válidas, como por
exemplo acordos de comércio e algumas regulações trabalhistas e ambientais.
O Parlamento deverá negociar os acordos internacionais que foram assinados em nome da UE e refazer todas as leis onde
eram aplicadas as leis europeias.
Como consequência imediata do Brexit, o câmbio da libra contra o dólar sofreu a maior desvalorização desde 1985 (um grande
impacto inicial e um retorno posterior para um nível ainda desvalorizado) e a inflação deverá ter um pico de alta com os efeitos da
desvalorização. O Banco da Inglaterra já anunciou que manterá as taxas de juros baixos, efetivamente ignorando este pico de inflação,
com o diagnóstico de que ele é temporário e que será mais importante sustentar a atividade econômica. Estes dois fatores em conjunto
(desvalorização e juros baixos) podem atenuar, pelo menos parcialmente, o efeito redutor do PIB advindo da queda dos investimentos
(causada pela maior incerteza). Estes efeitos serão predominantes nos primeiros anos enquanto nenhum acordo for fechado.
7. Brexit: 6 mudanças na relação entre Reino Unido e União Europeia trazidas pelo novo acordo – 25 dez 2020
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-55449363 Acesso em 09 jun 2021
Quase um ano após a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o chamado Brexit, os dois lados fecharam um acordo
para definir as novas regras na relação entre eles.
As implicações do acordo são muitas, tanto para a vida cotidiana quanto para o relacionamento futuro do Reino Unidos com
os outros países da Europa.
O acordo completo — com mais de 1.200 páginas — ainda não foi publicado oficialmente, mas muitos detalhes foram
apresentados pelo governo do Reino Unido e pela UE.
Veja quais serão as principais mudanças em 6 áreas.
Comércio
. Não haverá encargos adicionais (tarifas) sobre os bens ou limites sobre a quantidade que pode ser negociada (cotas) entre o Reino
Unido e a UE a partir de 1 de janeiro.
. No entanto, haverá controles adicionais nas fronteiras, como controles de segurança e declarações aduaneiras. Então as empresas
que dependem do transporte de mercadorias da UE ou para lá terão que se preparar.
. Para serviços, incluindo serviços financeiros — algo muito importante para a economia do Reino Unido — a situação ainda é um
pouco obscura. Os serviços perderão seu direito automático de acesso, mas o Reino Unido disse que o acordo "congela" o atual
nível de acesso ao mercado "em praticamente todos os setores".
. Não haverá mais reconhecimento automático de qualificações profissionais, como médicos, enfermeiras e arquitetos. Britânicos
dessas profissões que quiserem atuar na Europa e vice-versa terão que tirar documentos de equivalência de seus certificados
profissionais.
Viagens
. Cidadãos do Reino Unido precisarão de visto para estadias superiores a 90 dias na UE.
. Haverá controles extras de fronteira para viajantes do Reino Unido.
. Passaportes de animais de estimação da UE não serão mais válidos no Reino Unido
. Os viajantes britânicos ainda terão acesso a cuidados de saúde de emergência na União Europeia por algum tempo. Os cartões
europeus de seguro saúde (EHIC) permanecerão válidos até a data de expiração. De acordo com o governo do Reino Unido, eles
terão que ser substituídos por um cartão de seguro saúde global.
. O Reino Unido e a UE irão cooperar em "taxas justas e transparentes para roaming internacional móvel", ou seja, para tarifas de
roaming em ligações telefônicas. Mas não há nada que impeça os viajantes britânicos de serem cobrados pelo uso de seus telefones
na UE e vice-versa.
Pesca
. O Reino Unido se torna um estado costeiro independente e pode decidir sobre o acesso às suas águas e áreas de pesca.
. Mas os barcos da UE terão permissão para pescar nas águas do Reino Unido por pelo menos mais alguns anos.
. Os barcos da UE terão que dar ao Reino Unido 25% do valor de sua capturas, mas haverá um período de transição de cinco anos e
meio em que isso será implementado.
. Após o período de transição, o Reino Unido e a UE vão negociar regularmente o acesso às suas respectivas áreas costeiras e
marítimas.
Justiça
. O Reino Unido não estará mais vinculado às decisões do Tribunal de Justiça Europeu, disse o primeiro-ministro britânico Boris
Johnson.
Educação
. O Reino Unido não participará mais do programa de intercâmbio Erasmus, um programa da Europa que ajuda os alunos a estudar
em outros países.
. Em seu lugar estará em vigor um novo programa com o nome do matemático Alan Turing
. Os alunos das universidades da Irlanda do Norte continuarão a participar do Erasmus, como parte de um acordo com o governo
irlandês.
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8. Brexit: 3 efeitos da saída da União Europeia que os britânicos já sentem – 31 mai 2021
fonte: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-57057331 Acesso em 09 jun 2021
Em 24 de dezembro, Reino Unido e a União Europeia chegaram a um acordo para definir sua relação.
Já se passaram mais de 150 dias desde que o Brexit entrou em vigor, mas, segundo especialistas, ainda é difícil medir
os efeitos da saída do Reino Unido da União Europeia.
De acordo com Paula Surridge, professora da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e vice-diretora da organização UK in a
Changing Europe, do Conselho de Pesquisa em Ciências Econômicas e Sociais britânico, muitos cidadãos ainda não sentiram as
diferenças.
. Por que Londres está perdendo população num êxodo sem precedentes
. Jersey, o pequeno paraíso fiscal no Canal da Mancha que gerou uma disputa naval entre a França e o Reino Unido
"Um dos principais motivos para isso é que muitas das atividades em que o público em geral veria o impacto do Brexit não
estão ocorrendo no momento devido à pandemia, como, por exemplo, viajar de férias pela Europa", diz Surridge.
"Se alguém vai ao supermercado e nota que está faltando alguma fruta, legume ou verdura, não saberá se é efeito da pandemia
ou do Brexit."
Nas próximas semanas, segundo ela, quando a economia e a sociedade começarem a se abrir um pouco mais, após
três lockdowns, é possível que os britânicos possam ver com mais clareza algum impacto em suas vidas da saída do bloco europeu,
que foi concluída e formalizada em 31 de dezembro de 2020.
Outros especialistas concordam: por conta da pandemia, a maioria dos britânicos ainda não vivenciou as principais mudanças
do Brexit. No entanto, determinados consumidores e empresas já começaram a sentir alguns efeitos.
Leia abaixo sobre três desses efeitos que já podem ser sentidos pelos britânicos:
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3. Mais 'papelada': o ponto de vista dos empresários
"A nova relação comercial do Reino Unido com a União Europeia pode ter apenas alguns meses. Mas algumas empresas estão lutando
para se adaptar ao novo cenário comercial fora da união aduaneira e do mercado único", diz Lora Jones, jornalista de negócios da BBC.
Jones conversou com três empresários britânicos de diferentes setores.
Ben Taylor e Alice Liptrot fundaram a Country of Origin, uma empresa de artigos têxteis que emprega quatro pessoas e vende
roupas no atacado para lojas independentes e clientes online.
De acordo com Ben, cerca de um terço das vendas são feitas para clientes na União Europeia.
"Mas desde o fim de janeiro, (o negócio) reduziu."
Ben conta que a empresa se viu em meio a uma "emboscada administrativa" — e que em cerca de 80% dos pedidos enviados
para o bloco europeu, após o Brexit, os clientes tiveram que pagar taxas adicionais.
Um cliente da Holanda foi solicitado a pagar 100 euros (R$ 635) adicionais em seu pedido, de acordo com Ben, devido a "tarifas
governamentais", sem maiores explicações por parte dos agentes alfandegários.
Steve Howell e sua empresa Foodlynx vendem salsicha, bacon e pão britânicos para hotéis e restaurantes da União Europeia.
Normalmente, ele enviava um ou dois caminhões por semana — e até seis durante a alta temporada no verão.
Mas a empresa sofreu um atraso de três dias no único envio feito desde o Brexit.
O caminhão foi retido no porto de Le Havre, na França, quando funcionários da alfândega questionaram se os certificados de
alguns produtos de origem animal haviam sido preenchidos corretamente.
E foi transferido para uma unidade de armazenamento refrigerado próxima enquanto o problema era resolvido.
Cobraram 3.914 euros (R$ 24.930) a Steve por gastos administrativos e de armazenamento.
Embora estatísticas recentes mostrem que as exportações do Reino Unido para a União Europeia caíram significativamente
em janeiro, Steve acredita que há outros fatores envolvidos.
"A demanda diminuiu devido à covid no ano passado e, além disso, assim como muitos outros (empresários), aconselhamos
nossos clientes a estocar antes do Natal para evitar esse tipo de atraso."
"Agora os clientes estão ficando sem estoque e ainda estamos lutando com a papelada, as novas regulamentações de rótulo
e o cumprimento (das regras)."
"O objetivo (do Brexit) era retomar o controle do nosso país", diz Steve. "Fomos bem-sucedidos em fazer exatamente o
contrário, porque os exportadores britânicos estão completamente derrotados."
Martyn Wilson criou seu negócio de peças de reposição para automóveis clássicos há 12 anos — e cerca de 60% dos pedidos
são enviados para a União Europeia.
A Citroen Classic Car Parts normalmente despacha 130 itens por mês, mas as dificuldades logo apareceram.
"Para os serviços de entrega, tenho que fornecer os dados de contato dos clientes e, muitas vezes, preciso escrever para eles
em francês e alemão para conseguir, o que é um drama com o qual nunca tivemos que lidar antes", diz Wilson.
Algumas mercadorias enviadas para a Itália, por exemplo, nunca chegaram, e outras foram devolvidas porque os clientes não
pagaram as taxas adicionais.
"Certamente nos impactou do ponto de vista mental. É muito estresse adicional, e você fica constantemente tentando cumprir
os prazos, tentando obter boas avaliações dos clientes e garantir que os produtos sejam entregues."
"Vou seguir adiante da melhor maneira possível e talvez isso me leve a pensar um pouco fora da caixa."
"Pode ser bom para nós no longo prazo, mas estamos atravessando o limiar da dor."
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O México apresenta profundas desigualdades sociais e intensa pressão emigratória. A corrente migratória de mexicanos para
os Estados Unidos foi um fator decisivo para a criação do Nafta. Mediante o acordo comercial, os Estados Unidos estimulam o
intercâmbio e os investimentos industriais no vizinho latino-americano, procurando reduzir a pressão migratória.
A supressão de numerosas tarifas e a redução de muitas outras resultaram em ampliação acelerada da histórica dependência
comercial do México em relação à hiperpotência do norte. Hoje, mais de três quartos das exportações mexicanas se destinam aos
Estados Unidos.
O Nafta estimulou os investimentos
estrangeiros no México, possibilitando a
decolagem do Programa de Industrialização da
Fronteira, criado em 1965 pelo governo mexicano.
As fábricas instaladas no extremo norte do
México, conhecidas como maquiladoras, utilizam a
mão-de-obra barata nacional, importam
componentes e geram produtos-finais para o
mercado de consumo norte-americano,
beneficiando-se das regras de livre comércio.
Atualmente, cerca de 3 mil maquiladoras
empregam mais de 1 milhão de trabalhadores e
são responsáveis por quase metade das
exportações mexicanas. O surto de investimentos
estrangeiros que originou essas fábricas
aprofundou as históricas desigualdades entre o
norte industrial e o sul agrário do México.
O ex-presidente norte-americano, Donald
Trump, durante a sua campanha presidencial
acenou com o compromisso de concluir a
construção do muro que dificulta a passagem de
imigrantes provenientes do vizinho ao sul, o
México. Já como presidente retomou esse
discurso e ampliou para a adoção de medidas que
criem restrições às empresas norte-americanas
que investiram no México, objetivando aproveitar
as regras de integração comercial. O intuito do
presidente é o retorno daquelas empresas, com
seus investimentos e empregos, a economia
norte-americana.
Estados Unidos – México – Canadá, que
substitui o Tratado Norte-Americano de Livre
Comércio, o Nafta, que movimenta trilhão de
dólares a cada ano. Esse acordo comercial é
também conhecido como “Nafta 2.0” e foi
assinado em 2018, depois de uma negociação
iniciada em 2017.
O que é esse acordo?
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Os principais objetivos do Nafta eram:
Reduzir as barreiras alfandegárias, no que tangem às
taxas cobradas em relação aos produtos importados;
Favorecer a circulação dos bens e serviços entre os
países;
Promover o aumento das oportunidades de investimento
entre os países;
Proteger a propriedade intelectual dentro de cada
território;
Oferecer condições justas para uma competição na área
de livre comércio.
O Nafta, em todo o período em que esteve em
vigor, sofreu diversas críticas apesar de movimentar a
economia entre seus países-membros. É bom ressaltar
que há uma enorme disparidade econômica entre esses
países. A economia mexicana é bastante dependente da
economia estadunidense e muitos acreditavam que esse
acordo intensificava ainda mais essa dependência.
Outro problema refere-se à questão
das uniões trabalhistas do México, que são contra o
acordo por acreditarem que os Estados Unidos ficam em
vantagem quanto aos preços dos produtos agrícolas
produzidos no México.
Por outro lado, os Estados Unidos acreditavam
que sua economia estava sendo prejudicada, visto que
muitas indústrias se deslocaram para o Canadá e para o
México devido aos atrativos econômicos em relação aos
baixos impostos cobrados nessas áreas e a mão de obra
mais barata. Os canadenses, por fim, criticavam o fato de
que a parceria comercial com os Estados Unidos por vezes limitava o comércio com outros países.
O que muda?
O presidente Donald Trump propôs algumas mudanças em relação ao acordo comercial, estabelecendo regras para o
comércio entre os países que, segundo ele, revolucionará as três nações, garantindo inovação e prosperidade. As principais
mudanças ocorridas em relação ao antigo acordo, o Nafta, agora então renovado pelo USMCA estão no quadro ao lado.
O processo de adesão da Venezuela ao Mercosul foi concluído por meio da Decisão CMC 27/12, que concedeu a esse país a
condição de Estado Parte, desde 12/08/2012 e o direito de participar plenamente no Mercosul.
A Venezuela incorporou a NCM e adotou a Tarifa Externa Comum (TEC) desde 05/04/2016.
Contudo, os acontecimentos políticos na Venezuela levaram os demais países membros do Mercosul a suspender os direitos
e obrigações da Venezuela como Estado Parte do Mercosul. Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai julgaram que houve a quebra
do Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no Mercosul, Bolívia e Chile. Desta forma, a Venezuela está
suspensa do Mercosul desde 05 de agosto de 2017, conforme constante da “Decisão sobre a suspensão da Venezuela no
MERCOSUL”.
REGRAS DEMOCRÁTICAS
Na verdade, a oposição dos três sócios não era tanto técnica como política: alegam que a Venezuela não respeita as regras
democráticas e viola os direitos humanos.
"País que tem presos políticos não é democrático", repetia sempre o chanceler brasileiro, José Serra. Aliás, Serra emitiu nota,
também nesta terça, expressando preocupação pela nova onda de "prisões arbitrárias" ocorridas na Venezuela, citando
especificamente o jornalista chileno Braulio Jatar.
O Uruguai, pela boca do chanceler Rodolfo Nin Novoa, chegou a admitir que a Venezuela era uma "democracia autoritária",
uma contradição em termos. Mas, mesmo assim, insistia em transferir a presidência para Caracas.
O governo uruguaio está nas mãos da Frente Ampla, uma coligação de diferentes grupos de esquerda. Um deles, o Movimento
de Participação Popular, é formado principalmente pelos antigos guerrilheiros "tupamaros" e apoia o governo da Venezuela.
A abstenção uruguaia é uma maneira de atender à pressão de seus sócios no Mercosul sem votar contra um governo aliado
de um de seus grupos internos.
O efeito, no entanto, é o mesmo de um voto a favor da presidência colegiada: a Venezuela fica marginalizada temporariamente
e ainda ameaçada de suspensão.
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Como a notícia do acordo entre os quatro só foi conhecida depois de 21h, até as 21h50 não havia reação da Venezuela, mas
é óbvio que será dura.
A presidência colegiada permite que o Mercosul volte a funcionar, inclusive para dar andamento a negociações comerciais com
outros países/blocos, em especial a União Europeia.
Jornal Folha de São Paulo, 13/09/2016.
Classificação dos países que fazem parte do Mercosul
. Países-membros: são os países que fundaram o Mercosul ou aqueles que ingressaram após a criação do bloco. São eles:
Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela (suspensa).
. Países associados: países que assinaram tratados de livre comércio com o Mercosul a fim de estimular suas economias e trocas
comerciais, mas não possuem as mesmas vantagens que os membros, como a Tarifa Externa Comum (TEC). Nesse grupo,
enquadram-se Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname.
. Países observadores: países autorizados a apenas acompanhar as reuniões. Esses países participam de eventos para ver o
andamento das negociações, mas não possuem direito a veto ou de opinar em alguma cláusula. México e Nova Zelândia são esses
países.
Acordos do Mercosul
Acordo Mercosul-Chile (ACE-35) - assinado em jun 1996
Mercosul-Bolívia (ACE-36) - firmado em dez 1996
Mercosul-México (ACE-54) - assinada em jul 2002
Mercosul-Peru (ACE-58) - assinado em nov 2005
Mercosul Colômbia, Equador e Venezuela (ACE-59)
Mercosul-Cuba (ACE-62) - 02 jul 2007
Mercosul-Colômbia (ACE-72) - firmado em dez 2017
Mercosul-Cuba (ACE-62) - jul 2007
Mercosul-Colômbia (ACE-72) - firmado em jul 2017
Mercosul-Índia - vigente desde jun 2009
Mercosul-Israel - vigente desde abr 2010
Mercosul-SACU (União Aduaneira da África Austral) - vigente desde abr 2016
Mercosul-Egito – vigente desde set 2017
Mercosul-Palestina (ainda sem vigência)
Mercosul-União Europeia (ainda sem vigência)
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Principais produtos importados do Mercosul
Confira os principais produtos importados pelo Brasil, originados dos países membros do Mercosul no ano de 2019.
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18.3.6 - ASEAN e APEC
Há mais de duas décadas a Ásia vem apresentando os maiores índices de crescimento econômico do mundo e seu comércio
intrarregional tem aumentado mais do que as trocas com outras regiões.
Apesar disso, é o continente em que menos avançou o processo de formação de blocos regionais de co-
mércio. As rivalidades e desconfianças históricas entre os países asiáticos, sobretudo entre Japão, China, Índia e Coreia do Sul, suas
maiores economias, têm dificultado uma integração regional mais aprofundada. Assim, ao contrário das outras potências econômicas
mundiais - Estados Unidos e Alemanha -, o Japão e a China não lideram nenhum bloco regional de comércio. Nenhum dos dois faz
parte do mais importante bloco comercial da região, a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). Integram a
Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), mas esse fórum composto por diversos países dos três continentes banhados
pela bacia do Pacífico - Ásia, América e Oceania - ainda não constitui uma zona de livre comércio.
A Asean (do inglês Association of South East Asian Nations) foi visando aprofundar a integração econômica, política e cultural
entre seus países- membros.
Criada para desenvolver o Sudeste Asiático e aumentar a estabilidade política e econômica da região. Foi estabelecida em
1967 em Bangcoc (Tailândia) pelos cinco membros fundadores: Indonésia, Malaísia, Filipinas, Cingapura e Tailândia. Em 1997, no
30.0 aniversário da associação, foi lançada a Asean Visão 2020, ambicioso plano para criar a Comunidade Asean.
Observe, na tabela abaixo, as disparidades econômicas que existem entre os membros da Apec.
Em 2009, o bloco contava com dez países. Além dos fundadores também compunham o bloco: Brunei, Vietnã, Laos, Camboja
e Myanmar (excetuando os três últimos, os outros sete também são membros da Apec; observe seus indicadores em destaque na
tabela ao lado). Os dez países da Asean dispõem de um amplo mercado consumidor. Segundo dados da entidade, em 2008 sua
população era de 584 milhões de habitantes e seu PIB conjunto, de 1,5 trilhão de dólares. De acordo com a OMC, em 2008 os países
do bloco exportaram 990 bilhões de dólares e importaram 936 bilhões.
A Apec (do inglês Asia Pacific Economic Cooperation) foi fundada em 1989. Com sede em Cingapura, é composta de vinte
países da bacia do Pacífico e por Hong Kong (região administrativa especial chinesa). Por enquanto é apenas um fórum, mas com o
tempo pretende implantar uma zona de livre comércio entre seus membros. Entretanto, para que isso aconteça terão de superar
muitos problemas ligados às suas profundas disparidades socioeconômicas, como se pode observar na tabela. A Apec tem como
membro a maior potência econômica do mundo, os Estados Unidos, e um dos países mais pobres, o Vietnã. A renda per capita do
primeiro é 60 vezes maior que a do segundo.
Há também problemas político-econômicos a serem superados. Apesar da crescente interdependência econômica dos países
da bacia do Pacífico, é muito difícil estabelecer uma integração semelhante à da União Europeia, ou mesmo à do Nafta, por causa
das disputas comerciais entre as três principais potências - Estados Unidos, Japão e China - e da característica fortemente nacionalista
dos projetos de desenvolvimento implantados pelos Estados da região, especialmente do Leste e Sudeste Asiático.
Se a Apec se constituísse como um bloco econômico seria o maior do mundo, superando a União Europeia. Em 2008, segundo
dados da entidade, sua população correspondia a 40,5% dos habitantes do planeta; seu PIB, a 54,2% da produção bruta mundial; e
suas exportações/importações, a 43,7% do comércio internacional.
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Além de incitar o comércio entre as nações-membros, a Comunidade busca desempenhar um papel preponderante no
processo de estabelecimento da paz e da segurança na região. Entre as nações que fazem parte da SADC, a África do Sul é a mais
importante, pois corresponde economicamente a cerca de 60% da produção total do bloco.
A existência de vários blocos não traduz uma integração econômica do continente africano,
pois a tentativa de integrar os países em blocos regionais depara-se com grandes obstáculos: carência de infraestrutura, baixo nível
de industrialização, dependência econômica, pobreza, fome, epidemias, guerras civis etc.
- 150 -
18.3.9 – UNASUL
A grande pretensão do governo brasileiro, desde a década de 1960,
é fortalecer a integração da América do Sul em acordos que reúnam todos
os países do subcontinente, projeto que vem sendo impulsionado com a
letargia do Mercosul. Um importante passo foi dado nessa direção durante
a III Reunião de Presidentes da América do Sul, realizada em Cuzco (Peru)
em 8 de dezembro de 2004, quando foi estabelecida a Comunidade Sul-
Americana de Nações. A Declaração de Cuzco, documento fundador
desse fórum, reafirma em sua introdução a convergência entre os países
sul-americanos: ''A história compartilhada e solidária de nossas nações, que
desde as façanhas da independência têm enfrentado desafios internos e
externos comuns, demonstra que nossos países possuem potencialidades
ainda não aproveitadas tanto para utilizar melhor suas aptidões regionais
quanto para fortalecer as capacidades de negociação e projeção
internacionais.
Em 2007, em reunião ocorrida na Venezuela, o nome dessa entidade
foi mudado para União das Nações Sul-Americanas (Unasul), cujo
objetivo é criar um espaço sul-americano integrado no âmbito político,
social, econômico, ambiental e infraestrutural. A base para isso será a
criação de uma zona de livre comércio que integre os países do Mercosul,
da Comunidade Andina, o Chile, a Guiana e o Suriname.
Em uma reunião de representantes dos 12 países sul-americanos ocorrida em Brasília, em 23 de maio de 2008, a Unasul foi
oficialmente formalizada, ganhando status jurídico-político próprio, isto é, se transformou num organismo internacional. Com isso
deixou de ser apenas um fórum e passou a ter a possibilidade de adotar medidas conjuntas como a integração das infraestruturas -
transportes, energia, telecomunicações
etc.- visando à aproximação dos países-
membros. Além disso, foi proposta a
criação de um Conselho de Defesa para
resolver pendências e possíveis conflitos
entre os países do subcontinente.
Em agosto de 2000 na reunião de
Cúpula de Brasília os presidentes sul-
americanos acertaram o
desenvolvimento de uma iniciativa para a
Integração da Infra-Estrutura Regional da
América do Sul (IIRSA), com participação
do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID). As propostas
expressas através da IIRSA visam
romper os obstáculos fronteiriços e
formar um espaço econômico ampliado,
por meio de obras e articulações nas
áreas de transportes, energia e
comunicações. O Brasil é o país que mais
projetos têm a serem executados e em
execução com os seus pares no
continente.
Mais tarde esta iniciativa de
integração foi incorporada pela UNASUL
como o seu maior esforço de integração
física.
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Os EUA após a não conclusão do processo tem proposto acordos bilaterais a vários países da América Central e do Sul.
Além das discussões em torno do fortalecimento ou do enfraquecimento da economia brasileira, alguns estudiosos destacam
outros pontos que seriam afetados negativamente pela criação da Alca, como o meio ambiente. Um exemplo disso é a floresta
Amazônica, que poderia ter a exploração de sua biodiversidade monopolizada por empresas estadunidenses.
A Alca é considerada por muitos como uma necessidade da economia estadunidense de monopolizar as Américas, e há quem
diga que, caso ela seja instituída diminuirá expressivamente a autonomia do Brasil e da maioria dos países americanos na condução
de aspectos essenciais da política econômica. A Alca representa, portanto, uma forte ameaça à soberania de cada país.
A viabilização do projeto de implantação da Alca está suspensa há cerca de meia década, em razão da forte crise econômica
pela qual vem passando os Estados Unidos desde o ano de 2007, a qual se propagou, principalmente, sobre a economia dos países
desenvolvidos. Entenda, por meio do texto a seguir, como e por que se desencadeou tal crise.
HISTÓRICO - atinge vários setores da economia dos países envolvidos, foram necessários quase dez anos de negociações secretas
entre os países do bloco para que se chegasse ao documento que o legitimou, assinado no dia 04 de fevereiro de 2016. Considerado
um dos grandes feitos na política externa do governo Obama.
O conceito de um bloco que integrasse as economias do Pacífico surgiu em 2005 com a criação do Trans-pacific Strategic
Economic Partnership (TPSEP) ou Pacific Four (P4) pela Nova Zelândia, Chile, Cingapura e Brunei.
Em 2008 os EUA sinalizaram interesse em iniciar as negociações para se associar ao grupo. Com isso, o bloco conseguiu
maior representatividade internacional e outros quatro países ingressaram nas negociações: Austrália, Malásia, Peru e Vietnã.
Em dezembro de 2011, durante a Reunião Ministerial da Apec, foi divulgado um documento com os objetivos gerais do acordo
para sistematizar as negociações até aquele momento, assim, outros dois países juntaram-se às negociações: Canadá e México. O
Japão, em virtude da falta de apoio para a participação no bloco, só passou a fazer parte da negociação em 2013.
Vários entraves dificultaram a aprovação do documento final para a criação desse bloco econômico, desde interesses
individuais de cada país até a aprovação do documento pelo Congresso dos países envolvidos, principalmente dos EUA, que se
encontravam divididos em relação à criação desse bloco econômico. Assim, o acordo só foi se efetivar em 2016, foi estabelecido uma
área de livre-comércio e uma série de ajustes e metas para a efetivação do tratado.
Perspectivas - é muito cedo para determinar quais serão as consequências dele para os países envolvidos e para o comércio mundial.
Apesar disso, as perspectivas econômicas para os países-membros são bastante otimistas. Acredita-se que, juntos, eles somam 40%
de toda a economia mundial, 1/3 de todas as exportações mundiais, mercado consumidor de cerca de 800 milhões de habitantes e
movimentarão, até 2025, cerca de US$223 bilhões anuais.
Para os demais países é vista com certa
preocupação em face da grande representatividade
econômica internacional de seus membros. Uma possível
consequência seria a diminuição das relações comerciais
com os países que não fazem parte do bloco, pois, em
virtude da eliminação de tarifas e barreiras para a
circulação de mercadorias proposta pelo TPP, será mais
vantajoso realizar negócios entre os países do acordo.
A criação do bloco pode prejudicar também a
recuperação econômica dos países europeus. Isso
porque, com a criação do TPP, os seus países-membros
acabam estreitando as relações entre eles e diminuindo
as relações com os demais países do mundo, inclusive
com os países europeus que dependem de uma maior
interação econômica com os EUA e com os países do SE
asiático para superar a crise econômica mundial, que teve
consequências mais graves nesse continente. Além disso,
o TPP é visto por muitos estudiosos como uma reação ao
crescimento econômico chinês. Se o TPP obtiver sucesso,
deverá limitar a influência da China na Ásia e diminuir a
dominação dos produtos chineses no mercado global.
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Gerou diversas manifestações contrárias. Pois, apresenta pontos que podem atingir diretamente a qualidade de vida dos países
integrantes, principalmente dos países desenvolvidos, como os EUA, Canadá e Japão - acordos sobre patentes, serviços prestados
na internet e a padronização das leis trabalhistas, o que pode afetar tanto a oferta e a qualidade dos empregos quanto o valor dos
salários. As demais nações do mundo devem dinamizar a sua economia e fortalecer os laços econômicos entre si, buscando acordos
econômicos multilaterais ou entre os países que desenvolvem algum tipo de atividade.
Já a população dos países-membros desse acordo precisa pressionar os seus respectivos governos para evitar que os ajustes
econômicos necessários para essa integração econômica resultem em queda na qualidade de vida da população ou dos seus direitos
individuais.
Em 23 de janeiro de 2017, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma ordem executiva para iniciar a saída do Acordo
TPP. Durante a campanha o então candidato, denunciou com veemência o que chamou de acordo “terrível”, que “viola” os interesses
dos trabalhadores norte-americanos. "Temos falado muito disso durante muito tempo", disse Trump enquanto assinava a ordem
executiva no Salão Oval da Casa Branca. "O que acabamos de fazer é uma grande coisa para os trabalhadores americanos",
acrescentou.
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Importância geopolítica - nasceu em 2012 e vista como uma forma de a
China, maior importadora e exportadora da região, se opor à influência
que os EUA vinham exercendo ali durante o governo de Barack Obama
que promoveu a TPP. No início do governo Trump (“American first”) os
EUA se retiraram da TPP, o que serviu de estímulo para acelerar as
negociações em direção ao RCEP.
A China, principal fonte de importações e principal destino das
exportações da maioria dos membros do RCEP, parece ser o principal
beneficiário e bem-posicionado para influenciar as regras comerciais e
expandir sua influência na Ásia-Pacífico, algo que Obama queria evitar,
então.
No decorrer dos próximos meses devem ser procuradas as
respostas para duas importantes questões:
Biden mudará alguma coisa?
O Brasil e o Mercosul perderão espaço?
- Guerra de Kosovo
A partir de 1998, os conflitos passaram a se desenrolar na região de Kosovo, habitada predominantemente - cerca de 90% -
por população de origem albanesa. Insatisfeitos com a perda, desde 1989, de parte da autonomia em relação ao poder central
iugoslavo - como o direito ao ensino em língua albanesa e a uma polícia própria -, os albaneses passaram a pleitear sua independência.
Para fazer frente ao crescente movimento separatista armado, liderado pelo Exército de Libertação de Kosovo (ELK), o então
presidente da Iugoslávia Slobodan Milosevic contra-atacou com violência. Alegando combater os separatistas e defender a integridade
do país, promoveu um massacre da população civil de Kosovo. Em 1999, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) negociou
com a Iugoslávia (constituída basicamente pela Sérvia e por Montenegro) o fim do conflito e a volta da autonomia de Kosovo. Diante
da recusa, as tropas da Otan lançaram intenso ataque ao país, sem consultar a ONU ou outro organismo internacional.
A Guerra de Kosovo terminou após 78 dias de bombardeios liderados pelos Estados Unidos. Essa ação, classificada pelo
governo norte-americano como "defesa humanitária', não foi decidida no âmbito do Conselho de Segurança da ONU, constituindo,
portanto, um desrespeito às normas internacionais. Diante da ofensiva e da destruição provocada, Milosevic retirou, ainda em 1999,
as suas tropas de Kosovo.
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A região reconquistou a autonomia', mas não a independência. Uma força de paz da ONU foi enviada para controlar a
animosidade ainda existente entre kosovares e sérvios. Em 2008, o parlamento de Kosovo declarou independência. No entanto, em
2009, o reconhecimento de Kosovo como Estado soberano contava com pouco mais de meia centena de países - entre eles
Montenegro -, sofrendo ainda forte oposição da Rússia, que considerava a declaração unilateral de independência ilegal e imoral. A
formalização da independência de Kosovo ' pela ONU era barrada pelos vetos tanto da Rússia como da China no Conselho de
Segurança.
- Conflitos no Cáucaso
A região montanhosa do Cáucaso, situada
entre o mar Negro e o Cáspio (entre Europa e Ásia),
é, historicamente, um polo de conflitos. Ali convivem
cerca de 50 etnias, com histórias e culturas próprias.
A parte russa do Cáucaso é formada por várias
repúblicas que em muitos casos não possuem
identidade entre si nem com o restante da Federação
Russa. Apesar disso, a Rússia luta para mantê-las
unidas à Federação, pois essa região, próxima ao
Oriente Médio, possui grandes reservas e
plataformas de exploração de petróleo e ocupa
posição estratégica no contexto geopolítico. Além
disso, é através do Daguestão no norte do Cáucaso
que a Rússia tem sua principal ligação com o mar
Cáspio. A importância da região caucasiana também
está relacionada ao controle dos vales férteis.
As origens da disputa
Historicamente, a origem dos conflitos na região fronteiriça de Nagorno-Karabakh remonta ao Império Persa. Sim, muito tempo
atrás. Ao longo da história, a população que ocupa a região, que fica no Cáucaso, entre Ásia e Europa, briga por independência e
autonomia, e os conflitos quase sempre estiveram marcados por questões étnico-religiosas.
No entanto, um bom marco para começar a entender o conflito na idade contemporânea é a Revolução Russa, em 1917.
Poucos anos antes dela, tanto Armênia quanto Azerbaijão eram países jovens, recém- independentes do Império Romano. Mas, a
partir 1923, viram-se anexados pela União Soviética e tornaram-se repúblicas socialistas associadas ao bloco. Sobre a região de
Nagorno-Karabakh, a decisão à época foi anexá-la como uma região autônoma, mas dentro do território Azerbaijão. O problema? A
maioria da população local é de cristãos armênios, que nunca aceitaram bem a anexação ao Azerbaijão (de maioria muçulmana).
Demorou poucas décadas para que um conflito entre separatistas armênios (apoiados pela Armênia) e azeris fosse deflagrado.
De 1988 a 1994, estima-se que 30 mil pessoas morreram na chamada Guerra de Nagorno-Karabakh.
Em meio ao conflito, a União Soviética acabou se dissolvendo e, em 1991, os armênios separatistas do Nagorno-Karabakh
(que é chamado por eles de Artsaque) realizaram um referendo para votar a independência da região, e a maioria esmagadora voto
pelo sim.
Um fato importante, no entanto, é que os azeris que habitam a região optaram por boicotar o referendo. Em janeiro de 1992, a
região autodeclarou-se independente do Azerbaijão, mas nenhum país do mundo reconheceu a independência.
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Ainda assim, naquele momento, as desavenças não haviam ficado tão intensas a ponto de ameaçar uma segunda guerra pelo
controle da região, como parece estar acontecendo desde julho deste ano. No primeiro mês de tensão, o balanço oficial contabilizou
a morte de 17 pessoas, azeris e armênios. As ameaças subiram de petróleo, e o Azerbaijão chegou a dizer que bombardearia a única
central nuclear Armênia. Depois de dois meses de tensões ameaçando sair de controle, o conflito parece ter estourado de vez nesta
última semana de setembro.
. Guerras da Chechênia
A Chechênia foi incorporada ao Império Russo no início do século XIX. Durante o regime soviético, a população,
majoritariamente muçulmana, foi alvo de perseguições. Com o fim da URSS, em 1991, os chechenos constituíram uma República,
separando-se da Inguchétia, declarando sua independência e se recusando a participar da Federação Russa. Os inguches também
formaram sua própria república, mas aderiram à Rússia. Em 1994, a Rússia tentou retomar o controle sobre o Cáucaso e reagiu com
violência aos movimentos separatistas, dando origem à primeira guerra da Chechênia. Conquistou a capital, Grózny, e intensificou
suas ações militares na região. A persistência das ações dos rebeldes forçou a assinatura de um tratado de paz entre chechenos e
russos e adiou para o início deste milênio a definição do futuro político da Chechênia.
No entanto, em 1999, os rebeldes chechenos retomaram os combates, realizando ataques terroristas a Moscou e a outras
cidades russas. Invadiram o Daguestão, com o objetivo declarado de criar um Estado Islâmico independente na região do Cáucaso.
Essas ações armadas deflagraram a segunda guerra da Chechênia, cuja ofensiva militar reduziu a cidade de Grózny a escombros e
dizimou parte expressiva da população civil do país. Os russos assumiram o controle da situação no início do ano 2000, mas os
combates continuaram.
Em 2003, o governo de Moscou fez alianças com alguns líderes chechenos. Utilizou a tática de dividir o movimento rebelde
cooptando parte dos seus integrantes e de sua liderança", constituindo um governo pró-russo e investindo na recuperação da
infraestrutura do país.
Os conflitos na região vitimaram mais de 50 mil pessoas. Segundo informações de diversas organizações internacionais,
ocorreram diversos registros de violação dos direitos humanos na Chechênia. Em 2009, a Chechênia foi declarada zona livre de
terrorismo pelo Comitê Nacional Antiterrorista da Rússia (NKA) e foi determinado o fim da campanha militar.
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A questão basca
Os bascos habitam a região norte da Espanha e sul da França há mais de 5 mil anos. São cerca de 2,5 milhões de pessoas
que possuem identidade, idioma e cultura próprias, constituindo-se numa verdadeira nação no interior desses países.
Na França, a convivência é relativamente pacífica. Porém, na Espanha, durante a ditadura de Francisco Franco os bascos
foram impedidos de se expressar em seu próprio idioma, comemorar suas festas nacionais e manifestar sua cultura. A repressão de
Franco forjou um forte movimento nacionalista e a formação de grupos de resistência política. Alguns desses grupos fazem o uso de
armas e de ações terroristas. Terminado o período da ditadura franquista (1939-1975), os bascos reconquistaram relativa autonomia,
consolidada pela criação da Região Autônoma do País Basco, com sistema de impostos e Parlamento próprios.
No entanto, a organização terrorista Euskadi Ta Azkatasuna (ETA), que significa "Pátria Basca e Liberdade", criada durante a
ditadura de Franco, realiza atentados desde o final dos anos 1960, com o objetivo de pressionar o governo espanhol a reconhecer a
independência total do País Basco.
Hoje, a maioria basca, apesar de almejar a independência e a constituição de um Estado soberano, não apoia o terrorismo,
não só pela aversão a esse método de luta, mas também pela autonomia conquistada e pelo elevado desenvolvimento econômico
que garante boa qualidade de vida à população dessa região do país.
A questão irlandesa
A ilha da Irlanda foi dominada pela Inglaterra no século XII e, desde então, começou a receber grande quantidade de imigrantes
ingleses e escoceses. Em 1800, por decreto da coroa inglesa, a Irlanda passou a pertencer ao Reino Unido, provocando a ira dos
nacionalistas que reagiram organizando a luta pela independência.
Foi no início do século XX, entretanto, que os conflitos entre a Irlanda e o Reino Unido ganharam maiores proporções, com a
criação do Sinn Féin ("Nós Próprios"), partido político representante dos separatistas irlandeses, e do Exército Republicano Irlandês
(IRA), que organizou a luta armada contra o domínio britânico.
Os conflitos obrigaram o Reino Unido a assinar, em 1921, o Tratado Anglo-Irlandês. Pelo tratado, os condados do Sul, com
uma população majoritariamente católica e de origem irlandesa, formaram o Estado Livre da Irlanda; os condados do Norte (Ulster),
de maioria protestante e origem britânica, permaneceram ligados ao Reino Unido. Esse processo de independência encerrou-se
somente em 1937, quando foi constituído o novo país, denominado República do Eire (Irlanda), reconhecido pelo Reino Unido apenas
em 1949. A Irlanda do Norte permaneceu ligada ao Reino Unido.
Na segunda metade do século XX, a ação violenta do IRA intensificou-se na Irlanda do Norte, com a realização de vários
atentados contra autoridades e instituições britânicas. O apoio dado pelos protestantes ao Reino Unido fez o IRA também agir contra
a população civil. A situação agravou-se em 1969, quando o exército inglês passou a intervir no conflito, atacando também de forma
violenta os irlandeses católicos (que apoiavam a independência).
Depois de anos de luta armada e cerca de 3600 mortos, os dois lados do conflito entraram em negociação. Em 1998, assinaram
um acordo de paz que determinou a deposição das armas pelo IRA (que, segundo a Comissão Internacional de Desarmamento, foi
concluída em 2005) e pelos grupos paramilitares protestantes e a libertação de presos políticos.
Em 2007, formou-se um governo de coalizão, reunindo o Partido Unionista Democrático (DUP) e o Sinn Féin, garantindo à
Irlanda do Norte o retorno à autonomia regional. Nesse mesmo ano, o exército britânico encerrou uma intervenção militar de quase
quatro décadas na Irlanda do Norte e instalou um governo compartilhado entre católicos e protestantes.
Questão da Crimeia
As tensões na Crimeia envolvem as transformações políticas na Ucrânia e os interesses de União Europeia, Estados Unidos e
Rússia.
As tensões na Crimeia – província semiautônoma da Ucrânia, localizada em uma península no sul do país – revelam as
relações existentes entre os ucranianos e os russos desde a extinção da União Soviética. A população dessa região, em sua ampla
maioria, utiliza o idioma russo e mantém-se mais vinculada a Moscou do que propriamente a Kiev. Assim, com as recentes
transformações que marcaram a política do país, a província em questão passou a tornar-se palco de extrema instabilidade política.
Os problemas internos da Ucrânia encontraram o seu ápice quando o então presidente Viktor Yanukovich refugou de um acordo
que se comprometera a realizar com a União Europeia, o que ampliaria as relações do país com o bloco vizinho. Essa decisão foi
diretamente influenciada pela Rússia, que não via com bons olhos esse acordo, uma vez que a Ucrânia é um dos seus principais
parceiros comerciais no continente europeu.
- 159 -
Nesse momento, os grupos opositores ao governo constituídos majoritariamente pela população que utiliza o idioma ucraniano
e que habita a porção central e oeste do país iniciaram uma onda de protestos pelas ruas das principais cidades. Os líderes desse
movimento são políticos ligados ao governo anterior a Yanukovich e a partidos e movimentos de direita e de extrema-direita, com
destaque para o Udar (soco), o Svoboda (liberdade) e o Setor Direito.
Diante disso, alguns meses sucederam-se com o agravamento das tensões, em que prédios públicos foram ocupados, as ruas
incendiadas e a repressão aos manifestantes intensificada. Em janeiro de 2014, o então primeiro-ministro Mykola Azarov renunciou
ao cargo e, no mês seguinte, o presidente Yanukovich fugiu para a Rússia após a ocupação da sede do governo pelos grupos
opositores.
As regiões leste e sul, as mais industrializadas e povoadas do país, possuíam uma grande quantidade de habitantes russos,
que obviamente se opuseram aos manifestantes pró-Europa. Nessas regiões, foi a província da Crimeia que conheceu, então, os
níveis maiores de tensão e instabilidade política, principalmente com a atitude do novo governo de revogar uma lei que garantia o
russo como idioma oficial local.
Com isso, grupos militares pró-Rússia assumiram o controle político da província e estabeleceram ali uma zona de resistência ao novo
governo ucraniano, nomeando Sergei Axionov como primeiro-ministro do parlamento local. Sob esse panorama, o presidente da Rússia,
Vladimir Putin, teve aprovado no parlamento de seu país o pedido de envio de tropas para Ucrânia. Com isso, os países da União Europeia,
além dos Estados Unidos, anunciaram o descontentamento com a decisão, iniciando uma política de articulação de um provável bloqueio
econômico e/ou comercial à Rússia.
No entanto, sob a argumentação de que era necessário defender os direitos humanos da população russa na Crimeia, foram
enviadas tropas que rapidamente ocuparam aeroportos e bases militares na província, com alguns poucos focos de resistência. Os
militares ucranianos da região, em sua ampla maioria, aliaram-se a Moscou ou abandonaram a Crimeia. Em resposta, os
estadunidenses e os europeus prometeram agir no sentido de punir a Rússia pela ação realizada, considerada ilegítima pelos governos
ocidentais.
De toda forma, é preciso também salientar que o que motivou a ação militar da Rússia foi o interesse na região da Crimeia,
que foi anexada pela Ucrânia em 1954, quando o então líder soviético Nikita Khrushchev – de origem ucraniana – cedeu-a em caráter
amistoso. Essa península possui uma importância econômica e outra estratégica, configurando-se como importante via de ligação
entre o Mar Negro e o Mar de Arzov, servindo também de entreposto comercial para a Europa, além de ser uma grande produtora de
grãos e alimentos industrializados. Por outro lado, a Europa e os Estados Unidos objetivam diminuir a influência russa na zona formada
pelas ex-repúblicas da antiga União Soviética.
19.4 - Conflitos étnicos na África
A origem dos conflitos étnicos na África está ligada à partilha do continente feita no final do século XIX pelos colonizadores
europeus, que criaram fronteiras "artificiais': Grande parte dessas fronteiras foi mantida após os processos de independência dos
países africanos. São chamadas "artificiais" pelo fato de diversos grupos étnicos, muitas vezes rivais, terem sido aglutinados num
mesmo território colonial, enquanto outros, de uma mesma etnia ou de convivência pacífica, foram separados. Isso gerou inúmeros
conflitos étnicos pela disputa de poder no interior dos novos Estados africanos após sua independência.
Contribuem para a multiplicação dos conflitos na África o baixíssimo nível socioeconômico da maioria dos países, a inexistência
de governos democráticos em muitos deles, as disputas por territórios e pelo controle de recursos minerais - em particular, diamantes
e outras pedras preciosas. Além disso, a disputa política pelo continente na época da Guerra Fria levou os Estados Unidos e a ex-
URSS a darem armas e apoio financeiro a grupos étnicos rivais dentro de um mesmo país, estimulando os conflitos e sustentando
durante décadas governos ditatoriais.
Ruanda
Ruanda, no sudeste do continente africano, foi colônia belga desde o final da Primeira Guerra Mundial até o início da década
de 1960, quando se tornou independente. Durante esse período, os belgas fomentaram a rivalidade entre os dois grupos étnicos que
ocupavam essa região africana - tutsis e hutus - como estratégia para manter o domínio sobre Ruanda. Os tutsis tinham privilégios na
administração belga, tornaram-se funcionários públicos, membros do exército colonial e conquistaram inclusive cargos importantes.
Em 1962, após a conquista da independência, sob a liderança dos hutus, os tutsis passaram a ser perseguidos. Exilados nos países
vizinhos, formaram a Frente Patriótica Ruandesa (FPR), retomando a Ruanda em 1990 e dando início a uma guerra civil que arrasou o país
e produziu mais de 800 mil mortes e cerca de 2 milhões de refugiados.
Em abril de 1994, o presidente Juvenal Habyarimana, de etnia hutu, morreu num acidente aéreo. Habyarimana retomava da
Tanzânia, onde realizou uma negociação de paz com os rebeldes tutsis da FPR, que controlavam uma parte do norte de Ruanda. A
explosão do avião sobre a capital Kigali desencadeou a fase mais violenta e dramática da guerra civil ruandesa. As principais vítimas
foram os tutsis, incluindo mulheres e crianças, mortas a facões, foices e pauladas.
Em 1995, nova investida da FPR (tutsi) tomou Kigali e apoiou a presidência de um hutu (Pasteur Bizimungu), que se opunha
ao massacre no país e realizou uma política de reconciliação entre as duas etnias. Mas os conflitos entre tutsis e hutus ultrapassaram
as fronteiras de Ruanda, chegando aos campos de refugiados na República Democrática do Congo (antigo Zaire), no Burundi e na
Tanzânia.
Em 2000, Paul Kagame tornou-se o primeiro tutsi a assumir a presidência do país. No entanto, os problemas entre os dois
grupos étnicos, amenizados neste início de século, estão longe da solução definitiva, dada a violência da guerra. Ruanda sofre, ainda,
pressões dos países vizinhos, principalmente da República Democrática do Congo, para que faça o repatriamento dos refugiados.
Darfur
Darfur é uma região situada a oeste do país mais extenso da África, o Sudão. A terça parte da população é de origem árabe e s e
dedica principalmente ao pastoreio nômade. Os não árabes, como os grupos Massalit, os Zaghawa e os Fur, são sobretudo agricultores. O
fato de os dois grupos terem a terra como base de suas economias provocou vários conflitos sobre o direito ao uso da terra.
No entanto, os problemas são mais amplos. Há décadas, a região de Darfur tem sido abandonada à própria sorte pelo governo
sudanês, que negligenciou os investimentos sociais e econômicos essenciais nessa região semiárida. As poucas intervenções
positivas do Estado em Darfur privilegiaram os árabes em detrimento dos outros grupos, contribuindo para agravar a hostilidade étnica
já existente. A população não árabe de Darfur tem um forte sentimento de oposição ao governo, o que estimula a luta pela autonomia
e pelo fim da discriminação.
Em 2002, rebeldes da aldeia Fur em aliança com os Zaghawa formaram o Exército Popular de Libertação do Sudão (SPLA).
Armados e supostamente apoiados pelo vizinho Chade, eles atacaram instalações do governo em 2003. A retaliação foi imediata e
brutal. O governo, apoiado pela milícia árabe Janjaweed, promoveu um massacre cujo saldo atingiu mais de 300 mil mortes e mais
de 2 milhões de refugiados, em apenas 5 anos de conflito.
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Desde 2004, governo, rebeldes e organizações internacionais como a União Africana (UA) tentam estabelecer um cessar-fogo.
No entanto, apesar dos esforços da Missão da União Africana no Sudão (Amis), criada pela União Africana, das organizações
humanitárias e das ONGs para estabelecer a paz, todos os acordos assinados entre as partes foram violados por ambos os lados do
conflito.
O presidente Omar al Bashir, no poder desde 1989, após golpe militar, é considerado o grande responsável pelos massacres
e por omissão à situação dramática de Darfur. Em 2009, teve a prisão decretada pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes
de guerra em Darfur. Bashir se tornou o primeiro presidente, no cargo, a ser indiciado por um tribunal internacional.
Índia
A tensão entre hindus (82% da população da
índia) e muçulmanos (12%) iniciou-se com a chegada
dos árabes à região, no século VII, responsáveis pela
difusão do islamismo no país. Essa religião conquistou
muitos adeptos nas camadas mais pobres da sociedade
na Índia, que viam nela um caminho para se desvencilhar
do sistema de castas da religião hindu (hinduísmo), que
estrutura a sociedade indiana.
A região da Caxemira, situada entre o norte da
índia, o nordeste do Paquistão e o sudoeste da China
ocupa um extenso vale fértil, habitado principalmente
pela população muçulmana. Além da localização
estratégica, junto à fronteira da China, o controle da
Caxemira significa dispor das águas do curso médio do
rio Indo. A maior parte da região está sob domínio da
Índia, mas os paquistaneses e a guerrilha muçulmana
separatista querem anexá-la integralmente ao
Paquistão.
Desde 1947, quando esses dois países conquistaram a independência da Inglaterra, já ocorreram algumas guerras envolvendo
a disputa pela Caxemira. Essa disputa territorial tem preocupado o mundo, pois tanto o Paquistão quanto a Índia possuem armas
nucleares.
Na região do Punjab, norte da Índia, conflitos étnico-religiosos violentos têm marcado a história do país nas últimas décadas.
O conflito opõe os sikhs, minoria étnica, seguidora de uma seita própria que difunde elementos do islamismo e hinduísmo, aos hindus.
Os sikhs lutam pela independência e pela formação do Estado do Kalistan, idealizado pelos separatistas. A perseguição aos sikhs
intensificou-se em 1984, após a morte da primeira-ministra indiana Indira Gandhi, assassinada por membros de sua guarda pessoal
e adeptos da seita sikh. Um mês antes, Indira Gandhi havia ordenado a invasão do Templo Dourado de Amritsar -local sagrado para
os sikhs, onde se reunia a cúpula do movimento separatista.
Além da repressão aos sikhs, grupos nacionalistas ligados ao Partido Bharatiya [anata (BJP), que defendem a supremacia
hindu, têm promovido massacres de muçulmanos e cristãos em outras regiões do país. Vários missionários cristãos foram alvos de
atentados, principalmente em Goa, colonizada pelos portugueses.
China
Tibet
O Tibet é uma vasta região situada a sudoeste do território da China. Apesar de ter constituído um Estado independente entre
1911 e 1950, a China alega que o Tibet faz parte do seu território desde o século XIII. Os tibetanos afirmam que o domínio chinês na
região não foi constante nem contínuo.
No ano posterior à Revolução Socialista de 1949, o Tibet foi novamente anexado pela China Popular. Antes institucionalizado
como Estado teocrático, o Tibet, sob o domínio chinês, passou por grandes transformações, como a supressão do poder da
aristocracia religiosa e civil, a abolição da servidão rural e da escravidão doméstica e a redistribuição de terras. Além disso, o planalto
tibetano e a cidade de Lhasa, capital dessa província autônoma, receberam um grande contingente de migrantes chineses de origem
han.
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A reação diante da anexação, durante a década de 1950, colocou em confronto as forças de ocupação e parte da população
tibetana separatista, organizada no Exército de Defesa da Religião, que atacou a todos que apoiavam a incorporação do Tibet à China
Popular. No entanto, essa reação foi esmagada pelo exército vermelho de Mao-Tse-Tung. O líder espiritual do Tibet, o Dalai Lama,
exilou-se, em 1959, na cidade indiana de Dharamsala, onde vive até hoje.
Em 1989, uma onda de movimentos pela democratização do regime chinês foi acompanhada por uma nova revolta separatista
de monges budistas e de civis. O governo chinês, além de impor a lei marcial, restringiu a relativa autonomia religiosa e cultural ainda
presente no Tibet.
Em 2008, novas manifestações levaram monges e jovens separatistas às ruas em Lhasa, Drepung, Sera, Gansu e Gamden,
locais onde se situam importantes monastérios. Apesar da recomendação do Dalai Lama para que empregassem uma estratégia de
luta apoiada na não violência e centrassem suas reivindicações na autonomia, os rebeldes tibetanos insistiram em sinalizar sua luta
pela independência com ataques a cidadãos civis de origem chinesa e a autoridades alinhadas com o governo de Pequim. Mais uma
vez, o Estado chinês reprimiu os manifestantes com violência. Na ocasião, a atenção mundial estava focada na China, em função da
Olimpíada ali realizada, fato que ampliou negativamente a repercussão dos acontecimentos e da repressão ocorridos nessa região
autônoma.
Xinjiang
A província autônoma de Xinjiang está situada ao norte do Tibet e a noroeste do território chinês. Ocupada originalmente por
muçulmanos da etnia uigure, foi anexada pela China no século XIX, e hoje corresponde a 15% do seu território. A terra dos uigures
passou a ter importância econômica estratégica com a descoberta de grandes reservas de petróleo, correspondendo à terça parte
das reservas existentes em toda a China.
O partido comunista utilizou em Xinjiang a mesma política de ocupação empregada no Tibet: estimulou a migração de colonos
chineses para que estes suplantassem numericamente os uigures. Em 1949, a etnia han representava apenas 6% do total dos
tibetanos. Em 2009, os chineses dessa etnia representavam 40% da população, proporcionalmente pouco menos da metade da
população uigure. Em Urumqi, capital da província, a população majoritária é han.
O objetivo dessa política migratória foi assegurar o controle do território e inibir qualquer iniciativa separatista, pois os uigures
são mais ligados cultural e etnicamente à Ásia Central do que à China. No entanto, o movimento separatista ganhou força após a
independência das ex-repúblicas soviéticas em 1990, situadas em sua fronteira: o Casaquistão, o Tajiquistão e o Quirguistão. Na
última década, o movimento separatista promoveu uma série de ataques às tropas de ocupação chinesas, aos serviços públicos e à
população civil han.
As ações do governo chinês em relação à população uigure são responsáveis pelo recrudescimento dos conflitos étnicos locais
e pelo crescimento dos adeptos do separatismo. Dentre as mais desaprovadas estão a discriminação contra os habitantes originais,
os privilégios dos han nos empregos públicos e o boicote às práticas culturais e religiosas da população uigure.
A questão curda
Os curdos, cuja população se encontra distribuída por seis países, constituem a maior nação do
mundo sem Estado, somando mais de 23 milhões de pessoas, das quais 14 milhões vivem na Turquia.
Os curdos têm raízes muito remotas no Oriente Médio, na antiga Mesopotâmia. Apesar de serem um povo islâmico, mantêm
suas próprias tradições e costumes e habitaram a região do Curdistão há mais de 2600 anos. O movimento separatista curdo sofreu
e sofre repressão no Iraque e na Turquia.
O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein (1937-2006) ordenou a matança de milhares de curdos e autorizou, nesse massacre,
o uso de armas químicas, após a guerra do Golfo de 1991. Na guerra dos Estados Unidos contra o Iraque, os curdos colaboraram
com a coalizão na luta contra as tropas iraquianas e conquistaram relativa autonomia nas terras que ocupam, situadas ao norte do
Iraque.
Na Turquia, o ensino da língua curda nas escolas é proibido, assim como a comemoração de suas datas nacionais. A luta pela
formação de um Curdistão independente sempre foi duramente reprimida pelos sucessivos governos turcos. Por outro lado, grupos
guerrilheiros ligados ao Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK) promoveram uma série de atentados com o objetivo de desestabilizar
o governo e conquistar a independência.
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19.5.1 - Conflitos no Oriente Médio
O domínio que o Império Turco-Otomano exercia sobre boa parte do Oriente Médio, o qual prevaleceu até a Primeira Guerra
Mundial, foi praticamente substituído pela ocupação inglesa e francesa, que se prolongou até a década de 1940. Durante esse último
período, ocorreu um processo de grande fragmentação territorial dessa região. Após essa década, os ingleses e franceses foram afastados
do Oriente Médio, consolidando o processo de independência de vários países e favorecendo a criação do Estado de Israel, em 1948.
A independência desses países não significou o fim dos conflitos na região. Ao contrário, após a Segunda Guerra Mundial, o
Oriente Médio transformou-se no principal foco de tensão mundial em função da criação do Estado de Israel; dos interesses
econômicos e estratégicos das grandes potências pelo controle das jazidas de petróleo; das disputas internas pelo poder numa região
marcada por regimes autoritários; dos conflitos religiosos; e das más condições de vida da maioria da população.
A herança da Guerra Fria é outro importante fator de instabilidade e de intensificação dos conflitos. Durante esse período, os
Estados Unidos e a URSS armaram exércitos e grupos de oposição, fortalecendo ditaduras e grupos terroristas. Atualmente, parcela
significativa das vendas de armamentos dos Estados Unidos destina-se a países do Oriente Médio.
A questão palestina
Nos conflitos ocorridos após a criação do Estado de Israel, os palestinos foram bastante prejudicados. Na partilha estabelecida
pela ONU, eles ficaram com 43% das terras da região. Após a Primeira Guerra Árabe- Israelense, transformaram-se em uma nação
sem território.
As guerras envolvendo árabes e israelenses expulsaram milhares de palestinos de suas terras, que se refugiaram em
acampamentos no Líbano, na Síria, no Egito e na Jordânia,
Desorganizados, espalhados por diversos países e enfraquecidos militarmente, os palestinos criaram várias organizações terroristas
para lutar contra o Estado de Israel, entre elas a AI Fatah, em 1959, e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), em 1964.
No final da década de 1960, a OLP foi reconhecida pela ONU como única e legítima organização representante dos interesses
do povo palestino. Em 1969, Yasser Arafat, palestino nascido no Egito, assumiu a presidência da organização. Até 1987, Arafat
utilizava métodos extremistas - atos de terrorismo - para alcançar seus objetivos. Em 14 de dezembro de 1988, o líder da OLP
apresentou um plano de paz na Assembleia Geral da ONU, no qual reconhecia o Estado de Israel.
Esse acontecimento marcou o início de uma nova fase para a OLP, que conquistou mais espaço no campo diplomático,
passando a negociar com os Estados Unidos e, posteriormente, com Israel. No dia 13 de setembro de 1993, após dois meses de
negociações secretas mediadas pelo governo da Noruega, Arafat e o primeiro- ministro israelense, Yitzak Rabin, assinaram um acordo
de paz na Casa Branca, Estados Unidos, que ficou conhecido como Acordo de Oslo.
Por esse acordo, a faixa de Gaza e parte da Cisjordânia - incorporadas por Israel, em 1967, na Guerra dos Seis Dias - foram
devolvidas aos palestinos e se tornaram regiões autônomas. Foi criada, também, a Autoridade Nacional Palestina (ANP), entidade
liderada por Arafat, com sede em Ramallah, na Cisjordânia. A ANP passou a ser a representação legal dos palestinos e responsável
pela administração dos seus territórios. Em setembro de 1995, um novo acordo estendeu a autonomia a outras 456 cidades da
Cisjordânia.
- 163 -
Retomada e intensificação dos conflitos
No final da década de 1990, as negociações entre Israel e a ANP tornaram-se extremamente difíceis. Em 2000, Ariel Sharon,
que no ano seguinte seria escolhido primeiro-ministro de Israel, visitou a Esplanada das Mesquitas (local mais sagrado para os
muçulmanos em Jerusalém), provocando a segunda Intifada.
A partir desse acontecimento, instaurou-se uma espiral de violência: de um lado, atentados suicidas fomentados por grupos
radicais palestinos" contra israelenses; de outro, retaliações a essas agressões, com ações militares promovidas pelo exército
israelense. Israel colocou o exército dentro do território da ANP e passou a retaliar todos os suspeitos de integrar grupos terroristas,
promovendo, ao mesmo tempo, ataques à população civil palestina.
- 164 -
As metas previstas pelo Mapa do Caminho não tiveram o encaminhamento esperado devido à forte oposição de grupos radicais
(judeus e palestinos) e dos obstáculos impostos pelos Estados Unidos e pelo governo israelense, que alegavam que Yasser Arafat
era um interlocutor pouco confiável e pouco empenhado em controlar as ações de grupos terroristas.
Com a morte de Arafat em 2004, a ANP passou a ser presidida por Mahmoud Abbas, conhecido por Abbu Mazen, eleito num
processo livre e democrático, no início de 2005. As ações de Abbas foram pautadas pelas negociações com o governo de Israel e
com os grupos radicais palestinos com o objetivo de retomar e avançar as questões traçadas pelo Mapa do Caminho. Essas
negociações levaram à retirada dos assentamentos judaicos da faixa de Gaza e de uma pequena parte da Cisjordânia.
Apesar disso, o governo de Israel insistiu em dar continuidade à construção de um muro que
separa Israel da parte da Cisjordânia controlada pelos palestinos. Iniciada em 2002, a imensa muralha tem postos de vigilância de
entrada e saída. Uma extensa região (dentro e fora do muro) controlada pelo exército israelense, chamada zona tampão, isola a
comunidade palestina em seu próprio território. Além disso, o muro incorpora terras palestinas (negociadas pelo Acordo de Oslo) ao
território israelense.
O muro inviabiliza a demarcação das fronteiras acertadas pelo Mapa do Caminho: confisca cerca de 50% das terras situadas
na Cisjordânia e anexa a Israel os assentamentos judaicos construídos nos territórios ocupados. Além disso, Israel incorporou todo o
vale do rio Jordão, a única fonte de abastecimento de água da região (situado na zona tampão, junto à fronteira com a Jordânia e
controlada por Israel).
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O sionismo mobilizou em primeiro lugar jovens judeus já secularizados, muitos influenciados pelo socialismo, que almejavam ocupar - através de
kibutz e outras instituições de inspiração esquerdista - uma terra pensada como vazia. Em paralelo, estadistas sionistas tentavam, pela via diplomática, obter
apoio internacional à causa de um "lar nacional judeu" na Palestina, o que só foi alcançado após uma geração de esforços, com a Dec laração Balfour (do
ministro do Exterior britânico, Arthur J. Balfour, em nome do rei George V, em novembro de 19l7), que preparou o terreno para o mandato britânico sobre um
canto negligenciado do Império Otomano, a Palestina, concedido em 1920 pela então Liga das Nações.
As colônias sionistas que se instalaram na Palestina constituiriam o substrato do futuro Estado judeu, e os árab es deslocados das terras que os
sionistas compraram formariam o núcleo da futura resistência palestina. A proteção imperial oferecida pelo governo britânico (por motivos que misturavam
sentimentos protestantes bíblicos com interesses estratégicos imperiais) garantiria a presença de uma ínfima minoria sionista contra uma (de início) esmagadora
maioria árabe ali nascida. Essa população logo quis sua independência, recusando ser minoria e ter sua terra transformada em "lar nacional" de outra população
cuja vitimização ela via como um problema europeu.
DEMANT, Peter. Ciência Hoje. v. 30, n. 177. Rio de Janeiro. SBPC, novo 2001. p. 23-24.
Israel, então, revidou, com pesados ataques à Faixa de Gaza. entre os alvos, a estrutura militar do Hamas e os líderes do
grupo palestino. A violência aumentou gradativamente e, no fim de semana, teve seu dia mais sangrento, com 44 mortes. Um prédio
que abrigava escritórios da Associated Press e da rede de TV Al-Jazeera foi derrubado após um bombardeio.
Diferentemente de outras crises entre israelenses e palestinos, a atual foi marcada pela tensão em comunidades do país onde
árabes e israelenses conviviam em relativa tranquilidade. Saques linchamentos e ataques com armas brancas tornaram-se comuns,
principalmente em Lod, antes considerada um exemplo de civilidade entre os dois povos.
O impacto político
Com o cessar-fogo, que ainda não está definido a duração, os dois lados fazem cálculos políticos, como explicou o colunista
Lourival Sant'Anna, e este artigo da Revista Economist. O Hamas conseguiu recuperar parte da credibilidade que havia perdido após
anos comandando o enclave. Em Israel, Netanyahu conseguiu mais uma sobrevida política após ter tido sua chance de formar uma
coalizão reduzida a zero.
Conflito entre Israel e palestinos: 'Conflito foi ignorado pelo mundo', diz historiador
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-57131385 15 mai 2021
Após alguns anos de relativa calma, Jerusalém Oriental mais uma vez se tornou o foco das tensões entre israelenses e
palestinos.
O que começou com motins contra os planos de despejo de famílias palestinas pelo exército israelense assumiu a forma de
confrontos violentos que se multiplicaram em Gaza e em várias cidades israelenses. Até a tarde deste sábado (15/05), cerca de 145
palestinos e 9 israelenses morreram no conflito.
A ONU alertou que os acontecimentos podem levar a "uma guerra em grande escala".
Em entrevista à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, o historiador francês Vincent Lemire afirmou que também
pensa dessa forma.
Especialista em Oriente Médio, especificamente em Jerusalém, ele garante que a cidade vive um momento de violência que
não era visto desde a segunda intifada, quando, no início do século, os palestinos se insurgiram contra a política de ocupação territorial
empreendida por Israel.
Naquela época, e na verdade por muito tempo, Jerusalém era um assunto delicado para ambos os povos.
Para Israel, a cidade inteira é sua capital e isso é inegociável, enquanto os palestinos querem fazer de Jerusalém Oriental a
capital da nação que aspiram ter um dia.
No entanto, a cidade mudou muito demograficamente e isso teve um impacto no conflito israelense-palestino.
Vincent Lemire é autor do livro Jerusalém, Histoire d'une ville-monde (Jerusalém, história de uma cidade-mundo, sem edição
no Brasil). Falando diretamente da cidade, ele analisa os motivos que levaram o local ao posto de centro de um conflito que parece
não ter solução.
Segundo o historiador Vincent Lemire, o mundo optou por ignorar o conflito israelense-palestino, ao invés de tentar encontrar
uma solução.
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Leia a entrevista abaixo.
BBC - Como você descreve a atual escalada da violência em Jerusalém?
Vincent Lemire - Em termos de intensidade, não víamos esse nível de violência desde a última guerra em Gaza, em 2014. E em
termos de agitação urbana, isso não acontecia desde a segunda intifada, no início dos anos 2000.
Esta crise intensa começou no Sheikh Jarrah (bairro palestino em Jerusalém Oriental) e na Esplanada das Mesquitas, após uma
mobilização organizada por jovens palestinos tentando repelir os agentes de segurança israelenses na Cidade Velha na segunda-
feira.
Mas às 18h, a crise mudou completamente quando o Hamas disparou uma enxurrada de mísseis e Israel respondeu.
De um lado temos Jerusalém, que está sob uma mobilização sem precedentes e surpreendente, do outro temos Gaza, e depois temos
as cidades mistas, onde há muitos israelenses e palestinos. Há revoltas em grande escala e confrontos em comunidades.
Isso não era visto desde a segunda intifada.
BBC - Quais são os problemas atuais em Jerusalém Oriental e por que a região se tornou novamente o epicentro do conflito?
Lemire - Jerusalém representa o retorno dos reprimidos. Estava um pouco fora da mesa de negociações do processo de paz de Oslo
(série de acordos assinados entre Israel e a Palestina, nos anos 1990), porque era muito complicado e pensava-se que não tinha
solução.
ara o especialista Vicent Lemire, um nível tão alto de violência não era visto desde 2014 na região
Em Oslo, falava-se principalmente de refugiados, colônias, fronteiras etc.
Agora que o processo de Oslo acabou, que esse parêntese oficialmente chegou ao fim, Jerusalém volta ao centro do conflito e recupera
essa posição central, como o coração do nacionalismo palestino e também da identidade judaica.
BBC - Governos em todo o mundo pedem moderação a ambos os lados. O que mais eles podem fazer? E, em sua opinião, o
que a comunidade internacional fez de certo e de errado?
Lemire - Não sou o único que pensa que a pressão internacional não funciona. Ela só tem impacto sobre o governo israelense, seus
governos de direita e a opinião pública israelense.
Prova disso é o que aconteceu na segunda-feira.
Após pressões da ONU, da Europa, mas principalmente dos Estados Unidos, que retomou uma posição clássica, a mesma do governo
Donald Trump, o governo israelense deu sinais de que queria uma desaceleração.
Entre eles estava o da Suprema Corte que teve de decidir sobre a expulsão de famílias palestinas de Sheikh Jarrah, a proibição de ir
à Esplanada das Mesquitas para judeus israelenses, etc.
Sabemos que o Catar tem um poder significativo e todos precisam que ele sirva como intermediário entre o Hamas e o governo
israelense quando houver um cessar-fogo.
O atual conflito israelense-palestino é um retorno ao que está reprimido na agenda diplomática mundial: a situação foi ignorada pelo
mundo.
A era Trump desfocou os olhos dos observadores, que acabaram acreditando que o conflito israelense-palestino poderia terminar sem
ser resolvido.
Até que o conflito seja resolvido, ele continuará a ressurgir periodicamente, de maneiras diferentes e inesperadamente.
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BBC - Ainda existe algum desejo das partes de solucionar esse problema com dois Estados?
Lemire - A solução de dois estados nacionais (um israelense e outro palestino) morreu há muito tempo, especialmente com os 650
mil colonos israelenses assentados na Cisjordânia.
Mas, acima de tudo, ele morreu no espírito dos jovens palestinos. Não está em sua agenda nem eles pensam sobre isso.
Eles lutam por seus direitos, por seus espaços públicos, suas condições de vida e uma forma de igualdade com seus vizinhos
israelenses.
E o mesmo vale para os árabes que vivem em Israel.
Do lado israelense, verifica-se que, devido ao surgimento da direita e da extrema direita, grande parte do corpo político e do cidadão
comum defendem a anexação total e completa de grande parte da Cisjordânia.
De certa forma, já existe um estado binacional. Em todo aquele território há um único exército em ação, uma moeda, o shekel, e uma
única fronteira, a israelense.
O estado binacional israelense-palestino já existe, mas é um estado onde coexistem indivíduos que não têm os mesmos direitos.
A solução dos dois estados está se distanciando cada vez mais e quase ninguém fala mais sobre isso.
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19.6 - A Primavera Árabe
Onda de protestos iniciados em dezembro na Tunísia que:
- em duas semanas levaram à queda do ditador Zine al-Abidjne Ben Ali, a 24 anos no poder;
- na metade de fevereiro derrubaram o governo do Egito, onde Hosni Mubarak encontrava-se a 30 anos no poder; e
- acabaram por provocar uma onda revolucionária que espalhou-se pelo Mundo Árabe, do Norte da África ao Oriente Médio, atingindo
países que, durante décadas, viveram sob ditaduras – muitas das quais apoiadas pelo Ocidente, embora acusadas de violações
constantes dos direitos humanos e de impor severas restrições da liberdade de expressão. Além disso, as populações desses países
têm convivido com altos índices de desemprego e pobreza, apesar de as elites dirigentes acumularem fortunas.
Como começou?
Quando Mohamed Bouazizi colocou fogo em si mesmo, no dia 17 de dezembro de 2010, na pequena cidade de Sidi Bouzid
como um ato de desespero depois de ter suas mercadorias confiscadas pelas autoridades policiais da Tunísia, ele não teria como
imaginar o que se seguiria. O ato do jovem vendedor de rua serviu de gatilho para a Primavera Árabe.
As origens do movimento
A ebulição atual dos países árabes tem raízes numa grande frustração histórica.
No pós-II Guerra Mundial formulou-se a utopia do renascimento de uma nação árabe que, unificada, e livre da dominação
estrangeira, seria capaz de construir uma modernidade própria, alternativa às propostas colonial-liberais: estado laico,
desenvolvimento econômico, justiça social e soberania nacional.
Maior expressão dessa esperança - a revolução egípcia, liderada por Gamal Abdel Nasser, em 1952.
A Carta Nacional divulgada por Gamal Abdel Nasser em 1962 definia a doutrina do pan-arabismo, que deveria destruir as
fronteiras interestatais criadas pelas potências europeias e propiciar a "restauração da ordem natural de uma única nação". O Egito
de Nasser figuraria assim como uma entidade transitória: o instrumento para a edificação da "nação árabe".
Em 1969, o jovem Kadafi, formado na academia militar nos anos áureos do nasserismo, liderou o golpe antimonárquico para
inscrever a Líbia na moldura da revolução anunciada pelo Egito.
Nasser morreu em 1970, mas o nasserismo prosseguiu, sob Anwar Sadat, ainda por alguns anos e uma nova guerra árabe-
israelense.
A primeira morte do nasserismo se deu pela ruptura do Egito com a URSS e o subsequente tratado de paz com Israel.
Na década seguinte, enquanto no Egito a herança doutrinária de Nasser se dissolvia num antissemitismo caricato, a Líbia de
Kadafi, o "cachorro louco", proclamava guerra ao "imperialismo" e organizava atos de terror contra interesses ocidentais ao redor do
mundo. Agora, quando o tirano desaba, fecha-se de vez o ciclo inaugurado pela revolução pan-arabista.
O fim de Kadafi assinala a desmoralização das tiranias personalistas que derivam de sistemas de partido único e acabam por
lhes tomar o lugar. O modelo do regime de partido-Estado ancora-se no conceito de que o partido dirigente coagula uma verdade
histórica superior. No mundo árabe, os regimes de partido único apresentavam-se como condutores de uma caravana que avançava
rumo ao oásis da unidade pan-árabe. Invariavelmente, o modelo evoluía para ditaduras pessoais: Joseph Stalin, Mao Tsé-tung, Fidel
Castro, Gamal Abdel Nasser, Hafez Al-Assad, Saddam Hussein.
A ditadura nasserista no Egito, como as ditaduras baathistas implantadas na Síria, em 1963, e no Iraque, em 1968, reclamavam
uma legitimidade derivada da luta contra o imperialismo ocidental e sua suposta cabeça de ponte no mundo árabe, o Estado de Israel.
A supressão dos partidos de oposição, a repressão à dissidência interna, a interdição do debate político era justificada pelo imperativo
da unidade árabe.
As liberdades, no contexto dos nacionalismos emergentes, foram, porém, subestimadas, quando não, desprezadas. Era
preciso, argumentava-se, um movimento único, um partido só, uma única liderança, sem fraturas, para poder enfrentar com êxito os
inimigos externos. Os resultados, quase meio século depois, não poderiam ser mais decepcionantes.
Em vez da nação árabe unificada, um processo de fragmentação autofágico. No lugar das utopias nacionalistas, ditaduras
apoiadas nas forças armadas.
Nesta perspectiva, a onda atual é a cobrança de uma enorme dívida que se acumulou. Dívida social, expressa nas
reivindicações econômicas. Moral e nacional, na denúncia da corrupção e da submissão em relação às grandes potências. Mas
também dívida política, e eis aí um notável dado novo: as liberdades democráticas adquirem agora importância singular.
A nova revolução árabe não segue estandartes antiocidentais. O seu objetivo é a liberdade, a instituição do império da lei, o
fim da corrupção governamental e a redução das dificuldades econômicas, não a utopia geopolítica da "nação única".
A surpresa do Ocidente
De um lado, fortes preconceitos e de outro grandes interesses. Ou seja, tínhamos uma combinação complexa de fatores
que impediam o Ocidente de "ler" a realidade.
Os preconceitos
Os cientistas e acadêmicos ocidentais, seguidos apressadamente pela mídia, sempre declararam a inexistência de uma
"opinião pública" no Mundo Árabe. Mesmo no Egito, onde uma poderosa elite e uma importante classe média bem-educada, muitos
falantes de inglês, possuem raízes profundas, era negada qualquer possibilidade de existência de uma "sociedade civil". O mesmo se
aplicaria ao caso da Tunísia e da Líbia e demais países árabes. Os últimos acontecimentos no Egito, bem como com a eclosão da
revolta na Líbia, colocam por terra algumas teses tradicionais das ciências políticas e da percepção política e social do Mundo Árabe
pela opinião pública ocidental.
A tese, velha da Guerra Fria, sobre a pretensa "excepcionalidade árabe", da sua incapacidade para a democracia e, portanto,
a aceitação quase acrítica, pelo Ocidente, de todo tipo de ditadura pós-colonial (claro, sendo pró-ocidental) decorreu largamente dos
fortes sentimentos pós-coloniais sobre a incapacidade dos povos de passado colonial em organizarem-se de forma aberta, pacífica e
democrática. Assim, explicar-se-ia a ausência de democracia no Mundo Árabe em razão da ausência de uma sociedade civil
organizada e autônoma.
Claro, que o olhar dirigido pelo Ocidente ao Mundo Árabe era (e ainda é) baseado na sua própria história, nas experiências
vividas nas margens do Atlântico Norte, tais como a Revolução Americana (1776) e a Revolução Francesa (1789). Em face do fato de
que a história do Egito (bem como da Índia ou da China) não possuírem, pretensamente, experiências similares, concluía-se pela
impossibilidade da democracia ser implantada nos antigos países "coloniais". Assim, o Egito (e os demais países não-europeus) estaria
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condenado a viver regimes autoritários, a única forma de garantir a ordem e o progresso em face de massas atrasadas e, normalmente,
fanatizadas pelo Islã ou outra religião não cristã. Para os interesses ocidentais os regimes autoritários sendo "modernos" seriam
preferíveis a ascensão de regimes populares fanatizados. O próprio conceito de "opinião pública" foi, para os analistas ocidentais como
ressaltamos acima -, substituído pela ideia de "rua árabe". Apenas a rua, as praças e o bazar seriam locais de reunião e de troca de
opinião, em substituição precária e esporádica da noção ocidental de "opinião pública", incapaz de se constituir em virtude da pretensa
inexistência de uma "sociedade civil" árabe.
Um outro preconceito, aceito sem debates no Ocidente, é a certeza de que os movimentos sociais no Mundo Árabe, quando
movimentos de massa, são sempre islâmicos radicais. O que vemos hoje apesar do claro processo de re-islamização das sociedades
árabes pós-coloniais é uma explosão de ideais e projetos de futuro, em busca de uma vida melhor, adequando islamismo e bem-estar
social. A "onda islamizante", dominante entre os anos 80 e 90 do século XX, já passou. Os jovens que protestam no Cairo são irmãos,
daqueles que protestam em Teerã contra a ditadura dos aiatolás. Embora tenhamos assistido durante os anos de 1970 e de 1980 um
forte movimento de re-islamização das sociedades árabes, incluindo aí o Egito, a ideia de um Islã político de militante perdeu força e
a maioria da população prefere abandonar o integrismo dos anos iniciais dos movimentos de cunho salafita, wahabita ou mesmo da
Irmandade Muçulmana por uma distinção clara entre religião e política. Na Praça Tahrir, em Túnis ou Bengazi não se viam cartazes
ou slogans pedindo o estabelecimento da Shari´a, a extinção de Israel ou de ódio aos Estados Unidos. As palavras de ordem e as
exigências foram todas em duas direções: de um lado a liberdade política e participação e, de outro, a crítica às condições sociais e a
corrupção. Neste sentido os protestos em Túnis, Cairo, Bengazi ou Sanaa são extremamente modernos e em nada diferem dos
protestos que derrubaram as ditaduras europeias nos anos de 1970 ou as ditaduras latino-americanas na década seguinte,
inaugurando sistemas políticos modernos nestas regiões. As repetitivas falas de líderes como Kadafi de que o movimento popular de
revolta é conduzido ou manipulado pelos fundamentalistas ou mesmo pela Al-Qaeda é apenas uma forma de assustar o Ocidente e
as camadas sociais mais progressistas árabes para que se conformem com as brutais ditaduras existentes. Mesmo a Irmandade
Muçulmana, no Egito, levou vários dias para manifestar seu apoio aos revoltosos, com a mesma preocupação dos setores
conservadores da "ulemá" (o clero), posto que revolta afastaria, ainda mais, a "umma" - o conjunto dos fiéis - do ideal do Estado
islâmico regido pela Shari´a. A geração islamita radical não está no Cairo e sim em Kandahar, no Afeganistão.
Os interesses
Os Estados Unidos mantiveram até a vigésima quinta hora sua portentosa ajuda militar a Hosni Mubarak (Egito) e mesmo no
limite de tolerável sustentaram uma "transição com Mubarak", como modelo de democratização local. A França, ex-potência colonial
na Tunísia (domínio francês entre 1881 e 1956), manteve até o final o apoio ao ditador Ben Ali, a ministra da defesa francesa não só
passou férias no país enquanto a ditadura começava a repressão, como ainda ofereceu ajuda "antimotins" e acabou comprando uma
casa de veraneio de uma empresa do ditador Ben Ali (no poder em Túnis desde 1987). A Itália, por sua vez, mantinha fortes interesses
representados por um convênio da empresa ENI no petróleo líbio.
A questão da migração
O controle de imigração para a Europa, em especial para a Itália (líbios, tunisianos), França e Bélgica (tunisianos) Grécia
(egípcios e tunisianos) e Inglaterra (egípcios e líbios) é uma das preocupações maiores da União Europeia. A possibilidade de vagas
de imigrantes pobres do Maghreb – bem ao contrário dos ricos membros da cleptocracia tunisiana e egípcia assíduos em Roma, Paris,
Londres e nas praias espanholas – seria uma tragédia para a União Europeia, colocando em risco o chamado Espaço de Schengen,
instituto que garantiria a livre circulação de pessoas no interior da UE. Cabe ressaltar que vários governos conservadores da UE, como
Berlusconi na Itália e Sarkozy na França, trataram a migração árabe, desde o início de seus mandatos, como um problema securitário
da comunidade, associando migrantes com desemprego e criminalidade.
A segurança de Israel
A preocupação com a segurança de Israel foi, no caso dos Estados Unidos, um foco inicial bastante relevante de
posicionamento frente a Revolta Árabe, com os anseios populares árabes subordinados às questões securitárias ligadas à aliança
Washington-Tel Aviv. A diplomacia israelense pressionou fortemente Washington para manter o apoio a Mubarak e afastar-se de um
processo de democratização do Maghreb, chegando a gerar intenso debate entre o posicionamento de Hillary Clinton e Susan Rice
(embaixadora na ONU), do vice-presidente Joe Biden - que chegou a defender a permanência de Mubarak em plena revolta - e do
próprio Obama, inclinado a apoiar, sem intervenção militar, a revolta popular.
Somente depois do inevitável desfecho é que Israel, através de seu presidente Shimon Peres – uma voz pregando no deserto!
– fez um largo elogio ao movimento popular árabe. Aqui reside uma questão-chave: eleições livres e representativas no Egito e na
Tunísia (assim como seria na Síria e Jordânia) devem forjar maiorias tão críticas a Israel quanto o AKP na Turquia do premier Erdogan.
O caso da Turquia é um paradigma ainda insuperável: a ascensão ao poder em Ankara, em 2002, do Partido da Justiça e do
Desenvolvimento/AKP, islamista conservador e democrático, resultou na quebra da colaboração turco-israelense e no surgimento,
para Israel, de uma nova frente de críticas e de graves crises internacionais culminando no ataque israelense contra a flotilha turca de
ajuda aos palestinos em 2010.
De qualquer forma, no médio prazo, as revoltas árabes são um grave risco para Israel. A propaganda política mais comum –
“Israel, a única democracia do Oriente Médio” – e muito sensível na Europa e Estados Unidos, irá por água abaixo. Por outro lado, a
insistência numa visão de Israel como um acampamento militar cercado por inimigos será duramente criticada, inclusive internamente.
A existência de regimes representativos no Cairo, em Tunis, em Beirute e quiçá em Damasco e, num futuro, em Teerã terá um desfecho
certo sobre os palestinos. Novas eleições gerais darão, sem dúvida, uma maioria às forças mais moderadas e que buscam uma
solução negociada e definitiva. Assim, a direita nacionalista no poder em Tel Aviv ficará cada vez mais isolada e sem programas.
- 170 -
A questão do petróleo
O Egito e a Tunísia não são grandes produtores de petróleo, sendo sua produção residual em relação aos vizinhos. Contudo,
o impacto da revolta egípcia se faz claramente sobre o fluxo de comércio mundial – incluindo aí petróleo – através do Canal de Suez
e, ao mesmo tempo, sobre o risco de fechamento da via por generalização de conflitos internos ou antipatia com o Estado de Israel.
Estas possibilidades, mesmo remotas, já influíram visivelmente na cotação do barril no início da rebelião popular egípcia.
O efeito dominó do aumento dos preços do petróleo deverá incidir, por sua vez, fortemente sobre commodities agrícolas,
impulsionando ainda mais a inflação mundial e gerando “bolhas” especulativas setoriais.
Entretanto, o caso da Líbia é bastante diferente – as reservas líbias de petróleo alcançam 47 bilhões de barris, enquanto as
egípcias somam apenas 4,3 bilhões de barris. Sua produção é parte integrante da produção mundial do sistema de cotas da OPEP e
a paralisação, mesmo parcial, incidiu já fortemente sobre a cotação do petróleo. O aumento da produção da Arábia Saudita, e
suplementarmente do Qatar e a Nigéria, para preencher o fornecimento líbio foi, desde 27/02/2011, uma medida emergencial para
evitar maiores sobressaltos no mercado.
Embora os Estados Unidos não sejam grandes compradores na região, suas empresas são grandes operadoras e estão
diretamente envolvidas na crise. O principal prejudicado no caso são as economias europeias, já duramente atingidas pela crise
financeira comunitária, pela vaga de migrantes, e agora pelo preço da energia. Caso a crise perdure ou alastra-se para a Argélia –
grande exportador de gás natural com reservas de 59.67 bilhões de metros cúbicos, o que a faz o quarto exportador mundial, mormente
para a França e Espanha – a segurança energética global será duramente afetada.
O caso da Síria
A conquista da maior parte da capital da Líbia, Trípoli, por rebeldes marcou um avanço histórico para os movimentos
revolucionários no Oriente Médio, mas a extensão do impacto depende de como o sucesso dos líbios influenciará uma rebelião que
pode ser até mais importante, na Síria.
Embora os rebeldes ainda enfrentem resistência, sua marcha na capital da Líbia provavelmente será vista na região como uma
lição de que nem mesmo a brutalidade desmedida do governo pode deter cidadãos cansados com décadas de abusos de regimes
autoritários.
Isso é um mau presságio para o presidente da Síria, Bashar al-Assad, que tem bombardeado cidades rebeldes, numa tentativa
de acabar com um levante parecido e que já dura seis meses. Já há sinais de que a Líbia está inspirando os rebeldes que tentam
derrubá-lo.
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Manifestantes sírios tomaram as ruas cantando "Gadafi hoje, Bashar amanhã". Rami Nakhle, um ativista que integra as
Comissões Locais de Coordenação da oposição síria, disse que se sentiu motivado quando viu na TV via satélite o comício dos líderes
rebeldes vitoriosos na praça central de Trípoli - especialmente quando os líbios cantaram marchas em solidariedade aos manifestantes
pró-democracia da Síria.
Há diferenças cruciais entre Líbia e Síria, e o modelo da Líbia será difícil de reproduzir em Damasco. Os rebeldes líbios
conseguiram vencer apenas graças a uma ampla intervenção da Organização do Tratado do Atlântico Norte. Esse tipo de envolvimento
militar parece altamente improvável no caso da Síria, um país com um exército mais apto, mais aliados e que pode desencadear um
conflito regional atraindo Israel para uma guerra.
Além disso, o ataque ao líder líbio Muamar Gadafi, bem como o destino desastroso dos líderes depostos Hosni Mubarak, no
Egito, e Zine el-Abidine Ben Ali, na Tunísia, pode persuadir Assad a simplesmente se entrincheirar ainda mais para salvar a própria
pele. No fim das contas, os acontecimentos na Líbia podem apenas aprofundar o conflito na Síria: incentivando os dissidentes ao
mesmo tempo em que fortalecem a disposição de Assad de resistir no poder.
Diferentemente da Líbia, que fica geográfica e politicamente na fronteira do mundo árabe e que tem sido comandada por um
líder errático que vive à margem da política árabe, a Síria está no coração do Oriente Médio. Seu destino é crucial não apenas para a
luta entre israelenses e palestinos, mas também para o poder do Irã, um país que a Síria sempre apoiou totalmente mesmo diante da
desaprovação de outros países árabes.
A chave para conseguir derrubar o regime da Síria - uma meta que o presidente americano, Barack Obama, abraçou na semana
passada - provavelmente reside na pressão diplomática e econômica, e não na pressão militar externa, dizem muitos analistas.
Sanções impostas semana passada contra as exportações sírias de petróleo podem ter o maior impacto. Calcula-se que o regime de
Assad obtenha cerca de um terço de sua receita com a venda de petróleo para a Europa.
Alguns observadores acreditam que a combinação de pressões políticas e econômicas como essas e o exemplo da Líbia podem
selar o destino de Assad de qualquer jeito.
Além da Síria, a nova dose de entusiasmo criada pelo levante líbio pode repercutir na região. As autoridades americanas
anseiam especialmente que ajude a revigorar os protestos no Irã contra o presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Há 30 anos que a Síria é o aliado estratégico mais próximo do Irã no Oriente Médio. O desafio crescente ao regime de Assad,
acreditam autoridades americanas, pode motivar as forças democráticas no Irã.
Ver a queda do regime de Gadafi, se isso de fato ocorrer, também pode reacender os levantes no Bahrein e no Iêmen, dizem
analistas e diplomatas, e talvez até incentivar novos levantes em países relativamente intocados pela turbulência na região, como
Argélia, Marrocos e Jordânia.
A violência que irrompeu na Líbia em fevereiro encerrou o que inicialmente parecia uma onda de levantes pacíficos por
democracia na região. Na vizinha Tunísia e no Egito, os Exércitos locais se negaram a seguir ordens de atirar em manifestantes
desarmados, em janeiro, o que levou à queda dos presidentes Zine el-Abidine Ban Ali e de Hosni Mubarak.
Mas na Síria, e também na Líbia, os soldados não tiveram o mesmo pudor. Calcula-se que o regime de Assad já tenha matado
2 mil pessoas. Em Bahrein, uma intervenção militar liderada pela Arábia Saudita ajudou a acabar com os protestos em março. O
presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, até agora tem resistido à pressão para deixar o poder e empurrou seu país para o limiar de
uma guerra civil.
A força militar da Otan criou um caminho diferente para os rebeldes na Líbia, mesmo enquanto os insurgentes sofriam no
restante da região. Um bombardeio aéreo da Otan em março impediu que os soldados de Gadafi conquistassem Bengasi, a capital
rebelde. Depois disso, aviões da Otan praticamente se tornaram a força aérea dos rebeldes, coordenando ataques com as forças
terrestres dos insurgentes. Enquanto isso, navios da Otan mantiveram o trânsito marítimo aberto para a cidade sitiada de Misrata.
A esta altura, pelo menos, tal intervenção ocidental não está nos planos para a Síria, um país com uma população três vezes
maior que a da Líbia, uma mistura volátil de religiões e etnias, e um conflito não resolvido com o vizinho Israel.
Assad não tem só inimigos. Ele conta com o apoio da minoria alauíta, uma ramificação do islamismo xiita a que ele e grande
parte da elite síria pertencem, e seu regime ainda mantém uma certa lealdade da classe empresarial sunita e de minorias religiosas
como os cristãos e os drusos.
Ao contrário do coronel Gadafi, geralmente isolado, Assad também conta com poderosos aliados regionais. Além do Irã, o
governo sírio tem amigos na milícia xiita do Hizbollah, que desempenha um papel importante no governo do Líbano, e mesmo dentro
do governo dominado pelos xiitas do Iraque, diz Abdallah Bou Habib, ex-embaixador libanês para Washington e diretor do centro de
pesquisa Issam Fares, de Beirute.
EXERCÍCIOS
01. Embora não haja, nos dias atuais, os conflitos do contexto bipolar da Guerra Fria, vários conflitos e estados de tensão cobrem o
espaço geográfico mundial.
Sobre esses conflitos e situações de tensão NÃO está correto afirmar que:
(A) a Rússia enfrenta, desde os anos 90, movimentos separatistas, como o da Chechênia, localizada no Cáucaso, uma das regiões
mais conflituosas do mundo por causa da enorme diversidade étnico-religiosa;
(B) o Iraque, em consequência da invasão liderada por tropas norte-americanas, em 2003, vive um clima de guerra civil que levou à
dissolução do exército iraquiano e ao atual colapso da capacidade administrativa do Estado;
(C) os palestinos lutam pela formação de um Estado nacional enfrentando o Estado de Israel em disputas por território como as da
faixa de Gaza;
(D) o Irã desenvolve um programa nuclear para conquistar uma posição de potência regional, apesar das ameaças do Ocidente e das
sansões econômicas que lhe foram impostas pela ONU;
(E) o Afeganistão enfrenta uma guerra civil tentando se libertar do grupo radical Talibã, que ocupa o poder após o longo período de
domínio do país pela ex-União Soviética.
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02. Na América do Sul, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) lutam, há décadas, para impor um regime de
inspiração marxista no país. Hoje, são acusadas de envolvimento com o narcotráfico, o qual supostamente financia suas ações, que
incluem ataques diversos, assassinatos e sequestros. Na Ásia, a Al-Qaeda, criada por Osama bin Laden, defende o fundamentalismo
islâmico e vê nos Estados Unidos da América (EUA) e em Israel inimigos poderosos, os quais deve combater sem trégua. A mais
conhecida de suas ações terroristas ocorreu em 2001, quando foram atingidos o Pentágono e as torres do World Trade Center.
(A) as ações guerrilheiras e terroristas no mundo contemporâneo usam métodos idênticos para alcançar os mesmos propósitos.
(B) o apoio internacional recebido pelas Farc decorre do desconhecimento, pela maioria das nações, das práticas violentas dessa
organização.
(C) os EUA, mesmo sendo a maior potência do planeta, foram surpreendidos com ataques terroristas que atingiram alvos de grande
importância simbólica.
(D) as organizações mencionadas identificam-se quanto aos princípios religiosos que defendem.
(E) tanto as Farc quanto a Al-Qaeda restringem sua atuação à área geográfica em que se localizam, respectivamente, América do Sul
e Ásia.
03. Em 1947, a Organização das Nações unidas (ONU) aprovou um plano de partilha da Palestina que previa a criação de dois
estados: um judeu e outro palestino. A recusa árabe em aceitar a decisão conduziu ao primeiro conflito entre Israel e países árabes.
A segunda guerra (Suez, 1956) decorreu da decisão egípcia de nacionalizar o canal, ato que atingia interesses anglo-franceses e
israelenses. Vitorioso, Israel passou a controlar a península do Sinai. O terceiro conflito árabe-israelense (1967) ficou conhecido como
Guerra dos seis Dias, tal a rapidez da vitória de Israel. Em 6 de outubro de 1973, quando os judeus comemoravam o Yom Kippur (Dia
do Perdão), forças egípcias e sírias atacaram de surpresa Israel, que revidou de forma arrasadora. A intervenção americano-soviética
impôs o cessar-fogo, concluído em 22 de outubro.
(A) A primeira guerra árabe-israelense foi determinada pela ação bélica de tradicionais potências europeias no Oriente Médio.
(B) Na segunda metade dos anos 1960, quando explodiu a terceira guerra árabe-israelense, Israel obteve rápida vitória.
(C) A guerra do Yom Kippur ocorreu no momento em que, a partir de decisão da ONU, foi oficialmente instalado o estado de Israel.
(D) A ação dos governos de Washington e de Moscou foi decisiva para o cessar-fogo que pôs fim ao primeiro conflito árabe-israelense.
(E) Apesar das sucessivas vitórias militares, Israel mantém suas dimensões territoriais tal como estabelecido pela resolução de 1947
aprovada pela ONU.
04. Subindo morros, margeando córregos ou penduradas em palafitas, as favelas fazem parte da paisagem de um terço dos municípios
do país, abrigando mais de 10 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
MARTINS, A. R. A favela como um espaço da cidade. Disponível em: <www.revistaescola.abril.com.br>. Acesso em: 31 jul. 2010.
A situação das favelas no país reporta a graves problemas de desordenamento territorial. Nesse sentido, uma característica comum
a esses espaços tem sido:
(A) o planejamento para a implantação de infraestruturas urbanas necessárias para atender às necessidades básicas dos moradores.
(B) a organização de associações de moradores interessadas na melhoria do espaço urbano e financiadas pelo poder público.
(C) a presença de ações referentes à educação ambiental com consequente preservação dos espaços naturais circundantes.
(D) a ocupação de áreas de risco suscetíveis a enchentes ou desmoronamentos com consequentes perdas materiais e humanas.
(E) o isolamento socioeconômico dos moradores ocupantes desses espaços com a resultante multiplicação de políticas que tentam
reverter esse quadro.
05. O Centro-Oeste apresentou-se como extremamente receptivo aos novos fenômenos da urbanização, já que era praticamente
virgem, não possuindo infraestrutura de monta, nem outros investimentos fixos vindos do passado. Pôde, assim, receber uma
infraestrutura nova, totalmente a serviço de uma economia moderna.
Adaptado de: SANTOS, M. A urbanização brasileira. São Paulo: Edusp, 2005.
O texto trata da ocupação de uma parcela do território brasileiro. O processo econômico diretamente as sociado a essa ocupação foi
o avanço da:
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06. O crescimento rápido das cidades nem sempre é acompanhado, no mesmo ritmo, pelo atendimento de infraestrutura para a
melhoria da qualidade de vida. A deficiência de redes de água tratada, de coleta e tratamento de esgoto, de pavimentação de ruas,
de galerias de águas pluviais, de áreas de lazer, de áreas verdes, de núcleos de formação educacional e profssional, de núcleos de
atendimento médico-sanitário é comum nessas cidades.
Adaptado de: ROSS, J. L.S. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2009.
Sabendo que o acelerado crescimento populacional urbano está articulado com a escassez de recursos financeiros e a dificuldade de
implementação de leis de proteção ao meio ambiente, pode-se estabelecer o estímulo a uma relação sustentável entre conservação
e produção a partir:
(A) do aumento do consumo, pela população mais pobre, de produtos industrializados para o equilíbrio da capacidade de consumo
entre as classes.
(B) da seleção e recuperação do lixo urbano, que já é uma prática rotineira nos grandes centros urbanos dos países em
desenvolvimento.
(C) da diminuição acelerada do uso de recursos naturais, ainda que isso represente perda da qualidade de vida de milhões de pessoas.
(D) da fabricação de produtos reutilizáveis e biodegradáveis, evitando-se substituições e descartes, como medidas para a redução da
degradação ambiental.
(E) da transferência dos aterros sanitários para as partes mais periféricas das grandes cidades, visando-se à preservação dos
ambientes naturais.
07.. Em um debate sobre o futuro do setor de transporte de uma grande cidade brasileira com trânsito intenso, foi apresentado um
conjunto de propostas. Entre as propostas reproduzidas abaixo, aquela que atende, ao mesmo tempo, a implicações sociais e
ambientais presentes nesse setor é:
08. A metrópole industrial do passado integrava no espaço urbano diversos processos produtivos, ocorrendo uma concentração
espacial das plantas de fábrica, da infraestrutura e dos trabalhadores. Na metrópole contemporânea predomina uma dispersão
territorial das atividades econômicas e da força de trabalho. Nesta, a produção fabril tende a se instalar na periferia ou nos arredores
do perímetro urbano, enquanto as atividades associadas ao poder financeiro, político e econômico concentram-se na área urbana
mais adensada.
Adaptado de: MATOS, Carlos de. Redes, nodos e cidades: transformação da metrópole latino-americana. In: RIBEIRO, Luiz Cesar
de Queiroz (Org.). Metrópoles: entre a coesão e a fragmentação, a cooperação e o conflito. São Paulo: Perseu Abramo; Rio de
Janeiro: Fase, 2004. 157-196.
Como principal característica da metrópole contemporânea, destaca-se:
(A) a concentração da atividade industrial e das funções administrativas das empresas no mesmo local.
(B) o aumento da densidade demográfica nas áreas do antigo centro histórico da metrópole.
(C) a concentração do poder decisório da administração pública e das empresas em uma única área da metrópole.
(D) a diversificação das atividades comerciais e de serviços na área do perímetro urbano.
09. A cidade tem sido sempre o lugar da liberdade, um lugar de refúgio para os pobres e desenraizados. E para minorias de todos os
tipos, que encontraram proteção na cidade […] A diversidade de origem é uma constante da população das cidades. A cidade tem
sido com frequência o espaço da coexistência e da mestiçagem. Isso não foi produzido sem dor e dificuldades. Porém, tem gerado
sempre consequências positivas para as áreas urbanas e para o desenvolvimento da cultura em geral. Sempre nas cidades essa
diversidade tem sido maior que nas áreas rurais e, maior nas grandes cidades do que nas pequenas. E tudo isso em todas as épocas,
países e culturas.
CAPEL, Horacio. Los inmigrantes en la ciudad. Crecimiento económico, innovación y conflicto social [Os imigrantes na cidade.
Crescimento econômico, inovação e conflito social]. Scripta Nova. revista electrónica de Geografía y Ciencias sociales. Barcelona:
universidad de Barcelona, n. 3, 1 de mayo de 1997. Disponível em: <http://www.ub.es/geocrit/sn-3.htm>. Acesso em: 11 out. 2011.
(A) é da natureza das grandes cidades a diversidade cultural e étnica, visto que não há grandes populações urbanas homogêneas, já
que as cidades, em razão de suas múltiplas atividades e possibilidades, têm um poder de atração bastante abrangente.
(B) grandes cidades, quanto mais desenvolvidas, notabilizam-se por terem populações homogêneas do ponto de vista étnico e cultural,
isso porque há dificuldades para o desenvolvimento, quando se depende de relações entre pessoas muito diferentes.
(C) a generosidade na recepção de imigrantes é uma condição que as cidades modernas perderam, na Europa, e também no Brasil,
em vista dos encargos que os imigrantes impõem, sem retorno econômico equivalente.
(D) as inevitáveis dificuldades de convivência nas cidades entre os imigrantes e os nativos agravam-se quando a imigração é
estrangeira, pois se nacional ela é recebida sem preconceitos, como ocorre na metrópole de São Paulo.
(E) o fenômeno migratório gerou nas cidades modernas muita riqueza econômica e cultural, mas atualmente isso não mais ocorre,
pois a fase original de povoamento das grandes cidades já foi completada e atualmente elas não comportam novos contingentes
populacionais.
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10. A urbanização – o aumento da parcela urbana na população total – é inevitável e pode ser positiva. A atual concentração da
pobreza, o crescimento das favelas e a ruptura social nas cidades compõem, de fato, um quadro ameaçador. Contudo, nenhum país
na era industrial conseguiu atingir um crescimento econômico significativo sem a urbanização. As cidades concentram a pobreza, mas
também representam a melhor oportunidade de se escapar dela.
Situação da população Mundial 2007: desencadeando o potencial de crescimento urbano. Fundo de População das Nações Unidas
(UNFPA), 2007. p. 1.
Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação coerente com os argumentos do texto:
(A) no mundo contemporâneo, os governos devem substituir políticas públicas voltadas ao meio rural por políticas destinadas ao meio
urbano.
(B) A urbanização só terá efeitos positivos nas economias mais pobres se for controlada pelos governos, por meio de políticas de
restrição ao êxodo rural.
(C) A concentração populacional em grandes cidades é uma das principais causas da disseminação da pobreza nas sociedades
contemporâneas.
(D) nos países mais pobres, o processo de urbanização é responsável pelo aprofundamento do ciclo vicioso da exclusão econômica
e social.
(E) Os benefícios da urbanização não são automáticos, pois há necessidade da contribuição das políticas públicas para que eles se
realizem.
11. Com a acelerada urbanização da humanidade e o advento de gigantescas aglomerações urbanas, os especialistas no tema e as
organizações internacionais logo criaram novos conceitos para dar conta dessas realidades. Dentre eles, existem os conceitos de
“megalópole”, “megacidade” e “cidade global”. A respeito desses conceitos, seria correto afirmar que:
I. Megalópole é uma gigantesca aglomeração urbana, com mais de 10 milhões de habitantes e onde há conurbação de inúmeras
cidades vizinhas.
II. Cidade global é uma imensa área urbana com uma população de, no mínimo, 10 milhões de habitantes.
III. Megacidade é uma gigantesca aglomeração urbana com, no mínimo, 10 milhões de habitantes.
IV. Megalópole é uma região superurbanizada onde, numa pequena extensão de um território nacional, se concentram várias cidades
milionárias, que possuem uma vida econômica bastante interligada.
12. O Brasil experimentou, na segunda metade do século 20, uma das mais rápidas transições urbanas da história mundial. Ela
transformou rapidamente um país rural e agrícola em um país urbano e metropolitano, no qual grande parte da população passou a
morar em cidades grandes. Hoje, quase dois quintos da população total residem em uma cidadede pelo menos um milhão de
habitantes.
Adaptado de: MARTINE, George; MCGRANAHAN, Gordon. A transição urbana brasileira: trajetória, dificuldades e lições aprendidas.
In: BAENINGER, Rosana (Org.). População e cidades: subsídios para o planejamento e para as políticas sociais. Campinas:
Nepo/Brasília: UNFPA, 2010. p. 11.
Considerando o trecho acima, as sinale a alternativa correta.
(A) A partir de 1930, a ocupação das fronteiras agrícolas (na Amazônia, no Centro-Oeste, no Paraná) foi o fator gerador de
deslocamentos de população no Brasil.
(B) uma das características mais marcantes da urbanização no período 1930-1980 foi a distribuição da população urbana em cidades
de diferentes tamanhos, em especial nas cidades médias.
(C) Os últimos censos têm mostrado que as grandes cidades (mais de 500 mil habitantes) têm tido crescimento relativo mais acelerado
em comparação com as médias e as pequenas.
(D) Com a crise de 1929, o Brasil voltou-se para o desenvolvimento do mercado interno através de uma industrialização por
substituição de importações, o que demandou mão de obra urbana numerosa.
13. Artigo 25, parágrafo 3º – Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas
e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução
de funções públicas de interesse comum.
Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: <www.planalto.gov.br>.
O Brasil possui atualmente três regiões integradas de Desenvolvimento − ride, um tipo especial de região metropolitana que só pode
ser ins tituída por legislação federal. Esta característica é explicada pelo fato de a integração decorrente das Ride estar associada a:
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14. Até 1970, a região metropolitana de São Paulo foi a “Pasárgada” brasileira: ali se instalaram as principais indústrias, com os
melhores empregos. Com a crise de 1980 e a interrupção do ciclo de expansão econômica do país, ocorreu uma reestruturação do
mercado de trabalho, e o mapa migratório brasileiro começou a apontar para novas direções.
Adaptado de: JUTTEL, L. P. Rotas migratórias: norte e Centro-Oeste, novos polos de migração. Ciência e Cultura, v. 59, n. 4, 2007.
(A) Verifica-se, na reestruturação da rede urbana brasileira, motivada por fluxos migratórios, o crescimento de cidades de porte médio
que aumentam seu raio de influência.
(B) Apesar de ter representado, no passado, um estímulo à interiorização da população brasileira, o Distrito Federal chegou ao século
XXI sem que tivesse sido consolidada uma região metropolitana na região Centro-Oeste.
(C) O fluxo de sulistas em direção à região Norte, em consonância com o avanço da fronteira agrícola, contribuiu para o crescimento
da população no campo e, ao mesmo tempo, retardou o processo de urbanização da região.
(D) em 1973, a crise do petróleo, em decorrência de mais um conflito árabe-israelense, interferiu no ritmo do denominado milagre
brasileiro, o que abriu espaço a ação oposicionista mais contundente.
(E) entre as novas rotas de fluxo populacional, inclui-se a chamada migração de retorno, caracterizada pela saída dos centros urbanos
e volta ao campo.
15. O índice de urbanização no Brasil é muito elevado, cerca de 80% de toda a população reside em ambientes urbanos. A cidade
tornou-se palco das diferenças sociais, onde uma parte das áreas periféricas (aquelas que não são ocupadas pelos condomínios
horizontais fechados, por exemplo) sofre com a falta de infraestrutura e serviços básicos. Não bastando isso, a ocupação de áreas irr
gulares coloca a população de baixo poder aquisitivo em uma efetiva situação de risco, tornando-a vulnerável a situações de desastres,
como a que aconteceu no morro do Bumba, em Niterói, no Rio de Janeiro, no início do mês de abril de 2010.
(A) A expansão urbana baseia-se em dois tipos principais de ocupação habitacional: os loteamentos regulares, com projeto aprovado
pelas administrações municipais, e as ocupações irregulares (invasões) de terrenos privados e públicos. As ocupações
irregulares têm ocorrido especialmente nas encostas de grande declividade, com a implantação de arruamento precário, sem
proteção e moradias precárias.
(B) A segunda metade do século XX marcou a aceleração do processo de urbanização no Brasil e, entre as consequências deste
processo, destacam-se a formação de regiões metropolitanas, a verticalização e adensamento das áreas já urbanizadas e a
expansão urbana para as áreas periféricas.
(C) Os processos de expansão urbana, periferização e periurbanização têm fortes impactos socioambientais, dentre eles: o aumento
das jornadas entre o centro e as áreas periféricas, ocasionando o aumento do trânsito e da poluição do ar; a ausência de
saneamento básico e um forte processo de desmatamento e degradação ambiental.
(D) A ocupação e a expansão das periferias urbanas são estimuladas pela retenção especulativa de terrenos em áreas mais bem
localizadas, cujo acesso é para todos, devido ao alto valor a ser pago pelas infraestruturas instaladas. No processo de
segregação espacial, o solo urbano torna-se uma mercadoria disputada por diferentes agentes sociais e econômicos urbanos,
que utilizam de estratégias mercantis para valorizar todas as áreas do espaço urbano.
16. Quinta-feira, 14 de novembro de 1991 Para os chechenos, russos impõem “terror real” O presidente da Checheno-Ingusheia
(Cáucaso, sul da Rússia) declarou ontem que a Rússia prepara uma campanha desestabilizadora contra seu país. O Parlamento
russo exigiu uma “solução pacífica” e o envio de um grupo de deputados para a negociação.
Segunda-feira, 18 de novembro de 1991 Sérvios derrotam croatas em Vukovar Croácia admite a perda da cidade para o Exército
iugoslavo, que a sitiava há 86 dias. A Croácia admitiu ter perdido militarmente para o Exército iugoslavo a cidade sitiada de Vukovar.
A queda de Vukovar é uma das piores derrotas sofridas pela Croácia.
Segunda-feira, 16 de maio de 1994 Combate se intensifica na Bósnia. Sérvios e muçulmanos ignoram apelo internacional por diálogo;
denunciadas novas atrocidades. Tropas muçulmanas e sérvias intensificaram os combates na região de Tuzla, nordeste da Bósnia,
ameaçando jogar por terra o esforço por novas conversações de paz. Os novos combates indicam que sérvios e muçulmanos não
estão dispostos a aceitar os apelos internacionais por novas conversações.
(https://acervo.folha.com.br. Adaptado.)
(A) imperialistas, relacionadas ao controle do Estado, decorrentes da adoção de medidas baseadas em diferenças culturais entre
adversários políticos.
(B) geopolíticas, relacionadas à dissolução do Pacto de Varsóvia, que tinha como objetivo a formação de uma aliança militar entre os
países do Leste Europeu.
(C) territoriais, relacionadas ao estabelecimento de novas fronteiras, cujos limites refletem a conjuntura multilateral de formação de
blocos econômicos.
(D) supranacionais, relacionadas ao esfacelamento do bloco socialista, cujo esgotamento econômico deveu-se à estrutura
centralizadora da Rússia.
(E) étnico-nacionalistas, relacionadas à constituição de novos Estados, devido a hostilidades que remontam às expansões dos
impérios Russo, Otomano e Austro-Húngaro.
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Leia o texto para responder às questões 17 e 18.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos se viram numa situação privilegiada, como a mais forte, coesa e
próspera economia mundial. O governo americano coordenou um vasto plano de apoio para recuperar as economias capitalistas da
Europa Ocidental, já no contexto da Guerra Fria. As agitações revolucionárias na Ásia, África e América Latina forçariam
desdobramentos dos investimentos americanos também para essas áreas. O resultado desse conjunto de medidas foi um crescimento
econômico sem precedentes das economias industriais. Entre 1953 e 1975 a taxa de produção industrial cresceu na escala
extraordinária de seis por cento ao ano. O crescimento da riqueza foi de cerca de quatro por cento per capita em todo esse pe ríodo.
Mesmo com a crise do petróleo, que atingiu e abateu os mercados entre 1973 e 1980, o crescimento continuou, embora reduzido a
cerca de dois e meio por cento ao ano, o que ainda era uma escala notável.
(Nicolau Sevcenko. A corrida para o século XXI: no loop da montanha-russa, 2001. Adaptado.)
(A) a industrialização no Ocidente expandiu-se 12% no período de 1973 a 1980, o que refletiu a plena independência da indústria
ocidental em relação ao petróleo produzido e exportado pelo Oriente Médio.
(B) o crescimento da riqueza foi menor no período de 1973 a 1980, em relação às décadas anteriores, demonstrando o impacto da
crise do petróleo na economia norte-americana e na do Ocidente europeu.
(C) a taxa de produção industrial cresceu 132% no período de 1953 a 1975, o que fortaleceu a economia norte-americana e permitiu
investimentos nos países do Ocidente europeu.
(D) a produção industrial norte-americana manteve-se estável no período de 1953 a 1975, o que impediu que os Estados Unidos
abalassem a liderança econômica mundial da China e da União Soviética.
(E) a riqueza per capita sofreu redução de 2,5% no período de 1973 a 1980, o que fragilizou a posição norte-americana na disputa
pelos mercados dos países do Ocidente europeu.
18. O apoio à recuperação das economias capitalistas da Europa Ocidental e os investimentos na Ásia, na África e na América Latina,
mencionados no texto, correspondem à atuação dos Estados Unidos
(A) na defesa de posições políticas e ideológicas de caráter globalista e multicultural, após a onda nacionalista trazida pela Segunda
Guerra.
(B) na disputa pelos mercados internos dos países do centro e oriente da Europa e dos países do Hemisfério Sul.
(C) no cenário geopolítico do pós-Segunda Guerra, em meio às disputas de caráter econômico, militar e ideológico com o bloco
socialista.
(D) na constituição de uma hegemonia mundial unilateral, favorecida pelo declínio econômico e militar dos países do centro e do
ocidente europeus.
(E) no esforço de reconstrução dos países afetados diretamente pelos bombardeios e pelas invasões territoriais durante a Segunda
Guerra.
19. Um mercado avassalador dito global é apresentado como capaz de homogeneizar o planeta quando, na verdade, as diferenças
locais são aprofundadas. Há uma busca de uniformidade, ao serviço dos atores hegemônicos, mas o mundo se torna menos unido,
tornando mais distante o sonho de uma cidadania verdadeiramente universal. Enquanto isto, o culto ao consumo é estimulado. Milton
Santos. Por uma outra globalização. (Record, Rio de Janeiro, 2000.)
Segundo o autor:
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20. A crise econômica mundial aumentou a pobreza infantil em mais da metade dos países desenvolvidos. Um relatório do centro de
pesquisas do Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Adolescência (UNICEF) comparou os níveis de pobreza infantil em 2008
e 2012 nos 41 países mais prósperos do planeta: países membros da União Europeia e o da Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico (OCDE). Mais de 6,6 milhões de crianças entraram na pobreza em quatro anos, contra 4 milhões que
saíram dessa situação. Segundo o UNICEF, ainda 76,5 milhões de crianças vivem na pobreza nos países mais ricos.
(Fonte: Acesso em 14 nov. 2014 – adaptado)
As desigualdades no interior das sociedades humanas e entre os diferentes povos ou nações existem desde a Antiguidade. Mas, em
geral, essas desigualdades eram relativamente pequenas em comparação com as de hoje.
( ) Nos países árabes exportadores de petróleo com altíssimas rendas médias, grande parte da população é formada por mão de
obra estrangeira, que possui todos os direitos sociais dos cidadãos garantidos pelas leis locais.
( ) O aumento da pobreza no mundo é explicado pela deterioração constante da situação das famílias, sobretudo a perda do emprego
ou os cortes realizados nos serviços públicos.
( ) Em mais da metade dos países ricos, uma em cada cinco crianças vive na pobreza. A Grécia é um dos países mais afetados pelo
aumento da pobreza infantil, em decorrência da crise econômica.
( ) As políticas sociais implementadas pelo governo chileno revelaram bons resultados, apresentando redução no índice de pobreza
infantil, entre os países latinos.
( ) Países mediterrâneos como a Itália, a Suíça e a Áustria, em decorrência da adoção de cortes no orçamento, lançaram sobre as
crianças um impacto negativo, prejudicando o seu bem-estar.
(A) V V F V F.
(B) F V V V F.
(C) F F F V F.
(D) V F V F V.
(E) F V F F V.
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