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QUESTÕES SOBRE A AULA

Colocação pronominal:
Colocação nas locuções
verbais e outros casos

Versão Condensada
Sumário
Colocação pronominal: Colocação nas locuções verbais e outros casos������������������� 3

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A L F A C O N
Colocação pronominal: Colocação nas

locuções verbais e outros casos

1. (FEPESE – 2017 – PC/SC – AGENTE)

Texto 3

A arte de fazer crônicas

“A crônica não é um gênero maior”, já escreveu Antônio Cândido. Graças a Deus, completou o próprio crítico, porque,
“sendo assim, ela fica perto de nós”. Na sua despretensão, humaniza. Fruto do jornal, onde aparece entre notícias
efêmeras, a crônica é um gênero literário que se caracteriza por estar perto do dia a dia, seja nos temas, ligados à
vida cotidiana, seja na linguagem despojada e coloquial do jornalismo. Mais do que isso, surge inesperadamente,
como um instante de alívio para o leitor fatigado com a frieza da objetividade jornalística.

De extensão limitada, essa pausa se caracteriza exatamente por ir contra as tendências fundamentais do meio em
que aparece – o jornal diário. Se a notícia deve ser sempre objetiva e impessoal, a crônica é subjetiva e pessoal. Se
o jornal é frio, na crônica estabelece-se uma atmosfera de intimidade entre o leitor e o cronista, que refere expe-
riências pessoais ou expande juízos originais acerca dos fatos versados. A crônica não é, portanto, apenas filha do
jornal. Trata-se do antídoto que o próprio jornal produz. Só nele pode sobreviver, porque se nutre exatamente do
caráter antiliterário do jornalismo diário.

O leitor pressuposto da crônica é urbano e, em princípio, um leitor de jornal ou de revista. A preocupação com esse
leitor é que faz com que, entre os assuntos tratados, o cronista dê maior atenção aos problemas do modo de vida
urbano, do mundo contemporâneo, dos pequenos acontecimentos do dia a dia comuns nas grandes cidades. Por
esse motivo, é uma leitura agradável, pois o leitor interage com os acontecimentos e, por muitas vezes, se identifica
com as ações tomadas pelas personagens.

NISKIER, A. Disponível em: http://www.academia.org.br/artigos/ arte-de-fazer-cronicas. Acesso em: 12/11/2017. [Adaptado]

Considere os excertos extraídos do texto 3.

1. [...] a crônica é um gênero literário que se caracteriza por estar perto do dia a dia. (1º parágrafo)

2. De extensão limitada, essa pausa se caracteriza exatamente por ir contra as tendências fundamentais do meio
em que aparece – o jornal diário. (2º parágrafo)

3. Se o jornal é frio, na crônica estabelece-se uma atmosfera de intimidade entre o leitor e o cronista. (2º parágrafo)

Assinale a alternativa correta, considerando a norma culta da língua escrita.

a) Em 1, o pronome oblíquo átono pode ser posposto ao verbo.

b) Em 1, a expressão dia a dia pode ser grafada como dia-a-dia.

c) Em 2, o travessão pode ser substituído por dois-pontos, pois anuncia uma enumeração.

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d) Em 2 e 3, há um caso de variação linguística: o pronome oblíquo átono “se” pode ser anteposto ou posposto ao
verbo em cada uma das ocorrências.

e) Em 3, o vocábulo “Se” que inicia o período pode ser substituído por “Caso”, pois se trata de uma oração subor-
dinada que expressa uma condição.

A: Incorreta. O pronome relativo “que” é uma palavra atrativa da próclise.

B: Incorreta. O hífen das palavras ligadas por uma preposição foi excluído com o Novo Acordo Ortográfico.

C: Incorreta. O travessão não pode ser substituído pelos dois-pontos porque não é uma enumeração; caso não
houvesse a palavra “enumeração” na questão, poderia ser substituído.

D: Correta. Na questão 2, o pronome “se” pode ser usado como próclise ou ênclise, pois o sujeito é “essa pausa”.
Na questão 3, temos dois usos do pronome “se”. No primeiro, o “Se” é uma conjunção condicional que pode
ser trocada por “Caso”, e no segundo, pode ser próclise ou ênclise, pois o sujeito é “crônica” e não há variação
linguística, já que temos uma colocação pronominal escrita, e não falada, na oração, seguindo a gramática.

E: Incorreta. O vocábulo “Se” da oração pode ser trocado por “Caso”, já que temos uma oração subordinada
adverbial condicional.

GABARITO: D.

2. (ALFACON – 2023 – POLÍCIA FEDERAL – AGENTE)

O pronome oblíquo “se” na oração “Elas vão-se esforçar mais” pode ser colocado sem prejuízo gramatical depois
do pronome “Elas” - “Elas se vão esforçar mais”.

Certo ( ) Errado ( )

Nesse caso, a locução verbal está no infinitivo, logo, há mais de uma colocação pronominal. Só não se pode usar
como próclise no início da oração.

GABARITO: CERTO.

3. (ALFACON – 2023 – POLÍCIA FEDERAL – AGENTE)

De acordo com a gramática normativa da língua portuguesa, a próclise foi usada corretamente na oração “Não
havia-lhe contado o essencial”.

Certo ( ) Errado ( )

Na oração, temos um advérbio de negação (não) que atrai a próclise. O correto seria “Não lhe havia contado o
essencial”.

GABARITO: ERRADO.

4. (ALFACON – 2023 – POLÍCIA FEDERAL – AGENTE)

Em relação à colocação pronominal, pode-se afirmar que a frase “Soube que me enganariam” está gramaticalmente correta.

Certo ( ) Errado ( )

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O “que” é uma conjunção subordinada, por isso é um fator atrativo para a próclise.

GABARITO: CERTO.

5. (ALFACON – 2023 – POLÍCIA FEDERAL – AGENTE)

Em relação ao verbo principal no particípio, a oração “Os homens tinham-se perdido na mata”, o uso da ênclise foi
corretamente empregado.

Certo ( ) Errado ( )

Como não há nenhuma palavra atrativa (conjunção, advérbio…) e estando o verbo principal (perdido) no particípio,
o pronome oblíquo átono não poderá vir depois dele.

GABARITO: CERTO.

6. (AOCP – 2022 – SEEC/DF – POLICIAL PENAL)

OFÍCIO Nº 155/2017/CMNS

Nova Serrana-MG, 03 de maio de 2017.

A Sua Excelência o Senhor

José de Souza

Prefeito

Prefeitura de Nova Serrana-MG

Assunto: Solicitação

Senhor Prefeito,

1 Com cordiais cumprimentos deste gabinete, venho solicitar a Vossa Excelência maior detalhamento e justifica-
tiva sobre os processos licitatórios 56/2017, pregão presencial 27/2017 (empresa, planejamento e organização de
práticas esportivas para a festa do trabalhador) e 28/2017, PL 57/2017, RP 19/2017 (aquisição de picolés).

2 Tendo em vista a necessidade de transparência e de otimização dos recursos públicos sob nossa responsa-
bilidade, e ante as demandas tão complexas e urgentes em nosso município, solicito mais informações sobre as
questões supracitadas.

3 Diante do exposto, deixo meus votos de estima e consideração.

Respeitosamente,

João da Silva

Vereador

Adaptado de: https://www.novaserrana.mg.gov.br/portal/noticias/0/3/1559/comunicado--respostas-de-oficios. Acesso em: 16 mar. 2022.

Considerando os aspectos linguísticos e semânticos do texto, julgue o seguinte item.

Em “[...] venho solicitar a Vossa Excelência [...]”, a expressão em destaque é uma locução verbal cujo verbo auxiliar
expressa o resultado de uma ação, como em “Vim a saber dessas coisas muito tarde”.

Certo ( ) Errado ( )

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As formas verbais “vir”, nas duas oportunidades, são verbos auxiliares, ou seja, formas verbais que, ligadas ao
verbo principal, indicam com maior precisão o tempo da ação verbal. Nas duas expressões, os auxiliares revelam,
respectivamente, ação presente e ação passada, não indicando resultado de ação, mas o tempo em que ocorre
a significação do verbo principal.

GABARITO: ERRADO.

7. (ALFACON – 2023 – POLÍCIA FEDERAL – AGENTE)

Com base nas regras de colocação pronominal, analise as frases abaixo.

I. Nunca acompanhou-me nos jantares da firma.

II. Isso me deixa feliz!

III. Orgulhar-me-ia dos meus pais.

a) Os itens I e II estão corretos.

b) Somente o item I está correto.

c) Somente o item II está correto.

d) Os itens II e III estão corretos.

e) Somente o item III está correto.

I: Incorreto. O termo “Nunca” é um advérbio de negação que atrai a próclise. O correto seria “Nunca me acom-
panhou nos jantares da firma”.

II: Correto. A colocação pronominal foi corretamente empregada porque temos um pronome demonstrativo (Isso)
que é uma palavra atrativa.

III. Correto. O verbo foi usado no futuro do pretérito (Orgulharia), logo, há mesóclise.

GABARITO: D.

8. (ALFACON – 2023 – POLÍCIA FEDERAL – AGENTE)

Quanto à colocação pronominal, assinale a alternativa incorreta.

a) Enviou-me uma carta sobre a guerra.

b) Não lhe estou propondo um acordo melhor.

c) Jamais o esquecerei.

d) Eu tinha-lhe mostrado as cartas.

e) Me diga o que está acontecendo.

A oração incorreta é “Me diga o que está acontecendo”, pois nunca se começa a oração com pronome oblíquo.
O correto seria “Diga-me o que está acontecendo”.

GABARITO: E.

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9. (VUNESP – 2018 – PM/SP – SOLDADO)

A grama do vizinho

Ao amadurecermos, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no
mesmo barco. Converso com mulheres que estão entre os 40 e 50 anos, todas com profissão, marido, filhos, saúde,
e ainda assim elas trazem dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo estando tudo
bem.

Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar
para o qual eu não tinha convite. É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de
ser feliz como os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada
na grama do vizinho.

As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada por falsos holofotes e falsas
notícias. Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, não dão bandeira das suas
fraquezas, então fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando na verdade
a festa lá fora não está tão animada assim. Ao amadurecermos, descobrimos que a grama do vizinho não é mais
verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco, com motivos para dançar pela sala e também motivos
para nos refugiarmos no escuro, alternadamente. Só que os motivos para nos refugiarmos no escuro raramente
são divulgados.

Nesta era de exaltação de celebridades, fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça. Mas, tem. Paz
interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído
na nossa biografia. Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os
produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo
exige? Estarão mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes? Favor não confundir uma vida sensa-
cional com uma vida sensacionalista.

As melhores festas acontecem dentro do nosso próprio apartamento.

(MEDEIROS, Martha. Disponível em: www.refletirpararefletir.com.br/cronicas -de-martha-medeiros/ Adaptado. Acesso em: 09.08.2018.)

Assinale a alternativa em que o pronome em destaque obedece à norma-padrão de colocação pronominal.

a) Jamais me convidavam para as festas muito animadas que aconteciam.

b) Muito impressionava-nos o fato de terem marido, filhos, profissão e não serem felizes.

c) Os vizinhos tinham deixado-nos participar de suas festas.

d) As celebridades tinham dito-me que compensa passar a vida comendo alface.

e) Me infectavam a imaginação com falsas notícias.

A: Correta. O pronome foi corretamente empregado, já que o advérbio “jamais” atrai o pronome (próclise).

B: Incorreta. O pronome “nos” deve estar antes do verbo, visto que o advérbio “muito” atrai o pronome. “Muito
nos […]”.

C: Incorreta. Não há ênclise com o verbo principal no particípio. O correto seria colocar a ênclise no verbo auxiliar:
“Os vizinhos tinham nos deixado […]”.

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D: Incorreta. Não há ênclise com o verbo principal no particípio. O correto seria colocar a ênclise no verbo auxiliar:
“As celebridades tinham-me dito que […]”.

E: Incorreta. Não se começa a oração com pronome oblíquo átono: O correto seria: “Infectaram-me […]”.

GABARITO: A.

10. (FEPESE – 2017 – PC/SC – ESCRIVÃO)

Assinale a alternativa correta, quanto ao uso da norma culta da língua escrita.

a) Ninguém obedece-lhe.

b) Faremos-lhes uma proposta.

c) Tenho deitado-me cedo todos os dias.

d) Não é esse o caso por que interesso-me.

e) Tudo quanto lhe diz respeito é do seu interesse.

A: Incorreta. A oração tem um pronome indefinido (“ninguém”) que atrai o pronome oblíquo, então, “Ninguém
lhe obedece”.

B: Incorreta. O verbo “Faremos” está no futuro do presente. Assim, o correto é usar a mesóclise (colocação do
pronome oblíquo no meio do verbo: “Far-lhes-emos uma proposta”).

C: Incorreta. Na oração, há uma locução verbal “Tenho deitado” com o verbo principal escrito no particípio
(“deitado”). Em regra, na locução verbal formada por ter/haver + particípio que não vier antecedida de palavra
atrativa, o pronome poderá ficar antes do verbo auxiliar, depois do verbo auxiliar ou antes do verbo principal.
Neste caso, o sujeito é oculto e a oração deve ser reescrita assim: “Tenho-me deitado cedo todos os dias”.

D: Incorreta. Na oração, há o pronome relativo “por que” que é uma expressão atrativa do pronome oblíquo, sendo
reescrita assim: “Não é esse o caso por que (pelo qual) me interesso”.

E: Correta. Os pronomes “Tudo” e “quanto” são palavras atrativas e exigem a próclise (“lhe”).

GABARITO: E.

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