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O DIREITO AOS DADOS

CONCEITO

O habeas data é um remédio constitucional, previsto no


artigo 5º, inciso LXXII, destinado a assegurar que um cidadão
tenha acesso a dados e informações pessoais que estejam
sob posse do Estado brasileiro, ou de entidades privadas que
tenham informações de caráter público. Ou seja, é o direito
de saber o que o governo sabe (ou afirma saber) sobre você.
Ele também pode ser acionado para corrigir dados pessoais
que estejam inexatos.
Segundo Alexandre de Moraes , trata-se do :
“ direito que assiste a todas as pessoas de
solicitar judicialmente a exibição dos
registros públicos ou provados nos quais
estejam incluídos seus dados pessoais para
que deles se tome conhecimento e, se
necessário for, sejam retificados os dados
inexatos ou obsoletos ou que implique, em
discriminação”.
HISTÓRICO

Brasil, 1988 o intituto foi introduzido no Brasil sob o


nome de Habeas Data, como um meio posto a
disposição das pessoas para que conheçam ao
informações a respeito, constantes em bancos de
dados governamentais ou de caráter público,
permitindo ainda que seja feita a retificação dos
dados eventualmente inexatos
QUAL A FINALIDADE ?

POSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO DE INFORMAÇÕES


ERRÔNEAS QUE CONSTEM DOS REGISTROS DE DADOS;
DE COMPLEMENTAÇÃO DOS REGISTROS INSUFICIENTES
OU INCOMPLETOS NOS BANCOS DE DADOS
QUEM PODE IMPETRAR UMA AÇÃO DE HABEAS
DATA?
É garantido a todo cidadão brasileiro o direito a requerer habeas
data. A ação é gratuita, não são cobradas custas judiciais. Mas o
cidadão precisa acionar um advogado. É importante perceber
também que o impetrante pode apenas pedir acesso a seus
próprios dados, e não de terceiros. Uma exceção a essa regra ocorre
no caso de um cônjuge pedir a liberação de dados do parceiro
falecido.

Além disso, pessoas jurídicas também têm direito de ajuizar ações


de habeas data.
EM QUE CONDIÇÕES ALGUÉM PODE PEDIR UM
HABEAS DATA?
Segundo súmula do Superior Tribunal de Justiça
(STJ), o habeas data só é cabível se antes disso o
cidadão solicitar o acesso a dados pessoais a um
órgão público e esse órgão se negar a
disponibilizar os dados. Sem essa recusa prévia, o
pedido de habeas data é negado.
Por conta disso, o cidadão precisa observar o rito
estabelecido pela lei 9.507/97, que regula o habeas
data. Antes de mais nada, a pessoa interessada deve
apresentar um pedido de acesso aos dados para o
órgão público, que por sua vez tem dois dias para
analisar o pedido. Feita a análise, o cidadão é
informado em 24 horas da decisão do órgão. Se
recusado o requerimento, cabe o habeas data.
COMO FUNCIONA UM PROCESSO DE HABEAS
DATA?
Digamos que você tenha pedido seus dados pessoais a um
órgão público e este se recusou a entregá-las. E agora, quais
são os próximos passos?

A primeira coisa que você deve fazer é elaborar uma petição


inicial, que precisa cumprir os requisitos mínimos (art. 319 do
Código de Processo Civil), além de incluir provas. Essa petição
precisa ser entregue em duas vias ao tribunal. O órgão
processado (chamado de coator) recebe uma dessas vias e tem
10 dias para prestar esclarecimentos.
Após esse prazo, o Ministério Público deve se manifestar
em cinco dias e por fim, o juiz terá outros cinco dias
para proferir a sentença. Se aceito o pedido de habeas
data, o juiz marcará uma data para que o órgão coator
disponibilize os dados ao cidadão.

E é assim que o habeas data garante, em questão de


dias, o acesso aos dados solicitados.
O direito contido neste inciso é um remédio constitucional
que visa a proteção do direito à informação, além da
proteção da intimidade, da vida privada, da honra e da
imagem, previstos em outros dispositivos constitucionais.
Assim, garante a qualquer indivíduo o direito de ter acesso e
conhecimento sobre suas informações pessoais constantes
em registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público, bem como o direito à
correção desses dados.
Recentemente, a Lei 13.709/18 (Lei Geral de Proteção de Dados
Pessoais – LGPD) estabeleceu um marco legal específico sobre
proteção de dados no país, que dispõe sobre o tratamento de
dados pessoais, inclusive nos meios digitais. É possível que as
recentes discussões envolvendo a LGPD e a utilização de dados
pessoais dos cidadãos por entidades governamentais e privadas
acabem por ampliar a utilização do habeas data. Isso porque a
LGPD prevê que o titular de dados pessoais tem o direito a obter,
após requisição à entidade que controla tais dados, o acesso aos
dados e a correção de dados incompletos, inexatos ou
desatualizados. A negativa de apresentação ou retificação desses
dados, como vimos, autoriza a solicitação do habeas data.

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