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1 Sistema tegumentar

Sua principal função é proteção,


regulação, sensorial. É aquele formado
pelo conjunto de estruturas que
participam do revestimento externo
dos seres vivos. Por isso, ele é
composto pela pele e por todos os
seus anexos, como cabelos, pelos e
muito mais.

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Anexos do sistema tegumentar
✗ pele (incluindo suas camadas, como derme e
epiderme);
✗ cabelos;
✗ pelos;
✗ unhas;
✗ garras;
✗ glândulas (sudorípara, sebácea, mamária etc.);
✗ terminações nervosas.

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Função do sistema tegumentar
> proteção mecânica dos órgãos e demais estruturas do corpo;
> proteção contra infecções e agentes patógenos;
> redução e controle da perda hídrica pela transpiração;
> trocas gasosas com o meio externo;
> receptor para uma série de sensações, como a dor, o frio e
muito mais;
> proteção térmica do organismo;
> função excretora, pelas glândulas;
> função de armazenamento de gorduras e de água.

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É formada por tecido epitelial (epitélio
pavimentoso estratificado
queratinizado).

Suas características são:


✓ ter células justapostas (proteção);
✓ avascularizado;
✓ alta taxa mitótica (renovação).

EPIDERME
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O tecido epitelial é composto por:
✓ Queratinócitos;
✓ Melanócitos;
✓ Células de Langerhans;
✓ Células de Merkel.

EPIDERME
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Queratinócitos:
É responsável pela queratina, que
tem por sua característica ser uma
proteína fibrosa, ou seja garante
que a epiderme proteja os tecidos
subjacentes.

EPIDERME
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Melanócitos:
É responsável pela melanina, que
tem por sua característica ser uma
proteção contra a radiação
ultravioleta, além de ser responsável
pelo tom da nossa pele.

EPIDERME
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Células de Langerhans:
É responsável pela resposta
imunológica da epiderme, no
entanto são facilmente vulneráveis
a radiação ultravioleta.

EPIDERME
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Células de Merkel:
Fazem contato com terminais
dos neurônios sensitivos que
vem da derme, por isso é
responsável pela parte sensorial
da pele (tátil).

EPIDERME
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Queimaduras
As queimaduras — definidas como lesões traumáticas, desencadeadas
por agentes térmicos, químicos, elétricos, biológicos, ou radioativos —
constituem um importante problema de saúde pública.
Além dos significativos gastos financeiros que demandam do sistema de
saúde, as queimaduras impactam o indivíduo em todos os seus âmbitos
de vida, provocando graves sequelas físicas, que podem levar à
incapacidade, além de inúmeras implicações subjetivas, como
dificuldades de socialização, com prejuízo imensurável da saúde psíquica
das vítimas.

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Cenários de risco
O reconhecimento de situações de risco é de suma importância, sendo
hoje defasado, sobretudo nos grupos populacionais de maior
vulnerabilidade socioeconômica.

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Fisiopatologia da queimadura
De forma geral, a fisiopatologia da queimadura pode ser dividida
em respostas locais e sistêmicas.

A resposta local é resultado do dano direto ao tecido, enquanto a


sistêmica resulta de uma série de mecanismos que buscam conter
a lesão, mas que pela sua intensidade podem causar danos ao
organismo.
A severidade da queimadura está relacionada principalmente a
dois fatores: intensidade do calor e tempo de exposição. A síntese
da fisiopatologia das queimaduras pode ser expressa em duas
manifestações: aumento da permeabilidade capilar e edema.

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Resposta local:
Para a compreensão da resposta local à queimadura, o local de
acometimento é dividido em três zonas tridimensionais que surgem após a
lesão, de acordo com o fluxo sanguíneo e com a severidade da destruição
dos tecidos.
No local da lesão e ao seu redor, ocorre necrose, apoptose e trombose
progressiva dos vasos, tornando o ambiente antes estéril agora propício à
colonização bacteriana. Ainda, há disfunção microvascular, com alterações
de coagulação, resposta inflamatória e recrutamento celular.

FISIOPATOLOGIA DA QUEIMADURA
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As zonas da resposta local são:

Zona de Coagulação: É o local de maior dano, no qual há perda tecidual irreversível


pela desnaturação, degradação e coagulação de proteínas devido ao calor.

Zona de Estase: É a região ao redor da zona de coagulação, na qual há redução da


perfusão tecidual e inflamação. A combinação de diversos fatores, como edema,
vasoconstrição, adesão plaquetária, oclusão por neutrófilos, hipercoagulabilidade e
dano por radicais livres parece ser a causa. O estresse oxidativo pode levar a
mecanismos de apoptose e necrose, causando morte celular. Essa zona é
extremamente delicada, podendo evoluir positivamente, com melhora através da
reposição de volume, ou negativamente, com perda irreversível de tecido, devido a
infecções, edema ou hipotensão prolongada.

RESPOSTA LOCAL
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As zonas da resposta local são:

Zona de Hiperemia: É a zona mais externa, na qual há vasodilatação


inflamatória, causando a hiperemia, com aumento da perfusão. No geral,
essa zona evolui com melhora, exceto em casos de complicações como
sepse e ou em estados de hipoperfusão prolongada.

RESPOSTA LOCAL
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Resposta sistêmica:
A resposta sistêmica à queimadura é uma fase de resposta inflamatória
extrema e desregulada que inicia-se dentro de poucas horas da lesão,
ocorrendo majoritariamente em pacientes com grandes áreas de superfície
corporal queimada (SCQ), sendo mais intensa quanto maior for a área.
Fatores como a SCQ, a causa da queimadura, a presença de lesões
inalatórias e outros tipos de trauma e fatores do paciente, como patologias
prévias, intoxicação por álcool ou outras drogas contribuem para a
magnitude da resposta.

FISIOPATOLOGIA DA QUEIMADURA
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Em lesões de pequena extensão, a resposta inflamatória inicial é similar a de
outras lesões que cursam com intenso dano tecidual, como traumas e grandes
cirurgias. Em pacientes com queimaduras extensas, todavia, há a ativação
repetida e incontrolada da cascata inflamatória, aumentando o dano tecidual, a
disfunção de órgãos e a mortalidade.
A maioria dos pacientes com lesões extensas cursa com um quadro de
hipoperfusão e choque distributivo. A liberação de mediadores inflamatórios e
citocinas nos locais lesionados leva ao aumento da permeabilidade vascular.

RESPOSTA SISTÊMICA
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Esse aumento de permeabilidade vascular favorece o extravasamento de
proteínas para o interstício, resultando em menor pressão oncótica
intracapilar. A associação de aumento da permeabilidade e diminuição da
pressão oncótica propicia a perda de líquido para o interstício, manifestada
clinicamente por edema. Além do mecanismo de formação de edema, a
descontinuidade da pele e a colonização bacteriana com a formação de
subprodutos, podem acentuar a perda de líquidos do paciente queimado,
agravando seu estado de hipovolemia.

RESPOSTA SISTÊMICA
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ETIOLOGIA da queimadura
Em relação ao mecanismo causador da lesão, as queimaduras são
agrupadas em três grandes grupos, discutidos mais
profundamente nos próximos capítulos: as originadas por lesão
térmica, por lesão elétrica e por lesão química.

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A classificação pela profundidade das camadas acometidas é uma das
formas mais clinicamente usadas para classificar uma queimadura,
relacionando-se com a morbidade do paciente.

CLASSIFICAÇÃO QUANTO À PROFUNDIDADE


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As queimaduras de primeiro grau estão
restritas à epiderme. São lesões que
apresentam hiperemia intensa, com
hipersensibilidade e desconforto local.
Evoluem com melhora espontânea dos
sintomas em dois ou três dias, podendo
apresentar descamação após esse período.
Há regeneração integral da epiderme após
uma semana.

QUEIMADURA DE 1º GRAU
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A queimadura de segundo grau superficial afeta
a epiderme e a derme papilar (superficial). A
destruição da junção dermo-epidérmica provoca
o desprendimento da epiderme e a formação de
bolhas, típica da queimadura de segundo grau.
Há hiperemia intensa, edema, dor e
hipersensibilidade que indica estímulo e
preservação das terminações nervosas
presentes na derme.

QUEIMADURA DE 2º GRAU SUPERFICIAL


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Como grande parte dos capilares presentes na
derme não são lesados, há intensa exsudação
da ferida, levando à formação de bolhas que se
rompem facilmente, o que dá à ferida um
aspecto úmido, vermelho e brilhante. Também
ocorre a regeneração espontânea, a epiderme
recupera-se em até duas semanas mesmo que
um quadro inflamatório esteja associado.

QUEIMADURA DE 2º GRAU SUPERFICIAL


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A queimadura de segundo grau profunda afeta
a epiderme, a derme papilar e a profundidade
variável da derme reticular (profunda). A lesão
pode apresentar bolhas, mas a hiperemia e a
exsudação são menores porque parte do plexo
vascular da derme foi destruído ou trombosado
pelo calor. O leito da ferida é rosa esbranquiçado,
seco e opaco.

QUEIMADURA DE 2º GRAU PROFUNDA


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A sensibilidade superficial é diminuída e provoca
menos dor do que a queimadura de segundo grau
superficial. A regeneração espontânea está
significativamente diminuída e se ocorrer será
acompanhada de cicatrizes. A possibilidade de
infecção é maior e algumas dessas lesões podem
evoluir para lesões de espessura total (terceiro
grau).

QUEIMADURA DE 2º GRAU PROFUNDA


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Toda a espessura da pele é destruída, a epiderme,
derme papilar e derme reticular. Como a
rede vascular da derme é destruída, não há
circulação, portanto, não há exsudação. A
característica é de uma lesão seca, com aspecto de
couro. A pele desvitalizada forma uma escara
dura e inelástica.

QUEIMADURA DE 3º GRAU
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Dependendo da intensidade do calor, a cor da
escara pode variar do branco ao marrom ou até
mesmo ao preto, devido à carbonização do tecido.
Há pouca ou nenhuma dor e sensibilidade na
superfície da lesão, todas as terminações nervosas
são destruídas.
As lesões de espessura total não apresentam
possibilidade de regeneração e a possibilidade
de infecção é alta se a escara não for removida
em curto período de tempo.

QUEIMADURA DE 3º GRAU
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Superfície corpórea queimada - scQ

A regra mais aceita e utilizada para estimar a superfície queimada


é a famosa “Regra dos 9” (Regra de Wallace), que foi criada
originalmente pelos médicos Dr. Pulaski e Dr. Tennison em 1947,
porém publicada somente em 1951 pelo Dr. Alexander Burn
Wallaces – daí o nome oficial ser “Regra de Wallace”.

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A Regra dos 9 defende que o corpo do paciente é
dividido em regiões anatômica que representam
9% ou múltiplos de 9, em adultos:

✓ Cabeça e pescoço: 9%
✓ Cada braço: 9%
✓ Tronco Frente: 18%
✓ Tronco Trás: 18%
✓ Cada perna: 18%
✓ Genitália e períneo: 1%

SUPERFÍCIE CORPÓREA QUEIMADA - SCQ


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Em crianças, a regra também é possível, sendo
que a cabeça e pescoço são mais valorizadas em
detrimento dos membros inferiores. Assim, a
cabeça e pescoço contabilizam 21%, enquanto
cada membro inferior vale 13%.

SUPERFÍCIE CORPÓREA QUEIMADA - SCQ


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Alguma dúvida???

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