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SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO MARANHÃO

SECRETARIA ADJUNTA DE GESTÃO DE REDE DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM

CENTRO DE ENSINO DELFINO AGUIAR DE AZEVEDO

SÍLVIA FARIAS DE OLIVEIRA SOUSA

ELETIVA PINTANDO O 7 E BORDANDO O 8


ArteTerapia- Equilibrando o Físico e a Mente

São João do Paraíso- MA


2023
SUMÁRIO

1. INFORMAÇÕES GERAIS .............................................................................................. 02


2. JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 02
3. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 04
3.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................................... 04
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................ 05
4. EIXOS ESTRUTURANTES ............................................................................................ 05
5. HABILIDADES, COMPETÊNCIAS E OBJETOS DE CONHECIMENTO.............. 05
6. METODOLOGIA ............................................................................................................. 09
7. RECURSOS DIDÁTICOS ............................................................................................... 09
8. PROPOSTA PARA A CULMINÂNCIA ........................................................................ 10
9. CRONOGRAMA............................................................................................................... 10
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 11

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1. INFORMAÇÕES GERAIS

● Título da Eletiva de Base:


PINTANDO O 7 E BORDANDO O 8
ArteTerapia- Equilibrando o Físico e a Mental

● Série/Turma: 1º Ano “D”

● Área de Conhecimento
☐ Linguagens e suas tecnologias
☐ Ciências da Natureza tecnologias
☐ Ciências Exatas e suas tecnologias
☐ Ciências Humanas e Sociais aplicadas

● Componentes Curriculares: Língua Portuguesa

Enfoque: A “Eletiva Pintando o 7 e Bordando o 8- ArteTerapia: Equilibrando o Físico e a Mente”, irá


desenvolver atividades na área da Linguagens e suas Tecnologias, trabalhando com variadas
manifestações artísticas contemporâneas e antiquadas, envolvendo diferentes técnicas de pintura, desenho,
colagem, customização de roupas, produção de papel reciclado de forma artesanal e de tintas naturais e
artificiais, desenvolvendo práticas artísticas variadas com técnicas e materiais inusitados, buscando
reaproveitar materiais de descarte dentro do espaço escolar, desenvolvendo assim, habilidades também da
área das Ciências da Natureza e suas Tecnologias. A referida eletiva focará também no aspecto terapêutico
da Arte, como um mecanismo de amenização de estresse, ansiedade, desenvolvimento e/ou
aperfeiçoamento da capacidade de concentração e quebra de rotina, proporcionando um momento de
descontração e relaxamento através de trabalhos manuais, socialização de ideias e produções, dinâmicas
e música. Desenvolvendo, portanto, habilidades também da área das Ciências Humanas e Aplicadas.

2. JUSTIFICATIVA

Vivemos em um momento da história em que as pessoas têm sofrido pressões diárias da sociedade, em casa,
no trabalho, na escola, nas relações sociais e nas redes sociais. Essas pressões variam entre exigências de
padrões de beleza, de status social, de enriquecimento, de sucesso profissional, de destaque nas redes socias,
enfim, essa geração sofre pressões constantes por aprovação e por rotinas escravizadoras. Nossos corpos

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estão sendo sofrendo sobrecargas físicas e emocionais em demasia. Os desequilíbrios emocionais, bem como
os esgotamentos físicos, têm sido a doença do século.
Diante desse cenário, a grande dúvida de profissionais, famílias e vítimas de problemas dessa natureza tem
sido “Como manter o equilíbrio entre o corpo e a mente? Uma vez atingindo por problemas dessa
natureza, como reverter?
A grande dificuldade de se responder tais perguntas está no fato de sermos heterogêneos, não há uma técnica
a ser aplicada à todos, cada indivíduo responde de maneiras diferentes aos tratamentos e às rotinas de vida e
só se descobre o que dá ou não certo para cada um, na prática, portanto, se trabalha no cenário das
possibilidades.
Dentro dessas possibilidades, temos a ArteTerapia. A Arte que é a produção consciente de obras, formas ou
objetos voltados para a concretização de um ideal de beleza e harmonia ou para a expressão da subjetividade
humana e a Terapia que é o cuidar, tratar, interagir. A ArteTerapia, portanto, se volta para o desenvolvimento
de atividades artísticas como mecanismo de amenização de estresse, ansiedade, impaciência, dificuldade de
concentração, dificuldade de socialização, dificuldade de comunicação, tristeza, insegurança e imagem
negativa de se e de suas capacidades.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as artes são adequadas para ajudar a compreender
e comunicar conceitos e emoções, estimulando todos os sentidos e até mesmo a capacidade de empatia, o
que é especialmente benéfico para a saúde mental. A Arte Terapia surgiu em 1940 nos Estados Unidos e tem
se difundido pelo mundo como uma medida eficaz para canalizar, de maneira positiva, as variáveis do
adoecimento psicoemocional, esgotamento físico e conflitos pessoais e familiares.
Nesse sentido, a “Eletiva Pintando o 7 e Bordando o 8- ArteTerapia: Equilibrando o Físico e a Mente”,
buscará por meio de trabalhos manuais envolvendo variadas técnicas de pintura, desenho, colagem,
customização de roupas, produção de papel reciclado de forma artesanal e de tintas naturais e artificiais,
desenvolvendo práticas artísticas diversificadas com técnicas e materiais inusitados, buscando reaproveitar
materiais de descarte provenientes do espaço escolar, das imediações da escola e das famílias como um
mecanismo de amenização de estresse, ansiedade, desenvolvimento e/ou aperfeiçoamento da capacidade de
concentração e quebra de rotina, proporcionando um momento de descontração e relaxamento através de
atividades práticas, socialização de ideias e produções, dinâmicas e música.
De modo geral a eletiva se propõe a trabalhar duas questões sociais muitos atuais, a saúde psicoemocional
e a sustentabilidade, de maneira muito leve, dinâmica e flexível. A saúde psicoemocional e a sustentabilidade
são questões que precisam de atenção, pois a humanidade está adoecendo e o planeta também, ambos
precisam de cuidado.
No que se refere ao cuidado com planeta as produções artesanais, orgânicas e recicladas têm se mostrado
uma possibilidade bastante eficaz. Há alguns séculos, as expressões “tintas orgânicas” ou “tinas naturais”

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eram totalmente desconhecidas, uma vez que todas as tintas e pigmentos, eram obtidos de material orgânico.
A segregação entre tintas naturais e tintas artificiais somente aconteceu a partir do século XIX, por volta de
1856, oportunidade em que as tintas passaram a ser obtidas pela mistura de compostos químicos, no ambiente
de laboratório, ao invés de serem obtidas de plantas e produtos animais, pois essas fontes apresentavam uso
limitado, especificamente quanto a variação das cores.
Devidos aos desdobramentos negativos, tanto do ponto de vista biológico quanto socioambiental, tem se
buscado como alternativa, o retorno do uso de tintura naturais ou tintas orgânicas para diferentes fins. É
exatamente buscando uma resposta positiva frente a esse desafio contemporâneo que propomos essa oficina
dentro da Eletiva Pintando o 7 e Bordando o 8, usando como principal fonte de produção de pigmento cascas,
raízes, folhas, frutas, pétalas, legumes, verduras e terra, através de métodos que variam entre cocção,
maceração, infusão, fricção e liquidificação.
A produção de papel reciclado artesanalmente é uma técnica fácil e prática e divertida, podendo ser executada
por adultos e crianças. O papel nada mais é que um emaranhado de fibras vegetais. Ao transformar papel
usado em novo, estamos na verdade desfazendo essa trama e entrelaçando as fibras novamente. A partir do
papel artesanal, é possível confeccionar papéis de carta, marcadores de livros, porta-retratos, porta-lápis,
capas de caderno, livros, cartões de visitas, envelopes, convites, papel e embalagens de presentes, entre
muitas outras possibilidades. O processo é de baixíssimo custo, a base para a produção de um novo papel é
somente o papel usado e água, caso se queira diversificar coloração e textura do papel se faz alguns aditivos
como tinta, folhas, cascas, flores e demais materiais.
A eletiva permitirá a participação ativa dos alunos em todos os processos, desde a busca por materiais, etapas
de produção e organização da culminância que será uma Feira de Arte com exposição das produções da
turma.

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Desenvolver atividades artísticas como mecanismo de amenização do estresse, ansiedade, impaciência,


dificuldade de concentração, dificuldade de socialização, dificuldade de comunicação, tristeza, insegurança
e imagem negativa de se e de suas capacidades, e incorporar nessas atividades artísticas a questão da
sustentabilidade com produções artesanais, orgânicas e recicladas de tintas naturais e papel.

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3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Canalizar problemas de ordem psicoemocional;
• Diminuir o estresse da rotina de trabalhos escolares;
• Proporcionar um momento de descontração entre as aulas.
• Permitir o desenvolvimento da criatividade.
• Oportunizar a interação/cooperação entre grupos.
• Realizar pesquisas e experimentos.
• Identificar e experimentar as possibilidades de obtenção de tintas naturais;
• Ampliar o conhecimento e a aplicabilidade de materiais alternativos para as produções
artísticas;
• Conhecer e aplicar técnicas de customização de tecidos e produção de papel reciclado.

4. EIXOS ESTRUTURANTES
☐ Investigação Científica
☐ Processos Criativos
☐ Mediação e Intervenção Sociocultural
☐ Empreendedorismo

5. HABILIDADES, COMPETÊNCIAS E OBJETOS DE CONHECIMENTO

LINGUAGEM E SUAS TECNOLOGIAS


Competências Objetos de Conhecimento Habilidades
Competências Gerais: -Recorte e colagem (livros, revista, (EM13LGG101) Compreender e analisar
1. Conhecimento: Valorizar e flores, folhas, areia, gravetos). processos de produção e circulação de
utilizar os conhecimentos discursos, nas diferentes linguagens, para
historicamente construídos -Autorretrato. fazer escolhas fundamentadas em função
sobre o mundo físico, social, de interesses pessoais e coletivos.
cultural e digital para entender e - Mandala (pintura à lápis) e
explicar a realidade, continuar mosaico com casca de ovo. (EM13LGG102) Analisar visões de
aprendendo e colaborar para a mundo, conflitos de interesse,
construção de um a sociedade - Fabricação de tintas naturais preconceitos e ideologias presentes nos
justa, democrática e inclusiva. (frutas, flores, folhas, vegetais e discursos veiculados nas diferentes
terra) e tinta Nankin.- Pintura de mídias, ampliando suas possibilidades de
2. Pensamento científico, tela com tinta (policromática e explicação, interpretação e intervenção
crítico e criativo: Exercitar a monocromática) crítica da/na realidade.

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curiosidade intelectual e
recorrer à abordagem própria - Fabricação de papel reciclado. (EM13LGG103) Analisar o
das ciências, incluindo a funcionamento das linguagens, para
investigação, a reflexão, a - Desenho quadriculado e pintura interpretar e produzir
análise crítica, a imaginação e em estêncil e negativo. criticamente discursos em textos de
a criatividade, para investigar diversas semioses (visuais, verbais,
causas, elaborar e testar - Pintura com esponja e cotonete e sonoras, gestuais).
hipóteses, formular e resolver pontilismo.
problemas e criar soluções (EM13LGG104) Utilizar as diferentes
(inclusive tecnológicas) com - Origami e recorte e colagem linguagens, levando em conta seus
base nos conhecimentos das geométrica com papel. funcionamentos, para a compreensão e
diferentes áreas. produção de textos e discursos em
- Papietagem. diversos campos de atuação social.
3. Repertório cultural:
Valorizar e fruir as diversas - Grafismos indígenas. (EM13LGG201) Utilizar as diversas
manifestações artísticas e linguagens (artísticas, corporais e verbais)
culturais, das locais às mundiais, - Visita ao CPAHT – Centro de em diferentes contextos, valorizando-as
e também participar de práticas Pesquisa em Arqueologia e como fenômeno social, cultural, histórico,
diversificadas da produção História Timbira em Imperatriz. variável, heterogêneo e sensível aos
artístico-cultural. contextos de uso.
- Serigrafia e customização.

- Exposição de Arte.
8. Autoconhecimento e (EM13LGG202) Analisar interesses,
Autocuidado: Conhecer-se, relações de poder e perspectivas de
apreciar-se e cuidar de sua mundo nos discursos das diversas práticas
saúde física e emocional, de linguagem (artísticas, corporais e
compreendendo- se na verbais), compreendendo criticamente o
diversidade humana e modo como circulam, constituem-se e
reconhecendo suas emoções e (re)produzem significação e ideologias.
as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas. (EM13LGG203) Analisar os diálogos e
os processos de disputa por legitimidade
9. Empatia e cooperação: nas práticas de linguagem e em suas
Exercitar a empatia, o diálogo, produções (artísticas, corporais e verbais).
a resolução de conflitos e a
cooperação, fazendo-se (EM13LGG204) Dialogar e produzir
respeitar e promovendo o entendimento mútuo, nas diversas
respeito ao outro e aos direitos linguagens (artísticas, corporais e
humanos, com acolhimento e verbais), com vistas ao interesse comum
sensível aos contextos de uso. pautado em princípios e valores de

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equidade assentados na democracia e nos
10. Responsabilidade e Direitos Humanos.
Cidadania: Agir pessoal e
coletivamente com autonomia, (EM13LGG301) Participar de processos
responsabilidade, flexibilidade, de produção individual e colaborativa em
resiliência e determinação, diferentes linguagens (artísticas,
tomando decisões com base corporais e verbais), levando em conta
em princípios éticos, suas formas e seus funcionamentos, para
democráticos, inclusivos, produzir sentidos em diferentes
sustentáveis e solidários. contextos.

Competência Específicas: (EM13LGG304) Formular propostas,


1. Compreender o intervir e tomar decisões que levem em
funcionamento das diferentes conta o bem comum e os Direitos
linguagens e práticas culturais Humanos, a consciência socioambiental e
(artísticas, corporais e verbais) e o consumo responsável em âmbito local,
mobilizar esses conhecimentos regional e global.
na recepção e produção de
discursos nos diferentes campos (EM13LGG305)
de atuação social e nas diversas Mapear e criar, por meio de práticas de
mídias, para ampliar as formas linguagem, possibilidades de atuação
de participação social, o social, política, artística e cultural para
entendimento e as enfrentar desafios contemporâneos,
possibilidades de explicação e discutindo princípios e objetivos dessa
interpretação crítica da realidade atuação de maneira crítica, criativa,
e para continuar aprendendo. solidária e ética.

2.Compreender os processos (EM13LGG601) Apropriar-se do


indenitários, conflitos e relações patrimônio artístico de diferentes tempos
de poder que permeiam as e lugares, compreendendo a sua
práticas sociais de linguagem, diversidade, bem como os processos de
respeitando as diversidades e a legitimação das manifestações
pluralidade de ideias e posições, artísticas na sociedade, desenvolvendo
e atuar socialmente com base em visão crítica e histórica.
princípios e valores assentados
na democracia, na igualdade e (EM13LGG602) Fruir e apreciar
nos Direitos Humanos, esteticamente diversas manifestações
exercitando o artísticas e culturais, das locais às
autoconhecimento, a empatia, o mundiais, assim como delas participar, de
diálogo, a resolução de conflitos modo a aguçar continuamente a
e a cooperação, e combatendo sensibilidade, a imaginação e a

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preconceitos de qualquer criatividade.
natureza.
(EM13LGG603) Expressar-se e atuar em
3.Utilizar diferentes linguagens processos de criação autorais individuais
(artísticas, corporais e verbais) e coletivos nas diferentes linguagens
para exercer, com autonomia e artísticas (artes visuais, audiovisual,
colaboração, protagonismo e dança, música e teatro) e nas intersecções
autoria na vida pessoal e entre elas, recorrendo a referências
coletiva, de forma crítica, estéticas e culturais, conhecimentos de
criativa, ética e solidária, naturezas diversas (artísticos, históricos,
defendendo pontos de vista que sociais e políticos) e experiências
respeitem o outro e promovam individuais e coletivas.
os Direitos Humanos, a
consciência socioambiental e o (EM13LGG604) Relacionar as práticas
consumo responsável, em artísticas às diferentes dimensões da vida
âmbito local, regional e global. social, cultural, política e econômica e
identificar o processo de construção
6. Apreciar esteticamente as histórica dessas práticas.
mais diversas produções
artísticas e culturais,
considerando suas
características locais, regionais e
globais, e mobilizar seus
conhecimentos sobre
as linguagens artísticas para dar
significado e reconstruir
produções autorais individuais e
coletivas, exercendo
protagonismo de maneira crítica
e criativa, com respeito à
diversidade de saberes,
identidades e culturas.

7.Mobilizar práticas de
linguagem no universo digital,
considerando as dimensões
técnicas, críticas, criativas,
éticas e estéticas, para expandir
as formas de produzir sentidos,
de engajar-se em práticas
autorais e coletivas, e de

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aprender a aprender nos campos
da ciência, cultura, trabalho,
informação e vida pessoal e
coletiva.

6. METODOLOGIA

As aulas acontecerão de forma prática através de pesquisa, experimentos, aulas de campo destinadas à coleta
de materiais e visita à museu, favorecendo o trabalho em equipe estimulando a cooperação e a empatia.

7. RECURSOS DIDÁTICOS

-Computador;
- Impressora;
-DataShow;
-Quadro branco;
-Matéria prima para produção de pigmentos naturais (frutas, folhas, flores, areia, carvão)
- Matéria prima para produção de pigmentos artificiais (cola branca, álcool, detergente, corante líquido
[xadrez]);
-Tintas (guache, spray)
- Tecido (chita)
-Cola cascorez;
-Verniz geral;
-Pincei para pintura chato (numerações diversas);
-Esponja lava-louça;
-T.N.T.
-Pano de chão;
-Molduras de madeira;
-Tule;
-Barbante;
-Prendedores de roupa;
-Tinta para tecido;

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-Papel xamex, crepom, cartão, 40, craft, papel dobradura, aquarela, paraná;
-Pincel atômico (cores diversas)
-Kit de lápis de cor;
-Kit de pincel fino para pintura;
-Tesouras;
-Estiletes.

8. PROPOSTA PARA A CULMINÂNCIA

Para a culminância da eletiva será organizada uma Feira de Arte, na qual os alunos apresentarão suas
produções artísticas, bem com seus processos de produção.

9.CRONOGRAMA

Data Objetos de conhecimento


08/08 Recorte e colagem (livros, revista, flores, folhas, areia, gravetos).
22/08 Mandala (pintura à lápis) e mosaico com casca de ovo
Agosto: Autorretrato
29/08 Fabricação de tintas naturais (frutas, flores, folhas, vegetais e terra) e tinta
Nankin
05/09 Pintura de tela com tinta (policromática e monocromática) +
Setembro: Autorretrato
12/09 Fabricação de papel reciclado.
19/09 Fabricação de papel reciclado.
26/09 Desenho quadriculado e pintura em estêncil e negativo.
03/10 Origami e recorte e colagem geométrica com papel.
17/10 Papietagem + Outubro: Autorretrato

24/10 Visita ao CPAHT – Centro de Pesquisa em Arqueologia e História Timbira em


Imperatriz.
31/10 Grafismos indígenas e argila.
07/11 Pintura com esponja e cotonete e pontilhismo.
14/11 Serigrafia e customização.

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21/11 Confecção de materiais complementares para a Feira de Arte.
28/11 Confecção de materiais complementares para a Feira de Arte.
05/12 Organização da Feira de Arte.
12/12 Culminância- Feira de Arte

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

A.J. Cruz (págs. 5-23) e A.E. Candeias (pág. 27-43), Pigmentos & Corantes Naturais: entre as Artes e as
Ciências, Fundação Luís de Molina, Portugal, 2007.

A Arte da Serigrafia. Disponível em: https://www.youtube.com/shorts/j5CXAtm8QnA.

Arteterapia: A transformação em Saúde Mental por meio da Arte. Disponível em:


https://blog.cenatcursos.com.br/a-arteterapia-como-instrumento-de-transformacao-e-autonomia-na-saude-
mental/.

Papel Reciclado. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=tJSjatMJcWs.

Portal da Universidade Estadual na Região Tocantina do Maranhão. Disponível em:


https://www.youtube.com/shorts/j5CXAtm8QnA.

Técnicas de Pintura. Disponível em:


https://www.google.com/search?q=tecnicas+de+pintura&tbm=isch&ved=.

Técnicas de pintura: 12 métodos fantásticos para começar a pintar. Disponível em:


https://www.artesanatopassoapassoja.com.br/tecnicas-de-pintura/.

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ANEXOS
PROJETO DE
EXTENSÃO

“Trabalhando o conceito e a
prática de compostagem
utilizando resíduos orgânicos
domiciliares”

Oficina 01: Brincando com as


cores: Como fabricar
(FASE II) – Oficina Pedagógica: 01 tintas atóxicas a partir da
matéria orgânica
presente em nosso dia

a dia?
Coord. Prof.
Dr. Vanderlei Antonio Stefanuto

Vice-Coord. Prof. Me. Guilherme


Sachs
Colaborador: Jonathan Matheus
Novak

Parceria Interinstitucional
IFPR – Telêmaco Borba
Klabin – Caiubi 2020

2020
julho
i

Sumário

1. Introdução ............................................................................................................. 1
2. Objetivo..................................................................................................................4
e justificativas..........................................................................................................4
3. Procedimentos ...................................................................................................... 5
3.1 –Formas de Processamento ............................................................................. 6
3.2 – Procedimentos Midiáticos............................................................................ 8
3.3 – Formas de obtenção de tintas naturais (corantes ou pigmentos) – ... 9
(BERMOND, 2017). ................................................................................................. 9
3.4 – Instruções e orientações pedagógicas...................................................... 13
3.5 – Materiais ........................................................................................................ 14
4. Resultados........................................................................................................... 18
5. Conclusão............................................................................................................. 19
Referências .............................................................................................................20
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Há alguns séculos, as expressões


“tintas orgânicas” ou “tinas naturais”
eram totalmente desconhecidas, uma
vez que todas as tintas e pigmentos,
eram obtidos de material orgânico. A
segregação entre tintas naturais e tintas
artificiais somente aconteceu a partir
do século XIX, por volta de 1856,
oportunidade em que as tintas
passaram a ser obtidas pela mistura de
compostos químicos, no ambiente de
laboratório (BERMOND, 2017), ao invés de serem obtidas de plantas e produtos animais,
pois essas fontes apresentavam uso limitado, especificamente quanto a variação das cores
(BAFANA; DEVI; CHAKRABARTI, 2011).
Bermond (2017), em sua apostila Intuitiva de Pigmentos Naturais relata que
“as primeiras tintas que temos notícias são das pinturas pré-histórica feitas em cavernas
(30.000 – 8.000 a.C.)”. Ademais, o autor ainda assinala que os artistas da época
supracitada utilizaram para seus afrescos: terras coloridas, pós de rochas, carvão vegetal,
sangue e cola vegetais, além de compostos animais. Desta forma, como as terras e as
rochas constituem-se pigmentos duráveis ao longo do tempo, as pinturas se mantiveram
protegidas das intempéries.
Várias espécies vegetais serviram e nos servem de fonte de matéria prima para a
produção de corantes naturais: tons vermelhos – garança (Rubia tintctorum L.) e o pau-
brasil (Caesalpinia echinata Lam.); tons de azul – pastel de tintureiro (Isatis tinctoria
L.); e tons de amarelo – açafrão (Crocus sativus L.) (PEZZOLO, 2007, p.165).
Schiozer e Barata (2007) determinaram que a coloração predominante das plantas
é o resultado de uma classe de pigmentos do tipo clorofila, carotenoide e flavonoide.
Outros pigmentos são considerados insignificantes quando considerados globalmente (ex.
melaninas, outros flavonoides etc.). Assim, os pigmentos têm a função de produzir
cores, e estão presentes em todos os organismos vivos do planeta. Contudo, nas
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plantas, maiores produtores destes pigmentos, esses componentes se concentram,


particularmente, nas folhas, frutos, vegetais e flores.
Um exemplo prático de todo esse processo de mudança na dinâmica da ação
desses pigmentos vegetais pode ser visualizado durante o processo de maturação de um
fruto. Inicialmente, o fruto verde possui grande concentração de uma mistura de
pigmentos: verde, nas clorofilas; passando para o amarelo, laranja e vermelho, nos
carotenoides; vermelho, azul e violeta, nas antocianinas; e finalmente amarelo, nos
flavonoides. Sabe-se que a perda do pigmento verde no início do amadurecimento é
causada pela degradação da clorofila e a conversão de cloroplastos em cromoplastos,
acumuladores de carotenoides (TAIZ, et al., 2017 p. 657).
Todos esses pigmentos têm ação específica dentro do processo de fotossíntese,
ou seja, agem na captação de energia luminosa, em faixa específicas do espectro
luminoso, facilitando na sua conversão em energia química, gerando como produto
sacarose (açúcares) e oxigênio.
Todavia, na metade do século XX, surge a tinta acrílica, com novas cores a serem
criadas e descoberta, como por exemplo, as tintas fosforescentes. Assim, na década de
80 havia cerca de 3 milhões de cores disponíveis no mercado. Por outro lado, na década
de 90, EUA, França e Inglaterra proíbem o uso de corantes químicos na Indústria
de alimentos e cosméticos (BERMOND, 2017).
Em relação aos corantes sintéticos, sabemos que sua grande maioria são oriundos
de derivados de petróleo, sendo assim acarretam risco para a saúde humana, visto que
além de tóxicos, possuem ação carcinogênica, mutagênica e alergênica, podendo
ocasionar disfunção de diversos órgãos como: rins, sistema reprodutivo, fígado,
cérebro e sistema nervoso central (KADIRVELU, et al., 2003). Na atualidade, a maioria
dos corantes sintéticos é derivado do grupo Azo ou Azoico, composto que raramente
ocorre na natureza (ROSSI, 2009).
Os corantes do tipo azo (ricos em nitrogênio e anéis aromáticos) compreendem o
principal grupo de pigmentos sintéticos produzido e diversificado pelo mundo à fora,
sendo utilizado para diferentes fins: a) tingimento na indústria têxtil; b)
processamento de papeis; c) produção de medicamentos; d) indústria de cosméticos;
e) indústria de alimentos e suplementos; dentre outros (CHUNG, 2016; SINGH;
SINGH; SINGH, 2015). Quase sempre, estes corantes são deixados nos lixos industriais
e, consequentemente, acabam sendo descarregados em corpos hídricos dos entornos
(YAGUB, et al., 2014), contaminando lenções freáticos e outros mananciais.
3

Neste sentido, buscando uma solução mais ecológica, estudos vêm sendo
realizados em todo o mundo para se conhecer o poder tintorial de diferentes espécies
de plantas, a forma de extração do corante/pigmento, bem como sua toxicidade.
Especificamente na área têxtil, as pesquisas se voltaram na busca pela solidez do
corante nas fibras e nas melhorias dos parâmetros de tingimento (BECHTOLD, 2003),
considerando seu alto poder de poluição ambiental. Para se ter uma ideia, durante um
banho de tingimento, 40% do corante sintético utilizados não são absorvidos pelas fibras
dos tecidos, sendo, portanto, descartados. Esse descarte, acrescido de metais pesados,
sais e demais resíduos tóxicos é realizado no meio ambiente (ROSSI, 2009), indo na
contra mão dos princípios de sustentabilidade e manutenção da biodiversidade.
4

Devidos aos desdobramentos


negativos, tanto do ponto de vista
biológico quanto socioambiental, tem-
se buscado como alternativa, o retorno
do uso de tintura naturais ou tintas
orgânicas para diferentes fins. É
exatamente buscando uma resposta
positiva frente a esse desafio
contemporâneo que propomos essa
oficina: Brincando com as cores: Como
fabricar tintas atóxicas a partir da matéria orgânica presente em nosso dia a dia?
Vale destacar que essa atividade está diretamente vinculada ao projeto de
extensão, registrado junto ao Instituto Federal do Paraná, Campus Telêmaco Borba,
“Trabalhando o conceito e a prática de compostagem utilizando resíduos orgânicos
domiciliares”.
Seguindo essa vertente, a presente ação visa oportunizar aos professores da rede
pública de ensino de Telêmaco Borba e imediações, alternativas para a produção de
tintas vegetais, a partir do reaproveitamento de resíduos orgânicos domiciliares e
condimentos alimentares, bem como suscitar atividades de cunho interdisciplinar.
Se observarmos, vivemos rodeados por um mundo rico em cores, basta notarmos
os frutos e flores quando caem no chão, ou mesmo quando são processados.
Corriqueiramente, liberam substância/pigmentos coloridos, nos mais diversos tons. As
cascas, raízes, folhas, frutas, pétalas, legumes, verduras, terra, entre outros, podem
servir de fonte de matéria prima para a extração de corantes naturais, dependendo, é claro,
da época do ano. Esses pigmentos naturais possuem múltiplos usos, desde o tingimento
de tecidos, papeis, madeira, alimentos, até a pintura de vasos de cerâmicas. Porém, para
cada pigmento há uma maneira de extraí-lo, assim como, a forma de fixá-lo. Juntamente
com os pigmentos de origens naturais, podemos encontrar os aglutinantes, fixadores e
conservadores (BERMOND, 2017).
Ademais, ações dessa natura se constituem em alternativa para melhoria do
trabalho pedagógico, visto que podem ser implementadas em diferentes situações de
aprendizagem, tanto do professor quanto do aluno, valorizando a troca de saberes entre
os partícipes.
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Para os estudantes menores, pertencentes ao ensino fundamental, a atividade


pode ser trabalhada de maneira lúdica, associada à pesquisa sobre substâncias corantes.
Entretanto, para os maiores, recomenda-se a inter-relação com outras disciplinas
(ZAVITOSKI, 2007) – interdisciplinaridade.1 Outrossim, cremos que essa atitude com
viés interdisciplinar possa ser extrapolada desde as séries iniciais do ensino fundamental,
pois abre possibilidades para atitudes críticas e contextualizadas, de acordo com
realidade de cada sujeito do processo educativo.

Para tanto, nosso trabalho


será estruturado a partir da
implementação de oficinas
pedagógicas para professores da
Rede Pública de Ensino, atuantes
no ensino básico. Teremos como
tema gerador “Produção de tintas
atóxicas, a partir de restos
alimentares e condimentos
alimentares”, visando o uso e
aplicação em diferentes disciplinas
que compõem as diferentes
matrizes curriculares. Estão
envolvidos no processo de ensino-
aprendizagem, discentes
pertencentes à rede pública de
Telêmaco Borba, e cidades adjacentes (Tibagi, Imbaú, Tamarana e Ortigueira). Esta ação
colaborativa está diretamente correlacionada ao Programa Caiubi/Klabin, que na atual
conjuntura de 2020, trabalhara o tema: “O que vai ficar para o Futuro?

1
Adotamos como interdisciplinaridade: “troca e cooperação, uma verdadeira integração entre as disciplinas
de modo que as fronteiras entre elas tornem-se invisíveis para que a complexidade do objeto de estudo se
destaque” [...] Onde, “Os professores devem ser os protagonistas na implantação de práticas
interdisciplinares na escola” (AUGUSTO et al., 2004).
AUGUSTO, Thaís Gimenez da Silva et al . Interdisciplinaridade: concepções de professores da área
ciências da natureza em formação em serviço. Ciênc. educ. (Bauru), Bauru, v. 10, n. 2, p. 277-289, 2004.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
3132004000200009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 05 jul. 2020. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-
73132004000200009.
6

As oficinas pedagógicas oportunizam que o conhecimento seja construído através


da implementação de metodologias que instiguem: a participação, o interesse, a
autonomia, a criatividade, o desejo em conhecer, e principalmente o prazer de
aprender. As oficinas pedagógicas se encaixam nessa metodologia, pois constituem a
possibilidade de instaurar uma prática pedagógica crítico-reflexiva (ANTUNES, 2011).
Durante o processo de preparação, trabalharemos com alimentos típicos do nosso
cotidiano, visando a aprendizagem contextualizada e divertida.
A tinta será composta por dois (2) parâmetros = PIGMENTO +
AGLUTINANTE (óleo, cola, goma, clara, etc). As tintas naturais podem ser obtidas por
diversos processos (cocção, maceração, infusão, fricção e liquidificação).
Posteriormente, o pigmento ou o corante será misturado ao aglutinante, no nosso caso,
será a “cola branca ou cola escolar”, devido ao baixo custo, possuir baixíssima
toxicidade e não conter álcool. Essas e outras recomendações estão balizadas na apostila
proposta por: Jonh Bermond “Apostila Intuitiva de Pigmentos vegetais”.
Caso optássemos como substâncias aglutinantes: clara, gema, soro de leite, ou
mesmo bálsamos de babosa, seria conveniente o uso de gotas de fungicida, como por
exemplo o Lysoform, ou mesmo uma pitada de sal, objetivando a eliminação da ação
fúngica. Também se aconselha o uso de água fervida, caso haja a necessidade da
efetivação de diluição.

 Cocção – compreende a
fervura de partes do vegetal em água
quente até a obtenção do pigmento
(ex. beterraba ralada, folhas de
repolho roxo, pó de café, chá mate);
 Maceração – compreende o
processo de esmagamento de folhas e
partes de vegetal (ex. folhas de
manjericão, folhas de Hibiscus sp,
flores de Hibiscus sp, etc.);
 Infusão – Os ingredientes vegetais são picados e deixados em álcool 70% por
tempo determinando, dias, semanas ou meses. Materiais como pétalas de flores,
folhas, raízes, sementes de urucum, lascas de madeira, repolho roxo, beterraba,
7

açafrão etc. servem de matéria prima para esse processo. No caso do uso de cola
como aglutinante, recomenda-se o uso de álcool para retirada do excesso e
limpeza dos pinceis.
 Fricção – Consiste em friccionar, esfregar o material vegetal diretamente sobre o
papel. Geralmente partes das plantas com quantidade razoável de água – ex.
pétalas coloridas e;
 Liquidificação – Relaciona-se ao fato de bater o material com água no
liquidificador (ex. folhas de espinafre, beterraba, repolho roxo, pétalas, etc).
É importante ressaltar que esses procedimentos podem ser utilizados de maneira
associada, como é o caso de extração de pigmento da beterraba e do repolho roxo. A
liquidificação, seguida de Cocção maximiza o processo de extração do pigmento.
Quanto aos fixadores e conservantes, se recomenda o uso de: (1) limão; (2)
vinagre; (3) jenipapo; (4) cola branca; (5) cola caseira; (6) sal grosso; (7) alúmem de
potássio (pedra ume); (8) ácido tartárico; (9) bicarbonato de sódio. Contudo, a adição
de fixadores e conservantes pode alterar a coloração dos pigmentos. No caso do pigmento
roxo, extraído das folhas do repolho roxo por cocção e posterior filtragem, ao
adicionarmos o bicarbonato de sódio, a tintura mudará para o tom azulado, enquanto a
adição de gota de vinagre, favorece a mudança da coloração roxa para o tom
avermelhado-rosado.
No quesito durabilidade, as tintas orgânicas, dependo da sua fonte e forma de
obtenção, com raras exceções, são sensíveis à luz e sempre perderão um pouco de sua
cor com o passar do tempo, sendo, portanto, instáveis. Contudo, conseguimos belíssimas
cores, desde que não fiquem expostas à luz. Além disso, as pinturas feitas com a base
orgânica podem favorecer o crescimento de fungos, se não foram devidamente
acondicionadas. O mesmo não acontece, por exemplo, com tintas à base de terra.
Algumas tintas oriundas de cocção e liquidificação ganham maior tempo de uso, quando
acondicionadas em geladeira ou refrigerador.
Um outro quesito importante, especialmente quando se trabalha com criança, é o
conhecimento sobre a toxicidade de alguns vegetais. Assim devemos escolher plantas
que não ofereçam riscos quando manipuladas. Tintas que foram obtidas por intermédio
das infusões em álcool devem ser guardadas longe do fogo e do alcance das crianças.
Além disso, devemos tomar os devidos cuidados quanto aos procedimentos de
coleta desses materiais biológicos, de preferência coletar apenas a quantidade necessária
para o uso. Para tanto, recomenda-se o uso de casca de frutas e outros resíduos orgânicos
8

da própria cultura alimentar da família, respeitando-se a época de produção de cada


espécie vegetal.
Considerando que a Organização Mundial
da Saúde (OMS) declarou, em 30 de janeiro de
2020, que o surto da doença causada pelo novo
coronavírus (COVID-19) constitui uma
Emergência de Saúde Pública de Importância
Internacional – o mais alto nível de alerta da
Organização, conforme previsto no
Regulamento Sanitário Internacional. Em 11
de março de 2020, a COVID-19 foi
caracterizada pela OMS como uma pandemia
(OPAS, 2020). Portanto, nossa oficina
pedagógica será ofertada através da ferramenta de aprendizagem virtual da Microsoft
® 2020, conhecida como Microsoft teams ou outra ferramenta digital síncrona. A
ferramenta digital propicia a troca de informações no formato de vídeo, fotos e arquivos,
além da conversa em tempo real, ou seja, síncrona.

Assim, antes da realização da oficina pedagógica, os participantes receberão um


convite prévio para o ambiente virtual (pré-agendado), além de um prévio treinamento,
caso seja necessário. Os docentes partícipes receberão de antemão esta apostila com todas
as informações dos procedimentos a serem realizados. Durante a oficina (30 minutos),
também direcionaremos um vídeo explicativo com o passo a passo da fabricação das
tintas orgânicas. Assim, durante o período de atendimento síncrono na plataforma (30
minutos) supra referenciada, esclareceremos possíveis dúvidas. Ao final, deixaremos
como atividade a execução de uma pintura, tendo como base a tintura a ser preparada.
Para tanto, um novo momento síncrono será marcado para observarmos as propostas e
as produções pedagógicas oriunda dos ensinamentos e conhecimentos obtidos durante a
oficina, cerca de 30 dias após esta prática.
9

As imagens abaixo
exemplificam as principais
fontes dos pigmentos
extraídos de plantas
presentes em nosso
cotidiano, exemplificando
as partes utilizadas,
processos, diluentes,
aglutinantes e fixadores
(figura 01).
10

Figura 01 – Fontes de obtenção de pigmentos orgânicos: processos, diluentes, aglutinantes


e fixadores envolvidos no processo de preparo das tintas.

Fonte: Bermond, 2017.


11

Cont.

Fonte: Bermond, 2017.


12

Cont.

Fonte: Bermond, 2017.


13

Se prepare para adentrar ao mundo


das cores e das possibilidades, liberte a
sua criatividade e mãos à obra! Portanto,
separe os materiais e vamos brincar! Mas
que essa brincadeira seja sempre
permeada pela ação colaborativa e
programada, apoiada em vertentes
pedagógicas ajustadas a cada ambiente
macrossocial que a escola oportuniza.
Para tanto, trazemos à baila Piaget
(1998) e Vygotsky (1991) que nos
apontam que as crianças têm a
capacidade de criar suas próprias
hipóteses, frente ao ambiente que as cerca, pois são seres atentos, munidos de
criatividade e desenvolvimento contínuo. Esses autores assinalam que, a criança através
do brinquedo/brincadeira passa a distinguir o mundo real e o seu entorno, aprendendo
assim, a interagir com os demais, adquirindo autonomia para buscar novas formas de
se expor sem ocasionar danos a si mesmo durante o processo. Ou seja, ressignificam o
mundo que vivem e sentem (VYGOSTSK, 1991).
Assim, conforme expressado por Santos, Coutinho e Sobral (2019),
[...] o lúdico utilizado como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem
traz grandes benefícios tanto em sala de aula como fora dela, onde busca o
desenvolvimento completo da criança e o descobrir, com autonomia a viver
novas experiências onde ela se tornará protagonista do seu aprendizado [...]

Considerando que todos temos nossa criança interior, vamos à obra, que nos
conheçamos, mais e mais a cada dia!
14

Para a realização desta


atividade prática utilizaremos
alguns ingredientes (material
biológico – figura 02) e
ferramentas e equipamentos
simples, que fazem parte do
nosso cotidiano culinário.
Esses materiais estão todos
listados abaixo.
Portanto, é importante
selecionar todos os materiais,
assim como um espaço
específico, antes de se debruçarem nos trabalhos.
1º. Comece fazendo a seleção de pelo menos 10 frascos para fazer as misturas:
pigmento + aglutinante (frascos de 300mL). O número de frascos será proporcional ao
número de cores que deseja obter. Além disso, precisaremos:
1. Liquidificador;
2. Peneira de cozinha;
3. Colheres de sopa e de chá;
4. Sal de cozinha;
5. Pincel e folha de papel cartão;
6. Cola branca – aproximadamente 600 mL e;
7. Frascos com tampa para acondicionamento das tintas orgânicas – volume de 100 mL,
no máximo.

2º. Separe os materiais biológicos de interesse:


1) Beterraba: cascas e parte da raiz – fonte para obtenção de pigmentos vermelho-rosa;
Elemento Processo Diluente Aglutinante + Fixador
pigmento
Raiz Liquidificação/Cocção/filtragem água Cola branca sal
50g 2 min./3min. 250mL 50 mL + 50mL 1
pitada
15

2) Erva Mate ou folhas de temperos: manjericão/hortelã/alecrim, outros – fonte para


obtenção de pigmentos verdes;
Elemento Processo Diluente Aglutinante + Fixador
pigmento
folhas Liquidificação/Cocção/filtragem água Cola branca sal
5 a 10 2 min./3min. 100 mL 50 mL + 50mL 1
un. pitada

3) Açafrão (raízes raladas em pó) – fonte para obtenção de pigmentos amarelos;


Elemento Processo Diluente Aglutinante + pigmento Fixador
Raiz/pó Cocção/filtragem água Cola branca sal
10g 3min. 100 mL 50 mL + 50mL 1 pitada

4) Colorau (sementes trituradas em pó), cascara da raiz de cenoura ou Páprica doce


(desidratado em pó) – fonte para obtenção de pigmentos vermelho-alaranjado;
Elemento Processo Diluente Aglutinante + pigmento Fixador
semente/pó Cocção/filtragem água Cola branca sal
10g 3min. 100 mL 50 mL + 50mL 1 pitada

5) Pó de Café (grãos de café moídos) – fonte para obtenção de pigmentos em tons de


marrom, podemos reutilizar o próprio pó de café já utilizado, desde que não seja acrescido
de açúcar;
Elemento Processo Diluente Aglutinante + pigmento Fixador
semente/pó Cocção/filtragem água Cola branca sal
10g 3min. 100 mL 50 mL + 50mL 1 pitada

6) Repolho Roxo (folhas de repolho) – fonte para obtenção de pigmentos: azul, rosa e
roxo. A antocianina, pigmento presente nas folhas do repolho reage de maneira diferente
na presença de substâncias ácidas e básicas, funcionando assim como um indicador ácido-
base. Na presença de gotas de limão, migra do roxo  rosa. Enquanto que ao
adicionarmos pitadas de bicarbonato de sódio, migra do roxo  azul.
16

Elemento Processo Diluente Aglutinante + pigmento Fixador


folha Cocção/filtragem água Cola branca sal
10 a 20 g 3 min. 100 mL 50 mL + 50mL 1 pitada
* adição de uma pitada de bicarbonato = azul; ** adição de gotas de vinagre = rosa.

Fonte: saberatualizado.com.br (2020).

7) Carvão – fonte para extração da coloração cinza.


Elemento Processo Diluente Aglutinante + pigmento Fixador
Caule/pó trituração/filtragem água Cola branca sal
10g - 100 mL 50 mL + 50mL 1 pitada

Os pigmentos extraídos serão adicionados na proporção de 1:1 = 1 porção do


pigmento + 1 porção de aglutinante, neste caso, usaremos a cola branca, como já
mencionado anteriormente.
17

Figura 02 – Nuvem de palavras – fonte de obtenção de pigmentos orgânicos para o


fabrico de tintas orgânicas.
18

Na figura (figura 03) abaixo seguem alguns


dos resultados obtidos a partir do experimento
piloto realizado em 05 de julho de 2020.
Figura 3 – Pinturas realizadas com as tintas orgânicas (A e C) e frascos com as tintas;
Potes com as preparações: pigmento e aglutinador (cola branca) – B.

B C
19

Esperamos que essa oficina propulsione a


troca de saberes e funcione como ferramenta de
melhorias no processo de ensino-aprendizagem
dos docentes e discentes, seja por intermédio de ações de cunho lúdico, seja pela interação
interdisciplinar originada a partir da sociabilização do processo.
Ademais, acreditamos que todo o processo prático e teórico abrirá novas
oportunidades para a efetivação de conteúdos presentes no currículo escolar. Ainda
dentro do contexto, intercalamos à prática o reuso de materiais orgânicos utilizados em
nosso cotidiano, coadunando com os princípios pautados no desenvolvimento
sustentável2. Desta forma, o uso do produto final (tintas orgânicas) também favorecerá a
redução de parte do número de poluentes ambientais, oriundos de tintas sintéticas a
base de AZO (composto nitrogenados), utilizadas na industrias para diferentes fins,
embora a literatura os classifique como tóxico, tanto para o ambiente quanto para a saúde
humana. No mais, as percepções dos docentes serão avaliadas por intermédio de
questionário online – Google® formulário, pós realização da presente oficina.
Uma última observação importante a se fazer é que, ao aplicar esta oficina, o
docente deve ter em mente que trabalhará com cores e, portanto, precisa identificar se em
sua turma há algum aluno daltônico para adaptar o trabalho e orientá-lo quanto a sua
especificidade em enxergar algumas cores, ou muitas delas, de maneira diferente do que
a maioria das pessoas. Para fazer essa identificação (de maneira prévia e não como um
diagnóstico), pode se fazer uso das placas de Ishihara. Um site que traz muitas
informações e um teste rápido é o www.daltonicos.com.br. Caso no teste você suspeite
que um dos seus alunos seja daltônico, informe os responsáveis sobre essa especificidade
e os oriente a buscar um diagnóstico mais especializado e, claro, adapte todas as suas
atividades com cores.

2
[...] um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a
orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o
potencial presente e futuro, a fim de atender as necessidades e aspirações humanas.
COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO (CMMAD). Nosso
futuro comum. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1988.
20

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