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Faculdade de Ciências naturais, Matemática e Estatística

Licenciatura em Ensino de Química

Espectroscopia de Absorção e Emissão Atómica

Docente Discente:
PhD Lázaro Gonçalves Cuinica Assane Kanna

Nampula, Junho de 2023


Introdução

Espectroscopia: estudo da interação de sistemas físicos com a


radiação eletromagnética.

Espectroscopia Atómica: baseada em medidas da luz absorvida ou


emitida pelos elementos de uma amostra.

Determinação de elementos e sua concentração por meio da


absorção ou emissão de radiação electromagnética.

Nos dois métodos há necessidade de atomização da amostra


Espectroscopia atômica: substância que está sendo analisada é decomposta em
átomos por meio de uma chama, um forno ou um plasma.

Quantidade de cada elemento: determinada pela absorção ou emissão de


radiação visível ou ultravioleta (UV-Vis) pelos átomos no estado gasoso.

A classificação dos métodos de espectrofotometria atómica é baseada na forma


como a amostra é atomizada. a temperatura de atomização varia
consideravelmente segundo o método de atomização adoptado.

Determinação de concentrações de analito na ordem de partes por milhão, ppm


(μg/g) até partes por trilhão, ppt (pg/g).
Vantagens da espetroscopia atómica

 Alta sensibilidade.,

 Capacidade de distinguir um elemento de outro em amostras


complexas.,

 Análise simultânea de vários elementos.,

 Várias amostras podem ser analisadas automaticamente.,

 Iões na fase vapor podem ser analisados por espectroscopia de


massas.
Espectrometria de absorção atómica

A espectrometria de absorção atómica (AAS) é um técnica


espectroanalítica para determinações quantitativas de elementos
baseada na absorção da radiação por átomos livres no estado gasoso.

As técnicas de espectroscopia de absorção atómica (AAS) baseiam-se


no facto de que um elemento atomizado absorverá luz de um
comprimento de onda característico, elevando-o do estado estável a um
estado excitado.

Átomos são identificados e quantificados pela energia electromagnética


que absorvem em determinado comprimento de onda.

A quantidade de energia de luz absorvida é proporcional ao número de


átomos de analitos na rota de luz.
Instrumentação

A lâmpada emite luz para o elemento de interesse


O atomizador converte amostras líquidas em átomos livres que absorvem energia da
lâmpada
O monocromador selecciona o comprimento de onda usado para a medição
O detector mede a luz absorvida pelos átomos livres.
Procedimentos de análise

A amostra deve primeiro ser transformada em um gás atómico para


depois analisá-la usando AAS.

Para amostras líquidas, isso envolve evaporação.

Amostras sólidas são vaporizadas.

Então, quaisquer compostos devem ser decompostos em átomos livres,


e esse processo é a atomização.
Espectroscopia de Absorção Atómica
Atomizador de AAS chama

Em AAS (FAAS) chama, a amostra é


preparada como líquido e nebulizada
na chama.
A característica fundamental dessa técnica é a
atomização que acontece na chama.
Espectroscopia de Absorção Atómica
Atomizador AAS do forno de grafite

Dissolução de amostra em forma líquida


é exigida na maioria dos casos.
A amostra é injetada em um tubo de grafite
e aquecida de maneira eletrotérmica em
diferentes estágios para atomizar o analito.
Na absorção atômica de forno de grafite
(GFAAS) a atomização acontece em três
estágios:
• Secagem
• Pirólise
• Atomização
A operação do forno de grafite é uma
técnica complementar para AA chama
convencional
e acrescenta algumas vantagens à análise.
Espectroscopia de Absorção Atómica
Atomizador AAS do forno de grafite

O tubo de grafite fica nessa


unidade que fornece um gás
inerte e poderoso para aquecer
o tubo, que então dessolvata
e atomiza a amostra.
Interpretação de resultados

Como as espécies excitadas relaxam rapidamente voltando para estados de


energia mais baixos surgem linhas espectrais, que em espectroscopia óptica
aparecem na região do ultravioleta e visível e que são úteis para a análise
qualitativa e quantitativa.
Curva de calibração e cálculos de concentração do analito

O processo AAS também requer uma curva de calibração , que ajudará a


determinar a concentração do elemento que o analista está testando com base
em medições anteriores dele em concentrações conhecidas.

A técnica é calibrada introduzindo concentrações conhecidas de átomos de


analitos na rota de luz e representando a absorção em relação à curva de
concentração.

Como a lei de Beer também se aplica à absorção atómica, podemos esperar


que as curvas de calibração da absorção atómica sejam lineares.
Exemplo
de AAS chama: Determinação de baixos níveis de ouro em
minério de ferro.

Resultados de AAS chama para Au em


minério de ferro
Aplicações de Espectroscopia de Absorção Atómica

 Determinação de metais de traço/impurezas em óleo, plantas,


água.,

 Análise de elementos em fluidos, água, solo, alimentos, soro,


material semicondutor.,

 Materiais biológicos (tecidos e fluídos), etc.


Espectroscopia de emissão atómica

Átomos são identificados e quantificados pela energia electromagnética


que emitem em determinado comprimento de onda.

A espectroscopia de emissão atómica (AES), baseiam-se no facto de


que quando um átomo de um elemento específico estiver excitado
(como na absorção atómica), ele emitirá luz em um padrão
característico de comprimento de onda (um espectro de emissão)
enquanto retorna ao estado estável.

A chama não é uma fonte ideal de excitação para emissão atómica.

Portanto, fontes mais quentes são usadas.


Instrumentação
Processo de atomização das amostras

As análises por espectroscopia de emissão atómica podem ser realizadas,


principalmente, com atomização e excitação promovidas por fontes de plasma
indutivamente acoplado (ICP). Entre as vantagens desta técnica está a baixa
susceptibilidade a interferências químicas, que é resultado directo de suas altas
temperaturas e os registro simultâneo de dezenas de elementos, que se excitam sob
as mesmas condições analise multielementar.

Espectroscopia de emissão atómica com plasma indutivamente acoplado


(ICP) é o método mais usado de espectroscopia de emissão com plasma neste caso
é produzido em um dispositivo conhecido como tocha que contem uma bobina de
radiofrequência.
Espectroscopia de emissão com ICP

Não necessita de lâmpada e permite a detecção simultânea de até 70


elementos.

Em análises por ICP não é necessário utilizar uma fonte de radiação,


a radiação emitida da parte central do plasma é utilizada para as
analises.

Detecção simultânea de vários elementos pode ser realizada por dois


tipos de instrumentos com detecção para cada elemento (analise
simultânea), ou um detector para todos os elementos (análise
sequencial).
Espectroscopia de Emissão Atómica de Plasma Acoplado
Indutivamente com um Detector para Cada Elemento

Neste dispositivo há vários


detectores e cada um é capaz de
detectar apenas um elemento pré-
selecionado e todos os elementos
são medidos simultaneamente.
Espectroscopia de Emissão Atómica de Plasma Acoplado
Indutivamente com um Detector para Todos Elemento

Neste dispositivo há um
detector, que possibilita a
detecção de todos os elemento
simultaneamente.
Aplicações de espectroscopia de emissão atómica

 Elementos em nível de traço em amostras geológicas.,


 Elementos principais em alimentos e bebidas.,
 Análises quantitativas dos elementos múltiplos em amostras
ambientais de sedimentos, água e solo.,
 Análises do solo - análises do conteúdo de micronutriente
(agricultura).,
 Determinação dos metais preciosos e ouro.
Interpretação de resultados
Espectrometria de massas de Plasma acoplado
indutivamente
Análise de água potável
Países mais desenvolvidos promulgaram regulações e programas de
monitoramento para garantir que o suprimento de água potável esteja livre de
produtos químicos potencialmente prejudiciais. A técnica de multielementos
rápida de ICP-MS é amplamente utilizada para isso.
Interferências

Qualquer efeito que modifica o sinal enquanto a concentração do


analito permanece constante.

Pode ser eliminada pela remoção da fonte de interferência ou


preparando-se padrões que apresentem a mesma interferência.

.
Tipos de interferência

Interferência espectral: Sinais indesejados se sobrepõem ao sinal do


analito.
Interferência química: Diminuição da concentração do analito pela
ocorrência de reacções químicas.

Interferência de ionização: Diminuição da concentração do analito pela


ionização parcial dos átomos.

Interferências físicas: são causadas por modificações nas propriedades


físicas das soluções, produzindo uma variação na quantidade de solução
nebulizada na chama. Estes efeitos são considerados não específicos, ou
seja, independem do elemento a ser determinado.
Interferência Espectral
Superposição do sinal do analito aos sinais devidos a outros
elementos presentes na amostra.

Superposição do sinal do analito aos


sinais devidos a outros elementos
presentes na amostra

Equipamentos que oferecem alta


resolução são capazes de separar
os picos com eficiência.
Interferência química

 Causada por qualquer constituinte da amostra que diminua a


extensão de atomização do analito.

Ex. SO42- e PO43- dificultam a atomização do Ca2+ (formação de


sais não-voláteis).

 Adição de agentes de liberação minimiza este efeito

Ex. EDTA e 8-hidroxiquinolina protegem o Ca2+ dos efeitos de


interferência dos iões SO42- e PO43-
Interferência de ionização

Comum na análise de metais alcalinos em temperaturas


relactivamente baixas.

Para qualquer elemento:


M+ e−
M g ⇌ M +g +e−g K=
M

Metais Alcalinos: mais facilmente ionizáveis

Ex. 2450 K, 0,1 Pa: Na é 5% ionizado e K é 33% ionizado

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