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PRÉ- PROJETO

Resumo do Plano de Trabalho:

1. Tema: Educação Ambiental como componente da Educação Artística, como forma de

contribuir para a geração da qualidade de vida, de crianças em idade escolar.

2. Sumário do plano de trabalhos a desenvolver:

As crianças são naturalmente atraídas pelas artes, a ideia de se pensar em uma Educação

Artística que envolva a temática ambiental, pode ser ainda mais envolvente para as crianças da

atualidade. As crianças da atualidade têm perdido o interesse pelas artes de forma cada vez

mais precoce. São apresentados mecanismos tecnológicos cada vez mais cedo, contrariando as

indicações da Organização Mundial da Saúde, que aconselha que o tempo limite do contato das

crianças com os écrans deve ser no máximo duas horas. Esse tempo tem sido excedido em

muito e o resultado, tem sido a perca do interesse das crianças, pelas atividades manuais, o que

pode ser devastador para o desenvolvimento das crianças, pois segundo Vigotsky (2018) as artes

fazem parte do desenvolvimento cognitivo, físico, psicológico e social das crianças .

As influências positivas que as artes exercem sobre as crianças é comprovado pela

ciência orgulho (Allen & Boykin, 1992; Allison & Rehm, 2007; Griffin & Miller, 2008; Hall, 2007;

Young, 1990). Na atualidade muito se tem falado também sobre o poder terapêutico, que a

vivência em contato com a natureza, pode oferecer ao ser humano. Conhecer o ambiente é

conhecer parte de nós mesmos, pois estamos na natureza e a natureza está em nós. Uma

Educação Artística que explora as questões ambientais pode ser uma alternativa para favorecer

o melhor desenvolvimento desta nova geração, carente de uma educação que trabalhe o

autoconhecimento, a tolerância, a resiliência e o respeito.


3. Palavras chave:

Meio Ambiente; Educação Artística; Autoconhecimento; Perfil das crianças da atualidade.

4. Objetivos

* Perceber a importância da produção e do consumo sustentável;

*Contribuir para uma Educação Artística de qualidade, através de alternativas capazes

de desenvolver a criatividade, sensibilização ambiental e autoconhecimento.

5. Estado da Arte

As atividades humanas e as variações naturais afetam o meio ambiente por meios

diretos e indiretos (Savo et al., 2016 ; Stern, 1993 ; Rosa e Dietz, 1998 ; Lambin et al., 2001 ;

Ippolito et al., 2010 ). Em um artigo de ciência comportamental intitulado " Este lado do paraíso

e descobrindo por que a mente humana precisa da natureza", Jaffe (2010) resumiu

evidências experimentais mostrando que ambientes "naturais" têm um efeito salubre sobre o

psicológico. Este autor concluiu que em contato com a natureza, a atenção, humor positivo e

índices de saúde são melhorados. Embora existam processos cognitivos neurológicos, implícitos

por trás desses efeitos ( Joye,2007), propôs que os efeitos positivos ocorrem porque nossos

ancestrais viviam em um ambiente de natureza. A "natureza" de nossos ancestrais é aquela

pré-civilização inserida em uma ecologia selvagem, uma vez depreciativamente chamada de

"semforma" pelos arquitetos paisagistas (Waugh, 1912: 288). No entanto, o primeiro

exemplo de "natureza" de Jaffe é na verdade do Central Park em Nova York, uma

colaboração cultivada do paisagista Frederick Law Olmsted com o arquiteto Calvert Vaux.
Em 1865, Olmsted pensava que a exposição a ambientes naturais impediria um

"amolecimento do cérebro", "irascibilidade" e "melancolia". Quase 150 anos depois, os

cientistas agora sabem que a natureza tem uma capacidade notável de restaurar a atenção, que

acalma a agressão e que pode até mesmo aliviar a depressão leve. Revigorando o cérebro por

meio da “Attention Restoration Theory” (ART), Kaplan (1980).

A compreensão mais significativa do efeito salutar da natureza na mente humana veio

por meio dos estudos da atenção. A teoria teve origem quando ele, Fellow Rachel Kaplan, e

alguns de seus alunos perceberam que as pessoas tinham uma preferência surpreendente por

cenas que representavam ambientes naturais. Kaplan e seus colaboradores logo descobriram

que havia muito mais na natureza do que apenas beleza - eles descobriram que a exposição a

essas cenas tinha um profundo efeito restaurador na capacidade do cérebro de se concentrar.

“Penso que nossos ancestrais evoluíram em um ambiente cheio de natureza”, diz

Kaplan. “[Esses lugares] são mais confortantes, mais relaxantes, mais como se estivéssemos em

casa. As descobertas mostram o impacto da natureza em uma ampla variedade de atividades

cognitivas, desde diminuir a raiva até estimular o ânimo e a capacidade de atenção de pacientes

com câncer.

A proposta de pensar uma educação voltada para o meio ambiente, tem como objetivo

sensibilizar, sobre a relação do ser humano com o meio, que reflete sua relação consigo próprio.

Este estudo envolve o autoconhecimento, através da conscientização que somos parte de um

todo. Não somos seres independentes, somos interligados. A forma como lidamos com o outro

retrata a forma como lidamos com nós mesmos.


Esta proposta envolve a educação artística com elementos da natureza. Serão estudados

os vegetais com pigmentos, a fim de serem produzidas tintas que sejam ecológicas, no sentido

de não poluírem o meio ambiente. Este fato, traz a consciência de um cuidado ambiental, que

reflete também a importância do autocuidado. O contato com a terra e com as espécies nela

inseridas, trará um conhecimento mais profundo sobre as espécies que compartilham conosco a

nossa casa, o planeta Terra.

A proposta desta pesquisa, envolve uma metodologia qualitativa, com Investigação

Narrativa (IN). Serão realizados workshops com a temática da arte ecológica, serão estudados

autores que tratam da temática que envolve os estudos das espécies que produzem pigmentos

e ainda as formas naturais que vivenciamos, diariamente, ou seja, as espécies de plantas

nativas, despertando o olhar atento sobre o que nos cerca e o vivenciar o momento presente.

Quantos de nós, para durante alguns minutos do dia exclusivamente para admirar o luar, o por

do sol, a chuva, as formas e texturas da vegetação? Vivemos ocupados de mais para vislumbrar

essas belezas. Este projeto valoriza essa mudança de paradigma. O vivenciar o momento

presente. Para isso é fundamental que o ser humano passe a viver mais inserido no ambiente

natural. Iremos estudar a importância desta vivência. Pesquisaremos artistas que trabalham

com a arte ecológica, quais técnicas utilizam, e quais técnicas sãs possíveis de serem

trabalhadas com as crianças em idade escolar.

A proposta educacional que contribua para a melhora da qualidade de vida das crianças,

se mostra urgente, pois percebemos as crianças cada vez mais precocemente sendo sugadas

pela agitação da vida moderna. As doenças cada vez mais precoces nos provam isto. A

implementação de atividades que estimulem a criatividade, a empatia, o autoconhecimento, a


paciência, a tolerância, o domínio próprio, se faz necessária. Vamos tentar perceber como o

incentivo a vivenciar a natureza, pode contribuir para a educação e como a educação artística

envolvendo as questões ambientais, podem contribuir para o desenvolvimento das crianças em

idade escolar.

Estamos diante de uma geração a acostumar-se com conteúdo prontos. A humanidade

está a passar por um momento de mudança, na forma de pensar, na forma de ver o mundo, na

forma de agir. Esta mudança é influenciada pela tecnologia, pela facilidade de acesso ao

conhecimento pronto, pela mudança de consciência de mundo e de si próprios regido pela

problemática da COVID 19 e pelas influências ambientais. A educação precisa acompanhar esta

metamorfose e se adequar aos novos desafios que estão à tona, para que a humanidade possa

se lograr dessas mudanças.

A lógica ambiental está intimamente ligada ao cenário artístico. Toda obra humana é

uma representação da vida e toda a vida retrata o meio ambiente. Este fato desencadeia uma

série de hipóteses que podemos levar em consideração: Como o ambiente tem influenciado a

vida das pessoas? Como as ações do ser humano tem influenciado o meio ambiente? Como a

Educação Artística pode contribuir para melhorar a relação do ser humano com o meio

ambiente? Será que o fato do homem estar desconectado com o meio ambiente à sua volta tem

relação com esta espécie de descontentamento pela própria vida?

Para encontrarmos as respostas a essas questões, iremos nos debruçar sobre os autores

que tratam desta temática. Realizaremos workshops a fim de oferecer alternativas ecológicas,

para as produções artísticas. Através desses workshops iremos tentar descobrir como a arte
pode contribuir para a sensibilização ambiental e uma visão do mundo e de si mesmos mais

positiva. O cuidado com o meio que nos cerca revela o cuidado com nós mesmos. Usaremos a

arte com resíduos a fim de gerar sensibilização ambiental e o estímulo ao autoconhecimento,

através dos processos artísticos.

Observaremos as causas do ser humano da atualidade se mostrarem cada vez menos

desconectado com o meio ambiente e consigo mesmos e tentaremos checar se a arte

envolvendo as questões ecológicas podem contribuir para o melhor desenvolvimento das

crianças em idade escolar.

Referencias:

Allen, B. A., & Boykin, A. W. (1992). African American children and the educational process: Alleviating
cultural discontinuity through prescriptive pedagogy.School Psychology Review,21, 586–596

Allison, B. N., & Rehm, M. L. (2007). Effective teaching strategies for middle school learners in
multicultural, multilingual classrooms.Middle School Journal,39, 12–18

Griffin,J.P.,&Miller,E.
(2008).Aresearchpractitioner’sperspectiveonculturallyrelevantprevention:Scientificandpracticalconsidera
tionsforcommunity-based programs.The Counseling Psychologist,35, 850–859

Hall, H. R. (2007). Poetic expressions: Students of color express resiliency through metaphors and
similes.Journal of Advanced Academics,18, 216–244

Lambin, E.F., et al., 2001.The causes of land-use and land-cover change: moving beyondthe myths.
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Ippolito, A., Sala, S., Vighi, M., 2010.Ecological vulnerability analysis: a river basin casestudy. Sci. Total
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Jaffe, Eric, 2010. This side of paradise: discovering why the human mind needs nature. Association for
Psychological Science Observer 23 (5), 10e15.

Rosa, E.A., Dietz, T., 1998.Climate change and society: speculation, construction and sci-entific
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Savo, V., et al., 2016.Observations of climate change among subsistence-oriented commu-nities around
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Stern, P.C., 1993.A second environmental science: human-environment interactions. Sci-ence 260, 1897–
1899.

Young, B. (1990).Art, culture, and ethnicity. Reston, VA: National Art Education Association.

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