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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUIZA DA 5ª VARA CRIMINAL DA

COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Processo nº.: 0181839-86.2019.8.19.0001


Recorrente Ministério Público
Recorrido: : Rafael da Silva

RAFAEL DA SILVA, já devidamente qualificado nos autos do processo em


epígrafe, por seu advogado e bastante procurador, documento de mandato
incluso, vem mui respeitosamente a presença de Vossa excelência, apresentar
Contrarrazões Recursais, após sejam os autos enviados ao Egrégio Tribunal
Competente para o seu regular processamento.

Termos em que aguarda deferimento.

Rio de Janeiro, 31 de julho de 2023.

_________________ .
Demetrio F. Grecoff
OAB/RJ 173887
CONTRARRAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO

Apelante MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Apelado RAFAEL DA SILVA

Processo de Origem nº 0017237-65.2021.8.19.0209

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

COLENDA CÂMARA

INCLITOS DESEMBARGADORES

DOS FATOS OCORRIDOS E DA DISCUSSÃO JURÍDICA:

DAS CONTRARRAZÕES RECURSAIS

1)RELATÓRIO:
O Juízo a quo, por meio da sentença de fls. 373/395, condenou o réu pela
prática dos crimes tipificados no art. 33 da Lei 11.343/06 e no art. 16 da Lei
10.826/03, absolvendo-o, no entanto, da prática do crime tipificado no art. 35
c/c o art. 40, IV, da Lei 11.343/06. Inconformado com a absolvição do réu com
relação ao crime previsto no art. 35 c/c o art. 40, IV, ambos da Lei 11.343/06,
o Ministério Público interpôs recurso de apelação a fls. 413.

2) PRESSUPOSTOS RECURSAIS:
Alega o MP que inicialmente, estão presentes os pressupostos e condições
recursais, os quais, segundo a moderna doutrina processualista, nada mais são
do que a aplicação dos pressupostos processuais e das condições da ação na
seara recursal, razão pela qual a apelação deve ser conhecida.
O recurso é tempestivo, pois o Parquet o interpôs dentro do prazo legal.
O Ministério Público tem legitimidade para interpor o presente recurso, na
forma do artigo 577 do Código de Processo Penal. A forma de interposição, por
meio de petição, é adequada, sendo o recurso cabível, na
forma do artigo 593, I, da Lei Processual Penal. Dessa forma, estão presentes
todos os requisitos de admissibilidade do recurso ora interposto, o que
possibilita o seu CONHECIMENTO pelo Egrégio Tribunal de Justiça.
3 MÉRITO:
Tenta o Ministério Público induzir os Ilustres desembargadores ao erro quando
alega que ao final da instrução criminal, restaram comprovados os fatos
narrados na denúncia. A materialidade, a existência e a autoria dos delitos de
tráfico de drogas, de associação para fins de tráfico majorado pelo emprego de
arma de fogo e de porte ilegal de acessórios de arma de fogo de uso restrito,
pois conforme podemos verificar do laudo pericial realizados os acessórios
apresentados em sede policial nenhum deles tinha a impressão digital do
acusado, pois se realmente referido material bélico estivesse na posse do
acusado deveria estar empreguiçados de suas digitais, e não foi isso que
ocorreu.
O material foi apresentado em sede policial conforme o auto de prisão em
flagrante (índice 5, fls. 2C/2Cv), pelos autos de apreensão (índices 17/28, fls.
10/11). A mesma sorte não acolhe o MP pois conforme o laudo de exame
prévio de entorpecente e/ou psicotrópico (índices 23/24, fls. 14/14v), pelo
laudo de exame definitivo de entorpecente e/ou psicotrópico (índices 70/71, fls.
54/55), pelo laudo de exame de componentes de arma de fogo (índices 72/77,
fls. 56/61) e pelo laudo de exame de descrição de material dos rádios
comunicadores e das bases carregadoras (índice 78/80, fls.
62/64), podemos verificar que em nenhum material apreendido havia as
impressões digitais do ora acusado conforme tenta o MP fazer crer que referido
material pertencesse ao acusado.
Ilustre Julgador como podemos ouvir das gravações em AIJ os policiais
militares conhecem o acusado por terem ido na casa dele pois quando
perguntado pela defesa técnica o mesmo alega não ter condições de
reconhecer o acusado como sendo o criminosa TORRO ISSO ESTÁ GRAVADO
SERÁ QUE O MP NÃO OUVIU ESSA PARTE DA AUDIENCIA.
. A casa do acusado, na qual foram encontrados materiais entorpecentes, ficava
em cima de um bar. Lembra-se de que, na residência do acusado, foram
apreendidos: drogas, rádios transmissores e peças de fuzil. Diante disso,
conduziu o acusado e encaminhou o material apreendido à 21ªDP.
Não podemos perder de vista que os referidos policiais trabalhavam na UPP de
Manguinhos e não tinham condições de reconhecer o acusado se o mesmo
passa-se por eles na rua isso segundo depoimento do próprio policial.
Tenta o MP com jogos de palavras levar os Ilustres julgadores ao erro pois na
verdade toda a operação foi um fracasso pois os policiais estavam realmente
focados em fazer vídeos para postar na internet conforme restou provado.
O fato que é público e notório de o Complexo do Manguinhos é dominado pela
facção criminosa Comando Vermelho (CV). Em frente à Comunidade do
Manguinhos, isso não serve de provas para a condenação do ora Réu.
Mais uma vez tenta o MP iludir com falsas verdades que havia informes
anteriores de que o acusado era traficante de drogas da localidade. Inclusive,
os moradores na comunidade conheciam-no como Torrô, mas não foi capaz de
apresentar nenhum morador que comprovassem esses fatos tudo em prol de
realizarem vídeos para sua auto promoção.
Como podemos verificar da narrativa do próprio MP que a auto promoção
realizada pelos policiais rendeu frutos que logo após essa operação referidos
policiais foram transferidos para o no Grupamento de Intervenções Táticas.
Ilustre Julgadores alega o MP que a juíza a quo errou ao absolver o ora Réu
tipificado no art. 35 c/c o art. 40, IV, da Lei 11.343/06 vem buscar
subterfúgios com meias verdades tentar fazer com que referida sentença seja
reformada sem que para tanto traga provas ou mostra onde foi que a
Magistrada a quo errou.
Até a presente data não verificamos o MP buscar nos autos os responsáveis por
agredir covardemente o ora Réu conforme o laudo pericial acostado aos autos
ficou o dito pelo não dito se queremos realmente correr atrás da verdade
deveríamos apurar toda a construção da colheita das provas fato esse que não
ocorreu.
Assim tenta o MP em 9 laudas confundir os Nobres julgadores para que
conheçam do referido recurso de Apelação e condenem o ora Réu alegando
que a Doutora Juíza a quo errou e não julgou conforme as provas apresentadas

4) CONCLUSÃO:
Neste sentido conforme toda a prova construída em sede de AIJ Requer a
defesa Técnica seja conhecido o referido Recurso do Ministério Público e ao
mesmo seja NEGADO PROVIMENTO mantendo a absolvição do ora Réu ao
crime a ele imputados tipificado no art. 35 c/c art. 40, IV, ambos da Lei
11.343/06.

Rio de Janeiro, 31 de julho de 2023.

Demetrio Fernandes Grecoff


OAB/RJ n°173887

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