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Disponibilizado para: Hoilton Moreira | hoilton@yahoo.com.br | CPF: 640.446.450-00
SUMÁRIO
DIREITO PENAL ........................................................................................................................................................................... 2
TEORIAS DO CRIME/DELITO ..................................................................................................................................................... 2
1. SISTEMA CAUSAL, TEORIA CAUSAL, CLÁSSICA OU “SISTEMA LISZT-BELING” ....................................................................................................2
2. SISTEMA NEOCLÁSSICO, TEORIA NEOCLÁSSICA, NORMATIVISTA, NEOKANTIANA, NEOKANTISTA, NEOKANTISMO OU CAUSAL-VALORATIVA 4
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DIREITO PENAL a) teoria causal ou naturalista da ação: a ação humana ge-
radora de processo mecânico/muscular, que provoca modi-
ficações no mundo exterior;
AUTOR: MARCO TORRANO b) teoria psicológica da culpabilidade: a culpabilidade como
INSTAGRAM: @MARCOAVTORRANO/@PROLEGES vínculo psicológico que o une o autor ao fato, por meio do
Importante
TEORIAS DO CRIME/DELITO TEORIA CAUSAL
(CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME)
Quais são as principais ASPECTOS ASPECTO
teorias do crime? OBJETIVOS[3] SUBJETIVO
Teoria causalista, causal-naturalista, teoria clássica, te- FATO TÍPICO ANTIJURÍDICO CULPÁVEL[1]
1. oria naturalística, teoria mecanicista ou, também cha-
mada, de sistema Liszt-Beling. Conduta Contrariedade Imputabilidade
(sem finalidade).[4] da conduta com (pressuposto).
2. Teoria neokantista.
Resultado. o
3. Teoria finalista. ordenamento Dolo ou culpa
Nexo causal. jurídico
4. Teoria finalista bipartite, brasileira ou dissidente. (espécie).[2]
Tipicidade. (sentido formal).
5. Teoria social.
[1] Culpabilidade psicológica.
Funcionalismo teleológico, moderado, dualístico ou da [2] Dolo normativo (dolus malus).
6.
política criminal. [3] O aspecto objetivo também era chamado de injusto. Por
essa razão, para a estrutura do crime da teoria clássica, o
7. Funcionalismo radical, sistêmico ou monista.
crime era o injusto (fato típico + antijurídico) culpável. Esque-
Algumas obras de Direito Penal preferem a expressão
“sistema” (ex.: sistema clássico, sistema neoclássico, sistema finalista, sis-
maticamente:
tema funcionalista), justamente porque essas “teorias” incorporam outras crime = injusto culpável
“teorias”, a fim de explicar/aplicar o seu conteúdo aos mais variados institutos injusto = aspecto objetivo do crime = fato típico + antijurídico
jurídicos do Direito Penal. Neste material, não tivemos a pretensão de dife- culpabilidade = aspecto subjetivo do crime = dolo ou culpa
renciar os seus significados.
É verdade que esse tópico é encontrado em muitos manuais de Direito Pe-
(tendo a imputabilidade como pressuposto).
nal na parte sobre as “teorias da conduta”. [4] A conduta é considerada de forma objetiva, não impor-
Contudo, em outras obras, a sua sistematização é ampliada, aplicando esses tando a finalidade/intenção do agente.
“sistemas” como instrumentos necessários para interpretar os mais diversos Diferente é na teoria finalista. Para Welzel, não se pode sepa-
institutos de Direito Penal, visto que essas teorias são fruto da própria evolu-
ção histórica da ciência penal.
rar a vontade da conduta. Então, a conduta é definida como
Alguns doutrinadores utilizam a expressão “teorias do delito” (e não “teo- sendo toda a ação ou omissão humana, consciente ou volun-
rias do crime”) para que as contravenções penais não fiquem de fora. tária, dirigida a uma determinada finalidade. A conduta é a
Com certeza se trata de um dos temas mais complicados do Direito Penal. materialização da própria vontade do sujeito (seu querer). Por
Nossa intenção foi sistematizar os tópicos e analisar o conteúdo de acordo
com aquilo que mais vem sendo cobrado em concursos públicos.
isso a frase marcante de Welzel: “a finalidade é vidente, a cau-
salidade é cega”.
1. SISTEMA CAUSAL, TEORIA CAUSAL, CLÁSSICA
CONDUTA
OU “SISTEMA LISZT-BELING”
(AÇÃO HUMANA)
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(Juiz TJMA 2022 Cespe correta) Assinale a opção que indica a teoria se-
gundo a qual a conduta é um movimento corporal voluntário, sem finalidade
Dolo é normativo.
específica, que produz uma modificação no mundo exterior perceptível pelos
sentidos: teoria causalista. #Pra_não_confundir_as_teorias_da_culpabilidade:
CULPABILIDADE
TEORIA TRIPARTITE OU TRIPARTIDA
Teoria Teoria psicológica Teoria
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(Delegado PCMG 2018 Fumarc correta) Segundo a teoria Mérito da teoria: novo perfil da culpabilidade (entendida
psicológica idealizada por Von Liszt e Beling, a imputabili- agora como reprovabilidade/censurabilidade da conduta).
dade é pressuposto da culpabilidade, fazendo o dolo e a Outro mérito principal da teoria neoclássica foi a abertura do
culpa parte de sua análise. Por sua vez, as teorias normati- conceito de crime à teoria/filosofia dos valores (de Kant),
vas, seja a extremada seja a limitada, excluem o dolo e a quebrando com o paradigma positivista (presente na teoria
Importante
NOÇÕES GERAIS
TEORIA NEOCLÁSSICA
Origem: primeiros anos do séc. XX. Seu (CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME)
marco inicial se dá especificamente em
ASPECTOS ASPECTO
1907, com a publicação da obra de Frank
OBJETIVOS[3] SUBJETIVO
sobre culpabilidade.
Teóricos: REINHARD FRANK (primeira ima- FATO TÍPICO ANTIJURÍDICO CULPÁVEL[1]
gem) e EDMUND MEZGER (segunda imagem).
Conduta Contrariedade da Imputabilidade.
FRANK foi o maior expoente da teoria neo-
(sem finalidade). conduta com o
clássica, vinculando a culpabilidade à ideia Dolo ou culpa.[2]
ordenamento
de reprovabilidade (obra: Sobre a estrutura do conceito de
Resultado. jurídico
culpabilidade). MEZGER, por sua vez, foi quem melhor siste- Exigibilidade
+
matizou o sistema neoclássico. Nexo causal. de conduta
Danosidade social
Influenciados pelo NEOKANTISMO (refe- diversa.[5]
Tipicidade. (sentido material).[4]
rência ao pensamento do filósofo prussi-
ano KANT) e pela filosofia de valores, des- [1] Culpabilidade psicológico-normativa ou normativa da cul-
tacando-se pelo aspecto normativo e pabilidade. Portanto, a culpabilidade – com a teoria neokan-
axiológico (ao contrário do sistema causal: tista – é entendida por conter, além da imputabilidade:
descritivo-causal). A teoria neokantista a) elementos psicológicos (dolo ou culpa); e
surge como superação, e não negação, do b) elemento normativo (exigibilidade de conduta diversa).
positivismo, tendo como lema o retorno à “Para os adeptos da teoria psicológico-normativa, a culpabili-
metafísica. Pretende, com isso, retirar o dade é um juízo de valor sobre uma situação fática de ordiná-
Direito do mundo naturalista (“ser”) e, por conseguinte, si- rio psicológico, e seus elementos psicológicos, quais sejam,
tuá-lo na zona intermediária entre o “ser” e o “dever-ser”. E dolo e culpa, estão no agente do crime, enquanto seu ele-
logicamente é essa última categoria que pertence a ciência mento normativo está no juiz” (Antônio Carlos da Ponte. Inim-
jurídica. putabilidade e processo penal. São Paulo: Atlas, 2002, p. 21).
Como ensina Juarez Cirino dos Santos, “o modelo neoclás- “A culpabilidade continua a compor-se basicamente de dolo e
sico de fato punível, fundado no método neokantiano de ob- culpa, mas, agora, a partir de Frank, não mais se apresenta
servação/descrição e de compreensão/valoração, é o pro- como o elemento subjetivo do crime, passando a constituir-se
duto da desintegração do modelo clássico de fato punível e, de um juízo de censura ou reprovação pessoal, com base em
simultaneamente, de sua reorganização teleológica, con- elementos psico-normativos. (...) Com isso, obtém-se, basica-
forme os fins e valores do direito penal”. mente, a explicação da ausência de punição nos casos de coa-
Ou como ensina Cezar Roberto Bitencourt, o paradigma me- ção irresistível, obediência hierárquica e estado de necessi-
todológico das ciências naturais (observar e descrever) é dade exculpante, onde não é afetada a subsistência do ele-
complementado “pela metodologia própria das ciências do mento subjetivo, mas se afirma a ausência de censurabilidade
espírito, caracterizada pelo compreender e valorar”. do agente, em virtude da anormalidade das circunstâncias que
condicionaram seu agir” (Juarez Tavares, Teorias do delito).
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Em síntese, o juízo de culpabilidade não se esgota mais na CONDUTA
constatação do componente psicológico, representada pelo (COMPORTAMENTO = AÇÃO OU OMISSÃO)
dolo ou pela culpa, mas se completa com a valoração axioló-
gica do juiz sobre esse componente, pela verificação sobre a Teoria causal-naturalística da ação: vontade exteriorizada
normalidade das circunstâncias que tornariam exigível uma do agente que põe em marcha a causalidade.
conduta diversa – ensina Patrícia Vanzolini e Gustavo Jun- É dividida em dois elementos.
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um produto cultural, possuem como pressupostos valores
SISTEMA NEOCLÁSSICO prévios, e o próprio intérprete que, por mais que procure
INCORPOROU DUAS IMPORTANTES TEORIAS adorar certa neutralidade, não estará imune a maior ou me-
Teoria normativa da culpabi- nor influência desses valores.
Teoria causal (Notário TJRR 2013 Cespe correta) De acordo com a teo-
lidade (ou psicológico-nor-
ou naturalista da ação
QUESTÕES DE CONCURSO
(Defensor DPERO 2017 Vunesp correta) Doutrinadores
nacionais admitem que a reforma de 1984 da Parte Geral do
Código Penal, especialmente no que concerne ao “conceito
de crime”, aderiu ao “finalismo”. Quem é considerado o cri-
ador de tal sistema jurídico-penal? Hans Welzel.
(Promotor MPEMG 2019 Fundep correta) A tipicidade, no
conceito neoclássico de delito (neokantismo), foi profunda-
mente afetada pelo descobrimento de elementos normati-
vos do tipo. Os elementos subjetivos do injusto, por sua vez,
somente vieram a integrar a tipicidade com o advento do fi-
nalismo.
(Promotor MPEMS 2013 correta) Com introdução de con-
siderações axiológicas e materiais, o neokantismo substituiu
o método puramente jurídico-formal do positivismo. O mo-
delo neokantista possui o mérito de ter demonstrado que
toda realidade traz em seu bojo um valor preestabelecido,
permitindo a constatação de que as normas jurídicas, como
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3. SISTEMA FINALISTA OU
CONDUTA (COMPORTAMENTO)
TEORIA FINALISTA
Conduta é comportamento humano voluntário psiquica-
mente dirigido a um fim.
NOÇÕES GERAIS
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maioria da doutrina, já que o Direito Penal não deve se ocu-
4. TEORIA
par de exercer um controle moral sobre as pessoas.
(Auditor TCEMS 2013 PUC/PR incorreta) Segundo enten- SOCIAL
dimento dos doutrinadores brasileiros acerca da evolução da
teoria do tipo, a concepção que mais se adapta ao direito NOÇÕES GERAIS
CONDUTA (COMPORTAMENTO)
Portanto, conduta é um comportamento humano voluntá-
rio socialmente relevante, dominada ou dominável pela
vontade humana.
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RESPONSABILIDADE
5. FUNCIONALISMO TELEOLÓGICO, MODERADO,
DUALÍSTICO OU DA POLÍTICA CRIMINAL A responsabilidade abrange o juízo de culpabilidade (capaci-
(Claus Roxin – Escola de Munique) dade de se comportar conforme a norma) e a necessidade
da pena.
A culpabilidade passa a ser uma categoria da responsabili-
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penal é dissuadir as pessoas de cometimento de delitos
6. FUNCIONALISMO RADICAL,
como também fortalecer a consciência jurídica da comuni-
dade. SISTÊMICO OU MONISTA
(Defensor DPEMA 2011 Cespe incorreta) Consoante a (Günther Jakobs – Escola de Bonn)
concepção funcional defendida por Claus Roxin, a função da
FUNCIONALISMO DE JAKOBS
(CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME)
FATO TÍPICO ANTIJURÍDICO CULPÁVEL
Jakobs recoloca a culpabilidade no terceiro substrato do conceito analítico de
crime. Crime, para ele, é fato típico, antijurídico e culpável. A culpabilidade
contém os seguintes elementos: imputabilidade, potencial consciência da ili-
citude e a exigibilidade de conduta diversa.
CONDUTA (COMPORTAMENTO)
Conduta é comportamento humano voluntário causador de
um resultado evitável, violador do sistema, frustrando as
expectativas normativas.
Combate perigos.
Garantias relativizadas ou
suprimidas/eliminadas.
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(Promotor MPEMS 2013 adaptada correta) O Direito Penal do Inimigo, ide- condição de Chefes de Estado, devendo sofrer a incidência de
alizado por Günther Jakobs, pode ser entendido como um Direito Penal de
normas internacionais” (Promotor MPEMS 2018 correta).
terceira geração. Na sua concepção inimigo é aquele que afasta de modo per-
manente da norma. Segundo esta teoria, não deve ser ao criminoso conferido
o status de cidadão. QUESTÕES DE CONCURSO
(Promotor MPEMT 2014 UFMT incorreta) O Direito Penal do Inimigo com-
bate preponderantemente perigos (retrospectivos), enquanto o Direito Penal (Juiz TJRO 2019 Vunesp correta) Dentre as escolas e dou-
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(Promotor MPESC 2019 Consulplan incorreta) A finali-
8. QUAL TEORIA DO CRIME
dade da pena, conforme o funcionalismo sistêmico do Ja-
kobs, é a prevenção geral implementada pela sensação de O BRASIL ADOTA?
segurança decorrente da regular aplicação e execução das
penas, e do índice de ressocialização dos condenados. QUAL TEORIA DO CRIME O BRASIL ADOTA
(Juiz TJPR 2014 PUC/PR incorreta) Para o funcionalismo
Disponível
https://bit.ly/3tB6Pgw
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