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GEPPRAU
Urgências traumáticas
Módulo 3
Tema 1 - Queimaduras
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Urgências Traumáticas
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Urgências Traumáticas
URGÊNCIAS TRAUMÁTICAS
Neste material, serão apresentadas as principais
emergências na área da cirurgia do trauma.
O profissional de saúde que atua na área terá
informações importantes sobre anatomia,
fisiologia, manejo e principais condutas a serem
tomadas no atendimento ao traumatizado.
Tema 1
Queimaduras
Objetivos de aprendizagem
• Entender a importância do conhecimento sobre
queimaduras.
• Saber classificar as queimaduras quanto à
causa.
• Saber classificar as queimaduras quanto à
profundidade.
• Saber determinar a extensão das queimaduras.
• Conhecer como proceder ao tratamento inicial
ao paciente queimado.
• Saber identificar queimaduras de vias aéreas e
lesões por inalação.
• Conhecer a intoxicação por monóxido de
carbono (CO).
• Saber como promover a reposição volêmica no
paciente queimado.
• Saber como realizar os cuidados com as feridas.
• Saber quando transferir um paciente para o
Centro de Queimados.
• Saber o que fazer com queimaduras químicas.
• Saber o que fazer com queimaduras elétricas.
• Conhecer mais sobre eventos com raios. 3
Urgências Traumáticas
Sumário
Queimaduras 5
1. Introdução.......................................................................................... 6
2. Classificação....................................................................................... 7
2.1. Classificação quanto à causa........................................................... 7
2.2. Classificação quanto à profundidade................................................ 8
2.3. Classificação quanto à extensão.................................................... 11
3. Tratamento inicial.............................................................................. 12
3.1. Vias aéreas................................................................................ 13
3.2. Respiração................................................................................. 14
3.3. Circulação.................................................................................. 16
3.4. Neurológico................................................................................ 16
3.5. Exposição.................................................................................. 17
3.6. Cuidados adicionais..................................................................... 17
4. Cuidado com as feridas....................................................................... 17
5. Transferência para centro de queimados............................................... 18
6. Queimaduras químicas....................................................................... 18
7. Queimaduras elétricas........................................................................ 20
8. Eventos com raios.............................................................................. 21
Síntese................................................................................................ 23
Referências bibliográficas....................................................................... 24
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Urgências Traumáticas
Queimaduras
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Urgências Traumáticas
1. Introdução
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2. Classificação
As queimaduras podem ser classificadas de diversas formas: quanto à causa, à
profundidade e à extensão.
Agentes Ar
Chama
químicos aquecido
Eletricidade Líquidos
Escaldadura
quentes
Materiais
Contato
sólidos
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Pelo
Epiderme
Capilares
Nervos
Glândula Derme
sebácea
Glândula
sudorípara
Hipoderme
Epiderme
Derme
Hipoderme
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Queimadura de 1º grau
Queimadura restrita à epiderme (camada mais externa da pele). Apresenta-se
como uma lesão seca, rósea e dolorosa, porém, por não acometer planos pro-
fundos, não apresenta risco de sequelas cicatriciais.
O exemplo mais frequente é a queimadura solar.
Epiderme
Derme
Hipoderme
1º grau
Queimadura de 2º grau
Queimadura que envolve a derme. Por afetar a região vascularizada, apresen-
ta-se úmida, vermelha, edemaciada, com bolhas e é bem dolorosa. Pode ser
dividida em superficial e profunda.
Epiderme
Derme
Hipoderme
2º grau
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Queimadura de 3º grau
Queimadura que envolve todas as camadas da pele. Apresenta-se branca,
com crostas, indolor (terminações nervosas destruídas), com aspecto de couro.
Epiderme
Derme
Hipoderme
3º grau
Com isso, gera um tecido firme, rígido e difícil de expandir. Dependendo da loca-
lização acometida, não permitirá a movimentação por gerar um quadro de res-
trição, principalmente quando ocorrer em áreas circunferenciais. Nesses casos,
deve-se indicar escarotomia, procedimento médico em que incisões são feitas
em toda a espessura da pele, até o subcutâneo, o que permite vencer a restrição
ao movimento.
Queimadura de 4º grau
Queimadura que vai além da pele, acometendo estruturas como músculo, osso
ou órgãos internos.
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1%
3. Tratamento inicial
O paciente vítima de queimadura é, antes de tudo, um traumatizado. Pode pos-
suir lesões associadas em 10% dos casos, e o seu atendimento deve respei-
tar os princípios do “ABCDE”. Porém, deve-se ter atenção a alguns cuidados
adicionais, como:
• remover do cenário do trauma;
• interromper o processo lesivo;
• remover roupas e metais (eles podem manter o processo lesivo);
• usar água abundante para diminuir a extensão e a profundidade.
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3.2. Respiração
No quadro respiratório, a avaliação do traumatizado queimado é a mesma, po-
rém não podemos deixar de pensar em alguns aspectos:
• a lesão térmica direta das vias aéreas por inalação de chama que pode ori-
ginar edema e/ou obstrução das vias aéreas;
• a inalação de produtos de combustão incompleta (carbono) e fumaça tóxica;
• a intoxicação por monóxido de carbono (CO).
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Nível de CO Sintomas
< 20% Assintomático
20-30% Cefaleia e náuseas
30-40% Confusão mental
40-60% Coma
> 60% Morte
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3.3. Circulação
A avaliação da circulação e os sinais de choque são os mesmos para um paciente
queimado, porém alguns aspectos da reposição volêmica devem ser conside-
rados.
O acesso venoso pode ser realizado na área queimada, e pode haver dificuldades
na fixação. Dependendo da profundidade da queimadura, pode haver trombose
dos vasos superficiais.
A reposição volêmica deve ser realizada com cristaloide aquecido, de
preferência ringer lactato a 39ºC. Deve-se utilizar o cálculo do volume baseado
na fórmula de Parkland:
O volume determinado por esse cálculo deve ser ofertado ao paciente em 24 ho-
ras, sendo metade do volume nas primeiras 8 horas do horário do trauma
e o restante do volume nas 16 horas seguintes.
A diurese deve ser monitorizada e, se houver necessidade, deve-se realizar
mais aporte de volume além do cálculo, com o objetivo de manter um adequado
débito urinário.
3.4. Neurológico
O paciente queimado deve receber o mesmo cuidado na avaliação neurológica.
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3.5. Exposição
O paciente queimado deve receber um cuidado especial com relação à
hipotermia, já que todas as roupas e os metais devem ter sido retirados para
cessar o processo lesivo, bem como pode ter sido usada água em grande quan-
tidade para cessar o processo de queimar. Além disso, a própria queimadura
origina perda de calor por transudação pela pele. Esses fatores geram aumento
da perda de calor, agravando a hipotermia.
Algumas crendices populares devem cair em desuso, como: o uso de creme den-
tal, borra de café, açúcar, ervas medicinais, entre outros.
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6. Queimaduras químicas
Os produtos químicos podem gerar queimadura por destruição direta
das membranas celulares. A queimadura é influenciada pela duração do
contato e pela concentração e quantidade do agente químico.
Independentemente da etiologia do produto químico, um dos princípios do
tratamento é a lavagem exaustiva com água corrente. Por mais que alguns
produtos reajam com a água, a limpeza deve ser feita com ela e em quantidade
suficiente para lavar o produto do paciente e não haver com o que reagir mais.
Se a substância for um pó, ele deve ser removido antes da irrigação com água.
Não se deve utilizar agentes neutralizantes, já que originam uma reação
química com produção de calor.
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7. Queimaduras elétricas
As queimaduras elétricas originam lesões diretas nas membranas celulares atra-
vés da produção de calor. No paciente, podem ser observados ferimentos de
entrada e de saída, ou seja, por onde entrou e por onde saiu a corrente elétrica.
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Anotações:
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Síntese
Neste tema vimos que o paciente queimado é um paciente traumatizado. Além
dos cuidados no atendimento segundo o “ABCDE”, há algumas particularidades
que devem ser identificadas, como a presença de queimaduras inalatórias, a
classificação das queimaduras, os cuidados das feridas e a reposição volêmica.
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Referências bibliográficas
American College of Surgeons. Committee on Trauma. (2016). ATLS, advanced
trauma life support program for doctors. American college of surgeons.
Artz CP, Moncrief JA, Pruit BA. História das Queimaduras. In: Artz CP, Moncrief
JA, Pruitt BA. Queimaduras. Rio de Janeiro: Interamericana; 1980. p. 1-13.
Cruz BF, Cordovil PB, Batista KD. Perfil epidemiológico de pacientes que so-
freram queimaduras no Brasil: revisão de literatura. Rev Bras Queimaduras
2012;11(4):246-50.
Townsend C, Beauchamp RD, Evers BM, Mattox KL. Sabiston Tratado de Cirur-
gia: a base biológica da prática cirúrgica moderna. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier
Brasil; 2014.
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