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A águia de duas cabeças (águia bicéfala) é um importante símbolo dos Altos Graus do Rito Escocês Antigo e
Aceite. A sua figura faz parte dos brasões do Grau 30 (Cavaleiro Kadosch), Grau 32 (Sublime Príncipe do
Real Segredo) e Grau 33 (Inspector Geral do Rito).
Além de estar presente nos brasões desses importantes graus, a águia bicéfala é a peça central do estandarte
do Rito Escocês Antigo e Aceite.
A primeira referência histórica sobre a águia de duas cabeças é a do pássaro encontrado num antigo brasão da
cidade de Lagash, na região da Suméria, actual Iraque, que existiu, possivelmente, há mais de quatro mil
anos. Posteriormente, encontramos a águia de duas cabeças como símbolo em estandartes, brasões ou
bandeiras: no Império Bizantino, no Sacro Império Romano Germânico, no Império Russo (a partir do século
XV) e nos emblemas da Sérvia, Montenegro e Toledo, entre outros povos.
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06/03/2020 A águia bicéfala e os seus significados - Freemason.pt
De acordo com o livro História do Supremo Conselho do Grau 33 do Brasil, do escritor e pesquisador Maçon
KURT PROEBER: “a origem da Águia Bicéfala como emblema dos Supremos Conselhos, surgiu pela
primeira vez em França em 1759 e foi usada pelo Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente“.
O simbolismo da águia bicéfala é variado; contudo, a sua apresentação descrita no Apêndice da Grande
Constituição Escocesa de 1786, permite-nos interpretar o seu significado. O Artigo I dessa Grande
Constituição estabelece que no
centro do estandarte do Supremo Conselho haverá uma águia com duas cabeças, com asas abertas pretas,
bicos e pés de ouro, segurando nas garras uma espada antiga, feita de ouro, da qual está pendente uma fita
com as palavras DEUS MEUMQUE JUS (Deus e o meu direito), escritas em dourado. A águia deve ter
acima das suas duas cabeças, uma coroa de ouro.
A águia tem o significado histórico ligado ao poder imperial. Os exemplos mais evidentes são: a águia
adoptada como emblema pelo imperador Carlos Magno, na Idade Média, e a águia adoptada como símbolo
dos exércitos do antigo Império Romano (L’Aquila Romana). Os exércitos romanos desfilavam nas cidades
conquistadas transportando à frente a águia, como símbolo das suas legiões.
As duas cabeças, olhando simultaneamente para o lado direito e para o lado esquerdo, têm como significado
o alcance do poder imperial, que se estende do Oriente ao Ocidente.
A coroa dourada é uma referência a Frederico II, rei da Prússia, monarca europeu que, conforme a tradição
maçónica, foi o signatário da Grande Constituição Escocesa de 1786, considerado por alguns estudiosos
como o primeiro Soberano Grande Comendador do Rito Escocês Antigo e Aceite.
A espada é um reconhecido símbolo da força de governar, ou seja, da força consolidada pelo poder da espada
(poder militar).
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As asas abertas simbolizam, entre outros aspectos, o antigo papel da águia como dominadora das alturas e de
mitológica mensageira dos deuses.
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