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MY

ProtectoR
Alanea Alder
Minha Protetora
Alanea Alder

Tradução e Revisão: El Viadagem


Revisão Final: Shinigami, Keenery TS, Taty, Ann Reynolds, J.Angel
Leitura Final: Aline, Guinha Souza e Dadá
Relançamento: Eva

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Dedicatória
~Amor Vincit Omnia - O Amor Tudo Conquista~

Para os meus leitores. Sim, você, aquele lendo agora mesmo.


Esse é para você. Sabendo que há alguém aí que gosta das
minhas histórias me ajuda a escrever a próxima, então
obrigada!
~Alanea

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Gavriel Ambrosios tem sonhado com sua companheira propensa a
acidentes há semanas. Agora que ele está se aproximando do ápice de
sua transição vampírica, ela chegou a Lycaonia, justamente quando ele
está mais perigoso.

Elizabeth Monroe estava planejando ficar em Lycaonia enquanto


os humanos se esqueciam do mergulho que ela deu da janela do
escritório de seu chefe. Mal sabia ela que essa curta viagem estava
prestes a se tornar permanente. Gavriel é o companheiro com quem ela
sempre sonhou. Mesmo quando ele lhe tira o chão, sua necessidade de
protegê-la faz com que ele a afaste. Ela está preocupada e atraída por
sua natureza sombria, mas está determinada a cuidá-lo durante sua
transição.

Nas sombras, o inimigo deles marcou Gavriel como alvo quando eles
sabem que ele está mais vulnerável. Eles se aproximam cada vez mais
da propriedade Alfa, pondo os homens em alerta máximo.

Mas enquanto os dias ficam mais curtos e as noites mais longas,


Elizabeth começa a se perguntar: qual é a maior ameaça? O inimigo
ou seu companheiro?

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Prólogo
Ele observou enquanto ela arrastava seu corpo quebrado
pelo beco. Ela só tinha alguns minutos antes que humanos
bem-intencionados chegassem para ajudá-la. Ela atrapalhou-
se com uma tampa de bueiro, seu braço esquerdo pendurado
inutilmente ao seu lado. Quando ela finalmente levantou a
tampa, tirando-a do caminho, ela cautelosamente começou a
descer a escada. Seu rosto cheio de dor se virou e, por um
momento, era como se ela estivesse olhando diretamente para
ele. De repente, um olhar de pânico apareceu em seu rosto e
ela desapareceu de vista.
É claro. Ela tinha escorregado da escada.
*****
Gavriel acordou com um sobressalto, respirando com
dificuldade. Sentou-se e tentou retardar seu coração. Sua
companheira milagrosamente sobrevivera a queda da janela
do escritório e tinha conseguido evitar a detecção pelos seres
humanos, só para, possivelmente, cair para a morte em um
esgoto. Gemendo, ele deitou-se novamente. Talvez se ele

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desejasse com bastante afinco, poderia começar este dia
outra vez.
Ele continuamente lutava contra o impulso de se
alimentar. Sua mandíbula superior mantinha uma dor
constante pelo alongamento de suas presas. Ele finalmente
fora até o irmão de Aiden, Adam, para pedir mais sangue. O
médico jurou que manteria seu segredo e tinha feito os
arranjos necessários para triplicar o fornecimento de sangue.
No entanto, não importava o quanto bebesse, nunca era o
suficiente; a fome era constante e queimava seu estômago
como ácido. Quando ficou evidente que ele já não conseguia
seguir o ritmo dos outros, Aiden finalmente descobrira a
verdade e lhe atribuiu a proteger Meryn, a fim de mantê-lo
longe do circuito de treinos. Ele não podia culpar Aiden por
sua decisão, em seu estado enfraquecido ele colocava a
unidade inteira em perigo. Após a sua reatribuição, ele se
abrira com seus colegas membros da unidade sobre a sua
condição, e eles o surpreenderam com seu apoio
incondicional e inabalável. Durante a sua última transição
ele não estivera com a Alfa, e a havia suportado sozinho.
Sabendo que os homens tinham novos exercícios a
aprender, ele sentou-se e saiu da cama. Ele não podia fazer
os exercícios com eles, mas ainda queria ver o que eram, para
que pudesse dominá-los mais tarde.
Ele vestiu-se e foi ao andar de baixo. Quando entrou na
sala de jantar, notou que os outros membros da unidade
estavam sentados no lado oposto de Meryn na mesa. A
mulher em questão estava tomando seu cappuccino com os

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olhos fechados. Ele fez contato visual com Aiden e levantou
um dedo. Aiden sacudiu a cabeça e levantou dois. Meryn
estava em seu segundo cappuccino. Sorrindo, ele se inclinou
e lhe deu um beijo leve na bochecha. Ela abriu os olhos,
piscou duas vezes, deu um pequeno sorriso e fechou os olhos
novamente.
Parecia que, ultimamente, só ele e Ryuu estavam
imunes à ira do início da manhã de Meryn; essa era uma das
vantagens de ficar ao lado dela durante a maior parte do dia.
Em um primeiro momento, ele viu a guarda de Meryn como
um insulto. Ficou enojado com sua própria fraqueza que o
deixou no interior com Meryn, em vez de treinando lá fora
com a sua unidade. Mas à medida que os dias se
transformaram em semanas, ele começou a ansiar o seu
tempo com ela. Ele lhe achou refrescantemente honesta e
direta. Não havia subterfúgios ou significados ocultos em
suas palavras. Sua mente estava em constante movimento e
metade das conversas unilaterais que saíam da boca dela lhe
proveram mais entretenimento do que ele havia
experimentado nos últimos dois séculos.
— Gavriel, você é corajoso, — Colton murmurou.
— Meryn me adora, não é, querida? — Gavriel
perguntou, virando-se para a dama em questão. Meryn
apenas grunhiu e continuou bebendo sua dose de cafeína.
Ryuu aproximou-se com outra xícara e a colocou sobre a
mesa. Os olhos dela se abriram e ela sorriu calorosamente
para seu escudeiro. Aiden resmungou baixinho.

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— Deixe-o em paz, Aiden, ele é o Deus do Café, — Meryn
avisou.
— Estarei lá fora se precisarem de mim, — Aiden disse
secamente e saiu pela porta dos fundos.
— Que bicho mordeu ele? — Colton perguntou.
— Nós tivemos uma diferença de opinião quando se
trata de controle de natalidade. — Meryn abriu os olhos e
piscou para os homens.
— O que quer dizer com “controle de natalidade”? Você
está grávida? — Darian perguntou.
Meryn sacudiu a cabeça.
— Não acredito, mas é uma possibilidade.
Especialmente já que sou humana, posso engravidar a
qualquer momento. A maioria das mulheres humanas usa
alguma forma de controle de natalidade para que não
engravidem. Aiden quer bebês imediatamente e está chateado
que eu esteja pensando em usar o amuleto que Vivian me
deu, que iria atrasar a minha ovulação. — Ela tomou um gole
da sua xícara. — Ele concorda que eu preciso usar o amuleto
para que possamos ter a opção de ter filhos daqui a alguns
séculos, ele só quer ter um bebê primeiro. — Ela deu de
ombros.
— Os bebês são uma alegria, — Darian disse.
— Bom, você tenha um. Então você acorde a cada duas
horas e alimente-o e o troque. Então você passe os próximos
quatro a cinco anos cuidando e vigiando cada passo dele até
que ele possa andar e falar por conta própria. Depois disso

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tem a escola, trabalhos de casa, puberdade e atitude. Não.
Obrigada. — Meryn estremeceu.
— Tenho certeza de que há mais do que isso, denka. —
Ryuu repreendeu suavemente.
— Não muito. — Meryn deixou sua xícara de lado e se
levantou. — Certo, pessoinhas, estarei no escritório do Aiden
se precisarem de mim. Ainda estou ajudando Adair a
organizar os programas de treinamento. Té mais. — Ela
pegou seu terceiro cappuccino e saiu da sala de jantar em
direção ao escritório.
— Cavalheiros, o almoço estará pronto ao meio-dia. Nós
teremos atum no pão de trigo integral, batatas fritas frescas
ao estilo taberna e salada de frutas. — Ryuu fez uma meia
reverência.
— Eu juro, amo esse homem. — Colton fingiu limpar
uma lágrima.
— Só não provoque o Sascha sobre o que teremos no
almoço. Acho que ele está perto de te quebrar ao meio. —
Keelan sorriu.
— A qualidade da nossa comida é a única coisa que o
tira do sério, é claro que vou explorar isso, — Colton rebateu.
— Vamos lá, quanto mais cedo fizermos nossos
exercícios, mais cedo conseguiremos almoçar. — Darian se
levantou, lambendo os lábios com antecipação. Keelan e
Colton levantaram-se e todos os três acenaram para Gavriel
antes de sair.
Gavriel virou-se para Ryuu.

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— Ela comeu alguma coisa? — Ryuu sacudiu a cabeça.
Gavriel suspirou. — Você pode servir um chá mais cedo?
Quando ela não come ela fica... — ele tentou encontrar a
palavra. — Mal-humorada.
Ryuu assentiu, os olhos brilhando.
— É claro. Devo preparar o seu sustento também?
— Sim, isso seria muito útil, — Gavriel disse e seguiu
Meryn ao escritório de Aiden. Talvez se ele tivesse sorte, ela
não começaria a importuná-lo por mais lendas paranormais
até depois do almoço.

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Capítulo 1

Vire à esquerda em 3 quilômetros.


— Esquerda? Não tem esquerda. Aonde? — Ela olhou ao
redor, ali não havia nada além de árvores em qualquer
direção.
Vire à esquerda em 1,5 quilômetro.
— Não há esquerda aqui sua geringonça imbecil!
Você chegou ao seu destino.
— Ugh! — Elizabeth Monroe abrandou e estacionou o
carro no parque. Saindo do carro, ela se espreguiçou e
esfregou a lombar. Ela esteve dirigindo por oito horas e tudo
o que desejava era uma cama quente. Ela olhou em volta.
Estava no meio do nada absoluto.
Você chegou ao seu destino.
Elizabeth estendeu a mão e arrancou o GPS do painel de
controle e o atirou na floresta. Ela olhou para a esquerda pela
longa estrada de terra que desceu. Franzindo a testa, virou à
direita. A estrada de terra parecia se estender eternamente.
Ela sabia que tinha feito uma estimativa de onde estaria o

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portão da cidade de Lycaonia, já que a cidade não estava em
nenhum mapa conhecido, mas não achava que estaria tão
longe assim.
Ela estava prestes a voltar ao carro quando ouviu um
baixo silvo. Ela congelou e olhou ao redor dos pés procurando
por qualquer cobra que ainda tinha que entrar em
hibernação. Ela seguiu o som até o seu pneu traseiro direito,
que estava murchando mais a cada segundo.
— Maravilha!
Ela olhou para a lama debaixo do carro e suspirou.
Xingando a cada passo do caminho, ela foi como um furacão
até o porta-malas para pegar o macaco e pneu sobressalente.
Ela abriu o porta-malas e estava prestes a lutar para tirar o
estepe quando olhou para baixo. Ela estava usando seu novo
casaco de lã da marca London Fog. Não iria mancha-lo de
graxa. Ela retirou o casaco e dobrou-o cuidadosamente,
colocando-o de lado. Tirou o estepe e o macaco e começou o
processo de trocar o pneu. Estava quase terminando quando
ouviu um som familiar.
— Só pode ser brincadeira! — Ela soltou a chave de roda
em derrota. Seu pneu esquerdo traseiro estava murchando
ainda mais rápido do que o direito. Isso só serviu como seu
lembrete diário de que tinha a pior sorte do mundo.
Molhada e com frio, ela resmungou enquanto jogava o
pneu furado e a chave de roda no porta-malas e o fechava
com força. Ela estendeu a mão para sua lateral buscando as
chaves quando se deu conta de onde elas estavam. Se
voltando lentamente, ela olhou para seu porta-malas

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trancado que continha não só o seu casaco, mas também
suas chaves do carro e telefone.
— Que maravilha, porra! — Ela tentou abrir o porta-
malas, mas não era forte o bastante e nem tinha
alavancagem suficiente para isso. — O que mais poderia dar
errado? — Ela exigiu, agitando o punho para o céu. Um
trovão foi sua resposta enquanto chuva começou a cair,
criando riachos de água escorrendo por seu corpo.
Choramingando, ela rezou para que alguém passasse por ali
logo.
*****
Duas horas depois, Elizabeth estava completamente
encharcada e tremendo. Já havia descartado a ideia de se
transformar, já que seu animal estaria tão frio e úmido
quanto sua forma humana. Se ajuda realmente aparecesse,
ela não queria passar por aquele momento estranho onde se
transformava de volta e estava nua. Ela estava prestes a
ceder à vontade de chorar quando ouviu um carro se
aproximando. Ele diminuiu a velocidade e parou. Ela se
levantou e ouviu uma porta de carro abrir e fechar.
— Olá, — uma voz masculina a saudou.
— Olá, — disse ela.
— Como você está?
Sério?
— Estou bem e você? — ela perguntou, mantendo a voz
plana.
— Não posso reclamar. O que você está fazendo aqui?
Não tem um casaco? — ele perguntou.

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— Sim. Sim, eu tenho, mas está no porta-malas junto
com as minhas chaves do carro e telefone. Fiquei presa aqui
durante as últimas duas horas.
— Desculpe, querida! Não percebi que você esteve aqui
por tanto tempo; eu não teria ficado apenas batendo-papo se
soubesse. Espere aí. — Elizabeth sorriu pela angústia em sua
voz. Ele era fofo.
Um minuto depois, ele facilmente abriu o porta-malas
com o pé de cabra que tinha pegado do carro dele. Ela
observou-o enquanto ele caminhava de volta na direção dela
com seu casaco. Ele era alto e tinha cabelos louros claros e
brilhantes olhos verdes. Seu sorriso era pesaroso, mas gentil.
Ele estendeu seu casaco. Ela enfiou a mão no bolso dele
e tirou suas chaves e telefone.
— Obrigada. Eu estava prestes a perder a cabeça aqui,
— ela admitiu.
— Posso imaginar. Meu nome é Colton. Para onde você
está indo?
— Sou Elizabeth, Elizabeth Monroe. Estou indo para
Lycaonia. — Ela se esticou e estalou as costas.
— Nós estávamos à sua procura. Deixe-me terminar isso
aqui e você pode me seguir. Posso trocar o seu outro pneu
com o meu estepe, o qual deve durar até que possamos
consertá-lo. Se não se importar com um ligeiro atraso,
podemos ir até a propriedade Alfa, e posso deixar meu carro
lá e ir à cidade com você, para lhe mostrar o local. — Seu
sorriso se tornou malicioso.
Ela pensou por um segundo antes de concordar.

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— Essa pode, na verdade, ser uma boa ideia. No meu
atual estado, não sei onde iria acabar. — Fazendo uma
careta, ela viu que seu casaco novo estava coberto pela lama
de seu pneu, fazendo seu sacrifício parecer inútil. Não
querendo sujar seus assentos, ela se certificou de que tinha
as chaves e o telefone na mão antes de jogar o casaco de volta
no porta-malas.
— Ótimo, não vai demorar nenhum segundo. Vá se
aquecer no meu carro. — Colton apontou para o carro atrás
deles.
— Valeu. — Ela entregou-lhe as chaves e caminhou até
o carro dele. Subiu nele e aumentou o calor. Por que coisas
loucas sempre aconteciam com ela? A única coisa com a qual
ela podia contar era a sua má sorte.
Fiel à sua palavra, Colton terminou dez minutos mais
tarde e caminhou até o carro.
— Não estamos longe do portão da cidade, de lá leva
cerca de vinte minutos para chegarmos à propriedade Alfa.
Elizabeth saiu esfregando os braços energicamente.
— Estarei bem atrás de você.
Colton sorriu e piscou um olho. Ela riu. Ele era tão
paquerador. Ela caminhou de volta para o seu carro. Ele
tinha o deixado ligado com o aquecedor ativo. Um docinho.
Ela seguiu o carro dele pela estrada de terra. Quando ele
virou em um caminho quase indetectável, ela enviou uma
oração de agradecimento por ele a ter encontrado. Ela nunca
teria encontrado a entrada da cidade sem ele.

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Vinte minutos depois estavam chegando a uma grande
casa. Ela estacionou atrás dele e saiu. Eles caminharam em
direção ao alpendre.
— Vou apenas avisá-los que eu te encontrei e estou indo
para a cidade para que possam colocar outra pessoa no
patrulhamento do perímetro. — Colton abriu a porta da
frente para ela.
— Parece bom. Eu ainda preciso encontrar um lugar na
cidade para ficar e uma oficina para trocarem esses pneus,
por isso vamos ter que cuidar disso, — disse ela.
Colton assentiu.
— Sem problema. Eu conheço alguns guerreiros
aposentados que alugam apartamentos, vamos ver com eles
primeiro.
— Isso me salvaria, — ela sorriu para ele.
Colton fechou a porta atrás deles. Ela deu dois passos
para frente e tropeçou no tapete ornamentado no saguão.
Infelizmente, caiu com o rosto primeiro.
— Merda! Você está bem? — Colton gentilmente lhe
ajudou a levantar e estremeceu quando olhou para o seu
rosto.
Ela cautelosamente tocou o nariz e seus dedos ficaram
ensanguentados.
— Pelo menos não está quebrado. Sei bem como é isso.
— Você o quebra com frequência para saber? — Os
olhos de Colton se arregalaram.
— Sim. Sou meio desajeitada.

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— Isso soa familiar. — Colton agora estava franzindo a
testa.
— Você. — Uma profunda voz masculina disse desde
acima deles. Elizabeth virou-se e olhou para cima. No topo
das escadas estava o homem mais lindo que já vira. Ele era
alto, mas esguio, com ombros largos que gradualmente
estreitavam a uma cintura esbelta. Cabelo escuro caia
descuidadamente ao redor de seus ombros em ondas. Mas
foram seus olhos cinzentos que a cativaram, a intensidade
em seu olhar a hipnotizou. Era como se ela pudesse ver o
peso de eras em seus olhos. Quando eles mudaram de eterno
cinza para vermelho, ela engoliu em seco.
Os movimentos dele foram um borrão quando ele desceu
as escadas voando. Ele a apoiou contra a porta, prendendo-a
com os braços de cada lado.
— Gavriel! Cara! Que diabos? — Colton gritou.
— Nos deixe! — o moreno exigiu.
— De jeito nenhum. Se recomponha, porra. — Colton
disse, enquanto tentava se colocar entre eles. O corpo dela
reagiu à interferência de Colton. Ela não queria se afastar
deste estranho sombrio. Quando ela inalou, se deu conta que
este homem era um vampiro e seu companheiro.
Gavriel bateu forte em Colton, raspando as garras em
seu antebraço.
Colton xingou e agarrou o braço.
— Cara! Que porra é essa?

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— Colton, recue. Ela deve ser a companheira dele, — um
terceiro homem disse, se aproximando deles por trás de
Gavriel.
— Ryuu, tem certeza? — Colton perguntou e começou a
se afastar.
— Eu tenho certeza. Ele é meu companheiro. —
Elizabeth falou. Gavriel a moveu em direção à porta aberta à
esquerda.
— Elizabeth, você não entende, — Colton começou.
— Ele é meu companheiro. Não vai me machucar. —
Elizabeth se permitiu ser conduzida em direção à porta.
Entrou de costas na sala vazia e seu companheiro fechou a
porta atrás deles com um chute, nunca tirando os olhos dela.
— Você é Gavriel, certo?
Ele a circulou, se aproximando a cada passo. Seus olhos
ardiam em um vermelho profundo. Crescendo em Noctem
Falls, ela só tinha visto isso uma vez antes, quando um dos
homens estivera no meio de sua transição vampírica e suas
tendências mais agressivas haviam subido à superfície.
— Meu nome é Elizabeth Monroe. Sou sua companheira.
— Ele parou de circular.
— Eu sei. Sonhei com você. — Sua voz soava profunda e
rouca.
— O que viu? — ela perguntou.
— Você. Caindo o tempo todo. — Ele se inclinou e
inspirou. Ele fechou os olhos, uma expressão de felicidade no
rosto. Ela percebeu que ele podia sentir o cheiro do seu
sangue.

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— Você está em transição? — Ela observou seu rosto
cautelosamente.
Ele assentiu e abriu os olhos.
— Como sabia?
— Fui criada em Noctem Falls.
— Então sabe que precisa ficar longe. — Ele voltou seus
olhos escarlates para ela. Ela estremeceu. Mal havia algo
humano naquele olhar. Ela olhou na direção da porta, mas
seu animal começou a protestar. Este era o seu companheiro,
era sua responsabilidade cuidar dele.
Ele soltou um grito angustiado e se curvou, passando os
braços pelo torso. Ele balançou a cabeça e quando se virou
para olhá-la, seus olhos cintilaram de vermelho de volta para
cinza.
— Por favor, vá! Não quero machucá-la! — ele ofegou
enquanto ela observava os músculos sob a pele dele se
movimentarem e tremerem. Foi então que ela percebeu
quanta dor ele estava sentindo. Ele estava passando por
privação de sangue além da transição. Não havia como ela
pudesse se afastar e deixá-lo se contorcendo de dor. Ela deu
um passo para mais perto.
— Deixe-me ajudar.
Ele balançou a cabeça.
— Por favor! — ele implorou.
— Não. Você é o meu companheiro, é meu direito e meu
dever alimentá-lo. Eu te ofereço tudo de mim, — ela recitou
as palavras que ouvira tantas vezes entre os casais enquanto
crescia. Ser capaz de alimentar o seu companheiro era um

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presente. — Você não vai me machucar e não consigo
suportar vê-lo em tanta agonia. Por favor, alimente-se. — Ela
colocou uma mão nas costas dele. Sua cabeça virou-se e ele a
encarou, seus olhos mudando de cinza de volta ao vermelho.
— Vou tentar ser gentil, — ele sussurrou. Ele levantou-
se, lentamente soltando os braços. Quando ficou de pé em
toda sua estatura, ele estava tremendo e à beira da exaustão.
Ela podia ver que ele estava literalmente lutando para
permanecer lúcido.
Ele a tomou nos braços e, por um momento,
simplesmente ficou lá com o rosto dela contra seu peito. Ela
inalou, absorvendo seu aroma profundamente em seus
pulmões. Ela nunca se saciaria dele. Com cada respiração, o
cheiro dele estava se entranhando em sua alma. Ele baixou
seus corpos lentamente ao tapete e inclinou a cabeça dela
para um lado. Passou a língua ao longo da coluna do pescoço
dela e ela estremeceu. Ela tinha esperado que ele fosse lhe
atacar como um animal faminto, mas, mesmo no seu estado
mais desesperado, ele estava tomando tempo para garantir
que ela sentisse a menor dor possível.
Quando ele começar a beliscar e mordiscar atrás da sua
orelha, ela suspirou enquanto seu corpo serpenteava de
expectativa. Os braços dele se comprimiram antes dele
afundar as presas profundamente no pescoço dela.
Ela esperava dor, mas houve muito pouca, apenas uma
picada rápida, então uma inundação de prazer. Ele a segurou
como se ela fosse a coisa mais preciosa no mundo enquanto
bebia profundamente. Ela podia sentir sua restrição

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enquanto ele tomava goles lentos e calculados. Cada puxão
de seus lábios enviava tremores pelo corpo dela, parecia como
se ele estivesse lambendo e acariciando seus mamilos e
clitóris de dentro. Ofegando, ela empurrou os quadris contra
ele, tentando encontrar alívio. Ela sentiu os lábios dele se
curvarem contra o seu pescoço e ele inseriu a coxa entre as
pernas dela. No momento em que seus músculos firmes
acertaram a carne pulsante dela, ela gritou e se agarrou nele,
perseguindo o prazer que estava fora de alcance por pouco.
Quando as mãos dele se estenderam para baixo para roçar
seus mamilos apertados, ela explodiu, gritando. Onda após
onda de prazer cascatearam por ela. Ela sentiu a
serpenteante escuridão começar a toma-la. Sorrindo, se
deixou ser levada. A última coisa que lembrava era o beijo
suave dele contra seu pescoço.
*****
— Tem certeza de que ela está bem?
— Ela está tudo bem.
— Eu poderia tê-la matado.
— Ela é uma shifter. Seria preciso mais do que uma
doação de sangue para matá-la. — A voz masculina soava
divertida.
— Escute o Adam, meu amigo. Ele não é muito esperto,
mas realmente sabe sobre cura, — outra voz masculina falou.
Elizabeth piscou e focou nas vozes. Das três, a voz de
seu companheiro era a mais sexy. Ela congelou. Seu
companheiro? Isso mesmo, ela tinha encontrado seu
companheiro.

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— Há há. Muito engraçado, Aiden. Seja legal ou eu vou
descobrir um jeito de colocar a Meryn em um gotejamento de
cafeína intravenosa.
— Deuses, não!
Elizabeth sorriu.
— Isso, na verdade, parece bom neste momento. — Ela
sentou-se parar olhar os homens. Dois deles se elevavam
sobre seu companheiro e se assemelhavam o suficiente para
que ela assumisse que eram parentes. Instantaneamente seu
companheiro estava ao seu lado, passando uma mão
suavemente sobre seu cabelo.
— Como se sente, zain'ka moya? — ele perguntou.
— O que é “zain'ka”?
Ele se inclinou e sussurrou contra o seu pescoço:
— Meu raio de sol ou coelho. Achei apropriado.
Seu hálito quente contra o pescoço dela enviou novos
arrepios por seu corpo.
Os dois homens atrás de Gavriel pigarrearam. Gavriel
levantou-se e beijou a testa dela.
— Elizabeth, sei que pode ser meio tardio, mas sou
Gavriel Ambrosios. Gostaria de lhe apresentar ao
Comandante da Unidade, Aiden McKenzie, e seu irmão, Adam
McKenzie. Adam dirige a clínica para os guerreiros da
unidade. Cavalheiros, finalmente tenho o prazer de
apresentar a minha companheira. Elizabeth Monroe. —
Gavriel levantou-lhe a mão e a beijou.
— Estou feliz que ela chegou inteira em Lycaonia. Seja
triplamente bem-vinda, Elizabeth, você não poderia pedir por

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um companheiro melhor. — Aiden fez uma reverência cortês.
Adam sorriu e acenou.
Ela olhou para Adam.
— Você é o médico?
— Sim, eu sou, — ele respondeu.
— Você e eu seremos grandes amigos. Eu estou
constantemente tropeçando ou caindo, ou tropeçando e
depois caindo sobre as coisas. — Ela se virou para Gavriel
quando ele gemeu e cobriu o rosto com a outra mão. Ele a
olhou, uma expressão de dor no rosto.
— Então o que eu vi em meus sonhos era sua vida
diária, não apenas os momentos aterrorizantes? — ele
perguntou.
— Eu não estou certa do que viu, mas eu me machuco
sim em uma base bem regular.
— Você caiu de uma janela de escritório?
— Sim.
— Caiu da escada do esgoto?
— Sim, isso foi em partes iguais, doloroso, humilhante e
nojento. — Ela estremeceu.
— Como conseguiu sobreviver até a idade adulta?
— Essa é uma pergunta para o meu pai. Tenho certeza
que ele poderia dar-lhe uma dissertação inteira sobre a
minha infância. — Ela lhe sorriu.
— Eu posso mesmo ter que perguntar a ele, — ele
murmurou.

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— Elizabeth, você está bem o suficiente para sair? A
minha companheira estava curiosa a seu respeito. — Disse
Aiden.
Ela assentiu e gentilmente tirou a mão da de Gavriel.
Relutantemente, ele a soltou. Ela jogou as pernas sobre a
lateral da cama e foi descer, mas sua perna direita se
emaranhou nos cobertores. Se não fosse pelos reflexos de
Gavriel, ela teria se esborrachado no chão. Aiden e Adam a
olharam de boca aberta, Gavriel empalideceu.
— Eu estou bem, sério. — Ela se levantou e alisou as
roupas.
— Ok, então. Eu vou dirigir. — Aiden levantou suas
chaves.
Gavriel manteve uma mão na lombar dela enquanto se
despediam de Adam e saiam até o estacionamento.
— Vocês todos vivem juntos? — Elizabeth perguntou
assim que estavam na estrada.
— Sim, todos os membros da Unidade Alfa vivem juntos,
— Aiden confirmou.
— Até mesmo a sua companheira?
— A Meryn fez algumas mudanças recentemente. —
Gavriel ainda tinha que lhe soltar a mão. Era como se ele
tivesse que estar tocando-a.
— Ela simplesmente não conseguia suportar ficar longe
de mim, — Aiden disse, estufando o peito. Elizabeth olhou
para o seu companheiro, que apenas deu de ombros.
— Como é a Meryn?
Gavriel balançou a cabeça.

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— Meryn não pode ser descrita, apenas experimentada.
— Agora estou realmente curiosa.
— Ela é única, — Aiden disse com orgulho.
— Com certeza é. Mal posso esperar para que as duas se
conheçam, — disse Gavriel.
Aiden riu.
Elizabeth sorriu, mas sentiu uma sensação de mau
agouro, ela não podia ser tão ruim assim. Podia?
*****
— Meryn, essa é a minha companheira, Elizabeth
Monroe. Elizabeth, essa é a Meryn, a companheira de Aiden.
— Ela é aquela desastrada? — uma voz perguntou.
Elizabeth observou como cabelo castanho espetado
lentamente começou a aparecer por trás das costas da
cadeira, centímetro por centímetro até que um par de olhos
verdes brilhantes os observava sem piscar.
— O que ela quer dizer com “a desastrada” e ela está
bem? — Elizabeth perguntou, aproximando-se por trás do
seu companheiro. Gavriel levantou uma sobrancelha para
Meryn. Ela voltou para baixo com um estalo, desaparecendo
por trás do encosto da cadeira, apenas para ressurgir em pé
ao lado desta. Ela olhou para o chão.
Um homem bonito vestido ao estilo japonês avançou.
— Talvez um pouco de chá?
Meryn assentiu.
— Obrigada, Ryuu, isso seria ótimo. — Ryuu fez uma
reverência e saiu em direção ao que Elizabeth assumiu ser a
cozinha.

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— Eu odeio deixar as duas e o entretenimento garantido
que certamente ocorrerá enquanto conhecem uma a outra,
mas Aiden e eu precisamos discutir algumas coisas. Eu
também gostaria de te dar um pouco de espaço para absorver
tudo. As coisas têm ido rápido. — Os olhos de Gavriel
estavam cheios de preocupação quando se inclinou para
frente e sussurrou na orelha dela: — Eu estarei no fim do
corredor, no escritório de Aiden, ok?
Elizabeth assentiu, ele já estava sendo considerado com
ela. Tanto quanto ela odiava admitir, ele estava certo. Tudo
parecia surreal no momento. Talvez um pouco de conversa de
garotas era exatamente o que ela precisava.
— Ok.
— Meryn, seja boa, — Aiden disse, saindo com Gavriel.
Meryn revirou os olhos.
— Eu sempre sou boa. — Ela se virou para Elizabeth: —
Então. Você sabe alguma coisa sobre cadáveres?
Lá se vai a conversa de garotas.
Elizabeth piscou e olhou para as costas de Gavriel
enquanto ele se afastava, com um risonho Aiden. Maldito
fosse o homem, ele sabia que esta mulher era louca quando a
deixou aqui. Ela se voltou para a pequena humana.
— Não, na verdade não. Por quê?
— Estou tentando comparar os danos causados às
mulheres assassinadas por aquele perseguidor psicopata com
famosos assassinos em série humanos para ver se posso
determinar o motivo delas terem sido mortas, você sabe,
estabelecer um padrão.

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— Ahh. — Elizabeth não conseguia entender esse
humano absolutamente.
— Então. Que tipo de paranormal você é? — Meryn
sentou-se no sofá de pernas cruzadas, colocando um laptop à
sua frente.
Elizabeth se aproximou e se sentou em uma das
cadeiras do cômodo.
— Eu sou um lepus curpaeums.
Meryn assentiu.
— Então você é um coelhinho.
— Eu sou um lepus curpaeums...
— Um coelhinho. Isso é legal. — Meryn se voltou para
seu laptop.
— O que você quis dizer quando disse: “a
desequilibrada”? — Elizabeth perguntou, desistindo do
comentário do coelhinho. Ela tinha uma sensação de que não
serviria de nada discutir com essa mulher.
Meryn olhou para cima e estremeceu.
— Gavriel sonhou contigo antes de você chegar aqui. Ele
disse que, ou você era retardada mental, ou tinha um grave
desequilíbrio da parte interna do ouvido. Ele quebrou duas
das bolas de stress que eu lhe dei se preocupando com você.
— Entendo.
Nota mental: Chutar o traseiro do seu companheiro mais
tarde.
— Ele é realmente legal, então não use isso contra ele.
Ele teve umas semanas difíceis. Esteve preso dentro de casa
comigo por um mês e nem uma vez me fez me sentir estranha

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ou como se eu fosse um incômodo. Foi paciente, e tem me
explicado sobre a sociedade paranormal e me contado
histórias. — Meryn divagou.
Elizabeth sorriu. Se seu companheiro havia ficado
preso, durante a sua transição, com essa mulher por um mês
e não tinha perdido a paciência, ele podia ser um santo.
— Há quanto tempo ele tem estado em transição? —
Elizabeth perguntou.
Meryn a olhou cautelosamente.
— Ele não quer que as pessoas saibam.
— Meryn, eu percebi isso sozinha, fui criada em torno
de vampiros. Além disso, sou a companheira dele, regras
normais não se aplicam a mim.
Meryn suspirou.
— Acho que está chegando a dois meses.
Elizabeth ofegou.
Os olhos de Meryn se arregalaram.
— O quê?
— O que você sabe sobre transições vampíricas? —
Elizabeth perguntou enquanto seu estômago se agitava.
— Não muito, só que ele precisa de mais sangue que o
normal e que, no final, ele “sobe de nível” como num vídeo
game.
Elizabeth assentiu.
— Vampiros não envelhecem, mas isso não significa que
não mudem. Tudo nesse mundo muda. Vampiros passam por
dois tipos diferentes de transição. Uma baseada em sua
idade, geralmente na marca de quinhentos anos e depois a

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cada mil anos mais ou menos. Dentre as transições de idade
a mudanças de mil e cinco mil anos são as mais difíceis.
“O segundo tipo de transição é uma baseada em
necessidade. Essas são as mais brutais, já que são
necessárias circunstâncias terríveis para instigar a mudança
e não o curso natural de acontecimentos. Meu tio Magnus
passou por uma transição à base de necessidade antes de eu
nascer. Eles ainda comentam sobre isso em Noctem Falls, ele
tornou-se instável enquanto seu corpo ganhava a força e
poder que ele precisaria para se tornar um Ancião.
“Ambas as transições são influenciadas pela idade;
quanto mais velho o vampiro, mais longa é a transição,
quanto mais longa a transição, mais forte se tornam.
Infelizmente, quanto mais longa a transição, mais perigosa
elas ficam, não só para o vampiro, mas também para aqueles
ao seu redor.
Meryn abriu a boca, então a fechou. Ficou quieta por
um momento, depois a olhou.
— Então, se Gavriel tem estado em transição por quase
dois meses, provavelmente está passando por essa transição
de cinco mil anos e uma transição à base de necessidade, já
que os ferals ficaram loucos pra caralho, então o que?
Elizabeth engoliu em seco e se recostou na cadeira.
— Então poderíamos possivelmente estar vivendo com a
mais perigosa criatura na terra, pelo menos até que sua
transição acabe.
Meryn sorriu.

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— Isso é tão maneiro. O Gavriel era fodão antes, mas
agora, ele é tipo fodão estilo Chernobyl.
Elizabeth a olhou e piscou.
— Você não está nem um pouco com medo, não é?
Meryn balançou a cabeça.
— Ele está ranzinza e resmungão agora, mas quando o
conheci, quando sua transição estava apenas começando, ele
era encantador. Ele sempre foi legal comigo.
— Eu meio que gosto dele resmungão, — Elizabeth
admitiu.
— Aiden é assim, eu sei o que você quer dizer, — Meryn
disse, passando um dedo por sobre a capa do seu laptop.
Elizabeth olhou para o azul Tardis1 e sorriu.
— Eu gosto da capa do seu laptop.
Os olhos de Meryn se estreitaram.
— Você conhece o Doutor?
— É claro.
— Quem foi o primeiro Doutor? — Meryn perguntou,
olhando-a com suspeita.
— William Hartnell. Por quê? — Elizabeth perguntou,
confusa.
Meryn soltou um suspiro de alívio.
— Algumas pessoas “dizem” que amam o Doutor, mas
quando lhes pergunto: “Quem foi o primeiro Doutor?”, dizem
Eccleston e quero gritar. Você passou. — Meryn sorriu para
ela.

1 TARDIS é a nave espacial e máquina do tempo do seriado Doctor Who, e seu


exterior parece com uma cabine de polícia de Londres. Ela é azul.

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Ela tem que ser a coisinha mais fofa.
— Você é adorável. Vou te contar um segredo. Sou velha
o suficiente, querida, tanto que assisti Doctor Who quando foi
ao ar originalmente. A minha família estava visitando Londres
na época e fiquei instantaneamente viciada. — Elizabeth
quase se acabou de rir ao ver a expressão reverente no rosto
de Meryn.
— Isso é tão foda! — Meryn exclamou.
Elizabeth riu. Ela nunca conheceu alguém tão aberto e
sincero como a Meryn. Ela era infantil e refrescante.
— Eu sou uma fanática por sci-fi desde que ela surgiu.
— Eu tentei convencer o Aiden a ir à DragonCon, mas
ele disse não, que seria um “pesadelo logístico”. — Meryn fez
aspas no ar.
— Vou te levar ano que vem. Tenho uma reserva
permanente em um hotel no centro da cidade para a
DragonCon. Posso lhe mostrar os segredos da Con que a
maioria dos turistas nunca vê. — Elizabeth ofereceu.
— Nem fodendo! Eu te amo! — Meryn deu pulinhos em
seu assento.
Elizabeth nunca antes encontrou alguém que gostava
das coisas que ela gostava. Em Noctem Falls, ficção cientifica
era considerada imatura ou ridícula. Ela se encontrou
compartilhando o entusiasmo de Meryn.
— Então, o que vocês fazem por aí para evitarem perder
a cabeça? O Colton ia me levar à cidade, mas, de alguma
forma, eu não acho que isso vai acontecer agora. — Elizabeth
colocou os pés no divã.

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— Eu sou uma perita em segurança de internet...
— Hacker, — Elizabeth interrompeu.
Meryn assentiu, sorrindo.
— Tenho trabalhado com o Adair, esse é o irmão de
Aiden, que administra a academia de treinamento na cidade.
Estou tentando convencê-lo e ao conselho de que seria mais
benéfico atribuir os estagiários às unidades para mais
treinamento prático do que deixá-los definhando na academia
até que uma vaga apareça. Se a minha proposta for aprovada,
todos os trinta dos atuais alunos serão designados para as
unidades aqui em Lycaonia, e Adair e seus treinadores podem
começar com o próximo lote. Se for bem-sucedido aqui, vão
adotar isso nas outras três cidades efetivamente, triplicando
a força de defesa. Deveriam tomar uma decisão hoje ou
amanhã. — Meryn explicou.
— Essa é realmente uma boa ideia. — Elizabeth franziu
o cenho e se perguntou por que não tinham feito isso antes.
— Não pareça tão chocada, — Meryn murmurou.
Elizabeth riu.
— Desculpe, não quis implicar que você não era
inteligente, é só que isso faz tanto sentido que estava me
perguntando por que não adotamos essa prática até agora.
— Oh. Isso é fácil. É porque ninguém por aqui gosta de
mudanças. Juro que eles não trocariam as roupas íntimas se
não precisassem. Tudo é tradição, tradição, tradição. A
maioria se esqueceu do porquê eles decidiram originalmente
fazer as coisas de uma certa forma. Um monte de práticas

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precisa ser trazidas para o século XXI, — disse Meryn,
soando completamente enojada.
— Nem me diga. Fui criada em Noctem Falls, eles
praticamente adoram a era vitoriana lá. Ainda sou encarada
quando uso jeans na cidade quando visito o meu pai.
Os olhos de Meryn se arregalaram.
— Você foi criada em Noctem Falls? Quero tanto ir lá.
Ouvi dizer que os vampiros esculpiram sua cidade na face de
um desfiladeiro profundo.
Elizabeth assentiu.
— Lembro-me distintamente da primeira vez que meu
pai me levou para brincar fora. Noctem Falls é, na verdade,
uma cidade subterrânea. É uma rede de grutas e cavernas
nas profundezas da terra.
— Como os anões em O Senhor dos Anéis? — Meryn
sussurrou.
— Na verdade, essa é uma representação muito próxima
de Noctem Falls. Mas em vez de anões, são vampiros.
— Agora não sei qual cidade quero visitar primeiro.
Tinha certeza de que queria ir para Éire Danu primeiro, mas
agora Noctem Falls soa mágico. — Meryn mordeu o lábio
inferior.
— Não é qualquer pessoa que pode visitar Éire Danu. Os
faes são muito protetores com sua cidade, — Elizabeth
alertou.
Meryn acenou com a mão na frente dela.

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— Fui convidada pela rainha deles. O Ancião Vi'Ailean é
o irmão mais novo de seu consorte. O Ancião gosta de mim.
— Ela lhe sorriu.
Elizabeth piscou. Meryn já tinha assegurado um convite
para Éire Danu e pela própria rainha? Ela balançou a cabeça.
Pensou que se mudar para Lycaonia seria chato, apenas um
lugar para descansar até que pudesse voltar ao mundo
humano, sem que alguém descobrisse que ela podia
sobreviver a um mergulho de cabeça para fora da janela de
um prédio de escritórios. Ela olhou para a pequena humana
peculiar com interesse renovado.
— Denka, o seu chá. — O homem que Meryn tinha
chamado de Ryuu carregou uma bandeja para dentro da sala.
Imediatamente o nariz de Elizabeth captou o leve cheiro de
jasmim.
— Obrigada. Ryuu, já conheceu a Elizabeth? Ela é
aquela com quem Gavriel tem sonhado. Ela vai se mudar pra
cá, — Meryn disse, os apresentando.
Elizabeth fez uma pausa.
— Vou me mudar para cá? — Ela pensou que Meryn
fosse a exceção à regra sobre companheiros vivendo em
propriedades de unidades.
Meryn piscou um olho.
— Sim, por que não?
— Isso simplesmente não se faz, Meryn.
Ryuu riu.
— Você logo descobrirá que Meryn muitas vezes faz
coisas que “simplesmente não se faz”. — Ryuu serviu o chá

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delas cuidadosamente antes de recuar para ficar contra a
parede.
— Eu faço, não é? — Meryn pegou um pequeno biscoito
simples e o colocou na boca antes de colocar um em um
guardanapo na mesa. Elizabeth observou fascinada quando o
biscoito se levantou sozinho e pequenas marcas de mordida
apareceram.
Meryn a pegou encarando.
— Este é o Felix. Ele é um elfo que decidiu me adotar.
Ele é super doce, mas nem todos conseguem vê-lo, — ela
explicou.
Sentindo-se como se tivesse entrado em um episódio da
série Além da Imaginação, Elizabeth mordiscou um biscoito.
No que tinha se metido agora?

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Capítulo 2

— Então, o que você faz, sabe, para se sustentar? —


Meryn perguntou.
— Sou uma assistente pessoal. Ajudo executivos de alto
nível a se manterem organizados e a manter seu dia se
passando sem problemas. — Elizabeth tinha muito orgulho
do seu trabalho. Enquanto trabalhava nos bastidores,
ajudara muitos homens e mulheres a realizar coisas
maravilhosas.
— Oh meu Deus, o Aiden precisa de você! Isso é tão
incrível. Eu tenho tentado ajudar, mas organização não é
bem a minha praia. Eu fiquei especialmente preguiçosa agora
que tenho o Ryuu. Eu juro que não sei como eu sobrevivi um
dia sem ele. Ele lembra de coisas como o almoço e roupas
limpas.
Elizabeth riu.
— Essas são coisas importantes, Meryn. Com o que
exatamente o Aiden precisa de ajuda?
— Tudo.

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— Sério?
— Sim, sério. Eu acho que ele ainda escreve seus
relatórios a mão, seria um milagre se descobríssemos que ele
estava usando uma caneta esferográfica e não uma pena e
tinta. — Meryn estremeceu.
— Não pode ser tão ruim? — Elizabeth zombou.
O som de um pigarro a fez se virar para olhar para
Ryuu. Elizabeth encontrou seu olhar e este concordou. Ele
tinha um espírito semelhante ao dela, servindo aos outros
como ela fazia, mas ele servia em um nível pessoal, onde ela
servia em um grau profissional.
— Está querendo me dizer que o homem responsável
pela defesa das quatro cidades pilares e a administração de
todas as nossas unidades de guerreiros ainda escreve à mão
os seus relatórios? Como diabos o homem consegue fazer
alguma coisa? — Elizabeth baixou sua xícara.
— Hmmm. Lembra-se do que eu lhe disse sobre
tradição? A rotina ajuda os homens a se lembrarem do que
fazer. Se tudo é sempre o mesmo, é mais fácil de lembrar, —
explicou Meryn.
Elizabeth olhou para Meryn horrorizada. Ela se
levantou.
— Onde fica o escritório dele?
Os olhos de Meryn se arregalaram antes de um sorriso
aparecer.
— Vou te mostrar.
— Meryn, lembra do que o Aiden disse sobre
interromper o trabalho da unidade? — Ryuu avisou.

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— Não sou eu desta vez, — Meryn comentou
alegremente e se levantou. Ela guiou o caminho para fora da
sala e pelo corredor. Sem sequer bater, virou a maçaneta de
uma porta de madeira que parecia pesada e entrou sem
hesitar.
— Bebê, o que eu te disse sobre interromper? — Aiden
rosnou.
— Não sou eu. Elizabeth queria ver o seu escritório. —
Meryn deu um passo para o lado e indicou a Elizabeth para
entrar.
Sem perder tempo, Elizabeth entrou e começou a olhar
ao redor. Uma mesa. Nenhum computador visível. Sem fios.
Nenhum armário. Certamente eles tinham que estar em
algum lugar.
— Onde estão os seus arquivos? — ela perguntou.
Com um olhar confuso no rosto, Aiden apontou para
uma pilha de papéis no canto. Elizabeth se aproximou.
Realmente, tudo estava manuscrito com um estilo de
caligrafia. Os papéis estavam amarrados com um barbante
em pilhas cobertas de fuligem.
Aiden corou quando o dedo que ela passou pelo centro
dos papéis ficou com um camada de pó.
— Eu não consigo limpar muito aqui, — ele admitiu.
— Computador. Onde está o seu computador? —
Elizabeth exigiu, sentindo um pânico crescente. Ela sentia
como se a defesa do seu povo dançasse precariamente na
ponta de uma espada.

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Aiden apontou para um enorme laptop na prateleira de
baixo de sua estante. Meryn começou a rir silenciosamente
atrás dela. Ela o ligou e agarrou o peito quando o logotipo do
Windows 95 a cumprimentou. Meryn até esse instante já
tinha se desmoronado em risos. Engasgando, Elizabeth deu
um passo atrás, então se virou para encarar Aiden e o
companheiro dela, que agora parecia preocupado. Isso não
podia estar acontecendo. A segurança de seu povo agora
estava em suas mãos.
— Onde estão as listas de pessoal? Os cronogramas de
treinamento?
— Eu os memorizei, — Aiden murmurou.
Ela o olhou fixamente.
— Não sei se você é um gênio ou um idiota.
— Ei! — Aiden protestou.
— Fora! — ela chiou.
— O que? — Aiden perguntou. Ele e Gavriel olharam-na
como se ela tivesse perdido a cabeça.
— Vocês dois para fora, agora! Ryuu, preciso que anote
a lista de materiais que vou precisar para deixar este
escritório funcional. Meryn, vou precisar da sua ajuda para
estabelecer uma rede segura e base de dados para a gestão
de pessoal.
Elizabeth arregaçou as mangas. Os homens apenas a
olharam em estado de choque.
— Saiam! Podem voltar depois que eu transformar essa
desculpa patética de escritório em um centro de gestão

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adequada. Chispa! — Elizabeth fez um movimento de
enxotar.
Gavriel se aproximou e a puxou para perto. Antes que
ela soubesse o que ele está fazendo, ele lhe deu um beijo que
a eletrizou até os dedos dos pés. Recuando, ele rosnou
baixinho.
— Você fica sexy quando está sendo mal-humorada.
— Você ainda não viu nada, — ela desafiou.
— Bom. Estou me sentindo melhor hoje; vou sair para
ajudar o Aiden a dirigir os homens. Se precisar de mim,
estarei justo do lado de fora, — ele sussurrou antes de beijá-
la mais uma vez.
— E eu? Preciso de um pouco de amor antes de irmos lá
fora treinar, — ela ouviu Aiden resmungar, tentando beijar
Meryn que estava virando a cabeça de uma lado para o outro,
rindo. Finalmente, Meryn o deixou capturar seus lábios.
Depois dos dois homens conseguirem seus beijos,
caminharam para a porta.
— Oh, Aiden, — Meryn falou.
Ele se virou para ela.
— Sim, bebê?
— É melhor ler sobre como usar um Mac, — ela alertou.
Gemendo, ele se virou e os dois homens partiram para
começar o treinamento.
O resto da tarde passou voando. No momento em que
ela terminou, tinha acumulado uma baita lista de compras,
mas, caramba, o homem nem sequer tinha clipes de papel!

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Tanto ela quanto Meryn estavam exaustas quando Ryuu as
interrompeu, avisando-as que era hora do jantar.
— Sabe, quando a nova mesa chegar e tudo estiver no
lugar, posso acabar pegando o escritório dele para mim
mesma. Isso vai ser bonito. — Meryn enfiou seu laptop em
sua pequena mochila e se virou para ela.
Elizabeth pensou nisso por um segundo.
— Vamos pedir uma segunda mesa para você.
Convenhamos, você vai ficar aqui mais do que o Aiden, não
há nenhuma razão para que nós duas não possamos
compartilhar este espaço enquanto estivermos colocando
esses homens das cavernas no jeito.
— Sim! Vou dizer ao Ryuu para encomendar um novo
monitor e uma Docking Station2 também.
Elizabeth estalou as costas. Era bom estar trabalhando.
Ela temeu que não fosse capaz de encontrar quaisquer
projetos nos quais trabalhar enquanto estivesse em Lycaonia;
mal percebera que a Destino3 tinha uma maneira de dar-lhe
exatamente o que precisava.
— É melhor nos apressarmos. Os homens não vão
comer sem nós e se os fizermos esperar, vão ficar
resmungando. — Meryn saiu para o corredor. Juntas,
caminharam até a sala de jantar. Quando entraram, cinco

2
Uma Docking Station é um pequeno suporte onde se encaixa o notebook. Ela
serve para aumentar as funções do notebook, melhorando o acesso a outras
tecnologias e facilitando o uso de vários dispositivos acoplados ao notebook ao mesmo
tempo.
3 Aqui preferi colocar “a Destino”, pois durante várias passagens de vários dos
livros da série os personagens se referem ao destino no feminino.

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homens se levantaram de onde estavam sentados à mesa.
Aiden puxou a cadeira ao lado dele para Meryn e seu
companheiro fez o mesmo por ela.
Sorrindo, ela sentou-se e ele deslizou sua cadeira por
ela. Uma das coisas que ela sempre sentiu falta quando vivia
entre os seres humanos eram os costumes cortez preservados
pelo seu povo. Quando Gavriel sentou-se, ela corajosamente
esticou a mão e pegou a dele. Sem alterar a expressão, ele se
virou para olhá-la. Sob a mesa, ele pousou suas mãos
entrelaçadas sobre a coxa e gentilmente massageou os nós
dos dedos dela.
Ela sempre se perguntou como os acasalamentos
funcionavam. Sempre que perguntava ao seu pai, ele dizia o
mesmo:
“Você saberá quando encontrar o seu companheiro. Não
há força mais intensa neste planeta do que a de dois
companheiros se unindo.” Ele tinha razão. Não era amor
instantâneo, ou confiança ou intimidade. Apenas um
profundo senso de pertencer. Ela tinha estado em algumas
relações de longo prazo na vida, mas nenhuma delas jamais
havia desenvolvido o nível de conforto que ela já tinha com
Gavriel. Se se sentia assim nas primeiras vinte e quatro
horas, não podia imaginar como seus pais deveriam se sentir
estando acoplados por mais de cento e cinquenta anos.
— Você parece tão séria, no que estava pensando? — A
voz de Gavriel quebrou a sua linha de pensamento.
— Eu estava, na verdade, pensando sobre o quão
incrível é o processo de acasalamento. Éramos estranhos esta

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manhã, ainda assim não consigo imaginar o amanhã sem
você. Então pensei: se me sinto desta forma apenas no
primeiro dia, me pergunto como meus pais se sentem tendo
estado acoplados por mais de cento e cinquenta anos no
momento, — explicou Elizabeth.
Os homens ao redor da mesa sorriram para ela.
Aiden riu.
— Meus pais estão acasalados por mais de mil anos.
Pelo que me disseram, o vínculo fica mais intenso.
Elizabeth engoliu em seco.
— Eu posso não sobreviver, — ela murmurou.
Gavriel se inclinou e esfregou seu pescoço com o nariz.
— Nós vamos ficar bem.
Meryn assentiu e olhou para Aiden.
— Sei o que quer dizer. Com todo o sexo é quase como
se eu não conseguisse fazer mais nada.
Um homem derrubou o garfo. O outro virou a cabeça, os
ombros tremendo e, aquele que ela reconheceu como Colton,
riu abertamente. Aiden apenas encarou sua companheira,
ruborizando.
— Meryn! — ele exclamou.
Ela olhou ao redor, confusão no rosto.
— O quê? Eu disse “quase”. Eu consigo sim fazer um
monte de coisa. Não tenho certeza sobre você, no entanto.
Através de seus dedos entrelaçados ela sentiu um
tremor. Ela virou-se para ver a boca de seu companheiro se
contorcendo furiosamente, mas sendo o vampiro conservador
que era, ele tentou esconder sua emoção. Elizabeth deu

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Alanea Alder
risadinhas ao ver a expressão de Aiden. Quando Gavriel
virou-se para olhá-la com uma expressão sarcástica no rosto,
ela não pôde reprimir sua alegria por mais tempo. Cobriu o
rosto com a outra mão e riu com vontade. Os homens ao
redor da mesa se juntaram a ela.
Quando se acalmaram, Meryn olhou ao redor da mesa.
— Não entendo o que foi tão engraçado.
Elizabeth segurou o estômago.
— Não, Meryn, por favor, dói rir tanto assim.
Ryuu, sorrindo, depositou duas grandes travessas de
macarrão sobre a mesa.
— Eles estavam se divertindo com a reação de Aiden às
suas palavras, Denka, nada mais. O riso é bom para a alma.
— ele explicou.
— Oh. Ok. — Meryn estendeu seu prato e Ryuu serviu
uma generosa porção. Serviu então Elizabeth antes de passar
para os homens.
— Elizabeth, deixe-me apresentar-lhe aos meus
parceiros da unidade. Você já conheceu o Aiden McKenzie e o
Colton Albright. — Gavriel apontou para os dois homens.
Sorrindo timidamente, Colton acenou.
— Em ambos os lados deles estão Keelan Ashwood e
Darian Vi'Alina. Keelan é o nosso bruxo residente e Darian o
nosso irmão fae, — Gavriel completou as apresentações.
— Olá, sou Elizabeth Monroe. Acabei de me mudar de
Washington D.C, mas fui criada em Noctem Falls, — ela se
apresentou.

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— Monroe. Você não teria, por um acaso, qualquer
relação com Broderick Monroe, teria? — Gavriel perguntou
apreensivo.
— Sim, ele é meu pai, — disse ela, franzindo a testa. —
Por quê?
Grunhindo Gavriel recostou-se na cadeira.
— O que? — ela exigiu.
— Isso significa que o seu outro pai é Caspian Rioux, o
irmão mais novo de Magnus Rioux, o atual vampiro Ancião de
Noctem Falls. — O tom de Gavriel era grave.
Ela deu-se conta. Seu companheiro era um vampiro e
ela tinha ligações com a família vampira governante.
Esquisito.
— Espere. Pais? — Meryn perguntou, inclinando-se para
frente, sua expressão intrigada.
— Sim, pais, como em dois deles. Minha mãe e meu pai
biológico eram melhores amigos. Ela queria um bebê, mas
não tinha encontrado seu companheiro ainda, então meu pai
concordou quando ela lhe pediu para doar esperma. Ele
imaginou que seria a única maneira que fosse poder ter um
filho alguma vez. Surpreendentemente, ela engravidou em
sua primeira tentativa. Ela morreu em um acidente de carro
antes de eu fazer um ano. Meu pai ficou com o coração
partido, então ele nos mudou para Noctem Falls, onde
poderia se concentrar em sua pesquisa sobre a criação de
uma fonte de sangue artificial. Lá conheceu seu
companheiro, Caspian, meu outro pai. Caspian tornou-se
dedicado ao meu pai, e foi observando-o agir como um

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assistente de laboratório que aprendi a ser uma assistente
pessoal. Ele sempre estava antecipando o que meu pai
precisava, fosse mais chá, suas anotações ou apenas um
ouvinte. Meu tio Magnus é o Ancião vampiro. Ele é um pouco
superprotetor comigo, — ela disse, encolhendo-se.
— Maravilhoso, — Gavriel exalou.
— Meus pais estavam tão ocupados no laboratório que,
a maioria dos dias, eu seguia o Magnus como um
cachorrinho perdido. Eu provavelmente sei mais sobre os
nobres nas casas governantes dos vampiros do que qualquer
um, com exceção do Magnus, é claro. A corte vampira foi um
lugar interessante para se crescer, — ela sorriu com a
memória.
— Eu preciso ligar para o seu tio, — Gavriel murmurou.
— Essa pode não ser a melhor ideia.
— Vai ficar tudo bem. Posso me cuidar. Não estou
preocupado, é apenas um inconveniente, — Gavriel a
reassegurou.
— Se tem certeza. — Quanto mais ela pensava sobre
isso, mais não gostava da ideia de Gavriel batendo de frente
com seu tio.
— Tenho certeza. Posso lidar com Magnus. — Gavriel
pegou o garfo e uma colher e muito elegantemente começou a
girar seu macarrão. Embora seus traços continuassem duros,
suas ações eram gentis enquanto segurava o garfo. Ela
inclinou-se e aceitou a porção.
Ela mastigou e engoliu.
— Não diga que não te avisei.

MY
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— Nós definitivamente precisamos visitar Noctem Falls
agora, — disse Meryn olhando para Aiden.
Aiden empalideceu.
— Você está brincando, vou ficar fora de Noctem Falls
até que a repercussão deste acasalamento se acalme.
— Mas o ancião vampiro é tio dela, nós totalmente
temos uma entrada, — Meryn protestou.
— Ele pode me culpar por deixar sua sobrinha ser
acoplada a um dos meus guerreiros da unidade. Não.
Obrigado. — Aiden sacudiu a cabeça.
— E-Liz-A-Beth, você vai me levar para Noctem Falls,
não vai? — Meryn implorou, lhe mostrando seus olhos de
cachorrinho.
— Claro que vou. Podemos ir lá depois da DragonCon no
ano que vem, — ela prometeu.
— Oh, não. Ela te convenceu a entrar naquela coisa de
convenção. — Aiden olhou para sua companheira.
— É perfeitamente seguro. Pense desta forma: é um
evento onde milhares de pessoas iguais a Meryn se reúnem
por alguns dias e vivem um pouco, — explicou Elizabeth.
Todos os cinco homens empalideceram.
— Milhares de pessoas, — Colton sussurrou.
— Iguaizinhas à Meryn? — Keelan perguntou.
Elizabeth olhou em volta. Os homens pareciam de
cabelo em pé.
— Talvez não tão igual a ela.
— Graças a Deus. Uma Meryn no mundo é suficiente, —
Colton brincou, parecendo aliviado.

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— É porque sou uma “Edição Limitada”. Vocês todos
deveriam ser gratos até mesmo por me conhecerem, — Meryn
bufou.
— Nós somos, meu amor. Nós somos. — Aiden fez uma
careta para seus homens por cima da cabeça de Meryn.
— Nós nunca lhe trocaríamos por uma versão sã, —
Colton tranquilizou-a.
Meryn sorriu então franziu a testa.
— O que quer dizer com “versão sã”?
Ryuu entrou segurando duas cestas.
— Aqui está o pão, recém-saído do forno. — E, simples
assim, a atenção de Meryn foi desviada. Elizabeth teve que
dar crédito ao Ryuu, ele sabia exatamente como lidar com a
sua incumbência.
Com o canto do olho, ela começou a ver um fraco brilho
cintilante. Sem dizer uma palavra, ela cortou uma porção de
seu macarrão em pequenos pedaços e os colocou em seu
prato de pão. Empurrou o prato na direção da pequena luz.
Segundos depois, os pequenos pedaços de macarrão
começaram a desaparecer. Ela observou todo o processo com
fascínio.
— Eu pensei que a vida em Lycaonia seria chata, — ela
disse em um sussurro.
— Nunca, zain'ka moya, nunca, — Gavriel disse antes
de soltar minúsculas bolas de pão no prato, ao lado do
macarrão. Elizabeth sorriu para seu companheiro quando
estes também começaram a desaparecer.
*****

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Depois do jantar, os homens foram até as suas próprias
suítes para relaxar pela noite. Gavriel, sempre o cavalheiro,
ofereceu-lhe o braço. Ele acompanhou-a até o saguão antes
de parar.
— Eu fiz Ryuu pegar suas malas e levá-las ao meu
quarto. Eu não estava sendo presunçoso, mas imaginei que
esse seria o único lugar que eu sabia onde não seria um
problema para elas estarem. Eu também organizei um quarto
de hóspedes para você, se preferir. — Seu tom era gelado e
seu corpo estava tenso.
O coração dela revirou. Quando era uma menina tinha
sonhado com um belo príncipe com maneiras corteses. Entre
seus próprios pais e seu tio, muito poucos homens tinham
conseguido superar suas altas expectativas. Gavriel passara o
limite e o aumentara mais infinitamente.
Se dissesse não, ela teria mais tempo para si mesma.
Provavelmente apenas para pensar nele e duvidar de sua
decisão. Se dissesse sim, teria que enfrentar o fato de que era
uma mulher acoplada agora. Ela olhou para o seu
companheiro. Seus olhos estavam ilegíveis. Ele não estava
pressionando-a de uma forma ou de outra. Sem ser de se
afastar de uma situação difícil, ela percebeu que sabia o que
queria fazer.
— Eu quero ficar com você, só... — ela hesitou.
— Só o que, minha companheira? Qualquer coisa que
pedir, será sua, — Gavriel lhe assegurou.
— Não espere muito, — ela soltou, corando.
Ele a segurou nos braços e abraçou-a.

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— Apenas estar aqui é mais do que eu mereço. Não há
como você deixar de satisfazer minhas expectativas, elas
foram destruídas diante da bela realidade que é você.
E lá se vai o meu coração, para onde foi? Ah, sim, no
bolso dele, para levar consigo em todos os momentos.
Ela suspirou e segurou a parte de trás da camisa dele.
Ele se afastou e beijou sua testa.
— Venha, zain'ka moya, vou lhe mostrar a sua nova
casa. — Gavriel pegou sua mão e guiou-a ao andar superior.
— Eu posso ficar aqui também? — ela perguntou.
— Sim. Esse era o assunto que Aiden e eu estávamos
discutindo antes de você reivindicar o escritório dele, — ele
disse, soando ligeiramente divertido.
— Como você pôde deixar o seu comandante trabalhar
daquele jeito? Sério? Ele nem sequer tinha um armário de
arquivo, — ela estremeceu.
— Agora temos você para nos manter na linha. Entre
você e Meryn, a unidade vai ficar melhor do que nunca.
— Está me provocando?
— Não, minha companheira, estou sendo sincero. As
coisas só têm melhorado desde a sua chegada.
É, ali mesmo no bolso dele.
Ele a levou por um longo corredor e virou. Caminharam
até chegarem à última porta. Ele a abriu e afastou-se para
deixá-la entrar. Ela entrou no quarto escuro e ele fechou a
porta atrás deles, envolvendo-os na escuridão total.
— Gavriel...

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— Shh. Está tudo bem, — a voz dele soou mais longe,
como se ele tivesse atravessado o quarto.
Com medo de tropeçar em qualquer um dos móveis dele,
ela ficou em um só lugar.
— Bem-vinda ao meu pequeno mundo, — disse Gavriel.
Segundos depois, pequenas luzes apareceram no teto e
nas paredes. Estrelas, galáxias, sistemas solares inteiros
giravam em torno de sua suíte. Ela ofegou e girou em torno
tentando absorver tudo.
— Os vampiros são uma das raças mais antigas. Há
poucos segredos deste mundo que não conhecemos. Mas as
estrelas? As estrelas ainda são um grande mistério. Não
importa quanto eu envelheça, olho para cima e me sinto
como um garotinho de novo quando penso sobre a
magnificência delas, — disse Gavriel, aparecendo atrás dela.
Ele deslizou seus braços ao redor da cintura dela e puxou-a
contra seu corpo.
— Você acha que é a força do acasalamento que faz isto
parecer tão certo? — ela perguntou, encostando a cabeça
para trás, no peito dele. Ela sentiu-o balançar a cabeça.
— Acho que a força de acasalamento está lá para
aqueles que lutam contra seu vínculo. Vi muitos casais, que
rejeitaram seus companheiros, se reunirem pela força do
acasalamento. Ela os une, mas não garante a felicidade. O
que você sente, o que eu sinto, é quando duas almas que
estão destinadas a serem uma só, se encontram. Eu nasci
para você. Minha alma incompleta se alegra ao encontrar sua
outra metade, e ainda que possa ser áspera e estar quebrada,

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espero que um dia ela seja digna de ser a outra metade da
sua.
Elizabeth sentiu lágrimas encherem seus olhos. Ela
virou em seu abraço, colocou os braços ao redor de seu
pescoço e apertou-o com força.
— O que houve, minha companheira? — ele perguntou,
lhe esfregando as costas.
— Você é simplesmente muito perfeito. Continua
dizendo as coisas mais belas e sinto que nunca vou ser boa o
suficiente para ouvi-las. Sei que é velho, Gavriel, não sei quão
velho, mas sei que é mais velho do que o meu tio. Vivendo em
Noctem Falls, adquiri esse estranho sexto sentido de
sobrevivência em que consigo medir a idade de um vampiro e
você bateu o recorde. Em todo esse tempo você deve ter
sonhado com a sua companheira. Como posso esperar me
comparar com milhares de anos de sonhos? — ela enterrou o
rosto no peito dele.
Ele se afastou e, na luz de milhares de estrelas
cintilantes, ela viu a emoção crua em seus olhos. A mesma
emoção que ele tentou manter escondida dos outros. Ele a
girou e segurou-a por trás.
— Todo ano eu adicionava uma nova estrela à minha
história. Todo ano orava a quem quer que ouvisse para me
enviar a minha companheira. — Seu braço se levantou e ele
apontou para uma pequena luz azulada. — Naquele ano, tive
que matar o meu melhor amigo que tinha virado um feral
após sua companheira ser assassinada por seres humanos.
Chorei enquanto acrescentava essa estrela como uma

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lembrança do meu amigo, e desejava que uma voz suave me
dissesse que tudo ficaria bem.
Ele virou seus corpos. Apontou para uma estrela
amarela brilhante como chamas.
— O ano em que adicionei essa estrela, me tornei
padrinho do bebê mais lindo que já tinha visto. Ele foi
assassinado nem dois meses depois; ele tinha apenas seis
meses de idade. Tudo o que desejava era ter uma mão para
segurar.
Quando Gavriel foi girá-los de novo, Elizabeth balançou
a cabeça, chorando. Como poderia algo tão bonito conter
tanta dor? Gavriel deu a volta para ficar diante dela.
— Não te disse isso para deixá-la triste. As memórias
são dolorosas. Mas o que seria ainda mais terrível seria se eu
as esquecesse completamente. Cada ano eu memorizava uma
nova estrela, então não iria esquecer. E cada ano fiz o mesmo
apelo: “Por favor, me enviem a minha companheira. Só quero
alguém para abraçar.” Isso é tudo o que eu queria. Assim,
embora eu tenha vivido milhares e milhares de anos, você
cumpre todos os sonhos que já tive de uma companheira,
apenas por estar aqui. A sua compaixão e seu amor
desabrochante é mais do que já desejei. — Ele estendeu a
mão e segurou seu rosto entre suas duas grandes mãos.
Elizabeth nunca desejara tanto alguém em toda a sua vida.
Ela queria apagar todos os momentos de dor e substituí-los
por um de puro prazer.
Ela estendeu a mão e puxou-o pela gola da sua camisa
de botão. Festejou com a boca dele, sugando seu lábio

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inferior até ele gemer. Segundos depois, ele assumiu o
controle. Forçou sua boca a abrir e impôs sua reivindicação.
Mergulhou e brincou. Traçou seus lábios e dominou-a
completamente. Abalada pela sua urgência, ela sentiu os
joelhos cederem e ele simplesmente segurou-a contra si.
Quando ele se afastou, estava respirando com
dificuldade.
— Tenho que parar agora, ou não serei capaz de parar
absolutamente, — ele admitiu. Ela deu um passo para trás e
ele a deixou. Sorrindo, ela puxou a camisa sobre a cabeça e
os olhos dele se arregalaram.
— Então não pare, — ela sussurrou. Virou-se para
caminhar até a cama e, em um esforço para ser sexy,
tropeçou em seus próprios pés e caiu com força.
— Beth! — Ele estava ao seu lado em um instante,
ajudando-a a sentar-se.
— Só me ignore. Vou dormir na banheira, — ela
murmurou, muito envergonhada para olhar para cima. Ela
lambeu os lábios e sentiu gosto de cobre. Tinha arrebentado
seu próprio lábio. Perfeito.
— Meu desastre ambulante, — Gavriel disse e, usando
sua mão, levantou-lhe o queixo de modo que ela estivesse lhe
olhando. No segundo em que o cheiro do seu sangue o
atingiu, ela viu sua mandíbula se contrair. — Beth, vá! A
suíte do Aiden é no final do corredor à esquerda. —
Respirando com dificuldade, ele fugiu para longe.
— Nem que o inferno congele. Você vai me morder outra
vez, quer goste ou não. Não ache que me esqueci do prazer

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que me deu mais cedo. Isso vai acontecer de novo, senhor. —
Não só ela estava doendo pelo prazer que apenas ele poderia
lhe dar, como também precisava alimentá-lo. Tinha notado o
quão melhor ele parecera depois de ter se alimentado dela
naquela manhã.
Ela ficou de costas e tentou se desembaraçar de seus
jeans. Quando a calça não quis abaixar mais nenhum
centímetro, começou a xingar enquanto dava-se conta de que
tinha esquecido de tirar as botas. Tentou puxar seu jeans
para baixo, por sobre as botas, mas eles ficaram presos.
Tentou puxar os jeans de volta para cima, mas estavam
enrolados em torno das solas de borracha de suas botas.
Com um crescente sentimento de horror percebeu o quão
ridícula tinha de parecer.
Quando olhou para cima, observou enquanto os olhos
vermelhos de Gavriel mudavam de volta para o cinza. Ele a
olhava com uma expressão chocada no rosto. Sentindo-se
completamente humilhada, cobriu o rosto com ambas as
mãos.
— Não olhe! — ela choramingou.
O som de um tecido rasgando a fez olhar para baixo.
Gavriel simplesmente tinha estraçalhado o seu jeans. Dois
segundos depois ele olhou para cima, uma expressão
selvagem no rosto. Ele estendeu a mão e seu corpo
estremeceu quando ele rasgou a calcinha do seu corpo. Em
um esforço para salvar seu sutiã favorito, ela estendeu a mão
atrás de si antes que a garra estendida dele cortasse o tecido
entre seus seios.

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— O que você estava dizendo? — ele perguntou,
rastejando para frente de gatinhas.
— Honestamente, não me lembro, — ela admitiu.
Suas mãos fortes facilmente abriram suas botas e não
demorou muito antes dele ter removido as duas, e as meias
também. Sentada na frente dele, no chão, nua como no dia
em que nasceu, nunca tinha se sentido mais sexy. Os olhos
dele estavam oscilando entre a cor do mercúrio fundido e
Borgonha profundo.
— Minha! — Gavriel rosnou. Ele colocou ambas as mãos
no interior de suas coxas e as abriu bem. Ela abriu a boca
para protestar, mas quase engoliu a língua em vez disso. Ele
abaixou a cabeça e começou a fazer amor com ela com a
boca. Imitando o que tinha acabado de fazer com ela em seu
beijo. Quando dois dedos a penetraram profundamente, ela
gritou.
— Faça isso de novo! — ela exigiu.
Uma risada masculina lhe respondeu. Ele pegou seu
clitóris entre os dentes e dobrou os dedos profundamente
dentro dela.
— Deuses! Sim! Mais! — ela elevou os quadris. Ele se
sentou e, em um borrão de movimento, começou a tirar a
própria roupa. Quando se ajoelhou, com o corpo inclinado
sobre o dela, ela teve um momento para se fartar de olhar. A
promessa dos seus ombros largos sob a camisa de botão
tinha sido cumprida. O corpo inteiro dele se movia sob sua
pele enquanto seus músculos flexionavam. Ela queria se

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inclinar para frente e traçar cada músculo com a língua, mas
ele se moveu com um senso de propósito.
Quando ele estava posicionado entre suas pernas, ela
pensou que ele fosse penetrá-la profundamente e dar a
ambos aquilo pelo qual estavam desesperados. Mas em vez
disso, ele beijou o interior de cada coxa.
— Elizabeth Monroe, a Destino pode ter lhe escolhido
para mim, mas peço que me escolha para si mesma. Irá você
atar o seu fôlego, seu coração, mente e alma à minha? Irá se
colocar sob os meus cuidados por toda a eternidade?
Não houve hesitação em seu coração.
— Sim. Quero você para sempre, — ela sussurrou.
— Sim! — ele chiou e penetrou-a suavemente.
Centímetro por centímetro a reivindicou. Esticando-a
completamente, ele lentamente deslizou por cada terminação
nervosa aproximando-a mais e mais ao que ela queria.
Sem aviso, ele recuou e impulsionou para frente. De
novo e de novo afundou-se profundamente, certificando-se de
que a agradasse com cada impulso.
— Você é minha! Nunca irei deixá-la ir! — Gavriel
elevou-se sobre ela e atacou rapidamente, afundando as
presas profundamente em seu pescoço. O corpo dela reagiu
instantaneamente, jogando-a em um redemoinho de prazer.
Dos recantos mais escondidos da sua alma ela sentiu-se
flutuar. Sentiu a alma de Gavriel responder. Ela se envolveu
ao redor da dela própria de forma protetora; mesmo em seu
estado mais primitivo a alma procurava mantê-la segura.
Elizabeth experimentou o momento mais puro de sua

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existência quando, por um segundo perfeito, eles se tornaram
completamente um só. Um segundo depois, foram arrancados
para longe, quando suas almas se soltaram e retornaram aos
seus corpos, cada uma carregando um pedaço da outra
consigo. Assim que retornou ao seu próprio corpo, onda após
onda lhe percorreu. Suas presas a reclamaram de cima para
baixo e seu pau de baixo para cima. Gavriel possuía cada
centímetro dela. Gritando seu prazer, ela foi dominada por
seu orgasmo até que não tinha mais forças. Ela o deixou
toma-la. Aguentou por tempo suficiente para ouvir o rugido
de Gavriel quando este encontrou o seu prazer e para sentir o
jato quente de sêmen quando a encheu. Ouviu batidas na
porta e nem se importou. Suspirando feliz, deixou a
escuridão levá-la.

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Capítulo 3

— Beth, querida, por favor abra os olhos, — ela ouviu


seu companheiro implorar.
— Não, num quero, — ela fez biquinho. A cama sob si
era macia e ela queria se afundar e voltar a dormir.
— Eu preciso garantir que você está bem. Eu prometi ao
Aiden que, se você não acordasse depois de uma hora, eu te
levaria à clínica. — Ela sentiu um dedo quente dar batidinhas
em sua bochecha.
— Aiden? Quando ele esteve aqui? — ela perguntou,
lutando para abrir os olhos. Quando ela conseguiu abri-los
uma fresta, teve que piscar algumas vezes antes dele entrar
em foco.
— Hum, bem no final. Você é uma gritadora, minha
companheira. — Gavriel cutucou seus lábios.
— Oh. Meus. Deuses. Por favor, me diga que ele não viu
nada.
— Não, eu não deixaria nenhum outro macho ver o lindo
corpo da minha companheira. Eu te cobri com um cobertor e

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depois atendi a porta. Eu quase matei aquele filhote bobo. —
Gavriel balançou a cabeça. — Embora esteja grato por sua
preocupação com seu bem-estar.
— Filhote? Suponho que ele seria um filhote para você.
Por que você aceita ordens dele de qualquer forma? De fato,
por que você não é um Ancião? — ela perguntou, puxando
um cobertor ao redor do seu peito enquanto se sentava na
cama. Ele apoiou a cabeça na mão. Os olhos dela viajaram
pela longa extensão do corpo dele. Ele não era
excessivamente peludo, apenas o bastante em todos os
lugares certos. Sua cintura não era magra como as dos
meninos na puberdade que eram atualmente a sensação da
publicidade no mundo humano. Ele tinha uma cintura fina,
mas de constituição sólida. Seus abdominais bem definidos a
faziam querer derramar mel em cada vinco e fazer uma
refeição com ele. Mesmo embora estivesse um pouco dolorida
pela reclamação dele, sentiu-se tencionar com o pensamento
de lamber cada centímetro de seu companheiro.
— No que quer que esteja pensando, eu gosto, — Gavriel
disse, sua voz soando mais profunda.
— Você consegue ver meus pensamentos? — ela
guinchou.
— Não, mas baseado na sua reação fico triste por não
poder. Seremos capazes de sentir alguma emoção e, através
dos séculos, certos pensamentos projetados, mas é só, — ele
explicou.
— Nem todos os vampiros conseguem fazer isso.
— Você está certa.

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— Quantos anos você tem? — ela perguntou.
Ele suspirou e ficou de costas, efetivamente deixando
seu lindo pau à mostra.
— Pare de me provocar. — Ela bateu na face dele com
seu travesseiro.
Sorrindo, ele puxou o cobertor em volta da cintura para
cobrir-se e usou o travesseiro para se deitar ao lado dela. Ela
se abaixou até estarem cara a cara. Ele pegou a mão dela e
simplesmente a segurou.
— Serei honesto com você. Não sei quantos anos tenho.
Não estava mentindo quando te disse que uso as estrelas
para me lembrar. Antes da invenção do projetor que tenho,
eu memorizaria a posição de cada estrela e acrescentaria
uma memória a ela. Eu esqueci tanto, minha idade é só uma
das muitas coisas perdidas para o tempo. Para responder a
sua pergunta: eu recebo ordens do Aiden porque ele é nosso
comandante. Ele é forte, justo e bom em ser o Comandante
da Unidade. Eu fiz um juramente a ele quando ele mal era
um homem, de servi-lo porque eu vi o potencial nele. Ele não
me decepcionou ainda, — ele fez uma pausa, então franziu o
cenho antes de continuar. — Quanto a ser um Ancião, eu não
quero esse título. Se os outros anciãos perceberem o quão
velho sou, iriam vir a mim constantemente buscando
respostas. O modo que governamos agora funciona. Nem uma
família ou pessoa fica no comando por muito tempo, e isso
mantêm a chegada de novas ideias e previne qualquer facção
de criar uma ditadura. Eu gosto da minha vida como ela é
agora. É por isso que tenho escondido minha transição, se

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descobrirem minha idade isso poderia destruir o precário
equilíbrio que finalmente alcançamos em nosso mundo.
— O que você deve ter visto e feito, — ela disse,
maravilhada. — Você chegou a ver o Elvis? — ela perguntou
de repente.
O queixo dele caiu.
— Eu vi impérios inteiros emergirem e caírem. Deuses
governarem e desaparecerem. Os milagres indocumentados
de magia e ciência, reis, rainhas, guerras e você pergunta
sobre o Elvis? — ele perguntou, incrédulo.
Ela sorriu de forma afetada.
— Você totalmente viu ele em concerto. — Ela fez
cosquinhas nas panturrilhas dele com os dedos dos pés.
Ele franziu o cenho para ela.
— Duas vezes, — ele murmurou.
— Há! Eu sabia! — ela riu.
— O homem era pura genialidade. Suas performances
ao vivo tinham um elemento que nunca foi capturado por
qualquer dispositivo de gravação. Eu fiquei verdadeiramente
triste quando ele morreu, — ele admitiu.
— O que mais? — ela incitou, então bocejou.
— Na primeira vez que eu ouvi uma orquestra inteira eu
chorei. Haviam tantos belos sons que isso me dominou, — os
olhos dele se suavizaram com a memória. — Me diga algo
sobre você, — ele incitou.
Elizabeth se aconchegou mais perto, suas pálpebras
ficando pesadas.

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— Para o imenso prazer da minha família eu me recusei
a namorar vampiros enquanto crescia. — Ela sorriu para a
expressão dele.
— Por que?
— Meu pai tem sido comparado ao lendário grego Adonis
e meu tio a um anjo vingador. O parâmetro de comparação
era um bocado elevado.
— Ah, sério? E qual foi a minha medida? — Ele cutucou
a lateral dela, fazendo-a rir.
— Não há comparação. Você se tornou tudo que eu nem
sabia que queria.
— Eu acho que a Destino sabia que você estava
destinada a apenas um vampiro. — Ele a beijou gentilmente.
Ela recuou e bocejou no rosto dele, então franziu o
cenho para sua própria canseira. Ele riu baixinho e a puxou
para perto. Ele estendeu a mão e bateu de leve na luz acima
deles, enviando-os para com as estrelas novamente.
— Boa-noite, minha companheira, — ele sussurrou.
— Boa noite, meu vampiro, — ela gracejou de volta.
Meu vampiro, aquele que roubou meu coração
completamente.
*****
Ela acordou sozinha, o lado de Gavriel na cama frio ao
toque. Ele devia ter se levantado, pelo menos, a uma hora
atrás. Ao pé da cama, ele tinha depositado as suas malas
para que ela pudesse vê-las. Ela tropeçou de cima da cama e
caiu no chão, encarando o teto. Este parecia tão unicolor à
luz do dia. Ela franziu a testa para as cortinas abertas e as

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persianas levantadas. Ela as queria abaixar para bloquear o
sol para que pudesse ver as estrelas dele novamente, mas
contentou-se em esperar por Gavriel.
Se levantando, virou para ver que estava na frente de
um espelho de corpo inteiro. Olhou maliciosamente para si
mesma enquanto seu corpo a lembrava do prazer da noite
anterior. Pegando a pequena bolsa que continha seus
produtos de higiene pessoal, começou a procurar o banheiro.
A primeira porta que abriu era de um closet, a segunda de
um pequeno escritório. Quando abriu a terceira e descobriu
uma biblioteca, estava prestes a entrar em pânico. Vampiros
faziam xixi. Sabia que faziam, havia sido criada com eles. A
quarta e última porta levava a um banheiro luxuoso. Ela
olhou em volta. Ela tinha realmente permissão para entrar
aqui? Dando de ombros, entrou e encontrou o chuveiro. A
cantaria italiana de cores quentes tornava toda a experiência
decadente.
Envolta em uma toalha ela foi até o espelho e sacudiu
seus longos cabelos loiros. Mostrou a língua, depois fez uma
careta para si mesma. Surpreendentemente seu companheiro
tinha um secador de cabelo montado na parede. Ela sorriu,
recordando o longo cabelo escuro dele. Ela supôs que até
mesmo os vampiros não gostavam de andar por aí com cabelo
molhado no inverno. Ela balançou a cabeça; o homem era
lindo demais para sua sanidade. Ela secou o cabelo de forma
que este caísse em torno de seu rosto e pelas costas em
ondas. Aplicou seu hidratante normal, maquiagem,
desodorante, loção e perfume. Caminhou de volta para o

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quarto e se ajoelhou diante de sua mala aberta. Levantou
cuidadosamente o seu suéter favorito de caxemira de cor
creme e suspirou feliz. Ela adorava roupas de qualidade. Era
uma consequência de ter sido criada com roupas feitas sob
medida. Pegou outro par de jeans, uma calcinha boxer de
renda com um sutiã combinando, e meias. Rapidamente
vestiu-se, e olhou das suas botas curtas até as botas de
montaria de couro marrom de cano alto. Escolheu as botas
de cano alto para completar seu traje. Pegou sua bolsa
carteira que continha seu telefone, dinheiro, identidade e
batom e saiu do quarto.
Refez os passos da noite anterior até que encontrou a
escada principal. Desceu as escadas e foi até a sala de jantar.
Quando entrou os homens se aquietaram e se levantaram.
Aiden ficou vermelho e Colton lhe fez um joinha com o
polegar. Revirando os olhos, ela se aproximou de seu
companheiro. Ele puxou a cadeira dela e ela sentou-se.
Gavriel se inclinou e beijou sua bochecha antes de tomar o
assento ao lado dela. Ela colocou sua bolsa carteira sobre a
mesa.
— Por favor, me digam que a noite passada não foi a
primeira vez que vocês todos ouviram alguém transando. —
Ela arqueou as sobrancelhas quando Keelan começou a
engasgar com seu waffle.
— Na verdade não. Nós pensamos que Aiden tinha
atravessado a cabeça da Meryn por uma parede, uma noite.
— Colton falou.

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— Você ouviu isso? — Aiden perguntou, praticamente
gritando.
— Por que está sendo tão barulhento? — Meryn exigiu.
Aiden engoliu em seco e enfiou uma grande garfada de bacon
na boca.
— Por favor, me diga que há café. — Elizabeth olhou em
volta.
— Deve ser uma coisa de mulher, — Keelan sussurrou
para o Colton. Elizabeth virou-se para o jovem bruxo e o
encarou. Tanto ele quanto Colton voltaram sua atenção de
novo para o café da manhã.
Ryuu entrou, vindo da cozinha. Colocou o que parecia
ser uma segunda xícara na frente de Meryn antes de colocar
uma na frente dela.
— Preparei um cappuccino, já que é o favorito de Meryn,
mas se me avisar das suas preferências matutinas, posso
fazê-las para você.
Elizabeth tomou um gole e estremeceu.
— Oh, Deus, sim! — ela tomou outro gole e suspirou,
feliz. Gavriel rosnou para Ryuu.
Aiden assentiu, apontando com um garfo ao seu
segundo em comando.
— Agora sabe como me sinto. Não é certo que outro
macho faça as nossas companheiras soarem dessa maneira,
— ele resmungou.
— Ryuu é o Deus do café. Ryuu pode fazer o que diabos
ele quiser. — A voz grave e irritada de Meryn soava diferente

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da personalidade mais otimista que ela conhecera no dia
anterior.
— Todos saúdam o Deus do café. — Keelan e Colton
inclinaram-se em seus assentos com uma reverência para
Ryuu, que sacudiu a cabeça para suas palhaçadas.
— Que cobertura gostaria em seus waffles, Lady
Elizabeth? — Ryuu perguntou.
— Morangos frescos com chantili, por favor, — ela disse
sem hesitar.
Meryn franziu o cenho para ela.
— Você diz isso como se esperasse que ele lhe
perguntasse.
Elizabeth olhou para Ryuu, que deu de ombros.
— Ele é um escudeiro, Meryn. Fui criada sendo servida
por um escudeiro. Na verdade, o escudeiro do meu pai
ajudou a me criar, até certo ponto. Não quis ser
desrespeitosa.
Ryuu depositou um guardanapo no colo dela.
— Não desrespeitou. Meryn ainda está se acostumando
com o fato de que eu sou um servo.
— Claro que é. Você é um escudeiro. — Elizabeth não
entendia a confusão.
Gavriel pegou a mão dela.
— Meryn foi criada no mundo humano. Está
acostumada com uma visão negativa e de desprezo que a
maioria dos seres humanos demonstram para com seus
servos. Já que não foi criada em nossa sociedade, não viu o

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respeito e a reverência que a maioria dos escudeiros recebe.
Ela é muito protetora com o Ryuu, — ele explicou.
Elizabeth virou-se para Meryn.
— Isso é simplesmente tão adorável. É isso. Estou te
adotando.
Gavriel quase deixou seu café cair e Aiden inalou um
pedaço de bacon e imediatamente começou a engasgar, ele
bateu em seu próprio peito, em um esforço de limpar as suas
vias aéreas.
Gavriel se virou para ela, franzindo a testa.
— O que foi isso?
— Eu disse que estou adotando a Meryn.
Evidentemente, nenhum de vocês se mostrou adequado para
mostrar-lhe o nosso mundo, então eu irei. De agora em
diante, ela será a minha irmãzinha. — Sentindo-se satisfeita
com seus feitos da manhã, ela tomou um gole de cappuccino.
— Espere. Tenho uma irmã agora? — Meryn perguntou,
soando mais desperta.
— Sim. Eu te adotei.
— Isso significa que vai me levar para a DragonCon e me
comprar uma camiseta legal e pagar pelos strippers no quarto
do hotel? — Meryn definitivamente parecia mais desperta
agora.
— Claro.
— Ei, ei, ei. Quem disse alguma coisa sobre strippers? —
Aiden perguntou, batendo na mesa.
Elizabeth apontou para Meryn.
— Ela disse.

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Gavriel deu uma mordidinha em seu ombro, fazendo-a
prender o fôlego.
— Você não quer descobrir quão ciumento eu posso ser,
zain'ka moya, — ele disse, seu hálito quente fazendo cócegas
em seu pescoço sensível.
Meryn sorriu para ela.
— Acho que vou gostar de ter uma irmã. Estou
relacionada com aquele cara, Magnus, agora?
Elizabeth captou a piscadela de Meryn e continuou com
o jogo.
— Absolutamente. Vou ligar para ele mais tarde para
avisá-lo.
— Ei! Ela não está relacionada com o Rioux, ela é uma
McKenzie! — Aiden rosnou.
— Tecnicamente, sou uma Evans. Nós não estamos
casados, apenas vivendo em pecado, — Meryn o corrigiu.
Elizabeth virou a cabeça antes que risse alto e
arruinasse tudo. Parecia como se a cabeça de Aiden estivesse
prestes a explodir.
— Você também é uma McKenzie! Estamos acoplados!
— Aiden estourou.
Meryn ergueu sua mão esquerda vazia.
— Isto diz que estou solteira. Estou apenas acoplada
contigo em Lycaonia e isso é uma lasquinha bem pequena em
comparação com o maldito mundo todo. Até mesmo a minha
carteira de motorista diz: “Evans”, — ela ressaltou.
Aiden levantou, seu peito largo arfando.

MY
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Alanea Alder
— Veremos. Homens, para fora! — ele latiu e foi embora,
furioso. Keelan gemeu, e Colton bateu a cabeça na mesa
antes de encarar Meryn.
— Você pode, por favor, por favor, por favor, não irritá-lo
antes de um dia onde estaremos fazendo nada além de
treinos? — Colton reclamou.
— Agora! — soou o grito irritado do saguão.
— Porra. — Colton gemeu e se levantou. Ele, Keelan e
Darian saíram da sala de jantar em direção à porta.
Gavriel levantou-se e beijou-a na bochecha.
— Estou me sentindo quase normal hoje, acho que vou
ver como o treinamento irá. Tente não causar muita confusão
hoje.
— Nós não fazemos promessas, — ela brincou.
— Se divirtam surrando uns aos outros. — Meryn sorriu
para ele e acenou com o garfo.
Depois da porta da frente se fechar, Meryn soltou um
suspiro e colocou o garfo de lado.
— Ok, o que foi aquilo? — Elizabeth perguntou.
Ryuu entrou e colocou um prato de waffles na frente
dela antes de ir para Meryn.
— Estou curioso também. Você deliberadamente o
atormentou; apesar da sua maluquice você dificilmente
perturba o seu companheiro intencionalmente. — Ele se
sentou ao lado dela.
— Aiden perguntou sobre crianças novamente na noite
passada. Quis distraí-lo com outra coisa por um tempo. —
Meryn deu de ombros e cutucou seu waffle.

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Alanea Alder
— Oh, querida, é claro que ele está perguntando sobre
crianças, ele é um shifter macho. O que você lhe disse? —
Elizabeth mordeu seu waffle e olhou para baixo com
surpresa, Ryuu realmente sabia cozinhar!
— Eu lhe disse que não queria ser colocada em
nenhuma lista de alvos de um psicopata porque ele me
engravidou, e que teríamos muito tempo para crianças mais
tarde, tipo, muito, muito mais tarde. Embora eu não saiba se
isso é uma opção mais. — Meryn finalmente desistiu de
qualquer pretensão de comer e soltou o garfo.
— Você não gosta de crianças, não é? — Elizabeth
adivinhou.
— Não. Não fico confortável em torno de bebês. Não me
importaria se nascessem e tivessem já quatro ou cinco anos.
Sabe, andando e falando. Então, poderiam falar tipo: “Ei,
mãe, tenho que fazer xixi”. Ou: “Mãe, estou com fome”. Nessa
hora eu poderia dizer: “Vá falar para o Ryuu”. Nunca tive
uma mãe, não acho que poderia ser uma.
Elizabeth não consguia suportar o olhar no rosto de
Meryn, ela parecia tão abatida e perdida.
— Nunca tive uma mãe também, sabe, e pretendo
arrasar sendo mãe. Quero dizer, você pode moldar suas
pequenas mentes a partir do momento em que nascem.
Meryn animou-se.
— O que quer dizer?
Elizabeth continuou:
— Meus filhos serão incríveis. Vou ler para eles e me
certificar de que saibam como chegar a Narnia ou o que fazer

MY
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se o Doutor alguma vez agarrar suas mãos e dizer: “corra!”, e
vão saber qual é o verdadeiro anel.
Meryn sorriu.
— Nunca pensei nisso dessa forma. Seria como comprar
um laptop novinho em folha e você pode instalar quaisquer
novos aplicativos que queira nele ou colocar nele uma nova
capa.
— Nós podemos seguir com essa analogia. Meryn, não
há nenhum livro de regras. Enquanto a criança estiver
respirando, não estiver com fome, estiver semi-limpo e não
balançando no canto babando sobre si mesmo, você está
fazendo um bom trabalho. — Elizabeth deu outra mordida em
seu waffle.
— Sério? Isso parece muito fácil.
— Quero dizer, é uma responsabilidade pra vida toda,
você vai se preocupar com o pequeno bastardo até o dia em
que morrer. Mas a parte divertida supera isso.
— E não é como se você fosse estar sozinha. Eu ficaria
mais do que honrado em lhe ajudar. Lhe aviso que sou um
especialista em trocar fraldas. — Ryuu bagunçou o cabelo de
Meryn.
— Obrigada pessoal. Me sinto um pouco melhor sobre a
coisa toda. Eu poderia estar grávida, não é como se
estivéssemos usando um controle de natalidade. Apenas me
senti presa. Queria mais tempo, — ela fez uma pausa, depois
olhou para cima. — E se os responsáveis pela morte de todas
aquelas mulheres vierem atrás do meu bebê? — ela
perguntou em uma voz fina.

MY
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E lá está o verdadeiro cerne da questão. Ela já está
temendo por seu futuro filho.
— Meryn, como pode dizer que não será uma boa mãe
quando já está se preocupando com eles? — Elizabeth exigiu.
Meryn piscou e depois sorriu.
— Denka, te juro, ninguém nunca a machucará ou a
sua criança. Vocês estão sob a minha proteção. — O corpo de
Ryuu praticamente emitia um brilho azul. Elizabeth viu uma
pequena luz pairando em torno da orelha de Meryn.
— Além disso, você tem eu, meus pais, meu tio, o
Gavriel, o seu companheiro, e cada guerreiro das unidades no
mundo todo dispostos a matar para protegê-la. — Elizabeth
apontou para a pequena luz frenética.
— Oh, Felix! Obrigada! — Meryn abraçou o ar e olhou
para cima. — Ele disse que iria proteger o meu bebê todas as
noites.
— Veja, o que quer que aconteça, você terá todo o apoio
que precisar. — Elizabeth limpou a boca e recostou-se com
seu cappuccino.
— Vou falar com o Aiden hoje à noite. Mas, enquanto
isso, o que vamos fazer hoje? — Meryn se virou para ela.
— Suponho que não saiba como chegar à cidade, não é?
— ela perguntou.
— Com certeza sei. Ryuu, virá com a gente? — Meryn se
virou para seu escudeiro.
— Claro, denka. Apenas me dê alguns minutos para
terminar de limpar depois do almoço. — Ele se levantou, foi
ao corredor e voltou com um casaco e cachecol. Os pendurou

MY
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Alanea Alder
no encosto da cadeira de Meryn e, com uma reverência,
partiu para a cozinha.
— Nosso pedido de suprimentos não deve chegar hoje.
Para quem você ligou ontem para fazer o pedido? — Elizabeth
perguntou.
— OhmeuDeus, eu preciso te apresentar à Adelaide,
essa é a mãe do Aiden. Fiz o pedido com seu escudeiro,
Marius. Ele é maravilhoso. — Meryn colocou sua mochila no
colo e tirou um casaco minúsculo. — Aqui está, Felix. — O
casaco ficou visível e suspenso por um segundo e depois
desapareceu. Meryn se virou para ela. — Elfos são sensíveis
ao frio. Eu também fiz Adelaide tricotar para mim um
cachecol com um bolso de elfo para que ele pudesse ficar
aquecido no meu ombro. Ela fez com que parecesse o
cachecol do quarto Doutor para mim. — Meryn levantou um
lenço de cores vivas das costas da cadeira dela.
— Isso é muito legal. — Elizabeth fez uma pausa, seu
próprio casaco estava, provavelmente, duro como uma tábua,
empanado em lama, criando cogumelos no porta-malas dela.
Ela olhou a minúscula Meryn. Ela era, pelo menos, 15
centímetros mais alta que sua amiga. — Podemos ir aos
limpadores? Meu casaco vai precisar ser limpo antes que eu
possa usá-lo.
— Beleza. Eu conheço as bruxas que administram a
alfaiataria que fez a limpeza e conservação das roupas. É
onde o Aiden mantém seus uniformes formais. — Meryn
envolveu o cachecol em volta do pescoço até que a parte
inferior do seu resto sumisse. Elizabeth sorriu para a jovem.

MY
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Pelos padrões paranormais Meryn ainda era quase uma
criança. Afeto fraternal brotou dentro dela.
— Você é fofa demais! — Ela riu quando Meryn tentou
cuspir um fiapo de lã.
— Não sou fofa. Sou sexy e sedutora, — Meryn
protestou.
— Desculpe ser estraga-prazeres, baixinha, mas você é
tão fofa que deveria ser ilegal.
— Você foi filha única, não é? — Meryn perguntou
acidamente.
— Sim e sempre quis uma irmã. Você é ela.
— É impressão minha, ou você está me provocando
mais hoje do que ontem?
— É claro que estou. Eu te adotei, então não há mais
restrições. Você agora me importa, então eu não tenho que
ser legal.
— Espera. Então, porque agora eu sou da família você
pode ser má comigo? Como isso funciona? — Meryn exigiu.
— Meryn, eu cresci como a única sobrinha do
governante ancião vampiro. Estava constantemente na corte.
Aprendi desde cedo que é simplesmente mais fácil ser
agradável com as pessoas que não importam. Eu não os deixo
ver meu verdadeiro eu. Mas assim que você se torna meu
amigo, vale tudo.
Meryn sacudiu a cabeça.
— Sou exatamente o oposto. Não converso e sou má com
todos que não conheço, e somente sou boa com aqueles que
conheço e gosto.

MY
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— Apenas lados diferentes da mesma moeda. Agora.
Como vou fazer na questão de um casaco? — Elizabeth
franziu o cenho. Talvez pudesse pegar emprestado um dos do
Gavriel.
Ryuu entrou carregando seu, agora de aparência
imaculada, sobretudo cinza de lã.
— Lady Elizabeth, quando estava recolhendo a sua
bagagem ontem observei o estado do seu casaco. Espero que
não se importe que eu tenha tomado a liberdade de limpá-lo
para você. — Ryuu segurou seu casaco aberto para ela.
Elizabeth olhou para Ryuu e sorriu.
— Você é incrível, sabe disso, certo? — Ela passou os
braços pelas mangas e inspecionou a lã. Nem uma única
mancha ou marca. Ela enfiou a bolsa carteira no bolso do
casaco.
Ryuu deu um aceno de cabeça, sorriu e foi ajudar
Meryn, que estava girando em círculos tentando encaixar o
braço na outra manga. Assim que Meryn vestiu seu casaco
eles se dirigiram para o carro. Ela sorriu quando viu que
alguém tinha trocado seus dois pneus traseiros. Viver em
uma casa cheia de homens estava parecendo melhor e
melhor.
— Ok, para onde vou? — Elizabeth perguntou depois
que entraram. Ela ajustou os retrovisores antes de se virar
para olhar para Meryn.
— Siga por este caminho até chegarmos à propriedade
do Ancião Shifter, não tem como errar. É aí que os pais do
Aiden vivem. Eu quero que você conheça a Adelaide e o

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Marius, dali podemos ir para a cidade e eu posso te
apresentar para o Sydney e o Justice, no meu lugar mais
favorito, o café deles, o The Jitterbug, — disse Meryn, soando
um pouco abafada pelo seu cachecol.
— Parece que temos um plano. — Elizabeth ligou o carro
e dirigiu para fora da garagem. Olhando no espelho
retrovisor, ela esperava que seu companheiro estivesse tendo
um bom dia com seu comandante enfurecido.
*****
— Por que ela diria isso? — Gavriel ouviu seu amigo
perguntar pela décima vez. Os homens estavam de pé em
volta do campo de treinamento enquanto Aiden desabafava.
— Tenho que admitir, isso não é a cara dela. Meryn
gosta de provocar tanto quanto nós, mas nunca tentaria te
machucar, — Colton concordou.
— Será que um casamento significa tanto assim para
ela? — Keelan perguntou.
Aiden sacudiu a cabeça.
— Já lhe perguntei sobre isso uma vez, ela disse que
não havia sentido, porque não haveria ninguém para
convidar do lado dela da família. Se ela tivesse,
honestamente, demonstrado qualquer interesse, eu já teria
planejado o maior casamento que esta cidade já viu. — Aiden
andava de um lado para o outro.
— Talvez ela esteja chateada com alguma coisa? —
Sascha sugeriu.
— Você monopoliza todos os cobertores? — Quinn
perguntou. Os homens se viraram e olharam-no. — O quê?

MY
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Minha mãe está sempre reclamando com meu pai sobre isso,
— ele disse defensivamente.
— Vamos olhar para isto logicamente... — Ben começou.
Todos os olhos lhe encaram. Ele voltou atrás. — Ok, tão
logicamente quanto é possível se tratando da Meryn. Quando
o assunto são as suas emoções, ela as carrega praticamente à
flor da pele. Se está com raiva, bate em você. Quando está
feliz, pula e tenta beijar o seu rosto. Então, se ela disse algo
sobre acasalamentos talvez esteja preocupada com outra
coisa em seu relacionamento.
Aiden ofegou e se virou para o irmão.
— Acho que você acertou em cheio. Eu... — Ele hesitou
e olhou em volta. Os homens se aproximaram mais. Gavriel
revirou os olhos, os guerreiros eram piores do que as idosas
do círculo de costura quando se tratava de notícias
suculentas.
Aiden pigarreou.
— Eu disse pra ela que ela tinha que parar de
interromper nossas sessões de treinamento e perguntei sobre
filhos de novo, — ele admitiu. Os homens ofegaram.
— Bem, não é de se admirar que ela estivesse agindo
estranho de manhã. — Darian assentiu.
— Por que ela agiria estranho? — Aiden perguntou.
— Porque, meu velho amigo, ela não gosta que lhe
digam o que fazer e está morrendo de medo de trazer uma
criança a um mundo onde assassinos psicóticos estão
matando e mutilando mulheres grávidas e seus filhos não
nascidos, — explicou Gavriel. Ele fez uma pausa e deixou as

MY
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palavras serem compreendidas. Aiden ficou branco como
leite.
— Não há nenhuma maneira que eu fosse deixar algo
acontecer com ela ou com nosso filho. — Aiden protestou.
— Não quero soar como um canalha, mas ela não foi
atacada na propriedade Alfa, tipo, há um mês? — Quinn o
lembrou. Todos os olhos se voltaram para o jovem bruxo. Ele
levantou as mãos defensivamente. — É verdade, não é?
— Ele está certo. É claro que ela estaria com medo. O
que podemos fazer? — Aiden retomou seu caminhar.
Gavriel notou que isso tinha se tornado um problema de
todos agora. Todos os homens franziram a testa e ninguém
falou nada.
— Talvez pudéssemos instalar algum tipo de sistema de
alarme na casa? — Keelan sugeriu.
Aiden o olhou como se ele fosse um gênio.
— Keelan, isso é brilhante! Que tipo de sistema de
alarme?
— Não poderíamos simplesmente comprar o que os
humanos usam? Eles são fáceis de instalar e nos alertariam
se alguém tentasse quebrar uma janela ou entrar por uma
porta trancada, — disse Gavriel, sugerindo a solução mais
fácil.
— Nós podemos fazer melhor do que os humanos! —
Sascha zombou.
— Com certeza podemos! Oh, já sei. E se, quando a
porta abrir, um machado balançar para baixo e cortar o
intruso ao meio? — Graham, o urso shifter, líder da Unidade

MY
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Delta, sugeriu. Gavriel o olhou. Keelan, Darian e Colton se
entreolharam nervosamente. Eles tinham que viver lá
também.
— Como é que o machado saberá que não é um de nós?
— Keelan perguntou.
— Bom ponto, — Graham murmurou, esfregando o
queixo barbudo. Todos os homens assentiram.
— Aquele não é o carro da sua companheira? — Darian
perguntou quando o carro em questão seguiu pela rodovia. —
Sim e, a menos que meus olhos estejam enganados, Ryuu e
Meryn estão com ela, — disse Darian.
— Isso é perfeito. Podemos instalar quaisquer medidas
de proteção que pensarmos na casa enquanto eles estão fora.
Certo, homens. Vamos para o arsenal ver o que temos para
com o que trabalhar. — Aiden começou a caminhar em
direção ao pequeno edifício que abrigava todas as armas
deles.
Os homens seguiram atrás de Aiden falando
animadamente. Só ele, Darian, Keelan e Colton ficaram para
trás.
— Nós vamos morrer, não é? — Keelan perguntou
melancolicamente.
— Tudo em nome do amor. Vamos homens, se formos
rápidos o bastante, poderemos mantê-los longe dos
explosivos, — disse Colton.
Gavriel observou a nuvem de poeira assentar sobre a
estrada de terra por onde sua companheira tinha acabado de
passar.

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Alanea Alder
Espero que seu dia esteja indo melhor que o meu, zain'ka
moya.

MY
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Capítulo 4

— Ai, porra! Eu esqueci da maldita reunião do círculo de


costura. Abortar! Abortar! — Meryn gritou do assento
traseiro.
— Tarde demais, fomos vistos, — Elizabeth apontou
para uma mulher que estava acenando para eles
entusiasticamente na frente da casa.
— Maldição, essa é a Cara de Cavalo. Não há como
voltar atrás, — Meryn grunhiu.
— Cara de Cavalo? — Elizabeth olhou para a mulher e
imediatamente viu o porquê Meryn a tinha apelidado dessa
forma. Não era exatamente gentil, mas muito preciso.
— Sou terrível com nomes, — Meryn admitiu.
Quando pararam, Ryuu saiu do carro e segurou a porta
aberta para Meryn. Elizabeth saiu do carro e deu a volta para
ficar ao lado de sua amiga.
— Meryn, queriiiida! Nós não sabíamos que você viria
hoje. Que maravilha! Estava bem agora dizendo a Daphane
como nós sentimos sua falta nas nossas reuniõezinhas. Antes

MY
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tarde do que nunca, é o que sempre digo. Quem é a sua
amiga? — ela perguntou, virando-se em sua direção.
Elizabeth colou um sorriso no rosto e estendeu a mão.
— Sou Elizabeth Monroe. É um prazer conhecê-la.
— Sou Rosalind Carmichael. Monroe? Você não teria
qualquer relação com o Broderick Monroe, teria? — ela
perguntou.
— Sim, ele é o meu pai.
A mão de Rosalind foi para a garganta, num gesto
nervoso.
— Oh, querida, que honra. Vamos lá, garotas, por esse
caminho. Estou certa de que podemos preparar mais um
pouco de chá para as duas, queridas. — Rosalind pegou a
cesta que tinha retirado do seu carro e apontou para a porta.
Ryuu se adiantou e pegou a cesta das suas mãos. Rosalind
soltou um risinho para o Ryuu, corando. Meryn revirou os
olhos e seguiu a mulher para dentro. Rosalind acenou para
elas e seguiu até a sala de visitas para ser aquela a
compartilhar a notícia de que elas tinham vindo para a
reunião.
— Meryn, o que diabos está fazendo aqui? — uma voz
suave perguntou, parecendo surpresa. Uma linda mulher
trajando um vestido amarelo brilhante caminhou do corredor
em direção a eles, carregando uma pequena cesta de costura.
— Ei, mamãe, meio que esqueci que dia era. Queria lhe
apresentar minha nova amiga. Não tínhamos a intenção de
arruinar a sua reunião do círculo de costura, — Meryn
explicou, desenrolando o cachecol.

MY
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Alanea Alder
A mulher encantadora virou-se para ela.
— E quem é a sua nova amiga? — ela perguntou,
sorrindo calorosamente.
— Adelaide, esta é a Elizabeth Monroe, é a companheira
do Gavriel. Ela me adotou como sua irmãzinha porque,
evidentemente, sou “muito fofa”. Elizabeth, esta é a Adelaide
McKenzie, a mãe do Aiden, — Meryn disse, apresentando-as.
Elizabeth foi imediatamente envolta em um abraço
caloroso. Quando Adelaide se afastou, Elizabeth pôde ver
afeto genuíno em seus olhos.
— Bem-vinda, Elizabeth. Já que você adotou a Meryn e
ela é minha filha, isso deve significar que você é minha
também. — As mãos quentes de Adelaide apertaram as dela
antes dela puxar Meryn para um abraço similar. Adelaide se
afastou e inclinou a cabeça para o lado, olhando para Meryn
com uma expressão confusa. Ela balançou a cabeça e sorriu.
— Eu tinha a sensação de que você não estaria aqui a menos
que tivesse esquecido que dia era, — Adelaide brincou.
— Mamãe! — Meryn corou.
— Pode muito bem entrar. Estamos justamente
começando um novo projeto. Estava descendo do andar de
cima para a sala de visitas. Estamos mudando para um
projeto de colchas então tive que trocar as cestas. Vou pedir
ao Marius para fazer um pote de Chá de Mel só para vocês e
vamos colocar algumas colheres de mel aquecido para o Felix.
— Adelaide entrelaçou os braços pelos delas e as levou até a
sala de visitas frontal. Ryuu as seguiu. Ele se aproximou e
entregou a Rosalind sua cesta. A mulher riu e pestanejou

MY
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para ele. Ele fez uma reverência de uma forma cavalheiresca
e caminhou até ficar ao lado de Marius.
— Damas, estou animada em dizer que a minha filha,
Meryn, e a mais nova membro da nossa família, Elizabeth
Monroe, decidiram se juntar a nós hoje. — Adelaide virou-se
para o homem alto de cabelo prata em pé contra a parede. —
Marius, você poderia preparar o chá favorito da Meryn e um
mimo para o nosso amigo elfo também?
Marius assentiu.
— É claro, minha senhora.
Ryuu virou-se para Marius.
— Seria uma honra ajudá-lo a servir estas encantadoras
damas hoje.
As mulheres na sala riram. Elizabeth encontrou os olhos
de Ryuu; o mais sutil dos acenos para a mulher no canto foi
tudo o que ela precisou. Ela assentiu de volta e sentou-se,
colocando-se de forma eficaz entre Meryn e a mulher
extravagantemente vestida que Ryuu lhe tinha indicado.
Tanto ela quanto Meryn colocaram seus casacos no encosto
das cadeiras.
— Elizabeth Monroe, uma coelha? — a mulher
extravagante perguntou, seu tom condescendentemente
neutro. Elizabeth viu Meryn se endireitar um pouco, ela podia
dizer que sua amiga estava lutando para evitar fazer uma
carranca. Pobre Meryn. Ela não fora criada em torno de
mulheres como esta; felizmente, ela tinha.
— Na verdade, é lepus curpaeums, — Meryn corrigiu.
A mulher sorriu para Meryn de forma complacente.

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— Esta é apenas outra maneira de dizer coelho, querida,
porque ficarmos tão presos em tecnicalidades? Claro que,
como um ser humano, você não entenderia.
Meryn piscou e depois sorriu.
— Então, se não há problema em chamar Elizabeth de
coelha, então eu poderia chamá-la de cadela? — Meryn
perguntou docemente.
Adelaide começou a engasgar com o chá. Elizabeth
virou-se para a mulher agitada para desviar sua atenção da
Meryn.
— Sinto muito, já nos conhecemos? — ela perguntou,
assumindo seu tom mais agradável.
A mulher pareceu envergonhada por um momento,
antes de acenar com um lenço roxo entre elas.
— Você deve ser nova em Lycaonia. Estou tão
acostumada a todos aqui saberem quem eu sou. Meu nome é
Daphane Bowers, prazer em conhecê-la. Tenho que
perguntar, você tem relação àquele bonito e brilhante
cientista que está trabalhando em um substituto para o
sangue em Noctem Falls?
— Prazer, — disse Elizabeth, deliberadamente não
respondendo à pergunta da mulher.
Depois de alguns momentos de silêncio Daphane falou:
— Você tem, querida?
— Sinto muito, há muitos cientistas que trabalham em
Noctem Falls, a qual deles estava se referindo? — Elizabeth
disse, sendo tão obtusa quanto possível. Ao elaborar esta
linha de questionamento, ela faria Daphane

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involuntariamente destacar suas verdadeiras intenções.
Elizabeth tinha jogado este jogo antes.
— Broderick Monroe, é claro. Seu assistente, Caspian
Rioux, é o irmão mais novo do ancião vampiro, — Daphane
esclareceu.
— Oh sim, quer dizer meu pai e seu companheiro,
Caspian. Sim, eles estão trabalhando em um substituto do
sangue.
— Oh? Eles estão acoplados? Pensei que Caspian fosse
seu assistente. Sua boa aparência seria simplesmente um
desperdício sendo acoplado a outro homem, — Daphane
suspirou.
Elizabeth sorriu para as outras damas antes de se virar
para olhar para Daphane.
— Eu não percebi que as casas governantes em
Lycaonia estavam tão fora de contato. Isso é simplesmente
triste, — ela fez beicinho, então continuou: — Meus pais
estiveram acasalados por mais de cento e cinquenta anos,
pensar que você não saberia de algo que é de conhecimento
comum em qualquer outro lugar é, bem, perdoe o termo, mas
patético, na verdade. — Elizabeth ouviu o mais ínfimo dos
sons e viu que os olhos de Meryn estavam praticamente
pulando para fora em um esforço de não rir.
Bem nessa hora Ryuu e Marius entraram carregando
duas bandejas. Ryuu foi imediatamente para Meryn e serviu-
lhe chá e dispôs o mel aquecido para o Felix, enquanto
Marius colocava um conjunto de chá na frente dela. Ela viu

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que ele mal estava escondendo um sorriso. Quando ele se
endireitou, fez uma pequena reverência.
— Seu chá, Lady Elizabeth.
— Obrigada, Marius, tenho certeza de que estará
perfeito. — Ela lhe sorriu antes dele e Ryuu irem ficar de pé
perto da parede.
Visivelmente agitada, Daphane tomou um gole de sua
xícara de chá.
— Esses tipos de relações estão sujeitas à opinião, — ela
disse, seu tom doce vacilando.
Elizabeth virou-se para Daphane e arregalou os olhos,
usando sua expressão mais inocente.
— O que quer dizer, Daphane? — ela disse,
deliberadamente esquecendo o termo honorífico “Lady”. Ela
viu Daphane vacilar.
— Certamente nem todos em Noctem Falls acreditam em
acasalamentos entre homens?
— A Destino escolhe nossos companheiros para nós.
Quem somos nós para ir contra a Destino? — Elizabeth
perguntou.
— Isso é exatamente o que estou dizendo, querida, que
certos casais devem estar indo contra o que a Destino
planejou para eles, — Daphane acenou para as outras
mulheres na sala que olhavam enquanto as duas
continuavam retrucando.
— Então você está dizendo que o meu pai e o Caspian,
da Casa dos Rioux, são muito estúpidos para reconhecer que

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não são companheiros? — ela perguntou, mantendo o tom
uniforme.
— Claro que não... — disse Daphane.
— Então você deve estar afirmando que a própria
Destino está errada. Tenho que dizer que estou chocada.
Nunca pensei que encontraria tais opiniões blasfemas aqui
em Lycaonia. — Elizabeth estalou e tomou um gole de chá.
— Nunca soube que a Daphane se sentia assim.
— Chocante.
— Quem sabia?
As mulheres ao redor delas murmuraram entre si.
Elizabeth não se atreveu a olhar para Daphane; em vez disso,
virou-se para Adelaide.
— Lady McKenzie, devo dizer que a sua casa é uma das
melhores que já vi. Meu tio Magnus gosta muito de doces, eu
sei que ele ficaria com inveja deste chá fantástico que você
serviu. — Elizabeth ergueu a xícara e tomou outro gole.
— Obrigada, Elizabeth. Receio que esse chá seja um dos
meus vícios. Meus meninos me dão ele a cada ano no Natal.
Eu poderia providenciar que um pouco fosse enviado para o
seu tio, — Adelaide ofereceu. Elizabeth sabia que Adelaide
oferecia por bondade genuína e não como uma forma de
angariar favor. Os rumores que tinha ouvido sobre esta
mulher eram verdadeiros. Ela era uma rara alma bondosa.
— Obrigada! Se pudesse me dizer onde comprar um
pouco, eu gostaria de enviá-lo para casa como um presente
este ano. É tão difícil comprar algo para aquele homem.

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Quero dizer, o que comprar para alguém que literalmente tem
tudo? — Elizabeth soltou um suspiro exagerado.
— Lady Elizabeth, não quero ser um incômodo, mas,
bem, o seu pai é realmente tão bonito quanto dizem? —
Rosalind perguntou, corando.
— Oh céus, sim! Maldito homem. Sabe como foi difícil
para mim encontrar alguém para namorar? Nenhum dos
homens que se aproximavam de mim ao menos se
comparavam com ele, isto é, até Gavriel, — ela escondeu o
sorriso em sua xícara de chá enquanto ofegos correram ao
redor da sala.
— Gavriel? Quer dizer Gavriel Ambrosios? — uma dama
de cabelos escuros, sentada à direita de Daphane, perguntou.
— Sim, Gavriel é o meu companheiro. Fui reivindicada
ontem, — ela respondeu calmamente enquanto o caos
irrompeu em torno dela.
— Mal posso acreditar!
— Outro guerreiro se acasalou!
— Tão romântico!
— Isso significa que a Casa Ambrosios e a Casa Rioux
agora estão entrelaçadas, — uma mulher sussurrou e todo
mundo ficou quieto.
Doce. Rapadura. Oreo. Goma. Açúcar! Nota para mim
mesma: Ligar para o pai para avisar que acasalei.
— Adelaide, você deve ter se enganado. Podia jurar que
você disse que Elizabeth era um novo membro da família
quando a apresentou, — disse Daphane, enxugando a testa
com seu inútil lenço de cetim roxo.

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— Oh, ela não estava enganada. Eu adotei a Meryn
como a minha irmãzinha. Ela está ligada à Casa McKenzie, à
Casa Ambrosios e agora à Casa Rioux, e está sob minha
proteção pessoal. — Elizabeth olhou Daphane nos olhos
enquanto pronunciava as últimas palavras. Ela observou
como a mulher empalideceu. No fundo eles ouviram um sino
de torre badalar.
— Lamento dizer que este é todo o tempo que temos por
hoje, senhoras, — Adelaide disse, se levantando de um pulo.
Instantaneamente as senhoras estavam se levantando e
sussurrando umas com as outras enquanto saíam pela porta.
— Meryn, me dê licença só um momentinho, eu
realmente preciso ligar para o meu pai antes que uma dessas
senhoras vaze a notícia de que agora estou acasalada. —
Elizabeth levantou-se e enfiou a mão no bolso e tirou sua
bolsa carteira. Meryn assentiu.
Marius deu um passo adiante.
— Por aqui, Lady Elizabeth.
— Obrigada, Marius, — disse Elizabeth e então seguiu o
homem pelo corredor até um escritório vazio. Quando Marius
saiu, fechando a porta atrás de si, ela pegou o telefone e ligou
para seu pai.
— Ei, docinho! Eu estava esperando receber notícias
suas hoje. Chegou inteira em Lycaonia? — seu pai perguntou
como forma de atender ao telefone. Elizabeth sentiu lágrimas
arderem em seus olhos. Ela conseguia bem imaginar seu pai
sorrindo no meio de seu laboratório, seu outro pai estaria
perto do telefone ouvindo, ambos estariam vestindo jalecos,

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qualquer que fosse o experimento em que tinham estado
trabalhando estaria esquecido em vista do telefonema dela.
Ela não pôde evitar a fungada que brotou. Tanta coisa havia
acontecido, de repente ela sentiu muita saudade de casa.
— Bethy? Bebê? O que foi? Você está ferida? — seu pai
perguntou, parecendo agitado, e não era de se admirar. Ela
quase nunca chorava, nem mesmo quando tinha caído
daquela maldita janela do escritório.
— A Bethy está machucada? Aonde ela está? — ela
ouviu seu tio Magnus exigir ao fundo.
— Magnus, shiu, ela não disse nada ainda, — seu outro
pai, Caspian, falou.
— Só sinto muita falta de todos vocês. — Ela sentiu a
garganta apertar. Isso não era nada do seu feitio; ela não era
uma pessoa emotiva.
— Ela está chorando! Ela nunca chora! O que
aconteceu, querida? — seu pai exigiu.
— Estou bem, sério. Não sei o que deu em mim. — Ela
enxugou os olhos.
— Precisa que a gente vá até você? — Caspian
perguntou gentilmente.
— Não, sério, estou bem.
— Você não está bem. Você não chorou quando quebrou
o braço, ou o outro braço, ou a perna, ou o nariz, ou... — seu
pai listou. Ela sorriu e riu entre lágrimas.
— Estou acoplada, — ela disse, e então houve silêncio.
— Papa? Papai? Tiozinho? — ela falou, usando o apelido da
infância dela para seu tio.

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— Ele a machucou? É por isso que está chorando? —
seu tio perguntou, sua voz perigosamente baixa.
— Não, ele é o mais maravilhoso cavalheiro que já
conheci. Mal posso esperar para que o conheçam. Ele roubou
completamente o meu coração, — ela transbordou de
entusiasmo.
— Você está realmente acoplada, — Caspian declarou,
um aperto na voz.
— Sim, Papa, estou.
— Perdemos a nossa menininha, — seu pai fungou.
— Oh, papai! — Ela enxugou os olhos novamente.
— Garotos, vocês não perderam nada, agora se animem.
Quem é o rapaz de sorte? Um urso? Um lobo? — Confie em
seu tio para acalmar a situação.
Ela balançou a cabeça mesmo embora eles não
pudessem vê-la.
— Não, ele é um vampiro. Gavriel Ambrosios. — Ela
ouviu um ofego e então mais silêncio.
— Aquele filho da puta sorrateiro! Aquele desgraçado
assaltante de berço! — seu tio explodiu.
— Tio!
— Você não o conhece, não como eu. Não se preocupe,
bebê, vou arrumar isso. — Ela conseguia ouvir o aço na voz
de seu tio.
— Arrumar o que exatamente? — ela perguntou,
colocando a mão no quadril.
— Ele é velho demais para você, bebê, — ele começou.

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— Não. Agora me escute aqui, tio. Esse homem é o meu
companheiro e é simplesmente certo para mim, não vou
desistir dele. Nem mesmo por você! — ela praticamente
gritou.
— Você sempre foi tão malditamente teimosa! — ele
gritou de volta.
— E de onde acha que consegui isso? — ela exigiu. Ela
não relaxou até que ouviu sua risada.
— De mim. Você pegou todos os seus melhores traços de
mim, — ele se gabou.
— Ei! — ela ouviu seus dois pais protestarem.
— Ok, minha princesa, faça à sua maneira. Mas ainda
vou ligar para ele, apenas uma conversinha entre homens, —
seu tio prometeu.
— Pode ligar daqui a algumas semanas? Ele está em
transição agora e não está no seu melhor.
— O que?! — ela ouviu três vozes masculinas irritadas
gritarem.
— Beth, não é seguro. Quanto mais velhos ficamos,
mais difícil nossas transições são. Nem mesmo eu sei
quantos anos Gavriel tem; ele sempre entra em reclusão
durante seus períodos de transição. Algo importante deve
estar acontecendo em Lycaonia para que ele permaneça aí
durante a transição, — Magnus murmurou. Ela ouviu a voz
dele ficar mais alta, depois mais suave. Ela conseguia bem
imaginá-lo andando para lá e para cá ao lado de seus pais.
— A ameaça que eles reportaram é real. A nova
companheira humana do Comandante da Unidade, Aiden

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McKenzie, foi atacada no mês passado. Gavriel não deixaria
seu comandante agora, de todos os tempos, — ela explicou.
— Você está me dizendo que acoplou a um vampiro sem
idade definida, passando por o que tem que ser uma
transição turbulenta, em uma cidade hostil onde até mesmo
a própria companheira do Comandante da Unidade foi
atacada? — seu papa perguntou.
— Sim, isso está praticamente correto, — ela estremeceu
com a exatidão da declaração.
— Só você mesmo. Somente você poderia
acidentalmente se encontrar neste tipo de situação, — ela
ouviu seu pai murmurar.
— Você precisa do Sebastian? Poderia fazê-lo sair
imediatamente, — seu tio ofereceu. Por um momento ela
quase disse sim. Sebastian era o escudeiro de seu tio e seu
aliado de longa data.
— Não. Mantenha-o perto. Tenho a sensação de que esta
ameaça não é apenas à Lycaonia. Fique alerta, — ela
advertiu.
— E quanto a você, querida? — seu papa perguntou
gentilmente.
— Eu adotei a jovem companheira humana do
Comandante de Unidade, Meryn McKenzie, como minha
irmãzinha. Ela me acolheu calorosamente. Ela tem um
escudeiro próprio. Talvez possa lhes interessar saber que o
escudeiro da Meryn é Sei Ryuu. — Ela esperou isso ser
absorvido.
— Uma irmã?

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— Adotou?
— Quer dizer Sei Ryuu do Japão? — todos perguntaram
ao mesmo tempo.
— Sim, sim e sim. Tio Magnus, você adoraria de paixão
a Meryn! Ela é tão adorável e honesta. Me lembra você, exceto
que você aprendeu a ter tato político. O que quer que ela
pense simplesmente sai da sua boca. Eu a adotei porque ela
precisa de alguém que lhe mostre como sobreviver vivendo
entre as casas governantes. Aqui, em Lycaonia, não é tão
politicamente carregado quanto é em Noctem Falls, mas,
eventualmente, ela irá para outras cidades e precisará estar
preparada. O fato de que Sei Ryuu é o seu escudeiro e de que
eles já criaram um vínculo deve dizer-lhe muito a respeito
dela.
— O que diabos está vindo? — seu tio resmungou.
— Envie-nos fotos, quero ver a minha nova filha, —
disse seu papa, lhe fazendo sorrir.
— Mandarei.
— Sobrinha, o momento para tudo isso...
— Eu sei. É por isso que sei que estou exatamente
aonde pertenço e exatamente com quem estou destinada a
ficar.
— Se precisar de qualquer coisa, qualquer coisa
mesmo... — seu pai ofereceu.
— Vou te ligar imediatamente. Prometo.
— Nós te amamos, coelhinha, — seu papa brincou,
usando seu temido apelido.

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— Amo todos vocês também. Se cuidem. — Ela apertou
o telefone como se pudesse enviar-lhes um abraço apertado.
— Ligue novamente, logo.
— Ligarei.
— Tchau, querida.
— Tchau, papai. — Ela desligou a chamada e segurou o
telefone contra o peito.
Respirando fundo, colocou seu telefone de volta na bolsa
carteira. Quando abriu a porta do escritório praticamente
topou com Ryuu. Ele estava encostado na parede perto da
porta com os braços cruzados sobre o peito.
— Deveria saber que você escutaria.
— Você não esteve conosco por muito tempo; eu
precisava ter certeza das suas intenções. Peço desculpas pela
invasão de privacidade. — Ele colocou uma mão sobre o
coração e fez uma reverência.
— Na verdade, isso foi bom, prefiro que cuidemos disso
por trás dos bastidores, para que não preocupemos a Meryn,
— ela admitiu.
— Você percebe isso também? — ele perguntou.
— O quê? O número improvável de coincidências que
têm acontecido ultimamente? A Destino parece estar fazendo
o seu melhor para reunir fortes aliados ao redor do McKenzie
e de sua nova companheira. Estou quase com receio de
descobrir que ameaça precisa de uma intervenção tão direta.
Ryuu assentiu e olhou além dela, para o corredor. A
risada de Meryn ecoou até eles.

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— Nunca conheci ninguém como ela em toda minha
vida. Ela não é motivada por ganância ou poder. Não julga as
pessoas por sua raça ou posição. Ela é muito especial. — Ele
voltou seu pesado olhar para ela.
— Você quer dizer que ela é motivada por café e coisas
de nerd e julga as pessoas apenas em se elas são ou não
babacas? — Elizabeth sorriu.
— Exatamente. — Um sorriso puxou a boca dele.
— Ela é tão jovem. Não acho que ela vá estar pronta
para o que quer que está por vir.
— É por isso que ela tem a nós. — Ryuu levantou uma
sobrancelha como se a desafiando a discordar.
— Vou fazer o que posso com o tempo que temos. Como
a fazemos ouvir? Ela não é a pessoa mais maleável. —
Elizabeth bufou.
Ryuu deu um sorriso malicioso.
— Ela é, se souber o que dizer. — Ele piscou um olho e
lhe indicou para que o seguisse.
Ele a levou pelo corredor de volta até a sala de visitas.
Quando entraram, Meryn se levantou de um salto e correu
para jogar seus braços em volta da cintura dela.
— Você foi incrível! Oh meu Deus, quando você disse
que ela era patética, quis jogar meu punho no ar em
comemoração. Aquela mulher tem sido uma besta absoluta
comigo. É apenas uma questão de tempo antes de eu soca-la
na garganta. — Meryn lhe sorriu. Elizabeth virou-se para
Ryuu como se dissesse: “vê o que quis dizer?”.
Ryuu deu um passo adiante.

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— Meryn, me ouça atentamente. Elizabeth não é apenas
a sua nova irmã, também será o seu Yoda4. Ela te ensinará e
lhe guiará nas maneiras de usar a força, de modo que você
irá dominar a política paranormal. Aprenda bem, jovem
padawan. — Ele colocou a mão no ombro de Meryn.
Quando Meryn virou-se para ela, havia reverência em
seus olhos.
— Darei o meu melhor, Mestre Yoda.
Quando Elizabeth olhou para Ryuu, ele lhe sorriu e foi
lhes servir uma nova xícara de chá. O homem era um mestre
em manipulação Meryn. Que extraordinário.
— Sim, bem. Vamos começar aprendendo a história das
Casas, isso deve ajudar enormemente. — Elizabeth virou
Meryn e gentilmente a empurrou até as cadeiras.
Meryn grunhiu.
— Por quê? Essas coisas antigas são chatas, — ela
protestou.
— Meryn, a história para os humanos e a história para
os paranormais são diferentes. As pessoas sobre as quais
estará lendo ainda estão, na sua maioria, vivos, — Adelaide
explicou.
Meryn fez uma pausa e olhou para eles, um olhar
confuso no rosto.
— Vocês todos têm livros sobre as pessoas, e todas as
boas e más merdas que eles fizeram estão neles, e eles ainda

4 Personagem fictício de Star Wars (ou Guerra nas Estrelas), um dos mais
poderosos e sábios Jedi de todos os tempos, e que treinou quase todos os Jedi da
Galáxia.

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estão vivos? Eles deixam as coisas ruins serem escritas sobre
eles?
— Essa é uma pergunta muito astuta. Nós temos
estudiosos que vivem fora das nossas normas e pressões
sociais. Eles são completamente neutros e registram a nossa
história com impunidade, — disse Elizabeth, aceitando uma
xícara de Ryuu. — Nós vamos pegar alguns dos volumes mais
populares quando sairmos mais tarde.
— Haverá coisas sobre o Aiden lá? — Meryn perguntou.
— Imagino que existam histórias naqueles volumes
sobre quase todo mundo que você conheceu, querida, —
Adelaide confirmou.
— Espere. Eu estou em um livro? Tipo agora? — Meryn
olhou ao redor com uma aparência um pouco assustada.
Adelaide concordou.
— Como companheira de Aiden suas realizações
também serão registradas.
Meryn empalideceu.
— Isso também significa que as minhas merdas estarão
lá também. Eu não quero ser conhecida pelas minhas
merdas! — ela disse, soando em pânico.
Elizabeth colocou um cookie no prato de Meryn.
— É por isso que estou aqui, Meryn. Sou o seu Yoda.
Vou ensinar-lhe a evitar gafes públicas para que apenas
coisas boas sejam registradas sobre você.
Meryn mordeu seu cookie e olhou pela janela.
Bem, isso foi bem.
Meryn de repente sacudiu a cabeça.

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— Não vou me preocupar com isso. O que acontece,
acontece. Vamos Elizabeth, vamos tomar um café. Chá
simplesmente não está sendo o bastante por agora. — Meryn
se levantou, colocou o prato de lado e começou a colocar sua
roupa de inverno. Ryuu estava ao seu lado em segundos,
ajudando-a com seu casaco.
Elizabeth suspirou e colocou a xícara de volta no pires.
Se levantou e pegou o casaco do encosto da cadeira. Colocou-
o facilmente e se virou para Adelaide.
— Foi realmente uma honra conhecê-la. Gostaria de
voltar para outra visita em breve.
Adelaide sorriu.
— Você é bem vinda a qualquer hora.
Elizabeth seguiu Meryn até o saguão. Ela observou
como Adelaide garantia de que o cachecol de Meryn estava no
lugar, antes de dar-lhe um grande abraço.
— Vocês, meninas, se divirtam, não fiquem fora até
muito tarde, — ela disse, uma expressão preocupada no
rosto.
— Não vamos. Tchau, mamãe, — Meryn prometeu.
— Tchau, querida, fique segura.
Depois que todos estavam no carro, Elizabeth colocou o
cinto de segurança e virou-se para Meryn.
— Ok, baixinha, para onde agora?
— Desça a estrada até chegar a um cruzamento de três
vias, continue em frente e siga as indicações até o
estacionamento, — disse Meryn.

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— Parece fácil o bastante. — Elizabeth ligou o carro e
manobrou para a estrada principal. Não demorou muito
antes do cruzamento aparecer e ela começou a seguir as
indicações para o estacionamento. Felizmente, ela encontrou
um lugar para estacionar no nível do solo e todo mundo saiu.
Ela olhou para o lindo céu azul. Dias mais quentes como
este eram raros em novembro.
— Café, café, café. Café para mim, — Meryn cantou e
liderou o caminho pela passarela de paralelepípedos. Quando
saíram de entre dois edifícios Elizabeth ficou
surpreendentemente impressionada. A cidade tinha um
charme de velho mundo que a lembrava de Noctem Falls,
mas o ar livre a fazia se sentir muito exposta. Ela estava
acostumada às cavernas que a faziam se sentir fechada e
segura.
— Por aqui, — Meryn a puxou pelo braço e praticamente
a arrastou pela rua. Para um humano pequenininho ela com
certeza era forte. Elizabeth fez anotações mentais sobre todos
os lugares que queria visitar mais tarde enquanto passava
por eles. Havia tantos tipos diferentes de lojas que não
tinham em Noctem Falls, ela podia bem se imaginar fazendo
todas as suas compras de Natal aqui.
O cheiro de canela encheu o ar à medida que passavam
por uma janela de padaria que fez a sua boca salivar.
— Meryn, se pudéssemos só... — Elizabeth parou e
olhou para as variedades de doces em exposição.
— Oh, nós vamos definitivamente passar por este lugar,
mas no trajeto de volta. Eles têm os melhores bolinhos fritos

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de maçã que já comi na vida. Mas, agora mesmo, estou
morrendo por um pouco de café. — Meryn entrelaçou o braço
com o dela e elas caminharam pela calçada.
Sob o céu aberto, ela podia sentir o sol no rosto e as
brisas perfumadas que passavam por seu cabelo. Cada beco e
curva da estrada criavam pequenos túneis de vento que
pareciam recolher os cheiros maravilhosos da cidade e da
floresta ao redor. Isso fazia a cidade parecer viva e muito
diferente de sua casa de infância.
Mesmo antes de Meryn parar na frente de um elegante
café, ela já podia sentir o aroma rico de grãos de café moídos
na hora. Ela inalou e suspirou feliz. Quando olhou para cima,
ela sorriu para a placa bonita onde se lia: “The Jitterbug”.
— Então, o que acha? — Meryn perguntou.
— Acho que encontrei meu novo lugar favorito. —
Elizabeth sorriu.
— Espere até sentir o cheiro lá dentro. — Meryn abriu a
porta e entrou.
Ryuu segurou a porta para ela, e ela entrou atrás de
Meryn.

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Capítulo 5

— Justice! Olha o que o vento trouxe, — um homem de


aparência delicada gritou de trás do grande balcão de
madeira escura. O homem mais alto, de cabelo escuro, olhou
para cima e sorriu.
— Meryn! Nós não te vemos faz um tempo. Aonde você
tem se escondido? — Ele acenou para eles se sentarem ao
balcão.
Quando se sentaram o homem mais baixo praticamente
passou por cima do balcão para dar a Meryn um abraço
apertado.
— Ei, Sydney, quero que conheça Elizabeth Monroe. Ela
acabou de se mudar para Lycaonia, e adivinha? Ela é a
companheira do Gavriel, — Meryn compartilhou,
praticamente dando pulinhos no banco do bar.
O homem de cabelos loiros olhou para ela, os olhos
arregalados.

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— Não brinca! Parabéns, querida!
— Elizabeth, este é o Sydney Fairfax e o homem bonito,
alto e moreno atrás dele é o seu companheiro, Justice
O'Malley. Eles são donos do The Jitterbug.
Elizabeth não pôde deixar de sorrir para a saudação
cheia de entusiasmo de Sydney.
— Obrigada. Gavriel é tudo o que eu sempre quis em um
companheiro. — Ela piscou um olho para ele e ele jogou a
cabeça para trás e riu.
— Ele é o que muitas mulheres queriam, se entende o
que quero dizer. Agora. O que posso trazer para as duas
encantadoras damas? — Ele limpou as mãos em um
guardanapo vermelho e as olhou com expectativa.
— Eu preciso de café. Tipo, realmente preciso de um
pouco de café. — Meryn bocejou largamente.
— Pobrezinha. Definitivamente, um Mocha Agridoce
duplamente reforçado para você. E você, Elizabeth? —
Sydney perguntou, estendendo a mão para um copo grande a
fim de começar a fazer a bebida de Meryn.
— Faça dois.
Sydney sorriu.
— Entendido. Então, enquanto preparo essas bebidas,
me conte tudo sobre seu companheiro gostoso. Ai! — Sydney
esfregou o traseiro e franziu o cenho para Justice. Justice
continuou andando até a despensa. — Estou acoplado, não
morto! — Sydney gritou. Justice se virou e lançou ao
companheiro um olhar sombrio e abrasador antes de passar
pelas portas duplas.

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Sydney se virou para elas com um sorriso de satisfação.
— Adoro quando ele fica possessivo. Mas, falando sério,
como é o Gavriel? Ele é sempre tão estoico. Todos os
guerreiros da unidade submetem-se a ele sem questionar; ele
simplesmente tem esse ar de comando em si.
— Ele é gentil, o que me surpreendeu, mas é verdade.
Toda vez que ele abre a boca eu perco um pedaço do meu
coração, — Elizabeth suspirou e sorriu pensando em seu
companheiro.
— Olhe essa cara, ela já é um caso perdido. Mas a sério,
o que se pode esperar quando é a própria Destino que está
trazendo aos guerreiros suas companheiras? — Sydney serviu
uma substância achocolatada de aparência deliciosa em cada
copo e adicionou uma generosa porção de leite fervente.
Quando terminou, colocou cada copo na frente delas com um
pequeno prato de biscoitos.
Meryn tomou um gole e suspirou.
— Perfeito como de costume.
Elizabeth levantou o copo e tomou um pequeno gole. O
chocolate amargo estava perfeitamente balanceado pelo café
expresso e o leite.
— Puro céu. — Ela rodeou o copo com os dedos,
deixando o calor penetrar em seus dedos frios.
— Então, o que você tem feito? — Sydney perguntou a
Meryn, sentando-se em um banco atrás do balcão.
— Apenas ajudando o Adair com o programa dos
formandos, recebi um e-mail esta manhã dizendo que o
conselho está disposto a experimentá-lo e dará uma decisão

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final após alguns meses. Também criei o fórum de
comentários on-line que o conselho queria e um quadro de
mensagens da comunidade.
Sydney sorriu.
— Eu vi que as crianças tomaram conta do quadro de
mensagens. Eles têm postado a nossa versão de lendas
urbanas lá durante as últimas duas semanas. Eu não ouvia
algumas daquelas histórias há décadas.
Elizabeth baixou o copo.
— Eles tinham a história sobre o Príncipe das Sombras?
Essa sempre foi a minha favorita enquanto crescia.
Sydney assentiu.
— E aquela sobre o shifter que não conseguia se decidir
entre ser humano ou animal.
Meryn olhou de Elizabeth para Sydney e de volta.
— Eu não li essa sobre o Príncipe das Sombras, quem é
ele?
Sydney se inclinou para frente.
— Ele é praticamente um Deus entre os vampiros. Uma
das lendas mais famosas sobre ele é como ele sozinho parou
a Grande Guerra cinco mil anos atrás. Depois de ficar furioso
e dizimar uma grande parte das fileiras dos shifters, ele se
deparou com um inimigo que estava morrendo, um
comandante shifter. Supostamente o shifter expressou um
único pesar: que não tinha ido para casa para ver seu filho
recém-nascido antes de se juntar a sua companheira que
tinha morrido dando à luz. Sua história atingiu um
sentimento no fundo do coração do Príncipe das Sombras.

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Ele levou o shifter até a tenda medicinal vampírica e fez seu
povo cuidar do inimigo para que ele pudesse viver para ver
seu filho. Esse único ato de compaixão desencadeou outros
atos de bondade em ambos os lados do conflito por aqueles
que ansiavam pela paz, até que um cessar-fogo foi declarado.
Meryn se inclinou para frente, os olhos brilhantes.
— Eu conheço essa história! Após o cessar-fogo, o
comandante shifter desobedeceu ordens e abandonou seu
posto. Ele andou a pé de volta para Lycaonia para ver o filho.
Tanto Elizabeth quanto Sydney franziram a testa.
— Isso não faz parte da história, Meryn. Onde você leu
isso? Talvez precisemos remover essa parte.
Meryn sacudiu a cabeça.
— Essa é a história que o Gavriel me contou quando
fiquei entediada e não o deixava em paz, quando ele ficou de
guarda.
Sydney riu.
— Imagino que ele teria feito qualquer coisa para mantê-
la entretida. De qualquer forma, hoje em dia os pais vampiros
dizem aos filhos para serem bons ou eles vão dizer ao
Príncipe das Sombras que eles têm se portado mau.
A compreensão surgiu nos olhos de Meryn.
— Assim como o Bicho Papão? Os seres humanos fazem
a mesma coisa com seus filhos. Sejam bons ou o Bicho Papão
vai sair do armário e comer a sua alma. Embora a história do
Príncipe das Sombras lhe faz parecer meio que bom. Eu
realmente não consigo vê-lo comendo as almas das crianças.
— Ela tomou outro gole de café.

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Elizabeth olhou para Sydney; os dois trocaram
expressões chocadas. Sydney se virou para Meryn.
— Não, o Príncipe das Sombras não é assim. Quando os
pais ameaçam os filhos dizendo que vão dizer ao Príncipe das
Sombras que eles foram maus, as crianças param de fazer
birra, porque não querem desapontá-lo. Ele é o herói delas.
Já disse isso antes e vou dizer de novo: os seres humanos
podem ser fodidos. — Sydney estremeceu.
Meryn os encarou com descrença.
— Vamos lá, vocês devem ter ouvido falar do Bicho
Papão. Todo mundo conhece ele. Ele espreita em sombras
profundas e debaixo das camas, e se você for mau ele sai e,
ou devora a sua alma, ou te leva para longe da sua família e
te come enquanto ainda está vivo. Ele assume a forma do pior
medo da criança.
Elizabeth não podia acreditar no que estava ouvindo.
— Meryn, pais humanos contam aos seus filhos esta
história? É bárbaro!
Pobres bebês humanos!
Meryn deu de ombros.
— Bem, sim. — De repente, ela sorriu. — Você deveria
ouvir o que eles dizem sobre lobisomens e vampiros.
— Pelo menos vampiros e shifters são reais, — Sydney
rebateu.
— Assim como o Bicho Papão, — Ryuu disse de trás
deles.
Todos se viraram para olhá-lo horrorizados.
— Sério? — Meryn sussurrou.

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Ryuu assentiu.
— Os Bichos Papões são derivados da lenda dos
boggarts. Dizem que os boggarts são elfos malignos, o que, na
verdade, os faz soar mais inofensivos do que realmente são.
Em todo o caso, o que você estava descrevendo são demônios.
Elizabeth se aproximou mais de Meryn.
— Mas eles não são realmente reais, certo? — ela
perguntou.
Parecendo surpreso, os olhos de Ryuu foram para cada
um deles em descrença.
— Sim, mas não são vistos em nosso mundo em mais de
dois mil anos.
Elizabeth soltou um suspiro de alívio.
— Graças a todos os Deuses por isso.
Ryuu sorriu de forma afetada.
— Na verdade, agradeça ao seu Príncipe das Sombras,
estou bem certo que ele liderou essa cruzada.
Ela e Meryn olharam para o escudeiro normalmente
silencioso, então olharam uma para a outra.
— Eu não acho que quero saber mais. — Meryn virou-se
novamente para o balcão.
Ryuu fez uma meia reverência.
— É claro, denka.
Elizabeth concordou de todo o coração, quanto menos
soubesse sobre Bichos Papões, melhor.
Sydney deu uma risada nervosa e sacudiu a cabeça.
— Ok, vamos para notícias melhores. Você ouviu que a
Elise Bowers descobriu que vai ter uma menina? Ela está na

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lua! É claro que ouvi dizer que a Daphane não aceitou isso
muito bem, — Sydney deu uma risadinha.
Meryn riu e olhou para Elizabeth.
— Parece que ela está tendo um mau dia por completo,
então, não é?
Sorrindo, Elizabeth assentiu.
— Certo, garotas, falem, — Sydney exigiu.
Meryn contou uma versão muito dramatizada da
reunião daquela tarde. Sydney estava rindo e enxugando os
olhos no final. Ele se virou para ela.
— Você é bem-vinda aqui a qualquer hora.
— Obrigada, já sou uma grande fã do café. Este lugar é
elegante e alegre. Eu definitivamente consigo me ver vindo
muito aqui.
Sydney corou.
— Obrigado. Justice e eu colocamos nossos corações
neste lugar. É um sonho realizado ser capaz de fazer isso com
o meu companheiro.
— Vocês me lembram dos meus pais. Eles também
trabalham junto.
— Broderick Monroe, certo? Eu vi fotos dele e de seu
companheiro no boletim do solstício de inverno do ano
passado de Noctem Falls. Os dois são tão bonitos. Lembro-me
de dizer a Justice que precisávamos visitar Noctem Falls,
mesmo que apenas para ir ao alfaiate deles. — O rosto de
Sydney assumiu uma expressão feliz.
— O escudeiro do meu tio, Sebastian, trabalha como
alfaiate deles. Roupas de alta qualidade são o meu único

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vício. Fui estragada por seu trabalho ao crescer. — Elizabeth
apontou para o suéter dela.
— Garota de sorte, — disse Sydney soando com inveja.
— Talvez eu devesse encontrar um alfaiate, — Meryn
murmurou, olhando para sua camiseta de desenho animado
e blusa de manga comprida.
Ryuu falou rapidamente parecendo satisfeito:
— Já contatei três possíveis candidatos. Quando quer
que você decida que está pronta para tirar medidas farei
arranjos para que eles venham à propriedade.
— Talvez na próxima semana. Em casa não acho que
isso importa, mas quando for visitar alguém quero ter uma
boa aparência. — Ela olhou para o suéter de Elizabeth e
suspirou. — Isso parece confortável.
— Talvez o Papai Noel lhe traga um este ano. —
Elizabeth piscou um olho.
Meryn animou-se.
— Sério?
— Tire suas medidas e vamos ver o que acontece.
Meryn virou-se para Ryuu.
— Ok, chame esses alfaiates, diga-lhes que podem
aparecer em qualquer momento na próxima semana.
Ryuu fez uma reverência.
— Sim, denka.
Elizabeth pegou o telefone e verificou as horas.
— Vamos, Meryn, ainda precisamos ir à livraria para
pegar seus livros de história e passar naquela linda padaria
antes de voltar para a propriedade. — Ela virou-se para

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Sydney e estendeu seu copo vazio. — Posso pegar um para
viagem?
Meryn esvaziou o próprio copo.
— Eu também, por favor. Quando voltarmos, precisamos
começar com aquelas bases de dados, e se eu não estiver
cheia de cafeína as linhas de código ficam todas borradas.
— Vou fazê-los extragrandes. — Sydney se levantou e
começou a preparar as bebidas delas.
— Valeu, Sydney. — Meryn virou-se para ela. — O que
você acha que os caras estão fazendo?
— Provavelmente trabalhando muito duro exercitando
seus músculos e treinando com os seus bastões e varas.
Meryn riu.
— Eles são tão chatos.
— Nós os aturamos de qualquer forma, — Elizabeth
sorriu.
*****
— Eu instalei o feitiço de alarme nas janelas da frente,
— disse Quinn, limpando as mãos.
Aiden olhou para as pequenas runas na moldura da
janela.
— Bom trabalho.
Colton foi até eles carregando uma grande caixa e a
entregou a Gavriel com um grunhido. Gavriel olhou para a
caixa, depois de novo para Colton.
— É C4; você pode levá-lo de volta até o arsenal? O
confisquei do Graham, acho que ele está esquecendo que nós
realmente precisamos viver aqui. Eu quero voltar antes que

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eles consigam trazer algo mais. — Colton virou-se e correu de
volta pelo caminho que veio.
Os olhos de Aiden se arregalaram e ele começou a
caminhar em direção à porta dos fundos.
— Graham!
Gavriel balançou a cabeça e decidiu rodear a casa pelo
caminho mais longo para evitar aquela discussão. Ele saiu
pela porta da frente e rodeou a casa. Ele estava voltando do
arsenal quando ouviu alguém chamar seu nome.
— Gavriel. Gavriel Ambrosios.
Ele parou e olhou em volta. Movendo-se lentamente,
estendeu a mão para suas costas, sob sua jaqueta e pegou
sua arma.
— Tsk, tsk. Não há necessidade de ficar violento, eu só
queria conversar.
Gavriel puxou a arma, retirou a trava de segurança e
mirou.
— Saia para onde eu possa vê-lo, então poderemos
conversar, — ele sugeriu.
— Estou aqui, onde pode me ver; talvez a sua transição
esteja mexendo com a sua visão.
Gavriel se encolheu. A voz desencarnada riu.
— Oh sim, nós sabemos sobre isso. Você está em sua
condição mais fraca, não é? Nós estivemos te observando. A
cada dia você avança um passo para se tornar como nós.
Estou aqui para dizer-lhe que você foi escolhido.

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— Eu não sou nada como você. Tenho uma
companheira, a minha alma está ancorada. Fui escolhido
para quê? — ele perguntou.
— Você verá.
— E se me recusar?
— Você não terá uma escolha. Despeço-me por agora.
Gavriel girou para a esquerda, depois à direita, não
conseguia ouvir nada. Amaldiçoando, ele andou de costas até
a varanda antes de guardar a arma. Os bastardos estiveram
muito perto de casa para o seu conforto, especialmente agora
que sua companheira estava aqui.
Entrando, Gavriel encontrou Oron Vi'Eirson e Christoff
Du'Prince, os guerreiros fae e vampiro da Unidade Gama.
— Vocês podem executar uma varredura completa do
perímetro? Verifiquem se há qualquer sinal de um intruso e
relatem. Permaneçam em alerta. — Os dois os homens
fizeram uma saudação. Oron puxou sua arma e verificou a
câmara.
— Você parece um pouco assustado, senhor. Estamos
procurando por algo em particular?
Gavriel rosnou e os dois homens se endireitaram. Ele
sabia que não era de seu feitio demonstrar emoção, mas a
transição estava lhe deixando volátil.
— Outro desses bastardos invisíveis apareceu aqui na
propriedade Alfa nem cinco minutos atrás. Comece do norte e
sigam para o leste. Vou encontrar Aiden e enviar um segundo
grupo ao sul. Checagem a cada cinco minutos.

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— Esses fodidos! Estou ficando realmente cansado
dessa merda. — Christoff mostrou suas presas e silvou. O
grande fae bateu-lhe nas costas.
— Anime-se, nós podemos encontrá-los dessa vez. — O
sorriso de resposta de Christoff foi assustador. Oron virou-se
para Gavriel: — Nós retornaremos, senhor.
Gavriel entrou para procurar Aiden. Ele o encontrou e
puxou ele e Colton até o corredor.
— Um feral acabou de me parar do lado de fora, parecia
que queria conversar. Não vi nem uma maldita coisa, no
entanto. — Gavriel passou a mão pelo cabelo.
Colton rosnou.
— Filhodaputa! Eles estão ficando atrevidos se
aproximando da propriedade Alfa. O que ele disse? — Colton
perguntou. Gavriel podia ver que a mandíbula dele estava
cerrada. Aiden não tinha dito uma palavra, mas a raiva
estava exalando dele em ondas.
— Basicamente que “eles” sabiam que eu estava em
transição e no meu estado mais fraco. — Ele virou-se para
Aiden. — Talvez esses alarmes e melhorias de defesa não
sejam uma ideia tão má. Precisamos também verificar se
descobrimos um feitiço que possa ser usado para guardar um
perímetro. Eu não gosto do quão perto eles estão chegando,
especialmente quando não podemos vê-los.
Aiden teve que respirar fundo duas vezes antes de
responder:
— Precisámos enviar uma unidade lá fora, para
procurá-los.

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Gavriel assentiu.
— Mandei Oron e Christoff, eles estão indo para o norte.
— Então faremos o resto da unidade deles se juntar a
eles e mandaremos a Beta para o sul. Diga ao Keelan e ao
Darian que a Unidade Alfa ficará em casa por alguns dias
enquanto descobrimos uma maneira de definir um perímetro.
Colton assentiu e se afastou da parede.
— Vou botar todos em movimento. Não posso ficar
parado agora. E se Meryn ou Elizabeth tivessem estado lá
atrás? — ele perguntou em voz baixa, cerrando os punhos.
Gavriel sentiu seu estômago revirar.
— Não podemos pensar assim, vai ser uma distração.
Vamos nos concentrar no que podemos fazer.
— Eu vou buscar o Keelan, o Quinn Foxglove da Gama e
o Kade Burdock da Beta para começar uma pesquisa dos
feitiços. — Aiden não disse outra palavra e foi embora.
Gavriel sabia como ele se sentia.
Colton colocou a mão em seu ombro.
— Graças aos Deuses que eles ainda parecem ter medo
do shikigami do Ryuu. Não se preocupe; não deixaremos nada
acontecer com a Meryn ou a Elizabeth.
— Obrigado, meu amigo.
— Vou buscar o Graham e o Sascha se precisar de mim.
Gavriel observou enquanto Colton caminhava em
direção à porta da frente. Ele tinha acabado de encontrar sua
companheira, não podia perdê-la, não quando tinha acabado
de encontrá-la.
*****

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— Mas que porra!
Gavriel reconheceu a voz de Meryn e saiu correndo. Ele
quase colidiu com Aiden no saguão quando os dois homens
correram para a porta da frente. Quando chegaram lá,
pararam bruscamente. As duas mulheres estavam
amontoadas juntas e sendo protegidas por Ryuu, todos os
três estavam cobertos por chamas azuis. Sacolas de compras
estavam aos seus pés. Em um círculo perfeito na varanda,
marcas de queimaduras apareciam onde a magia de fogo
havia disparado ao redor deles. Aiden foi imediatamente até a
parede ao lado da porta e retirou o ornamento de bronze.
Moveu-o cuidadosamente para o segundo fixador localizado
no lado de fora do círculo desenhado do feitiço, desativando o
alarme.
Ele se virou para a sua companheira.
— Oh meus Deuses! Meryn! Bebê, você está bem? Eu
pensei que tínhamos desarmado a porta da frente. Não
deveria ter estado ativada enquanto você ainda estivesse fora.
— Aiden correu para frente apenas para parar bruscamente
por causa de um Ryuu rosnador. Gavriel nunca vira o
escudeiro normalmente calmo parecer tão irritado. Ryuu
avançou e bateu de frente com Aiden.
— Sabe o que poderia ter acontecido se eu não estivesse
com ela?! — ele gritou.
— Recue, escudeiro. Você não sabe o que aconteceu
aqui hoje, — disse Aiden, enfrentando Ryuu.

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Gavriel puxou uma Elizabeth abalada para seus braços.
Meryn estava tentando enfiar-se entre seu companheiro e seu
escudeiro.
— Acalmem-se os dois! Aiden, por que diabos a nossa
casa está com a porra de armadilhas? O que aconteceu? —
Meryn estava esfregando a mão para cima e para baixo no
braço de Aiden.
Encarando Ryuu ele puxou Meryn contra ele e esfregou
o queixo em sua cabeça.
Elizabeth virou-se para ele.
— Gavriel, o que foi? O que aconteceu?
Ele e Aiden trocaram olhares. Gavriel suspirou, não
havia sentido em mantê-las na ignorância.
— Um feral se aproximou da propriedade hoje. Ele
chegou extremamente perto da casa. — Gavriel observou
como Ryuu cruzou os braços sobre o peito.
Meryn virou-se para Aiden.
— É por isso que você colocou armadilha na porta?
— Não coloquei uma armadilha. Inicialmente, os
homens estavam ajudando a colocar alarmes pela casa para
você. Para que se sentisse mais segura em nossa casa, mas
depois de hoje, coloquei o Keelan, o Quinn e o Kade para
procurar como criar um feitiço de perímetro. Não quero nem
que eles cheguem perto o suficiente ao ponto de disparar um
alarme.
Gavriel observou o rosto de Meryn se suavizar.
— Você é o melhor marido que qualquer mulher poderia
pedir.

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Aiden olhou para sua companheira.
— Você realmente diz a sério? Nós podemos ter um
casamento real, se você quiser um.
Meryn balançou a cabeça.
— Eu estava sendo mesquinha esta manhã e sinto
muito se feri seus sentimentos. Eu estava com medo de outra
coisa e descontei em você.
— Vamos, Meryn, eu preciso inspecionar cada
centímetro seu para garantir que você está bem. — Ele
pegou-a no colo e se virou para o Ryuu: — Obrigado por
salvá-la. Peça para o Colton lhe mostrar onde estão os
alarmes.
Ryuu assentiu.
— Também vou trabalhar com o Keelan, pode haver
algumas coisas que eu possa fazer para ajudar com um
feitiço. — Ele fez uma reverência à Meryn e se afastou.
Aiden se virou para Gavriel e sorriu antes de subir
correndo as escadas com sua companheira risonha.
— Nunca temos um momento de tédio por aqui, não é?
— sua companheira perguntou-lhe. Quando ele a olhou, os
olhos delas estavam brilhando.
— Não. — Ele olhou em volta. Todos os outros estavam
ocupados. Ele estendeu o braço. — Eu poderia te fazer se
interessar por um descanso no meio da tarde?
Os olhos dela se arregalaram e ela corou. Ela colocou a
mão em seu braço.
— Isso soa adorável.

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Gavriel esperou até chegarem ao topo das escadas antes
de começar a agarrar o traseiro arredondado de sua
companheira. A emoção da perseguição fizera o seu sangue
ferver. Ele fechou a porta e começou a tirar as roupas. Rindo,
Elizabeth pulou para a cama. Infelizmente, o movimento a
jogou para fora da cama e na direção da parede. Ele observou
com horror quando ela saiu de vista.
— Beth? — Ele correu até a cama. Havia apenas uma
lacuna de alguns centímetros entre a parede e a cama. Ele
olhou para cima, frustrado. A cabeceira fora construída na
parede. — Beth, me responda. — Ele estava prestes a
arrancar a cama violentamente da parede quando sentiu algo
em seu pé. Quando olhou para baixo, um coelhinho branco
neve minúsculo estava acariciando sua perna com o focinho.
Cuidadosamente, ele a pegou.
— Você constantemente me maravilha. Minha
coelhinha. — Sua companheira lambeu seu rosto, depois se
remexeu em suas mãos. Ele a colocou sobre a cama e
observou, maravilhado, como ela voltava à forma humana.
Ela sacudiu seu longo cabelo loiro e lhe sorriu
impiedosamente.
— Precisei mudar para a minha forma de coelho em
mais de uma ocasião para sair de uma situação complicada.
É claro que mudar de volta sem roupa era sempre
complicado.
Ele terminou de desabotoar a camisa e a deixou cair no
chão. Sorrindo, ela virou-se até que ficou de quatro e
começou a engatinhar em direção à cabeceira da cama.

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Gavriel sentiu suas presas romperem suas gengivas enquanto
o traseiro dela balançava para lá e para cá, tentando-o. Ele
tirou os sapatos e baixou as calças antes de retirar as meias.
O tecido da sua cueca boxer contra o seu pênis era quase
doloroso. Ele a retirou e subiu na cama. Estendeu a mão e
puxou o tornozelo de sua companheira até deixa-la deitada
sobre o estômago. Ele começou a fazer cosquinhas no arco do
pé dela. Rindo, ela se debateu na cama.
Gavriel observou sua expressão aberta e não poderia
evitar a alegria em seu coração. Ao longo dos séculos ele
estivera com muitas mulheres, mas nunca experimentara
esses tipos de momentos singelos.
— Eu vou... vou... tanto... chutar o seu traseiro. Só...
assim... que... eu... conseguir... respirar! — sua companheira
gritou. Ele teve piedade dela e liberou sua perna. Ela virou-se
de costas respirando com dificuldade e sorrindo. — Você é
louco.
— Eu prefiro o termo “excêntrico”. — Ele relaxou ao lado
dela e preguiçosamente passou os dedos por seu corpo.
Começou em sua clavícula, seguiu a linha de seu corpo entre
seus seios, descendo pela inclinação de seu estômago até que
alcançou seu monte arredondado. Observando sua expressão
atentamente, ele provocou de leve seus pequenos pelos
macios antes de passar para traçar sua perna.
— Humph. — Ela praticamente rosnou para ele.
Gavriel levantou uma sobrancelha para sua expressão
ácida.
— Você disse algo, querida? — ele perguntou.

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— Ah, sim, sim disse. Eu disse: “por favor, me foda
agora”.
Ele rolou e, em um instante, estava aninhado entre as
pernas dela. Quando ele passou a língua pelos lábios, viu os
olhos dela vidrarem com luxúria ao ver suas presas. Não
haviam muitas mulheres que poderiam ter um orgasmo ao
serem mordidas, ele era um bastardo de sorte por Elizabeth
ser uma das raras que o faziam.
— Você está pronta para mim? Se eu provocá-la
novamente meus dedos irão encontrá-la molhada? — ele
rosnou em seu ouvido.
— Deuses sim, por favor, Gavriel, não me faça implorar.
— ela ofegou.
— Nunca lhe faria implorar, minha doce Beth, quando
muito, eu seria aquele implorando para ter mais um gostinho
seu. — Ele estendeu a mão e esfregou a cabeça de seu pênis
para cima e para baixo entre as dobras dela, certificando-se
de que ela estava pronta antes de mergulhar tão
profundamente quanto podia.
Eles gemeram em uníssono. Lentamente, ele deslizou
para dentro e fora dela tomando seu tempo. Ele queria fazer
isso durar. Elevando-se, sentiu os músculos de seus braços
flexionarem, mas valia a pena, agora ele podia alcançar o
pescoço dela. Instintivamente ela inclinou a cabeça, as mãos
dela elevando-se para agarrar a bunda dele. Ele sentiu as
unhas dela cravarem em sua carne e adorou cada segundo.
Empurrou profundamente e ela gritou. O olhar de selvagem
abandono no rosto dela foi sua ruína. Inclinando-se, ele

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afundou as presas profundamente em seu pescoço. Elizabeth
gritou seu prazer e o encontrou estocada por estocada
enquanto ele aumentava o ritmo.
Ele sentiu os espasmos do corpo dela em torno de seu
pênis sinalizando seu primeiro orgasmo. Sorrindo contra o
pescoço dela, continuou a se alimentar. Esperou até que os
espasmos parassem antes de mudar o ritmo. Ele empurrou
tão profundamente quanto pôde e começou a martelar dentro
dela. Quando ouviu sua respiração ficar presa, ele estendeu a
mão para baixo e torceu o mamilo dela antes de
imediatamente ir para seu clitóris. No segundo em que a
tocou, ela explodiu novamente.
O seu próprio orgasmo veio em uma carga de sangue e
esperma. Elevando-se do pescoço dela, ele observou como o
sangue dela pingou nos lençóis. Ele jogou a cabeça para trás
e rugiu enquanto suas bolas se esvaziavam. Ofegando com
braços trêmulos, ele se inclinou para baixo e passou a língua
sobre os buracos no pescoço dela para fechá-los.
Delicadamente, saiu dela e caiu ao seu lado.
— Pelo menos eu não desmaiei desta vez, — disse ela,
bocejando sonolenta.
— Eu vou ter que trabalhar nisso, — ele murmurou.
— Eu não vou sobreviver. Agora, me diga o que não quis
dizer na frente da Meryn. — Ela rolou até ficar de lado e o
prendeu com um olhar perspicaz. Sua companheira era
observadora demais.
— O feral, na verdade, mencionou que eles sabiam que
eu estava em transição e no meu estado mais enfraquecido.

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Também disse que eu tinha sido escolhido. — Ele ouviu o
ofego dela. Não gostava do medo em seus olhos. A puxou para
perto. — Eu vou ficar bem. Mesmo em meu estado mais fraco
eles ainda não são páreos para mim. — Ele não se atreveu a
deixa-la ver seu rosto, sabia que ela captaria sua mentira. Ela
esfregou o nariz contra o peito dele antes de plantar um beijo
suave contra sua pele.
— Liguei para os meus pais hoje. Meu tio disse que lhe
ligaria mais tarde para uma conversinha de “homem pra
homem”. — Ela girou o dedo ao redor do umbigo dele.
— Vou ligar para o Magnus depois, só posso imaginar o
que tem a me dizer. É mais do que provável que seja a mesma
coisa que eu diria para alguém recém-acoplado a uma
sobrinha favorita, algo do tipo: “se machucá-la, vou te esfolar
vivo”. — Ele suspirou.
— Sinto muito, mas é porque somos muito próximos. Às
vezes, papai e papa estavam ocupados no laboratório, então
ele cuidaria de mim. De certa forma, sou mais próxima dele
do que dos meus pais, porque ele não era apenas um tio
enquanto eu crescia, ele era meu melhor amigo, — ela
confidenciou. Ele gemeu, o homem estaria atirando nele, com
certeza. Elizabeth olhou para cima, preocupação no rosto. Ele
beijou a ponta de seu nariz.
— Lembro-me de Magnus do meu tempo em Noctem
Falls. Eu o respeitava como um guerreiro e o respeito como
nosso Ancião. Se ele sente a necessidade de me dar uma
palestra sobre como cuidar de sua amada sobrinha, então
vou deixá-lo fazer isso.

MY
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Alanea Alder
Gratidão encheu os olhos dela.
— Obrigada.
— Qualquer coisa por você. Acha que o Aiden está me
procurando? — ele perguntou, puxando o cobertor em torno
deles.
Ela riu.
— Espero que Meryn acabe com ele, para que possamos
ficar assim por mais um tempinho.
— Vamos verificá-los daqui a pouco, por enquanto
vamos apenas desfrutar da tarde.
Ela se aconchegou nele. Gavriel fechou os olhos,
determinado a desfrutar deste momento com sua
companheira, apesar da ameaça que pairava sobre eles.

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Capítulo 6

Meia hora depois, Elizabeth desceu as escadas com


Gavriel. Eles se encontraram com sorridentes Aiden e Meryn.
Aiden olhou para cima e sorriu para Gavriel antes de se
inclinar para beijar a companheira na testa.
— Ok, Meryn, se lembre do que eu disse. Você tem que
parar de interromper nosso treinamento; ainda somos uma
unidade em funcionamento e precisamos ser capazes de
trabalhar nos nossos exercícios. Se você precisar falar
comigo, tente aparecer durante uma folga ou no almoço.
Meryn suspirou.
— Vou tentar, mas algumas coisas não podem esperar.
Gavriel virou-se para Elizabeth e beijou-a suavemente
antes de recuar.
— Tentarei fazer exercícios com os caras esta tarde.
— Tenha cuidado, — disse ela.
Ele assentiu, então ambos os homens se direcionaram
para a porta.
Keelan saiu da sala de estar parecendo preocupado.

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— Hum, caras, nós podemos tirar essas coisas, certo?
Caras? Olá? Bolas de fogo? — Keelan se arrastou atrás deles
expressando suas preocupações.
Meryn riu.
— Pobre Keelan. — Ela se virou para Elizabeth. —
Vamos lá, vamos começar.
Elas caminharam até o escritório e olharam ao redor,
para a bagunça desordenada de papéis empilhados e a única
mesinha. Se olharam.
— Amanhã? — Elizabeth perguntou.
— Totalmente! Não sei como foi a sua tarde, mas eu
estou esgotada. Não sei como o Aiden está lá fora fazendo
exercícios. Vou trabalhar nos bancos de dados após o jantar,
quando Aiden e eu estivermos no andar de cima relaxando. —
Meryn se alongou e bocejou.
— Minha tarde foi provavelmente semelhante à sua e
concordo, os homens devem ser monstros. — Elas
caminharam até a sala de estar. Meryn desabou sobre um
dos grandes sofás de couro, Elizabeth na poltrona. Elizabeth
estendeu a mão para a mesa de café lateral e pegou o saco de
biscoitos esquecido. Tirou um cookie de chocolate, sorrindo
feliz.
— Eu não quero me mexer. — Meryn se enrolou em uma
bolinha.
— Eu também não. — Elizabeth reclinou sua poltrona,
mastigando seu cookie de gotas de chocolate. Estava
delicioso.

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— Senhoras, gostariam de um pouco de chá? — Ryuu
perguntou da porta.
Meryn abriu um olho.
— Que horas são?
Ryuu se inclinou para trás e checou o relógio do saguão.
— É uma e meia, denka.
— Você pode nos acordar antes dos caras entrarem? —
Meryn bocejou.
— É claro. — Ele estava prestes a sair da sala quando o
telefone tocou. Ele se virou e atendeu o aparelho antiquado.
— Propriedade da Unidade Alfa, ah sim. Como está hoje,
senhor? Estamos bem aqui. Ele está lá fora no momento, mas
Meryn está aqui. Sim, aguarde, por favor. — Ryuu cobriu a
boca do telefone. — Denka, Lord Byron está no telefone,
chamando-a.
Meryn animou-se e pulou para fora do sofá. Pegou o
telefone do Ryuu.
— Ei, papai. Provavelmente, não tenho certeza. Posso
perguntar pra ele. Sim, espera aí. — Meryn colocou o telefone
na mesinha do sofá e se virou para ela. — Preciso correr para
perguntar uma coisa pro Aiden. — Ela virou-se para a porta.
— Denka, o seu casaco, — Ryuu disse.
Meryn balançou a cabeça.
— Deve levar apenas um segundo.
Elizabeth ficou de pé.
— Vou com você; talvez o ar fresco vá me acordar.
Elizabeth seguiu Meryn pela porta até a lateral da casa.
A clareira ao lado da entrada dava aos homens o espaço

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necessário para trabalhar em grupos maiores. Elas
caminharam até a área aberta onde os homens estavam
lutando uns com os outros. Sorrindo, eles acenaram
enquanto ela se aproximava.
— Ei, Aiden... — Meryn chamou.
Aiden se virou, uma carranca no rosto.
— Meryn, o que eu acabei de te dizer sobre interromper
o nosso treinamento? Estes treinos poderiam salvar a sua
vida algum dia, — Aiden praticamente gritou.
— Mas eu...
— Não. Volte para dentro de casa. Irei vê-la quando
terminarmos. — Aiden deliberadamente ficou de costas,
dispensando-a.
— Aiden...
Aiden a ignorou.
— Aiden, por favor.
Aiden olhou para sua prancheta, firmemente ignorando
sua companheira.
Com as narinas dilatadas, Meryn virou-se para ela.
— Espere aqui.
Oh céus.
Meryn marchou de volta para a casa com um olhar
determinado no rosto.
Alguns segundos depois Meryn passou pela porta da
frente e desceu os degraus laterais da varanda para a parte
traseira. Um minuto mais tarde, quando ela parou perto de
um grande Camaro preto, tinha a atenção de todo mundo
exceto a de Aiden.

MY
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Elizabeth observou enquanto Colton corria até Aiden.
Ele observou a Meryn, os olhos se arregalando.
Meryn puxou um galão de gasolina do porta-malas e
começou a jogar no carro. Elizabeth observou, sorrindo. Seus
olhos se encontraram com os de Gavriel. Ela levantou uma
sobrancelha e acenou para onde Meryn estava alegremente
encharcando o carro. Ele deu de ombros. Ela notou que
nenhum guerreiro sussurrou uma palavra para o seu
comandante.
Aiden virou-se para Colton.
— Colton, você derramou gasolina no arsenal? Isso
poderia ser um potencial desastre esperando para acontecer,
— ele advertiu.
Colton sacudiu a cabeça.
— Não, mas Aiden, Meryn...
— Eu lhe disse que falaria com ela mais tarde.
— Mas, Aiden... — Colton engoliu em seco.
— Mais tarde, — Aiden respondeu em um tom seco.
Meryn jogou o galão de gasolina dentro do carro e pegou
uma caixa de fósforos. Ela tentou acender o primeiro e não
conseguiu. Franzindo o nariz, ela continuou tentando.
— Aiden... — Colton tentou novamente.
— Vou falar com ela mais tarde, — Aiden disse com
firmeza.
A terceira tentativa de Meryn funcionou, ela olhou para
cima e sorriu para todos antes de jogar a caixa de fósforos
inteira no banco de trás. Ela deu um passo para trás quando
o carro inteiro irrompeu em chamas.

MY
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Colton levantou as duas mãos e entrelaçou os dedos
atrás da cabeça. Balançando-se nos calcanhares, ele sorriu.
— Aiden, o que ia dizer era: a Meryn está botando fogo
no seu carro. — Colton inclinou a cabeça para o lado,
apontando para a entrada.
— O que? — Aiden gritou. Ele se virou para ver seu
carro rapidamente se tornando uma pequena fogueira. —
Meryn! Que diabos? — Ele correu para ficar na frente de sua
companheira. Ele olhou para seu sorriso satisfeito e de novo
para o seu carro. Ele puxou o próprio cabelo com as mãos.
Seu olhar estava furioso quando se voltou para a sua
companheira.
— Meryn! — ele rugiu.
Meryn puxou o pé para trás e o chutou na canela.
— Porra! Droga, Meryn! — Aiden se abaixou em um
joelho e esfregou a perna. Elizabeth se aproximou para ficar
ao lado da amiga. Ela podia não ser um urso, mas era uma
shifter e Meryn não; ela podia, pelo menos, ficar entre eles se
Aiden precisasse de um segundo para se acalmar.
Meryn olhou para seu companheiro.
— Cala a boca! Agora você me escute. — Meryn colocou
as duas mãos nos quadris e se inclinou sobre seu grande
companheiro. — Primeiramente, não sou uma companheira
pegajosa de sorrisinhos afetados. Não te interrompo por
diversão. Normalmente, se preciso te interromper, é por algo
importante, porque adivinhe? Tenho a minha própria merda
para fazer! No caso de não ter notado, estou ajudando o seu
irmão a reestruturar completamente o programa de

MY
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treinamento e fazer anciãos analfabetos tecnológicos a
entenderem quadro de mensagens online. Em segundo lugar,
minha avó costumava me ignorar e não posso enfatizar o
bastante o quanto isso me incomoda. Eu me recuso a ser
ignorada por alguém que amo de novo. — Com lágrimas nos
olhos, ela subiu os degraus da varanda. Ela se virou de volta
para ele. — O que eu ia te dizer era que o seu pai estava no
telefone lhe chamando. — Meryn passou por seu escudeiro,
cujos olhos estavam atirando punhais em Aiden.
Com um sorriso maligno, Ryuu levantou a mão e estalou
os dedos. O porta-malas explodiu em chamas azuis.
— Na verdade, Lord Byron viu a fumaça da janela de seu
escritório. Eu lhe informei o que aconteceu. Ele disse para
ligar-lhe novamente quando você estivesse de volta nas boas
graças da sua companheira. — Ele se virou e seguiu Meryn
para dentro da casa.
Segundos depois Aiden estava virando a cabeça de um
lado para o outro. Ele estapeou com a mão em frente ao
rosto.
— Ai! Meryn, volte! Droga, Felix, pare com isso! — Aiden
perdeu o equilíbrio e acabou caindo de costas. A pequena
partícula de luz atacou de novo e de novo antes de voar para
dentro e a porta fechar com tudo atrás dele.
Elizabeth e Gavriel aproximaram-se até ficarem cada um
de um lado do corpo caído de Aiden.
Colton assobiou atrás deles.
— Cara, você tá tão fodido.

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Alanea Alder
Gavriel olhou para o seu amigo que agora ostentava
pequenas escoriações vermelhas no rosto e suspirou, olhando
para ela, ele disse:
— Nós voltaremos. — Ele se inclinou e ajudou Aiden a
levantar. — Vamos, filhote, talvez aquele senhor da loja vá
saber uma maneira de acertar isso. — Aiden assentiu,
distraído. Gavriel deu-lhe um leve empurrão em direção à
garagem.
— Vou verificar a Meryn. Se estiver indo até a loja pode
pegar um par de barras de chocolate para mim? — Elizabeth
perguntou, tentando não sorrir. O pobre Comandante da
Unidade estava atordoado.
— Você pode ter o que quiser, minha companheira.
Obrigado por verificar a Meryn, ela é um pouco peculiar, mas
todos nós nos importamos com ela, — disse Gavriel.
— Você quer dizer que você se importa com ela, não é?
— Elizabeth provocou.
Gavriel assentiu.
— Eu estive com ela, dentro de casa, durante o mês
passado, já que não podia treinar no estado que estava. Ela
tornou aqueles longos dias suportáveis.
Elizabeth o beijou e o cutucou para ir atrás da forma
cambaleante de Aiden.
— Vá cuidar do seu comandante, tenho a sensação de
que você e eu vamos cuidar destes dois por um longo tempo.
Gavriel passou a mão no cabelo dela.
— Isso é mais do que provável, eles têm um futuro
turbulento reservado para si. — Elizabeth assentiu. Gavriel

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levantou a cabeça dela. — Você vê isso também? — ele
perguntou.
— Sim. Lembre-se, fui criada em torno de vampiros.
Estou acostumada a ter uma perspectiva visionária. Volte
depressa.
Ele a beijou uma última vez e seguiu atrás de Aiden.
A voz de Colton gritou:
— Vamos fazer s'mores5! Ai! — A cabeça dele se inclinou
para frente por Sasha lhe estapear.
Elizabeth riu das palhaçadas dos homens.
*****
Gavriel seguiu atrás de Aiden enquanto entravam na
loja. Ele queria pegar o chocolate para Beth e estava
morrendo de vontade de saber que conselho o senhor teria
para o Aiden. Andando atrás de seu comandante, se
aproximaram da caixa registradora onde o homem de idade
estava sentado folheando uma velha revista sobre armas. O
rosto do homem mais velho se iluminou quando viu Aiden se
aproximando.
— Bem, olha o que o gato trouxe. Já faz um tempo,
filho. Certamente você não precisa de mais produtos
femininos, considerando o quanto comprou da última vez em
que esteve aqui.

5
Petisco tradicional para fogueiras noturnas, consistindo de um
marshmallow assado no fogo e uma camada de chocolate entre duas fatias de
biscoito/bolacha.

MY
ProtectoR
Alanea Alder
— Senhor, eu... — começou Aiden. O velho ergueu uma
mão enrugada.
— Meu nome é Bartholomew, filho, pode me chamar de
Bart. Tenho a sensação de que lhe verei de monte, podemos
muito bem usar nossos primeiros nomes.
Aiden estendeu a mão dando à mão do homem idoso um
aperto rigoroso.
— Meu nome é Aiden McKenzie, este é o meu... amigo,
Gavriel Ambrosios. — Aiden apontou em sua direção. Gavriel
acenou com a cabeça.
Bart acenou com a cabeça de volta e virou-se para
Aiden.
— Ok, filho, qual a sua pergunta?
— O que se compra para uma mulher para voltar às
suas boas graças quando você a deixou muito, muito brava?
Bolo? Doces?
As rugas no rosto do velho enrugaram quando franziu a
testa.
— O quão brava a deixou, garoto?
— Ela tacou fogo no meu carro.
O velho piscou então começou a rir. Riu tanto que
começou a engasgar e chiar. Gavriel pensou que com certeza
Aiden havia matado o cavalheiro. Segurando o estômago, o
homem continuou a rir enquanto estendia a mão para pegar
uma caneta e um pedaço de papel. Com a mão trêmula,
rabiscou algo no papel e o passou a Aiden. Ele exalou e
enxugou os olhos ainda rindo consigo mesmo.
Aiden olhou para o papel.

MY
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Alanea Alder
— Este é um lugar que vende bom chocolate? — ele
perguntou.
— Não, filho. É o endereço de onde vendem joias.
Chocolate pode ajeitar um monte de coisas, mas não é o
mesmo que diamantes, se sabe o que quero dizer. Se sua
mulher tacou fogo no seu carro, então, filho, a única coisa
que pode ajudá-lo neste momento é algo brilhante. — O velho
esfregou a barriga arredondada e começou a rir de novo para
o desgosto de Aiden.
— Venha, senhor, conheço este lugar que ele está
recomendando, eles realmente vendem peças bonitas lá. Que
tal você ir esperar no carro enquanto eu compro essas barras
de chocolate. — Gavriel simpaticamente deu palmadinhas
nas costas de Aiden antes do comandante marchar de volta
para o carro. Gavriel virou-se para encarar o idoso.
O velho observou Aiden sair, coçando seu queixo com
barba por fazer.
— A mulher dele é esquentadinha desse jeito mesmo?
— Você não tem ideia.
— Que bastardo sortudo.
Gavriel balançou a cabeça.
— A minha é mais esquentadinha.
O velho balançou a cabeça e registrou a compra das
barras de chocolate.
— Tenho a sensação que vou ver vocês mais, garotos.
Gavriel pegou a sacola.
— Você provavelmente está certo.

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Alanea Alder
Assoviando, ele saiu da loja para se encontrar com
Aiden.
*****
Elizabeth olhou para onde os homens estavam reunidos
ao redor dos seus líderes de unidade, recebendo ordens para
os exercícios da tarde na ausência de Aiden.
Ela se aproximou e olhou para Colton, Keelan e Darian.
Colton ainda estava esfregando a nuca onde Sascha lhe
batera.
— Posso lhes perguntar uma coisa? — Os homens
assentiram. — Aiden é o seu Comandante de Unidade, como
é que nenhum de vocês disse nada quando Meryn estava
pondo fogo no carro dele? Vocês tiveram tempo de sobra para
impedi-la. — Ela ficara surpresa por nem mesmo um dos
guerreiros ter se mexido para contar ao Aiden o que Meryn
estivera tramando.
Colton olhou para Darian e Keelan e todos os três
estremeceram. Colton se virou para ela com uma expressão
irônica no rosto.
— Por causa de cinco palavras que Meryn nos disse
depois que se mudou.
— Quais? — Elizabeth perguntou.
— Eu. Sei. Aonde. Vocês. Dormem. — Colton
estremeceu.
Todos os guerreiros que estavam em torno deles
engoliram em seco.
Sascha sorriu.

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ProtectoR
Alanea Alder
— É isso que nós devemos esperar, quando nossas
companheiras começarem a chegar? — ele perguntou.
Colton riu.
— Lesões físicas? Não entender nenhuma única palavra
que sai de suas bocas? Um novo conjunto de regras de
conduta e ameaças de danos corporais? — Colton pensou
sobre isso, então assentiu. — Sim.
Todos os homens gemeram.
Sorrindo, Elizabeth deu uma tapinha no braço de
Colton.
— Vai melhorar. Estarei em casa acalmando a Meryn se
precisarem de mim.
— Boa sorte! — Keelan gritou.
Ela acenou para os homens e então entrou na casa. Ela
teve de ouvir por um segundo, mas rapidamente identificou
que os sons de frustração estavam vindo do escritório de
Aiden. Ela atravessou o corredor e abriu a porta.
— Você está bem, docinho? — Elizabeth perguntou,
entrando no escritório.
Meryn estava batendo nas coisas ao redor, murmurando
baixinho. Elizabeth podia ver uma luz agitada se movendo
rapidamente em torno da cabeça de Meryn.
— Estou bem! Ele é tão malditamente irritante! Ele foi
tão maravilhoso mais cedo e depois vem com essa merda. —
Meryn jogou uma das pastas de Aiden do outro lado da sala.
Este bateu contra a parede e deslizou para baixo. Elizabeth
estremeceu; ela teria que organizar aqueles papéis mais
tarde.

MY
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Alanea Alder
— Não querendo soar como se estivesse do lado dele,
mas acho que ele ficou preocupado por você estar lá fora,
especialmente com o feral sendo avistado tão perto da casa
hoje. Ele sabe que é apenas uma questão de tempo até que
percebam que Ryuu não está com nenhum feitiço defensivo
ativo. Eles estão ficando mais ousados. — Elizabeth se
aproximou e pegou a pasta antes de colocá-la na mesa de
Aiden.
Meryn sentou-se na cadeira de Aiden e franziu a testa.
Elizabeth esperou.
Meryn olhou para cima, um olhar surpreso no rosto.
— Você não vai me perguntar qual é o problema, não é?
— Não, se quiser me dizer, você pode, mas descobri que
quando se pressiona alguém por respostas eles raramente
respondem com a verdade. — Elizabeth sentou-se na cadeira
de couro em frente à Meryn.
— Tenho sido só um pouco malcriada este mês, —
Meryn confessou.
— Não! Diga que não é assim. — Elizabeth brincou.
Meryn sorriu e continuou:
— Ok, eu admito, às vezes posso ser um pouco brusca e
sei que sou peculiar, mas estive extrapolando com os caras.
Eu pensei com certeza que eles teriam me abandonado agora,
mas não abandonaram. Nem uma vez me disseram para
“parar de ser ridícula” ou “crescer”. Nunca me fizeram sentir
como se fosse um incômodo ou me disseram para calar a
boca, — ela fez uma pausa.
Elizabeth falou suavemente:

MY
ProtectoR
Alanea Alder
— Essas são palavras e respostas de outra pessoa não
são?
Meryn assentiu.
— Minha avó estava sempre me dizendo para “ficar
quieta” e “ir embora”. Achei que seria apenas uma questão de
tempo antes dos rapazes se cansarem de mim também.
Elizabeth se levantou e rodeou a mesa; fez Meryn ficar
de pé e lhe deu um abraço.
— Uma verdadeira família não faz coisas assim, Meryn,
e isso é o que temos aqui. Eles podem bater no peito como
primatas, agir como homens das cavernas, mas são nossos.
Eles nunca machucariam os seus sentimentos. Não só eles se
importam demais com você para fazer isso, como também
não correriam o risco de irritar o seu companheiro, ou o meu
por falar nisso. Gavriel é absolutamente louco por você. Ele
me disse hoje que você tornou os longos dias em que esteve
preso dentro de casa, suportáveis. — Elizabeth segurou a
pequena mulher à distância de um braço.
Meryn fungou e usou a manga para enxugar os olhos.
— É por isso que doeu tanto quando o Aiden me
dispensou. Eu sabia que ele não estava fazendo isso para me
machucar, mas de repente, eu tinha cinco anos de novo e
estava sozinha.
— Você não tem mais cinco anos e certamente não está
sozinha. Você tem aquele encantador elfozinho, que enfrentou
alguém cem vezes o seu tamanho por você, para não
mencionar o seu escudeiro. Pensei que ele ia derrubar o
Aiden quando aquela bola de fogo nos rodeou. — Elizabeth

MY
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Alanea Alder
sorriu quando Meryn riu; estava aliviada que a humana
estivesse retornando ao seu eu normal.
Meryn a olhou, os olhos dançando.
— Você viu os rostos deles quando fomos cobertas de
chamas azuis? — ela riu, então bufou, o que a fez rir ainda
mais.
Elizabeth riu junto com ela, e cada vez que Meryn
bufava, Elizabeth ria ainda mais. Não demorou muito para
que as duas mulheres estivessem no chão, debaixo da mesa,
rindo loucamente.
— Denka, assumo que pelas risadas que você está se
sentindo melhor? — Ryuu perguntou da porta.
Meryn ficou de joelhos para olhar por sobre a mesa, mas
quase não conseguia aparecer sob ela. Isso fez com que
Elizabeth começasse a rir novamente. Meryn a olhou.
Elizabeth mostrou a língua e enxugou os olhos. Meryn se
levantou, encarando seu escudeiro.
— Sim, estou bem. Esqueci por um segundo que sou
totalmente fodona.
Ryuu levantou uma sobrancelha e depois sorriu.
— Isso você é. Tive receio, por um momento, de que teria
que fazer algo doloroso com o seu companheiro, mas já que
você está rindo e não chorando, ele foi poupado.
— Ryyuuu! Você não pode simplesmente bater no meu
companheiro como se fosse uma criança com um brinquedo.
Ele é o Comandante da Unidade, pelo amor de Deus. —
Meryn acenou com os braços selvagemente.
Ryuu apenas a olhou fixamente.

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Alanea Alder
— Denka, esse título significa muito pouco para mim.
Sua saúde e bem-estar são minhas únicas preocupações. Se
a inépcia dele levar a outro incidente onde você termine
quase frita, então ele e eu definitivamente teremos uma
conversinha. — Ryuu cruzou os braços sobre o peito.
Meryn virou-se para ela.
— Eu não posso com ele! — ela disse, apontando para
Ryuu.
Elizabeth se levantou e tirou a poeira dos jeans.
— É assim que os escudeiros são, Meryn. O escudeiro
do meu tio ainda não se dirigiu ao meu tio com algum grau
de respeito. Sebastian vê meu tio como sua incumbência e
nada mais. De certa forma, acho que o meu tio precisa disso.
Ele sempre pode contar com o Sebastian para mantê-lo
humilde.
A expressão de Ryuu não se alterou.
— Eu não iria machuca-lo... de forma permanente. —
Ele deu de ombros.
Meryn bateu na testa, exasperada.
— Eu desisto! E... Estou com fome. — Com a
preocupação por seu companheiro esquecida, ela olhou para
Ryuu com olhos de cachorrinho.
Ele deu um leve sorriso e fez uma reverência.
— Preparei um lanche com os doces que as senhoras
compraram na cidade no início desta tarde, juntamente com
o seu chá favorito, Earl Grey.
— Você me ama! — Meryn virou-se para ela. — Você
vem?

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Elizabeth assentiu.
— Para bolos e chá? É claro que vou, estarei lá em um
momento. Preciso pedir ao Ryuu para encomendar um certo
chá para mim, especialmente considerando que vou viver
aqui.
Meryn deu de ombros e foi para o corredor; ela parou
por um segundo antes de se virar novamente em sua direção.
— Estou realmente feliz por você estar aqui, Coelhinha,
— Meryn confessou.
Elizabeth ficou muito emocionada para acabar com seu
rosto bonitinho por chamá-la de “Coelhinha”.
— Eu também, docinho.
Meryn sorriu e foi embora.
Ryuu olhou para a porta e levantou um dedo. Após
alguns segundos, abaixou a mão e virou-se para ela.
— Assumo que isso não seja sobre o chá?
— Eu não me importaria se você encomendasse um
pouco de chá inglês da Fortnum e Mason. Fiquei viciada
nessa coisa quando visitamos Londres. Mas não, o que eu
queria lhe perguntar é... você garantiu que todos os feitiços
foram desarmados? Não sou orgulhosa demais para admitir
que a bola de fogo desta tarde me assustou pra caramba. —
Ela estremeceu.
Ryuu fez uma careta.
— Não me lembre desse incidente. A maioria, na
verdade, ainda está em funcionamento, só serão ativados se
alguém tentar abrir uma janela e entrar pelo lado de fora. Nós
podemos ativar os feitiços das portas dianteiras e traseiras

MY
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sempre que desejarmos com os pequenos ornamentos de
bronze pendurados nas paredes perto das portas. Tenho
trabalhado junto com o Keelan no que precisaríamos para
estabelecer um perímetro permanente. É difícil porque você
não pode, por exemplo, proibir todos os shifters.
Precisaríamos ser muito específicos, mas fazendo assim,
podemos deixar muitas lacunas.
— Enquanto não existir nenhuma possibilidade de eu
ou meu companheiro, sermos queimados vivos, estou
satisfeita. Você escutou a nossa conversa? — ela perguntou.
Ele assentiu.
— Naturalmente.
— Você pode garantir que o Aiden entenda porque ela
ficou tão chateada? Não acho que a Meryn dirá qualquer
coisa, mas acho que, a menos que Aiden saiba porque isso a
impactou tanto, ele irá, inadvertidamente, cometer esse
mesmo erro novamente, e não vai ser culpa dele.
Ryuu suspirou.
— Suponho que esteja certa.
Elizabeth deu uma tapinha no braço dele.
— Tudo em um dia de trabalho. Espero que a Meryn não
tenha comido todos os bolinhos fritos de maçã. Ela estava
certa, eles são deliciosos. — Ela passou pelo corredor, em
direção a sala de estar para lutar com a Meryn por alguns
doces.
*****
— Ela estava chorando. — Aiden olhou para a caixa de
joia em suas mãos e balançou a cabeça.

MY
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Alanea Alder
Gavriel sabia que ferir Meryn o suficiente para fazê-la
chorar tinha devastado o seu comandante. Ele olhou de seu
amigo para a estrada.
— Estes são os tipos de coisas que cada novo casal
precisa enfrentar. Tudo o que você pode fazer é aceitar sua
culpa, pedir perdão e depois fazer o seu maldito melhor para
nunca machucá-la novamente.
— Eu sabia que ela teve uma infância de merda, mas ela
sempre fez pouco caso disso. No que eu estava pensando
para ignorá-la assim? — Aiden bateu com a pequena caixa
azul embrulhada para presente na testa.
— Quando voltarmos, humilhe-se e peça perdão... —
Aiden grunhiu. Gavriel continuou: — Depois se sente com ela
e a faça falar sobre as coisas das quais se sente insegura.
Faça-a saber que você não lê mentes e que não vai a lugar
algum.
Aiden virou-se para ele.
— Você a viu mais do que eu neste mês que passou, por
que ela pensaria que eu iria embora?
Interiormente, Gavriel suspirou. Tudo o que ele queria
era aconchegar-se com a sua companheira e aprender mais
sobre ela. Quando ele olhou e viu a confusão absoluta no
rosto de Aiden, sabia que precisava explicar-lhe, devia ao
menos isso a Meryn.
— Aiden, ela perdeu ambos os pais quando era muito
pequena. Isso, por si só, poderia causar problemas de
abandono, mas quando se leva em consideração uma avó que
ignorou a existência dela, aposto que ela esteve esperando

MY
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Alanea Alder
que nós lhe disséssemos para ir embora, ou que
começássemos a ignorá-la completamente. Você realmente
não poderia ter ferrado mais com as coisas.
Quando ele olhou, Aiden estava encarando-o de boca
aberta.
— Oh, Deuses, meu pobre bebê.
— Você só vai ter que dizer a ela todo dia, pelos
próximos aproximadamente cinquenta anos, como se sente a
seu respeito, — Gavriel sugeriu.
Aiden concordou com a cabeça e olhou para frente.
— Dirija mais rápido.
Gavriel assentiu.
— Sim, senhor.
*****
Elizabeth estava tomando seu chá quando ouviu uma
porta de carro se fechar com força no exterior. Meryn se virou
para ela, um olhar de pânico no rosto.
— E se ele me odiar porque incendiei o seu carro? — ela
sussurrou.
— Ele não vai, só converse com ele, Meryn. Ele pode ser
um shifter, mas ainda é um macho. Use palavras simples,
não um monte de sílabas e você vai ficar bem, — ela sugeriu.
— Certo. Palavras simples. Entendi. — Meryn torceu os
dedos na frente dela, nervosamente.
Quando ouviram a porta da frente abrir e fechar, Meryn
parecia que ia ficar doente.
— Respire, — Elizabeth sussurrou. Meryn assentiu.

MY
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Alanea Alder
Aiden entrou na sala, Gavriel atrás dele. Elizabeth
sempre tinha namorado shifters ou faes. Gostava de seus
corpos e músculos maiores, mas vendo seu companheiro ao
lado do shifter urso, de repente ficou sem fôlego. Lembrou-se
da forma como o seu corpo esculpido com músculos esguios
parecia inclinado sobre ela, ele fazia o Comandante da
Unidade parecer desajeitado e avultado em comparação.
— Meryn, — Aiden disse rigidamente.
— Aiden. — Meryn olhou para as próprias mãos.
Elizabeth olhou para seu companheiro, que deu de
ombros. Depois de outro minuto de silêncio, Elizabeth se
inclinou e sussurrou:
— Se lembra do que eu disse?
Meryn assentiu antes de se voltar para o Aiden.
— Quer. Fazer. Sexo?
Elizabeth ficou surpreendida com a rapidez com que
Aiden se moveu, para um homem tão grande ele alcançou
sua companheira em tempo recorde. Meryn riu enquanto
Aiden a pegava nos braços e passava a beijar cada centímetro
exposto de sua pele. Aiden se virou e quase correu para fora
da sala.
Balançando a cabeça, ela pegou sua xícara e tomou
outro gole.
— Eu disse mesmo para ela usar palavras curtas com
poucas sílabas.
Gavriel se empertigou mais e estendeu uma pequena
sacola de plástico branco na frente dela.
— Para você, minha querida.

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Elizabeth lambeu os lábios e estendeu a mão para pegar
a sacola.
Gavriel a tirou de seu alcance.
— Você tem que pagar.
Elizabeth o olhou, desconfiada.
— O que isso irá me custar?
Gavriel gentilmente baixou a sacola para as mãos dela.
— O resto da tarde comigo, eu gostaria de conhecer
minha companheira muito, muito melhor.
— Se conseguir nos garantir o almoço com o Ryuu,
temos um acordo. Tudo o que comi hoje foi cafeína e açúcar.
Isso pode ser normal para a Meryn, mas sou uma shifter e
preciso de mais sustância.
Gavriel tirou-a da cadeira para seus braços.
— Fechado. Vá lá para cima e vou ver o que posso
encontrar para o nosso almoço.
Elizabeth levantou-se, jogou os braços em volta do
pescoço dele e o beijou. Ela tivera a intenção de surpreendê-
lo, mas o feitiço se voltou contra o feiticeiro. Ele tomou o
controle do beijo e quando terminou ela estava ofegante.
— Vampiro sorrateiro, — ela murmurou, dirigindo-se ao
saguão.
— É claro, e sou mais sorrateiro que a maioria, — ele
admitiu.
— Depressa com a comida.
— Como desejar6.

6
No original “As you wish”, uma frase famosa do filme “A Princesa Prometida”.

MY
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Elizabeth virou-se para olhá-lo. Ele acabara de citar “A
Princesa Prometida”?
Gavriel a olhou, uma expressão inocente no rosto.
— O que?
Ela não conseguia determinar se ele estava brincando
ou não.
— Maldito vampiro.
Sua risada a seguiu até o saguão.

MY
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Capítulo 7

Gavriel tinha acabado de chegar à cozinha quando ouviu


o ofego surpreendido de Beth e depois o som de alguma coisa
ou alguém desabando pelas escadas.
Beth!
Ele correu até o saguão para encontrar sua
companheira estirada no chão olhando para cima. Ela piscou
lentamente, depois começou a mover cada membro
separadamente. Gavriel ajoelhou-se ao seu lado buscando
por quaisquer sinais de traumatismo craniano. Colton e
Keelan vieram correndo da sala de mídia. Os dois olharam
para baixo com olhos arregalados.
— Merda! Elizabeth, você está bem? — Keelan
perguntou, ajoelhando-se do outro lado dela, pegando sua
mão. Ele entoou um feitiço em voz baixa e suas mãos
entrelaçadas começaram a brilhar.
— Tudo bem, isso é normal. Meus braços e pernas estão
bem, mas acho que as minhas costelas estão trincadas, — ela
disse entre respirações superficiais.

MY
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Alanea Alder
Keelan assentiu.
— Não consigo “ver” a lesão, mas há, definitivamente,
um trinco, você tem sorte que eu não vejo uma quebra. Este
feitiço deve ajudá-la a se curar mais rápido, mas você vai
precisar descansar por um tempo. — Ele sentou-se sobre os
calcanhares.
Gavriel pegou-a delicadamente e a abraçou. Keelan se
levantou e limpou as calças. Gavriel estava agradecido por
Keelan estar em casa para curar sua companheira, mas o que
aconteceria da próxima vez? E se ninguém estivesse em casa?
E se ela tivesse se machucado seriamente? Seu coração
continuou a tentar subir pela garganta. Ele se virou para o
Colton.
— Se lhe pudesse pedir um favor? Poderia procurar o
Ryuu na cozinha e ver se ele pode montar um almoço para
nós? Quero levar Beth ao andar de cima, e colocá-la na cama
para descansar.
Colton o olhou.
— Claro que posso. Você cuide da Beth e estarei de volta
em um segundo. — Ele piscou para Beth e se virou para
seguir em direção à cozinha.
Keelan sorriu para Beth e olhou para Gavriel.
— Se precisar de mim é só chamar. Posso fazer outro
feitiço de cura em algumas horas, o que deve juntar os ossos
completamente. — Ele estalou o pescoço. — Sabe, um almoço
parece muito bom agora. Sempre fico com fome depois de
fazer feitiços e fizemos muitos hoje. — Ele fez uma saudação
e seguiu Colton até a cozinha.

MY
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Alanea Alder
— Eu consigo andar, — Beth protestou, corando.
— Se as coisas fossem à minha maneira, você nunca
mais andaria. — Ele se virou e começou a subir as escadas.
— Eu só vou te amarrar a minha cama onde eu sei que você
estará segura. — Gavriel quase tropeçou em si mesmo
quando as pupilas dela dilataram.
— Isso não soa tão ruim, — ela sussurrou, sorrindo.
Política. Política e reuniões do conselho. Pense em
qualquer coisa, exceto nela nua e amarrada à cama.
— Se tais coisas lhe interessam, seria meu dever como
seu companheiro lhe satisfazer, — ele murmurou contra sua
orelha. Quando chegaram ao andar de cima, ele virou à
esquerda e caminhou em direção ao quarto deles.
— Dever, é? — ela perguntou, arqueando uma
sobrancelha para ele.
— Eu sou muito diligente e minucioso quando se trata
dos meus deveres. — Ele estendeu a mão e virou a maçaneta
da porta. Abriu a porta com o ombro e a fechou com um
chute atrás dele. Delicadamente ele a deitou na cama e
puxou as cobertas para cima. O choque no rosto dela
acalmou seu orgulho. Ela o queria tanto quanto ele a queria.
— Não, sério, eu estou bem. — Ela foi afastar os
cobertores e ele balançou a cabeça.
— Você descanse um pouco. Irei ligar para o seu tio. —
Ele puxou as cobertas para cima novamente.
Fazendo beicinho, ela o olhou, mas depois bocejou.
Corando novamente ela se aconchegou nas cobertas.
— Ok, mas me acorde para o almoço.

MY
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Alanea Alder
— Certamente, querida. — Ele se inclinou e beijou sua
testa.
— Melhor. Companheiro. Do. Mundo, — ela disse e
fechou os olhos.
Sentindo-se como se pudesse conquistar o mundo, ele
saiu do quarto e entrou no escritório. Fechou a porta e
caminhou até se sentar em sua mesa. Pegou o telefone e
discou o número para o escritório principal do líder vampiro.
— Escritório do Ancião Rioux, posso perguntar quem
está falando e a natureza de sua ligação? — perguntou uma
voz feminina seca.
— Aqui é o Gavriel Ambrosios, ligando para falar com o
Magnus, — Gavriel disse.
— Sr. Ambrosios, qual é a sua posição? — ela
continuou.
Gavriel puxou o telefone para longe da orelha e o
encarou. Ele havia saído da sociedade vampira por um
tempo, mas maldição, ela deveria conhecer seu nome!
Embora apreciasse o fato de que seu povo tinha uma
estrutura e não estavam cientes de sua idade, ele não gostava
de ter que dançar segundo as normas de outra pessoa.
— Eu sou o segundo em comando do Comandante Aiden
McKenzie, da Unidade Alfa em Lycaonia, — ele explicou.
— Oh. Shifters, — ela bufou e continuou. — Sr.
Ambrosios, se deixar uma mensagem, o Ancião Rioux irá lhe
retornar tão logo possa. Caso contrário, posso te marcar uma
reunião por telefone. Vejamos, a sua próxima abertura

MY
ProtectoR
Alanea Alder
disponível é dia 17 de março. — A voz dela era
condescendente.
Dia 17 de março era a mais de quatro meses dali!
Rangendo os dentes, ele respirou fundo.
— Eu não posso esperar quatro meses para falar com
ele. Se você apenas o avisasse quem está no telefone tenho
certeza que ele atenderia minha ligação.
— Sr. Ambrosios, o Ancião Rioux é um homem muito
importante; ele não tem tempo para falar com cada pessoa
que acha que tem um problema. Sugiro que leve o seu
problema para o Ancião local primeiramente, se ele o
considerar importante o suficiente, tenho certeza de que irá
procurar o Ancião Rioux, — ela aconselhou, retirando a oferta
de marcar uma reunião por telefone.
— O que eu preciso discutir com ele é de natureza
pessoal, e não pode ser discutido com o René. Por favor, me
coloque em espera e diga ao Magnus que estou no telefone.
Como lhe disse: tenho certeza de que ele irá atender a minha
ligação, — ele explicou novamente. Diabos que ele iria até o
René para perguntar sobre a Beth!
— Para você é Ancião Evreux e Ancião Rioux, senhor!
Eu, honestamente, não sei quem você pensa que é, mas eu
não vou permitir que você fale sobre nossos Anciões de forma
tão desrespeitosa! — ela praticamente guinchou antes da
linha ficar muda.
Gavriel respirou fundo antes de tentar usar seu telefone
novamente. Ele não queria comprar um novo porque havia
esmagado esse em sua mão.

MY
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Alanea Alder
Ele discou o número novamente e esperou.
— Escritório do Ancião Rioux, posso perguntar quem
está falando e a natureza de sua ligação? — perguntou a
mesma voz feminina.
Gavriel nem sequer se preocupou com as sutilezas desta
vez.
— Coloque o Magnus no telefone nos próximos cinco
minutos, ou terá de explicar para o Magnus porquê ele,
repentinamente, perdeu seu assento do conselho. Sou Gavriel
Ambrosios. Eu estava defendendo o nosso povo antes de você
e nossos Anciãos nascerem. Não só tenho idade suficiente
para ser pai tanto do René quanto do Magnus, como também
possuo cinquenta e cinco por cento de cada propriedade dos
principais vampiros desde o primórdio do nosso povo. Depois
de colocar o seu Ancião no telefone, sugiro que tire um tempo
para reler sobre as casas governantes do nosso povo. A Casa
Ambrosios é a casa mais antiga e mais reverenciada da raça
dos vampiros, — ele silvou.
— O quê? Eu? E... e... espere... por favor, — A mulher
gaguejou.
Respirando pesadamente, ele silenciosamente se
amaldiçoou por perder a cabeça. Sua transição estaria
chegando ao ápice em breve, e ele estava achando cada vez
mais difícil manter-se sob controle.
— Quem diabos é? E por que a minha secretária está em
lágrimas? — uma voz irritada exigiu.
— Olá, Magnus, é o Gavriel Ambrosios. Você pode
querer certificar-se de que a sua secretária saiba quais são as

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Alanea Alder
famílias fundadoras antes que ela diga a outro de nós para
deixar uma mensagem, ou ir até o nosso Ancião falar sobre
questões insignificantes, — Gavriel disse ácido.
— Oh, pelo amor de Deus, Gavriel! — A voz de Magnus
ficou mais abafada. — Sim, ele é quem diz ser. Sim, é um
membro fundador. Eu não sei porquê ele não está listado em
seus livros, você terá que descobrir o motivo disso e corrigir
isso antes de voltar aqui amanhã. Oh, pelo amor de Deus,
mulher, pare de chorar e tire o resto do dia de folga.
Gavriel ouviu um clique, silêncio e então, segundos
depois, a voz de Magnus estava de volta soando muito mais
clara do que antes.
— Pronto. Te transferi para a minha linha pessoal. É
melhor você estar tratando a minha Bethy melhor do que
tratou a minha secretária, — Magnus rosnou.
— Não. Magnus, simplesmente não. Mais tarde. Pode me
repreender mais tarde tudo o que desejar, apenas não agora.
— Gavriel elevou uma mão e repousou a testa contra ela.
Como ele deveria manter a Beth segura quando mal estava
funcional?
— Inferno, Gavriel, sinto muito. O quão ruim está? Não
vou gastar saliva perguntando em qual transição você está, já
que sei que você não vai responder, mas saiba que é da
família agora. Eu nunca faria nada que machucaria a minha
Bethy. Você tem seus motivos para manter sua idade em
segredo. Se é importante para você, agora é importante para
mim. — A voz de Magnus soava sincera.
Gavriel fechou os olhos e recostou-se na cadeira.

MY
ProtectoR
Alanea Alder
— Já perdi a conta. Mas esta é a pior que já tive. Não
consigo obter sangue o suficiente, a fome está sempre lá. A
única vez que ela recua, mesmo que por um pouquinho, é
depois que me alimento da Beth. Não tenho certeza se ela ser
a minha companheira é o que faz a diferença.
— Se é tão ruim quanto diz, o seu corpo está se
preparando para um grande aumento de poder. Não é nem
mesmo dezembro, Gavriel, quanto tempo mais você tem? A
maioria dos ápices vampíricos acontece perto da Longa
Noite7.
— Meu ápice deve estar chegando em breve. Não me
recordo muito sobre a minha infância, mas me lembro da
minha mãe me dizendo que eu era especial porque nasci mais
cedo, acho que o meu aniversário será em breve.
— Você nem sequer se lembra mais do seu aniversário?
— Magnus perguntou suavemente.
— Eu esqueci mais do que toda a nossa raça se recorda.
— Gavriel abriu os olhos; inclinando-se para trás, olhou para
o teto branco austero.
— Pelo Sangue Sagrado, está falando sério, não é? —
Magnus sussurrou.
— Temo que sim. Vamos apenas dizer que existem
muitos fatos que consigo corrigir até mesmo dentro de nossos
livros de história, — ele disse, esperando que Magnus
conseguisse ler entre linhas no que se referia à sua idade.
Ele ouviu papéis sendo movidos e som de digitação.
7
Longa Noite, a noite mais longa do ano, refere-se ao Solstício de Inverno que,
no hemisfério norte, ocorre no dia 22 de dezembro.

MY
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Alanea Alder
— Vou fazer um anúncio para o nosso povo a respeito de
seu acasalamento com a Beth. Também avisarei que, a
menos que eu encontre uma companheira própria e produza
um herdeiro, estou nomeando Beth como herdeira da minha
casa e você como herdeiro do meu assento do conselho. As
pessoas aqui em Noctem Falls conhecem e respeitam a Beth,
apesar do fato dela ser uma shifter. Irão ouvi-la se algo
acontecer comigo. — Ele fez uma pausa e baixou a voz. — Eu
falei com a Beth mais cedo, algo está se aproximando e quero
que as nossas Casas estejam unidas e inexpugnáveis antes
que esta ameaça desconhecida descenda sobre nós. Podemos
evitar possíveis ameaças se o inimigo tiver que enfrentar as
Casas Ambrosios e Rioux juntas, — disse Magnus.
Gavriel ouviu o som de mais papéis farfalhando.
— Você não tem que fazer isso, ainda tem muito tempo
para encontrar a sua própria companheira. Você não é tão
velho, Magnus.
Magnus riu.
— Deuses, você, na verdade, me faz me sentir jovem e
isso diz muito, meu amigo. Olhe para isto deste modo: nosso
inimigo pode colocar alguém para me proteger para evitar ter
de lidar com você.
Gavriel sorriu.
— Isso é provavelmente, ao menos, uma meia verdade.
— Você não ligou para me assediar, não é? — Magnus
perguntou.
— Não, na verdade liguei para conseguir o número de
telefone do Broderick Monroe.

MY
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Alanea Alder
— Irei enviar por mensagem seu contato assim você
poderá adicioná-lo à sua lista de contatos. Tem certeza de
que a Beth está bem?
— Ela caiu de um tombo das escadas, e eu quase engoli
minha língua. Estava esperando que Broderick pudesse me
fornecer informações sobre como foi capaz de criá-la até a
idade adulta inteira. — O telefone de Gavriel tocou quando as
informações de contato chegaram.
Magnus começou a rir.
— Nem Broderick nem a Beth sabem, mas Caspian veio
a mim logo depois que acasalou com o pai de Beth. Ela tinha
apenas cerca de um ano de idade na época; não acho que ele
tivesse dormido em dias. Toda vez que se afastava, ela
encontrava-se em uma nova situação de risco de vida. O que
nos assustava até à morte era que ela nunca chorava ou
tentava pedir ajuda. Um dia a encontrei mancando pelo
corredor do palácio com o braço quebrado pendurado na
lateral. Pobre Cas, esteve a ponto de enlouquecer. Desde seus
dois anos de idade, até que completou trinta anos, lhe atribuí
um curandeiro bruxo e um vampiro para segui-la por quase
todo o dia. Aos trinta ela sabia como encontrar alguém ou
chamar por ajuda quando se machucasse. Não vou te dizer o
quanto tive que pagar de indenização aos dois responsáveis
por sua proteção, mas vou dizer-lhe que tinha que cobrir a
terapia pelo Transtorno de Estresse Pós-traumático, pobres
coitados. — Magnus riu novamente e Gavriel colocou uma
mão no estômago, sentia-se como se fosse ficar doente.

MY
ProtectoR
Alanea Alder
“Ainda assim, apesar de sua antinatural má sorte,
nunca tive uma assistente mais dedicada. Levei anos para
encontrar uma substituta depois dela decidir sair de casa
para ver como os humanos viviam. Ninguém era sequer
metade de competente quanto ela. Não acho que você estaria
interessado em desistir de ser um guerreiro de unidade e se
mudar de volta para Noctem Falls? A Beth poderia voltar a,
praticamente, administrar as coisas por mim e você poderia
garantir que o nosso povo não se esqueça da sua aparência,
— Magnus adulou.
— Receio que não. Sou necessário aqui; você
simplesmente terá que continuar substituindo as suas
secretárias, — Gavriel brincou.
— Droga. Mantenha-me informado sobre o que está
acontecendo aí. Ignore o René e me ligue diretamente. —
Magnus instruiu.
— Certifique-se de que sua secretária te passe a minha
ligação, — Gavriel disse acidamente.
— Hah! Dê a Beth o meu amor.
— Irei, obrigado novamente, Magnus.
— A qualquer hora.
Gavriel desligou se sentindo exausto. Conhecendo
Magnus, sua companheira havia crescido com a melhor
proteção que o dinheiro poderia comprar e ainda assim
conseguira se machucar em uma base regular. Ela estava
amaldiçoada? Como Magnus tinha chamado? Má sorte
antinatural? Balançando a cabeça, discou o número de
Broderick Monroe.

MY
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Alanea Alder
Broderick atendeu no segundo toque.
— Olá? Quem é?
— Olá, senhor, aqui é o Gavriel Ambrosios.
Ele ouviu uma risada.
— Eu sabia que você logo contataria.
No fundo, Gavriel ouviu uma segunda voz masculina
perguntar: “É ele?”
— Sim, Caspian, é o companheiro da Beth. Gavriel,
estou lhe colocando no viva-voz. — Após uma breve pausa,
ele ouviu Broderick retornar à linha. — Certo, nós dois
estamos aqui. Como foi que a Beth se machucou? — ele
perguntou.
— Caiu da escada.
— Ahh. Sim, ela não se dá bem com escadas ou tapetes.
Basicamente tudo em que se há um perigo de tropeçar é um
desastre à espreita, — disse Broderick.
— As superfícies planas são melhores, mas não uma
garantia, — ele ouviu Caspian acrescentar.
— Ela não vai querer usá-lo, mas faça-a colocar de novo
seu colar de “Alerta”. Você vai precisar muda-lo para que, se
ela o ativar, ele contate você e amigos locais em vez de nós.
Ela absolutamente odeia o colar, mas ele salvou a vida dela
mais de uma vez, — disse Broderick.
— Nós o mandamos fazer para o seu décimo sexto
aniversário, muita magia fae foi posta nele, — explicou
Caspian.
— Como vocês não perderam a cabeça de preocupação?
— Gavriel exalou.

MY
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Alanea Alder
Ele ouviu os homens rirem.
— Quem disse que ainda não perdemos? — Caspian
perguntou.
— Houve muitas noites onde nós só nos deitávamos na
cama e encarávamos o teto e rezávamos para quem estivesse
ouvindo que ela vivesse mais do que nós. Agradecíamos a
cada noite depois dela ir para a cama que ela sobreviveu mais
um dia. Os anos em que ela morou entre os seres humanos,
foram os piores. — A voz de Broderick falhou.
— Ela está segura agora, amor, — Caspian murmurou.
— Está? Está mesmo? Gavriel, ela nos disse que você
estava passando por sua transição, que você tem um inimigo
vigiando Lycaonia, que até mesmo ameaçou a companheira
do Comandante de Unidade McKenzie e, além disso tudo,
meu precioso bebê é o tipo de pessoa que não consegue nem
checar o correio sem sofrer uma concussão. Ela está segura
aí com todos os perigos e com você? — Broderick perguntou.
Gavriel mudou o telefone para o outro ouvido.
— Todos os guerreiros da unidade têm patrulhado dia e
noite, além de nosso treinamento diário para manter a cidade
e as pessoas seguras. Criamos novos protocolos e exercícios
para nos ajudar a combater esse novo inimigo. Somente hoje
instalamos alarmes e feitiços de proteção aqui na propriedade
Alfa para manter nossas companheiras em segurança.
Mesmo com esta nova ameaça, sinceramente sinto que ela
está mais segura aqui com a Unidade Alfa do que em
qualquer outro lugar, — ele disse.

MY
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Alanea Alder
— Ela está segura com você? A última transição do meu
irmão foi brutal. Quanto mais ganhamos em termos de
habilidades e força, mais difícil é a transição para nós, e
aquela foi a transição que o colocou em posição de se tornar
nosso Ancião, então você sabe quão perigosa foi. Perto do fim,
logo antes de seu ápice, ele ficou selvagem. Entramos em
nosso estado mais agressivo antes de ganharmos nossas
novas habilidades. Dada à estranha má sorte da Beth, ela
está realmente segura ao seu lado? — Caspian perguntou, a
voz dura.
Gavriel não respondeu de imediato. Pensou sobre o
número crescente de situações onde tinha perdido o controle
recentemente. Seu primeiro encontro com Beth tinha sido
quase violento e sabia que só pioraria quanto mais perto
chegasse do seu ápice. Ele procurou dentro de si mesmo por
uma resposta. Quando chegasse a hora, ele reconheceria a
sua própria companheira? Por fim, deu a única resposta que
podia:
— Eu não sei. Quero lhes assegurar... inferno, quero me
assegurar de que nunca a machucaria. Mas não posso
garantir isso. Posso jurar a vocês que eu nunca,
conscientemente ou voluntariamente, encostaria um único
dedo sobre minha companheira com raiva. Que morreria para
protegê-la, mas vocês podem estar certos, eu posso ser um
perigo maior para ela do que o nosso inimigo. — Ele cobriu os
olhos com a mão. — Talvez eu devesse mandá-la de volta
para Noctem Falls, para vocês.
Um dos homens exalou alto.

MY
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Alanea Alder
— Proteja-se. Logo antes do ápice do meu irmão atingi-
lo, ele sabia que estava chegando e pediu para ser
acorrentando. Isso foi a única coisa que manteve seguro
aqueles ao redor dele, incluindo eu mesmo. Eu quero te dizer:
“sim, mande ela pra nós”, mas sei que isso seria errado.
Companheiros pertencem juntos. Se a Destino levou a Beth
para a sua vida, agora de todos os momentos, então eu tenho
que acreditar que ela está aí por uma razão. Eu tenho que
acreditar, ou vou perder a cabeça com preocupação, —
Caspian admitiu.
— Obrigado por isso. Estive sem uma companheira por
muito tempo, pensei que a Destino tivesse me esquecido, —
Gavriel disse lugubremente.
— Se há uma coisa que aprendi em minha curta vida, é
que a Destino tem seu próprio jeito de fazer as coisas. Nós
podemos só vislumbrar as peças, mas há uma tapeçaria
muito maior sendo tecida da qual não sabemos nada. A
Destino não lhe esqueceu, Gavriel, ela estava apenas
esperando que a nossa Bethy crescesse, — Caspian disse
gentilmente.
— Graças a todos os Deuses que os dois cuidaram dela
do jeito que fizeram, ou eu poderia nunca tê-la tido
absolutamente. Existe algo que eu possa fazer para
minimizar os, hum, acidentes?
— Não querendo fazer a Beth parecer juvenil, porque ela
não é infantil nem em imaginação, na verdade, quando ela
não está ativamente tropeçando, caindo ou tombando ela é
muito graciosa e equilibrada, mas você pode querer

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considerar colocar “asseguramentos pra bebês” na
propriedade, — aconselhou Caspian.
— Asseguramentos pra bebês? O que é isso? — Gavriel
pegou um bloco de papel e uma caneta. No topo escreveu um
lembrete para mudar o colar de alerta dela.
— Oh, inferno, imagino que você não teria muita
experiência com crianças. Mas é fazer coisas como colocar
almofadas ao redor de uma lareira de tijolos para que a borda
angular não fique exposta ou substituir móveis de vidro com
quinas perigosas. Ter um monte de superfícies suaves e com
estofamento. As escadas sempre serão um perigo, mas por
agora ela já aprendeu como cair delas com o mínimo de
danos, — Broderick explicou.
— Se estiverem juntos, tente manter uma mão junto
dela o tempo todo, nunca se sabe quando ela simplesmente
irá cair, — Caspian acrescentou.
— Nunca, jamais a deixe entrar na cozinha, jamais.
Existem muitas maneiras de algo dar errado. — Gavriel quase
podia ver Broderick estremecendo. Ele tomou notas
rapidamente.
— Temos um escudeiro vivendo aqui na propriedade
Alfa, então ela não deverá ter que ir para a cozinha com
frequência, — ele disse.
— Graças aos Deuses, — Caspian murmurou.
— Não a deixe pedir peixe muito frequentemente; nós
levamos um susto quando ela se engasgou com algumas
espinhas que supostamente haviam sido removidas, —
Broderick continuou.

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Alanea Alder
— Os banheiros são perigosos também, mas, bem, nós
tivemos que deixá-la sozinha lá por razões óbvias; mas você
não tem restrição nessa área, — Caspian disse, então limpou
a garganta.
— Garagens, lojas de ferragens, armazéns e oficinas são
especialmente arriscadas. — Broderick continuou listando os
lugares a qual a sua companheira não podia ir.
Gavriel fez uma pausa em sua escrita da lista.
— Nós temos um arsenal nas proximidades.
— Oh. Meus. Deuses, — Broderick sussurrou.
— Não. Simplesmente, não! Você não só precisa trancar
a porta, precisa de um sensor biométrico para mantê-la fora!
— Caspian parecia como se fosse hiperventilar.
— Calma, meu amor, respire, — disse Broderick.
— Ela não é estúpida o bastante para brincar com
armas! — Gavriel disse acaloradamente. Sua companheira
não era imatura ou imprudente.
— É claro que não é! Ela é uma mulher madura,
responsável e firme. Mas, de alguma forma, ela irá encontrar-
se em uma situação onde precisará ir até o arsenal e então,
assim que ela estiver lá dentro, algo horrível vai acontecer. —
Caspian disse entre ofegos.
— Gavriel, a Beth não é desajeitada; ela, literalmente,
tem a pior sorte que já vi. Ela vai entrar no arsenal e, por
alguma razão desconhecida, uma pilha de caixas contendo
granadas, que não se moveram há anos, de repente irá
desmoronar. Durante esse processo vários pinos vão sair e

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Alanea Alder
ela vai ficar presa sob as caixas caídas. — Broderick fez uma
pausa. — Suponho que você não assista a filmes humanos?
— Meryn tem nos feitos assisti-los mais para que
possamos entendê-la.
— Já assistiu Premonição? — ele perguntou.
— Ai, caralho, — Gavriel sussurrou.
— Sim, isso resume tudo. — Broderick soava abatido.
— Eles fazem roupas de plástico-bolha com dispositivos
de rastreamento? — Gavriel brincou.
— Poderíamos começar um protótipo, — Caspian
ofereceu imediatamente.
— Eu simplesmente vou mantê-la no nosso quarto, —
Gavriel disse, pondo a caneta de lado. Essa era a única
maneira de mantê-la segura.
— Mas este é o problema, você precisa deixá-la sair
sozinha. Vai observá-la tropeçar e cair. Ela vai quebrar ossos
e esfolar a pele. Você vai querer chorar por ela enquanto
estiverem colocando seus ossos no lugar e costurando sua
pele, mas terá que deixá-la cair, — disse Broderick.
— Por que diabos eu faria isso? — Gavriel praticamente
gritou.
— Se você estiver constantemente segurando-a e
protegendo-a a cada passo, ela não terá a força ou a
confiança para ficar de pé sozinha. Se lhe disser como e onde
pisar ela não será capaz de seguir a vida, e se não deixá-la
andar, nunca a verá voar. E quando ela está confiante e
voando pela vida, ela brilha. — A voz de Broderick soava
reverente.

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Alanea Alder
Gavriel sentiu um profundo sentimento de admiração
por estes dois homens. Eles haviam sido fortes o suficiente
para ver a pessoa que amavam mais que a vida, lutar através
de tanta dor para se tornar a mulher forte de hoje.
— Deve ter sido muito difícil vê-la crescer. Não sei se
terei forças para vê-la se machucar, — Gavriel admitiu.
Os dois homens riram.
— Crescer? Gavriel, isso foi na semana passada, quando
a observamos se recuperar depois de cair dequela janela do
escritório. Ela caiu da cadeira de rodas e quebrou o outro
braço. — Caspian riu junto com seu companheiro.
Gavriel afastou o telefone e o encarou com horror. Sua
mente corria. Como poderia manter sua companheira viva?
Ele colocou o telefone de volta ao ouvido.
— Então, em quanto tempo estavam pensando para
aquele traje de plástico-bolha? — ele perguntou.
Os homens só continuaram a rir.
Merda!

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Alanea Alder
Capítulo 8

Beth ouviu a porta do escritório abrir e fechar, depois o


som de uma bandeja sendo colocada sobre a cômoda.
Segundos depois, a cama afundou. Ela abriu os olhos e olhou
para seu companheiro. Ele parecia exausto e preocupado. Ela
estendeu a mão e afastou o cabelo do rosto dele.
— O que quer que esteja lhe preocupando, vai ficar tudo
bem, — ela sussurrou.
O sorriso dele era forçado.
— Está com fome, querida? Colton deixou uma bandeja
para você.
Ela balançou a cabeça e se aconchegou mais perto dele.
— Volte a dormir, querida, você precisa descansar. Vou
acordá-la para o jantar. — Ele puxou os cobertores ao redor
deles e se enrolou atrás dela, puxando-a para perto. Elizabeth
fechou os olhos e desfrutou da sensação dele. Do nada, o
pensamento de que esta agora era a sua casa a atingiu.
— Gavriel?
— Sim, amor?

MY
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— Estaria tudo bem se eu pedisse ao meu tio para me
enviar as minhas coisas? — Agora que ela sabia que estaria
vivendo ali, queria o resto de seu guarda-roupa consigo.
— É claro, eu vou esvaziar uma parte do closet amanhã.
— Ele beijou sua nuca.
Parte do closet? Isso é tão fofo. Oh bem, ele vai descobrir
em breve.
Sorrindo, ela se permitiu relaxar e voltar ao seu cochilo.
*****
— Beth, querida, é hora de acordar. — Ela sentiu uma
mão no ombro. Piscando, olhou para cima. Seu companheiro
estava de pé ao lado da cama parecendo tão elegante como de
costume, enquanto ela quase podia sentir a confusão de seu
cabelo.
— Já é de manhã? — ela perguntou.
Gavriel balançou a cabeça.
— Não, é hora do jantar. — Ela podia dizer que ele
estava tentando não sorrir.
— O quão ruim está?
— Você pode querer passar no banheiro antes de
descermos. — Os olhos dele dançavam com riso. Ela queria
puxar o travesseiro sobre a cabeça. Suspirando, ela se
levantou e foi até o banheiro. A dor em sua lateral quase
havia sumido. Ela estendeu a mão para a maçaneta da porta
e percebeu que Gavriel estava permanecendo bem perto dela.
Virando-se, ela olhou-o nos olhos.
— Eu não preciso de uma babá, Gavriel.
— Talvez eu só queira estar sempre perto de você.

MY
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Alanea Alder
— Tudo bem, mas vai ficar aqui enquanto fico
apresentável, — ela rebateu.
Ele assentiu e apontou para o banheiro.
— Vou esperar bem aqui.
Ela bufou e entrou no banheiro, fechando a porta atrás
de si. Quando olhou para si mesma no espelho, ofegou. Do
outro lado da porta, ouviu a risada dele. Seu cabelo estava
esticado para cima. Mortificada, ela ligou a água e molhou o
cabelo. Passou uma escova pela bagunça emaranhada até
que parecesse menos com uma fugitiva de um manicômio e
mais como a socialite que era. Passou pó compacto no rosto e
acrescentou um pouco de batom. Ela estava tão pálida que
precisava do toque de cor que o batom fornecia.
— Quando você ia me contar sobre o seu colar de alerta?
— ela o ouviu perguntar. Mentalmente, ela começou a xingar
seus pais. É claro que eles iriam dizer-lhe sobre a sua coleira
mágica. Ela abriu a porta e franziu o cenho para ele.
— Eu odeio aquela maldita coisa. Nós não precisamos
dela.
— Devo insistir que você a recodifique para que, se
precisar usá-la alguma vez, ela me alerte e não os seus pais,
que estão do outro lado do país e não em posição de fornecer
assistência imediata. — Um olhar para o seu rosto e ela sabia
que era melhor não discutir. Ela aprendera enquanto crescia
que se devia escolher suas batalhas e esta era uma que ela
não iria ganhar.
— Tudo bem! — Ela marchou até a sua mala e retirou a
pequena bolsa de veludo que havia sido enfiada no canto.

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Abriu os cordões e a virou de cabeça para baixo, deixando
cair um colar com um grande pingente e três pedras
angulares azuis em sua mão. Ela se virou para ele. — Este
colar veio com seis pedras angulares. Meus dois pais e meu
tio têm um cada. Você receberá a quarta. A quem você
recomendaria que recebesse a quinta e a sexta, aqui em
Lycaonia?
Gavriel olhou para as pequenas pedras planas de
aparência simples.
— Essas são pedras de proteção? — ele perguntou.
Ela suspirou.
— Sim, o guerreiro fae que fez estas para nós tinha um
senso de humor. Mas isso realmente foi bom, já que são
pequenas e planas, são fáceis de carregar. — Ela estendeu
uma para ele.
Gavriel a pegou e virou-a na mão.
— Eu recomendaria Meryn e Adelaide.
Suas recomendações a surpreenderam.
— Não o seu comandante? — ela perguntou.
Ele balançou a cabeça.
— Se eu não estiver aqui, é quase uma garantia de que
estarei em uma missão com o Aiden, de modo que seria inútil
ter duas pedras conosco. Se Adelaide tiver uma, você será
capaz de alertar ela, Marius, e mais importante o Ancião
McKenzie ao fato de que precisa de ajuda. Qualquer um
desses três seria capaz de convocar assistência em minutos.
Ela assentiu com a cabeça.
— E Meryn?

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Sorrindo, ele lhe entregou de volta a pedra.
— Ela é louca o suficiente para fazer qualquer coisa
para salvá-la; além disso, Ryuu está sempre com ela. Eu
tenho a sensação de que não há muito que aqueles dois não
possam fazer, — ele admitiu.
— Essas seriam as duas que eu escolheria também. Ok,
me dê um momento. — Ela posicionou as três pedras
restantes para que estivessem tocando o pingente maior e
sussurrou o feitiço que aprendeu em seu décimo sexto
aniversário. Quando abriu os olhos as pedras emitiam um
profundo brilho dourado. Depois de alguns segundos o brilho
desapareceu e as pedras voltaram à sua cor azul royal
normal. Ela entregou uma pedra para ele e ele imediatamente
a adicionou ao seu chaveiro.
— Vou dar à Meryn e a Adelaide as delas mais tarde. —
Ela colocou o colar e suspirou.
Seu companheiro a surpreendeu ao puxá-la para um
beijo. Quando ela o olhou interrogativamente, ele sorriu.
— Sei que odeia isso, mas obrigado por usá-lo. Isso vai
me ajudar a me preocupar menos quando não estiver contigo,
— ele disse e beijou-a na ponta do nariz.
E simples assim ela não se preocupou mais com o colar.
Se isso ajudava o seu companheiro a se preocupar menos
para que pudesse se concentrar mais em si mesmo para
evitar se machucar, então ela de bom grado usaria a coleira
estúpida.
— Vamos, vamos ao piso inferior. Hoje Ryuu fez um dos
pratos favoritos da Meryn, sua própria versão de Hot

MY
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Pockets8. Cada um tem um recheio diferente, mas não se
sabe o que é até que o coma. É, na verdade, bem divertido.
— Mal posso esperar. — E ela disse a sério. Elizabeth
tinha se divertido mais nos últimos dias com seu
companheiro do que no ano anterior vivendo sozinha.
Ela pegou sua bolsa carteira e eles saíram do quarto.
Enquanto caminhavam, Elizabeth notou que ele sincronizava
seus passos com os dela perfeitamente, sua mão nunca
deixando a lombar dela. Ela sabia que ele estava fazendo isso
para evitar uma queda e isso a fez se sentir tão rebelde como
quando seu tio e pais faziam isso quando ela estava em casa.
Mas, ela tinha que admitir que seu toque, embora trivial, era
maravilhoso. Seu animal estava praticamente ronronando
como um gatinho. O calor de sua mão era mais reconfortante
do que controlador. Seu contato era leve como uma pena,
agindo mais como um lembrete de que ele estava lá, ao invés
de uma reprimenda a ela. Olhando-o ela notou que, apesar de
suas características permanecerem inflexíveis e estoicas, seus
olhos eram calorosos e quase gentis. Somente aquele
pequeno toque em suas costas era o bastante para deixa-lo à
vontade. Lentamente, ele estava abrindo espaço em seu
coração. Balançando a cabeça, ela estendeu a mão e
enganchou o dedo na fivela do cinto dele. Quando Gavriel se
virou para olhá-la, seu raro sorriso continha tanta alegria que
a fez se esquecer de seu equilíbrio e tropeçar. Rindo, ele
simplesmente estendeu o braço e o envolveu em torno de sua
8
Uma marca americana de sanduíches de bolsa que geralmente contêm um ou
mais tipos de queijo, carne ou legumes.

MY
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cintura, segurando-a perto. Ele tinha um jeito de fazê-la se
sentir como a coisa mais preciosa em seu mundo.
Eu não precisava do meu coração de qualquer maneira,
acho que ele está seguro o suficiente em seu bolso.
Quando entraram na sala de jantar, Meryn estava
sentada no colo de Aiden, rindo e estendendo um rolinho
quadrado para a boca dele. Os outros três homens se
levantaram.
Gavriel a guiou até seus assentos e puxou sua cadeira.
Elizabeth se sentou e ele deslizou a cadeira. Gavriel sentou-se
enquanto Meryn continuava a atormentar seu companheiro.
Os homens se sentaram e observaram Meryn e seu
comandante.
— De jeito nenhum! Você conhece as regras, se pega,
tem que comer. — Ela balançou a rolinho de um lado ao
outro na frente da boca dele.
Aiden franziu a testa para sua companheira.
— Mas não senti o cheiro do wasabi9 até que estivesse
debaixo do meu nariz. Sabe que odeio essa coisa, bebê. — Ele
olhou para Meryn com brilhantes olhos castanhos.
Meryn suspirou.
— Tudo bem, eu como. Mas se eu pegar algum que eu
não gosto, você vai ter que comer. — Ela deu uma mordida e
sorriu.
Aiden virou-se para eles.

9
Um tempero verde, geralmente servido em pasta, usado para apimentar os
pratos.

MY
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— Chegaram bem a tempo para a diversão. — Sua
atenção voltou-se para Meryn quando ela começou a abanar
a boca com uma mão. Ele pegou um copo de água e o trouxe
até seus lábios. Ela pegou o copo e bebeu o conteúdo de um
gole, depois se ajeitou contra seu peito.
— Ei, Coelhinha, tirou uma boa soneca? — Meryn
perguntou.
Elizabeth olhou ao redor da sala e fez contato visual com
os homens, cujas bocas estavam se contraindo. Ela lhes
jogou o mesmo olhar que costumava lançar aos assessores
imbecis de Magnus.
— Ela pode se safar disso, vocês não. — Os homens
engoliram em seco e assentiram.
Ryuu entrou e colocou dois altos copos de sangue na
frente de Gavriel.
— Obrigado, Ryuu. — Gavriel pegou um copo e começou
a beber. Elizabeth não se intimidou. Tendo crescido em
Noctem Falls, estava acostumada a ver sangue sendo servido
nas refeições, mas se a reação de Meryn era uma indicação,
Gavriel não bebia seu sangue à mesa muitas vezes. Meryn
observou-o com extasiada fascinação enquanto este esvaziava
o primeiro copo. Quando ela começou a remexer-se, Elizabeth
sabia que algo estava prestes a saltar da sua boca, a pobre
Meryn parecia estar prestes a implodir por tentar conter o
que quer que estivesse querendo dizer.
— Você sempre bebe de um copo? — ela finalmente
inrrompeu.
Gavriel sacudiu a cabeça.

MY
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Alanea Alder
— Durante a minha vida me alimentei de quase todas as
maneiras imagináveis. Beber de um copo é simplório em
comparação.
Meryn começou a sorrir.
— Você beberia de um homem?
Gavriel assentiu.
— Você beberia de um lobisomem? — ela perguntou, os
olhos dançando.
— Não vejo por que não, — ele respondeu.
Elizabeth olhou para Meryn enquanto esta continuava.
— Você beberia de um ator?
Novamente Gavriel assentiu.
Rindo, Elizabeth balançou a cabeça para Meryn.
— Você beberia em um trator? — Meryn mal conseguia
articular as palavras, estava rindo muito.
Gavriel franziu a testa.
— Talvez de um fazendeiro, se estivesse em terrível
necessidade.
As respostas sérias de seu companheiro ao
questionamento macabro digno do Dr. Seuss10 de Meryn
tornou a cena ainda mais hilariante.
— Não, por favor, Meryn. — Elizabeth ofegou.
Os homens as estavam encarando como se fossem
loucas. Quando ambas recuperaram o fôlego, Aiden franziu a
testa para sua companheira.

10
Dr. Seuss foi um escritor e cartunista, mestre nas rimas e jogo de palavras,
de escrita bem-humorada.

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— Nunca consigo entender o que você diz, — ele
reclamou.
Meryn deu de ombros.
— Isso não é culpa minha, eu tentei doutriná-lo no
maravilhoso mundo dos geeks, mas é como se você tivesse
algum tipo de narcolepsia de ficção científica/fantasia. É
estranho. No momento em que eu tento te mostrar algo você
dorme.
Aiden fez uma careta.
— Não consigo evitar, isso me deixa cansado.
Meryn olhou de novo para Gavriel.
— Qual é o gosto? — ela perguntou.
Colton riu e Darian gemeu antes de procurar a carteira
no bolso de trás. Ele tirou uma nota de vinte e a passou para
Colton.
Colton sacudiu a cabeça e enfiou-a no bolso da camisa.
— Eu disse que ela iria perguntar.
Darian fez uma careta para o amigo.
— Eu deveria ter desconfiado.
Gavriel observou Meryn com atenção, os olhos gentis.
Elizabeth sabia que seu companheiro não estava com raiva.
Meryn não havia perguntado para ser rude, ela só queria
saber. Ela não tinha ideia de quão enorme quebra de etiqueta
era perguntar a um vampiro sobre sangue.
— Ele tem a viscosidade de um xarope de cereja
espesso, o estímulo inebriante de seu cappuccino matinal e o
gosto salgado reconfortante de um adorável guisado de
inverno. — Gavriel ergueu a taça e piscou para Meryn.

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Ela lambeu os lábios.
— Posso experimentar?
Aiden sacudiu a cabeça.
— Não, Meryn, não teria o mesmo gosto para você. Você
já lambeu um dedo cortado antes, certo? — ele perguntou.
Ela assentiu com a cabeça. — Para nós o sangue
simplesmente tem gosto de carne ou hambúrguer, está longe
de ser tão atraente para você quanto é para um vampiro, —
ele explicou.
Meryn piscou para o seu companheiro.
— Espere. O seu sangue tem gosto de hambúrguer?
Onde está a justiça? Quando lambo um corte no meu dedo
tudo o que sinto é um gosto de cobre. — Meryn franziu o
cenho para o próprio dedo.
Aiden olhou ao redor da mesa.
— Sangue tem gosto de hambúrguer pra vocês, certo? —
ele perguntou.
Elizabeth assentiu, assim como Colton. Keelan e Darian
balançaram a cabeça.
— Para mim, o sangue tem gosto de terra. — Darian
agora estava franzindo a testa para o próprio dedo.
— Tem gosto de ozônio para mim, do cheiro do ozônio de
qualquer forma, — Keelan contribuiu.
Elizabeth olhou ao redor da mesa. Agora todos os
homens, exceto Gavriel, estavam olhando para os dedos.
— Como é que não sabíamos disso? Sempre assumi que
o gosto era o mesmo para todos, — Elizabeth perguntou.

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Ryuu entrou e depositou um prato de rolinhos frescos
na frente deles.
— Isso é porque o nosso povo está tão preocupado em
ser educado que se esqueceu de como ser curioso. Meryn não
tem noções preconcebidas de etiqueta, por isso, quando quer
saber algo, ela pergunta. A curiosidade é valorizada e
incentivada entre os seres humanos, ao passo que nós
valorizamos a tradição e o status. — A explicação de Ryuu
pareceu pesar no local. Finalmente, Meryn quebrou o
silêncio.
— Então, basicamente, eu boto pra quebrar mais uma
vez, — disse ela seriamente e estendeu a mão para pegar
outro rolinho.
Elizabeth não pôde evitar, começou a rir. Aiden sacudiu
a cabeça sorrindo, e Colton começou a jogar migalhas em
Meryn. A necessidade inata de Meryn de evitar a tensão e o
confronto, a fazia ser um pouco tola, mas isso também
significava que aqueles que a rodeavam geralmente estavam
sorrindo.
Elizabeth pegou seu próprio rolinho e deu uma mordida.
Ela tivera sorte, este era uma mistura de espinafre e queijo
feta. Cantarolando alegremente ela terminou aquele rolinho e
estendeu a mão para pegar outro. Quando ela havia
consumido mais dois, percebeu que seu companheiro ainda
tinha que comer alguma coisa, mas, em vez disso, tomava o
seu oitavo copo de sangue. Isso era quatro vezes mais do que
a quantidade normal de sangue requisitada e ele ainda
continuava bebendo. Preocupada, ela deu batidinhas na

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perna dele e fez um sinal para os copos vazios avermelhados.
Gavriel levantou a mão dela e beijou seus nós dos dedos.
Ryuu colocou mais dois copos na mesa e levou os vazios para
longe. Gavriel beijou a mão dela mais uma vez antes de soltá-
la para pegar o copo.
— Então, qual seria o meu gosto? — Meryn perguntou.
Aiden rosnou e puxou-a mais para perto dele.
Gavriel sacudiu a cabeça.
— Meryn, você é a única em Lycaonia cujo sangue não é
nem um pouco atraente para mim.
Aiden parou seu rosnado, um olhar surpreso em sua
face.
— Você nunca me disse isso.
Gavriel tomou outro longo gole e baixou o copo.
— Não sei o porquê, mas mesmo quando estou mais
sedento, ela não tem nenhum atrativo para mim
absolutamente.
Meryn olhou para Gavriel, a insegurança em seus olhos
estava lá para todo mundo ver.
— Eu não sou boa o bastante? — ela perguntou em voz
baixa. Aiden imediatamente acariciou seu pescoço com o
nariz e esfregou o queixo sobre sua cabeça, fazendo a cabeça
de Meryn balançar de um lado para o outro como um boneco
de cabeça de mola.
— Meryn, não é nada disso. Confie em mim, eu
preferiria beber de você do que do Colton, — Gavriel disse
gentilmente.

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— Ei! Me ressinto disso. Sou irresistível para ambos os
sexos, muito obrigado, — Colton envaideceu-se.
Meryn sorriu para Colton, então franziu a testa.
— Me pergunto por que não pareço apetitosa.
Aiden beijou a parte de trás da cabeça dela.
— Você é apetitosa para mim, — ele admitiu.
— Além disso, se ele vai para beber de alguém, será de
mim. Me desculpe, Colton. — Elizabeth piscou para o
metamorfo.
Colton fez beicinho, depois riu.
— Acho que você pode tê-lo. — Brincou.
— Obrigada, Gavriel é o companheiro dos meus sonhos
e não vou desistir dele. — Ela se inclinou para Gavriel
quando ele passou um braço em volta dos seus ombros.
— Estive tentado lhe perguntar, você sonhou comigo
antes de nos conhecermos? — Gavriel perguntou, olhando-a.
Elizabeth balançou a cabeça.
— Mais ou menos. Sonhei com algumas situações e,
então, elas aconteciam, mas você não estava lá. Só senti
como se alguém estivesse me observando e se preocupando
comigo. Normalmente, ser vigiada sempre me fez me sentir
como uma criança, mas no sonho eu sentia um afeto genuíno
e também admiração por mim.
— Este, provavelmente, era eu. Eu sonhei com você
constantemente em situações perigosas e eu não podia fazer
nada a respeito. — Gavriel estremeceu.
Colton se recostou, sua face normalmente jovial,
sombria.

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— Então, o que se sonha sobre sua companheira é
verdadeiro, — ele disse suavemente.
Elizabeth se virou para ele.
— Você sonhou com a sua companheira? — ela
perguntou e a mesa ficou em silêncio.
Colton assentiu.
— Começou na semana passada. No começo eu não via
ninguém em particular, apenas rostos aleatórios, somente o
lugar permanecia o mesmo. Em seguida, a mesma mulher
começou a aparecer, mas apenas seu rosto. Sempre
parecendo triste, cansada e ansiosa. Sei que ela está em
apuros, mas só consigo ver um vislumbre a cada noite e
então o sonho acaba.
Gavriel foi o primeiro a falar.
— Não acredito que os sonhos sejam feitos para nos
assustar. Acho que tencionam nos ajudar a entender pelo que
nossas companheiras estão passando e tomar conhecimento
sobre potenciais ameaças, para que possamos compreendê-
las melhor e mantê-las em segurança.
Aiden concordou.
— O meu sonho sobre a Meryn não se tornou
exatamente realidade. Ela não foi esfaqueada até a morte.
Mas acho que, porque fui muito cauteloso com sua segurança
devido aos sonhos, acabei mudando o resultado.
Meryn sorriu para Colton.
— Eu sei que, de fato, a razão pela qual aceitei Aiden tão
facilmente é porque estive sonhando com ele. Tive sonhos
onde conversávamos e nos divertíamos, e sonhos

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assustadores nos quais eu estava sendo perseguida. Mas foi a
dor em seu rosto quando eu estava morrendo em meus
sonhos, que me ajudou a dar aquele grande salto de fé e
aceitá-lo. — Aiden rosnou baixinho, seu rosto assumindo um
olhar assombrado ao ouvir sobre aquele sonho em particular.
Gavriel continuou:
— Toda noite era um inferno ver Beth se machucar, mas
sei que isso não era para me torturar, mas para me preparar.
Acho que os sonhos tem a verdadeira intenção de nos ajudar
a aceitar as nossas companheiras.
— Eu sonhei com a minha companheira também. Acho
que ela é uma das caixas daquela mercearia em Madison, —
Keelan disse de repente. Todos se viraram para olhá-lo.
— Então por que não foi lá reivindicá-la? — Darian
perguntou.
Keelan sacudiu a cabeça.
— Porque ela está longe, na faculdade, prestes a se
formar. Mas vai voltar para os feriados. Meus sonhos não são
assustadores, mas acho mesmo que o Gavriel está correto
sobre os sonhos nos ajudarem a conhecer melhor nossas
companheiras. Em meus sonhos, minha companheira e eu
brincamos e jogamos videogame. — Ele sorriu amplamente.
— Isso não soa muito romântico para mim, — comentou
Darian.
Keelan deu de ombros.
— Ela é divertida. Depois que ela se formar e voltar, irei
direto à cidade para conhecê-la. Mal posso esperar.

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Colton sorriu com o entusiasmo de Keelan, mas
Elizabeth percebeu que a expressão não chegou bem aos seus
olhos. Ele ainda estava preocupado com a própria
companheira.
Ryuu se afastou da parede e começou a recolher os
pratos vazios.
— Ainda acho estranho que tantas uniões estejam
acontecendo ao mesmo tempo.
Aiden riu.
— Você pode culpar parcialmente a minha mãe por isso
e o desejo de ter netos.
Ryuu assentiu e continuou a limpar a mesa.
Elizabeth se deu conta que Ryuu estava certo. Se algo
estava sendo tramado, então não poderia ser uma
coincidência que o feitiço de acasalamento tinha sido
lançado. Ela encontrou os olhos de Ryuu e assentiu. Ela
acrescentaria isso à lista cada vez maior de coisas que
precisavam de acompanhamento adicional.
— Você se lembrou de falar com seu tio sobre as suas
coisas? — Gavriel perguntou quebrando sua linha de
pensamento.
— Docinho! Não, eu esqueci. Ainda bem que eles estão
duas horas atrás de nós no fuso horário. — Ela tirou o
celular da bolsa-carteira e mandou uma mensagem rápida
para a assistente de seu tio, pedindo-lhe que transportasse
suas coisas durante a noite.

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— Falando das minhas coisas, você não estava
realmente usando aquele pequeno e querido escritório,
estava? — ela perguntou docemente.
Os olhos de seu companheiro se estreitaram.
— Por quê?
— Porque eu estou confiscando ele para ser o meu
closet.
— Closet? Meu escritório tem mais de 28 metros
quadrados. — Sua expressão chocada era adorável.
— Bom ponto. Você usa a biblioteca também?
Ele a olhou fixamente sem piscar.
— Sim, na verdade eu uso.
— Oh bem. Vou precisar chamar um empreiteiro para
remodelar o escritório em um guarda-roupa funcional.
— Empreiteiro? — ele perguntou, seu rosto assumindo
uma expressão preocupada.
— Há empreiteiros e artesãos em Lycaonia, não? — Ela
olhou ao redor da mesa.
Aiden estava sorrindo amplamente.
— Claro que sim, Elizabeth. Na verdade, eu vou chamá-
los de manhã e fazê-los passar por aqui para repassar os
projetos contigo. — Ele se virou para Gavriel. — Eu sabia que
tinha que haver algo, ela parecia perfeita demais. — Ele jogou
a cabeça para trás e riu.
Gavriel fez uma careta para seu amigo antes de se virar
para ela.
— O escritório inteiro?

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— Sim, o escritório inteiro. Você tem alguma ideia de
quanta ventilação roupas de qualidade precisam? — ela
exigiu.
Aiden riu e bateu com a mão na mesa.
— Diga adeus ao seu escritório, — ele brincou
impiedosamente.
Meryn suspirou.
— Eu gostaria que tivéssemos um escritório.
Gavriel olhou para Meryn surpreso, antes de um sorriso
malicioso cruzar seus lábios.
— O Aiden tem sim um escritório, Meryn. — Aiden
imediatamente parou de rir e olhou para Gavriel.
— Eu sei, seu escritório no andar de baixo, — Meryn fez
beicinho.
Sorrindo amplamente Gavriel sacudiu a cabeça.
— Não, ele também tem um no andar de cima. Cada
suíte dos guerreiros vem com um quarto principal, casa de
banho e dois quartos adicionais.
Meryn virou-se bruscamente no colo de Aiden para
encará-lo.
— Nós não temos um escritório.
Ele passou a mão pela nuca.
— Na verdade temos.
— Não, não temos.
— Sim, nós temos.
— Então, onde diabos está? Eu estou vivendo aqui faz
um mês, eu teria notado um outro cômodo inteiro!

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— A porta para o escritório é parcialmente coberta pelo
aquário, você provavelmente não percebeu.
— Nós temos um escritório? — ela perguntou de novo.
— Sim.
— Temos o nosso próprio escritório? — ela perguntou,
desta vez soando mais animada.
— Sim? — Aiden olhou para ela, confuso.
Elizabeth recostou-se e levantou a mão começando uma
contagem regressiva. E em cinco, quatro, três, dois...
— Puta merda, eu tenho a minha própria sala de jogos!
— Meryn pulou do colo de Aiden e correu para fora da sala.
Segundos depois, eles ouviram o som de pequenos pés
subindo as escadas e correndo pelo corredor.
Aiden gemeu e baixou a cabeça para a mesa.
— Bem feito. — Darian riu.
— Mas eu mantenho os meus pesos de musculação lá
para quando eu não consigo dormir, — Aiden reclamou.
— Tenho certeza de que aquele empreiteiro ficará mais
do que feliz em ajudá-lo a se livrar deles, — Gavriel disse
simpaticamente.
Um minuto depois, eles ouviram o som de pés batendo
nas escadas. Meryn apareceu sem fôlego na porta.
— É tão legal, porra! A porta está quase escondida, é
como se eu tivesse minha própria bat caverna. Mas aqueles
pesos totalmente tem que ir embora; eu estou reclamando os
direitos daquela sala. — Ela se aproximou e sentou-se na
cadeira vazia ao lado de Aiden.
Aiden fez uma careta para ela.

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— Como você pode reclamar um quarto que eu tenho
usado pelos últimos quinhentos anos? — ele demandou.
Meryn olhou para cima e sorriu.
— Você clamou posse quando viu primeiro?
Aiden sacudiu a cabeça.
— Claro que não.
— Rá! Então eu o peguei de forma justa, — Meryn
rebateu.
Elizabeth virou-se para o companheiro.
— Nós parecemos maçantes e sérios em comparação?
Gavriel sacudiu a cabeça.
— Eu acho que é mais a Meryn vivendo e governando o
próprio mundo.
— Por que eu clamaria posse do meu próprio quarto? —
Aiden perguntou.
Meryn o ignorou e olhou para ela.
— Você me ajuda a projetar uma sala de jogos? Eu
sempre quis ter uma.
Elizabeth assentiu.

— Claro, eu não sei muito sobre jogos, mas eu posso


ajudá-la a escolher o mobiliário e a decoração.
— Mas aquela é a minha sala de musculação, eu usei-a
por centenas de anos! — Aiden protestou.
Meryn virou-se para o companheiro.
— Então você a teve por tempo suficiente e agora é a
minha vez. Seja um adulto e compartilhe. Além disso, eu
clamei posse.

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— O que quer que te faça feliz, bebê, — Aiden disse,
recuando em total derrota.
— Massa! Então, mais tarde pode ser um berçário com
tema de jogos. — Meryn pegou o último rolinho para que
Ryuu pudesse levar o prato vazio para a cozinha.
Aiden estava descuidadamente assentindo com a cabeça
quando compreendeu as palavras dela. Ele levantou tão
rápido que sua cadeira voou para trás.
— V... v... v... você está? Você poderia estar? — ele
gaguejou.
— Grávida? Tecnicamente... sim. Você nunca chegou a
pegar camisinhas quando atacaram a mercearia atrás de
absorventes. Talvez, mas acho que não, — ela parou e olhou
para as mãos e contou. — Sim, talvez. Mas se você quiser
explorar a possibilidade de me engravidar, eu não vou usar o
amuleto. Isto é, se você comprar camisinhas.
— Podemos ter um bebê se eu for comprar camisinhas?
— Aiden perguntou ofegante.
— Isso é meio contraditório, mas sim. — Meryn
assentiu.
Aiden olhou os outros homens.
— Ryuu, vou deixar minha companheira com você.
Vamos lá, homens. — Ele correu para a porta da frente.
Gavriel beijou a bochecha dela, em seguida, juntou-se
aos outros homens enquanto eles seguiam Aiden para fora da
sala.
Ryuu balançou a cabeça enquanto empilhava os pratos
no braço.

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— Meryn, você é terrível.
Sorrindo, ela colocou o último pedaço na boca.
— Isso deve mantê-lo ocupado por um tempo.
Elizabeth riu.
— Você não vai ter que ficar grávida agora?
Meryn deu de ombros.
— Eu acho que já posso estar grávida, é por isso que
não coloquei o amuleto. Eu não tenho certeza do que isso
faria com a Meryn 2.0.
Elizabeth e Ryuu encararam Meryn. Finalmente Ryuu
fez a pergunta que rodava a própria cabeça de Elizabeth.
— Então por que você disse a ele para comprar
camisinhas?
Meryn deu de ombros e estendeu as mãos.
— Porque será engraçado vê-lo tentar usá-las mais
tarde?
Elizabeth agarrou a barriga e riu tanto que achou que ia
se mijar.
— Meryn, acho que você é a minha heroína, — ela disse
com falta de ar.
— Eu sei. Eu mando bem!
Rindo, Ryuu se inclinou e beijou a testa de Meryn antes
de levar os pratos para a cozinha.
Minha irmãzinha é tão fodona.

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Capítulo 9

Gavriel inclinou a cabeça para trás contra o encosto do


carro enquanto seu comandante dirigia em direção ao Duck
In. O que ele realmente queria era se aconchegar com sua
própria companheira, mas ele sabia que isso era importante
para Aiden. O shifter de urso sonhava com uma família há
séculos.
— Ok, homens. Vocês a ouviram. Precisamos comprar
camisinhas; acho que isso pode ajudá-la a engravidar, —
Aiden disse, definindo a missão.
— O que são camisinhas? Os paranormais as usam? —
Keelan perguntou.
Darian sacudiu a cabeça.
— Eu nunca ouvi falar disso. E você, Gavriel? — Darian,
Colton e Keelan se viraram para ele.
— Eu tenho uma vaga ideia do que são. Eu sei que a
prática de usá-los começou entre os humanos há centenas de
anos, — Gavriel disse. Além disso, ele não sabia muito.

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— Existe um manual humano? Desde que Meryn se
mudou, eu estou descobrindo que não sei tanto quanto
pensava sobre suas vidas diárias. É humilhante, — Darian
reclamou.
— Não precisamos de um manual. Temos o Bart. Ele é o
idoso cavalheiro que conhecemos na mercearia na última vez
que fomos nela. Ele é uma grande fonte de conhecimento, —
disse Aiden.
— E se ele não estiver lá? — Colton perguntou.
— Bom ponto. Keelan use seu telefone e vá até o Google
e veja o que ele tem a dizer sobre as camisinhas, — Aiden
ordenou.
Keelan pegou o telefone e seu rosto foi iluminado pela
luz branca suave deste. Enquanto os quilômetros passavam,
a carranca de Keelan ficou mais e mais profunda. Ao
entrarem no estacionamento, Gavriel notou que o jovem
bruxo estava corando e suas orelhas estavam escarlate.
Aiden desligou o motor e virou-se no assento do
motorista para encarar Keelan.
— Relatório, — ele disse.
— Humm, senhor, podemos simplesmente entrar e
checar uma coisa? —Keelan olhou para o telefone, incapaz de
encontrar os olhos de seu comandante.
— O Google não tinha nada? — Aiden perguntou.
— Senhor, está terrivelmente quente aqui. Vou lá
dentro. — Keelan abriu a porta, praticamente pulou para fora
e bateu a porta atrás de si. Aiden olhou para o lugar agora
vazio, um olhar surpreendido na face.

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— O que há de errado com ele? — Aiden apontou para
fora da janela, onde Keelan os esperava junto à porta
deslizante da entrada.
— Aiden, de acordo com Meryn, as camisinhas lidam
com a gravidez, talvez ele esteja envergonhado. Afinal, é
jovem, — Gavriel sugeriu.
Um olhar de compreensão solidária atravessou o rosto
de Aiden.
— Claro. Está bem, homens. Assim como da última vez.
Chame quando encontrá-las, meu futuro filho depende de
nós e do sucesso desta missão, — Aiden disse com uma voz
cheia de paixão.
Darian cruzou o braço sobre o peito em saudação.
— Pode contar conosco, senhor.
Colton assentiu.
— Vamos nessa. — Ele estendeu a mão para trás de si e
pegou sua nove milímetros. Verificou a câmara, garantiu que
estava com a trava de segurança e a devolveu ao coldre.
Aiden hesitou antes de dizer.
— Colton, eu não acho que seremos atacados na Duck
In.
Colton levantou uma sobrancelha.
— E até hoje eu não teria pensado que os ferals
tivessem culhões o bastante para abordarem o Gavriel, de
todas as pessoas, perto da propriedade Alfa também. As
coisas mudam.
Aiden acenou com a cabeça depois de um momento.

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— Vocês, homens, sempre me ajudam a pensar quando
estou distraído.
Colton sorriu e abriu a porta do carro.
— Sem custo extra.
Gavriel esperou que Darian saísse antes de sair da
terceira fila de bancos do passageiro. Ele gostava de sentar lá
trás, era como se tivesse toda a parte de trás do SUV para si.
Eles se encontraram com Keelan, que ainda estava da
cor de um tomate, e entraram. Do outro lado da loja eles
ouviram uma risada masculina familiar.
— Vejo que todos os seus garotos estão contigo agora. O
que foi desta vez? — Bart riu.
— Nada, a minha mulher me pediu para pegar uma
coisa, — Aiden anunciou para toda a loja.
— O que vai ser hoje à noite, garoto? — Bart falou.
— Camisinhas! — Aiden gritou. Várias pessoas se
viraram e estavam olhando para eles de queixo caído. As
mulheres começaram a se afastar deles.
Atrás do balcão Bart riu.
— Eu acho que você não está mais em apuros. —
Baixinho, Gavriel ouviu o velhote dizer: — Essa deve ser boa.
Os homens se espalharam e procuraram nas colunas.
Depois de alguns minutos ouviram Keelan sussurrar:
— Senhor, eu as encontrei, — ele chiou, tentando
manter a voz baixa.
— O que foi isso, Keelan? Você disse que encontrou as
camisinhas? — Aiden gritou do corredor que continha o
sabão. Balançando a cabeça freneticamente, Keelan não

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respondeu, apenas apontou. Os homens se reuniram em
torno da pequena seção de exibição e olharam fixamente.
— Estas caixas são menores do que as caixas de
absorvente, — observou Darian.
Colton pegou uma e começou a ler. Ele riu, em seguida
parou de rir, olhou-a e depois franziu a testa.
— Aiden, eu não acho que isso está certo.
— Por quê? — Aiden pegou uma caixa e começou a ler.
— Está dito bem aqui, Colton: “Pacote do Prazer”. Parece
promissor, não?
Darian olhou para as caixas.
— Aiden, tenha cuidado. Este diz: “Perverso, Intenso, e
Fogo & Gelo”. Parecem como instrumentos de tortura para
mim.
No fundo, Gavriel ouviu Bart irromper em risos.
Gavriel pegou uma caixa e começou a ler.
— Aiden estas coisas previnem a gravidez e doenças
sexualmente transmissíveis, seja lá o que forem.
Aiden sacudiu a cabeça.
— Isso não pode estar certo. Se a Meryn disse para levá-
los, vou levar. Ela disse que se eu pegasse isso poderíamos
ter um bebê, então não vou sair da loja sem isso.
— Este diz: “lubrificado”; isto tem que ser bom, certo? —
Darian perguntou, mostrando a caixa.
Aiden concordou.
— Você acha que elas vêm com instruções? — Ele virou
a caixa nas mãos.

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Keelan inclinou-se e puxou Aiden para baixo. O que ele
sussurrou fez os homens olharem para as caixas.
Aiden levantou-se e olhou para Keelan.
— Elas vão onde? — ele demandou.
— Oh, pare! Vocês estão me matando! — Bart bateu no
balcão.
Aiden fez uma careta.
— Quanto mais rápido voltarmos, mais rápido Meryn
pode explicar isso para mim. Vamos apenas escolher
algumas.
Gavriel ficou ombro a ombro com a sua unidade
olhando para as caixas.
Darian coçou o queixo.
— Se fosse comigo, eu iria com aquela com o guerreiro
nela.
Colton acenou com a cabeça.
— Concordo.
— Ok, homens, peguem aqueles que honraram nossos
irmãos de Tróia caídos e vamos embora.
Do balcão da frente Bart gritou:
— Certifique-se de pegar o tamanho certo.
Aiden olhou para o velho com os olhos arregalados.
— Elas vêm com tamanhos?
Bart concordou.
— E, considerando como são usadas, você não quer
uma que seja muito grande ou muito pequena, se é que me
entende. — A boca dele se contorceu.

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— Como faço para saber qual o meu tamanho? — Aiden
gritou.
— Pervertidos! — uma velha chiou e passou com seu
pão.
Bart gargalhou.
— Ignore a Ethel, ela só é ranzinza porque nenhum
homem já foi fazer compras pra ela, se é que me entendem.
— Bartholomew Macleod, eu vou dizer a sua esposa que
você me disse isso, — Ethel ameaçou.
Bart deu de ombros.
— Vá em frente, ela sabe também que você não transa.
Ethel ofegou.
— Bem, eu nunca fui tão ofendida!
Bart riu.
— Provavelmente isso é parte do seu problema.
Ethel jogou o pão nele e saiu o mais rápido que pôde.
Aiden parecia arrependido.
— Sinto muito que você perdeu um cliente por causa da
minha pergunta.
Bart não ligou para suas preocupações.
— Ela vai voltar amanhã, perguntando qual tamanho
você comprou.
Aiden corou.
— Oh. — Ele voltou-se para os homens. — Há um
gráfico?
Keelan balançou a cabeça, franzindo o cenho para a
caixa.

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— Não há nenhum gráfico. Mas, Aiden, você é alérgico a
látex?
— Eu acho que não, por quê?
— Estes são feitos com látex, mas eles dizem que se você
é alérgico ao látex para experimentar algumas de suas
camisinhas de pele de carneiro. Você não acha que eles
realmente usam a pele de um carneiro, né? — ele perguntou,
com os olhos assustados.
Aiden simplesmente olhou para Bart, que sacudiu a
cabeça.
— Não seja bobo, menino, isso seria um desperdício de
um couro perfeitamente bom.
Os homens soltaram um suspiro de alívio.
— Elas são feitas dos intestinos do carneiro, — Bart os
informou.
Keelan deixou cair a caixa e recuou.
— Os seres humanos são monstros! — ele sussurrou.
— Pronto! Pegue as de látex no maior tamanho que tiver,
vamos embora. — Corados, os homens pegaram as caixas e
se dirigiram para a caixa registradora do Bart.
— Isso é um monte de camisinhas, garoto, e todas são
extra-extra grandes. Eu nem sabia que oferecíamos esse
tamanho. — Ele soprou o pó da caixa. — Tem certeza de que
não está sendo otimista? — Ele levantou uma sobrancelha.
Sorrindo, Aiden inclinou-se e sussurrou para o velho. O
velho recostou-se.
— Tá de sacanagem comigo.
Aiden sacudiu a cabeça.

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— Não admira que a sua mulher tenha botado fogo no
seu carro. Eu também faria isso se alguém viesse até mim
com isso todas as noites. Pobre querida. — Bart registrou as
caixas.
— Ela não está mais brava comigo e está falando sobre
ter um bebê. —Aiden disse com orgulho.
Bart parou no meio do registro e olhou para Aiden. Ele
olhou para o balcão de caixas de preservativos e começou a
sacudir a cabeça enquanto retomava o registro da compra.
— Eu tenho que conhecer a sua mulher. Parece que ela
tem senso de humor, essa aí. Ela me lembra da minha
esposa. Ok, garoto, aqui está a sua sacola. — Bart estendeu-
a e Aiden entregou-lhe o dinheiro.
Enquanto contava o troco, o velho ainda estava
balançando a cabeça.
— Diga a sua mulher que se ela vier me visitar, eu lhe
darei um pouco de bolo. Valeria a pena para conhecê-la. —
Ele entregou o troco de volta para Aiden.
Aiden aceitou seu troco.
— Pelo bolo, ela definitivamente virá. Ela adorou o de
chocolate que eu comprei para ela.
— Boa sorte, filho, eu acho que você vai precisar, — Bart
disse sinceramente.
— Eu também acho, — Gavriel murmurou. Os homens
todos assentiram.
*****
Quando eles voltaram para a propriedade, Aiden
imediatamente subiu as escadas em busca de sua

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companheira. Os outros lhe deram boa noite e foram em
direções separadas para suas próprias suítes. Gavriel seguiu
o cheiro de sua companheira até encontrá-la encolhida na
poltrona da sala de estar coberta com uma coberta de tricô
vermelha. Ela estava com a mão debaixo da bochecha e
respirava uniformemente. A luz da lareira fazia seus cabelos
loiros brilharem como uma auréola. Ele se aproximou e
gentilmente sacudiu seu ombro.
— Zain'ka moya, é hora de ir para a cama. — Ele passou
a mão pelos cabelos dela.
Ela se mexeu e abriu os olhos. Ela lhe piscou.
— Você terminou sua missão? — ela perguntou,
sorrindo de lado.
Ele assentiu.
— Sim, embora eu não estou certo que as camisinhas
tenham como objetivo ajudar.
Beth riu e retraiu o descanso de perna da poltrona
reclinável. Quando foi se levantar, tropeçou e caiu para a
frente. Ele a pegou com facilidade e a pegou no colo. Seria
mais rápido e mais seguro para ele apenas carrega-la ao
andar superior. Bocejando, ela repousou a cabeça em seu
ombro.
— Meus olhos estão tão embaçados. Eu mal podia
mantê-los abertos mais cedo. Eu acho que adormeci quando
a Meryn estava tentando falar comigo. — Ela bocejou
novamente.
— Você estava coberta com um dos nossos cobertores de
tricô, parece que a Meryn se apegou a você.

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— Você diz isso como se você já não estivesse enrolado
ao redor do dedinho dela, — brincou ela.
Ele levantou uma sobrancelha.
— E você não está?
— Eu não posso evitar; ela é tão adorável e franca. Ela
me lembra do meu tio. Embora o Keelan pareça ter medo
dela.
Gavriel sorriu largamente.
— O café da manhã por aqui pode ser duro. — Ele a
colocou no chão quando chegaram ao quarto deles, e abriu a
porta. Ela já estava tirando a roupa antes que a porta se
fechasse atrás dele. De calcinha ela se jogou de barriga na
cama e se enfiou de baixo das cobertas.
— Minha pobre companheira está cansada. — Ele tirou
a roupa, colocando-as sobre uma cadeira e subiu na cama ao
lado dela.
— Nada contra a sua virilidade, mas eu não estou a fim
de sexo hoje à noite. — Beth bocejou novamente.
— Então, e se eu apenas te desse prazer? — ele
perguntou enquanto suas presas se estendiam.
Ela arregalou os olhos por um momento e depois sorriu.
— Seja perverso comigo.
Ele gemeu quando puxou seu corpo nu contra o dele.
Em todos os lugares que suas peles se tocavam redemoinhos
de necessidade se acendiam. Quando ele se inclinou sobre
seu corpo e os seios dela se achataram contra o peito dele, ele
pensou que iria gozar como um jovem inexperiente. Cada
centímetro dela era puro pecado.

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— Por favor, — ela sussurrou e passou os dedos pelos
cabelos dele; o ato levantou seus seios, deixando-os
lindamente em exibição. O coração dele inchou no peito.
Mesmo exausta, ela cuidava do conforto e necessidade dele.
Ela deixara de lado o próprio cansaço para abraçá-lo e fazê-lo
sentir-se desejado.
— Você já me traz tanta alegria, os dias antes de te
encontrar parecem sem vida e frios. Eu te amo, Elizabeth
Monroe, e mesmo que leve o resto dos meus dias nesta Terra,
eu vou agradecer a Destino por me enviar a mais perfeita
companheira, e eu vou gastar cada momento mostrando-lhe
como sou grato por te ter.
Ele se inclinou e beijou as lágrimas em seu rosto. Ela
envolveu os braços ao redor dele e puxou-o para que ele se
deitasse por cima de seu corpo, antes de envolver as pernas
ao redor de sua cintura.
— Eu também te amo, meu nobre vampiro. Você faz eu
me sentir como a coisa mais preciosa no mundo inteiro, como
se nada mais importasse para você, além de mim. Eu sei que
nunca vou ser capaz de agradecer a Destino o suficiente por
ter te dado a mim, — ela sussurrou.
Incapaz de falar por causa do nó na garganta, ele
enterrou o rosto no pescoço dela. Ele podia ouvir o sangue
pulsando em suas veias. Ele raspou as presas por sobre sua
pele e ela gemeu. Quando ele a mordeu ela arqueou as costas
contra ele, ofegante. Naquela noite, no jantar, ele bebera mais
de doze copos cheios de sangue, mas estes não se
comparavam à riqueza do sangue dela. Ele bebeu

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profundamente, prolongando seu prazer. Quando ela
desmoronou de volta contra o colchão estremecendo, ele, com
cuidado e pesarosamente, se retirou e fechou as marcas da
mordida com uma lambida. Quando ele se inclinou para trás,
ele sorriu para si mesmo. Ela havia desmaiado novamente.
Ele se moveu com cuidado para evitar acordá-la. Quando ele
se sentou de joelhos ao pé da cama, ele pôde sentir o cheiro
da excitação dela enquanto um líquido pegajoso e translúcido
escorria por sua coxa. Sorrindo, ele se abaixou e lambeu a
delicadeza que só sua companheira poderia fornecer. Ela se
contorceu e riu enquanto dormia.
Ele saiu da cama, foi ao banheiro e molhou uma toalha
de rosto antes de voltar à cama. Gentilmente ele retirou a
calcinha dela e limpou-a. Ele se levantou e jogou os dois no
cesto. Com cuidado, ele ficou ao lado dela e puxou-a para
perto. Dormindo, ela automaticamente se envolveu ao redor
dele.
Não havia nada que ele não faria por esta mulher. Se os
ferals pensavam que podiam vir atrás dele quando ele
finalmente encontrou sua companheira, estavam muito
enganados.
*****
Quando Elizabeth acordou na manhã seguinte ela sentia
como se tivesse uma caixa de areia em cada olho. Tudo o que
ela queria fazer era voltar a dormir. Mas, como no dia
anterior, ela tinha acordado não muito tempo depois que
Gavriel saiu da cama. Era como se o seu corpo já estivesse se
sincronizando com o dele. Franzindo a testa, ela se sentou e

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afastou as cobertas. Ela saiu da cama e se dirigiu
diretamente para o banheiro.
Vendo um vislumbre de si mesma no espelho, ela ficou
horrorizada. Não admira que Gavriel insistiu em carregá-la
ontem. Ela estava pálida e tinha olheiras sob cada olho, mas
o que era especialmente lamentável era o hematoma escuro
que se formou em sua testa por causa da queda nas escadas.
— Ugh. — Ela revirou os olhos para si mesma e ligou o
chuveiro. Quando o vapor começou a sair de trás da parede
de pedra, ela entrou no chuveiro e deixou a água quente
escorrer pelo corpo. Ela quase gemeu alto de alívio, a água
estava maravilhosa. Quando ela terminou, se secou e enrolou
uma toalha em volta do cabelo e do corpo. Ela começou a se
preparar e facilmente caiu na rotina de beleza que vinha
seguindo há anos, a única diferença é que acrescentou um
pouco de pó bronze nas bochechas para dar um pouco de cor
e um corretivo na testa para a contusão. Ela decidiu não
secar o cabelo já que estava muito cansada e em vez disso,
teceu o cabelo pesado em uma trança lateral. Ela colocou o
cabelo de volta em uma toalha para absorver a água da
trança.
Ela foi até a mala sorrindo. Escolher suas roupas era
sua parte favorita de se arrumar. Hoje ela escolheu uma saia
xadrez preta e branca até o tornozelo com leggings pretas. Ela
combinou esta com um suéter preto de lã de merino e usou
um cinto fino de couro vermelho para fazer toda a roupa se
destacar. Em vez de saltos, ela optou por uma bota de couro
preta de salto baixo. Era melhor não desafiar a Destino com

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saltos hoje. Ela tirou a toalha da cabeça e a pendurou no
banheiro. A trança estava quase seca ao toque, o que era
perfeito. Ela não queria molhar o suéter de lã.
Ela pegou sua bolsa-carteira e se levantou. O quarto
girou por um momento e ela teve que se agarrar à cama. Ela
respirou fundo e deixou o quarto parar de girar. O que havia
de errado com ela? Ela caminhou com passos deliberados até
a porta e seguiu pelo corredor. Quando chegou às escadas,
encontrou-se com Colton.
— Bom dia, luz do sol. Vejo que parece melhor esta
manhã, — Colton disse, sorrindo-lhe.
— Bom dia para você também. Sim, estou me sentindo
muito melhor. — Ela não pôde se impedir de sorrir de volta, o
bom humor dele parecia contagioso.
— Ótimo. — Colton se virou e foi descer as escadas
quando percebeu que ela estava hesitando. — Você está bem?
— ele perguntou.
— Na verdade, você poderia me acompanhar até em
baixo? Se eu tombar de novo temo que o Gavriel vá me
trancar no nosso quarto, — ela confessou.
Colton jogou-lhe um sorriso predador e fez uma
reverência ostentosa.
— Milady, seria uma honra e um prazer. — Ele ofereceu-
lhe o braço e quando ela colocou a mão em seu antebraço,
como ditava o costume, ele a moveu de modo que estivesse
enfiada em seu cotovelo com a mão dele sobre esta.
Era mais confortável e casual do que a maneira formal.
Ela lhe apertou o braço em sinal de gratidão.

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— Obrigada, Colton. Você tem me apoiado muito desde
que cheguei.
Ele balançou a cabeça.
— Não foi nada demais. Desde que você e Meryn
chegaram todos os dias foram divertidos. Eu nunca percebi o
tamanho do marasmo em que tínhamos nos metido.
— Tenho a sensação de que a Meryn vai mantê-los
sempre alertas, — ela disse sorrindo.
Ele jogou a cabeça para trás e riu.
— Você acertou nessa.
Eles logo chegaram ao fim das escadas. Colton manteve
a mão dela e continuou a acompanhá-la até a sala de jantar.
Quando eles entraram os homens se levantaram, os olhos de
Gavriel foram do cinza ao vermelho. Ela sentiu Colton ficar
tenso sob sua mão. Ela rapidamente tirou a mão do braço
dele e deu um tapinha em seu ombro de uma forma fraternal.
— Obrigada por garantir que eu não caísse das escadas
novamente. — Ela caminhou até onde seu companheiro
estava de pé, olhando para Colton. Quando ela chegou perto
o bastante, Gavriel passou um braço ao redor de sua cintura
e a puxou para perto. Ele pegou a mão que Colton estivera
segurando e beijou-a, colocando seu cheiro nela. Ela notou
que ele tinha seis copos de sangue vazios na mesa que ainda
não haviam sido removidos. Se ele estava agressivo assim
agora, como seria o seu ápice?
— Sem problema. Nós não gostaríamos que você se
machucasse, — Colton disse, ignorando Gavriel. Ele puxou

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sua cadeira e sentou-se. — Oh, Graças aos Deuses! Bacon! —
Com entusiasmo infantil, ele começou a encher o prato.
— Ei! Deixe um pouco para nós, — Darian protestou e
pegou o prato do Colton, também ignorando a agressão de
Gavriel.
Gavriel respirou fundo, os olhos voltando ao cinza.
Elizabeth podia sentir a frustração e arrependimento
irradiando dele. Ela se inclinou e beijou o lado do pescoço
dele e lhe piscou um olho maliciosamente. Balançando a
cabeça ele puxou a cadeira para ela. Ela se sentou e ele a
empurrou de volta. Ele virou-se para Colton.
— Colton, eu... — ele começou.
Colton o interrompeu.
— Então, o que você acha que aconteceu na suíte do
Comandante de Unidade noite passada? — ele perguntou,
aproveitando o fato de que nem Meryn nem Aiden estavam lá
embaixo ainda. Colton sorriu para Gavriel, que assentiu seus
agradecimentos pelo seu entendimento antes de responder:
— Tenho a sensação de que vamos descobrir em breve.
Ryuu veio da cozinha com outro prato de bacon, que
colocou à frente do prato de Aiden. Ele colocou um
cappuccino no lugar de Meryn antes de colocar um prato na
frente dela.
— Ryuu, eu odeio impor, mas você poderia me fazer um
café expresso duplo? Apenas sirva-o preto, — ela pediu.
Ele assentiu.
— Claro. Você não dormiu bem?

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— Eu dormi maravilhosamente. Eu simplesmente não
pareço conseguir acordar. Eu tive mais acidentes do que o
habitual e eu acho que meu corpo está lutando para se
recuperar. Até a minha contusão de ontem à noite não curou
ainda.
Gavriel se virou para ela.
— Você precisa que eu a leve a clínica? — Ele estendeu
a mão e traçou o rosto dela com esta.
Ela balançou a cabeça.
— Não, eu estou bem, apenas cansada. Eu não acho que
o Adam possa fazer muito a esse respeito.
Ryu pegou o prato vazio de bacon entre Colton e Darian.
— Eu vou começar a fazer esse expresso duplo
imediatamente. — Ele estava prestes a voltar para a cozinha
quando ouviu pés correndo pelo corredor e, em seguida,
descendo as escadas. Segundos depois Meryn irrompeu na
sala e voou para trás de Ryuu.
— Socorro! Ele vai me matar! — ela guinchou.
Gavriel, Darian e Colton se levantaram de um pulo e
puxaram as armas. Sobre suas cabeças, passos pesados
desciam as escadas.
Aiden apareceu na porta respirando com dificuldade.
— Onde está a minha companheira? — ele rugiu.
Os homens colocaram as armas de lado com um suspiro
de alívio e se sentaram. Elizabeth notou que nenhum deles
apontou para onde Meryn estava espreitando ao redor de
Ryuu.
O rosto de Ryuu estava neutro.

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— O que ela fez? — ele perguntou.
Aiden corou. Cada segundo que não respondia, ficava
mais e mais vermelho.
Ryuu assentiu.
— Ah. Sim. Bem, pense nisso como uma experiência de
aprendizado. Agora, eu sei que você fará seus exercícios de
“Cabra Cega” hoje, então cozinhei bacon extra. Eu coloquei o
prato de bacon fresco perto do seu prato. Você preferirá suco
ou água com o café da manhã? — ele perguntou, desviando a
atenção de Aiden de Meryn.
Aiden olhou para o prato de bacon parecendo
agradavelmente surpreso e sentou-se sem dizer uma palavra.
Ele estendeu a mão e raspou metade para o próprio prato.
— Suco de laranja será bom, — ele resmungou. Ele
olhou para Ryuu e sua boca se contraiu quando Meryn
espiou novamente. — Vem cá, sua pequena ameaça, você
ainda não me deu um beijo de bom dia.
Meryn hesitou, avaliando seu humor. Ryuu deu um
passo para o lado e a incitou à frente. Meryn se aproximou e
se sentou ao lado de seu companheiro e Ryuu se dirigiu à
cozinha.
— Sinto muito que você se machucou. Eu não sabia que
eles rompiam assim. — Ela pegou a mão dele e levou-a ao
rosto e esfregou a bochecha contra esta como Elizabeth tinha
visto Aiden fazer com Meryn muitas vezes.
O rosto de Aiden se suavizou.
— Está tudo bem, bebê, não houve nenhum dano
permanente.

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A cabeça de Colton passou de Meryn para Aiden e de
volta. Sorrindo de orelha a orelha, ele disse:
— Por favor, me diga que estão falando sobre o que acho
que estão falando.
Aiden corou e franziu o cenho para o melhor amigo.
Colton e Darian irromperam em gargalhadas. Aiden,
franzindo a testa, virou-se para Gavriel.
— Eu acho que estes dois querem fazer exercícios extras
hoje.
Gavriel assentiu.
— Eu estou devendo o Colton, então podemos deixá-lo
se safar hoje. Mas se você está desejando distribuir treinos
extras, que tal Keelan? Ele não está atrasado para o café da
manhã? — Gavriel perguntou.
Colton lançou um olhar agradecido a Gavriel antes de
olhar para o lugar vazio de Keelan.
— Talvez ele dormiu demais?
Darian sacudiu a cabeça.
— Ele é tão sintonizado com o sol quanto eu, ele nunca
dormiria demais.
— Estou aqui, — disse Keelan da porta. Quando
Elizabeth olhou para cima, teve que piscar. Ele não poderia
estar? Por quê ele estava...?
— Keelan, por que diabos você está roxo? — Colton
perguntou, tirando as palavras da boca dela.
Keelan gemeu e abaixou a cabeça antes de caminhar até
a mesa. Ele se jogou em sua cadeira, furioso.

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— Parece que o Sascha e o Quinn decidiram instalar
mais do que alarmes. Uma pequena armadilha inteligente
estava esperando por mim quando eu entrei no chuveiro esta
manhã. — O pobre bruxo estava numa cor ameixa escura da
ponta dos cabelos a cada centímetro de pele exposta.
Colton continuou a rir enquanto Darian começou a
cutucar a pele exposta de Keelan.
— Você está realmente roxo. — Darian parecia
impressionado.
Keelan o olhou, uma expressão amarga no rosto.
— Não? Sério? Eu não tinha notado.
Aiden estava lutando para manter uma cara séria.
— Eu vou falar com o Sascha esta manhã.
Keelan se iluminou.
— Vamos fazer exercícios com a Gama esta manhã? —
ele perguntou. Aiden assentiu. — Perfeito, — ele disse, o rosto
assumindo uma expressão diabólica.
Ryuu entrou na cozinha e o olhou.
— Céus. — Ele colocou o café expresso duplo na frente
de Elizabeth e se aproximou de Keelan. Ele se inclinou e
cheirou o cabelo do jovem bruxo. —Lavanda e anis?
Keelan assentiu.
— Sim, eu acho que você está certo.
Ryuu colocou a mão sobre a cabeça de Keelan e
sussurrou baixo. A cor púrpura saiu de Keelan como a água
através de uma peneira. Ryuu levantou a mão e com a outra
serviu a Keelan um copo de suco.
Keelan olhou para as palmas com a cor normal de pele.

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— Como você fez isso? — ele perguntou, se retorcendo
para olhar para Ryuu.
Ryuu sorriu.
— Que feitiços você usou para tentar remover a cor?
— Feitiços de fogo para purificação, — Keelan disse.
Ryuu sacudiu a cabeça.
— Lavanda e anis são filiados com o Elemento do Ar. Eu
usei um feitiço de Ar para neutralizar seus efeitos. Ele foi
feito de forma muito inteligente. Deixe-me adivinhar, quanto
mais você tentava mais escura ficava a mancha?
Keelan assentiu.
— Fogo se alimenta de Ar; você basicamente fortificou o
feitiço. — Ryuu rodeou a mesa, enchendo os copos.
Keelan gemeu.
— Eu deveria ter pensado nisso. Obrigado, Ryuu! —
Sem o embaraço pendente que o feitiço certamente teria
causado no seu apetite, Keelan se jogou no café da manhã
com prazer.
Ryuu sorriu para Keelan.
— Como escudeiro, eu não poderia permitir que alguém
em minha casa permanecesse tão aflito.
— Sua casa? — Aiden perguntou. Ryuu o ignorou. Seus
olhos se estreitaram em Meryn por um momento. Ele a olhou
por um pouco mais antes de se aproximar e arrancar a xícara
de cappuccino de sua mão. — Vou preparar-lhe outra coisa.
—Ele se afastou da mesa e se dirigiu à cozinha.
Os homens observaram quando os olhos de Meryn se
arregalaram, o lábio inferior tremendo.

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Aiden ficou de pé de um pulo.
— Bem, homens, melhor aproveitarmos bem o nosso
dia.
Keelan e Colton pegaram um pedaço de pão e o
rechearam de bacon antes de tomar seu suco de uma vez só.
Gavriel levantou-se e beijou-a na bochecha.
— Divirta-se, — ele sussurrou.
Elizabeth olhou para a bomba-relógio que era Meryn e
suspirou. Ela tomou de um gole seu expresso duplo e
estremeceu. Ela rapidamente pegou o cappuccino e começou
a beber. Ela precisava de algo para afugentar aquele gosto
amargo.
— Eu quero o meu café, Ryuu! — Meryn gritou.
— Tchau, — Gavriel disse e seguiu os outros para fora
da sala de jantar.
Ryuu voltou com um copo alto.
— Aqui. É, em sua maioria, espuma de leite com apenas
um pouquinho de café. Tenho medo de como o seu corpo
reagiria se cortássemos abruptamente o café, então
cortaremos aos poucos. — Ele colocou o copo na frente dela.
Resmungando, ela tomou um gole.
— Não há café aqui, — ela queixou-se.
— Sim, há, apenas consideravelmente menos do que
você está acostumada. Eu vou encomendar uma versão
descafeinada do seu grão de café expresso. Você pode tomar
as mesmas bebidas as quais está acostumada, apenas sem
cafeína. — Ele se aproximou e colocou um pãozinho, fatias de
maçã e pedaços de queijo no prato dela. — Você não pode ir

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ao seu escritório sem limpar o prato, — ele disse, a voz
severa.
Meryn parecia que estava prestes a discutir por um
momento, antes de se recostar de volta na cadeira.
— Eu estou, não estou? — ela perguntou.
Ele assentiu.
— Eu não pensei em verificar até que você mencionou
isso ontem, mas os seus ritmos estão diferentes.
— Droga, — ela murmurou.
Elizabeth fez as contas.
— Mas esta é uma notícia feliz! Você tem que contar ao
Aiden imediatamente. — Mesmo embora ela não fora criada
ao redor de shifters, ela sabia da grande importância que
tinha para eles ter filhos.
— Não, — Meryn disse, mordendo seu pãozinho
selvagemente.
— Por que não? — ela perguntou.
— Porque se ele descobrir, eu não vou ser capaz de
torturá-lo com as camisinhas mais e vai ser impossível de
conviver com ele. — Meryn enfiou os pedaços de queijo na
boca até que suas bochechas incharam como as de um
esquilo.
— Então, quando você vai dizer a ele?
— Logo, eu prometo, — Meryn confirmou.
— Oh, Meryn. — Elizabeth balançou a cabeça.
Meryn olhou para cima.
— Não me venha com “Oh, Meryn”. Você não tem que
viver com ele. Ele já me trata como uma estatueta de vidro.

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Se eu fizer algo tão pequeno quanto espirrar ele já me arrasta
para a clínica para o Adam me verificar. Eu só quero um
pouco de espaço para respirar antes de lhe dizer. Para
processar isso sozinha.
— Ok, você decide. — Ela se levantou e se espreguiçou.
— Você termine seu café da manhã, sem se engasgar. Eu vou
começar a fazer a entrada de dados para os membros da
unidade. O banco de dados que você criou vai servir
perfeitamente.
— Legal. Estarei lá em breve. — Meryn franziu a testa
para suas fatias de maçã.
Elizabeth sorriu. A vida estava prestes a ficar muito
mais interessante nos próximos meses.

MY
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Capítulo 10

Meryn se juntou a ela meia hora depois e elas realmente


começaram a avançar com os arquivos pessoais. Quanto mais
ela entrava com os dados, mais preocupada ficava.
— Meryn, você notou alguma coisa estranha sobre os
arquivos? — ela perguntou.
Meryn assentiu gravemente.
— Morreram tantos. Estamos adicionando-os para que
possamos rastrear e arquivar seus relatórios, mas são
muitos. É como se cada unidade perdesse um membro pelo
menos uma vez a cada dois anos. — Meryn olhou para ela
com medo nos olhos. — Eu não tinha ideia de que haviam
perdido tantos. — Seus olhos se encheram de lágrimas. — Eu
não quero perder ninguém.
Elizabeth sentiu suas próprias lágrimas ameaçarem
transbordar. Balançando a cabeça, ela intensificou sua
determinação.
— Nós não perderemos ninguém. Eles nos têm agora,
Meryn, e suas próprias companheiras estão a caminho. Você

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já fez mudanças que ajudarão a mantê-los seguros; basta
olhar para o seu programa dos recrutas. Este triplica os
homens disponíveis. Estamos aqui por um motivo, não se
esqueça disso.
Meryn esfregou os olhos com a manga da camiseta.
Elizabeth realmente ansiava por cada manhã para ver o que
Meryn usaria. Hoje ela usava uma camiseta de Os Caça-
Fantasmas. Meryn lhe sorriu.
— Obrigada, eu precisava dessa conversa estimulante.
Eu vou pensar positivo, é só... eu fui um alvo já. Eu ainda
tenho pesadelos; eles são tão difíceis de afastar porque
realmente aconteceu. É aterrorizante quando você nem pode
ver o seu inimigo. — Meryn envolveu os braços ao redor do
próprio abdômen como se tentasse se manter composta.
Segundos depois, Ryuu passou pela porta e estava ao
lado dela.
— Qual é o problema, denka? Seu medo foi forte o
suficiente para que eu pudesse senti-lo na cozinha. — Ele se
ajoelhou na frente dela e passou um polegar suavemente
sobre uma tatuagem de dragão azul ao redor do pulso de
Meryn.
— Apenas lembrando do ataque. Eu estava dizendo a
Coelinha que o que o tornava especialmente assustador era o
fato de que não podíamos vê-los.
Elizabeth não conseguia imaginar lutar contra um
inimigo invisível. Não era de admirar que os homens
estivessem fazendo os exercícios de “Cabra-cega”. Eles
estavam condicionando seus corpos a se moverem sem o

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benefício da visão, aprimorando seus outros sentidos. Deve
ter sido um golpe para o orgulho deles não poderem defender
Meryn.
— Eu farei o que puder para ajudar Keelan e o outro
bruxo, o Quinn, a criarem um feitiço para mantê-los
afastados, — Ryuu prometeu.
Um pensamento atingiu Elizabeth.
— Sem querer nos dar azar, mas o que os impediu de
voltar? Quero dizer, se não podemos vê-los, por que não nos
atacaram até agora?
Ryuu se levantou, cruzando os braços, levando uma das
mãos ao queixo. Ele pensou sobre isso antes de responder:
— Na primeira semana após o ataque eu ordenei aos
meus shikigami para que protegessem a casa. Eles são meus
servos espirituais. Eu posso controlá-los, mas isso me drena
e não posso mantê-los. Durante a primeira semana, sempre
que eles tentavam chegar perto da casa os espíritos os
tornavam visíveis. Isso era o suficiente para mantê-los
afastados. Eles são cautelosos. Este é o fator que confunde os
homens. Normalmente, os ferals são todos voltados a seus
desejos básicos. Eles estão um nível acima de mortos vivos.
Eles geralmente têm só inteligência o suficiente para fazer
armadilhas básicas ou enganar os humanos. Mas essa nova
raça é paciente. Eles analisam e são desconfiados, o que os
torna uma grande ameaça. Eu tenho a impressão de que a
razão pela qual eles se mantiveram afastados da casa até
agora é por causa de mim. Eu sou um desconhecido para
eles. Eu pude deixar seu assassino visível e obtivemos

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informações dele, mesmo morto. Eles podem não querer
revelar suas intenções e é isso que os torna mais perigosos do
que os típicos ferals.
— Eu vou ligar para o Adair. Ele me mandou um e-mail
ontem para me avisar que o programa havia sido aprovado e
eles estavam começando os testes de classificação. Quanto
mais cedo pudermos dispersar os recrutas, melhor me
sentirei. — Meryn estendeu a mão para o celular.
— Testes de classificação? — Elizabeth perguntou.
Meryn assentiu.
— Sim, é o método que eles criaram para decidir quem
vai para qual unidade. Eles devem realizar testes e cada
recruta recebe uma pontuação. O que fizer a pontuação mais
alta pode escolher primeiro, então o que fizer a segunda mais
alta e assim por diante. O Sydney me mandou uma
mensagem ontem à noite, de acordo com o boato, todos,
exceto um dos cinco melhores recrutas, queriam ser
designados para a Alfa. Ele disse que o recruta com a
segunda nota mais alta escolheu ir para a Gama em vez
disso, para treinar com o Sascha. Eu não havia percebido o
tamanho do prestígio que acompanha as atribuições da
unidade. — Meryn colocou o telefone no ouvido. — Ei, Adair,
qual é a novidade, amigo? — ela perguntou.
Elizabeth se aproximou para poder ouvir a resposta
dele.
— Ei, docinho. Nós completamos a classificação e os
caras estão fazendo as malas hoje. Eles estarão a caminho
daí amanhã.

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— Amanhã! — Meryn exclamou.
— Sim, eu não te contei no meu e-mail ontem? — ele
perguntou, parecendo confuso.
— Não! Não, você não contou. A única coisa que você
disse foi que estaria fazendo os testes, — Meryn disse por
entre dentes cerrados.
— Desculpa, querida, eu não pretendia te colocar em
um beco sem saída. Eu pensei que você sabia que não
demoraria muito para classifica-los. Você pode ver se o Aiden
estará pronto para recebê-los?
Meryn olhou para o relógio e mordeu o lábio inferior.
— Eles estão treinando agora, eu ligo de volta quando
eles fizerem o primeiro intervalo.
— Parece bom. Desculpe novamente, garota, — Adair se
desculpou.
— Não se preocupe, eu vou dar um jeito, — Meryn disse
e terminou a ligação.
Quando ela olhou para cima, havia pânico em seu rosto.
— Bem, que foda fodida!
Elizabeth riu.
— Suas escolhas de palavras são descritivas e
surpreendentemente precisas.
Meryn piscou.
— Isso foi um elogio?
— Sim, querida.
— Bem, acho que temos algumas horas antes do
primeiro intervalo deles. Vamos terminar com o resto dos
arquivos de pessoal. Tenho a sensação de que o resto do dia

MY
ProtectoR
Alanea Alder
será para preparar a casa para os recrutas. — Ela olhou para
Ryuu. — Você pode começar a arrumar os lençóis e toalhas?
Eu começaria esvaziando os quartos de hospedes, mas não
sei quais o Aiden designou para eles.
Ryuu fez uma reverência.
— Claro, denka. Este programa é importante para você;
farei o que puder para garantir seu sucesso. Vou fazer um
inventário imediatamente. — Ele saiu, fechando a porta atrás
de si.
Meryn sorriu largamente.
— Ele é tão legal!
Elizabeth tinha a sensação de que Meryn não tinha ideia
de quão "legal" Sei Ryuu poderia ser. Mas se o próprio
homem não dissera nada, ela também não diria.
— Eu aposto que podemos limpar essa pilha e terminar
isso antes do intervalo deles, — ela disse, pegando o próximo
arquivo.
— Eu aposto que podemos também. Eu mal posso
esperar para me livrar dessas coisas velhas e mofadas.—
Meryn mexeu o nariz.
Elizabeth riu, em seguida, olhou para as mãos sujas.
Ela mal podia esperar também.
*****
— Denka, está na hora do chá. Você precisa ir falar com
o Aiden sobre os recrutas? — Ryuu perguntou da porta.

Elizabeth olhou para o relógio. As horas passaram


voando. Ela olhou para o espaço vazio no chão onde os

MY
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Alanea Alder
arquivos haviam estado. Meryn estava arquivando o último
no momento.
— Ryuu, você poderia, por favor, descartar esses
arquivos de uma forma segura? — ela perguntou, apontando
para as pilhas arrumadas ao lado da porta.
— Claro. — Ele facilmente levantou três das pilhas e se
afastou.
Meryn olhou para ela e ela podia dizer que sua amiga
estava tão impressionada quanto ela. Aquelas pilhas eram
pesadas!
Meryn se levantou e se espreguiçou.
— Tudo bem, vamos interromper o treinamento deles,
eles devem estar no intervalo agora.
Elizabeth levantou-se e seguiu-a para os campos de
treinamento. Meryn esfregou as mãos sobre os braços.
Nenhuma delas foi esperta o suficiente para pegar um
casaco.
— Burr! Droga, está frio!— Meryn correu para onde os
homens estavam, ofegantes, curvados e tentando recuperar o
fôlego.
— Meryn! Onde está o seu casaco, bebê? — Aiden puxou
sua companheira para perto em um esforço para mantê-la
aquecida.
— Lá dentro, eu esqueci. Mas ouça, eu liguei pro Adair
para verificar a classificação e ele disse que os recrutas
estarão aqui amanhã!
Aiden piscou.
— Amanhã? Tipo amanhã, amanhã? — ele perguntou.

MY
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Alanea Alder
Ela assentiu.
— Sim! Ele disse que eles estão fazendo as malas hoje e
os nossos cinco estarão aqui amanhã. O Ryuu está pegando
os lençóis e toalhas, mas eu não sabia qual dos quartos de
hóspede você queria designar para os estagiários.
— Vou interromper o treinamento hoje para que
possamos ajudá-la a preparar a casa. Dessa forma, as outras
unidades também terão tempo de se preparar. Começaremos
na hora do almoço mais ou menos. Obrigado por aguardar o
nosso intervalo para me dizer.
Elizabeth olhou em volta e não viu seu companheiro.
— Onde está o Gavriel?
O rosto de Aiden ficou sombrio.
— Ele teve um quase acidente. Ele está com o Colton e o
Keelan na varanda dos fundos sendo tratado.
O coração de Elizabeth acelerou.
— O que você quer dizer com “quase acidente”? Tratado
do quê?
— O Colton atacou e o Gavriel foi um pouco lento
demais. Ele foi cortado pelo bokuto11 na testa. O Keelan está
cuidando da lesão, — ele explicou.
Elizabeth não respondeu, ela apenas começou a andar
em direção aos fundos. Quando chegou ao canto da casa,
parou, ouvindo as vozes dos homens.

11 Espada de madeira.

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Alanea Alder
— Graças aos deuses você está quase de volta ao
normal. Se você tivesse sido um pouco mais lento, isso
poderia ter sido ruim, — ela ouviu Keelan dizer.
— Eu sinto muito. — A voz de Colton soou contrita.
— Não foi culpa sua, Colton. Eu acho que o aumento no
sangue ajudou. Eu mal posso esperar para voltar ao normal,
— disse Gavriel, soando um pouco amargo.
— Pense nisso assim: quando você terminar, você será
essa nova, ainda mais foda, versão do Gavriel que todo
mundo já teme, — Keelan disse, parecendo divertido.
— Não tem como isso acontecer rápido o bastante. Eu
não gosto de me sentir fora de controle, — ela ouviu seu
companheiro confessar.
Quando o vento mudou, levando seu cheiro para os
homens, ela deu um passo para fora do lado da casa,
sorrindo.
— Aí está você! Eu estava te procurando. O que
aconteceu com a sua cabeça? — ela perguntou, tentando
parecer indiferente. Ela precisava descobrir uma maneira de
conseguir que o Gavriel se alimentasse dela novamente. Não
era a quantidade de sangue que ele estava tomando que o
mantinha seguro, era o sangue dela. Se ele precisasse se
alimentar dela três vezes por dia para poder se defender, ela o
forçaria se tivesse que fazê-lo.
Gavriel se virou para ela, o rosto neutro.
— Apenas um erro de cálculo da minha parte, e acho
que o Colton estava tentando ficar quites comigo por causa
desta manhã.

MY
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Alanea Alder
Colton estremeceu.
— Eu disse que sentia muito.
Keelan deu um tapinha nas costas de Colton.
— Vamos lá, eu aposto que o Aiden descobriu uma
maneira maravilhosa de te fazer pagar por quase abater seu
segundo em comando. — Ele guiou Colton de volta para os
campos de treinamento.
— Eu disse que estava arrependido! — Colton reclamou
em voz alta.
Gavriel sorriu, então estremeceu. Ele levantou a mão e
cautelosamente tocou a ferida.
Ela se aproximou e baixou a voz.
— Você tem certeza de que está bem?
Ele a puxou para perto e começou a esfregar seus
braços.
— Sim, eu estou bem, foi só um cortinho. Deve estar
curado no jantar. Por que você está aqui fora? — ele
perguntou.
Ela descansou a cabeça no ombro dele, apreciando seu
toque simples.
— A Meryn ligou para o Adair para falar sobre os
recrutas. Eles chegarão amanhã.
— Ah. Eu aposto que nem a Meryn nem o Aiden sabiam
disso, — ele supôs.
— Você adivinhou. O Aiden disse que todos vocês
ajudariam a limpar os quartos depois do almoço.
— Então vamos voltar, você precisa entrar e eu preciso
ajudar o Aiden com treinos. Eu posso não ser capaz de

MY
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Alanea Alder
treinar, mas eu posso ajudar a corrigir os outros. — Ele se
levantou e manteve um braço ao redor dela.
Quando chegaram aos campos de treinamento, o Aiden
estava tentando tirar uma das espadas de madeira da Meryn,
que a erguia ao nível dos olhos, no que parecia ser uma
postura de samurai.
— Ok, bebê, hora de entrar agora, vê? Ali está a
Elizabeth. — Aiden, apesar do frio, tinha suor na testa.
— Tamanho não importa. Olhe para mim. Julgou-me
pelo meu tamanho, não é?12 — Meryn gracejou, e baixou a
espada fazendo, o que Elizabeth supôs pela citação, ruídos de
sabre de luz.
Aiden olhou para o céu.
— Eu ainda não te entendo!
Meryn balançou a espada em uma batalha simulada
contra seu oponente invisível. Os outros homens a incitaram.
Elizabeth teve pena de Aiden. Ela beijou Gavriel na bochecha.
— Tenha cuidado. — Ele assentiu. Ela se aproximou da
área de treinamento. — Muito para aprender você ainda tem,
meu velho padawan.
Meryn congelou no meio do balanço da espada.
— Acho que você está certa. — Ela entregou a espada
para Colton. — Tente não matar nenhum dos nossos
guerreiros, — ela brincou. Colton grunhiu.
Meryn correu para ela.

12 Fala de Yoda, personagem do filme de ficção cientifica Star Wars.

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Alanea Alder
— Vamos entrar! Minhas bolas estão congelando! —
Atrás dela os homens irromperam em risadas.
Aiden olhou para os tolos sorridentes.
— Dez voltas começando agora! — ele gritou. Os homens
se levantaram de um pulo e começaram a correr.
Ela e Meryn entraram e, para seu deleite, Ryuu havia
alimentado o fogo na sala de estar e preparado biscoitos
quentes de chocolate e aveia. Quando se sentaram, Ryuu
enrolou Meryn em um cobertor.
— Ele disse que eles virão almoçar e depois nos
ajudarão com os quartos, — disse Meryn a Ryuu.
Ele assentiu.
— Bom. Vou verificar o almoço agora, vamos comer um
guisado de carne com biscoitos. Marius mandou a receita
quando começou a esfriar no mês passado; ele disse que era
uma boa refeição em um dia frio. — Ryuu fez uma reverência
e saiu para a cozinha.
Meryn se virou para ela, ajustando as mãos na caneca.
— Depois do intervalo, podemos inserir os arquivos que
tenho para as pessoas desaparecidas? Só consegui inserir o
básico para executar meus programas. Quero garantir que
capturemos tudo.
— Claro. Mesmo em Noctem Falls nós ouvimos falar
sobre os assassinatos. Eu farei tudo o que puder para ajudar.
— Elizabeth deu uma mordida em seu biscoito.
— Obrigada. O Aiden e os caras fazem o que podem,
claro, mas as mulheres pensam de forma diferente do que os
homens, nós podemos perceber algo que eles perderam.

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Alanea Alder
— Eu farei o que puder, — prometeu Elizabeth.
Após o intervalo, elas voltaram para o escritório e Meryn
mostrou a ela os arquivos de desaparecidos.
Elizabeth ficou chocada com o número.
— Não podemos estar com tantas pessoas
desaparecidas! — ela exclamou.
Meryn assentiu tristemente.
— Alguns não foram relatados ao conselho e outros
foram atribuídos a “acidentes de caminhada” ou “ataques de
animais”. Mas quando eu comecei a correlacionar os dados,
mais e mais pessoas começaram a aparecer.
— Eles estão todos concentrados em volta de Lycaonia?
Porque não tivemos pessoas desaparecidas perto de Noctem
Falls, — Elizabeth perguntou.
— Eu fui até o oeste de St. Louis, mas você está certa,
eles estão perto de Lycaonia. — Meryn apontou para um
pedaço de papel que era um mapa dos EUA com pequenos
pontos vermelhos agrupados em torno de Lycaonia.
— O conselho sabe? — Elizabeth perguntou.
— Sim, o Aiden e eu os dissemos imediatamente. —
Meryn acenou com a cabeça.
— Eu estou disposta a apostar que o Magnus não sabe.
Ele teria discutido isso comigo e teria barrado os portões da
cidade de Noctem Fall para me impedir de vir aqui. — Ela
abaixou o mapa e pegou uma das muitas fotos de um casal
feliz.
— Triste não é? Eles estavam todos esperando filhos
também, — Meryn sussurrou.

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Alanea Alder
— Vamos digitalizar as fotos e salvá-las, — ela sugeriu.
Meryn assentiu e tirou uma pilha de páginas de bordas
dentadas do scanner.
Elizabeth franziu a testa.
— Meryn, o que é isso? — ela perguntou, apontando
para as páginas.
Meryn se virou e sorriu.
— Meu livro de história. A cópia impressa era tão pesada
que eu escaneei as páginas e fiz um e-book. Agora posso ler
no meu telefone. — Ela puxou o celular e lhe mostrou o
aplicativo de leitura.
— Estou impressionada. Você pode enviar ele para mim?
Você pode fazer outros? — Elizabeth perguntou, olhando para
as páginas claras no telefone de Meryn.
— Sim, é fácil. O scanner faz a maior parte do trabalho.
Podemos criar nossa própria coleção, — ela ofereceu.
— Esta é realmente uma grande ideia, Meryn. Nossas
gerações mais novas são melhores em tecnologia do que a
maioria do mundo paranormal. Esta seria uma ótima
maneira de fazê-los ler sobre a história do nosso povo. —
Elizabeth devolveu o telefone a Meryn.
— Vou colocar isso na lista de tarefas. No entanto, estou
realmente gostando deste livro. Há algumas coisas muito
interessantes aqui, — ela disse com um sorriso maligno.
— Que os Deuses nos ajudem, — Elizabeth resmungou.
— Mu-wa-ha-há — Meryn mexeu as sobrancelhas.
— Sua bobinha! Escaneie essas fotos e eu criarei os
arquivos do banco de dados.

MY
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Alanea Alder
— Ok. — Meryn começou seu projeto, deixando
Elizabeth com seus próprios pensamentos.
Por que nenhum dos outros membros do conselho foi
informado? Ou talvez fosse apenas o tio dela que havia sido
deixado no escuro. Ela trabalhou na criação dos arquivos
necessários para que, quando contatasse o tio, tivesse todos
os fatos.
Antes que ela percebesse, uma hora tinha voado e ela
podia ouvir os sons dos homens entrando no saguão. Eles
imediatamente subiram para tomar banho, significando que o
almoço seria na próxima meia hora.
— Eu vou ir pro banho com o Aiden. Mesmo com o
aquecimento ligado eu não fui capaz de me aquecer da minha
aventura lá fora esta manhã, — Meryn disse ficando em pé e
indo em direção à porta.
— Não é uma má ideia, eu também não consegui me
aquecer, — ela confessou.
— Melhor se apressar, o Gavriel sempre toma banho
rápido, mas se você se juntar a ele, ele pode levar mais
tempo, — Meryn a olhou maliciosamente.
— Vamos, sua louca. — Elizabeth a espantou.
Quando a porta se fechou, ela pegou o telefone. Ela teria
que ser rápida se a Meryn estivesse certa, o Gavriel a estaria
procurando em breve.
— Beth! Como você tem estado, docinho? — Seu tio
respondeu no primeiro toque.
— Bem, e você?
— Não posso reclamar. Como está o seu vampiro?

MY
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Alanea Alder
— Aproximando-se de seu ápice. Mal posso esperar para
que acabe. Não gosto de vê-lo vulnerável, — ela admitiu.
— Não se preocupe, querida. Mesmo no seu estado mais
fraco o seu companheiro ainda é uma força a ser
reconhecida.
— Eu sei, mas isso ainda me incomoda.
— É por isso que você ligou?
— Não, não foi por isso. Eu não sei como dizer isso,
então vou só dizer de uma vez, — ela começou.
— Isso não parece bom, Bethy. — A voz de seu tio soava
séria.
— Não é bom, tio. Você sabia que houve sequestros em
Lycaonia e nos arredores dela? — ela começou.
— Sim, isso foi compartilhado no plano do conselho no
mês passado. É muito preocupante.
— Você sabia que mais de vinte casais desapareceram,
todos concentrados em torno de Lycaonia? — ela perguntou.
— O quê?! Ninguém relatou isso. Onde você conseguiu
sua informação? — ele exigiu.
— Meryn, a mulher da qual eu lhe falei, a nova
companheira do Comandante da Unidade, o Aiden. Ela
compilou uma lista de todos os desaparecimentos suspeitos
na área e depois os cruzou com uma lista de paranormais
que vivem fora da cidade. Alguns foram classificados como
acidentes de caminhada ou ataques de animais, mas shifters
não têm acidentes de caminhada e eles com certeza não
vivenciam ataques de animais, — ela disse veementemente.

MY
ProtectoR
Alanea Alder
— Você está certa, eles não passam por isso. Por que
diabos o René não relatou isso? — ele disse com a voz cheia
de raiva.
— Eu não sei, mas eu também tive uma conversa
interessante hoje com o Sei Ryuu. Evidentemente, ele
defendeu Meryn durante seu ataque e, de alguma forma,
tornou o inimigo visível. Eles não se aventuraram na casa
desde então. Ele disse que isso é indicativo de um nível de
inteligência mais alto. Este novo inimigo é astuto e cauteloso.
Eu vi os guerreiros aqui, tio, eles estão treinando para lutar
às cegas. Eu sei que o Aiden teria encadeado isso às outras
unidades em todo o país, mas se os membros do conselho
não estão cientes de tudo, temo que, se chegar um momento
em que os guerreiros precisem de apoio, se o conselho não
tiver a história completa, muitas vidas poderão ser perdidas.
— E esse era o seu pior medo.
As maldições de seu tio encheram seus ouvidos.
— Você quer que o seu nome seja mencionado? Eu
posso manter você e Meryn fora disso, — ele ofereceu.
Elizabeth pensou nisso por um momento. Ela não
queria colocar Meryn em risco, especialmente considerando
sua condição, mas Meryn era uma das poucas pessoas que
viu o panorama completo e poderia explicar não apenas os
resultados do relatório, como também de onde os dados
vieram. Ela não se importava de um jeito ou de outro consigo
mesma.

MY
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Alanea Alder
— Vou deixar isso para como você achar melhor. Eu sei
que você não colocaria a Meryn ou eu em perigo de forma
imprudente.
— Nunca, minha querida menina. Eu vou deixar você ir,
eu tenho um certo Ancião vampiro em Lycaonia para quem
ligar. — Sua voz assumiu um tom duro.
— Acaba com ele, titio! — ela incitou. Ela ouviu sua
risada.
— Eu sinto sua falta todos os dias, Bethy, — ele
admitiu.
— Eu estou te fazendo mais bem aqui do que se eu
estivesse aí servindo seu chá, — ela apontou.
— Essa é a verdade dos Deuses. Tchau, bebê.
— Adeus, tio.
Ela exalou e sorriu. Ela gostaria de poder ser uma
mosca na parede do escritório de René Evreux. Ela adorava
quando seu tio se irritava com as pessoas; era realmente uma
coisa bela. Sorrindo, ela saiu do escritório e se encontrou com
seu companheiro na base das escadas.
— Droga, eu estava esperando te pegar no chuveiro. —
Ela sorriu e colocou os braços ao redor do pescoço dele. Ela
podia sentir a umidade de seu cabelo e sentir o cheiro de seu
sabonete. Ele a encostou contra ele. Ela podia sentir sua
crescente excitação contra sua barriga.
— Eu sempre posso tomar outro banho, — ele
sussurrou atrás de sua orelha, enviando arrepios por seu
corpo. Bem então o estômago dela roncou alto. Rindo, ele se
afastou.

MY
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Alanea Alder
— Então, novamente, eu preciso garantir que minha
companheira esteja alimentada. Eu me pergunto o que tem
para o almoço. — Ele colocou uma mão quente nas costas
dela.
— Ryuu disse que estava fazendo ensopado de carne. Eu
tenho sentido o cheiro à manhã toda, mal posso esperar para
comer! — ela confessou.
Juntos, eles foram para a sala de jantar. Keelan, Darian
e Colton já estavam sentados e se levantaram quando eles
entraram. Todos se sentaram juntos.
— Agora só precisamos de Meryn e Aiden, — disse
Colton, passando manteiga em outro biscoito.
— Eles podem demorar alguns minutos, — Elizabeth os
informou.
Colton e Keelan gemeram e ambos pegaram outro
biscoito.
Alguns minutos depois, um muito satisfeito Aiden, e
uma Meryn com cabelos molhados entraram. Os homens se
levantaram novamente.
— Sexo no chuveiro é uma droga, — Meryn anunciou
em voz alta.
Colton começou a engasgar com seu biscoito e Keelan e
Darian apenas a olharam fixamente.
Aiden corou, mas continuou sorrindo enquanto se
sentavam.
Elizabeth inclinou-se para frente, morrendo de vontade
de saber o que motivou essa afirmação.
— O que aconteceu?

MY
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Alanea Alder
— Superfícies escorregadias e não do tipo bom, em
primeiro. — Meryn começou, contando as razões nos dedos.
— A água não é um lubrificante natural, em segundo.
Diferenças de altura, em terceiro. E eu tive uma droga de
cãibra bem quando... — Aiden cobriu sua boca naquele
momento.
Ahh. Então alguém se divertiu e alguém não. Pobre
Meryn.
Aiden retirou a mão.
— Eu vou te compensar mais tarde, bebê, — ele disse,
então beijou a têmpora de Meryn.
Meryn apenas resmungou e ferozmente cortou seu
biscoito ao meio antes de se virar para seu companheiro.
— Então, com quais quartos os recrutas vão ficar?
— Há seis suítes principais usadas por Colton, Darian,
Keelan, Ryuu, nós, Gavriel e Elizabeth. Em cada andar há
três suítes de hóspedes, então não vejo razão para que cada
recruta não tenha seu próprio quarto. O que isso significa,
cavalheiros, é que todo o nosso espaço de armazenamento
está prestes a desaparecer, então o que vocês quiserem
manter precisa ser levado ao sótão. — Aiden virou-se para o
fae. — Darian, você pode isolar e designar espaços de
armazenamento no sótão para todos? Precisamos limpar os
quartos para que eles possam ser preparados para a
mudança até amanhã. — Aiden definiu os planos de trabalho
da tarde.
Darian assentiu.

MY
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Alanea Alder
— É provavelmente uma boa ideia olhar algumas de
nossas antigas caixas de qualquer maneira. Eu sei que tenho
coisas em um dos quartos de hóspedes nas quais eu
provavelmente nem sequer pensei em décadas. Seja o que for
meu que não caiba no andar de cima eu sempre posso enviar
para casa em Éire Danu.
— Casa? — Meryn perguntou.
— A verdadeira casa de um fae é sempre Éire Danu. —
Darian lhe piscou um olho.
— Oh. — Ela deu de ombros.
Ryuu entrou com um carrinho que continha tigelas
fumegantes de um guisado marrom escuro. Aiden virou-se
para o escudeiro.
— Ryuu, posso pedir que você ajude a cuidar dos
recrutas? Eles não são crianças. São homens crescidos pelos
padrões humanos, mas jovens em nosso mundo.
— Claro. Eu os envio para você para serem
disciplinados? — Ryuu perguntou enquanto começava a
colocar tigelas na frente de todos.
Aiden sacudiu a cabeça.
— Se eles estão fazendo algo que merece disciplina vá
em frente e a administre, então os envie para mim. Então eu
posso discipliná-los novamente. A maioria tem idade
suficiente para ter superado esses tipos de palhaçadas,
especialmente considerando que agora estão designados para
uma unidade. Se eu não estiver disponível, você pode enviá-
los para qualquer membro da Unidade Alfa, — Aiden disse.

MY
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Alanea Alder
— Tenho certeza de que não haverá problemas, — Ryuu
disse sorrindo.
Aiden gemeu.
— Você acabou de nos amaldiçoar.
Ryuu deu de ombros.
— Seja como for, eu me certificarei de que eles
entendam que, enquanto residirem nesta casa, devem
respeitar as minhas regras.
Aiden apenas assentiu.
— Eu confio no seu julgamento.
Quando Ryuu colocou a tigela na frente dela, ela
inspirou o aroma saboroso. Ela pegou a colher e passou a
comer. Havia uma explosão de sabores em cada mordida.
— Ryuu, este tem que ser o melhor ensopado que eu já
comi! — ela exclamou e não estava mentindo. Crescendo em
uma corte nobre, ela sempre esteve exposta ao melhor do
mundo, mas nada se comparava a esta simples refeição.
Ryuu fez uma reverência.
— Obrigado. Fico feliz.
A mesa estava quieta enquanto todos devoravam o
almoço. Elizabeth sorriu para Ryuu quando ele colocou uma
segunda tigela na frente dela, tomando a vazia. Quando ela
olhou em volta, todos, exceto Meryn, estavam engajados na
segunda tigela.
Com o estômago cheio, ela se inclinou para trás e olhou
para Aiden. Ela esperou até que todos estivessem quase
terminando para trazer à tona a conversa com seu tio.

MY
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Alanea Alder
— Aiden, eu liguei para o meu tio hoje. Eu disse a ele
sobre o que a Meryn me mostrou sobre as pessoas
desaparecidas. Como eu suspeitava, ele não havia sido
informado.
Os homens pararam de comer e a olharam.
Aiden franziu o cenho.
— Isso não pode estar certo. Meryn e eu levamos isso ao
conselho há quase um mês.
— Aiden, se o meu tio soubesse que tantos shifters
haviam desaparecido perto de Lycaonia, eu ainda estaria
sentada em Noctem Falls. — Ela levantou uma sobrancelha
para ele. Ele se recostou, franzindo a testa.
Gavriel se virou para ela.
— O que ele disse que ia fazer?
— Ele ia ligar para o Ancião Evreux assim que saísse do
telefone comigo. Imagino que tenha sido uma conversa
unilateral. — Ela sorriu com o pensamento.
Colton olhou para Aiden.
— Nós não podemos mais nem mesmo confiar em
nossos próprios Anciãos? O que diabos está acontecendo?
Aiden sacudiu a cabeça.
— Tenho certeza que isso é apenas mais uma gafe do
Evreux. Ele provavelmente não achou que era importante
mencionar isso, já que foram shifters que foram sequestrados
e não vampiros.
Darian assentiu.
— Eu aposto que você está certo, isso soa com algo que
ele faria.

MY
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Alanea Alder
Aiden olhou para todos.
— Por enquanto, não vamos mencionar isso fora desta
sala.
Os homens assentiram. Elizabeth notou que ela não era
a única que não estava assentindo. Meryn e Ryuu também
não assentiram.
Aiden se levantou e bateu palmas.
— Ok, gente, esses quartos não vão se limpar sozinhos.
Vamos começar.
Gemendo, os homens se levantaram e começaram a se
dirigir ao andar superior.
Meryn encontrou seus olhos.
— É só o Evreux sendo um idiota.
Elizabeth assentiu.
— Tenho certeza que sim.
Elas se entreolharam. Elizabeth podia ver em seus
olhos. Meryn também não acreditava.

MY
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Alanea Alder
Capítulo 11

Elizabeth trocou olhares com Meryn enquanto


observavam os homens irem e voltarem carregando caixas ao
sótão. Mesmo em seu estado mais fraco Gavriel estava
carregando pesos que ela nunca sequer tentaria carregar.
Aiden e Colton estavam competindo sobre quem conseguia
carregar mais e Keelan estava usando feitiços para levitar os
objetos de tamanho mais complicado ao andar de cima.
Darian teve que parar de ir ao sótão, pois continuava
batendo a cabeça nas vigas, então estava carregando caixas
de seus respectivos quartos para o pé das escadas do sótão
para os outros carregarem para cima. Os olhos de Elizabeth e
Meryn seguiram seus companheiros quando eles passaram
por elas novamente, os músculos dos bíceps se movendo.
— Delicioso, — Meryn murmurou. Aiden olhou-a
repentinamente e tropeçou. Gavriel ficou preso nas pernas do
Aiden e caiu também. Os dois homens sentaram-se
parecendo desgostosos consigo mesmos.

MY
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Alanea Alder
Ryuu pegou, sem esforço, as caixas que Aiden e Gavriel
estiveram carregando. Graciosamente se levantou e, sem
dizer uma palavra, se dirigiu ao sótão.
— Sério. Diabos. — Meryn encarou.
— Você pode dizer isso de novo. — Elizabeth assentiu.
— Sério. Diabos. — Meryn repetiu.
Aiden rosnou e Gavriel silvou baixinho, ambos ficaram
de pé e caminharam até as mulheres.
— Isso foi culpa sua, — Aiden murmurou, esfregando o
queixo na cabeça de Meryn.
— Você não quer que eu seja sexualmente atraída por
você? — ela perguntou.
Aiden manteve o queixo na cabeça dela e rangeu os
dentes, fazendo a cabeça de Meryn balançar de um lado para
o outro. Ela tentou fugir, mas as mãos rápidas dele
agarraram-na e fizeram cócegas em suas costelas. Rindo, ela
implorou por misericórdia.
Seu companheiro tinha uma abordagem muito mais
direta. Ele a puxou para os braços e a inclinou para trás. No
momento em que capturou seus lábios, ela estava perdida.
Ele a provocou até que seu corpo todo estivesse vibrando.
Quando ele os endireitou, seu sorriso era satisfeito e
completamente perverso. Maldito fosse, ele sabia exatamente
o que fazia com ela.
— Vampiro sorrateiro, — ela murmurou em seu peito.
— Tenho que me certificar de manter a sua atenção. —
Ele beijou sua testa.
— Oh, você a tem.

MY
ProtectoR
Alanea Alder
— Vocês, caras, terminaram de brincar? Temos mais
caixas para carregar, — Colton gritou.
Aiden beijou Meryn antes de se afastar.
— Já vou! — ele gritou de volta.
Elizabeth olhou para seu companheiro.
— Onde estão todas as suas coisas?
— Eu mantenho uma casa na cidade, onde as minhas
coisas são armazenadas. Gosto mais daqui, no entanto. Volto
logo, — Gavriel sussurrou e caminhou em direção a suíte
deles.
Elizabeth balançou a cabeça. Seu companheiro tinha
outra casa inteira e não lhe ocorreu que ela gostaria de vê-la.
Ela fez uma pausa. Que tipo de espaço ele tinha lá para um
closet? Sorrindo, ela continuou a contar os conjuntos de
lençóis no armário de roupas de cama com Meryn. Depois de
alguns minutos, elas notaram que os homens haviam
desaparecido por um tempo.
Meryn a olhou.
— Para onde foram?
Elizabeth deu de ombros e estava prestes a responder
quando viu Gavriel andando pelo corredor com algo grande
nas mãos que estava coberto por um lençol. Os homens
caminhavam atrás dele sorrindo maliciosamente.
Meryn franziu a testa.
— Ok, caras, o que estão tramando?
Darian deu um passo adiante como um porta-voz.

MY
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— Nós decidimos ir em frente e fazer isso agora, antes
que os recrutas chegassem, para que não esperassem ser
mimados.
Antes que qualquer uma delas pudesse perguntar o que
ele queria dizer, ele cuidadosamente levantou o lençol.
Elizabeth ouviu Meryn ofegar e não poderia culpá-la.
Gavriel estava segurando uma casa de bonecas em miniatura,
muito detalhada. Dentro de cada sala havia cadeiras, mesas e
outros móveis.
— É para o Felix. Gavriel teve a ideia depois que vocês se
mudaram. O pobre Felix sempre tem que comer de um pires.
Nada na casa se adequa a ele, o pobre rapazinho nem sequer
tinha uma cadeira para se sentar, então fizemos uma. Bem, o
Aiden fez. Ele estava no comando do mobiliário. — Darian
apontou com o polegar para seu comandante.
Aiden corou e franziu a testa.
— Ninguém deveria ter que dormir em uma maldita
caixa de sapatos, — ele murmurou.
Elizabeth notou que o brilho fraco que normalmente via
em torno Meryn estava ficando mais e mais brilhante.
Darian continuou:
— Eu liguei para uma amiga que mora em Éire Danu e
disse a ela o quão heróico o nosso Felix fora, enfrentando o
frio para nos buscar quando Meryn foi atacada. Os elfos não
conseguiam fazer o bastante para ele. Eles enviaram lençóis,
cobertores e praticamente um guarda-roupa totalmente novo.
Claro que os nossos elfos locais não queriam ficar para trás.
O Ancião Vi'Ailean me disse que eles se sentiram terríveis

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pelo Felix ter que se mudar porque não estava se encaixando.
Eles enviarão mudas na primavera para a nossa própria
estufa, que estamos construindo para que ele tenha acesso a
plantas o ano todo.
Keelan um passo à frente com uma pequena caixa e
abriu-a. Dentro jazia um pequeno colar aninhado em veludo
branco. Era uma simples pedra verde engravada em prata
que pendia de uma corrente de prata. Corando, ele a
levantou, indicando para Felix que era dele. Em um segundo
o colar estava lá e no seguinte desaparecera quando Felix o
colocou.
Keelan pigarreou.
— Estive trabalhado com o Ryuu para criar um
perímetro que torne visíveis coisas ocultas. Se você virar a
pedra em seu pingente nós seremos capazes de te ver e ouvir,
gire-a de volta e vai voltar a ser invisível, — ele explicou.
Elizabeth e os homens todos, observaram atentamente
como o ar a sua frente tremulou por um segundo antes de
um pequeno, ruivo elfo ser revelado. Suas asas translúcidas
com tons verdes e roxos batiam furiosamente, mantendo-o
oscilando entre eles. Felix estava chorando em silêncio, seus
brilhantes olhos verdes com manchas vermelhas. Ele
levantou seu antebraço para cobrir o rosto enquanto chorava.
Elizabeth enxugou os olhos. Atrás dela, Elizabeth ouviu
Meryn fungando também.
Felix descobriu os olhos e olhou para os homens. Ele
engoliu em seco.

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— Obrigado. Muito obrigado. — Sua pequena voz era
clara, mas transmitia a profundidade de seus sentimentos.
Elizabeth notou que os olhos dos homens pareciam
suspeitosamente nublados.
Felix escondeu o rosto e tateou o colar, um segundo
depois tinha sumido novamente.
— Pronto, pronto, docinho, está tudo bem. Você tem que
parar de chorar, ou eu vou continuar chorando, Felix, e
quando eu choro meu nariz fica entupido, — Meryn reclamou,
secando os próprios olhos enquanto reconfortava o pequeno
elfo.
Ryuu deu um passo à frente estendendo a mão para a
casa a fim de levá-la à sua localização final, mas Colton
entrou na frente dele.
— Mesmo embora você tenha dito que não precisava de
nada, nós tivemos uma ideia. — Colton estendeu a mão para
trás de si e retirou um diário de couro azul da cintura. Ele o
estendeu para Ryuu. — Nós sabemos que você tem
trabalhado muito duro para dominar a culinária de estilo
ocidental, então todos nós perguntamos por aí e conseguimos
que alguns dos melhores cozinheiros de Lycaonia
contruibuíssem com suas receitas favoritas, incluindo a
minha própria mãe, a Adelaide e o Marius.
Ryuu, parecendo chocado, pegou o diário e com muito
cuidado começou a folhear as páginas manuscritas. O fechou
solenemente e segurou-o contra o peito.

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— Esse tem que ser o melhor presente que já recebi. Irei
apreciá-lo todos os dias da minha vida. — Ele fez uma
reverência profunda aos homens.
Colton riu e colocou a mão no ombro de Ryuu
gentilmente incitando-o a se endireitar.
— Não é como se não estivéssemos ganhando nada com
isso. Mal posso esperar para você fazer a torta de nozes da
minha mãe, é a minha favorita, — ele disse, piscando um
olho.
Ryuu se endireitou.
— Então tentarei fazer ela primeiro.
Sem dizer uma palavra Aiden estendeu uma caixa para
Meryn, seu rosto estava bem vermelho.
— Nós ficamos distraídos ontem. Eu comprei isso para
você para pedir desculpas por te ignorar, mas acho que esse
pode ser o seu presente de boas-vindas à Propriedade Alfa em
vez disso.
Meryn apenas encarou. Aiden se aproximou e colocou a
caixa diretamente na mão dela.
Gavriel depositou a casinha no corredor e se aproximou
para envolver um braço em torno do ombro de Elizabeth.
— Eu não tive tempo de preparar nada, mas os homens
todos concordaram em me ajudar amanhã em lhe dar o closet
dos seus sonhos como seu presente de boas-vindas.
Elizabeth virou-se em seus braços, agarrando a frente
da camisa dele.
— Sério?

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— Sim, sério. O que quer que a minha companheira
deseje, ela terá. — Gavriel beijou sua testa.
Atrás dela Meryn gritou e começou a saltar para cima e
para baixo.
— Eu amei! Absolutamente amei! Olha, Coelhinha! Ele
me deu um bracelete com pingentes! Tem um laptop
pequenininho e uma caneca de café nele! — Meryn ficava
pulando tentando beijar o rosto de Aiden. Rindo, ele
finalmente simplesmente levantou-a para que ela pudesse
alcançá-lo.
Gavriel se inclinou.
— Eu disse a ele para deixar espaço para mais
pingentes, dessa forma ele saberá o que comprar quando fizer
besteira mais tarde.
— Ei! — Aiden protestou.
Todo mundo riu. Aiden colocou Meryn no chão. Ela pôs
o bracelete e continuava girando o pulso de um lado para o
outro. Ela olhou para seu companheiro.
— Por um segundo, quando vi a casa de bonecas, pensei
que você tinha descoberto sobre a Meryn 2.0. — Ela girou o
bracelete em seu pulso.
— Não, era para o Felix, nós... Meryn 2.0? O que no
mundo é isso? — Aiden perguntou, as sobrancelhas
franzindo. — É melhor você não ter hackeado outra coisa, —
ele alertou.
Meryn riu.
— Não é um software! É a nossa filha. — Ela lhe sorriu.

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— Oh céus, — Elizabeth murmurou. Os homens
sorriram uns para os outros.
A boca de Aiden se moveu como a de um peixe, o seu
rosto, anteriormente bem vermelho, rapidamente perdeu o
sangue ficando branco como leite.
— Um... Um... Um... — ele gaguejou.
Ryuu pegou a casa de bonecas e se dirigiu para a sua
própria suíte.
— Felix, acho que você pode preferir ter isso comigo por
um tempo, — ele disse, a boca se contraindo. A pequena luz
cintilou como se Felix estivesse rindo e seguiu Ryuu.
— Um... Um... Um... — Aiden apertou o peito e oscilou.
Meryn franziu a testa.
— Acho que o quebrei.
Colton e Gavriel se moveram para ficar cada um de um
lado do seu comandante, rindo. Aiden se dobrou na altura da
cintura, chiando e colocou as mãos nos joelhos, engolindo ar.
— Dez dólares que ele desmaia, — Darian brincou.
As palavras de Darian fizeram Aiden endireitar as
costas. Ele deu um passo adiante colocando as mãos nos
ombros de Meryn.
— Você está certa?
Sorrindo, Meryn assentiu.
— Meryn 2.0 está em desenvolvimento, — ela disse,
dando tapinhas na barriga.
Aiden se virou para eles com um sorriso largo.
— Vou ser pai! — ele anunciou, como se eles não
tivessem estado ali o tempo todo.

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Colton foi o primeiro a estender a mão ao seu
comandante.
— Parabéns, meu velho amigo, desejo ao seu filho uma
vida repleta de felicidade. — Os outros homens se adiantaram
para congratular o casal.
— As Melhores Bençãos para você e seu filho, — disse
Gavriel, abraçando Meryn.
Elizabeth abraçou Aiden.
— Você será um pai maravilhoso.
— Você vai ser o próximo, — disse Aiden.
Gavriel se virou de supetão para olhá-la, surpreendido.
Elizabeth franziu o cenho para ele.
— No próximo ano é uma distinta possibilidade, sabe.
— Eu nunca pensei nisso. — Gavriel se aproximou e
afastou-a de Aiden para abraça-la apertado.
— Compre preservativos. Eles funcionam extremamente
bem, — Aiden se gabou. Elizabeth teve que esconder o
sorriso. Meryn apenas riu incontrolavelmente.
— Deuses acima, é melhor começarmos a estocar
fraldas! — Colton disse, sorrindo de orelha a orelha.
— Eu não troco fraldas, — Meryn informou ao seu
companheiro. Aiden apenas sorriu.
Elizabeth tinha a sensação de que Meryn poderia ter
explodido a casa deles justo então e ele ainda estaria
sorrindo.
Um segundo depois Meryn provou que ela estava errada.
Sem pensar Meryn se abaixou e pegou uma pilha de lençóis

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para um dos quartos de hóspedes. Elizabeth piscou quando
Aiden começou a perder a cabeça.
— Que diabos você está fazendo? Solte isso! Você não
pode levantar nada! — Aiden tirou os lençóis das mãos dela
de um golpe.
A cabeça de Meryn caiu para trás em seus ombros e ela
gemeu.
— Puta merda! — A cabeça dela se elevou novamente e
ela colocou as mãos nos quadris. — Já? Já estamos fazendo
isso? — ela exigiu.
— Você deveria estar em pé? Por que está em pé? —
Aiden puxou o próprio cabelo.
— Ok. Eu não posso lidar com você agora. — Meryn
abaixou-se para pegar os lençóis.
Aiden arrebatou-os de novo, como se fossem a maior
ameaça conhecida pelo homem.
— Você é impossível! Eu preciso ser capaz de trabalhar
durante os próximos nove meses!
Aiden apenas a pegou no colo e virou-se para encará-los.
— Desculpem-nos. — Ele rapidamente caminhou à suíte
deles.
— Neandertal! — Eles ouviram Meryn gritar quando
viraram no canto e desapareceram de vista.
Quando foram embora, Elizabeth não conseguiu se
conter mais. Riu tanto que pensou que fosse romper alguma
coisa. E não estava sozinha, os homens ao seu redor estavam
rindo também. Colton deslizou pela parede, ofegando por ar.
Gavriel sorriu enquanto ela enxugava as lágrimas.

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— Eles são sempre assim? — ela perguntou.
Ele assentiu.
— Praticamente. Eu estava me perguntando quanto
tempo ela demoraria para dizer a ele.
Colton exalou, recuperando o fôlego. Ele sorriu para si
mesmo.
— Acho que todo mundo sabia disso, menos a Meryn e o
Aiden. O cheiro dela e a química corporal mudaram na
semana passada.
— Não é de se admirar que eu não sabia, ela sempre
teve esse cheiro para mim, — Elizabeth disse.
— Me pergunto se ela vai ter enjoos matinais, mais
comida para nós. — Colton regozijou-se e se levantou,
esfregando as mãos.
Elizabeth levantou uma sobrancelha.
— Vocês, meninos, percebem que agora que ela está
grávida, não poderá ingerir nenhum pouco de cafeína, certo?
Todo o som cessou. Os homens congelaram olhando uns
para os outros enquanto o terror descia sobre eles.
— Nós não vamos sobreviver, — Keelan sussurrou.
Darian deu um passo adiante, engolindo em seco
repetidamente.
— Quando você diz “sem cafeína”, isso incluí o chocolate
também?
Elizabeth assentiu. Ela ficou chocada quando Keelan
choramingou.
— Terminamos por hoje. Vou ficar no meu quarto até o
jantar, — disse Darian, um olhar vazio no rosto.

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— Boa ideia, — Colton concordou e começou a caminhar
em direção a sua suíte.
— Talvez um feitiço de invisibilidade, — Keelan
murmurou para si mesmo enquanto se virara na direção
oposta à sua suíte.
— Você, meu amor, é uma mulher muito má, — disse
Gavriel conduzindo-a para o quarto deles.
Ela parou no meio do corredor e ofereceu o braço a ele.
— Será que poderia convencê-lo a uma pausa no meio
da tarde? — ela perguntou, usando as palavras dele do dia
anterior contra ele.
Não diferente de seu comandante, ele facilmente a
ergueu nos braços e começou a correr até o quarto deles. Ele
abriu a porta e fechou-a atrás dele. O quarto estava
completamente escuro. Ele não tinha levantado as persianas
que bloqueavam a luz. Ele a colocou no chão e se afastou.
— Gavriel? — ela o chamou deixando seus olhos se
ajustarem ao quarto escuro.
Ela ouviu uma risada masculina e viu um par de olhos
vermelhos brilharem do outro lado do quarto.
— Elizabeth, — ela lhe ouvir chamar.
Ela engoliu em seco.
— Sim?
— Te peguei, — ele sussurrou.
Oh Deuses.
Ela observou como os olhos vermelhos começaram a
circulá-la. Seu coração começou a bater em um ritmo
constante contra o peito. Intelectualmente, ela sabia que ele

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nunca a machucaria, mas esse não era o jogo que estavam
jogando no momento.
— Gavriel?
— Seu sangue está me provocando, zain'ka moya, está
me chamando. — Sua voz era baixa e flutuava pelo cômodo.
— Eu nunca o negaria, meu companheiro, — disse ela,
virando a cabeça, rastreando seus movimentos.
— E se eu quiser tudo de você?
Elizabeth engoliu em seco e observou aqueles olhos
vermelhos chegarem mais perto.
— Você já possui o meu coração, alma e corpo. Se há
qualquer outra coisa que queira, é seu, — ela prometeu.
— Então eu pretendo tomar. — O quente hálito dele em
sua nuca a fez tremer.
Ela virou-se rapidamente para encará-lo. Gavriel deu
um passo à frente e ela deu outro para trás. Quando a parte
de trás de suas pernas atingiram a cama, o sorriso dele ficou
selvagem. Ela sentiu as mãos dele em seus ombros e então
estava caindo de costas, depois encarando o teto. Gavriel
subiu na cama e se moveu sobre ela até que tinha uma coxa
grossa e musculosa a cada lado de suas pernas. Usando
somente a sua força, as mãos nuas dele rasgaram sua saia
pela costura lateral até que parou em seu cinto. Ela sentiu o
raspar de sua garra e sua saia desapareceu.
Quando as mãos dele ascenderam por seu suéter suas
garras haviam sumido, mas isso não o tornava menos
perigoso. Ele empurrou o tecido acima da cabeça dela, mas
em vez de retirá-lo, ele torceu o tecido ao redor dos seus

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pulsos. Outro golpe da garra dele e seu sutiã favorito abriu
para expor seus seios.
Em vez de remover suas botas e calças ele simplesmente
fez um rasgo na parte da sua virilha.
— Posso sentir seu cheiro, minha Beth. Posso sentir o
cheiro dos seus sucos, e sei que se eu passasse minha língua
em sua fenda você teria um banquete me esperando. — Sua
voz era baixa e grave.
Ela estava prestes a responder quando ele fez
exatamente o que disse que faria. Usando sua força, levantou
a metade inferior do corpo dela para cima e deslizou sua
língua tão profundo quanto podia dentro dela.
— Deuses! Gavriel, mais, por favor, faça isso de novo, —
ela implorou. A língua dele dentro de sua carne inchada
estava alguns graus mais fria do que a sua própria
temperatura corporal, a diferença criando um erótico
contraste que fez seus sentidos espiralarem fora de controle.
Uma mão saiu das suas costas e um segundo mais tarde
ele tinha dois dedos dentro dela, penetrando e girando.
Elizabeth jogou a cabeça para trás, ofegando, pareceria que
não conseguia recuperar o fôlego. Quando ele virou o rosto e
enterrou as presas em sua coxa ela ficou paralisada por uma
explosão de dor. Quando bebeu, ele torceu os dedos e o
prazer retornou.
Gavriel se levantou de sua perna e olhou para baixo,
para o comprimento do corpo dela.
— Você me pertence. Cada centímetro seu. Por dentro e
por fora. — Ele introduziu os dedos profundamente.

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— Gavriel, — ela gemeu. Sua garganta estava ficando
seca por tentar recuperar o fôlego.
— É isso mesmo, meu amor, grite o meu nome. Deixe o
mundo inteiro saber que é minha. Se os ferals vierem,
destruirei cada um; mesmo a própria Morte não vai nos
separar. Eu cobrirei esse mundo em chamas e sangue antes
de deixa-la ir. — Ele deixou a parte inferior do corpo dela cair
na cama, aonde quicou uma vez. A virou e, com as mãos ao
redor de sua cintura, a puxou contra seu corpo. Ela podia
sentir o metal frio do zíper dele ao longo da sua abertura
enquanto seu pau pressionava contra o tecido por dentro.
Com uma mão firme, ele empurrou o centro de suas
costas para baixo até que seus seios estivessem encostados
no colchão.
— Mantenha as mãos acima da cabeça, — ele ordenou,
sua voz mal humana.
Atrás dela, ela ouviu o som de tecido rasgando antes de
sentir o comprimento quente e duro do pau dele a provocando
por trás.
Sem aviso, ele mergulhou seu eixo inteiro dentro dela.
Elizabeth abriu a boca para gritar de prazer, mas seu rosto
estava sendo forçado contra a cama. Vez após vez ele
mergulhou sua carne profundamente nela. Esse não era um
ato de amor gentil, ele a estava marcando.
Quando ele se inclinou sobre seu corpo, seus músculos
peitorais duros a empurraram ainda mais contra o colchão,
ela virou a cabeça para dizer-lhe para abrandar, mas foi aí
que ele atacou. Suas presas afundaram mais profundamente

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do que antes, a dor era quase insuportável. Ela estava prestes
a gritar por ajuda quando a dor se transformou em prazer. Ao
contrário de antes, a dor não desapareceu totalmente, voltou
de novo e de novo, mantendo o seu corpo justo à beira do
orgasmo.
Justamente quando ela pensou que não podia aguentar
mais, o prazer aumentou. Cada vez que ele engolia e ela
sentia seus lábios convulsionarem em seu pescoço, seu corpo
contraía os músculos ao redor do pau dele, então parecia
como se ele estivesse movendo aquela cabeça inchada sobre
cada zona erógena do seu corpo.
Sua visão ficou turva, então ela fechou os olhos; ainda
assim ele bebia.
O som de sua carne batendo contra a dela desapareceu;
ainda assim ele bebia.
Seu corpo entrou em um curto-circuito, atirando-a no
orgasmo mais intenso de sua vida; ainda assim ele bebia.
Pergunto-me se irei acordar depois disso.
Sem pensar seu corpo se movia em sincronia com as
estocadas dele; ainda assim ele bebia.
Valeu a pena cada segundo.
E então não havia mais nada.
*****
Quando acordou Elizabeth pensou que estava cega, mas
rapidamente percebeu que o sol havia se posto e a única
fonte de luz no quarto vinha da pequena luz no plugue do
secador de cabelo dentro do banheiro.

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— Gavriel? — ela chamou. Ela teve que engolir várias
vezes para conseguir juntar umidade suficiente em sua
garganta. Não houve resposta. Ela estendeu a mão e
atrapalhou-se com a luminária na mesa de cabeceira que
simulava a suave e baixa luz de uma tremulante vela.
Ela piscou. Os lençóis estavam diferentes. Gavriel os
tinha trocado, mas por quê? Ela foi sentar-se e o quarto girou
em lampejos de luz. Lentamente, ela conseguiu se sentar. Seu
pescoço e a parte interna da coxa estavam doloridos. Olhou
para baixo e viu uma extensa contusão em sua perna. Ela
estendeu a mão e, ao contrário de todas as outras vezes que o
seu companheiro tinha lhe mordido, ela sentiu os dois
buracos deixados por suas presas.
— Gavriel? — ela olhou ao redor do quarto. A roupa de
cama usada estava em uma pilha ao lado da porta, mesmo de
onde estava sentada ela podia ver as manchas de sangue.
Preocupada com seu companheiro, ela engatinhou para frente
e deixou seus pés tocarem o chão.
— Fique aí, — a voz dele ordenou. Ela olhou em volta e
viu-o sentado no chão, debaixo da janela. Ele estava nu, e
sua pele estava coberta por uma camada desbotada e
escamosa. Sem nem perguntar ela sabia que era seu sangue.
Suas pernas estavam puxadas para cima para que seus
cotovelos se apoiassem nas juntas dos joelhos. Seus braços
estavam cruzados e seu rosto escondido de vista, ocultos em
seus antebraços.
— Estou me aproximando. — Ela deu um passo adiante
e ele não levantou a cabeça. Lentamente, ela se aproximou

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dele. Com pouca graça, ela caiu pesadamente ao lado dele.
Dispôs de um momento para recuperar o fôlego.
— Vou ligar para os seus pais. Mandarei você para casa,
— ele sussurrou. O desespero absoluto e a sensação de perda
que ela ouviu em sua voz quebrou seu coração.
— Não. Não vai. Você é o meu companheiro e não vou
deixa-lo, — ela discutiu.
Quando Gavriel finalmente olhou para cima, não havia
nenhuma esperança, nenhuma vida em seus olhos.
— Quando eu recuperei a razão você mal estava
respirando, eu tive que te dar meu sangue para fazer seu
coração bater normalmente. Pensei que tivesse te matado. —
A voz dele era dura. A autorrecriminação e o desgosto em
cada palavra.
— Mas não matou.
— Olhe para mim! Olhe! — ele gritou, desenrolando o
corpo. Quase cada centímetro de seu corpo estava coberto de
sangue. — Eu fiz isso! Te amarrei, a tomei como um animal e
quase lhe drenei até secá-la. Você... — sua voz quebrou. —
Você, minha doce Beth. Eu deveria ser destruído.
— Primeiro de tudo: eu adorei ser amarrada e tomada
como um animal, embora essa seja uma maneira muito
vulgar de descrever uma das experiências mais eróticas da
minha vida. Eu gostei de cada segundo. Se eu gostaria de
fazer isso todas as noites? Não, mas ficarei desapontada se
nunca acontecer de novo, — ela admitiu livremente.
Gavriel olhou para cima, chocado.
— Mas eu te machuquei.

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— Sim, mas de uma forma boa. Quando você me toma
assim a dor só leva o prazer a um nível completamente novo,
é intoxicante ao ponto do vício. Você não precisa estar em
transição para que isso aconteça novamente, não é? — ela
perguntou.
Ele piscou.
— Você está falando sério. Você faria isso de novo?
— Exceto pela perda de sangue, sim. Mas acho que
podemos atribuir com segurança isto à sua transição. Foi um
pouco assustador? Sim. Mas isso deixou tudo mais delicioso.
Está me ouvindo, meu companheiro? — Ela deslizou de modo
que seus corpos se tocassem. Ambos estremeceram.
— Mesmo agora, quero beber de você outra vez. — Ele
foi estender a mão para tocar o rosto dela, mas retraiu a mão.
Elizabeth agarrou a mão dele e colocou-a contra seu rosto.
— Você não está me ouvindo. Você planejou me
machucar?
— Não! É claro que não.
— Você não está, possivelmente, há poucos dias de
distância do ápice mais difícil da sua vida por passar por
duas transições?
— Três, — ele sussurrou.
— Três? Então você está em seu quinto milésimo ano.
Eu especulei com a Meryn. Então você está tendo a sua
transição natural, a do quinto milênio e um aumento de
poder devido aos ferals. — Ela deixou a mão dele cair, mas
manteve seus dedos entrelaçados. Suas mãos unidas
repousavam na coxa dele.

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Ele virou a cabeça para olhá-la, os olhos cheios de
exaustão.
— Não é o meu quinto milênio, é a minha Miríade13.
O coração dela falseou.
— Miríade? Isso não significa que...
Gavriel assentiu.
— Sim. Dez mil anos, pelo menos isso é tanto quanto
consigo lembrar.
Elizabeth rescostou-se para trás cobrindo a boca com
ambas as mãos conforme as peças do quebra-cabeça
começavam a se encaixar no lugar. A razão pela qual ele não
queria poder, porque mantinha a idade em segredo, porque
ele sozinho representava a mais antiga casa governante
vampírica, e porque a versão que Meryn conhecia do vampiro
lendário deles era diferente, pois a tinha ouvido do próprio
homem.
— Oh, doces Deuses acima. Você é o Príncipe das
Sombras. — Ela agarrou o peito enquanto a enormidade
desta descoberta estabelecia-se em sua mente.
Gavriel suspirou, fechou os olhos e recostou-se.
— Eu nunca quis que você soubesse.
Ela apenas conseguia encarar. Este era o Príncipe das
Sombras com quem ela fantasiara quando menina, o
guerreiro invencível pelo qual qualquer outro homem sempre
empalidecia em comparação, depois de seu tio e pais. E ele
era seu companheiro. Foi-se a armadura dourada e o

13 A miríade é um numeral de origem grega que significa dez mil.

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capacete emplumado branco. Não havia espada sagrada ou
um cavalo de fogo ao seu lado, apenas um homem. Seu
homem, um homem que naquele momento acreditava que
tinha perdido tudo, incluindo ela.
Elizabeth beliscou a lateral da perna dele com o polegar
e o indicador.
— Ai! — Ele a olhou surpreso e franzindo a testa. —
Para que foi isso?
— Eu achei que você seria maior. — Ela cometeu o erro
de olhar para baixo, na direção da virilha dele e deu uma
risadinha.
O queixo dele caiu.
Elizabeth inclinou-se contra ele, rindo. Ele se afastou e a
endireitou antes de olhar em seu rosto. Havia descrença, mas
também o mais mínimo feixe de luz nos olhos dele.
— Você pensou que o que seria maior, zain'ka moya? —
ele perguntou, os lábios se contraindo.
Elizabeth pigarreou e lhe sorriu. Subiu por cima do seu
joelho até que estava sentada entre as suas pernas e se
aconchegou perto do coração dele. Automaticamente seus
braços a rodearam.
— Príncipe das Sombras, guerreiro mal-humorado,
charmoso cavalheiro, não importa. São apenas lados
diferentes do meu companheiro. — Ela bocejou e fez uma
careta quando seu pescoço se flexionou.
Gavriel sentiu-a estremecer.
— Eu tomaria essa dor de você, se pudesse, — ele
sussurrou.

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— Não é tão ruim. Pense nisso desta forma: este é o
estado mais fora de controle em que você estará por pelo
menos outros cinco mil anos; eu vou aproveitar.
Ele a puxou contra si com um braço e usou o outro para
levantar. Andou até a cama deles e gentilmente a depositou
nela. Elizabeth não se sentiu completa até que Gavriel
deslizou ao seu lado.
— Você não me vê de nenhuma maneira diferente? — ele
perguntou.
— Não. Eu fui criada em torno das nossas casas
governantes, quando menininha você era o príncipe dos meus
sonhos. Talvez a Destino estivesse me preparando para você
até mesmo naquela época.
Ele beijou o topo da cabeça dela e sussurrou suas
preçes de agradecimento àquela que cuidava deles.
— Gavriel?
— Sim, meu amor?
— Você tem mais de dez mil anos de idade, certo?
— Sim, querida.
— O que, exatamente, está armazenado na sua outra
casa? — ela perguntou, incapaz de conter o intusiasmo da
voz.
— Nada comparado com o tesouro em meus braços, —
ele disse, apertando-a com força.
— Gavriel?
— Sim, amor?
— Quero fuçar nas suas coisas. — Ela mordeu os
músculos do peitoral dele de brincadeira.

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Seu riso foi como um bálsamo na alma dela.
— Tudo o que tenho, tudo o que sou, já é seu, zain'ka
moya.
Talvez ele tivesse guardado o coração dela junto com
seus outros tesouros mitológicos e lendários.
Sorrindo, ela sonhou com seu coração sendo protegido
por seu companheiro em uma caverna de ouro e prata.

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Capítulo 12

No dia seguinte Elizabeth acrescentou um


resplandecente lenço azul-petróleo em volta do pescoço para
completar seu traje de suéter marrom chocolate e jeans para
esconder as marcas de mordida do Gavriel. Mais para evitar
que o Gavriel se sentisse culpado do que qualquer outra
coisa. Seu pescoço lhe pinicava cada vez que virava a cabeça,
mas não era nada comparado com a afiada dor intermitente
da mordida em sua coxa. Ela não havia mentido para o
Gavriel na noite anterior. Foi assustador sim, mas uma das
experiências mais eróticas da sua vida. Se ela tinha que
prescindir de um pouco de sangue para experienciar o Gavriel
em seu estado mais primal, ela alegremente faria isso de
novo. Ela pegou as duas pedras restantes e as colocou no
bolso do jeans. Ela teria que se lembrar de entregar à Meryn o
dela hoje.
Ela desceu as escadas devagar e foi até a sala de jantar.
Os homens se levantaram quando ela entrou. Keelan soltou o
fôlego que estivera segurando. Elizabeth olhou para os

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assentos vazios onde Meryn e Aiden geralmente se sentavam.
Sorrindo, caminhou até seu companheiro. Ele a beijou
suavemente antes dela se sentar; ele empurrou sua cadeira e
sentou-se ao seu lado. Ele imediatamente pegou a mão dela.
Os homens retomaram os seus lugares.
Ryuu veio da cozinha com um enorme prato de ovos,
bacon e sanduíches de queijo, depositando o prato no meio
da mesa. Elizabeth supôs que ele escolheu algo rápido que
pudesse ser reaquecido mais tarde conforme os homens
sentissem fome durante o dia, enquanto todos ajudavam a
acomodar os recrutas. Ela pegou um sanduíche do prato.
Este ainda estava quente quando ela deu uma grande
mordida. O queijo foi derretido perfeitamente.
— Ryuu, estes estão surpreendentes. Coloque esta
escolha de café da manhã no topo da lista, — disse Keelan,
estalando os lábios.
— Concordo. Embora eles sejam um pouco pequenos, —
Darian disse, segurando um sanduíche que em sua enorme
mão parecia minúsculo.
Ryuu sorriu.
— Não se preocupe com o tamanho, fiz muitos, — ele
assegurou ao fae.
— Bom, porque estou no meu quinto, — disse Colton,
estendendo a mão para pegar outro.
Elizabeth o encarou. Onde o homem colocava tudo isso?
Ele a pegou olhando e piscou um olho.
— Enquanto crescia minha mãe sempre dizia que eu
comia como se estivesse alimentando a mim e ao meu lobo.

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— Não posso culpá-lo tendo uma refeição dessas, eu
provavelmente pegarei outro também, — ela admitiu.
Ela notou que o prato do Gavriel estava vazio, mas que
Ryuu mantinha um rodízio de copos de sangue. Ele estava
bebendo ainda mais hoje.
Todos se viraram quando ouviram passos. Aiden
apareceu sozinho na porta. Ele olhou em volta e deu de
ombros.
— Ela disse que não ia se levantar até que estivesse
acordada. Não perguntem, eu não sei. — Ele se sentou e
empilhou cinco sanduíches em seu prato.
Elizabeth virou-se para o escudeiro:
— Ryuu, você pode querer subir e levar a ela uma
pequena xícara de algo. Se ela acha que pode ficar na cama
até acordar, está errada. Ela vai simplesmente voltar a dormir
e ficar exausta, o que vai deixá-la ainda mais maligna. Confie
em mim, eu sei.
Ryuu assentiu e pegou a pequena caneca que tinha
colocado no lugar de Meryn.
— Voltarei em seguida.
— Senhor e Senhora, por favor, protejam e guiem este
bravo guerreiro enquanto enfrenta a morte certa, — Keelan
murmurou quando começou a oração do Bravo Guerreiro.
Colton bufou e continuou comendo.
Aiden assentiu.
— Vá com as bênçãos dos Deuses.
Ryuu revirou os olhos e saiu da sala.

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— Bem, foi bom ter um escudeiro enquanto durou, —
Darian suspirou.
— Vocês todos são apenas maus. — Elizabeth sorriu e
pegou um segundo sanduíche.
Keelan balançou a cabeça.
— Você não entende. Meryn é assustadora de manhã.
Ela balançou a cabeça.
— Ela não pode ser tão ruim assim. — Elizabeth deu
uma mordida e olhou para cima. Todos os cinco homens
estavam lhe encarando solenemente e balançando a cabeça.
— Eu também preciso da minha cafeína de manhã — ela
rebateu.
— Sim, mas você ainda tem que ameaçar castrar e
desmembrar alguém, — Keelan apontou.
— Keelan, ela estava apenas brincando. — Elizabeth
olhou para Aiden em busca de apoio. — Certo?
Aiden deu de ombros.
— Você está falando com o companheiro cujo carro ela
incendiou no outro dia.
Gavriel afagou a perna dela.
— Ela se arrependeria de quaisquer ações drásticas
mais tarde, tenho certeza.
Ryuu voltou parecendo ileso.
Keelan o olhou.
— Como você fez isso? — ele perguntou com espanto.
Ryuu soltou um suspiro.
— Tive de prometer-lhe outra pequena xícara de café. —
Ryuu caminhou rapidamente para a cozinha.

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— Ela vai ficar bem, — disse Aiden e mordeu um dos
sanduíches ao meio.
No meio do café da manhã Ryuu subiu as escadas com
outra xícara de café. Os homens estavam se sentindo melhor
já que agora Meryn tinha alguma porção de cafeína em si.
Elizabeth estava tomando seu cappuccino quando a
campainha tocou. Todos os homens se entreolharam.
— Bem? Alguém vá atender, — Elizabeth riu.
Todo mundo se levantou e foi até o saguão. Aiden abriu
a porta e um grupo de quatro homens altos estava sorrindo
para eles. Atrás deles estava um jovem menor ao lado de
outro homem em uma cadeira de rodas.
— Senhor! Os guerreiros em formação para a Unidade
Alfa se apresentando, — o homem mais próximo da porta
anunciou. Ele indicou aos outros. — Basil Barberry, bruxo.
Kai Anders, tigre. Cedric Ri'Emere, fae e eu sou Lennox
Chevalier, vampiro. O nosso quinto irá juntar-se a nós mais
tarde. — Os quatro cruzaram os braços sobre o peito e
curvaram-se em saudação. Lennox endireitou-se e apontou
para os outros dois que esperavam atrás deles. — Não tenho
certeza de quem eles são.
O jovem que estava ao lado da cadeira de rodas deu um
passo adiante.
— Meu nome é Noah Caraway e este é o meu melhor
amigo, Jaxon Darrow. Nós estávamos esperando conseguir
falar com a Lady Meryn. — Ele soltou rapidamente. Elizabeth
conseguia perceber que ele estava nervoso.

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Aiden deu um passo adiante e estava prestes a
cumprimenta-los quando uma voz irada gritou da estrada.
— Comandante! Comandante, gostaria de ter uma
palavra!
Todos se voltaram para ver o Ancião Evreux indo na
direção deles. Os recrutas pareceram surpresos e
rapidamente se afastaram para deixar o Ancião passar.
— Ancião, que surpresa vê-lo aqui. — Aiden virou-se
para os demais: — Entrem, está frio aí fora, podemos muito
bem acomodá-los. Onde estão as suas coisas? — ele
perguntou a Lennox.
— Nós dirigimos dois carros até aqui, senhor, nossas
coisas estão neles, — respondeu Lennox.
— Se aqueçam primeiro e depois vamos trazer suas
coisas para dentro. — Aiden abriu bem a porta.
Ancião Evreux entrou como se fosse o dono do lugar. Os
regrutas respeitosamente esperaram e seguiram atrás dele.
Os outros dois acompanharam na retaguarda.
— Ancião, o que o traz aqui? — Aiden perguntou.
— Vim para falar com a sua companheira.
Evidentemente, ela tinha informações para compartilhar com
o Ancião Rioux das quais eu gostaria de discutir com ela, —
ele zombou.
Elizabeth deu um passo adiante.
— Na verdade, Ancião, fui eu que liguei para o Ancião
Rioux. Meu nome é Elizabeth Monroe.
Ela notou que todo o comportamento dele mudou.

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— Elizabeth Monroe, que prazer é finalmente conhecê-
la. Seu tio não teve nada além de coisas maravilhosas a dizer
a seu respeito. — A mudança de atitude de espinhoso para
agradável foi enervante.
Com o canto do olho ela percebeu um movimento no
topo das escadas. Quando ela viu a linha de visão do Ancião
Evreux voltando-se para as escadas, entrou na frente dele.
— Meu tio me falou da sua dedicação ao nosso povo.
As sobrancelhas do Ancião dispararam para cima.
— Nosso povo? — ele perguntou.
— É claro. Eu fui criada em Noctem Falls afinal, esta é a
primeira vez, com exceção das minhas curtas incursões em
cidades humanas, que eu não estive cercada por vampiros.
Descobri que sinto falta das cavernas. — Ela sorriu,
esperando que tivesse lhe distraído. O que, nessa Terra,
Meryn estava fazendo?
O Ancião Evreux empertigou-se.
— Eu sou dedicado a nossa raça, sinto-me honrado pelo
Ancião Rioux ter notado. Encontro suas maneiras uma
mudança refrescante, talvez eu devesse visitar Noctem Falls
em breve. — Ele se virou para o Aiden, seu sorriso caindo. —
Onde está a sua companheira? — ele demandou.
— Meryn! Alguém está aqui para vê-la! — Aiden gritou
para acima das escadas.
— Aguenta aí! — foi a resposta dela.
O sorriso de Aiden para o Ancião Evreux foi tenso.
— Ela já vai descer.

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— Ahhh! — Meryn gemeu. Todos se viraram para olhar
acima das escadas.
— O que foi? — Aiden gritou, a preocupação estampada
por todo seu rosto.
— Derrubei meu iPod no vaso! — Meryn soou frenética.
— Pegue-o e seque-o, vai ficar tudo bem, — Aiden gritou.
— Você não entende, eu não dei descarga ainda... E fiz o
número dois. — A voz de Meryn soava tão trágica que
Elizabeth estava começando a acreditar nela.
Aiden virou-se para o Ancião Evreux, o rosto vermelho.
— Ela está ocupada, talvez outra hora...
— Esquece! Consegui! — Meryn gritou triunfantemente.
Segundos depois ela estava descendo as escadas secando as
mãos no jeans. Sorrindo para o Ancião, ela caminhou direto
até ele e lhe ofereceu a mão para cumprimenta-lo.
O Ancião Evreux pareceu como se fosse vomitar. Ele
encarou a mão dela como se ela fosse a portadora de uma
praga. Ele girou sobre os calcanhares para encarar o Aiden.
— Sabe o quê? Você parece muito ocupado acomodando
esses garotos. Voltarei em um momento mais oportuno. —
Sem esperar por uma resposta ele correu para a porta como
se os cães do inferno estivessem atrás dele. O som da porta
batendo ecoou no saguão.
— Posso ser igualzinho a você quando eu crescer? —
Noah sussurrou.
Meryn saltou para cima e para baixo dando pequenos
socos no ar.
— Whoo hoo! Meryn dois. Babaca zero.

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— Meryn, você não deveria chamar o Ancião Evreux de
babaca na frente dos nossos novos recrutas, — Aiden
admoestou mesmo enquanto seus lábios tentavam não sorrir.
— Não ligue para nós, senhor. — Lennox e os outros
recrutas deram a Meryn um sinal de positivo com o polegar.
— Sua pequena atrevida. Como, na Terra, você
descobriu que o Ancião Evreux tem que ser o maior
germofóbico deste lado do Mississippi? — Elizabeth puxou a
mulher menor para um abraço.
Meryn a olhou e piscou maliciosamente.
— Eu aprendi bem, Mestre Yoda. — E então mostrou
seu celular.
O queixo de Elizabeth caiu.
— É claro! Os livros de história! Seu pequeno gênio! —
Ela riu e dançou ao redor do saguão com Meryn.
Meryn parou de dançar e se virou para o Aiden.
— E ele não pode dizer que eu não fui legal. Ele partiu
inteiramente por vontade própria, então não pode reclamar.
Eu estou aprendendo sobre política.
Aiden sacudiu a cabeça sorrindo.
— Eu não acho que a sua versão de “política” seja muito
correta, mas está tudo bem.
— Eu gosto da versão dela, Comandante, digo que
aprendamos mais sobre seu estilo de fazer política, — Colton
brincou.
— Ok, já chega de travessuras. Unidade Alfa, vamos
acomodar esses recrutas e então apresentá-los aos treinos. —
O sorriso de Aiden era decididamente feroz.

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Todos os homens, incluindo os recrutas grunhiram.
Aiden riu.
— Vocês não acharam que teriam o dia de folga,
acharam? Bem-vindos à Unidade Alfa, em breve estarão
sentindo falta do meu irmão e sua mão suave.
Lennox olhou para os outros recrutas, em seguida, para
o Aiden antes de engolir em seco.
— Ele era suave? — Ele olhou para Aiden com
descrença.
— Vamos, tampinhas, se o Aiden não nos matou ainda,
duvido que estejam em perigo. Mas vocês podem querer
deixar o nome do seu parente mais próximo com o Ryuu, ele é
o escudeiro da casa, — disse Colton jogando um braço por
cima dos ombros de Lennox.
Os recrutas se viraram para o Ryuu e fizeram uma meia
reverência, a qual o escudeiro retornou.
— Vocês devem vir a mim com quaisquer preocupações
a respeito de seus arranjos domésticos. O Comandante da
Unidade, McKenzie, deu-me permissão para discipliná-los se
saírem da linha, mas tendo lhes conhecido não acredito que
isso será um problema. Mas apenas por segurança, algum de
vocês é especialmente suscetível à eletricidade? — Onde
Aiden estivera brincando, todos podiam dizer que o Ryuu não
estava. Os recém-chegados todos balançaram a cabeça
parecendo atordoados.
— Animem-se, cavalheiros, estão aqui porque obtiveram
a maior pontuação e desejaram estar aqui. Vocês têm o que é

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preciso para manter o ritmo, — Elizabeth disse
encorajadoramente.
Todos os recrutas lhe sorriram calorosamente. Cenric, o
fae, até mesmo piscou um olho. Gavriel soltou um silvo longo
e baixo e se aproximou mais dela. Ele olhou para os recrutas
que empalideciam, antes de segurar a mão dela.
— Caso não sabiam, os rumores que circulam por
Lycaonia são verdadeiros. Um feitiço foi lançado para trazer a
todos os guerreiros da unidade suas companheiras. Qualquer
mulher que more aqui está reivindicada, e fariam bem em
permanecer respeitosos.
— Absolutamente, senhor, não será nenhum problema.
— Lennox e os demais balançaram a cabeça em
concordância.
— Maravilhoso. Parece que todo mundo está se dando
muito bem. Vamos lá, vamos pegar seus equipamentos para
que possamos começar a minha parte favorita do dia. Os
treinos. — Aiden sorriu para eles antes de beijar Meryn e sair
pela porta.
— Olhe para ele, é como um garotinho com um
brinquedo novo para quebrar. — Meryn suspirou feliz antes
de seus olhos se arregalarem. Estremecendo, ela se voltou
para os recrutas: — Desculpa.
Keelan, Colton, Gavriel e Darian brincaram com os
novos recrutas e saíram pela porta atrás de Aiden, deixando
Noah e Jaxon os encarando.
— Meryn, estes dois estavam esperando para falar com
você também. O da direita é Noah Caraway e o outro, à

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esquerda, é Jaxon Darrow, — Elizabeth explicou, apontando
para os novos homens.
Meryn virou-se para eles.
— O que eu poderia fazer por vocês? — ela perguntou.
— Queremos aprender com você! — Noah soltou.
Meryn piscou.
— Huh? Eu não sou uma treinadora de guerreiros, —
ela ressaltou.
Jaxon dirigiu sua cadeira de rodas para mais perto.
— Não, mas você facilmente contornou nossos códigos
no mês passado para tomar o controle das câmeras da
cidade. Como pode ver, não servimos exatamente para
sermos guerreiros, — Jaxon apontou para suas pernas com a
cabeça. Noah levantou o braço apontando para um bíceps
franzino.
Jaxon continuou:
— Você pode nos ensinar o que sabe sobre hackear. Nós
podemos ajudá-la, — ele ofereceu.
— É segurança de internet... — Meryn começou.
— Hackear, — Ambos, Jaxon e Noah, disseram juntos.
Meryn olhou para ela. Elizabeth deu de ombros. Isso
estava além dela. Ela podia organizar e administrar uma
cidade, mas não sabia nada sobre computadores além de
como inserir seus relatórios.
Meryn então virou-se para Ryuu, que estava assentindo
com a cabeça.
— Acho que essa é uma boa ideia, denka. Ensinar os
outros é algo muito humilde e edificante, você precisa de

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ambos. Além disso, considerando a sua condição, você pode
precisar da ajuda.
Jaxon se virou para Meryn com preocupação nos olhos.
— Condição?
Meryn deu de ombros.
— Nós acabamos de descobri que estou buchuda.
Jaxon e Noah se entreolharam com confusão nos rostos.
Noah virou-se para ela.
— Como isso aconteceu?
Meryn deu de ombros.
— Aiden tem essa coisa que ele gosta de fazer e que eu
simplesmente não consigo dizer não pa... — Ryuu colocou
uma mão sobre a boca dela. Os dois homens coraram
furiosamente.
Sem retirar a mão, Ryuu virou-se para eles:
— Se vão estudar com Lady Meryn terão de se
acostumar à sua franqueza. Para responder a pergunta de
vocês: ela é humana. Ela pode engravidar em qualquer
momento, razão pela qual está grávida fora de época. — Ryuu
retirou a mão.
— Oh, é isso que eles queriam saber. — Ela se virou
para o Ryuu: — Estou com fome.
Ryuu fez uma reverência.
— Cavalheiros, nós temos uma abundância de sobras do
café da manhã, se não tiverem comido, — ele ofereceu.
Noah lambeu os lábios. Jaxon riu.
— Ele é um poço sem fundo e está sempre com fome.
Mas eu poderia comer também. Eu estava tão nervoso sobre

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vir aqui hoje que não consegui comer esta manhã. Quando
ouvimos que recrutas da academia foram autorizados a se
mudar para a propriedade Alfa, pensamos que não seria tão
diferente se viéssemos aqui durante o dia para aprender.
— Por aqui. — Ryuu os guiou à sala de jantar.
Elizabeth seguiu. Ela não seria de qualquer utilidade lá
fora no frio carregando equipamentos, e estava desejando
outro cappuccino.
Quando todos estavam sentados com comida ás suas
frentes ela apontou para sua xícara vazia. Ryuu assentiu e
saiu para a cozinha.
— Então, posso te perguntar uma coisa? — Meryn disse,
virando-se para o Jaxon.
Ele sorriu com tristeza.
— Você vai perguntar como um shifter pode ficar
paralítico quando podemos nos curar tão rápido, não vai?
Meryn assentiu sem sequer parecer envergonhada.
Jaxon piscou.
— Eu caí de uma árvore quando era muito jovem, antes
que pudesse mudar. Infelizmente, isso inibiu o meu lobo,
então fiquei preso assim. Isso não te incomoda, incomoda? A
minha condição? — ele perguntou.
Elizabeth só podia imaginar o tipo de vida que ele havia
levado com esta dificuldade vivendo em uma cidade
predominantemente shifter.
— Por que isso me incomodaria? Meio que tenho inveja;
você sempre tem um lugar para sentar. — Meryn deu uma
enorme mordida em seu sanduíche de café da manhã.

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Elizabeth deu um tapinha em seu braço.
— Meryn! — ela admoestou.
— Oguê? — Meryn perguntou com a boca cheia.
Jaxon a surpreendeu quando começou a rir. Noah sorriu
balançando a cabeça. Finalmente Jaxon falou:
— Ninguém nunca olhou para mim e viu uma vantagem.
Nem uma vez. Eu não tinha certeza de como isso
transcorreria, mas estou disposto a implorar. Por favor, nos
deixe estudar com você. Faremos o que quer que você diga.
Queremos aprender a como ajudar os guerreiros como você
ajuda. — Seus olhos brilhavam com paixão.
Elizabeth podia ver que, se a vida tivesse sido diferente,
ele poderia facilmente ter sido um dos recrutas lá fora,
pegando seu equipamento. Seu corpo, embora permanecesse
sentado, era grande e musculoso. Ela se perguntou quantas
vezes ele havia sido ignorado e jogado de lado.
— Eu tenho minions14, — Meryn sussurrou,
maravilhada.
— Que os Deuses acima nos salvem, — Elizabeth
murmurou.
— Ryuu! — Meryn gritou.
Ele apareceu na porta quase imediatamente.
— Sim, denka?
— Estou reivindicando uma das suítes de hóspede no
andar de baixo para os meus minions, você pode certificar-se
de que os cabeças-ocas saibam? — Ela começou a esfregar as

14 Pela familiaridade como o termo “minion” devido a filmes infantis, foi-se


optado por usar essa palavra, assim como está no original.

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mãos. O escudeiro fez uma reverência e saiu em direção à
porta da frente.
— Você vai nos ensinar? Nós podemos realmente ficar
aqui? Como os recrutas? — Noah gaguejou suas perguntas.
— Sim! E não pensem que pegarei leve com vocês
também. As coisas que seremos capazes de fazer com três de
nós. — Os olhos de Meryn brilhavam com entusiasmo.
Minutos depois Aiden, com uma carranca no rosto,
entrou com Ryuu.
— O que foi isso sobre usar uma suíte de hóspedes?
Meryn assentiu.
— Ela foi reservada para os meus minions. Quero que
eles fiquem com a maior suíte de hospédes, do lado da sala de
mídia, que mais tarde vamos transformar no nosso comando
central. — Meryn estendeu a mão para a sua sempre presente
mochila e tirou seu laptop.
Aiden apenas a olhou e balançou a cabeça.
— Nem vou perguntar. — Ele se virou para Jaxon e
Noah. — Bem-vindos à bordo e boa sorte. — Ele saiu,
gritando para o Colton mover Lennox para outro quarto.
— Simples assim? — Noah sussurrou.
— Eu te disse, amigo. Eu tinha um bom pressentimento
sobre isso, como se devêssemos estar aqui. — Jaxon socou
seu amigo levemente no ombro.
Elizabeth sentiu um fio de gelo descer por sua espinha
ao ouvir essas palavras. Olhou para Ryuu e viu que ele
também tinha sentido alguma coisa. Jaxon estava mais certo
do que pensava, eles estavam destinados a estar ali.

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— Meryn... — Elizabeth começou.
Meryn a dispensou com a mão.
— Fique quieta por um segundo, meu cérebro está
trabalhando. Acho que projetei um novo programa, cada
unidade no futuro terá um sexto homem. Ele será os olhos e
ouvidos da unidade, o seu link de comunicação e de
retransmissão. — Meryn digitou furiosamente.
— Que assim seja, — Ryuu sussurrou do outro lado da
sala.
Elizabeth viu claramente o importante papel que estes
dois homens, subestimados e negligenciados, iriam tomar e o
motivo pelo qual era tão necessário que Meryn fosse quem
era, estivesse aonde estava e acoplada a quem estava.
— Ryuu, acho que isso merece uma garrafa de
champanhe, — disse Elizabeth, endireitando-se na cadeira.
Ela estava vendo a história se desenrolar bem à sua frente.
Ela também percebeu porquê foi levada a Lycaonia. Meryn
podia ser aquela a criar e ensinar esse programa, mas este
precisaria de alguém como ela para organizá-lo e mantê-lo
funcionando.
— Eu acredito mesmo que você está certa, — disse Ryuu
e foi para a cozinha.
Meryn, Jaxon e Noah olharam-na fixamente como se ela
tivesse perdido a cabeça.
Ryuu voltou com cinco taças vazias e uma garrafa
aberta. Ele serviu uma taça para cada um deles, entregando a
Meryn uma taça cheia pela metade.

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Eles haviam acabado de levantar suas taças para
brindar quando os guerreiros e recrutas entraram carregando
toda a bagagem. Eles olharam em volta, confusos. Ryuu
acenou para Elizabeth.
Ela respondeu da única maneira que sabia.
Levantou-se e ergueu o copo para a sala antes de recitar
uma de suas citações favoritas de todos os tempos:
— Eu gostaria que o Anel nunca tivesse vindo a mim.
Gostaria que nada disso tivesse acontecido. Assim como todos
os que vivem para ver tempos como esses, mas não cabe a eles
decidir. Tudo o que temos a decidir é o que fazer com o tempo
que nos é dado. Há outras forças em ação neste mundo, Frodo,
além dos desejos do mal15.
— Que possamos executar bem as tarefas dadas a nós.
— Ryuu levantou a taça numa saudação. Juntos, ambos
viraram suas taças. Meryn, Jaxon e Noah, sorrindo, beberam
as deles.
— Eu amo esse filme! Vocês são como o meu Yoda e
meu Gandalf, — disse Meryn, facilmente terminando sua
meia taça.
Elizabeth sorriu, não conseguia imaginar em um elogio
mais elevado vindo de Meryn.
— O que quer que precise ser feito, Noah e eu podemos
ajudar, — Jaxon disse confiante.

15
Diálogo entre Frodo e Gandalf em Senhor dos Anéis.

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— Beth, amor, o que está acontecendo? — Gavriel se
aproximou dela, retirando a taça de sua mão e puxando-a
para seus braços.
Por um momento, ela simplesmente aproveitou a
sensação de seu companheiro. Sua estrutura sólida parecia
ancorá-la. Ela pensou antes de falar. Tinha que ter cuidado
com o que dizia, não queria perturbar a linha de raciocínio de
Meryn. Ela olhou para seu companheiro e balançou a cabeça,
sorrindo.
— Meryn está fazendo história. Ela acaba de mudar a
estrutura de como serão executada as unidades.
— O que? — Aiden e Colton perguntaram em uníssono.
Aiden se aproximou de Meryn por trás.
— Bebê, você não pode simplesmente mudar algo que
tem funcionado por milhares de anos, isto, seja lá o que for,
precisa ser discutido com o conselho. Você precisa pedir
permissão antes de tentar implantar mudanças. — Aiden
acenou para o laptop dela.
Meryn olhou para ele por cima de seu laptop.
— Você quer dizer: onde eu vou pagar uma visita com o
seu pai, o Ancião Shifter, que me ama, ao Celyn, o Ancião fae,
que me adora e ao Rowan, o Ancião bruxo, que me admira e
eu lhes digo que tenho essa estupenda idéia para salvar
vidas. Esse tipo de coisa? — ela perguntou.
Aiden grunhiu.
— Eles te mimaram demais. Mesmo se você receber suas
bênçãos, isso vai além de Lycaonia. Esse tipo de mudança
unilateral precisa ser aceita em todas as cidades-pilares.

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Meryn deu batidinhas no peito dele.
— É por isso que, como Comandante da Unidade, você
vai dizer pra eles que me apoia mil por cento. Você pode fazer
mudanças nas unidades, eu sei, eu chequei na semana
passada, só pro caso de eu ter que usar minha influência de
novo.
Aiden passou uma mão pelo cabelo.
— Isso nunca terá o apoio de todas as outras cidades.
Elizabeth encarou o Aiden.
— Meu tio irá apoiar se eu lhe disser para fazê-lo e irei.
Sua ideia de adicionar um sexto homem a cada unidade a fim
de atuar como seu próprio comando central vai salvar vidas,
tenho certeza disso.
Aiden olhava de Meryn para ela, e de novo à Meryn.
— Isso é apenas Lycaonia e Noctem Falls.
Darian limpou a garganta.
— Na verdade, se Meryn for sugerir isso, minha rainha
também a apoiaria. Ela gosta da Meryn e já a convidou à
cidade fae, o que não é pouca coisa. Ela acha a nova
perspectiva de Meryn refrescante e inspiradora. Ela teria o
apoio de Éire Danu também.
Aiden olhou ao redor com os olhos um pouco
arregalados.
Colton avançou e bateu-lhe nas costas.
— Aiden, é uma boa ideia, na verdade, é uma ótima
ideia. Sei que eu, por exemplo, me sentiria mais seguro pra
caramba se soubesse que alguém como Meryn, está cuidando
de nós quando somos chamados para uma missão. Inferno!

MY
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Sabe quanta burocracia ela poderia cortar, hackeando os
sistemas da polícia local? Isso poderia literalmente salvar
vidas, as nossas vidas. E eu não sei sobre você, mas sabendo
que a minha companheira está à caminho, eu quero estar por
aqui para encontrá-la. E você tem a Meryn 2.0 para criar. —
Colton acotovelou seu amigo.
— Meryn, isso pode realmente funcionar? — Aiden olhou
para a sua companheira com uma expressão séria.
Ela assentiu com a cabeça e encontrou seus olhos.
— Sim. Tenho meus dois primeiros aprendizes bem
aqui. Vou pô-los a corrente e então treinar outros. Tenho
certeza de que deve haver mais homens ou até mesmo
mulheres que irão querer se juntar ao programa. — Meryn
olhou para Aiden, com determinação estampada no rosto
para todos verem.
— Não querendo falar fora de hora, mas eu estaria
interessado em aprender também, senhor. Mesmo quando
estávamos na academia houve momentos em que estivemos
acamados por alguns dias, nos curando. Se eu pudesse
gastar esse tempo cuidando dos meus irmãos guerreiros, eu
preferiria fazer isso do que olhar para a TV esperando que os
ossos colem, — disse Lennox assumindo a iniciativa de falar.
Atrás dele, todos os recrutas assentiram.
— Ok, Ameaça. Você crie este programa e torne-o à
prova de falhas e eu vou buscar o apoio dos outros conselhos.
Se você e Elizabeth tem um sentimento tão forte sobre isso,
então não posso fazer nada menos do que garantir que isso se
concretize, — Aiden disse.

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Meryn pulou de sua cadeira e saltou para cima e para
baixo tentando beijar seu rosto.
Rindo, Aiden a pegou no colo.
— Por que você fica pulando desse jeito? Sabe que não
consegue alcançar.
— Mas consigo alcançar sim, só preciso da sua ajuda. —
Ela salpicou o rosto dele com beijos.
Corando, Aiden pigarreou e se virou para os recrutas.
— Hora de começar os treinos.
Sorrindo uns para os outros, os recrutas assentiram.
— Sim, senhor! — eles gritaram e correram para a porta
da frente.
Aiden gemeu, sua imagem de mauzão arruinada. Meryn
riu e esfregou o nariz contra o dele.
— Meu ursinho de pelúcia.
Colton cometeu o erro de rir. A cabeça de Aiden virou
para ele.
— A Unidade Alfa vai se juntar aos recrutas. Vamos
mostrar pra eles como se faz, cavalheiros, nós vamos até cair,
— disse ele, sorrindo para o desgosto do Colton.
Gavriel balançou a cabeça e virou-se para ela.
— Tente não dominar o mundo enquanto nós, pobres
soldados, estamos treinando.
Ela jogou o cabelo para fora do ombro.
— Não prometemos nada.
Ela se sentou novamente e pegou seu champanhe, eles
estavam definitivamente vivendo tempos interessantes.

MY
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Alanea Alder
Capítulo 13

Elizabeth ouviu quando Meryn começou a descrever os


diferentes sistemas operacionais e linguagens de computador
que seus novos "minions" teriam que aprender. Ela pulou de
tópico para tópico animadamente. Depois de uma hora,
Elizabeth teve pena de Jaxon e Noah, que tinham começado a
parecer um pouco em estado de choque e interrompeu o
"ensinamento" de Meryn.
Ela se levantou e bateu as palmas, todos os três
olharam-na.
— Que tal isso? Já que os dois vão se mudar para cá,
vamos fazer arranjos para trazer as suas coisas para cá. Vou
montar um currículo complexo com materiais de leitura e
Meryn estará à disposição para quaisquer perguntas. — Ela
quase riu às gargalhadas com o assentimento entusiasta dos
homens.
— Isso parece bom para mim, eu não sou muito boa em
organizar coisas, — Meryn admitiu. Elizabeth observou como
os dois homens desviaram o olhar, sem dizer uma palavra.

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Abençoados sejam seus corações.
Noah olhou para Jaxon.
— Nós não temos muito. Posso correr até o apartamento
e pegar as nossas coisas e voltar. Nós pagamos mensalmente,
por isso não precisamos nos preocupar sobre a quebra de um
contrato de locação.
Jaxon franziu a testa e olhou para sua cadeira de rodas
antes de suspirar.
— Eu gostaria de poder ajudar.
Noah deu de ombros.
— Não é muita coisa.
— Talvez Sydney e Justice possam ajudar. Eles vivem na
cidade. — Meryn interrompeu.
— Sydney Fairfax e Justice O'Malley? — Noah guinchou,
ficando enrubescido.
Jaxon riu.
— Eles são os ídolos do Noah; ele os admira por viverem
suas vidas em seus próprios termos.
— Além disso, os dois são gostosos, — Noah murmurou.
Elizabeth olhou de Jaxon para Noah e de volta.
— Vocês dois são amantes?
Noah balançou a cabeça freneticamente.
— Não, o Jaxon é o meu melhor amigo.
Jaxon bagunçou o cabelo do Noah.
— E sou hétero, mas mesmo se não fosse, sou muito
feio. Noah gosta de garotos bonitos, — ele brincou.
Noah virou-se para o Jaxon:

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— Você não é feio e não há nada de errado em gostar de
garotos bonitos, — ele rebateu.
Elizabeth concordou.
— Você está absolutamente certo, Noah, eles são os
meus favoritos também. — Ela lhe piscou um olho e ele
sorriu, então franziu a testa.
— Mas você está acasalada.
— Acoplada, mel, não morta. Além disso, você conheceu
o meu companheiro, uma garota teria que ser louca para
fazer mais do que admirar as vitrines com um companheiro
assim, — Elizabeth suspirou feliz.
— Ele é mesmo muito bonito, — Noah admitiu.
Meryn riu olhando para o seu telefone, seus dedos
minúsculos se movendo a mil por hora. Ela olhou para cima e
fez um sinal de positivo com o polegar para o Noah.
— Justice disse que pode ajudá-lo a se mudar. Vou te
dar o número dele, assim você pode mandar pra ele o
endereço. — Meryn anotou o número em um pedaço de papel
e o entregou ao Noah.
Noah pegou o pedaço de papel e segurou-o como se
fosse o Santo Graal.
— Eu tenho o número de telefone do Justice O'Malley na
minha mão, — ele sussurrou.
— E quanto mais cedo usá-lo, mais cedo poderá recolher
as nossas coisas e mais cedo poderemos nos mudar, — Jaxon
impeliu, empurrando o Noah.
Noah levantou-se e assentiu.

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— Certo. Volto mais tarde. — Com um sorriso largo, ele
praticamente correu para a porta.
Quando ele saiu, Jaxon balançou a cabeça.
— Vai ser um milagre se as nossas coisas chegarem aqui
inteiras de tão animado que ele está.
— Ele parece muito jovem, — observou Elizabeth.
Jaxon assentiu.
— Nós dois temos cem anos de idade. Mas ele sempre foi
assim. Mesmo embora tenhámos a mesma idade, ele sempre
pareceu um irmão menor pra mim. Já que os paranormais
veem nosso centésimo ano como o ano em que nos tornamos
legalmente adultos, Noah e eu fomos prontamente expulsos
das nossas casas nos nossos aniversários. Meus pais já não
queriam estar associados a um filho que estava quebrado e os
pais do Noah não acreditam em acoplamentos entre pessoas
do mesmo sexo.
— Essa é uma idade muito jovem para se tornarem
independentes. — Elizabeth franziu o cenho. Tudo bem que
ela tinha apenas cento e cinquenta anos, mas ela tinha
amadurecido muito nos últimos cinquenta anos.
— Pffft. Eu tenho só trinta e quatro, então, comparada
com ele, eu devo ser uma criança, — Meryn brincou.
— Os humanos envelhecem de forma diferente dos
paranormais. Você pode ter trinta e quatro anos, mas se fosse
uma humana normal não acasalada, isso representaria um
terço do seu tempo de vida. Como um shifter, mil anos a mil
e quinhentos anos representa um terço do nosso tempo de
vida. Já que está acoplada ao Aiden, vai viver tanto tempo

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quanto ele. Já que eu estou acoplada ao Gavriel, agora sou
imortal, — explicou Elizabeth.
— Assim, convertendo de humano para paranormal, eu
sou mais velha que o Aiden? — Meryn perguntou.
Elizabeth pensou sobre isso por um momento e
assentiu.
— Se fosse apenas pelos números, mas no seu caso
acho que isso pode ser distorcido.
Meryn mostrou a língua para ela.
Elizabeth riu.
— E nessa nota, vou ajudar o Ryuu a arrumar o quarto
deles. Meryn, tente não fazer a cabeça do Jaxon explodir com
explicações enquanto eu não estiver. — Elizabeth virou-se
para a porta.
— Ele vai ficar bem. — Meryn estendeu a mão e deu
tapinhas na perna do Jaxon. Ele lhe lançou um olhar que
claramente dizia: “Por favor, se apresse”.
Elizabeth abanou os dedos para eles.
— Divirtam-se.
Ela saiu e descobriu que Ryuu já havia movido uma
segunda cama para a suíte de hóspedes que pertenceria ao
Noah e ao Jaxon, e tinha uma pilha de lençóis depositados
em cada cama.
— Ryuu, eu posso arrumar as camas se você tiver
alguma outra coisa que precise fazer, — ela ofereceu.
Ele colocou a segunda cama no lugar e se endireitou
novamente. Ele a olhou e assentiu com a cabeça.

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— Isso seria muito apreciado. Preciso começar o jantar e
preciso do tempo extra, já que estaremos alimentando mais
do que o dobro dos nossos números habituais. Fiz arranjos
com o Aiden para que os recrutas, incluindo os minions da
Meryn, comam duas horas antes dos guerreiros, antecipando
o horário das refeições normais de vocês por uma hora, para
começar às sete da noite. Isso irá manter uma certa
separação entre os dois grupos e facilitar o servimento.
Embora a sala de jantar seja bem grande, eu não acho que foi
feita para dezessete pessoas.
Elizabeth contou em sua cabeça e olhou-o
interrogativamente.
— Dezessete?
— Estou considerando que cada guerreiro encontrará
uma companheira. É melhor se estabelecermos horários
separados para as refeições desde o início, — ele explicou.
— Boa ideia. Vá em frente, eu terminarei aqui. — Ela se
aproximou e pegou os lençóis.
Ryuu fez uma reverência.
— Obrigado. Vou avisar a Meryn e o jovem Sr. Darrow
dos nossos novos arranjos alimentares, e avisá-lo que eu
encomendei barras auxiliares para o banheiro visando sua
acessibilidade.
— Isso foi atencioso da sua parte, tenho certeza que ele
vai apreciar isso.
— Se me der licença, — ele disse e saiu.
Elizabeth olhou ao redor do quarto, em um espaço tão
curto de tempo o escudeiro tinha feito tudo o que podia para

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organizar o mobiliário de modo que Jaxon conseguisse
manobrar a cadeira de rodas. O homem era um exemplo para
a sua profissão.
Cantarolando ela começou a fazer as camas. Tarefas
como estas sempre lhe relaxavam. Eram tarefas simples que
permitiam a sua mente vagar. Ela estava quase terminando a
segunda cama quando ouviu passos atrás de si. Ela nem se
preocupou com isso até que ouviu uma voz masculina
desconhecida.
— Olha, meu quarto vem com entretenimento. — A voz
pertencia a um shifter alto e musculoso. Ele tinha cabelos
loiros e frios olhos azuis. Possuía uma beleza clássica que se
denegria por um lábio superior sarcástico e o olhar lascivo.
— Acho que está enganado, — disse Elizabeth,
caminhando em direção à porta. Ela queria ir até o Gavriel e o
Aiden e descobrir quem era esse homem. Quando ela foi
passar por ele este bloqueou a porta.
— Não seja assim, vamos nos conhecer melhor, — ele
disse, estendendo a mão para tocar seu cabelo. Ela se afastou
e o encarou.
— Mova-se. Agora. — Ela nivelou os olhos com os dele e
ele sorriu afetadamente. Ele estava gostando disso.
— Eu tenho conexões, querida, posso tornar a sua vida
mais fácil. Venha “trabalhar” para mim e não terá que fazer a
cama de mais ninguém, só a minha, — ele ofereceu.
Ele acha que eu sou uma servente.
— Já disse isso antes e vou dizer de novo. Você está
enganado, estou acoplada e vivo aqui. Agora mova-se! — Ela

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foi usar o ombro para abrir caminho e ele a agarrou e a
empurrou.
— Eu sugiro que a deixe em paz. — Ryuu disse,
aproximando-se do adversário dela por trás, os olhos
completamente desprovidos de emoção. Elizabeth nunca
tinha ficado mais feliz em ver alguém na vida.
— Ryuu, graças a Deus que está aqui. — Ela soltou um
suspiro de alívio.
O homem virou-se e olhou Ryuu de cima a baixo,
notando o avental riu.
— Seu companheiro é um servo. Vá em frente e me
provoque, Chinesinho, minha família vai acabar com você, —
ele ameaçou.
Ryuu olhou por cima dele e encontrou os olhos dela.
Levantou uma única sobrancelha em questionamento. Ela
estendeu as mãos e deu de ombros.
— Eu não tenho ideia de quem ele seja, mas é um
completo idiota. E o Ryuu é japonês, não chinês, seu idiota.
— Ela cruzou os braços sobre o peito.
Rosnando, ele virou-se e estendeu a mão na direção dela
novamente. Ryuu simplesmente estendeu a mão e a envolveu
em torno da nuca do homem, uma fagulha azul fulgurou. Os
olhos do homem reviraram e ele capotou. Ryuu o deixou cair
sem dó, Elizabeth fez uma careta quando o rosto do homem
fez contato com a dura madeira.
Ryuu estendeu a mão para ajudá-la a ultrapassar o
odioso homem que agora bloqueava a porta. Sorrindo, ela
aceitou sua mão e ele facilmente a levantou.

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— Se você pudesse voltar para onde a Meryn e o jovem
Sr. Darrow estão, vou buscar o Aiden e o seu companheiro, —
Ryuu ofereceu.
— Obrigada, Ryuu. — Elizabeth o seguiu para fora. O
escudeiro saiu pela porta para ir aos campos de treinamento.
— Aí está você. Estávamos te procurando, — disse
Meryn, aproximando-se. Jaxon seguia ao lado dela.
— Meryn, vamos voltar para o escritório. Não é seguro
aqui. — Elizabeth passou um braço em volta de seus ombros
para guia-la de volta ao local de onde tinham acabado de sair.
Meryn resistiu.
— Que diabos quer dizer com “não é seguro”? — ela
perguntou.
— Aí está você, sua vadia! — Uma voz irada rugiu.
Quando Elizabeth olhou o homem loiro estava
cambaleando na direção deles. Movendo-se mais rápido do
que ela pensou que alguém em uma cadeira de rodas podia se
mover, Jaxon se colocou entre o gigante que se aproximava e
onde ela estava com Meryn.
Bem quando o homem loiro estava prestes a passar por
ele, Jaxon estendeu uma mão e agarrou seu antebraço. Com
a outra mão acionou o freio da sua cadeira.
— Saia do meu caminho, aleijado! — O homem
violentamente irritado protestou enquanto tentava libertar
seu braço. Mas por mais que tentasse, não conseguia escapar
do forte aperto do Jaxon.
— Parece que este aleijado é mais forte do que o recruta
que ficou em primeiro lugar nos testes. Eu sabia que você era

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um babaca, Sterling. O que eu não sabia era que você era
fraco assim, — Jaxon provocou.
Elizabeth os encarou. Este era um recruta?
— Que diabos está acontecendo aqui? — Uma profunda
voz masculina berrou.
— Aiden! Ataque, garoto! — Meryn apontou para aquele
a quem Jaxon chamou de Sterling.
Aiden se adiantou e agarrou a frente da camisa de
Sterling, levantando-o uns bons 30 centimetros do chão.
— Por que você atacou a minha companheira? — Aiden
rosnou do fundo da garganta.
Sterling olhou em volta, confuso. Apontou para
Elizabeth.
— Ela é a sua companheira? — ele perguntou.
Por trás de Aiden se ouviu um baixo silvo. Gavriel se
aproximou e arracou Sterling do agarre de Aiden.
— Não, filhote, ela é minha. — Gavriel o deixou balançar
enquanto o sacudia repetidamente.
Sterling engoliu em seco e olhou de Aiden para Gavriel
com os olhos arregalados.
— Senhor, acho que houve um terrível engano. Eu
pensei que ela fosse uma empregada da casa e flertei um
pouco. Ela se ofendeu e eu estava prestes a deixá-la sair
quando o outro servo me eletrocutou. Quando eu saí aqui
para descobrir porquê fui atacado, aquele cara na cadeira de
rodas me agrediu.
Aiden virou-se para eles.
— Isso é verdade?

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Meryn olhou para o Aiden.
— Sinto muito, tudo o que ouvi foi: “blah, blah, blah,
sou um idiota mentiroso, blá, blá, blá”.
Aiden ignorou sua companheira e olhou para Elizabeth.
Ela respirou fundo e contou o que aconteceu.
— Ele entrou no quarto reservado para o Jaxon e o
Noah, bem quando eu estava terminando de fazer as camas.
Ele pensou que uma emprega dessa casa providenciava
certos benefícios. Eu lhe disse em termos inequívocos que
estava enganado e que eu estava acoplada. Ainda assim ele
bloqueou a minha saída da sala quando eu tentei vir busca-
los. Foi então que o Ryuu apareceu. Este aqui, — ela apontou
para o homem suspenso por seu companheiro. — Estou
supondo que seu nome seja Sterling, fez observações
racialmente depreciativas contra o Ryuu, pensando que ele
fosse apenas outro empregado. Quando ele começou a ficar
violento, Ryuu o nocauteou, me ajudou a sair do quarto e
partiu para encontrá-los. Sterling acordou e veio atrás de
mim. Foi então que o Jaxon o deteve. — Elizabeth terminou
sua história e respirou fundo. Gavriel silvou no rosto de
Sterling, suas presas estendidas.
Aiden virou-se para Gavriel.
— Gavriel, estou lhe colocando no comando do nosso
novo recruta. Ele deve correr até desmaiar, então deve
completar todos os exercícios que os outros fizeram.
Certifique-se de ser bem íntegro ao apresentá-lo ao estilo de
vida da nossa unidade.
O sorriso de Gavriel era aterrorizante.

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— Vamos, filhote, hora de te quebrar. — Gavriel
simplesmente arrastou o homem, que lutava, na direção da
porta.
— Mas eu preciso me trocar, — Sterling protestou,
apontando para seus sapatos e calças sociais.
— Que pena, — Gavriel rosnou. Ryuu abriu a porta da
frente para eles.
— Obrigado, Ryuu. Posso incomodá-lo a fazer um menu
especial para este aqui? Água e mingau durante a próxima
semana, — Gavriel solicitou enquanto Sterling soltava uma
série de palavrões.
Ryuu fez uma reverência, sorrindo.
— Não será nenhum problema mesmo.
Gavriel assentiu.
— Ele deve fazer todas as suas refeições sozinho em seu
quarto.
— Eu cuidarei disso pessoalmente, — Ryuu prometeu.
Gavriel meio carregou e meio arrastou o recruta para
fora da porta. Ryuu a fechou atrás dele.
Meryn assobiou.
— Eu nunca vi o Gavriel parecer tão puto. — Ela olhou
para seu companheiro. — Eu não quero ele aqui. Podemos
devolvê-lo e pegar outro?
Aiden esfregou ambas as mãos sobre o rosto.
— Você não pode estabelecer uma nova maneira de fazer
as coisas e depois alterá-las no momento em que não gostar
dos resultados. Ele tirou as notas mais altas e escolheu vir

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aqui. Se começarmos com favoritismo agora, isso vai
prejudicar o nosso caso para o seu projeto do sexto homem.
— Aiden, ele é instável, — Elizabeth estremeceu.
Aiden olhou para ela suplicantemente.
— Vou conversar com ele a sós e deixar bem claro o que
é e não é aceitável. Tenho certeza de que ele estava apenas
empolgado com a mudança. Ele vai se acalmar depois de
alguns dias. Até lá, o Gavriel vai ficar de olho nele como um
falcão, e vigiar os seus passos. — Aiden virou-se para o Ryuu.
— Se ele sair da linha de novo, acabe com ele no choque,
nesse ponto um pouco de dano cerebral pode lhe fazer algum
bem. — Suspirando, ele beijou Meryn na testa. — Com
licença, damas, preciso ligar para o meu irmão e perguntar
porquê ele não me avisou sobre aquele insuportável
merdinha. — Aiden passou por eles antes de parar ao lado de
Jaxon. Ele colocou uma mão em seu ombro. — Bom trabalho,
filho. Quando a minha companheira não estiver te deixando
louco venha me encontrar. Vou mostrar-lhe alguns exercícios
que vão realmente exercitar seu tronco. — Aiden seguiu para
seu escritório.
Jaxon virou-se para eles, um sorriso pateta no rosto.
Beth tinha a sensação de que o elogio do Comandante da
Unidade significava tudo para o Jaxon, especialmente um
elogio sobre um feito físico bem realizado.
Elizabeth estava prestes a agradecer o Jaxon quando a
campainha tocou. Todos olharam para Ryuu, que estava mais
próximo da porta. Ele a abriu e um homem em um uniforme

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de construção apareceu. Atrás dele estavam mais dois
homens de macacão, um segurando uma prancheta.
— Senhor. — O homem na frente levantou uma mão
para seu capacete, cumprimentando o Ryuu. — A minha
equipe foi chamada pelo Comandante da Unidade para
construir um novo closet.
Ryuu olhou além dele para os outros homens.
— Temos uma entrega para uma Elizabeth Monroe. Um
transporte noturno de Noctem Falls. — O mais alto dos dois
apontou para um caminhão bem grande na entrada da
garagem deles. Todos se voltaram para Elizabeth.
Ryuu pigarreou.
— Lady Elizabeth, quantas caixas estava aguardando?
Elizabeth fez uma careta e caminhou para frente, olhou
para fora da porta.
— Só tem esse único caminhão?
Atrás dela, ela ouviu Meryn sussurrar: “Sério?”
O motorista de entrega assentiu.
— Sim, senhora, temos tudo nesse único caminhão, mas
está preenchido do chão ao teto, do começo ao fim.
Elizabeth começou a morder o lábio inferior e se virou
para Ryuu de forma suplicante. Ela não sabia por onde
começar.
Ele suspirou e tirou o avental, lhe entregando.
— Ok, cavalheiros, se me seguirem. Os seus nomes? —
ele perguntou, abrindo bem a porta.
— Jensen, sou o empreiteiro.

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— Ed, e este é o Mattie. — O motorista de entrega disse
enquanto todos entravam.
Ryuu fechou a porta e lhes sorriu.
— Aqui está o nosso dilema, cavalheiros. O closet que
devem construir é para o conteúdo daquele caminhão. Nós,
recentemente, movemos sete recrutas para as nossas suítes
de hóspedes e cada quarto está em sua capacidade máxima.
Então, estamos em um certo dilema sobre onde colocar as
coisas dela.
Ed olhou para o Jensen.
— Quanto tempo acha que levará para construir este
closet?
Jensen coçou o queixo.
— Tenho dois artesãos fae que posso chamar. Podemos
terminar depois do pôr do sol, mas teremos que começar
agora.
Ed assentiu.
— Vamos fazer o seguinte. Você termina aquele closet
hoje, e eu e o Mattie vamos deixar o caminhão aqui durante a
noite. Se alguém puder nos dar uma carona até a cidade,
podemos visitar uns familiares e então voltar amanhã para
transportar tudo para dentro, — ele sugeriu.
Ryuu parecia pensativo.
— A quem poderíamos pedir para levá-los até a cidade?
A porta da frente abriu e Noah entrou.
— Pessoal, vocês sabiam que tem um monte de gente e
caminhões aí na frente? — Ele tinha uma mochila pendurada
em cada ombro e caminhava com os pés instáveis.

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Ed estendeu a mão e agarrou as duas mochilas com
uma mão.
Ryuu sorriu.
— Seu timing foi perfeito, Noah. Você poderia nos fazer
um enorme favor e levar estes dois cavalheiros à Lycaonia
esta noite e busca-los de manhã?
Noah assentiu.
— Claro, mas eu tenho que tirar as nossas coisas do
carro antes que alguém possa entrar nele.
Ed e Mattie acenaram um para o outro.
— Moste o caminho, criança. Vamos descarregar o seu
carro para que possa nos levar até a cidade.
Noah sorriu largamente.
— Sério? Isso é ótimo; algumas daquelas coisas são
pesadas. — Ele sorriu largamente para os homens mais
velhos. Ed bagunçou o cabelo de Noah.
— Sim, venha nos mostrar o que precisa ir aonde. —
Noah saiu com Ed e Mattie conversando sobre o The Jitterbug
e como este era o melhor lugar do mundo.
Jaxon gemeu.
— Eu sabia que ele cheirava a café. Eu nunca vou
conseguir dormir, ele vai tagarelar na minha orelha a noite
toda.
Ryuu virou-se para Jensen.
— Vou mostrar-lhe o espaço que irá remodelar, se me
seguir. — Ambos subiram as escadas.
— Eu não sei mais o que diabos está acontecendo. Mas
já que o Aiden está no meu escritório, parece que vamos ter

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de ir para a sala de mídia. Eu queria tirar algumas medidas
de qualquer maneira, para ver quantos metros de cabo vamos
precisar para configurar os servidores. Vamos lá, Hulk Sobre
Rodas! — Meryn desabou sobre o colo de Jaxon, para o
espanto dele.
— Marche! — Ela apontou para a sala de mídia.
Elizabeth olhou para o teto.
— Meryn! Não trate o seu minion como um cão de trenó!
— Ela parou abruptamente. Isso tinha acabado de sair da
sua boca?
Meryn explodiu em risinhos e Jaxon riu. Ele estendeu
ambas as mãos para baixo e inclinou a cadeira para trás,
fazendo Meryn chiar enquanto se agarrava ao pescoço dele,
praticamente cortando seu ar. Mas ele apenas riu de novo e,
quando a cadeira voltou ao chão, ele girou as rodas e eles
disparam pelo corredor.
Elizabeth não podia acreditar na maneira como a sua
vida tinha dado um giro drástico.
Não trate o seu minion como um cão de trenó?
De pé, sozinha no saguão, ela começou a rir. Como ela
tinha sobrevivido até agora sem essas pessoas loucas em sua
vida?
A porta da frente se abriu e ela ficou surpresa de ver seu
companheiro entrando.
— Aonde está o seu novo tutelado? — ela perguntou.
Gavriel se aproximou e a puxou contra ele, acariciando
seu pescoço com o nariz. O gesto enviou uma descarga de
eletricidade por entre suas pernas.

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— Eu expliquei o que aconteceu ao Colton e o Darian;
eles graciosamente se ofereceram para cuidar do pequeno
bastardo, enquanto eu checo as nossas reformas. Estou
assumindo que um dos caminhões lá fora pertence à equipe
de construção. — Ele roçou a ponta do nariz de um lado ao
outro do pescoço dela.
Elizabeth relaxou em seus braços. Ali era exatamente
aonde ela queria estar. O encontro com Sterling tinha lhe
deixado mais abalada do que gostaria de admitir, mesmo para
si mesma. Ela amava como o Gavriel sempre parecia ser
capaz de lhe dar exatamente o que ela nem sabia que
precisava.
— Sim, Ryuu está lhes mostrando o seu escritório agora.
Jensen, o empreiteiro, terá que chamar dois artesãos fae para
conseguir terminar o closet até hoje à noite, para que as
minhas coisas possam ser entregues amanhã. Noah vai levar
os motoristas responsáveis pela entrega até a cidade para
passarem a noite lá, e irá busca-los de manhã. Eles vão
deixar o caminhão aqui durante a noite e completarão a
entrega amanhã. — Ela explicou e, com o avental do Ryuu na
mão, passou os braços ao redor da cintura de Gavriel.
— Quando eu ouvi que aquele pequeno inútil tentou te
machucar, eu seriamente queria mata-lo. Aonde está o
Aiden? Eu não quero aquele degenerado vivendo sob o mesmo
teto que você, — Gavriel rosnou olhando ao redor.
— Está em seu escritório, no telefone com o irmão,
perguntando sobre o dito degenerado. A Meryn já pediu para
o Aiden manda-lo embora, mas por causa de quão novo o

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programa é, não podemos nos permitir que pareça que
estamos usando de favoritismo, — ela explicou.
Atrás deles, Ryuu e Jensen estavam descendo as
escadas. Gavriel recuou e passou um braço em volta dos
ombros dela. Ryuu se aproximou e Elizabeth entregou-lhe seu
avental.
— Creio que você seja o empreiteiro? — Gavriel
perguntou.
— Sim, senhor. Bom lugar este que vocês tem aqui, —
disse Jensen.
— Quanto tempo levaria à sua equipe para construir um
anexo à propriedade Alfa? Grande o bastante para cinco
recrutas? — Gavriel encarou o empreiteiro, cujo queixo caiu.
Ryuu começou a rir e se afastou, amarrando seu avental
de novo.
— Senhor? Está falando sério? — o empreiteiro
perguntou.
— Mortalmente, — Gavriel respondeu.
— Esse tipo de projeto leva tempo, materiais, horas de
serviço... — Jensen pensou sobre isso. Olhou para Gavriel. —
Qual é a urgência do pedido?
— Se não movermos um dos recrutas para fora daqui
até o final da semana, eu posso perder a minha alma imortal
assassinando o merdinha durante o seu sono, — Gavriel
rosnou.
— Então, é meio urgente. Certo, vou cobrar alguns
favores. Não vou mentir, senhor, isso pode ficar caro. —
Jensen corou um pouco.

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— Faça o que for necessário. Chame quem quer que
precisar. Quanto mais cedo conseguir completar essa
construção maior será o bônus, — Gavriel ofereceu.
Jensen assentiu.
— Vamos construir esse closet para a sua dama, e eu
vou começar a fazer algumas ligações. — Ele assentiu e saiu
pela porta já gritando por seus homens.
— Você é o homem mais incrível que eu já conheci e eu
te amo. — Elizabeth abraçou seu companheiro com força.
— E você é a coisa mais importante da minha vida,
como eu poderia não garantir o seu conforto e segurança?
Será melhor para todos se eles tiverem um espaço próprio.
Talvez depois de um tempo, o desejo de rasgar a garganta
dele irá diminuir. — Gavriel deu de ombros. — Se não, eu
posso sempre torturá-lo durante os treinos.
— Meu herói! — Elizabeth fingiu desmaiar.
Gavriel a inclinou para baixo, beijou seus lábios e então
endireitou os dois.
— Eu vour ir me certificar de que o Colton e o Darian
estão sendo duros o bastante. Mantenha a Meryn fora de
problemas.
— Esse parece ser o meu novo dever na vida. — Ela
revirou os olhos.
— Poderia ser pior, você poderia ser responsável por
treinar aquele pequeno bastardo. — Os olhos de Gavriel
relampejaram do vermelho ao cinza.
— Divirta-se. Não mate nenhum dos seus recrutas no
trabalho hoje, querido, — ela disse e parou. Ela fizera aquilo

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de novo! Tinha dito algo bizarro, mas nesta casa insana isso
fazia todo o sentido.
Gavriel fungou dramaticamente.
— Não faço promessas, — ele disse, usando as palavras
dela contra ela e depois partiu.
Não mate nenhum dos seus recrutas no trabalho hoje?
E ela disse a sério?
Talvez ela merecesse mais do que um novo closet pelo
seu acasalamento.

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Capítulo 14

Elizabeth estava prestes a se juntar a Meryn e Jaxon na


sala de mídia quando a campainha tocou ainda mais uma
vez. Ela olhou em volta, ninguém mais estava à vista. Ela foi
até a porta e abriu-a.
Dois homens de macacão sorriram para ela.
— Olá, Senhorita, estamos aqui para entregar o
equipamento de escritório que você encomendou, — o homem
que estava ficando careca disse como apresentação.
Elizabeth sorriu para os dois homens.
— Maravilhoso! Esperem aqui, o escritório está em uso
no momento. Não deve tomar-me mais do que um segundo
para limpá-la. Já volto. — Ela fechou a porta e cruzou o
corredor às pressas. Bateu na porta antes de abri-la. Aiden
estava acabando de pendurar o receptor do seu telefone
arcaico. Ele recostou-se, parecendo cansado.
— O que o Adair disse? — ela perguntou. Estava curiosa
para descobrir o que o irmão de Aiden sabia sobre Sterling.
Não era próprio da academia permitir que qualquer um, que

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pudesse se tornar uma possível ameaça, passasse pelo
sistema.
Aiden suspirou.
— Ele disse que o Sterling era conhecido por ser um
elitista e um tanto valentão, mas teve notas excepcionalmente
boas em todos os treinos e testes. Ele vem de uma família
muito rica, por isso há política envolvida. Adair disse que o
Sterling passou metade do tempo na academia perseguindo
mulheres, e não tem ideia de quão bom, de verdade, o
bastardozinho poderia ser se treinasse corretamente. Adair
estava esperando que ele se assentasse depois de ser
atribuído a uma unidade. Eu não quero ignorar isso, mas
maldito seja se as minhas mãos não estão atadas.
— Então, basicamente, ele sempre foi um otário, mas
agora ele é um otário que nós, por um acaso, treinamos,
então ele conhece formas melhores de machucar e matar
pessoas. O treinamento não transforma homens maus em
bons, Aiden, — Elizabeth avisou.
Aiden concordou.
— Eu sei, acredite em mim, eu sei. — Ele franziu o
cenho. — Você precisava de algo?
— Sim, os novos móveis do escritório chegaram, então
eles precisarão de acesso a esta sala.
— Eu já tinha terminado aqui de qualquer maneira. Vou
passar o resto do dia monitorando o Sterling. Espero que o
Gavriel não o tenha matado, — ele resmungou, se levantando.
— Só para informa-lo, o Gavriel pediu à equipe de
construção para começar a construção de um anexo à

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propriedade Alfa para os recrutas. Ele disse que sua alma
imortal estaria em perigo se ele tivesse que conviver sob o
mesmo local que o Sterling. — Elizabeth estremeceu quando
os olhos de Aiden se arregalaram.
Ele a surpreendeu quando irrompeu em um sorriso de
menino.
— Ótimo! E já que ele requisitou isso, pode pagar a
maior parte da conta. Este está se transformando em um bom
dia depois de tudo. E o melhor é: já que é o Gavriel que
solicitou as renovações, ninguém pode dizer que eu estou
tratando os recrutas de forma diferente. Inferno, se meu pai
conseguir usar isso corretamente, podemos fazer com que
pareça que estamos mimando-os com novos equipamentos e
alojamento. — Aiden passou por ela praticamente
assobiando.
Elizabeth não pôde deixar de sorrir e seguiu-o para fora
do escritório até a porta da frente. Aiden a abriu amplamente
e os dois homens recuaram assustados. Para aqueles que não
conheciam o Comandante da Unidade, ele poderia parecer
um militar severo. Mas ela tinha descoberto a verdade desde
que vivia com ele, o homem era um completo marshmallow.
— Cavalheiros, — Aiden vociferou e passou por eles, se
dirigindo à área de treinamento.
Os dois homens se viraram para ela, parecendo
assustados. Ela lhes deu seu sorriso mais brilhante e eles
relaxaram um pouco.
— Por aqui, cavalheiros. Mal posso esperar para ver
como o escritório ficará com o mobiliário novo. Nós teremos

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de ter cuidado com a mesa do Comandante, porém, é uma
antiguidade. — Ela lhes mostrou onde seu futuro escritório
ficaria. Os dois homens olharam para a enorme mesa de
madeira esculpida a mão e engoliram em seco. Seria uma
árdua tarefa movê-la.
Uma hora depois, os homens lhe saudaram com uma
inclinação do chapéu e saíram. Elizabeth olhou ao redor da
sala. Esta parecia muito maior depois de terem movido a
monstruosidade de mesa de madeira do Aiden a um lado para
ser usada como uma estação de trabalho plana. As mesas
mais novas eram menores, mas mais funcionais com espaços
para os equipamentos tecnológicos, ficheiros e gavetas.
Ela olhou para os novos computadores ainda em suas
caixas. Sorrindo, caminhou até a sala de mídia onde Meryn
estava mostrando a Jaxon e Noah como descascar os cabos
ethernet para anexar novas cabeças. Noah devia ter retornado
durante todo o transporte mobiliário. Ela estava feliz que ele
conseguio voltar em segurança.
— Oh, Meryn, eu tenho um trabalho para você, — ela
disse.
Meryn olhou para cima.
— O que foi?
— Os novos computadores chegaram. Está com vontade
de mostrar aos seus minions como configurá-los? — As
palavras mal haviam saído de sua boca quando Meryn se
levantou e se moveu. Ela, Jaxon e Noah seguiram Meryn até o
escritório onde eles a encontraram cheirando as caixas.

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— Eles tem aquele cheirinho de tecnologia nova, —
Meryn disse antes de começar a estraçalhar a embalagem.
Elizabeth recostou-se em sua nova cadeira de gerente de
couro e fechou os olhos e ouviu a conversa animada deles.
Ela estava exausta. Os deixaria trabalhar nos computadores
enquanto apenas descansava os olhos um pouco.
*****
Quando acordou o sol estava se pondo e a sala estava
começando a ficar gelada. Ela olhou para baixo e viu que,
mais uma vez, Meryn carinhosamente lhe tinha coberto com
uma manta de lã vermelha. Sorrindo, se levantou. Lhe levou
um momento antes da tontura passar e ela se sentir bem o
bastante para andar. Quando se estabilizou, seguiu o som de
vozes e descobriu que os homens e Meryn estavam na sala de
estar. Gavriel se levantou quando ela entrou e ficou
imediatamente ao seu lado.
— Você poderia ter me acordado, — ela disse quando ele
se inclinou, buscando um beijo. Seus lábios eram quentes e
macios, o homem não tinha o direito de ser tão bonito.
Gavriel balançou a cabeça.
— Tentei acordá-la, mas você estava dormindo tão bem
que não tive o coração para movê-la. Se você não tivesse
acordado sozinha, iria chamá-la em breve para o jantar.
Os dois se aproximaram e sentaram-se em um dos
muitos sofás. Keelan estava lendo e Colton e Darian se
provocavam sem parar sobre um tabuleiro de xadrez. Meryn
estava sentada ao lado de Aiden e liam “Mac para idiotas”.
Ela olhou em volta e notou que não havia recrutas por perto.

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— Meryn, onde estão os seus minions? — ela perguntou.
Meryn olhou para cima.
— O Lennox veio e levou o Noah e o Jaxon para que
todos os recrutas pudessem se conhecer. Eles terminaram de
jantar cerca de uma hora atrás. Ryuu está arrumando a sala
de jantar para nós agora.
Elizabeth virou-se para seu companheiro:
— Sterling?
Colton soltou uma risada do outro lado da sala:
— Ele disse que estava cansado demais para comer e foi
visto pela última vez cambaleando em direção ao seu quarto.
Ele vai se arrepender de não comer amanhã, — ele balançou
a cabeça.
Gavriel acariciou o pescoço dela com o nariz.
— Colton e Darian cuidaram muito bem do Sterling, —
ele sussurrou.
— Oh, céus, — disse ela, então riu.
Ela olhou ao redor da sala, todo mundo estava
desfrutando da noite. A lareira estava acesa e lançava um
aconchegante brilho amarelo no quarto. Ela se aconchegou
mais em seu companheiro, aquecendo-se com o calor do fogo.
Do saguão, o som da campainha fez todos se
entreolharem. Todos então se viraram para encará-la.
Ela corou.
— Todas as minhas entregas já chegaram hoje.
A campainha tocou novamente.
Aiden levantou-se e saiu para ver quem estava na porta.
Ela ouviu vozes familiares antes do que tinha que ser todo o

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clã McKenzie entrar na sala. Meryn se levantou e foi
imediatamente até Adelaide para abraça-la. Então foi passada
para uma versão mais velha de Aiden, que a beijou no topo
da cabeça, e a passou para Adam. Adam e outros dois
homens abraçaram sua amiga e bagunçaram seu cabelo.
Aiden os olhou.
— O que vocês todos estão fazendo aqui?
Adelaide lançou um olhar na direção de Meryn. Meryn,
que estava pulando nas costas do homem loiro, nem
percebeu o escrutínio. Elizabeth sorriu. Adelaide podia
parecer doce, mas era afiada e extremamente observadora.
Ela estava disposta a apostar dinheiro que Adelaide tinha
notado uma mudança em Meryn durante a visita delas ao
círculo de costura e havia convencido os homens da família a
fazer uma visita para que pudesse checar.
Adelaide olhou para Marius, que deu um passo adiante
com uma enorme cesta.
— Trouxe cookies, — Adelaide disse e puxou a toalha
quadriculada vermelha e branca para revelar um banquete de
doces.
Meryn parou no meio do salto, esquecendo o homem
bonito, e correu para frente.
— Cookies!
Rindo, Adam deu uma cotovelada no homem loiro, que
estava fazendo beicinho.
— Parece que a sua moral é menor do que a dos cookies,
Bem, — ele brincou.

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— Nós não podemos deixar que o nosso amor
transpareça demais ou o Aiden vai ficar rabugento, — Ben
disse.
Aiden rosnou e Ben suspirou.
— Viu? Ele já está ficando mal-humorado.
O homem que parecia com Adam e Aiden soltou uma
gargalhada.
— Um dia desses ele vai te espancar e você vai ter
merecido, irmãozinho.
— Adair, não lhe dê ideias, sou eu que tenho que
remenda-lo, — Adam reclamou.
Adelaide deu um passo adiante, revirando os olhos. Ela
olhou ao redor até que viu Elizabeth. Elizabeth se levantou e,
junto de Gavriel, se aproximou da mulher.
Adelaide também lhe deu um abraço e recuou.
— No caso de não ter percebido, estes são os meus
filhos, Adam, Adair e Ben. Este é o meu companheiro, Byron,
e você já conheceu meu escudeiro, Marius.
Elizabeth acenou para os homens. Byron e Marius
fizeram reverências corteses e Ben lhe piscou um olho,
coquete. Gavriel mostrou suas presas ao brincalhão.
Ben pulou atrás de seu irmão mais velho. Adair
suspirou, mas agiu como o escudo que seu irmão queria que
ele fosse.
Aiden, sorrindo de orelha a orelha, passou um braço em
torno de Meryn.
— Acho que sei o motivo de você estar aqui, mãe.

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Adelaide virou-se para olhar o filho. Assimilou seu
sorriso escancarado e a alegria em seus olhos. Suas mãos
voaram até a boca e ela soltou um grito baixo. Ela se
aproximou correndo e puxou Meryn para seus braços,
chorando.
— Ela está, não é? Oh, Byron! — Adelaide estava
chorando lágrimas de felicidade quando se virou para o seu
companheiro, Meryn ainda em seus braços.
— Sim, está. — Aiden olhou para o pai, os próprios
olhos um pouco úmidos. — Parece que você vai ser vovô, —
ele anunciou.
O pai de Aiden surpreendeu a todos, dando um grito
indigno e vaiando alto. Ele foi até Marius, que estava
radiante, e enfiou a mão no cesto e vasculhou por sob a
toalha que continha os cookies, para retirar o que parecia ser
uma garrafa muito velha de uísque.
— Isto exige uma celebração! — ele gritou, as bochechas
coradas e os olhos brilhantes. Ao lado dele, os irmãos de
Aiden estavam rindo e batendo nas costas do irmão. Os
membros da unidade ficaram para trás, sorrindo uns para os
outros, já que já sabiam das alegres notícias.
Byron acenou para que eles se aproximassem enquanto
Marius ajudava o Ryuu com os copos. Elizabeth sentou-se
com Meryn e Adelaide no sofá enquanto os homens
brindavam e celebravam. Gavriel virou-se para ela e sorriu.
Elizabeth não pôde evitar o devaneio de que talvez, um dia,
eles celebrariam o filho deles.

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— Esta atmosfera festiva me lembra, todos vocês serão
capazes de ir à nossa casa novamente, este ano, para o Dia
de Ação de Graças? — Adelaide perguntou aos guerreiros.
Todos os homens, exceto Colton, assentiram.
— Eu prometi a minha mãe que passaria o feriado com
eles. — Ele soltou um enorme suspiro. — Vou sentir falta da
comida do Marius e do Ryuu, — ele disse, fazendo isso
parecer uma épica tragédia. Darian imediatamente começou a
atormentá-lo sobre a comida que ele iria perder.
Adelaide sorriu com as provocações deles e virou-se para
a filha.
— Oh, Meryn, você não poderia ter-nos dado um
presente melhor de solstício. Eu não tinha certeza mais cedo,
quando você apareceu no círculo de costura. Seu cheiro havia
mudado, mas eu não tinha certeza se era porque você tinha
colocado o amuleto da Vivian.
— Não, simplesmente a velha gravidez, — Meryn sorriu.
— Falando de presentes. — Elizabeth sorriu e enfiou a
mão no bolso. Esteve carregando as pedras o dia todo, mas
havia esquecido de dar a Meryn a dela, agora poderia dar
ambas às suas novas proprietárias.
Ela soltou as pedras nas mãos de ambas.
— É tão bonita. O que é? — Meryn perguntou.
— É uma pedra angular. Meus pais mandaram fazer
elas para mim quando eu tinha dezesseis anos, até então já
havia se tornado bastante evidente que eu era naturalmente
propensa a acidentes. Essas pedras estão conectadas ao
pingente que estou usando. Se eu alguma vez estiver em

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apuros ou machucada, eu giro o pingente e ele envia um
alerta para qualquer um com uma pedra angular. Então, se
virem essa pedra brilhar significa que eu poderia precisar da
ajuda de vocês, — ela explicou.
— Da hora. — Meryn colocou o dela no bolso.
Adelaide lhe sorriu calorosamente.
— É uma honra e um presente que confie em mim,
obrigada. — Ela colocou a dela na pequena bolsa de tecido
em seu pulso, então se virou para Meryn: — Oh, céus!
Imagine, um bebê na família novamente, — ela disse, as
bochechas coradas.
— Eu fiquei meio assustada no início, mas me
acostumei com a ideia agora. Mal posso esperar para
conhecer a Meryn 2.0, — disse Meryn, esfregando a barriga
lisa.
Aiden fez uma careta.
— Nós vamos ter um menino.
Meryn franziu o cenho em resposta.
— Não, não vamos. Vamos ter uma menina e vou lhe
ensinar tudo sobre o Doutor, Star Wars e pistolas e granadas.
Aiden se engasgou com o uísque.
— Inferno que vai! Mesmo se fóssemos ter uma pequena
garotinha, ela seria a minha princesa. Teria vestidos bonitos
cor de rosa com renda e bonecas!
Meryn piscou.
— Bonecas? Renda? Rosa? De jeito nenhum, porra!
— Então tenha um menino, — Aiden rebateu.
Adelaide bateu as mãos e os dois se aquietaram.

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— Eu tenho a solução perfeita. — Aiden e Meryn
olharam-na com expectativa. — Basta ter gêmeos, Meryn, um
menino e uma menina. — Adelaide lhes sorriu.
Tanto Meryn quanto Aiden empalideceram e olharam
um ao outro.
— Só um, certo? — Meryn perguntou.
Aiden concordou.
— Definitivamente só um.
Adelaide fez beicinho.
— Mas gêmeos seria tão adorável, então trigêmeos da
próxima vez.
Meryn olhou horrorizada para sua sogra antes de se
virar para Ryuu, que estava servindo aperitivos improvisados
para a sua festa em família.
— Ryuu, afaste esse mau agouro, — disse Meryn.
Ryuu arqueou uma sobrancelha.
— Você não tem nada a temer das palavras de Adelaide,
denka. Se a Destino decidir dar-lhe gêmeos não há muito que
se possa fazer sobre isso.
Meryn suspirou.
— Tudo bem, mas se vierem dois, isso só vai dobrar a
quantidade de fraldas para você e o Aiden trocarem.
— Ei! — Aiden protestou. Adam, Adair e Ben riram.
Ben bateu no ombro de Aiden com uma mão.
— Então, posso comprar a bateria e as tintas para
pintura a dedo agora?
Aiden gemeu.

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— É, o que o tio Colton pode começar a comprar? —
Colton perguntou, rindo com Ben.
— Vocês todos são maus. — Meryn riu da expressão de
Aiden antes de se voltar ao seu escudeiro. — Ryuu, estou com
sede. Nós temos alguma coisa além de uísque?
Ryuu assentiu.
— Vou pegar um pouco de suco, demorarei apenas um
momento, — ele disse, depositando uma grande travessa
sobre uma das mesas.
— Eu pego, Ryuu, — Elizabeth disse, se levantando.
Quando ficou de pé, toda a sala se inclinou. Sua visão ficou
escura e manchas apareceram. No fundo, ela ouviu o grito de
Meryn, mas não conseguia entender o que tinha lhe
perturbado.
Ouviu um estrondo e sentiu uma dor aguda na lateral
de seu corpo.
— Coelhinha! — Meryn gritou.
Elizabeth piscou e virou a cabeça para tentar olhar para
cima. Não conseguia se concentrar. Acima dela, ouviu um
rosnado baixo. Gavriel estava agachado sobre seu corpo,
afastando as mãos que apareciam nas bordas de sua visão.
— Droga, Gavriel, mova-se! Ela vai sangrar até a morte!
— Adam gritou.
— Gavriel, a sua companheira precisa de ajuda, —
Aiden disse calmamente, tentando fazer seu segundo em
comando se focar.

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Ela piscou para os homens e encontrou os olhos de
Colton. Piscou novamente e o cenho franzido dele se
aprofundou.
Ela viu quando ele se aproximou de Ryuu.
— Assim que nós estivermos longe dê um choque nele,
não se preocupe comigo, — ele disse.
Gavriel se inclinou e lambeu a lateral de seu corpo,
como se tentasse fechar sua ferida. Ela olhou para baixo e viu
um grande pedaço de vidro da mesa de centro protuberando
da lateral de seu corpo. Ela deixou a cabeça cair para trás e
fechou os olhos.
— Coelhinha! Não!
Ela conseguia ouvir Meryn chorando. Ela queria lhe
dizer que realmente deveria se acalmar, pois tinha um bebê
com quem se preocupar, mas não conseguiu fazer a sua boca
se mover. Abriu os olhos e viu quando Colton respirou fundo
e com um impulso, enfrentou Gavriel, movendo-o para longe
de onde ela estava.
Gavriel silvou e atacou Colton furiosamente. Ele
arranhava desesperadamente tentando voltar para ela. Ryuu
apareceu ao lado deles em segundos. Se abaixou e segurou
Gavriel pelo pulso. Chamas azuis entraram em erupção e
cobriram tanto Gavriel quanto Colton. As chamas cintilaram
e ambos os homens endureceram e gritaram antes de caírem
um contra o outro, inconscientes.
— Olá, querida. Você não estava brincando quando me
disse que iríamos nos tornar amigos, estava? — Adam

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perguntou enquanto suas mãos suaves afastavam o tecido de
sua camisa.
— Gavriel? — ela sussurrou.
Ryuu se aproximou, a preocupação em seu rosto.
— Inconsciente por agora. Vai acordar em breve,
esperançosamente mais coerente do que estava um momento
atrás.
— Não dói, — ela disse à Meryn, que tinha lágrimas
escorrendo pelo rosto. Adelaide tinha um braço em volta da
filha e Marius estava parado atrás de ambas, protetoramente.
Meryn fungou e engoliu em seco.
— Isso significa que está ruim. Quando não dói significa
que está tão ruim que o seu cérebro está se fechando.
Adam sorriu.
— Nada com que não possamos lidar. Cavalheiros, um
pouco de ajuda?
Ela fechou os olhos enquanto era posta sob um
cobertor.
— Não deixe que o Gavriel se culpe, — ela sussurrou.
— Vamos só nos concentrar em você por agora, — disse
Adam. — Certo, homens, vamos leva-la até o carro tão
equilibradamente e o mais suavemente quanto pudermos.
Quando sua visão começou a escurecer mais e mais, ela
sorriu.
— Bom, — ela sussurrou e rendeu-se à escuridão.
*****
— Não entendo, ela é uma shifter, já deveria ter
começado a se curar por agora. — Elizabeth acordou com a

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voz frustrada de Adam. Exausta, manteve os olhos fechados e
escutou.
— O que quer dizer? — ouviu seu companheiro
perguntar. Sentiu-se aliviada que Gavriel parecia bem e
estava por perto.
— Há uma contusão em sua têmpora que ainda está
sarando. Como shifters ou nos curamos ou não. Isso parece
que está seguindo a velocidade de cicatrização dos humanos,
— explicou Adam.
— Ela está doente? Ela tem reclamado de cansaço, —
disse Gavriel.
— Essas mordidas, o quão recentes são?
— São da noite passada.
— Quantas vezes esteve se alimentando dela? — Adam
perguntou.
— Uma, talvez duas vezes por dia desde que ela chegou.
Ontem à noite perdi o controle e tomei mais do que o
habitual, — seu companheiro admitiu.
Adam soltou esse som de “hmmm” que cada médico com
o qual ela já se tinha consultado fazia.
— Vou realizar alguns testes para ter certeza, mas diria
que a razão pela qual ela não está curando, é porque ela está
extremamente anêmica. Esse vidro na lateral dela hoje não
ajudou.
— Isso é culpa minha, — Gavriel sussurrou.
— Deixe-me te perguntar uma coisa. Por que se
alimentar tanto dela? Tenho enviado para a propriedade mais

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de três vezes a quantidade normal de sangue que uma
transição normalmente requer.
— O sangue dela ajudou mais do que os outros sangues
juntos.
Adam fez outro som de “hmmm”.
— Interessante.
— Vou parar de me alimentar dela.
Elizabeth virou-se na cama e abriu os olhos. Os dois
homens olharam-na e imediatamente se aproximaram. Adam
segurou seu pulso entre os dedos e olhou para o seu relógio.
Gavriel passou a mão suavemente pelo cabelo dela.
— Sinto tanto, meu amor, — sua voz soava tensa.
— Meu sangue ajuda. Eu te ouvi falando com o Colton
quando machucou a cabeça. Meu sangue restaura a sua
velocidade e força, o que te mantém seguro. — Ela queria
estender a mão e tocar-lhe o rosto, mas sua mão parecia
muito pesada.
— É meu dever, não, meu privilégio protegê-la, e todo
este tempo você que esteve me protegendo. — Gavriel fechou
os olhos como se estivesse com dor.
Adam recostou o pulso dela novamente.
— Elizabeth, você consegue pensar em qualquer razão
porquê seu sangue estaria afetando o Gavriel de forma
diferente do que o sangue doado aqui em Lycaonia? — ele
perguntou.
— Poderia ser porque somos companheiros? — Gavriel
perguntou, pensando em voz alta.
Adam fez uma expressão azeda.

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— Nada contra os laços metafísicos que nos unem, mas
isso está lhe afetando em um nível físico; eu gostaria de
começar por aí, se possível.
Elizabeth pensou sobre o quão diferente sua vida era
agora. Tudo era diferente. Casa diferente, comida diferente,
rotina diferente, escudeiro diferente... Seus pensamentos
pararam.
— Escudeiro diferente, — ela sussurrou.
— Como o Ryuu entra nisso? — Adam perguntou.
— Não ele, o Sebastian, o escudeiro do meu tio. Todas as
manhãs ele me servia o café da manhã em minha suíte
enquanto eu me arrumava para o dia. Isso incluía uma
vitamina desenvolvida pelo meu pai. Eu não as tomei desde
que cheguei aqui, mas aposto que é por isso que o meu
sangue está ajudando mais do que o seu sangue ensacado.
Foi pedido ao meu pai, pelo conselho em Noctem Fall, para
criar uma vitamina para ajudar a suprir o que agora falta na
dieta humana e shifter. Nós não comemos como antigamente.
Se os seres humanos e shifters não estiverem recebendo a
quantidade correta de vitaminas e minerais, os vampiros
também não irão. Ainda está em fase de teste antes de ser
distribuída para as outras cidades. — Ela olhou para Adam.
— Meu pai poderia lhe dizer mais.
Gavriel virou-se para Adam.
— Isso explicaria o motivo de Meryn ser tão pouco
apetitosa. Ela cresceu comendo besteiras e cafeína. Só esteve
comendo decentemente durante este mês que passou, sob o
olhar atento do Ryuu. — Gavriel franziu a testa. — Se a

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vitamina for a razão pela qual o sangue de Beth ajuda, isso
poderia tornar a transição de outros muito mais fácil. O
sangue que tenho tomado pouco ajuda a satisfazer a sede, e
poderia muito bem ser água. Não é de se admirar que o meu
corpo esteja passando por privação de sangue. Tenho que
ingerir três vezes o valor normal para obter o mínimo
necessário paras as mudanças pelas quais estou passando, e
isso ainda não chega nem perto do que realmente preciso.
Adam deu tapinhas na perna dela.
— Vou te manter aqui durante a noite. Sangues
ensacados podem não ajudar o seu companheiro, mas farão
maravilhas para você. Você deve estar praticamente curada
pela manhã. Se me der licença, tenho um certo cientista em
Noctem Falls para quem ligar. — Adam se virou e se dirigiu
para a porta.
— Não lhe conte sobre mim, ele só vai se preocupar, —
ela gritou atrás dele.
Adam assentiu, e fechou a porta atrás de si.
Gavriel pegou a mão dela e, em silêncio, passou o
polegar sobre seus nós dos dedos. O movimento era tão
calmante que ela se encontrou fechando os olhos e
adormecendo.
— Você me quer aqui? — Gavriel perguntou, quebrando
o silêncio.
Elizabeth abriu os olhos e lhe franziu a testa.
— Claro que o quero aqui.

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— Eu atrasei o seu tratamento porque perdi o controle.
Eu vi todos como uma ameaça; você poderia ter morrido e eu
ainda estaria lutando contra eles. — Seu rosto estava ilegível.
— Você é o meu companheiro, meu lugar é com você.
— Tem certeza de que não quer ir para casa? Não para
sempre, mas pelo menos até que a minha transição termine.
Elizabeth lhe puxou os dedos até que ele a olhasse nos
olhos.
— Você é a minha casa agora.
Ele inspirou irregularmente.
— Então tudo o que posso fazer é lhe prometer que farei
tudo o que puder para minimizar o perigo para você, não
importe o custo para mim.
Ela levou a mão dele aos lábios e beijou a parte de trás
dela.
— Não me faça te machucar mais tarde, — ela ameaçou
com um sorriso.
Os olhos dele se iluminaram e ele sacudiu a cabeça.
— Acho que eu prefiro os bruscos e, por vezes, gráficos
ultimatos da Meryn às suas educadas e sorridentes ameaças.
— Ele se inclinou e beijou-a suavemente. Ela podia sentir a
profundidade do seu amor por ela nos mais mínimos toques.
— Eu vou ao quarto ao lado me desculpar com o Colton
novamente. Ele não só ficou um pouco mutilado, mas
também aguentou um bom choque me afastando de você
para que você pudesse ser tratada. Infelizmente, a
eletricidade afeta os shifters mais do que os vampiros. Ele
também será liberado amanhã.

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— Pobre Colton. Diga-lhe obrigado por mim.
— Direi, já volto. — Ele saiu, fechando a porta
suavemente atrás de si.
Ela fechou os olhos e puxou o cobertor até o queixo. Não
demorou muito a dormir.

MY
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Capítulo 15

Elizabeth acabou dormindo até à tarde seguinte. No


momento em que saiu da cama e estava pronta para ir para
casa, era quase hora do jantar. A casa estava quieta quando
Gavriel a carregou pela porta da frente. Enquanto tentava
acordar na clínica, ela percebeu que já sentia falta da
excentricidade da propriedade Alfa. Ela se pegou se
perguntando se Meryn havia ameaçado alguém no café da
manhã e qual lanche do Ryuu ela tinha perdido no chá.
— Onde estão todos? — ela perguntou enquanto ele
subia cuidadosamente as escadas até o quarto deles.
— Eu deixei o Colton aqui esta manhã depois dele ser
liberado. Ele foi direto para a cama. Disse que desceria para o
jantar. Keelan, Darian e Ryuu estiveram trabalhando com o
irmão do Keelan, Kendrick, via Skype, no desenvolvimento de
um feitiço para proteger o perímetro. Aiden decidiu se
familiarizar com o seu novo iMac, enquanto Meryn e seus
recrutas brincavam por aí com alguns dispositivos. Os outros

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recrutas tiveram a tarde de folga e, que eu saiba,
coletivamente decidiram recuperar o sono perdido.
— Então foi um dia de descanso para todos.
— Sim. A Meryn me fez prometer lhe dizer que já estava
sentido saudades suas e que você se apressasse e
melhorasse.
Elizabeth sorriu. Tinha sentindo saudades da pequena
terrorista também.
Gavriel abriu a porta do quarto e fechou-a atrás de si. A
colocou no chão, em pé, e a observou com cuidado.
— Eu estou bem. O Adam disse que me curei
completamente; o sangue ajudou enormemente.
— Se tem certeza.
— Tenho. Agora. Quero ver o meu closet. Tenho tanto
para desempacotar. — Ela olhou em volta. — Onde estão as
minhas caixas?
Gavriel conduziu-a em direção à porta que costumava
levar ao seu escritório. Abriu-a e ela ofegou. Ele havia
desempacotado e pendurado todas as roupas dela. Tudo bem
que ele não as havia organizado corretamente absolutamente,
já que as regatas de verão estavam penduradas ao lado dos
suéteres de inverno, mas tudo estava desempacotado e
pendurado. A única coisa que ela tinha que fazer era a parte
divertida, organizar.
Ela virou-se e se jogou em seus braços.
— Obrigada! Obrigada! Eu amei! Quando teve tempo
para fazer isso?

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— Meu estômago estava dando um nó à noite passada,
depois que você dormiu. Abri o caminhão e trabalhei nisso
por um tempo, então voltei para a clínica para dormir contigo.
Então, esta manhã, depois que deixei o Colton aqui, fui capaz
de terminar. Queria fazer algo para compensar o ontem.
— Você não fez nada de errado, meu amor. Oh, ficou
lindo! — Ela o beijou delicadamente e depois correu para
dentro. Na parede do fundo do closet, haviam instalado um
espelho de trezentos e sessenta graus. Ela podia ver seu
conjunto de todos os ângulos! As prateleiras e os trilhos eram
de madeira trabalhada que iam além do funcional para beirar
à arte.
Ela até mesmo notou que pequenas runas mágicas
haviam sido esculpidas na madeira para manter um certo
nível de umidade, temperatura, para evitar incêndios, e
repelir insetos. Os nós celtas conferiam ao closet inteiro uma
sensação de realeza. Nem mesmo o seu closet em casa tinha
sido tão bonito.
Ela caminhou lentamente, passando a mão pelos
diferentes tecidos. Além do cabideiro e sapateiras,
construíram uma penteadeira contra a parede. O grande
espelho chanfrado ficava em frente à parede onde haviam
instalado uma falsa janela que brilhava intensamente, dando-
lhe à luz natural do dia. Ela poderia se sentar aqui e se
aprontar sob os aconchegantes raios de sol.
— Eu nunca vou sair desse closet. Jamais! — Ela girou
ao redor, exuberante.

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Gavriel envolveu um braço em volta da cintura dela e os
virou. Ele segurou-a nos braços e balançou de um lado a
outro.
— Eu descobri algo que a faz voar. Seu pai estava certo,
você brilha. — Seu nariz esfregou a têmpora dela.
— Eu sempre usei as minhas roupas como um escudo.
Se eu apresentasse a imagem de que eu era uma mulher
refinada e polida, as pessoas supunham que eu tropeçar em
meus pés se devia a um tapete mal colocado ou a um chão
muito polido. É a minha maneira de me defender, — explicou
ela.
— Você não tem mais que se preocupar com isso.
— Por quê? Você conhece uma maneira de me impedir
de tropeçar? — ela perguntou, recuando para olhá-lo.
Os olhos dele brilhavam com a intensidade de seus
sentimentos. Gavriel balançou a cabeça.
— Não, mas a partir de agora não importará o que
estiver vestindo quando tropeçar. Suas roupas não a
defenderão. Eu vou, — ele prometeu.
— Eu te amo tanto, — ela sussurrou.
Gavriel a puxou para mais perto.
— E eu te amo.
Depois de alguns momentos de silêncio, ele pigarreou.
— Amor? Posso pedir um favor?
Sorrindo, ela olhou para cima e assentiu.
— Sim, nós podemos transar na frente do espelho, — ela
respondeu.

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Os olhos dele se arregalaram. Ele abriu a boca, então a
fechou. Se virou e olhou para o espelho, depois olhou de volta
para ela. A expressão em seu rosto passou de choque para a
excitação em só dois segundos.
— Não era isso o que eu ia pedir, mas vou te cobrar isso.
O que eu ia pedir era se eu poderia ver a sua barriga.
Dando de ombros, ela assentiu e levantou a camisa.
Adam tinha lhe emprestado um conjunto horrível de hospital
ao qual ela mal podia esperar para tirar.
Gavriel ficou de joelhos e começou a beijar a extensão da
suave linha rosada.
— O Adam disse alguma coisa sobre se... ainda
podemos...
Ela passou as mãos sobre os cabelos dele.
— Sim, ainda podemos ter filhos. Não houve danos
permanentes.
Seus braços circularam as pernas dela e ele repousou a
bochecha contra seu estômago.
— Graças aos Deuses!
— Já está planejando uma Elizabeth 2.0? — ela brincou.
Ele olhou para cima, sorrindo. Nesse momento os anos
sumiram, seu entusiasmo com a perspectiva de se tornar um
pai o fez parecer mais jovem.
— Pelo menos quatro ou cinco delas. Precisamos
reconstruir a Casa Ambrosios.
— Cinco! De jeito nenhum.
Ele fez beicinho e a expressão era tão atípica em suas
feições normalmente estoicas e régias, que só aumentou a

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sua eficácia. Como ela poderia dizer não a isso? Ele era
malditamente adorável!
— Tudo bem! Que seja. Mas você vai ter que trocar as
fraldas. — Ela jogou as mãos para cima em sinal de derrota.
Gavriel beijou sua barriga mais uma vez e se levantou.
— Combinado.
— Ok, apressadinho. Eu preciso tomar um banho e me
trocar. Estas coisas deveriam ser queimadas, não entendo
como alguém consegue usá-las. — Com o dedo anelar e
polegar ela retirou o tecido do corpo, estremecendo.
— Eu estarei lendo na minha biblioteca. Venha me
buscar antes de descer. — Ele lhe beijou os lábios.
— Irei, — ela prometeu.
Ele saiu do closet e fechou a porta atrás de si.
Sorrindo para si mesma, olhou ao redor por mais alguns
minutos. Ela adorava fuçar nas gavetas e descobrir novos
lugares para pendurar coisas. Finalmente, ela escolheu um
conjunto confortável de jeans e camiseta de moletom. Se eles
iam permanecer descansando em casa, ela queria estar em
roupas confortáveis.
Com pesar, ela saiu do seu closet e caminhou até o
banheiro para tomar banho. A água quente parecia
luxuriante. Eles a limparam o melhor que podiam na clínica,
mas ela ainda tinha um pouco de sangue na pele. Ela saiu e
secou-se rapidamente. Secou o cabelo com a toalha, trançou-
o e enrolou uma toalha de rosto em torno da trança,
prendendo-a com um laço de cabelo. A toalha de rosto iria

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absorver qualquer água restante e a manteria fora de suas
roupas.
Envolta em uma toalha, ela voltou calmamente ao seu
closet. O cheiro de madeira cortada a fez sorrir. Sentou-se em
sua penteadeira e puxou a gaveta do centro, que estava vazia.
Franzindo a testa verificou a gaveta da esquerda, nada.
Quando abriu a gaveta da direita teve que rir. Gavriel tinha
simplesmente despejado qualquer coisa que parecesse ser
maquiagem em apenas uma gaveta.
Balançando a cabeça, vasculhou o conteúdo e encontrou
seus produtos normais de rotina de beleza. No momento em
que terminou a maquiagem, seu cabelo estava seco o
suficiente para ela poder se vestir. Ela tirou a toalha e vestiu
sua roupa confortável. Meias macias e botas com forro de
pele completavam o seu visual para um dia de descanso.
Saiu do closet e estava prestes a ir à biblioteca quando
ouviu um som de batida. Parou e olhou em volta. A porta da
biblioteca se abriu e Gavriel saiu com um franzir de cenho no
rosto. Ele tinha ouvido a batida também. Ela estava prestes a
perguntar-lhe o que era esse ruído, quando o ouviu de novo.
Batida.
Gavriel caminhou até a porta da suíte deles e abriu-a.
Ele saltou para trás com uma maldição quando um pequeno
carro de brinquedo correu para dentro e derrapou até parar
na frente dela. Elizabeth olhou para baixo e um nome lhe veio
à mente:
— Meryn, — ela disse, sorrindo.
O pequeno carro correu ao redor de seus pés.

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— Apresse-se, estou entediada! — A voz de Meryn soava
engraçada vinda dos alto-falantes do pequeno carro.
— Estou indo, querida.
O pequeno carro virou e saiu disparado pela porta.
Gavriel estava esfregando o espaço entre suas
sobrancelhas.
— Como ela fez isso? — ele perguntou.
— Há uma câmera e microfone no carro. As rodas são
grandes o bastante, e projetadas para andar em qualquer
terreno. Imagino que levou um tempo para ele subir as
escadas. Descer, no entanto...
À distância, ouviram um pequeno baque, então risos.
— Entendo.
Gavriel estava balançando a cabeça, mas ela notou seu
pequeno sorriso. Ela sabia que ele simplesmente adorava a
pequena humana e podia ver o motivo. Ele provavelmente
nunca tivera experiência com algo como ela em todos os seus
anos. Isso devia ser refrescante para alguém como ele.
— Vamos descer. Não há como dizer o que ela fará se eu
demorar muito. — Ela se aproximou e agarrou o braço dele.
Os dois desceram e descobriram que os guerreiros da
unidade, Meryn, Ryuu e os aprendizes de Meryn estavam na
sala de estar. A mesa de vidro com a qual ela havia colidido
havia sido substituída por uma pequena mesa de madeira e
não havia sinais remanescentes da noite anterior.
— Já era hora! Onde esteve o dia todo? — Meryn exigiu.
— Recuperando o sono perdido. — Elizabeth piscou um
olho.

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— Oh. — Meryn piscou. — Sim, alguns dias tudo o que
quero fazer é dormir. Todo o sexo me esgota, — ela confessou.
Noah a encarou e Jaxon apenas balançou a cabeça.
Parecia que um deles já estava se habituando à professora.
— Meryn, venha aqui, bebê, antes que escandalize a
sala, — disse Aiden, dando batidinhas no espaço ao seu lado.
— Claro, mas eu queria mostrar à Coelhinha que o Ryuu
foi capaz de tirar todo o sangue do chão, — ela disse,
caminhando até onde Elizabeth tinha caído na noite anterior.
A sala ficou em silêncio. Aiden cobriu o rosto com as
mãos, Colton gemeu e Darian e Keelan olharam-na,
esperando ela surtar.
Ela caminhou para onde Meryn apontava. Olhou para
baixo e ficou surpresa. Ryuu tinha feito um trabalho incrível;
não havia uma única partícula de sangue em qualquer lugar.
— Ele é um fazedor de milagres, — ela disse.
Meryn assentiu.
— Sim, considerando que você estava sangrando por
todo o lugar.
— Meryn! — Aiden latiu.
Elizabeth olhou para baixo e viu a maneira como o
punho de Meryn estava cerrado ao seu lado. Suas palavras
eram irreverentes e joviais, mas escondiam uma emoção mais
profunda. Ela recordava muito pouco sobre a noite anterior,
mas se lembrava do jeito que Meryn havia chorado e o medo
em seus olhos.
Ela estendeu a mão para baixo e pegou a mão de Meryn
na dela. Meryn olhou para cima e por uma fração de segundo,

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o medo estava lá novamente. Elizabeth podia lidar com a
Meryn Excêntrica, a Meryn Brava, a Meryn Pirada, até mesmo
a Meryn Louca, mas não conseguia suportar ver o medo nos
olhos da sua amiga.
Sorrindo, Elizabeth bateu os quadris com os da pequena
humana. Meryn sorriu, a ansiedade deixando seu rosto.
Sorrindo, ela bateu os quadris de volta. Elizabeth a golpeou
de novo, desta vez derrubando-a no sofá. Meryn sentou-se e
jogou um travesseiro nela. Elizabeth desviou e sentou-se ao
lado dela.
Aiden olhou dela para Meryn e para ela novamente. Pelo
olhar em seu rosto, Elizabeth podia dizer que ele não
entendia como as duas poderiam estar rindo, mas estava
tudo bem. Isso era entre irmãs.
Aiden balançou a cabeça e resmungou:
— Não consigo entendê-la às vezes.
Gavriel sentou-se na poltrona reclinável ao lado delas e
pegou uma cópia do Arauto de Lycaonia, o jornal da cidade.
— Não se supõe que deveríamos. Só se preocupe se elas
não estiverem sorrindo, — ele aconselhou.
Aiden se iluminou.
— Isso me parece bom.
Meryn olhou para Elizabeth e revirou os olhos.
— Homens!
Elizabeth teve que concordar. Ela olhou para Aiden.
— Aiden, você teve uma oportunidade de olhar os
formulários que criei para você?
Ele assentiu, então franziu o cenho.

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— Acho que devo estar perdendo algo, no entanto. É
muito fácil.
— Eles foram feitos para serem fáceis. Se você seguir
esse formato e entrega-lo a mim, posso inserir os formulários
no banco de dados. Depois de alguns anos aprendendo sobre
o seu computador, e quando conseguir abrir uma janela de
navegador de internet, eu posso te mostrar como inserir a
informação diretamente no banco de dados. Mas por agora,
só preencha os formulários impressos.
Aiden parecia aliviado.
— Eu prefiro os formulários impressos, você pode ficar
com os seus bancos de dados.
Ryuu entrou e fez uma reverência.
— Senhoras, senhores, o jantar está pronto.
Todo mundo se levantou e passou a se dirigir à sala de
jantar quando o celular de Aiden tocou. Todos congelaram.
Aiden atendeu.
— McKenzie aqui.
Elizabeth ouviu claramente o pai de Aiden no telefone:
— Filho, mais de uma dúzia de ferals foram vistos ao
norte da cidade.
— Deixa com a gente.
— Tenha cuidado, — ordenou Byron.
— Sim, senhor. — Aiden terminou a ligação. — Colton,
Darian, vocês estão responsáveis pelos recrutas. Eu não
quero incluí-los, mas temos que começar em algum lugar. Se
as coisas ficarem ruins, os tire dali.

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Colton e Darian correram para as escadas, gritando para
os estagiários aparecerem.
Aiden virou-se para Gavriel.
— Dentro ou fora? Estou deixando a decisão em suas
mãos.
Gavriel deu um passo adiante.
— Estou dentro. Mesmo que a única coisa que possa
fazer seja manter limpo o caminho de retirada, eu vou.
Meryn começou a tremer.
Aiden beijou o topo da cabeça dela.
— Vai ficar tudo bem, bebê, será como se estivéssemos
treinando. Estaremos de volta antes que perceba. — Ele deu
um passo para trás e olhou para Ryuu.
Ryuu deu um passo adiante e puxou Meryn para o seu
lado.
— Nada chegará perto dela, eu juro.
— Vou te cobrar isso, — disse Aiden. Eles acenaram um
para o outro.
Aiden virou-se para o último membro da Unidade Alfa.
— Keelan, parece que você pode testar alguns daqueles
feitiços de visibilidade mais cedo do que imaginava. — O
sorriso de Aiden era perigoso.
O sorriso malicioso de resposta de Keelan era
igualmente mortal.
— Mal posso esperar.
Aiden olhou em volta. Os recrutas estavam respirando
com dificuldade e arrastando seu equipamento no saguão. Os
membros da Unidade Alfa estavam pegando o equipamento

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deles para coloca-los dentro do carro, durante o trajeto, e
verificando as grandes bolsas que continham suas armas e
munições.
Gavriel puxou Elizabeth para perto.
— Tenho que ir, — ele sussurrou.
Ela assentiu sem dizer uma palavra.
— Eu te amo. — Gavriel deu um passo para trás e beijou
cada pálpebra dela gentilmente.
— Eu também te amo! É por isso que você tem que
voltar para mim, — ela disse, o coração na garganta.
— Eu vou, — ele prometeu.
Aiden caminhou em direção à porta.
— Unidade Alfa. Vamos.
Elizabeth rezou para quem estivesse ouvindo, que
protegesse o seu companheiro.
*****
Gavriel virou ao sul e mirou. Várias lutas estavam
acontecendo ao seu redor. Alguns dos ferals estavam visíveis,
outros não. Com a força extra fornecida pelos recrutas, a
perspectiva de acabar com uma dúzia de ferals não era
impossível, mas isso não excluía fatalidades. Pelo rádio, ele
ouviu o líder da Unidade Gama, Sascha, relatar que uma
nova leva de ferals estava seguindo na direção deles, e que a
Gama estava logo atrás deles.
— Aiden! Ferals se aproximando às seis, — ele gritou.
Gavriel levantou sua arma e disparou. Eliminou o feral
que estivera correndo atrás de Keelan. Quanto mais
matavam, mais pareciam haver.

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— Não demorará muito agora. Então você será como
nós, — uma voz provocou. Gavriel se virou e disparou várias
vezes no ar. Riso hediondo o rodeava. Rosnando, ele sentiu as
presas irrompendo por suas gengivas.
Não agora, por favor, Deuses, não agora!
Respirando profundamente ele se concentrou na visão
no final da mira de sua arma e continuou atirando. Estava
recarregando quando mais ferals saltaram para fora da
floresta no lado sul.
— Filhodaputa! — Aiden rugiu.
Os ferals ignoraram os guerreiros da unidade e correram
por eles seguindo ao norte, em direção às montanhas. Sascha
inrrompeu da linha das árvores correndo a toda velocidade e
começou a gritar o seu relatório:
— Delta e Beta foram chamados para derrubar um
grupo à nordeste da cidade. Zeta e Épsilon estão a cerca de
quinze quilômetros ao leste daqui, derrubando outra dúzia
relatada.
— Vamos pegar esses filhos da puta! — Oron gritou.
Gavriel parou quando absorveu as palavras de Sascha.
— Parados! — ele gritou. Os homens interromperam seu
avanço e recuaram para cercá-lo.
— Fale comigo, Gavriel, por que nos parou? — Aiden
exigiu.
— Todos os grupos de ferals estão convergindo para o
norte, acho que estão nos levando para uma armadilha. Delta
e Beta estão para o nordeste e Zeta e Épsilon para o noroeste.

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Acho que eles têm algo armado para nós naquelas
montanhas, — ele explicou.
— Por que iriam querer todas as unidades juntas nas
montanhas? — Keelan perguntou, pensando em voz alta.
Gavriel sentiu o gelo inundar as suas veias. Ele se virou
e olhou para trás.
— Oh, Deuses! Não estamos sendo conduzidos para
uma armadilha, estamos sendo conduzidos para o norte. —
Gavriel começou a tremer.
— O que fica ao sul daqui que é tão especial? —
Christoff perguntou.
— Meryn, — Aiden sussurrou.
— A propriedade Alfa, — Colton respondeu ao mesmo
tempo.
Gavriel jogou a cabeça para trás e rugiu.
Beth!
Eles estavam atrás de sua companheira. Gavriel sentiu
suas presas se estenderem ainda mais, enquanto sangue
começou a fluir das pontas dos seus dedos quando garras
mais longas e afiadas emergiram.
— Porra! Ele está no ápice! — Christoff virou-se para os
homens. — Fiquem para trás e não importa o que façam, não
fiquem no caminho dele! — ele gritou.
Gavriel estava além de qualquer preocupação. Sob a
superfície de sua pele, seus músculos estavam se rasgando.
Cada tendão arrebentava e engrossava, a dor era
imensurável.

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— Mantenham os ferals longe dele! — ele ouviu Aiden
gritar.
Gavriel abriu os olhos cheios de sangue. Os ferals
tinham percebido que não estavam sendo seguidos e haviam
voltado para atacá-los em massa.
Ele abriu a boca e soltou um som que trovejou pelas
montanhas. Em torno dele, até mesmo os ferals pararam
para olhá-lo com horror. Ele usou cada gota de dor, cada
espasmo que inflamava seu corpo para alimentar sua raiva.
Suas presas chegaram ao seu comprimento total de batalha e
sua camisa rasgou enquanto seu peito expandia. Ele estava
mais alto, mais robusto, rápido, forte.
Rindo loucamente, ele moveu-se para frente. Todo
mundo estava se movendo tão lentamente. Gargalhando, ele
usou suas novas garras para rasgar as gargantas dos ferals
que pareciam congelados.
Matar! Matar! Matar!
Ele queria sangue e morte. Ninguém machucava a sua
companheira!
Quando ele olhou em volta e os únicos corpos em pé
eram os de seus companheiros membros da unidade, ele
hesitou. Tentou se lembrar do motivo pelo qual não deveria
matá-los.
— Gavriel, se está aí, olhe para o seu cinto. Olhe para
baixo! Elizabeth está com problemas, nós temos que ir para
casa! — Aiden gritou, apontando.
Ele olhou para baixo e viu uma forte luz azul piscando.

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Pedra angular. Beth. Companheira. Minha companheira.
Beth! Beth em apuros!
Ele se virou na direção em que sua companheira lhe
esperava e, incapaz de esperar pelos outros, começou a
correr. O chão voou sob seus pés e as árvores se tornaram
um borrão.
— Caralho! Quão rápido ele está agora?
— Vão para os veículos! — ele ouviu os homens
gritarem.
BethBethBeth.
A litania de seu nome o movia para frente.
*****
Elizabeth verificou a trava da arma. A destravou e
apontou. Ao redor de toda a casa ferals rosnavam e
grunhiam.
— Onde eles estão? — Meryn perguntou, sentada no
sofá segurando as mãos de Noah, os dois estavam pálidos
como um lençol. Jaxon sentava-se em sua cadeira na porta,
encarando o saguão. As provocações do lado de fora ficaram
mais altas e Meryn tapou os ouvidos.
Estamos chegando!
Estamos chegando para arrancar o seu bebê do seu
estômago, sua puta humana!
— Deem o fora, babacas! — ela gritou.
Elizabeth sabia que era apenas bravata; Meryn estava
morrendo de medo. Assim como ela. Ela olhou para onde
Ryuu sentava-se na poltrona reclinável, pronunciando as

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mesmas frases em sua língua, vez após vez baixinho. O suor
escorria pela sua têmpora e encharcava sua camisa.
Lá fora os ferals eram mantidos afastados da casa por
um brilho azul fraco. O que fosse que Ryuu estivesse fazendo,
estava funcionando, mas exigia um preço terrível. O
escudeiro parecia em agonia.
Ela ergueu seu pingente que estava brilhando numa cor
azul forte. O tinha ativado no segundo em que Ryuu detectou
os ferals se aproximando. Isso fora há cinco minutos.
— Por favor, depressa, — ela sussurrou.
Ryuu gemeu e Elizabeth ouviu um alto estrondo no
saguão. Os olhos de Ryuu se abriram.
— Eu não consigo segurar esse, — ele soltou num ofego,
lutando para respirar.
Meryn se levantou como se fosse verificar o barulho.
Elizabeth empurrou-a de volta para Noah.
— Fique aqui! Pense no bebê! — Elizabeth gritou e
correu na frente dela.
Correu para o saguão onde Jaxon estava olhando
fixamente para a porta da frente aberta, horrorizado. Sem
hesitar, Elizabeth levantou o pequeno revólver e começou a
atirar. Quando a arma ficou sem munião o feral estava
inclinado, agarrando o peito.
Sorrindo, ele cambaleou até ficar em uma posição ereta.
Jaxon deslizou para frente, colocando-se entre o sangrento
feral e onde ela estava.
— Jaxon, não! — ela gritou.

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— O que vai fazer, seu merdinha aleijado? — Sangue e
baba escorriam do queixo do feral.
— Isso! — Jaxon estendeu o braço esquerdo e moveu o
pequeno ornamento de bronze para dentro do círculo de
feitiço. Elizabeth teve de proteger os olhos quando uma
enorme bola de fogo disparou para frente, engolfando o feral
em flamejantes chamas brancas.
Seus gritos encheram o ar enquanto o cheiro de cabelo e
carne queimada permeava o saguão. Jaxon rolou para trás,
tossindo com a fumaça. Elizabeth puxou sua cadeira para
trás, para longe da chama estridente, retornando à sala de
estar.
— Quem te disse que você não poderia ser um
guerreiro? — ela perguntou, ofegando por ar.
Jaxon sorriu enquanto tossia.
— Ainda bem que o Ryuu mostrou a Noah e eu os
feitiços de alarme ontem.
De repente, os ferals desapareceram de vista. Já não
estavam mais tentando entrar pelas janelas e não podiam ser
vistos em qualquer lugar. O silêncio era estranho e
inquietante. À distância, ela ouviu o som de um carro freando
bruscamente e um berro profundo.
— Isso soa como um urso, — disse Elizabeth, andando
de novo até a porta da frente aberta.
— Aiden? — Meryn perguntou, aparecendo ao seu lado.
— Não. Byron. Oh, céus. Você sabia que isso era
fisicamente possível? — ela perguntou, incapaz de desviar o
olhar da carnificina de Byron.

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— Não, mas porra, se isso não é a coisa mais legal que vi
em algum tempo. — Meryn observava sem piscar.
O som de um grito desumano enviou calafrios por sua
espinha.
Meryn a olhou, apavorada.
— O que foi isso?
Elizabeth balançou a cabeça.
— Não sei. Nunca ouvi esse som antes.
Lá fora Byron parou, seus olhos se arregalando. Ele
soltou as partes do corpo em suas mãos, antes dele e outros
dois homens saltarem para a varanda. Elizabeth correu para
frente e desarmou o feitiço da porta dianteira. Os homens
correram para dentro da casa parecendo assustados.
— Que porra é essa, Byron? Um novo monstro que os
ferals criaram? — um homem alto com uma barba grisalha e
desgrenhada, perguntou.
— Não faço ideia, John, mas vou ficar fora do seu
caminho. — Byron passou um braço em torno de Meryn e
beijou o topo de sua cabeça. — Graças a todos os Deuses que
está segura. Quando nós chegamos e os vimos rodeando a
casa, pensei o pior.
— Ryuu os manteve afastados, — disse Meryn,
apontando para a sala de estar.
— E não foi fácil, — Ryuu brincou. Noah o ajudou a
caminhar, segurando-o de um lado, com Jaxon firmando-o do
outro.

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Elizabeth se aproximou da porta e viu de relance o
monstro selvagem que estava perseguindo os ferals no
exterior.
— Oh, doces Deuses acima, Gavriel. Oh, meu pobre
companheiro, — ela sussurrou com lágrimas nos olhos. Ele
tinha atingido o ápice durante a batalha e agora estava se
afogando em sede de sangue.
— Aquele é o Gavriel? — Byron sussurrou.
Duas SUVs estacionaram, mantendo uma distância de
Gavriel. Os guerreiros da unidade saltaram dos veículos e
apontaram as suas armas em direção ao seu companheiro.
— Não, não podem fazer isso! — ela gritou.
Ela saltou da varanda e se aproximou correndo e se
colocou entre seu companheiro e os homens, os braços
estendidos.
— Deixem-no em paz! Como podem? — ela gritou.
— Saia do caminho, Elizabeth! — Aiden gritou.
— Não! Nunca!
Um rosnado baixo a fez se virar para encarar o monstro
que era seu companheiro. Suas presas estavam encharcadas
de sangue e estendidas de dez a doze centímetros abaixo de
seu queixo. Ela olhou para o comprimento impressionante
delas. As presas dos vampiros cresciam cerca de um
centímetro a cada mil anos de vida. Embora, a maioria dos
vampiros mais velhos só estendiam suas presas pela metade
para se alimentarem ou mostrarem agressividade. Somente
durante situações em que um vampiro se sentia ameaçado
que elas se estendiam completamente. Não havia como

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esconder sua idade agora; esta estava em exposição para
todos verem.
— Se você pensa que irá me morder mais tarde com
essas coisas, pode esperar outra coisa. — Ela colocou as
mãos nos quadris e encarou-o. Ela esperava que a leveza e o
humor atravessassem a névoa assassina em sua mente.
Ele parou e inclinou a cabeça para ela. Ela estava
conseguindo alcançá-lo.
— Só teremos um tempo para uma diversão travessa se
retrair essas presas, senhor, — ela disse, a voz trêmula.
— Beth. Minha companheira. — A voz dele soava dura e
mais profunda do que ela já ouvira antes.
— É isso mesmo, meu amor, é a Beth, a sua Coelhinha.
— Ela engoliu em seco contra o nó em sua garganta; não
podia perdê-lo agora, não quando finalmente sentia como era
estar completa.
A boca de Gavriel se contraiu e suas presas começaram
a retrair. Ele respirou fundo várias vezes, e em poucos
segundos as tinha retraído completamente. Quando olhou
para cima, seus olhos estavam de volta à sua cor cinza
normal, e focados.
— Minha Beth, minha Coelhinha, — ele sussurrou e
abriu os braços.
Chorando, ela caiu contra ele, soluçando.
— Shiu, meu amor, eu estou bem, acabou. Graças aos
Deuses, finalmente acabou. — Seus lábios estavam secos e
rachados ao serem pressionados contra a testa dela.

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— Eles quase atiraram em você, — ela gritou. Então se
lembrou, quase tinham matado seu companheiro. Ela girou e
voou na direção de Aiden, batendo onde quer que conseguisse
alcançar. — Como pôde?! Como pôde tentar matá-lo?! — Ela
mal conseguia enxergar através de sua raiva.
— Aiden, de verdade, mas que porra é essa?! — Meryn
chutou Aiden na canela.
— Ai! Ai! Maldição! Alguém a segure! Colton, seu merda
demente, as tire de cima de mim! — Aiden fez o seu melhor
para bloquear os golpes dela.
Um braço veio por trás dela, puxando-a para longe do
Comandante da Unidade.
— Eu te odeio! Te odeio! — ela gritou.
— Beth! Beth! Querida, eram tranquilizantes! — Gavriel
resmungou, tentando fazê-la escutá-lo. Ela parou de lutar.
Ela se virou.
— Sério? — fungou.
— Sim, querida. Embora, agora que penso nisso, mesmo
se tivessem atirado munição normal em mim, acho que teria
ficado bem.
— Desculpe, amor! — Meryn desculpou-se, olhando para
seu companheiro, contrita.
Aiden franziu a testa para todos. Colton começou a rir.
Aiden lhe mostrou o dedo do meio e Colton gargalhou ainda
mais.
— Você foi contra um exército de ferals e não levou um
arranhão. Vai pra casa e irrita as mulheres e elas quase
acabam contigo! — Colton precisou colocar uma mão no

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ombro de Sascha para se firmar. O líder da Unidade Gama
estava rindo tanto que teve de se apoiar em Colton para ficar
em pé. Os dois riam altamente e batiam em suas pernas. Não
demorou muito para que todos os homens rissem, acabando
com bastante estresse acumulado e tensão. No fundo, Oron
informou que todas as unidades tinham retornado sem
fatalidades, que os ferals fugiram mais ou menos na mesma
hora em que Gavriel tinha chegado à propriedade Alfa.
— Sabe, filho, você não deveria estar perturbando a
Meryn dessa forma, — Byron o repreendeu.
Aiden olhou de boca aberta para o pai antes de virar
para gritar para Meryn:
— Não toque nisso! — ele a puxou para longe do corpo
de um feral.
— Mas ele ainda está se contraindo, — disse Meryn.
Elizabeth virou-se para Byron.
— Obrigada por ter vindo tão depressa, eu não sei o que
teria acontecido se você não tivesse aparecido no momento
em que apareceu.
Dois guerreiros de cabelos grisalhos bateram nas costas
de Byron.
— Ainda bem que nós tínhamos parado para uma
bebida, né, Byron? — um riu.
O outro estalou as juntas dos dedos, sorrindo
maliciosamente.
— Não me diverti tanto desde que me aponsentei, — ele
admitiu.

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Aiden deu um passo adiante e apertou a mão dos dois
homens.
— John, Abraham, gostaria que conhecessem a minha
companheira, Meryn. Meryn, este é o John Younger e
Abraham Carter, os líderes aposentados das Unidades Gama
e Épsilon. Deixe-me acrescentar meus agradecimentos aos de
Elizabeth. Obrigado por virem tão rapidamente como vieram.
— Parece que as coisas mudaram um pouco desde que
nos aposentamos. Não me lembro dos ferals correndo juntos
desta maneira. — John virou um dos ferals com a ponta da
bota.
Elizabeth olhou para baixo e ofegou. Pelo menos doze
conjuntos diferentes de armas foram apontadas na direção do
feral morto.
— O que foi, Beth? — Gavriel perguntou, virando-a para
longe do cadáver.
— Eu conheço aquele homem, — ela sussurrou.
Aiden se ajoelhou e olhou para o rosto do homem morto.
— Eu não o reconheço. Você o conhece de Noctem Falls?
Meryn passou por Aiden para olhar para baixo. Ela
inalou e cobriu a boca com as duas mãos.
— Ah, não! — Seus olhos se encheram de lágrimas. Ela
virou-se e escondeu o rosto no peito de Byron. Aiden se
levantou e caminhou até ela, preocupado.
Esfregando as costas de Meryn, Aiden olhou de novo
para Elizabeth.
— Quem é ele?

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— Eu não o conheço de Noctem Falls. Eu o conheço por
escanear fotos dos casais desaparecidos; este homem era um
deles. O segundo casal na lista, — ela sussurrou.
— O pobre desgraçado se tornou um feral após a sua
companheira ser morta, — disse Chistoff com uma voz suave.
Darian tirou a jaqueta e cobriu o rosto do homem.
— Oh, Deuses! — Elizabeth se afastou de Gavriel, se
dirigindo aos cadáveres.
— Beth, querida, deixe comigo, — Gavriel disse,
movendo-a para longe do inimigo morto.
Um a um todos foram virados.
— Pode parar agora. — Elizabeth olhou para cima para
ver Meryn de pé ao lado de Byron, parecendo tão abalada
quanto ela. De repente, ela desejou muito o seu próprio pai.
Gavriel a conduziu de volta para o grupo de guerreiros.
— Reconheci mais dois. Alguém pode tirar fotos antes de
se desfazerem dos corpos? Eu não confio em mim mesma, e
não quero que alguém passe sem ser identificado.
— Nós vamos cuidar disso, Comandante, por que não
levam as damas para dentro? — recomendou Sascha.
Gavriel ficou tenso ao lado dela.
— Ele disse que eu não teria escolha. — Ele se virou
para ela. — Eles não vieram atrás de mim esta noite, vieram
atrás de você. — Suas palavras silenciaram os homens.
— Este não foi um ataque aleatório, eles
deliberadamente tentaram transformá-lo, — Aiden rosnou.
— Eles também disseram que vinham atrás do meu
bebê. Como eles sabiam? Nós não fizemos um anúncio. —

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Meryn limpou as lágrimas com a manga. Aiden a arrancou
dos braços do pai e abraçou-a apertado.
— Como conseguiram mantê-los fora da casa? — Aiden
perguntou.
— Ryuu, — tanto ela quanto Meryn responderam juntas.
Todos se viraram para ver o escudeiro sentado nos
degraus da varanda; ele lhes acenou.
— Maldito bom escudeiro que você tem aí, mocinha, —
Abraham elogiou.
— Eu sei. Ele é o melhor! — Meryn envaideceu-se.
— Eles quase ganharam, não foi? — Elizabeth disse,
virando-se para o seu companheiro.
Ele balançou a cabeça.
— Mesmo se o pior acontecesse, eu teria lhe seguido.
Nunca iria deixá-la enfrentar o desconhecido sozinha.
Beth observou como ele, Aiden e o resto dos homens
trocaram olhares. Ela sabia quais palavras não foram ditas.
Depois de eu trucidar todos os responsáveis pela sua
morte.

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Capítulo 16

— Feliz Dia de Ação de Graças para todo mundo! —


Adelaide disse, enquanto entravam na propriedade do
Conselho Shifter. Em todos os lugares que Elizabeth olhava, a
casa estava decorada com bom gosto para o feriado. O cheiro
de peru assado, abóbora e canela a fez suspirar alegremente.
Todos os membros da Unidade Alfa conseguiram ir, exceto
Colton e os recrutas, que haviam retornado às suas
respectivas casas para os feriados. Adam, Adair e Ben
estavam sentados, conversando com Byron. Adelaide estava
alvoroçada com o Noah e o Jaxon de uma forma maternal e
ambos os jovens estavam aproveitando. Darian e Keelan
estavam checando cada prato coberto com entusiasmo e
Aiden estava tentando manter Meryn afastada da comida.
— Você nunca me disse o quanto amava o Dia de Ação
de Graças, — Gavriel falou, beliscando seu pescoço.
— Adoro a comida! Todos os meus alimentos favoritos
juntos em um banquete enorme, como se pode não amar
isso?

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— Eu estava lá no primeiro, lembra? — ele brincou. Eles
se sentaram à mesa da sala de jantar apreciando o caos ao
seu redor.
Elizabeth notou as diferenças sutis em seu
companheiro. Para desgosto dele, nenhuma de suas roupas
lhe serviam mais. Ele precisou chamar um alfaiate até a
propriedade para tirar novas medidas. Ele havia crescido
cinco centímetros, deixando-o perto da altura de Colton, com
2 metros, algo inédito para um vampiro. Onde antes fora
esbelto e comprido, agora possuía mais músculos, mas eram
compactos, diferentemente do corpo robusto e mais volumoso
de Aiden. Para ela, ele agora era a personificação do pecado.
Cada centímetro dele possuía músculos definidos e
esculpidos. Seu cabelo estava mais comprido, assim como
suas presas, quando as estendia totalmente.
Em privado, Gavriel também admitiu que precisou
trabalhar com Aiden para criar uma nova rotina de
treinamento. Agora estava treinando seguindo uma rotina
semelhante à do grande fae. Mas as mudanças não eram
apenas físicas. Elizabeth estava começando a entender o que
Meryn quis dizer sobre seu companheiro ser um charmoso
cavalheiro. Ele raramente ficava ranzinza mais e sorria com
mais frequência. A única coisa que seguia inalterada era a
sua natureza possessiva, pelo qual estava grata.
— Meryn, querida, vamos comer em breve. — Adelaide
riu enquanto Meryn corria de prato em prato desejando
experimentar um pouco de tudo. Aiden tinha desistido de
mantê-la longe da comida depois que ela lhe informou que o

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bebê desejava isso, ele agora estava lhe dizendo para
experimentar todas as comidas favoritas dele.
Darian e Keelan estavam colados ao lado de Marius
tentando ganhar do escudeiro, com bajulações, tortas
inteiras.
Ryuu estava quase de volta ao normal e ajudava Marius
na cozinha. Por alguns dias após o ataque, ele ficara preso à
cama enquanto recuperava as forças. Em última análise, não
foram apenas os homens implorando-lhe para agir como um
escudo entre eles e uma Meryn sem cafeína, mas também as
tentativas de enfermagem feitas pela própria Meryn que
apressaram sua recuperação.
— Oh, acabei de me lembrar! — Meryn disse de repente,
olhando para Gavriel.
— Sim? — ele perguntou.
— Você pode, por favor, dizer a Elizabeth que eu estou
certa? Nem ela, nem o Sydney, acreditaram em mim quando
lhes disse o que você contou sobre aquele comandante shifter
indo para casa, depois da batalha na qual o Príncipe das
Sombras salvou a sua vida. — Ela fez uma careta para
Elizabeth.
Elizabeth teve de dar o braço a torcer. Agora sabia que
Meryn estava certa, já que agora sabia que Gavriel tinha
realmente estado lá.
Gavriel nivelou seu olhar com o de Elizabeth, os olhos
brilhando.
— Você deveria ouvir a Meryn; ela está começando a ser
uma especialista em história paranormal.

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— Espera? Que história? Essa é a primeira vez que ouvi
este final também, — disse Aiden.
Meryn sorriu ao seu companheiro.
— Gavriel disse que depois que os vampiros curaram o
comandante shifter, ele virou as costas à guerra e caminhou
de volta até Lycaonia para ver seu filho recém-nascido.
— Por que nunca nos ensinaram isso? — Aiden
perguntou, olhando para o pai.
Byron deu de ombros.
— É a primeira vez que ouço isso também. Muitas
histórias foram perdidas depois da Grande Guerra; duas
gerações inteiras foram exterminadas antes dela chegar ao
fim.
“Tem certeza sobre isso, Gavriel? — Byron perguntou.
Seu companheiro assentiu e recostou-se na cadeira.
— O shifter estava cansado de lutar. Ele sabia que sua
companheira havia morrido ao dar à luz a seu filho, e para ele
seria lhe desonrar se morresse antes de garantir que o bebê
ficaria bem. Uma vez curado, ele agradeceu a cada vampiro
que cuidou dele e começou a caminhar. O Príncipe das
Sombras sabia que o shifter nunca chegaria a Lycaonia por
conta própria, então viajou com ele. Muitas vezes o Príncipe
das Sombras salvou a vida do shifter durante a longa viagem
de volta à cidade shifter. Quando chegaram, o shifter não
parou para descansar, comer ou beber. Foi diretamente até o
berçário para conhecer o filho. Quando ele perguntou à
enfermeira se sua companheira havia dado nome ao bebê, ela
balançou a cabeça e disse que sua companheira havia pedido

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que ele nomeasse seu filho ao voltar para casa. O shifter
segurou seu filho apertado, a minúscula criança era o último
elo que tinha com a sua companheira. Ele olhou para o
Príncipe das Sombras e lhe perguntou como deveria chamar o
filho. O Príncipe das Sombras ficou honrado com tal pedido e
respondeu com o nome do afilhado que havia perdido séculos
antes: “Mikhail”. Assim que pai e filho se acomodaram, o
Príncipe das Sombras foi embora, prometendo que cuidaria
de Mikhail e seus descendentes.
Aiden riu.
— Mikhail era o nome do meu tataravô, — ele disse,
antes de enfiar um pequeno quiche na boca. Meryn lhe deu
uma cotovelada.
Ele olhou-a.
— O quê? Eles não podem ser a mesma pessoa. Podem?
— Ele olhou ao redor.
Byron estava assentindo.
— Queridos Deuses, isso precisa ser adicionado ao
nosso diário da família, — ele sussurrou.
— Deixe-me ver se entendi: o Príncipe das Sombras, da
lenda dos vampiros, salvou a vida do pai do meu tataravô,
nomeou meu tataravô e prometeu cuidar de seus
descendentes? Vamos lá! Não é como se tivesse um vampiro
de cinco mil anos de idade perambulando por aí ajudando a
defender essa família, — Aiden protestou, então congelou
quando todo o sangue drenou do seu rosto. Ele se virou para
olhar Gavriel.

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Seu companheiro sorriu e acenou com os dedos para
ele. Aiden desabou sobre a cadeira da sala de jantar ao lado
do pai.
— Puta merda, — Jaxon e Adair sussurraram ao mesmo
tempo.
— É por isso que você se ofereceu para se tornar um
guerreiro da unidade, não é? Nunca consegui entender por
que alguém tão forte como você iria receber ordens de mim.
— Aiden olhou para a mesa.
Adelaide se aproximou e puxou Gavriel para um abraço
e beijou-o na bochecha.
— Obrigada por cuidar do meu filho.
— Ele não tem sido tão ruim, — Gavriel brincou.
Darian pigarreou.
— Eu pensei que você não queria que ninguém
soubesse.
Gavriel deu de ombros.
— Vocês não são todo mundo, são família. Além disso,
tenho a sensação de que os ferals sabiam quem eu era, e por
isso me tornei um alvo. Talvez seja apenas uma questão de
tempo antes de minha idade ser revelada.
— Eles não tem chance, não com você do nosso lado, —
disse Keelan, sorrindo para Gavriel.
Seu companheiro deu de ombros modestamente,
sorrindo.
Elizabeth sentiu seu coração inchar. Seu companheiro
vivera por milhares de anos e havia moldado a própria
história deles. Ele estivera lutando por tanto tempo e, em sua

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maioria, fazendo isso sozinho. Havia uma coisa que ela
poderia dar-lhe que sabia que ele desejava. A única coisa que,
se alguma coisa acontecesse com ela, poderia salvar sua
alma.
— Eu quero ter um bebê! — ela anunciou.
Infelizmente ela não contara com seu companheiro
tomando um grande gole de vinho naquele momento.
Pulverizando o líquido e ofegando por ar, ele se virou para ela.
— Fala a sério? Verdadeiramente? — A alegria em seu
rosto a fez desejar poder engravidar naquela noite!
— Sim, quando chegar a hora, quero ter um bebê! — ela
prometeu.
Gavriel a puxou para seu colo e abraçou-a apertado.
— Obrigado, — ele sussurrou contra seu pescoço.
— Nós temos o inverno inteiro para praticar fazer um
bebê, — ela disse e piscou um olho quando ele se afastou
para olhá-la.
— Outro bebê! Oh, mal posso esperar! Preciso começar
suas mantas imediatamente! — Adelaide bateu palmas,
animadamente.
— Você vai ter um Jackalope16! — Meryn disse e caiu
contra seu companheiro, rindo.
Elizabeth sentiu seu queixo cair.
— Meu bebê não vai ser um Jackalope! Meryn, retire
isso!

16
O Jackalope ou lebrílope, no folclore, diz-se ser um cruzamento entre uma
jackrabbit (lebre) e um antelope, que viveria na Califórnia e é normalmente retratado
como um coelho com galhadas.

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Darian franziu a testa.
— Um Jackalope não é um coelho com chifres?
Elizabeth lhe lançou um olhar mortal. Ele levantou as
mãos defensivamente.
— Um coelhinho com presas assassinas como as de um
dente de sabre! Incrível! — Meryn disse, sorrindo.
Elizabeth pensou nisso por um segundo, isso não
parecia muito ruim.
— Isso é, na verdade, meio interessante, — ela admitiu.
Se virou para Gavriel. — Se me acontecer alguma coisa, você
precisa ficar por perto para garantir que o nosso coelhinho
vampiro cresça grande e forte.
Gavriel descansou a cabeça em seu ombro. Em torno
deles as festividades continuaram, enquanto Adelaide fazia os
homens ajudarem Ryuu e Marius a carregar a comida para a
mesa.
— Você está sempre pensando em mim, em maneiras de
me salvar. Eu deveria cuidar de você. — Ele se afastou e
olhou-a nos olhos.
— É o meu trabalho cuidar de você, não importa o que
aconteça, — ela disse teimosamente.
— Minha Coelhinha. Minha Protetora.
— E não se esqueça disso, — ela disse, puxando-o para
um beijo.
Ele interrompeu o beijo e a olhou com fogo nos olhos.
— Vamos começar a praticar esta noite, — ele
sussurrou.
— Vampiro sorrateiro.

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Epílogo

Colton sentou-se em sua cama de infância na casa de


seus pais e lutou contra a bile tentando subir pelo fundo de
sua garganta. Ele tinha sonhado com sua companheira
novamente. Seu rosto estava contorcido de dor e
preocupação. O cheiro de doença e morte a rodeava.
Ele se atirou para trás e cobriu os olhos com o braço.
Por que a Destino estaria lhe mostrando a sua companheira
com tanta dor quando ele não era capaz de estar com ela? Ele
tentou se agarrar às imagens nebulosas do seu pesadelo que
desapareciam. Ela tinha círculos escuros sob os olhos e
estava pálida demais.
Para todos os lados em que sua companheira se virava
havia doença, sangue, tristeza, lixo, medo e morte. Em que
tipo de inferno ela estava presa?
— Por favor. Tudo o que peço é uma chance de conhecê-
la, de lhe dar um pouco de alegria nesta vida antes de nos
juntarmos a você, — ele sussurrou sua prece enquanto duas

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lágrimas escaldantes escapavam, escorrendo por sua têmpora
para desaparecer em seu cabelo. — Por favor.

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