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1.

IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

1.1: Título do projeto: Oficina de Expressão artística para os socioeducandos da Ala D da CSE
1.2: Local de execução: sala de oficinas da CSE
1.3: Carga horária: 1 vez por semana, com duração de 1 h 30 min
1.4: Execução: Socieoducadora Luciana Campos e analista psicóloga Regina Longaray Jaeger
(responsáveis técnicos), colaboradores da unidade e convidados.

2. OBJETIVOS

2.1: Objetivo geral: Proporcionar o uso de recursos expressivos com a finalidade de promover a
saúde mental e novos recursos subjetivos dos adolescentes em medida socioeducativa.

2.2: Objetivos específicos:


• Desenvolver a reflexão de si e do mundo através dos materiais expressivos;
• Promover encontros e trocas de experiências de vida, através de conexões emocionais através da
arte, possibilitando as transformações dos modos de lidar com os conflitos e desafios;
• Possibilitar através do fazer artístico, propiciar acompanhar o processo de criação
acompanhando ações específicas de planejamento, escolhas, tolerância a frustração, novos
sentidos e novas perspectivas do fazer.

3. JUSTIFICATIVA:
A CSE é uma unidade da Fase que atende adolescentes que cumprem medida
socioeducativa considerados de “perfil agravado”. São adolescentes oriundos de contexto de
extrema vulnerabilidade social e muitas vezes, expostos a situações de violência desde muito cedo.
Isto significa que, muitas vezes, estes adolescentes naturalizem e se convençam de que não tem
outra saída para o futuro que não seja o de manterem-se no crime. Entendemos que a arte é um
importante instrumento para a promoção de novos modos de subjetivação. O processo artístico
possibilita o desenvolvimento de ações e experimentações que incidem nas habilidades do fazer,
como controle e planejamento, decisão e escolhas, descobrir novas perspectivas e novas
sensibilidades. Ao promover a abertura de novas sensibilidades e acionar novas experiencias
afetivas e emocionais, a arte pode ser um importante meio de descobrir novas possibilidades, novos
sentidos e novas oportunidades para além da infração e da medida. A arte pode consistir em uma
eficiente ferramenta para compreender emoções, estabelecer mais conexões consigo e com o meio,
sobrepondo-se ao contexto vulnerabilizantes, através do conhecimento de si e da possibilidade de
mudanças subjetivas.
Para Bock (2005), a adolescência é um momento construído no meio social. Estão associadas a ela
marcas do desenvolvimento do corpo. Essas marcas constituem também a adolescência como
fenômeno social, mas o fato de existirem como marcas do corpo não deve fazer da adolescência um
fato natural. (...) Construídas as significações sociais, os jovens têm então a referência para a
construção de sua identidade e os elementos para a conversão do social em individual (Bock, 2005
p.40).
Os jovens que cumprem medida socioeducativa na CSE em geral carregam as marcas das políticas
garantistas precarizadas, de famílias vulnerabilizadas economicamente. Carregam a marca de
poucas oportunidades e o ato infracional como importante meio de alcançar rapidamente o que
consideram necessário para suas vidas. Alterar este percurso exige, além de políticas públicas mais
eficazes, práticas socioeducativas inovadoras, persistentes e que tenha espaço para a reflexão de
sua potencia de mudanças subjetivas.

4. METODOLOGIA:

5. RECURSOS:
5.1: Materiais:
• 5 jogos de corda de nylon, a comprar, valor listado nos recursos financeiros.

5.2: Financeiros:

MATERIAL QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO VALOR TOTAL


Jogo de corda 5 R$ 25,00 R$ 125,00
Manutenção da oficina 1x mês R$ 100,00 R$ 100,00

5. AVALIAÇÃO: Esta não se dará de modo formal, mas sim com a observação constante de
oficineiro e analista, no intuito de acompanhar os jovens, ajudando-os a identificar, além de
dificuldades, o seu progresso dentro da atividade.

Anexo
Oficinas
1. Meu nome, minha marca
O objetivo da atividade é descobrir novas formas de desenhar o seu nome, partindo de
desenhos, formas e materiais inusitados.

✱Fazer a ambientação do local. É inspirador para atividades artísticas.


✱ Espalhe pela sala folhas de papel sulfite, giz de cera e lápis de cor. Recorte figuras
interessantes, formas geométricas, além de materiais como fitas, tecidos e retalhos e
coloque-as no mesmo ambiente.
✱ Peça para os adolescentes explorarem o local e o material disponível.
✱ Depois desta exploração os adolescentes devem ser orientados a escrever o seu nome de
uma maneira diferente, sem letras e utilizando desenhos, colagens e tudo que achar
interessante para descrever quem eles são.
✱ Você poderá, caso ache interessante, pedir que cada um traga uma mensagem, uma letra
de música ou um poema para ler para a classe como uma maneira de se apresentar para o
grupo e falar um pouco de si. Esse material será exposto para o coletivo.
✱ Traga para a sala alguns livros selecionados e que possam provocar o interesse dos os
adolescentes em conhecer as “pessoas” que falam de si, na forma de diários: “O diário de
Anne Frank1 ”, “O diário de Zlata2 ”, por exemplo. Promova empréstimos dos livros e
marque um espaço para comentarem as leituras, falarem dos diários e comentarem sobre as
autoras conhecidas por meio das leituras.
✱ No final, peça para que cada um mostre sua obra de arte. Para finalizar, organize um
painel com toda a produção da turma.
✱ Comente a atividade. Outra possibilidade é trabalhar com biografias como a de
Esmeralda Ortiz relatada no livro “Porque não dancei”3 .

2. HISTÓRIA DA MINHA FAMÍLIA


✦ Pergunte se já ouviram falar em árvore genealógica. Se houver necessidade, exemplifique
desenhando a de sua família.
✦ Forneça um esquema que os ajude a coletar e registrar os dados da família. Organize um
roteiro que será utilizado por todos para o levantamento inicial.
✦ Peça que desenhem a sua família e coloquem o nome de cada um dos
familiares. ✦ Levante com eles a origem do pai ou da mãe ou de uma pessoa-referência,
com quem vivem. Traga mapas para localizar a origem de cada um neles, seja estado ou
região do país. Nesse mapa, puxe uma linha que ligue a cidade de origem à cidade onde
vivem hoje. ✦ Converse sobre os dados levantados, sobre os motivos que levaram os pais a
mudar de cidade, se eles têm alguma lembrança ou alguma informação desses lugares de
origem, se os pais falam de semelhanças e diferenças que notam entre os lugares,
etc. ✦ Peça que tragam fotos da família, de pessoas, de acontecimentos familiares para
organizar uma exposição. ✦ Organize também uma atividade de legendar as fotos que serão
expostas. Mostre o que é uma legenda trazendo revistas ou jornais onde apareça este tipo de
registro. Cuide para que tenha sentido e esteja correto antes de expor. ✦ Aprofunde a
conversa, se for o caso, levantando as questões que envolvem a migração para as cidades
grandes. Organize entrevistas com migrantes da comunidade para falarem das suas
experiências. Organize registros, empreste objetos da comunidade, fotos dos lugares de
origem, registre poesias e “causos”, organize um livro de receitas, etc. Se houver material
suficiente, monte uma exposição e convide a comunidade para participar. Nesse mesmo dia,
organize um sarau ou baile, para a comunidade relembrar seus lugares de origem, numa
atividade intergeracional. ✦ Comente a atividade.

Experiências imersivas
1. Olhar e expressão artística
2. Criação
3. Erro: como possibilidade gráfica e imagética.
Em geral, a primeira reação é a de que não sabemos desenhar. Temos medo de errar. Acha que
comete erros. Precisamos acolher a gentileza sobre nós mesmos. É a base, depois do erro.
Tudo é construído. O que é bonito, o que é padrão dominante...padrões estéticos dominantes...
Deixar o julgamento de lado, deixar de buscar a perfeição.

1. AQUECIMENTO/Garatuja
Aquecer a mão, o braço, o corpo antes de fazer o exercício;
Princípio da garatuja. Como criança, desenhar sem pensar, julgar, soltar o braço;
Preferencial fazer em pé;

2. EXERCÍCIO DE DESCRIÇÃO DOS OBJETOS

Em dupla
Escutar a descrição de uma composição de objetos
Descrever mais detalhadamente, a partir do tamanho, das linhas curvas/retas, das
reentrâncias
Desenhar a partir desta descrição. Criando um desenho a partir da imagem mental;

3. EXERCÍCIO DE RABISCO
A partir de um rabisco, de algo que existe, fazer o inusitado. Exercício de criação;
Rabiscar uns 2 segundos;
A partir do rabisco, que tipo de figura está neste emaranhado de linhas;
Primeiro observe. Deixe a figura se formar mentalmente.
A figura vai dizendo, não precisa pensar demais, não julgar, é processo.
Trocar de rabiscos.
4. AUTO-RETRATO
Autoconhecimento, o que quer colocar no mundo, o que somos.
A partir do uso de espelho, olhar para si mesmo, profundamente.
O que somos é expressão de tudo o que nos atravessa.
Uso de cores.
Soltando o traço
Alexandre Carvalho
Qual é o principal entrave de iniciar um desenho? Fracasso?, ridicularizado? Errar? Criados
num sistema social de padrão perfeito, suposto modo bom de ser.

Exercícios:
1. Desenhar de olhos fechados. Não tem controle sobre o desenho. É o que impede ao desenhar;
2. Desenhar com os olhos, sem olhar o papel. Enquanto observa detalhes do objeto, a mão risca o
papel;
3. Manchas aleatórias no papel: completar com detalhes. Pode usar café solúvel.

Desenhar nos faz perceber detalhes. Aguça sensibilidade. Tem que ser algo divertido. Pode dar
medo, mas a diversão precisa estar presente.

5. Exercícios individuais

1. Desenho da infância. Desenhar o que mais costumava desenhar.


2. Imagem da infancia que carrega consigo.
3. Este “Sou Eu”
Escrever o nome e como gosta que o chamem. Pode desenhar os símbolos que expressa
Desenhar duas coisas que gosta/Duas que não gosta
4.Minha mão como assinatura
5. Emoções: desenhos da caras

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