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Espectrometria de massa

297
Espectroscopia de massa

1. Introdução à técnica

2. Espectrómetro de massa
Introdução da amostra
Técnicas de ionização
Analisadores
Detetores
3. Fragmentação das moléculas
Princípios gerais da fragmentação
Fragmentação de diferentes grupos funcionais

4. Análise de misturas
GC-MS; LC-MS
MS-MS

298
Espectrometria de massa

299
Espectrometria de massa

MS DLI TPS PB MALDI/TOF Q/TOF


MS/MS
ESI/TOF
GC-MS
ICP/MS

1970’s 1978 1980’s 1990 1995 1998 2000’s

FAB API ESI μESI Z-Spray APPI


APCI nESI LINAC Turbo V

400 800 1000 2500 300.000 500.000 1.000.000


Peso molecular (Dalton)

300
Espectrometria de massa

Prémios Nobel

Joseph John Thomson Francis William Aston Wolfgang Paul John Bennet Fenn Koichi Tanaka

1906 - Prémio Nobel da 1922 – Prémio Nobel da 1989 - Prémio Nobel 2002-Prémio Nobel da Química
Física Química da Física

Investigações espectrometria de massa, desenvolvimento da Desenvolvimento de métodos científicos de


experimentais e teóricas dos isótopos , num grande técnica trap de iões identificação e de análise estrutural de
sobre a condução da número de elementos não- macromoléculas biológicas
eletricidade por gases radioativos

301
4. Espectrometria de massa

Aspetos gerais

 grande utilidade na identificação de substâncias

 não envolve a absorção ou emissão de luz diretamente pelo composto

 baseia-se no comportamento dos iões positivos em campos magnéticos e


eletrostáticos e na

 abundância isotópica dos elementos

método analítico para medir pesos atómicos ou moleculares


Espectrometria de massa

Aspetos gerais
Principais informações :

 Pesos atómicos e moleculares obtenção da massa molecular da substância (pico


ião molecular)

 Fórmula molecular: pode ser calculada a partir da abundância das fragmentações


de picos isotópicos (M+1) e (M+2) em relação ao pico do ião molecular (HRMS)

 Identificação de compostos a partir das fragmentações por comparação do espectro


com o de um padrão ou um espectro da biblioteca

 Permite obter informações estruturais de moléculas orgânicas e biológicas

 Permite determinar a composição elementar (baixa MM; MS alta resolução)

 Estudo de misturas
303
Espectrometria de massa

Química Inorgânica
Análise Ambiental
Química dos Alimentos
Estruturas e Reatividade
Toxicologia e Metabolismo
Polímeros
Técnicas Acopladas
Análises Clínicas
Proteínas e Peptideos
Carbohidratos
Genética
Síntese Orgânica
Produtos Naturais
304
Espectrometria de massa

Aspetos gerais

Aplicações:
 Monitorização de espécies orgânicas voláteis em materiais e aerossois

 Resíduos de pesticida e compostos orgânicos em geral

 Detetar e identificar o uso de esteróides em atletas

 Monitorizar a respiração de pacientes por anestesistas durante a cirurgia

 Determinar a composição de espécies moleculares encontradas no espaço

 Adulteração de alimentos

 Monitorizar os processos de fermentação de indústrias biotecnológicas

 Determinar dioxinas em peixes contaminados


305
Espectrometria de massa

Aspetos gerais

 Caraterizado por picos


estreitos e afilados

xx - indica a razão m/z do ião

 A altura do pico indica a abundância relativa de um determinado ião (não


confiável para a quantificação)

intensidade do pico indica a facilidade de formação/movimentação do ião no espetrómetro


306
Espectrometria de massa

Aspetos gerais

O espetro de massa obtido depende

 Arranjo dos átomos na estrutura da molécula

 Força das ligações entre os átomos

 Energia usada no processo de ionização

 Instrumento usado

307
Espectrometria de massa

Características do analisador de massa

Intervalo Resolução Velocidade de


Precisão de massa scan

É uma medida de quão perto O intervalo no Uma medida Os analisadores


estão os valores obtidos. qual o de quão bem o tem scanners
A precisão varia espectrómetro espectrómetro com um tempo
dramaticamente de analisador de massa pode de massa de ciclo regular
para analisador dependendo operar separa iões de de baixo a alto
do tipo de analisador e da sua diferentes m/z, ou vice
resolução massas versa

308
Espectrometria de massa

Deteção dos iões


Separação dos iões
Fonte de iões

+
_

amostra ionizador analisador detetor

 A amostra é ionizada e ocorre fragmentação de moléculas (iões)


 são separados de acordo com a sua razão m/z
 os iões com diferentes valores m/z saem do analisador e são "contados"
309
Espectrometria de massa

Alto vácuo

Entrada Análise
Ionizador Analisador Detector
amostra dados

Injeção directa

Métodos de
separação

310
Espectrometria de massa

Introdução da amostra

Introdução direta:
sólida, líquida ou gasosa

Métodos de separação:
LC- Cromatografia líquida
líquidas
CE- Eletroforese capilar

GC- Cromatografia gasosa gasosas

 A espectrometria de massa é uma técnica na fase de gás – as amostras líquidas ou


sólidas necessitam de ser vaporizadas

311
Espectrometria de massa

Introdução da amostra - LC

312
Espectrometria de massa

Introdução da amostra - LC

Garrafas de eluente

Desgasificador

Pós-coluna

bomba

Injetor
Bomba
Bomba
Compartimento
da coluna
Bomba

313
Espectrometria de massa

Introdução da amostra - GC

314
Espectrometria de massa

Introdução da amostra - GC

GC MS
Injetor
Entrada He Fonte ião Filtro massa
Detetor

Forno

315
Espectrometria de massa

Bombas difusoras
Bombas turbomoleculares
Sistema de alto vácuo Bomba rotativas

Entrada Análise
Ionizador Analisador Detetor
amostra dados

Injeção directa

Métodos de
separação

316
Espectrometria de massa

Sistema de vácuo
Pressão

1013 mbar 2x1019 moleculas/cm3


 É necessário para evitar as colisões (760 torr) Vácuo primário
Liofilização, transporte de
entre iões e moléculas material, embalagem,
iluminação, descargas,
substituição de gás, …
2x1014 moleculas/cm3
Consequências das colisões 10-2 mbar Alto vácuo
(7,6x10-3 torr) (10-2 mbar a 10-8 mbar)
 Alteração de trajetória dos iões Dispositivos electrónicos,
revestimentos ópticos e
 Transferência de energia outros, tratamentos
térmicos, …
2x108 moleculas/cm3
10-8 mbar
 Reações químicas Ultra-alto vácuo
(7,6x10-9 torr) (10-8 mbar a 10-11 mbar)
Microelectrónica,
simulação espacial,
investigação científica, …

10-11 mbar 2x105 moleculas/cm3


317
(7,6x10-12 torr)
Espectrometria de massa

Sistema de vácuo

A distância percorrida por um ião antes de colidir com uma molécula é dada por λ:

1
𝜆= N é a densidade do gás
𝑁𝜎 σ é a secção transversal

Pressão (Torr) Número da densidade do gás Percurso livre médio


(moléculas/cm3)
760 (Patm) 2,7 x 1019 1 μm
1 3,5 x 1016 0,05 mm
0,1 3,5 x 1015 0,5 mm
0,01 3,5 x 1014 0,5 cm
0,001 3,5 x 1013 5 cm
1 x 10-4 3,5 x 1012 50 cm
1 x 10-6 3,5 x 1010 50 m
1 x 10-8 3,5 x 108 5 km 318
Espectrometria de massa

Sistema de vácuo Pistão


Anel de água, jacto, etc.
Rotação
Adsorção
Roots
Bomba rotativas Ejetor

Bombas difusoras Difusão


Molecular
Bombas turbomoleculares Iónica
Criogénica

102 1 10-2 10-4 10-6 10-8 10-10 10-12 10-14 P (torr)

Bomba rotativas
Bomba difusora Bombas turbomoleculares 319
(vácuo primário)
(ultra-alto-vácuo)
Técnicas de ionização

Deteção dos iões


Separação dos iões
Fonte de iões

+
_

amostra ionizador analisador detetor

As diferenças nos tipos de MS estão em diferentes meios para realizar


estas três funções

320
Técnicas de ionização

Alto vácuo

Entrada Análise
Ionizador Analisador Detetor
amostra dados

EI
CI
FAB
MALDI
ESI

321
Técnicas de ionização

Técnicas de ionização

Agentes ionizantes

os que provocam dessorção do


os que requerem o
analito em amostras sólidas ou
analito em fase gasosa
liquidas

+ são aplicáveis a compostos pesados, não


voláteis e termicamente instáveis

322
Sensibilidade da técnica eficiência ionização
Técnicas de ionização

Métodos em fase gasosa


Impacto Eletrónico (EI) Electron Ionization

Ionização Química (CI) Chemical Ionization

Métodos por dessorção

Ionização por Bombardeamento de Fast Atom Bombardment


Átomos rápidos (FAB)

Ionização por Dessorção Matrix Assisted Laser Desorption Ionization


da Matriz por Laser (MALDI)

Métodos por evaporação


Ionização por Electrospray ElectroSpray Ionization
(ESI) 323
4. Espectrometria de massa

Espectro eletromagnético
Energia (eV)
1010 108 106 104 102 100 10-2

Frequência crescente

Radiação ionizante Radiação não ionizante

E = 70 eV = 7x103 kJmol-1
Energia típica da ligação covalente= 2-6x102 kJmol-1

Ultravioleta: 3,1 a 100 eV


4. Espectrometria de massa
Ionização analíto em fase gasosa

 alguns dos iões moleculares são instáveis e fragmentam-se em iões menores

e-
ionização fragmentação
M̈ Ṁ + m1+ + ṁ 2
catião catião radical
2 e- radicalar

molécula ião ião fragmento


molecular

este processo requer tipicamente < 15 eV e o restante


da energia gera fragmentação dos analitos
Impacto Eletrónico

EI

+
e–

feixe e– + •
325
Técnicas de ionização
Impacto Eletrónico

326
Técnicas de ionização
Impacto Eletrónico ultravioleta 3,1 – 100 eV

70 volts
 A técnica mais usada (mais antiga) Trap

 O analito gasoso é bombardeado Iões


positivos
por eletrões com alta energia (70 Inlet
analisador
eV) provenientes de um
filamento (rénio ou tungsténio)
aquecido eletricamente Filamento Prato
Eletrões extração

Formação de iões positivos


 A energia do eletrão deve ser superior à energia de
M + eˉ M⁺ + 2eˉ 327
ionização da molécula (15 eV)
Técnicas de ionização
Impacto Eletrónico

 O espectro é um registo das fragmentações da molecula

H H
H C C H
H H

H H H H
e- + H C C H H C C+ H
H H H H
M+
H H
(M-R2)+ H C+ C H
(M-R1)+ H H (M-R1)+
(M-R3)+ M+

328
Técnicas de ionização
Impacto Eletrónico

Vantagens

 Método reprodutível e bem conhecido (bibliotecas de identificação)

 Fragmentação extensiva (dedução da estrutura molecular)

 Ionização altamente eficiente (método sensível)

 Ionização não selectiva (elevada produção de iões - todas as moléculas ionizadas)

 Amostras insolúveis (sem necessidade de matriz para solubilização)

 Interface com GC

 Amostras hidrofóbicas
329
Técnicas de ionização
Impacto Eletrónico

Desvantagens

 Formação apenas de iões positivos (não ideal para alguns grupos)

 Formação de catiões radicalares (complicam a interpretação)

 Limitada a amostras voláteis e termoestáveis

 Analitos de baixo peso molecular (<600 Da)

 Método relativamente energético (fragmentação extensiva-pico molecular)

 Ausência de interface com LC

330
Ionização Química

CI
4. Espectrometria de massa
Ionização Química

 mistura do analito com um gás reagente em alta concentração (1 Torr)


 técnica relativamente mais suave que EI

repelente

filamento
íman
Técnicas de ionização
Ionização Química

 Gás reagente: gás metano, iso-butano ou amónia

Gás metano

 Ionização do gás por impacto eletrónico CH4 + e-


.
CH4+ + 2e-
(iões primários) CH4+ CH3+ CH2+

 Pressão elevada: o catião radicalar CH4+. + CH4 CH5+ + .CH3


colide com outra molécula de metano CH3 CH4 C2H5 H2
ou C3H5+

 Ionização da amostra (M) pelo catião CH5+ + M CH4 + (MH)+


(iões secundários)

ácido muito forte em fase gasosa 333


Técnicas de ionização
Ionização Química

 Outros reagentes: iso-butano e NH3


C4H10 + e- C4H9+ + H• + 2e-
NH3+• + NH3 NH4+ + NH2

 Transferência do protão depende da afinidade relativa entre o analíto neutro e o


gás reagente:
M + RH+ MH+ AR(CH4) = 543,5 kJ mol-1
AR(iC4H10) = 802,1 kJ mol-1
AR(NH3) = 853,6 kJ mol-1

334
4. Espectrometria de massa
Ionização Química

Vantagens

 presença do ião molecular (MH)+ frequentemente visível


 menor fragmentação que em EI
 interface com GC
 amostras insolúveis (sem necessidade de matriz para solubilização)

Desvantagens

 menor fragmentação (menos informação estrutural) que em EI


 requer analitos volátil e termoestáveis
 analitos de baixa peso molecular (<800 Da)
 ausência de interface com LC
Técnicas de ionização

EI

CI - metano

CI – iso-butano

H2 >> CH4> C4H10> NH3> CH3-ONO> NF3>N2O


335
Ionização por bombardeamento de
átomos rápidos

FAB

337
Técnicas de ionização
FAB
 Usada em analitos não susceptíveis de analise pelos métodos de EI e CI

 não voláteis
 termicamente instáveis
 com alto peso molecular

 Indicada para a análise de biomoléculas

 O analito tem de ser solúvel ou criar uma suspensão homogénea numa matriz
líquida não-volátil

Matrizes mais comuns:


OH OH
HO OH HO SH

glicerol 1-tioglicerol álcool m-nitrobenzil 338


Técnicas de ionização
feixe átomos
FAB Analito/matriz Iões
analito Iões
matriz

 Um feixe de átomos neutros (Ar ou Xe) (6-


analisador
10 keV) ou por iões Ce⁺ de elevada energia Feixe de iões do analito
(iões secundários)
(10-30 keV) bombardeia a matriz com o
analito
Prato de extração Lentes de focalização

 Ocorre ionização e os iões e as moléculas


Iões ejetados
Feixe de átomos
dissolvidas são ejetados no estado gasoso
para análise

 As moléculas resultante são [MH]⁺ ou


[M-1]ˉ e alguns fragmentos iónicos
339
Técnicas de ionização
FAB

Vantagens
 Não é necessário o analito em fase gasosa, introdução de amostra líquida
 Ionização de intensidade intermédia
 São obtidos iões moleculares e fragmentos positivos e negativos
 Aplicável a uma grande variedades de moléculas
 Especialmente aplicável a biomoléculas de elevado peso molecular > 6000 Da
 Rápido e de elevada resolução

Desvantagens
 A amostra tem que ser solúvel na matriz
 Difícil quantificação
 Linha de base
 Requer um técnico altamente especializado 340
Ionização por Dessorção da Matriz por Laser

MALDI

341
Técnicas de ionização
MALDI

 Técnica desenvolvida recentemente para a ionização de moleculas de elevado


peso molecular (peptídos, proteínas, oligossacarídeos, etc)

 Ionização suave (a energia dada às moléculas do analito cerca de 4eV)

 Técnica muito semelhante à técnica de FAB: o analito é colocado numa matriz -sólida

 Efetua-se uma mistura da matriz com solventes normalmente água, acetonitrilo (ou
etanol) e ácido trifluoracético (agente de ionização)
ACN/água/TFA
(50/50/0,1)

342
Técnicas de ionização
MALDI

 A mistura analito/matriz/solvente é colocada


num placa de metal (suporte condutor)

O solvente é evaporado de forma a se formar


um deposito sólido o mais regular possível

343
Técnicas de ionização
MALDI

Matriz deve ser:

 Capaz de se misturar com o analíto para que ocorra co-cristalização

 Estável em condições de vácuo


 Promover co-dessorção do analito aquando da irradiação do laser

 Causar a ionização do analito

 Existe uma grande variedade de matrizes


A escolha tem por base
as características do analito (hidrofóbico/hidrofílico) ou
com base na absorvância da matriz (cromóforo) à radiação laser (UV)
344
Técnicas de ionização
MALDI

O
O O
H3CO
HO OH
OH OH
CN HO
HO OH
OCH3

Ácido α-ciano-4-hidroxicinâmico Ácido 2,5-dihidroxibenzóico Ácido 3,5-dimetóxi-4-hidroxicinâmico


(CHC) (DHB) (Ácido sinapínico)

337 , 355 nm 337, 355, 266 nm 337, 355, 266 nm

Péptidos, lípidos, nucleotidos Pequenas moléculas, Grandes péptidos,


Pequenos péptidos, Grandes proteínas, lípidos
Nucleotidos, Lipidos,
oligossacarideos
345
Técnicas de ionização
MALDI
Matrizes selectivas

 superfície modificada com uma funcionalidade química

Superfícies químicas

(Hidrofóbica) (Hidrofílica OH)

(Aniónica C=O) (ião metálico) 346


(Catiónica NH3)
Técnicas de ionização
MALDI
Matrizes selectivas

Superfícies biológicas

(Anticorpo-Antígeno) (Recetor - Ligante) (DNA - Proteína)

347
Técnicas de ionização
MALDI

 Feixe de laser pulsado de radiação UV


 Absorção da radiação UV pelo cromóforo da matriz com posterior ionização (XH+)
 Dissociação da matriz (gás carregado e em supercompressão) com ionização da
molécula do analíto por transferência de protão (XH+ + M → MH+ + X)
 Explosão da matriz a elevada velocidade levando o analíto por arraste
337 nm UV laser
Analito/matriz
Laser

MH+ analisador Ácido α-ciano-4-hidroxicinâmico

348
Técnicas de ionização
MALDI
Vantagens

 Processo independente do tamanho dos analítos e das suas propriedades de adsorção


 Aplicável a moléculas de elevado peso molecular: biomoléculas, (peptídos, proteinas,
DNA, etc) >500 kDa
 Sensibilidade elevada para proteínas

 Método de ionização suave


 Origina iões moleculares carregados com carga simples: (MH)+ (MH)-
 Requer pequenas quantidades de analíto (10 mL de solução 1 pmol/mL)

Desvantagens
 Dificuldades de quantificação
349
 Interferência da matriz
Ionização por Electrospray

ESI

350
Técnicas de ionização
Ionização por Electrospray

 Método de produção de iões moleculares não voláteis de elevado peso molecular

 Técnica de ionização suave que permite estudos de associações não covalentes entre
macromoléculas (ex. proteínas)

 O analíto tem que ser solúvel em solventes polares de baixo ponto de ebulição como o
metanol, acetonitrilo ou a água

 O processo de ionização das moléculas ocorre pela nebulização da solução num campo
elétrico intenso

formação de gotículas altamente carregadas


351
Técnicas de ionização
Ionização por Electrospray

352
Técnicas de ionização
Ionização por Electrospray

Placa carregada
(Contralectrodo)
agulha de Múltiplas
 O analito dissolvido é nebulização
Cone de
Taylor gotas carregadas

colocado num capilar de aço Amostra


Evaporação Explosão MH+
em
solvente coulômbica MH2+
inoxidável (70 - 150 mm) solução
limite “Rayleigh” MH3+
é atingido Iões
polarizado Gás Molécula Múltiplas
analito

nebulizador- N2 Analíto
gotas carregadas

 A solução é nebulizada como gotas Fonte


de Energia

carregadas (cargas na superfície) e flui 2-5kV

num elevado campo eléctrico (2-5 kV)

 Ocorrem várias evaporações consecutivas do solvente até que a repulsão se torna elevada
e origina a explosão em pequenas gotículas e moléculas de analito carregadas 353
Técnicas de ionização
Ionização por Electrospray

MH+
MH2+
MH3+

 Iões formados podem apresentar cargas múltiplas:


grandes moléculas: uma carga / 1000 Da
pequenas moléculas: normalmente carregadas unitariamente

 Podem obter-se iões (-) ou (+) dependendo do campo eléctrico aplicado

354
Técnicas de ionização
Ionização por Electrospray

Modo de ião positivo ou negativo?

Modo de ião positivo


 Se o analito tem grupos funcionais que facilmente aceitam H+, como as amidas e os
grupos amino dos aminoácidos dos péptidos e proteínas

Modo de ião negativo


 Se o analito tem grupos funcionais que facilmente perdem um H+ , tais como ácidos
carboxílicos e grupos hidroxilo como os encontrado nos ácidos nucleicos e açúcares

 medidas no modo ião positivo (adição de ácido fórmico ao solvente)


 medidas no modo iões negativos (adição de amónia ao solvente)
355
Técnicas de ionização
Ionização por Electrospray

Vantagens
 Obtenção do ião molecular
 Baixa fragmentação
 Possível análise de analitos de alta massa molecular (>100 kDa)
 Aplicável a compostos carregados, polares ou bases
 Interface mais eficaz e bem sucedida para LC
 Limite de deteção 10-18 mol
 Boa resolução

Desvantagens  Fraca fragmentação


 O analito necessita de ser solúvel em solventes polares 356
Técnicas de ionização

Analito Técnica Agente ionizante


Fase gasosa Impacto Eletrónico (EI) Feixe de eletrões energéticos (70 eV)
contra um analito gasoso
Ionização química (CI) Iões de um gás reagente contra um
analito gasoso
Dessorção Ionização por Bombardeamento Feixe de átomos (Ar, Xe) energéticos (6
de Átomos rápidos (FAB) KeV) sobre uma mistura líquida
Ionização por dessorção da matriz por Feixe de laser (UV) sobre uma mistura
laser (MALDI) sólida onde a matriz absorve radiação UV
Evaporação Ionização por Electrospray (ESI) Campo eléctrico intenso sobre uma
mistura na forma de spray líquido

357
Técnicas de ionização

Método de ionização Iões formados Sensibilidade Vantagem Desvantagem

EI M+ ng – pg Base de dados M+ ocasionalmente


Informações estruturais ausente
CI M+1, M+18,… ng – pg M+ usualmente presente Pouca informação
estrutural
FAB M+1, µg – ng Compostos não-voláteis Interferência da matriz
M+catião, Informações de Difícil de interpretar
M+matriz sequenciamento
MALDI M+1, µg – ng Compostos não-voláteis Interferência da matriz
M+matriz Informações de
sequenciamento
ESI M+, M++, ng – pg Compostos não-voláteis Classes limitadas de
M+++,.. Faz interface com LC compostos
Produz iões com mais de uma Pouca informação
carga estrutural

358
Técnicas de ionização

Escolha do método

EI e CI: compostos pequenos, voláteis e termicamente estáveis


EI é útil para informações estruturais
CI é útil para a determinação da massa molecular

FAB, MALDI e ESI: moléculas grandes, não voláteis, termicamente


instáveis e polares

359
Analisadores

Alto vácuo

Entrada Análise
Ionizador Analisador Detetor
amostra dados

EI MSA
CI Quadrupolo
FAB Ião Trap
MALDI TOF
ESI FT-ICR

360
Analisadores

 O analisador de massa é semelhante a um prisma – separa os iões

detetor

Analisador de massa
Fonte
separador de iões
de iões

Fonte
da luz Prisma

361
Analisadores

Analisador de massa

 separa os iões formados no compartimento de ionização


 é o coração do espetrómetro de massas
 Principais caraterísticas de um analisador:
limite de massa
transmissão iónica
poder de resolução em massa

1. Limite de massa
 valor mais alto de massa que pode ser medido (expresso em Da)

2. Transmissão iónica
 razão entre o número de iões que chegam ao detetor e os iões
produzidos na fonte 362
Analisadores

3. Poder de resolução

 capacidade de produzir dois sinais distintos para dois iões com uma diferença de
massa pequena

Alta resolução

Baixa resolução

6130 6140 6150 6160 6170


m/z
 A resolução necessária depende do objetivo
363
 baixa resolução a massa medida é uma massa média
Analisadores

3. Poder de resolução
 quantificado por
m
R=
∆m
∆m é a menor diferença de massa capaz
de ser resolvida
∆m é a largura de um pico à meia altura

R= 3000 R= 5000 R= 7000


100 100 100

80 80 80
Intensity (%)

Intensity (%)

Intensity (%)
60 60 60

40 40 40

20 20 20

364
0 0 0
111.95 112.00 112.05 112.10 111.95 112.00 112.05 112.10 111.95 112.00 112.05 112.10
M [ ] M [ ] M [ ]
Analisadores

3. Poder de resolução

 MS com resolução de 1000 consegue separar iões com m/z de 100,0 e 100,1
 baixa resolução: separam somente os iões que diferem na massa nominal (≥ 1 u.m.a.)
 Espectrómetro de massa de alta resolução: separam iões que diferem em 0,0001
u.m.a.

8000
15 ppm Resolução =18100

6000
24 ppm Resolução = 14200
4000

2000
55 ppm Resolução = 4500
0
2840 2845 2850 2855 m/z 365
Analisadores

3. Poder de resolução

15 ppm m/z 300 = 300*(15x10-6) = ±0,0045 Da


18100 m/z 300 =300 / 18100 = 0,017 Da

A exatidão depende da resolução ⇒ Altas resoluções significam melhores exatidões

8000
15 ppm Resolução =18100

6000
24 ppm Resolução = 14200
4000

2000
55 ppm Resolução = 4500
0
2840 2845 2850 2855 m/z 366
Analisadores

3. Poder de resolução

 C20H9 e C18H20N têm massas nominais de 249 e 250


podem ser distinguidos por MS baixa resolução

 Uma resolução de 5000 é suficiente para


C20H9+ C19H7N+ C13H19O2N3+ os separar
 têm a mesma massa nominal
C19H7N+` C20H9+ C13H19O2N3+

249 367
249,058 249,070 249,1479
Analisadores

3. Poder de resolução

 a partir das tabelas de combinações das massas das fórmulas com os pesos isotópicos
naturais de cada elemento, é muitas vezes possível encontrar a fórmula molecular exata

ião molecular de 98,0372


a partir da massa 98 :
C3H6N4 98,0594
C4H4NO2 98,0242
C4H6N2O 98,0480
C4H8N3 98,0719
C5H6O2 98,0368 fórmula exata
C5H8NO 98,0606
C5H10N2 98,0845
C7H14 98,1096

368
 MS alta resolução pode substituir análise elementar para confirmação fórmula química
Analisadores

3. Poder de resolução

Massa monoisotópica
corresponde ao pico de menor massa Elemento Massa Abundância (%)
1981,84 H 1,0078 99,985%
sem 13C (todos 12C)
2,0141 0,015
C 12,0000 98,89
1982,84 13,0034 1,11
um 13C
N 14,0031 99,64
15,0001 0,36
O 15,9949 99,76
1983,84 16,9991 0,04
17,9992 0,20
dois 13C

peptídeo com 94 C
(19 resíduos de aminoácidos)

369
 Quando os isótopos estão resolvidos a massa monoisotópica é usada como a medida mais precisa
Analisadores

Analisadores

Separação dos iões de acordo com a razão m/z

função da energia  setor magnético a separação é


baseada no momento e energia dos
função do momento
iões
magnético

função da velocidade
 TOF os iões são separados de acordo
com a sua velocidade

 Existem diversos dispositivos


todos devem permitir a passagem de um nº de iões suficiente para fornecer
370
uma corrente de iões facilmente mensurável
Setor magnético

MSA

Iman

Iões da fonte

371
Detetor
Analisadores

Setor magnético

 Os iões vaporizados e ionizados ao passarem por um íman (campo magnético) são


submetido à ação de uma força magnética (B) e sofrem desvio em direção ao detetor

Detetor

Mais leve
filamento
Partículas carregadas
Eletrões ionizam a amostra

Injeção amostra Mais pesado

O campo magnética separa as


partículas baseado na razão
Fonte eletrões massa/carga

Partículas aceleradas no Iman


campo magnético
372
Analisadores

Setor magnético

 Somente os iões com determinada razão m/z que tenham iguais forças centrípetas
e centrífugas passam através do magnete

Energia cinética E = mv2/2 = zV

v: velocidade
Força magnética Bzv = mv2/r
V: tensão aplicada
r: raio de curvatura

Equação setor magnético m/z = B2r2/2V

 a razão m/z dos iões que atingem o detetor pode ser variada mudando tanto o campo
magnético (B) como a tensão aplicada (V – mais rapidamente) 373
Analisadores

Setor magnético

 De maneira a aumentar a resolução, passaram a ser construídos aparelhos de


espectrometria de massas de dupla focalização

 o analisador elétrico atua como um filtro de


Fonte de iões energia cinética, permitindo que apenas iões
+ Setor
com a mesma razão energia cinética/carga
V magnético
específica possam atravessá-lo
+E
-E
Detetor
 no setor magnético são dispersos de acordo
Setor
elétrico
com a sua razão momento/carga

0,5 – 2,0 m

 a adição do analisador de campo eléctrico aumenta a resolução de um fator de até 100.000

 é comumente utilizado com fontes de ionização EI, CI ou FAB 374


Analisadores

Setor magnético com dupla focalização

Vantagens Aplicações
 Alta resolução (R=60 000)  Para todos os compostos orgânicos
 Alta sensibilidade  Para determinação de massas exatas
 Alta exatidão (<5 ppm)  Medidas de distribuição isotópica
 Faixa de massa até 10 kDa
 Melhor desempenho quantitativo entre todos os analisadores

Desvantagens

 Aparelhos muito grandes e mais caros


 Scans relativamente lentos
 Inadequadas para técnicas de ionização pulsada (MALDI e ESI)
 Baixa resolução no modo MS/MS sem uso de múltiplos analisadores 375
Quadrupolo linear
Q

376
Analisadores

Quadrupolo linear

 Consiste em quatro tubos metálicos (elétrodos) paralelos


2 tubos positivos opostos
2 tubos negativos opostos
nos quais se aplica um campo eletromagnético

Ião ressonante

Ião não ressonante

 Os tubos alternam sinais de


radiofrequência entre pares,
permitindo a separação dos iões

377
Analisadores

Quadrupolo linear

 Para uma determinada corrente e voltagem, somente iões com dada razão m/z
seguem o trajeto entre os tubos - todos os outros são desviados para fora do
quadrupolo

Quadrupolo
Fonte
de iões
Detetor

20 – 50 cm

 Detetam-se todos os iões variando gradualmente a corrente e voltagem aplicadas


378
Analisadores

Quadrupolo linear

Vantagens

 Espetros de massa “tradicionais”


 Aparelhos relativamente pequenos (20 cm), mais barato e robusto que o setor
magnético
 iões acelerados com baixas energias cinéticas (15 eV)

 Método rápido, varreduras rápidas – análise em real-time

 Fácil estabelecer interface com a maioria das fontes de iões


ideal para acoplar à cromatografia líquida

379
Analisadores

Quadrupolo linear

Desvantagens

 Baixa resolução
 Baixa exatidão (>100 ppm)
 Inadequada para técnicas de ionização pulsadas (MALDI)
 Limite máximo m/z de 5 kDa
 Para aplicação em MS/MS requer múltiplos analisadores de massa

Aplicações

 Na maioria dos equipamentos de LC/MS e GC/MS


 Sistemas de quadrupolo triplo MS/MS e em sistemas magnético/quadrupolo MS/MS
380
Quadrupolo com armadilha de iões
QIT

381
Analisadores

Quadrupolo com armadilha de iões

 Pode ser considerado uma variação do quadrupolo linear

Q age como QIT pode segurar os iões formados no campo


filtro de massas magnético (possibilidade de aplicação ao MS/MS)

Elétrodo
anel
Espaçador
Filtro massa quadrupolo

Fonte de iões
Detetor

capsula anel capsula


Elétrodo
Elétrodo
capsula
capsula

 Os iões aprisionados são sequencialmente libertados


para o detetor produzindo o espetro de massas 382
Analisadores

Quadrupolo com armadilha de iões

 Consiste em 3 elétrodos
um elétrodo em anel
dois elétrodos em forma de tampa

 Diferentes voltagens de radiofrequências são


aplicadas ao elétrodo em forma de anel

 Variando-se a voltagem ocorrem rápidas inversões na


direção do campo, acelerando e desacelerando os iões na
direção axial e radial, aprisionando-os

 Aumentando-se a voltagem, os iões assumem trajetórias instáveis e saem da trap por


ordem de m/z crescente 383
Analisadores

Quadrupolo com armadilha de iões

Vantagens

 Alta sensibilidade: iões são pré-concentrados e sucessivamente analisados


 Permite a realização de MS em multi-etapas
 Baixo custo, simples, robusto e pequeno (5 x 5 x 5cm)
 Fácil interface com vários modos de ionização
 Pode ser usada como único analisador quando aplicado ao MS/MS

Desvantagens Aplicações

 Baixa resolução
 Sistemas GC/MS, LC/MS e MS/MS
 Baixa exatidão (>100 ppm)
 Análise de iões específicos
 Baixa faixa de massas (<5 000 Da)
 Varrimento lento 384
Tempo de Voo
TOF

385
Analisadores

TOF
Fonte de iões
Tubo de voo Detetor

±V 0,5 – 2,0 m

 é baseado no facto de iões com diferentes valores m/z terem diferentes


velocidades e portanto alcançarem o detetor em diferentes tempos

 Medida do tempo que um ião leva para ir da fonte de iões até ao detetor

386
Analisadores

TOF

 Todos os iões são acelerados por um campo eletrico após o ionizador


recebem o mesmo acréscimo de energia cinética durante uma aceleração
rápida (0,1 a 1 ms)

Tempo 1 Tempo 2 Tempo 3

Iões Detetor
Região I Região II

Tubo de voo
Válvula de
pulso
Tubo voo

Detetor
Volts

e- 387
Tempo
Analisadores

TOF

 Movem-se em direção do detetor pelo tubo de voo, sem influência de qualquer campo
elétrico ou magnético

 A energia cinética de um ião é E= 1/2mv2 v = (2E/m)1/2

≠ valores de m/z ≠ velocidade à medida que atravessam o tubo

 iões mais leves têm velocidade maior que os pesados e atingem o detetor em
menos tempo

388
Analisadores

TOF

Equação espectro massa (TOF)

m = massa do ião
m 2Vt 2
z = carga do ião
= 2
z L t = tempo de viagem
V = voltagem
L = comprimento do tubo

O poder de resolução do TOF é função:


 comprimento do tubo de voo
 da voltagem de aceleração inicial
 das distribuições iniciais de velocidades dos iões 389
Analisadores

TOF

Vantagens

 Não há limite superior de deteção de m/z


 Analisador rápido
 Adequado para acoplar ao MALDI Aplicações

Desvantagens
 Todos os sistemas MALDI
 Sistemas de GC/MS muito rápidos
 Baixa exatidão (>200 ppm)
 Baixa resolução para o modo MS/MS
 Requer o método de ionização pulsado (MALDI)
 Seletividade ião-precursor limitada para a maioria das experiências MS/MS
390
Analisadores

TOF

Tempo linear do tubo de voo

Fonte de iões

detetor

Tempo de voo
Tempo com refletor no tubo de voo

Fonte de iões

detetor refletor

Tempo de voo

391
Analisadores
Tempo de Voo Refletido (re-TOF) Detetor linear

Refletor de
iões

 O refletor localizado na extremidade do tubo TOF é


usado para compensar a diferença em tempos de
voo de iões com o mesmo m/z, mas diferentes
energias cinéticas

 O refletor usa um campo eletrostático constante


para refletir o ião em direção ao detetor
massa = massa
energia > energia

 Os iões mais enérgicos penetram mais


profundamente tendo um caminho mais longo  Alta resolução (>20 000)
até ao detetor  Alta exatidão (< 5 ppm) 392
Analisadores

Tempo de Voo Refletido

Baixa resolução devido à variação da


velocidade dos iões com = m/z

A reflexão melhora significativamente


a resolução para massas < 6 000 Da

393
Analisadores

FT-ICR

 aprisionamento de iões num campo magnético e elétrico, seguido da medição das


suas frequências de ressonância ciclotrónicas

 composto por seis placas (pratos) arranjadas em forma de cubo (célula cúbica) colocadas
no centro de um íman supercondutor com campo magnético muito forte (6-7 T)

2 excitação dos iões


Pratos de
2 detetoras de iões deteção Pratos de Corrente
excitação alternada
induzida
2 traps traps

Espectro de
massa

Campo
magnético
394
Analisadores

FT-ICR

 Uma voltagem sinusoidal é aplicada às placas de excitação

 O ião sujeito ao campo magnético adquire um movimento em espiral com frequência


ν = zB/2pm é inversamente proporcional à massa

 Os iões que estão em ressonância com a frequência


de excitação ganham energia cinética e afastam-se
em espiral do centro da célula para uma maior
orbita

 a oscilação ciclotrónica é sentida pelas placas detetoras, produzindo uma corrente


que pela FT é convertida em υ ⇒ nas massas dos iões presentes
395
Analisadores

FT-ICR

Vantagens

 Muito alta resolução


 Excelente exatidão (<1 ppm)
 Adequado para uso com métodos de ionização pulsada como MALDI
 MS/MS em um único analisador
FT-ICR
(Campo magnético íman supercondutor) 

Desvantagens
Fonte Amplificador
de iões diferencial

 Caro
 Requere um íman supercondutor
 MS/MS lento
2 – 5 cm

396
Analisadores

Analisador Princípio Aspetos importantes


Setor magnético (MSA) Trajetória alterada pelo campo magnético. Alta resolução
Raio da trajetória de acordo com m/z massas exatas
1-15000 m/z
Quadrupolo linear (Q) Trajetória sobre influencia de um campo Baixa resolução (1 u.m.a.)
elétrico (radiofrequência). Filtra iões de scan rápido
acordo com m/z baixo custo
Faixa de massas baixa (1-5000 m/z)
Quadrupolo Ion trap Trajetória sobre influencia de um campo Baixa resolução (1 u.m.a.)
(QIT) elétrico (radiofrequência). Aprisiona e Faixa de massas baixa (1-5000 m/z)
liberta os ião de acordo com m/z Baixo custo
Alta sensibilidade
analisador de massa tudo-em-um (MSn)
Tempo de voo (TOF) Aceleração de iões. Sem limite superior m/z
Velocidade é função do m/z alto rendimento
Resolução muito alta
Ressonância ciclotrónica Campo magnético constante e campo Muito alta resolução
com Transformada de elétrico (radiofrequência). massas exatas
Fourier (FT-ICR) Aprisiona os iões em movimento de Alto custo
ciclotrão. Até 70 kDa
Frequência orbital convertida no sinal m/z
397
Detetores

Alto vácuo

Entrada Análise
Ionizador Analisador Detetor
amostra dados

EI Setor Mag. Sem multiplicador


CI Quadrupolo Com multiplicador
FAB Ion Trap
MALDI TOF
ESI FT-ICR

398
Detetores
ião
-1000V

 os detetores recebem os iões que foram +


e-
e-
separados pelo analisador, transformando a e- e
-

corrente de iões em sinais elétricos


-100V
 integram estes sinais para permitir que o instrumento indique qual o m/z que atingiu
o detetor

 classificados como detetores sem multiplicação de eletrões e com multiplicação de


eletrões
Copo de Faraday Multiplicador de Eletrões

Detetor de carga (ou indutivo) Dínodo de conversão fotomultiplicador

Detetor de Array 399


Detetores

Copo de Faraday

 São dispositivos metálicos (BeO, GaP ou CsSb) que


geram uma corrente elétrica quando os iões batem na
superfície - os eletrões fluem para neutralizar a carga

 a corrente de eletrões passa por um reóstato R de valor conhecido

 se medirmos a tensão ela vai ser diretamente proporcional à concentração dos iões que
chegam ao detetor

 Tempo de resposta rápido


 Sinal/ruído baixo
 Alta eficiência de recolha dos iões
 Resposta idêntica para todas as massas
400
Detetores

Multiplicadores de eletrões

 Constituído por uma série (12 a 14) de dínodos polarizados com alta tensão (1-3 kV)
 Quando um ião colide com alta velocidade sobre o primeiro dínodo causa uma emissão
de certa quantidade X de eletrões
 Os X eletrões são atraídos para o segundo dínodo, aumentam em X2 e estes X2 eletrões ….

 A quantidade final de eletrões amplificados aparece como uma progressão geométrica


com ganho de Xn onde n é o número total de dínodos

Entrada iões
401
Detetores

Dínodo de conversão fotomultiplicador

Dínodo de
conversão

Entrada
de iões

Eletrões Dínodo de  os eletrões secundários batem num ecrã


secundários conversão
fosforoso em vez do dínodo
Ecrã fosforoso
fotões  o ecrã liberta os fotões que são detetados
pelo fotomultiplicador
Tubo
multiplicador

402
Detetores

Detetor Array

Eletrões Capilares de vidro ocos com


secundários revestimento emissor de eletrões

Ião incidente
Eletrões
secundários

 tem sido tipicamente usado em analisadores de massa de setor magnético (MSD)

 A principal vantagem é a alta sensibilidade para intervalo de massas pequeno

403
Espectrometria de massa

1. Introdução à técnica

2. Espectrómetro de massa
Introdução da amostra
Técnicas de ionização
Analisadores
Detetores
3. Fragmentação das moléculas
Princípios gerais da fragmentação
Fragmentação de diferentes grupos funcionais

4. Análise de misturas
GC-MS; HPLC
MS-MS

404
Espectrometria de massa

Diferentes configurações com MS

GC-MS - Gas Chromatography MS

Separa os compostos voláteis em colunas de GC e identifica os compostos por m/z

LC-MS - Liquid Chromatography MS

Separa compostos em solução em colunas de LC e identifica os compostos por m/z

MS-MS - Tandem Mass Spectrometry

Separa fragmentos de compostos e identifica-os por m/z

LC/LC-MS/MS-Tandem LC e Tandem MS

Separa por HPLC, identifica por m/z

405
Espectrometria de massa

Espetroscopia cromatografia-massa

43
Cromatografia: Separação
57
29 71
15 85
GC-MS 99 113 142
m/z
LC-MS
Massa: Deteção

406
GC/MS

407
GC/MS

Mass
HEWLETT 5972A Selective
PACKARD Detector

1.0
DEG/MIN

MS
HEWLETT
PACKARD

5890

Amostra Cromatografo de gás Espetrometro de massa

B
D A
AD B A C B
BD C
A
C D

Amostra Separação Identificação


408
LC

409
MS/MS

410
MS/MS

 o objetivo é fragmentar iões dos iões precursor para fornecer informação estrutural
acerca da molécula Espetro MS1

Amostra Espetro MS2

MS1 MS2

Fragmentação

 a fragmentação é induzida através de um processo denominado decomposição


induzida por colisão (CID) - célula de colisão- colide com um o gás (Ar ou Xe) o que
resulta em fragmentação

 os fragmentos gerados são separados em um analisador, gerando um espetro de


fragmento
411
MS/MS

MS1 MS2

CID
Ião produto
Ionização

Ião precursor

412
MS/MS

Fonte Detetor

MS1 Célula MS2


colisão

 Usa dois ou mais analisadores separados por uma célula de colisão

EI Célula de
ESI
MALDI
colisão
+
+
amostra ionização + Separação m/z + Separação m/z Separação m/z Deteção
+
+
- +

MS1 MS2 413


Ião precursor Ião produto
MS/MS

Diferentes configurações de MS

Diferentes estratégias e configurações podem ser de acordo com a aplicação específica:

 Quadrupolo-quadrupolo

 Quadrupolo-tempo de voo

 Tempo de voo – tempo de voo

 Sector magnético-quadrupolo
ESI-Q-TOF MS
ESI-QIT MS
Intensidade
ESI-FTICR MS
Massa (m/z) MALDI-TOF MS
MALDI-TOF-TOF MS
MALDI-Q-TOF MS
TOF 1 TOF 2
Célula MALDI-QIT MS
fonte colisão 414
MALDI-FTICR MS
MS/MS

para determinar proteínas :


 massa total da proteína
 sequência de aminoácidos
 quantificação de uma proteína numa mistura

ESI-QTOF

 Fonte ionização eletrospray + quadrupolo +

MW e seq. AA analisador massa tempo de voo

MALDI-QTOF

 Ionização por desorção laser matriz assistida +


quadrupolo + analisador massa tempo de voo
 MALDI-TOF MW
 Quadrupolo Triplo seq. AA
415
MS/MS

E G S F F G E E N P N V A R

175,10
246,14
345,21
459,25
556,30
670,35
799,39
928,43
985,45
1132,52
1279,59
1366,62
1423,64
1552,69
416
Espectroscopia de massa

1. Introdução à técnica

2. Espetrómetro de massa
Introdução da amostra
Técnicas de ionização
Analisadores
Detetores

3. Análise de misturas
GC-MS; HPLC; MS-MS

4. Fragmentação das moléculas


Princípios gerais da fragmentação
Fragmentação de diferentes grupos de compostos

5. Exemplos de aplicação
417
Fragmentação

Espetro de massas

 gráfico representa a abundância relativa de iões vs. razão massa /carga (m/z)
 o ião mais abundante formado durante o processo de ionização dá origem ao
pico mais intenso- pico base do espetro

Pico base
Abundância relativa (m/z 43)

418
Fragmentação

Espetro de massas

 as intensidades de todos os outros picos do espetro são indicadas como uma


percentagem do pico base

 se o analito perde somente um eletrão durante o processo de ionização é observado


no espetro o pico do ião molecular - M+

Pico base
(m/z 43)
[M+H]+
Abundância relativa

[M+C2H5]+ M+ (m/z 114)


[M+C3H5]+
[M+NH4]+

419
Fragmentação

Espetro de massas

 quando o M+ adquire energia muito alta dá-se a formação de moléculas menores


carregadas - iões fragmento
iões fragmento

Pico base
(m/z 43)
Abundância relativa

M+ (m/z 114)

 fragmentos neutros e radicais não são registados - é inferida pela massa dos iões fragmento420
Princípios gerais da fragmentação

421
Fragmentação

Fragmentação

 a colisão/pertubação de um eletrão com alta energia com as moléculas da


amostra provoca não somente a perda de um eletrão, mas também transfere
energia cinética para o ião que se forma

 a energia transferida aumenta significativamente a energia vibracional das


ligações, levando à quebra e à formação de fragmentos

 devido à baixíssima concentração de moléculas da amostra na câmara de


ionização, todos os processos de fragmentação são unimoleculares

422
Fragmentação

Fragmentação

 a fragmentação de moléculas que têm deficiência de 1 electrão (M+.) resulta na


quebra de ligações A+ + F•

Detetado Não observado por


M•• + e- → 2e + M+• por MS MS

Detetado C+• + F
por MS

CH2 + H2C
CH3

ou simplesmente 423
57
Fragmentação

Fragmentação
 os processos de fragmentação seguem reações que originam espécies o mais
estáveis possíveis do ponto de vista termodinâmico

 estruturas cíclicas e ligações duplas estabilizam o ião molecular

 a ordem de estabilidade dos carbocatiões é sempre

arilo > alílo > metilo > H catião 3º > catião 2º > catião 1º > metilo > H

424
Fragmentação

Fragmentação

 os pontos de ramificação são os primeiros a ser fragmentados

 a estabilidade do catião será predominante sobre a estabilidade do radical

regra de Stevenson

o fragmento mais estável (de menor energia) ficará carregado positivamente (catião)
o fragmento remanescente ficará na forma de radical

exemplo: iso-butano + CH3

+ CH3
425
Fragmentação

Fragmentação
A. clivagem de uma ligação σ
1. clivagem C-C
2. clivagem C-heteroátomo
3. clivagem α de C-heteroátomo

B. rearranjos e clivagens σ de duas ligações

1. eliminação do H(α) e do heteroátomo


2. Retro-Diels-Alder (RDA)
3. rearranjo de McLafferty (McL)

426
Fragmentação

Fragmentação
A. clivagem de uma ligação σ

1. clivagem C-C

C C C C
+

2. clivagem C-heteroátomo

C Z C Z
+

427
Fragmentação

Fragmentação

3. clivagem α de C-heteroátomo

C C Z C + C Z

C C Z C + C Z

C C Z C C + Z

B. rearranjos e clivagens σ de duas ligações

1. eliminação de H (α) e do heteroátomo

C C Z C C + H Z
H
428
Fragmentação

Fragmentação
B. rearranjos e clivagens σ de duas ligações
2. Retro-Diels-Alder

Mecanismo
completo +

abreviado
+

(C2H4) - perda de 28

CH3 CH3

429
Fragmentação

Fragmentação

3. rearranjo de McLafferty – McL (eliminação 1,4)

mecanismo
completo
(C2H4) - perda de 28

abreviado

430
Fragmentação de diferentes
grupos de compostos

431
Fragmentação - Alcanos

 M+ é geralmente observado para alcanos lineares

 sinais observados:
agregados de picos CnH2n+1
fragmentos com perdas de -CH3, -C2H5, -C3H7 …

série de nº ímpares de m/z (14Cn + 1): 15, 29, 43, 57, 71, 85 ...

perdas de massa de 14

 frequentemente os picos em m/z 43 e 57 são os mais intensos


iões propílico e butílico (n=3 e n=4)

432
Fragmentação - Alcanos

433
Fragmentação - Alcanos

n-heptano
Intensidade relativa

43

57

M+

434
Fragmentação - Alcanos

Alcanos-ramificados

 fragmentação preferencial junto à ramificação: formação de carbocatiões 2ª e 3ª

 o sinal M+ tende a diminuir ou a desaparecer em alcanos ramificados grandes

 alcanos muito ramificados não originam M+

↑ ramificação ↓ intensidade de M +

 m/z 43 e 57 continuam a ser os sinais mais intensos

iões iso-propílico (2º) e terc-butílico(3º)


435
Fragmentação - Alcanos

Alcanos - ramificados

2,2-dimetilhexano

M+ (114)
Intensidade relativa

57

436
Fragmentação - Alcanos

Cicloalcanos

 observam-se picos M+ intensos

 cadeias ligadas ao sistema cíclico sofrem facilmente fragmentação

 a clivagem de duas ligações σ levam à formação do fragmento neutro - o eteno


(C2H4) - perda de 28

H2C CH2
HC C R
+ H2C CH2
H H
C
H2
n m=28

437
Fragmentação - Alcanos

Cicloalcanos

+
Ciclohexano

M – 28 (56) C4H8+

M+ (84)
Intensidade relativa

C3H5+ (41)

438
Fragmentação - Alcanos

Cicloalcanos

4-metil isopropilciclohexano

97
Intensidade relativa

M+ (140)

439
Fragmentação - Alcenos

 M+ frequentemente observado e mais intenso que no alcano correspondente

 sinais observados
agregados de picos CnH2n-1 e CnH2n (mais fracos)
fragmentos com perdas de -C3H5, -C3H4,-C4H7, -C5H9 …
série de nº ímpares de m/z (14Cn -1): 27, 41, 55, 69, 83, 97 …
série de nº pares de m/z (14Cn): 28, 42, 56, 70, 84, 98 …
 perdas de massa de 14
 clivagem favorecida é a alílica
 alcenos terminais fragmentam sempre dando origem ao catião alilo

+
H H
R C C CH2 R + H 2C C CH2
H H
m/z 41
440
Fragmentação - Alcenos

cis-2-penteno

55
Intensidade relativa

M+ (70)

441
Fragmentação - Alcenos
alcanos vs. alcenos

octano (75 eV)


Intensidade relativa

M+ 114
m/z 85, 71, 57, 43 (base), 29

alcanos vs. alcenos


Intensidade relativa

octeno (75 eV)


M+ 112
m/z 83, 69, 55, 41, 29

m/z = 41
442
Fragmentação - Alcenos

Cicloalcenos

 M+ são intensos e frequentemente observados

 fragmentação via Retro-Diels-Alder

observado perda de 28

443
Fragmentação - Alcenos

Cicloalcenos
1-metil-1-ciclohexeno

81
Intensidade relativa

68
M+ (96)

444
Fragmentação - Alcinos

 M+ frequentemente observado

 para alcinos terminais, a perda do hidrogénio terminal é frequentemente


observada (M-1)

é tão intenso que muitas vezes constitui o pico base do espectro

pode até suprimir a presença do M+

 alcinos terminais formam o catião propagilo, m/z 39

[R-CH2-C≡CH]+• → R • + H2C+-C ≡CH


m/z 39
445
Fragmentação - Alcinos

1-pentino

H 67
Intensidade relativa

39

M+ (68)

446
Fragmentação - Alcinos

2-pentino
M+ (68)

53
Intensidade relativa

447
Fragmentação - Aromáticos

 M+ intenso
 muito pouca fragmentação do sistema aromático

75 eV e-

 anéis aromáticos com grupos alquilo sofrem fragmentação com formação do


catião tropílio C7H7+ (m/z 91), formado a partir do rearranjo do catião benzílo

CH3 CH2

C7H7+ (m/z 91) 448


Fragmentação - Aromáticos
I. CH2

m/z = 162 m/z=91

HC CH HC CH

m/z=39 m/z=65 m/z=91

Cadeia lateral alquilo com 3 ou + C rearranjo de McLafferty


H2
C CH2
CH2
II. H
CH
H H
m/z = 162 m/z=92

C 6H 9 HC CH
III.

m/z = 162 m/z=77 m/z=51 449


Fragmentação - Aromáticos

CH3 CH3

p-xileno H3C

Intensidade relativa 91

M+ (106)

450
Fragmentação - Aromáticos

H H
n-butilbenzeno +

(rearranjo de McLafferty)

Intensidade relativa 92

91

M+ (134)

451
Fragmentação - Aromáticos

Iso-propil benzeno

105

M (120)

452
Fragmentação - Álcoois

 M+ de álcoois são, em geral, menos intensos do que os de alcanos

álcoois 1os e 2os apresentam M+ pequenos

álcoois 3os M+ ausente

 a perda de hidrogénio não é favorecida (M -1)


 fragmentações típicas com m/z de 31, 45, 59, 73, 87, ...
 o grupo alquilo de maior tamanho é o primeiro fragmento formado

quebra da ligação C-C vizinha ao oxigénio (clivagem α)


453
Fragmentação - Álcoois

m/z
primários
OH + H2C
O H 31

secundários O H
OH + 45

terciários
OH O H
+ 59

454
Fragmentação - Álcoois

 eliminação 1,2 é a mais comum em cadeias curtas (M-18)

+
(CH2)n +
(CH2)n
RCH CHR' + H2O
RCH CHR'
H H O

455
Fragmentação - Álcoois

 para álcoois de cadeia longa observa-se fragmentação via rearranjo de


McLafferty (eliminação 1,4) originando água e etileno (M-18, M-28)

H H
R H H R M-18
O
O
+

M-28

456
Fragmentação - Álcoois

H H
OH OH
+

n-pentanol

42
-H2O
(70)
Intensidade relativa

OH

31

M+ (88)

457
Fragmentação - Álcoois

2-pentanol

OH

45
Intensidade relativa

M+ (88)

458
Fragmentação - Álcoois

2-metil-2-pentanol

OH

59
Intensidade relativa

OH
87

M+ 102

459
Fragmentação - Álcoois

Álcoois cíclicos

 álcoois cíclicos apresentam fragmentação similar

clivagem-α

H OH H OH H OH H OH

H H +

m/z 57

desidratação

H OH

, + H2O M - 18

460
Fragmentação - Álcoois
OH
Cíclicos H OH H

+
ciclopentanol

57
Intensidade relativa

M+ (86)

461
Fragmentação - Álcoois

Aromáticos

 M+ intenso

 há perda de H (M-1) ficando a carga deslocalizada no anel

principalmente se o anel tiver substituintes dadores de eletrões

 perda de CO (M -28)
H
O O O
H
H
 pode também perder

o radical formilo (HCO·, M -29)


O
C -CO -H

462
Fragmentação - Álcoois

Aromáticos

M+ (94)
Fenol Intensidade relativa

-CO 66
-HCO 65

463
Fragmentação - Álcoois

Aromáticos
 álcoois benzílicos transformam-se em análogos do ião tropílio
H H M+ (108)
OH tropiliol - CO
79 +

M -1 (107)
Intensidade relativa

tropiliol
HO

+ H2

77

464
Fragmentação - Éteres

 fragmentações típicas com m/z de 31, 45, 59, 73, 87, ... (análoga à dos álcoois)

 o grupo alquilo de maior tamanho ligado ao oxigénio é perdido via clivagem-α

[R-CH2-C-R]+• → R • + H2C=O+-R

 clivagem da ligação C-O também é observada

+
R CH O R R CH + O R
R R

465
Fragmentação - Éteres

butilmetil éter

45
Intensidade relativa

M+ 88

466
Fragmentação - Éteres

 podem ocorrem rearranjos em éteres ramificados

R H
H
R C O C CH2 R C O + R
H H H

 éteres aromáticos fragmentam-se como os fenóis, dando origem ao ião C6H5O+


(m/z 93) pela perda do grupo alquilo ligado ao oxigénio

o catião formado pode perder CO

R
O O
R + C O + C5H5+

m/z 93 m/Z 28 467


Fragmentação - Éteres

anisol (metilfenil éter)

M+ (108)

O
Intensidade relativa

77

M-28
(-CH3, -CO) 65 O
93

468
Fragmentação - Éteres

 fragmentações típicas com m/z de 31, 45, 59, 73, 87, ... (análoga à dos álcoois)

 o grupo alquilo de maior tamanho ligado ao oxigénio é perdido via clivagem β

[R’-CH2-O-R]+• → R’• + H2C=O-R+

 clivagem da ligação C-O também é observada – clivagem α

+
R CH O R R CH + O R
R R

469
Fragmentação - Éteres

butilmetil éter

45
Intensidade relativa

M+ 88

470
Fragmentação

Compostos carbonílicos

 apresentam 3 modos principais de fragmentação:


 clivagens α
O

R G O C G2 + R

O
R C O + G
R G

 clivagem β
O O
R R +
G G

 rearranjo de McLafferty

471
Fragmentação - Aldeídos

 M+ pouco intenso para aldeídos alifáticos (menor em cadeias longas e ramificadas)


intenso para aldeídos aromáticos

 clivagem-α
O
R C O + H M-1
R H

O
R + H C O m/z 29
R H

472
Fragmentação - Aldeídos

 clivagem-β

O
R R +
O m=43
H
H

 o rearranjo de McLafferty é observado em aldeídos de cadeia longa

R H R H
O O
+ m/z 44
H

473
4. Espectrometria de massa
Fragmentação
Aldeídos H H
O O
+
pentanal H

m/z 44

O
Intensidade relativa

C
H

29

M-29
M-1
85
M+ 86
Fragmentação - Aldeídos

 aldeídos aromáticos apresentam clivagem-α com perda de H· (M-1) e HCO· (M-29)

H C O + H

M-1
O
O
H +
H

m/z 77 m=29

475
Fragmentação - Aldeídos

m-metil benzaldeído

H M-1
(119) M (120)
+
Intensidade relativa

91

476
Fragmentação - Cetonas

 cetonas alifáticas e aromáticas apresentam M+ intensos

 fragmentações típicas com m/z de 29, 43, 57, 71, 85…

 a clivagem-α pode ocorrer dos dois lados da cetona

O
R C O + R1
R R1

477
Fragmentação - Cetonas

Cetonas
 a clivagem-β (ocorre menos frequentemente do que nos aldeídos)

O
R O
R +
R1
R1

 observa-se rearranjo de McLafferty (≥ C4)

R H R H
O O
+
R1 R1

478
Fragmentação - Cetonas
H H
O O +

2-pentanona 58

43
Intensidade relativa

M+ (86)
M-15

+
:O. :O + +
neutra

: O: + CH3C=O+ 479
m/z=43
Fragmentação - Cetonas

 cetonas cíclicas fragmentam-se como os cicloalcanos e álcoois cíclicos


O O O O

H H +

m/z 55
O O O

- CO m/z 70

m/z 42

480
Fragmentação - Cetonas

 a clivagem-α é favorecida em cetonas aromáticas

R C O + R

m/z 105

+ C O

m/z 77

481
Fragmentação - Cetonas

propilfenona
O

C O
m/z 105
Intensidade relativa

m/z 77

M+ (134)

482
Fragmentação - Ésteres

 M+ é pouco intenso
nos ésteres aromáticos o M+ é mais intenso
 fragmentações típicas com m/z de 45, 59, 73, 87, 101, …
 clivagem-α mais importante envolve a perda do radical alcoxilo

O
R1 R C O + OR1
R O

outra clivagem-α observada envolve a perda do grupo alquilo ligado ao carbono


carbonílico (a mais comum observada em ésteres metílicos, m/z 59)

O O
R1 R + C O R1
R O
483
Fragmentação - Ésteres

 O rearranjo de McLafferty ocorre em ésteres de cadeias longas

H H
O O
+ R1
R1
O O

H H
O O
+
R O R O
m=28

484
Fragmentação - Ésteres
O

butirato de etilo 71

O O

O 43
Intensidade relativa

M-28
29
m/z 88

M+ (116)

485
Fragmentação - Ésteres

Ésteres - aromáticos

 a fragmentação mais comum é a perda do grupo alcoxilo por clivagem-α,


dando origem ao ião C6H5CO+ (m/z 105)

O O
R C
O + .OR
R

perde CO (m/z=70)
(m/z 77)

486
Fragmentação - Ésteres

 em ésteres do tipo benzilóxilo e ésteres aromáticos que apresentam um grupo


metilo em posição orto ocorre o rearranjo:

O
éster benzilóxilo O OH O
+ C
H CH2
ketene

fragmentation
O
O
R C
éster benzílico com grupo O
+ H-O-R
R
HO
CH3 em posição orto C
H
CH2
H2

m/z 118 487


Fragmentação - Ésteres

o-toluato de metilo
119

O O
C
91 O
O CH2
Intensidade relativa

O m/z 118
M+ (150)

488
Fragmentação - Ácidos

Ácidos carboxílicos

 M+ pouco intensos (aromáticos são mais intensos)


 fragmentações típicas (C-C) com m/z de 45, 59, 73, 87, 101, …
 clivagem-α mais importante leva à perda do radical hidroxilo

O
H R C O + OH
R O
m=17
 outra clivagem-α envolve a perda do radical ligado ao grupo carbonilo, levando
à formação do ião HCO2

O O
H R + C O H
R O

m/z 45 489
Fragmentação - Ácidos

CH3(CH2)4CO+ 99
CH3(CH2)4+ 71
CH3(CH2)3+ 57
CH3(CH2)2+ 43

CH3CH2+ 29

O
CH3 CH2 CH2 CH2 CH2 C OH

45 CO2H+
59 CH2CO2H+
73 (CH2)2CO2H+

87 (CH2)3CO2H+

490
Fragmentação - Ácidos

 rearranjo de McLafferty ocorre em ácidos com cadeias longas

H H
O O
+
H H
O O

m/z 60

491
Fragmentação - Ácidos

H
O OH

ácido pentanóico OH OH

m/z 60
Intensidade relativa

M-29

M+ (102)

492
Fragmentação - Ácidos

Ácidos carboxílicos aromáticos

 perdem o radical hidroxilo facilmente e depois perdem o CO

O O
H C
O + •H
OH

+ perda de CO (m/z 77; M- 45)

493
4. Espectrometria de massa
Fragmentação
Ácidos carboxílicos aromáticos

 tais como os ésteres, os ácidos benzóicos com grupos metilo em posição orto
sofrem rearranjo McL dando origem ao ião C6H5CO+

O
O
H C
O
+ H-O-H
HO
H
H
C CH2
H2

m/z 118
Fragmentação - Ácidos

Ácidos carboxílicos aromáticos

ácido p-tolúico
O
O
OH
OH
M+ (136)
91
Intensidade relativa

119

495
Fragmentação - Amidas

Amidas

 N é ímpar ⇒ M + será ímpar e presente

 a clivagem-α em amidas primárias origina m/z 44 (pico base)


O
C R +
R NH2 O C NH2
m/z 44

 ocorre Rearranjo de McLafferty para cadeias suficientemente longas

H H
O O
+
NH2 NH2
m=28
m/z 59
496
Fragmentação - Amidas

Amidas

butiramida

O H
O
C
NH2
NH2
44 59
Intensidade relativa

M+ (87)

497
Fragmentação - Amidas

Amidas

benzamida
O NH2
C

77
M+ (121)
O NH2
Intensidade relativa

105

498
Fragmentação

Compostos carbonílicos

 apresentam 3 modos principais de fragmentação:


 clivagens α
O

R G O C G2 + R

O
R C O + G
R G

 clivagem β
O O
R R +
G G

 rearranjo de McLafferty

499
Fragmentação

Compostos carbonílicos

aldeído cetona éster ácido amida

fragmentação perda G=H G=CH3 G=OCH3 G=OH G=NH2

clivagens α -R 29 43 59 45 44

clivagem β -R’(CH3) 43 57 73 59 58

McLafferty 44 58 74 60 59

500
Fragmentação - aminas

 N é ímpar ⇒ M + será ímpar

aminas alifáticas apresentam M+ pouco intenso

aminas aromáticas apresentam M+ intenso

 a clivagem-α é o modo de fragmentação mais importante

para aminas 1as alifáticas m/z 30

 rearranjo de McLafferty não é observado em aminas

 perda de amónia (M-17) não é observada


501
Fragmentação - aminas

 o espectro de aminas cíclicas é complexo, apresentando variações de acordo com o


tamanho da estrutura cíclica

 a perda de H, seguindo da perda de HCN, é típico de anilinas:

NH2 NH H H H

+ H + HCN + H

 Piridinas apresentam alta estabilidade, com M+ intensos e espectros simples, com


perda de HCN

502
Fragmentação - aminas

pentilamina

NH2

30
Intensidade relativa

M+ (87)

503
Fragmentação - aminas

dipropilamina

H N
H
N
Intensidade relativa

72
H

M+ (101)

504
Fragmentação - aminas

tripropilamina

N
Intensidade relativa

114

M+ (143)

505
Fragmentação - nitrilos

Nitrilos

 M+ pouco intenso em alifáticos e intenso em aromáticos

 perda de H de carbono-α é frequentemente observada (M-1)


+
H H
R C C N H + R C C N
H

 perda de HCN (M-27) é sempre observada

 ocorre rearranjo de McLafferty para cadeias longas

H H
N N
C +
C
H2C

m/z 41
 nitrilos aromáticas apresentam perda de HCN (M-27) e perda de CN (M-26)
506
Fragmentação - nitrilos

Nitrilos

propionitrilo

- HC≡N
M-1 (54)
m/z 27
Intensidade relativa

M+ (55)

507
Fragmentação - nitrilos

Nitrilos

pentanonitrilo
N
C
H
N 43
Intensidade relativa

C
H2C

m/z 41 N
54 C

M+ (83)

508
Fragmentação - nitrocompostos

 M+ quase nunca observado em alifáticos e intenso em aromáticos

 fragmentação característica: perda de NO+ (m/z 30) e NO2+ (m/z 46)

m/z 30

m/z 46

509
Fragmentação - nitrocompostos

Nitro compostos

nitropropano

NO2
Intensidade relativa

43

NO+ (30)
NO2+ (46) M+ (89)

510
Fragmentação - nitrocompostos

Nitro compostos

 os compostos aromáticos apresentam fragmentação no grupo nitro (NO; NO2):

NO2 O

+ NO + CO
m=28
m/z 93 m=30 m/z 65
NO2

+ NO2 C4H3 + HC CH

m/z 77 m=46 m/z 51 m=26

511
Fragmentação - nitrocompostos

Nitro compostos

p-nitrotolueno
NO2

91
M+ (137)
Intensidade relativa

O
C5H5+

m/z 107

512
Espectroscopia de massa

 quando o pico M+ é observado → indica a massa molecular

desde que todos os átomos da molécula apresentem

as suas formas isotópicas mais abundantes

 o átomo C é uma mistura de isótopos 98,9% 12C 1,1% 13C <0,1% 14C

 o espetro irá indicar o pico M+ (constituído somente por átomos de 12C) e um


pico M+1 de intensidade nC x 1,1% (1,1*nc=IM+1/IM)

513
Espectroscopia de massa
Isotopos na Espectroscopia de Massa

514
Fragmentação – haletos de alquilo

Compostos halogenados

 apresentam pico molecular em função da distribuição isotópica (%)

M+ M+1 M+2
1H 100,0
12C 98,9 13C 1,1
14N 99,6 15N 0,4
16O 99,8 18O 0,2
32S 95,0 33S 0,8 34S 4,2
35Cl 75,5 37Cl 24,5
79Br 50,5 81Br 49,5
127I 100,0
515
Fragmentação – haletos de alquilo

 moléculas com Cl ou Br apresentam os picos isótopos característicos

 para compostos com 1 Cl, o pico molecular é um dupleto dos iões M+ e M+2
de intensidade relativa 3:1

35Cl 75,5% M+
Abundância relativa

37Cl 24,5% M+2 terá abundância relativa


de 24,5% do pico M+
M+2

m/z

516
Fragmentação – haletos de alquilo

 para compostos 1 Br o pico molecular é um dupleto dos iões M+ e M+2 de


intensidade relativa 1:1

79Br M+ M+2
50,5%
Abundância relativa

81Br 49,5% M+ e M+2 apresentam


intensidades idênticas

517
Fragmentação – haletos de alquilo
M+2
M+4
Br2
Br Br3

Abundância relativa

Abundância relativa

Abundância relativa
M+2

 iões moleculares M+4, M+6, …


M M+2 M M+4 M
M+6

⇒ presença de mais de um Cl ou Br

m/z m/z m/z

Abundância relativa

Abundância relativa

Abundância relativa
Cl Cl2 Cl3

M M M
M+2
M+2
M+2 M+4
M+4 M+6

m/z m/z m/z


M+2
Abundância relativa

BrCl Br2Cl Cl2Br

Abundância relativa

Abundância relativa
M+2
M+4
M+2
M M M
M+4
M+4 M+6
M+6

518
m/z m/z m/z
Fragmentação – haletos de alquilo

 fragmentação principal: perda do X

R X R + X

a perda de X é mais frequentemente observada para os átomos de I e Br do


que para os átomos de Cl e F

 fragmentação alternativa: perda de HX

HF > HCl > HBr > HI

+
H H +
H
R C C X
R C CH2 + H X
H H

519
Fragmentação – haletos de alquilo
 a clivagem-α é também pode ser observada
H
R C X R + H2C X
H

 para halogenetos alifáticos de cadeia longa, dá-se a perda de radical alquilo com
formação dum haleto cíclico

R
X X
+ R

 halogenetos aromáticos apresentam M+ muito intenso, perda do X dando origem ao ião


C6H5+

520
Fragmentação – haletos de alquilo

521
Fragmentação – haletos de alquilo

cloropropano
Cl

43
Intensidade relativa

H2C Cl M+2
m/z 49
m/z 51 M+ (78)

522
Fragmentação – haletos de alquilo

p-clorotolueno
Cl

91
Intensidade relativa

M+ (126)

M+2

523
Fragmentação – haletos de alquilo

bromobutano

Br

57
[M – 79 ou (M + 2) – 81]
Intensidade relativa

M+2
M+ (136)
H2C Br

524
Fragmentação – haletos de alquilo

p-bromotolueno
Br

91
Intensidade relativa

M+2
M+ (170)

525
Fragmentação – haletos de alquilo

3,4-dibromotolueno M+2
Br
Br Br
Br 169,
90 171
Intensidade relativa

M+4
M+ (248)

526
Fragmentação – haletos de alquilo

iodobenzeno I
M+ (204)

77
Intensidade relativa

527
Exemplos de aplicação

Dicas para a análise de espectros de massas

 observação de padrões típicos ajuda na interpretação dos espectros


 obtenha tantas informações quantas foram possíveis a partir M+
intenso ou não
presença de isótopos? M+1? M+2, …
presença de pico M-1
presença de pico M-18 (M-H2O)
 perdas de fragmentos a partir de M+
 observar as fragmentações típicas para cada família de compostos
 uma vez tendo uma hipótese estrutural plausível, tente atribuir a maioria os
picos observados no espectro de massas
528
Exemplos de aplicação

15 •CH3 36 HCl, 2 H2O 52 C4H4


16 O, •NH2 37 H2Cl 53 C4H5
17 HO• 38 C3H2, C2N, F2 54 CH2=CH-CH-CH2
18 H2O 39 C3H3, HC2N 55 CH2=CHCHCH3
19 F• 40 CH3CCH 56 CH2=CHCH2CH3
20 HF 41 CH2=CHCH2• 57 C4H9•, C2H5CO
26 CHCH, •CHN 42 CH2=CHCH3, CH2=C=O 60 C3H7OH
27 CH2=CH•, HCN 43 C3H7, CH3C•=O 63 •CH2CH2Cl
28 CH2=CH2, CO 44 CH2=CHOH, CO2, N2O, 71 C5H11•
29 CH3CH2•, •CHO CONH2 73 CH3CH2OC(=O)•
30 NH2CH2•, CH2O, NO, C2H6 45 CH3CHOH, CH3CH2O•, CO2H, 74 C4H9OH
31 •OCH3, •CH2OH, CH2NH2 CH3CH2NH2 75 C6H3
32 CH3OH, S 46 (H2O e CH2=CH2), CH3CH2OH 76 C6H4
33 HS•, (•CH3 e H2O) 47 CH3S• 77 C6H5
34 H2S 48 CH3SH 78 C6H6
35 Cl• 49 •CH2Cl

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Exemplos de aplicação

família de compostos Sinais mais comuns


alcanos 29, 43, 57, 71, 85, 99,……
alcenos/cicloalcenos 27, 41, 55, 69, 83, 97,……
álcoois alifáticos 31, 45, 59, 73, 87, 101,……
aromáticos 38, 39, 50-2, 63-5, 75-8,……
ácidos/esteres 45, 59, 73, 87, 101,……
alquilaminas 30, 44, 58, 72, 86, 100,……
alquilclorados 49, 63, 77, 91, 105,……

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