Você está na página 1de 15

Níveis de Tanatopraxia

O procedimento de conservação é baseado em níveis de acordo com a necessidade, estes se caracterizam


pela concentração dos fluídos.
As recomendações são:

 Nível 1 - Recomendada para corpos que serão velados por até 12 horas;
 Nível 2 - Recomendada para corpos que serão velados por até 24 horas e para traslados intermunicipais;
 Nível 3 - Recomendada para corpos necropsiados (IML, ITEP ou SVO) e para traslados interestaduais.

Tipos e características do preparo

Os procedimentos se diferem de acordo com a necessidade do preparo e condições do corpo.

1. Embalsamamento/Formolização

O Embalsamamento/Formolização é realizado quando o corpo passou pela necropsia, ou seja, foi aberto.
Também se faz obrigatório no translado internacional.

O procedimento compreende em:

 Higienização (banho com sabão degermante, inclusive couro cabeludo com shampoo);
 Abertura das cavidades torácica e abdominal, com retirada dos órgãos e vísceras, que são abertas, lavadas,
tratadas com solução conservante e acondicionadas em recipiente plástico, que é recolocado no interior do
corpo;
 Injeção de líquido conservante por via intravascular arterial dos membros superiores e inferiores;
 Aspiração das cavidades nasal e oral e introdução de algodão nos respectivos orifícios;
 Sutura das incisões.

2. Tanatopraxia (fechados).

A Tanatopraxia em corpos fechados é indicada para permitir um velório mais longo como também translados
intermunicipais e interestaduais. Para este procedimento, iremos detalhar minuciosamente abaixo:

 O corpo é colocado em uma mesa de tanatopraxia (inclinada em torno de 25º), ou com sistema de drenagem
constante de fluídos.
 O acesso aos grandes vasos é planejado, deve-se dar preferência ao acesso da veia jugular e a artéria
carótida pelo lado direito do pescoço do individuo, onde a drenagem venosa pela jugular é mais fácil. Poderá
também ser feito na região antero-medial da coxa, através de dissecção da artéria a da veia femoral, podendo
ser realizada de qualquer um dos lados do corpo.

298
 A pele da região cervical anterior à direita é incisada com lâmina de bisturi em trajetória transversal ao eixo da
coluna, cerca de 1 cm acima da junção entre as estruturas ósseas denominadas clavícula e o manúbrio do
osso esterno. Esta incisão é prolongada por aproximadamente 4 cm.
 Através da incisão. a veia jugular é acessada pela pinça “drenadora” e o sangue venoso começa a ser
escoado.
 Enquanto ocorre a drenagem venenosa é importante isolar a artéria carótida e introduzir em sua extremidade
distal (seguimento que vai para a região inferior do corpo) a “cânula de infusão”. No momento da infusão de
líquidos pelo sistema arterial, o sistema venoso permanece drenando que, neste momento, estará sendo
impulsionada pelo fluído arterial injetado.
 Durante o procedimento da injeção do fluído, deve-se realizar no corpo massagens pelas pernas, braços,
mãos e face, com o objetivo de facilitar a drenagem do sangue da microcirculação e a sua substituição pelos
líquidos fixadores do tecido.
 Após o término da drenagem de sangue do corpo e o inicio da saída de fluído arterial pela jugular, o processo
é interrompido, a pinça drenadora e a cânula de infusão são retiradas e a pele é fechada por sutura continua
com fio de seda encerado.
 Com auxilio de uma “vara trocadora” de ponta perfuro cortante é realizada a incisão lateral na cicatriz umbilical
(deve-se evitar a cicatriz umbilical, evitando assim o vazamento de secreções abdominais).
 Com movimento do tipo “vaivém”, o trocarte, ligado a bomba de aspiração é introduzido várias vezes na
cavidade, em todas as direções (360º graus), com o objetivo de perfurar as vísceras internas e aspirar seu
conteúdo liquido, sólido e gasoso.
 Após, o corpo é tamponado, lavado, barbeado, penteado, vestido, maquiado, preparado em sua urna e
entregue a seus familiares para suas últimas homenagens.

299
300
Padrões de Trabalho

Para que o procedimento seja feito corretamente é necessário seguir um protocolo, e assim, sempre obter um
bom resultado.

 Conferir o nome do corpo na etiqueta de identificação. Não iniciar o ato se houver alguma dúvida na
identificação;
 Após a devida autorização e identificação, colocar o corpo na mesa;
 Planejar o acesso aos vasos (dar preferência aos vasos cervicais – carótida e jugular, do lado direito, não
sendo o mais recomendado acessar os vasos femorais);
 Dissecar os vasos escolhidos com bisturi. Após alcançá-los fazer uma pequena perfuração em cada um deles;
 Introduzir a cânula de infusão na artéria e a pinça drenadora na veia;
 Pinçar a artéria com cânula para que ela não se desloque;
 Iniciar a infusão de tanatofluido. O sangue venoso começará a escoar pela veia;
 Durante a infusão, massagear a superfície corporal para facilitar a drenagem do fluído;
 Interromper o processo quando houver saída de fluido pela veia.
 Iniciar a fase de aspiração;
 Fazer uma perfuração no abdômen para introdução da vara trocadora de ponta perfurocortante;
 Ligar a bomba e iniciar a aspiração com movimentos de vaivém em todas as direções (360º graus);
 As alças intestinais devem ser perfuradas para aspirarmos seu conteúdo sólido, liquido e gasoso;
 Após a aspiração, infundir solução conservante na cavidade;
301
 Por fim, suturar os locais de incisão, tamponar e encaminhar o corpo para a ornamentação e maquiagem.

Risco Químico

Em uma sala de tanatopraxia o uso de produtos químicos é constante, gerando a necessidade de se criar uma
consciência de autoproteção. Num primeiro momento poderá gerar desconforto, porém a não utilização dos EPIs
ou o desconhecimento dos riscos, poderá trazer sérios danos à saúde do profissional. No procedimento de
tanatopraxia ou embalsamamento serão utilizados dois produtos químicos com a finalidade de preservar os
corpos durante o tempo necessário para seu translado. São misturas de substâncias químicas, sendo eles o fluido
arterial e o fluido visceral. Os riscos químicos que podem ser apresentados são os seguintes:

1 - Fluido arterial - Apresenta em sua composição uma substância chamada aldeído fórmico, comercialmente
conhecido como formol. Normalmente esse produto é comprado no mercado em concentrações 40% p/p (peso
por peso). É uma substância volátil (evapora com facilidade). Em produtos de tratamento de corpos ou peças
anatômicas e utiliza-se uma solução, cuja concentração gira em torno de 4% a 10%. Podem ser destacados os
seguintes riscos à saúde:
 Irritação das muscosas (vias aéreas superiores - nariz e garganta);
 Irritação dos olhos, lacrimação;
 Tosse, irritação pulmonar;
 Ataca a camada mais externa da pele das mãos, podendo descascar (dermatite); o formol em contatos com
feridas provoca ardência, além de úlceras;
 O formol em altas concentrações (igual ou superior a 40%) pode com o passar dos anos ser um agente
cancerígeno.

2 - Fluido visceral - Da mesma forma que o fluido arterial possui formol em sua formulação, além de uma
substância de caráter básico, hidróxido de sódio. O hidróxido de sódio que se encontra presente com baixas
concentrações, exige um maior cuidado no sentido de se evitar contato com a pele e os olhos, não apresenta
riscos em relação ao sistema respiratório por não ser um produto volátil.
Os produtos químicos apresentam uma simbologia universal que por lei devem ser indicados junto aos
recipientes que os armazenam. Segue abaixo as simbologias mais comuns para os produtos químicos utilizados
com centros de tanatopraxia.

 Substância tóxica (T)


 Substâncias irritantes (Xi)
 Substância corrosiva (C)
 Substância nociva (Xn)

Tanatopraxia e o Código do Consumidor

Já tendo sido publicado há aproximadamente 15 anos, o Código do Consumidor revelou-se de extrema valia
nas relações de consumo. Estabeleceu normas de grande importância e significou um avanço social, protegendo
e respeitando os consumidores. Ao falarmos de tanatopraxia (prestação de serviço), as relações jurídicas são
regidas pelo Código do Consumidor. Entendemos que o conhecimento desta legislação seja extremamente

302
importante, motivo pelo qual destacamos alguns artigos de grande aplicação nesta atividade, que
transcreveremos para uma análise detalhada:
Art. 2º - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário
final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja
intervindo nas relações de consumo.
Art. 3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os
entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
§ 1º - Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
§2º - Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de
natureza bancária, financeira de credito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

CAPÍTULO III – Dos direitos básicos do consumidor


Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:
(...)
III – A informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de
quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
VIII – a facilitação da defesa de seus direitos inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo
civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências;
Seção II – Da responsabilidade pelo fato do produto e do serviço
(...).
Art. 12. O fabricante, o produto, o consumidor nacional ou estrangeiro, e o importador respondem
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos
decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou
acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
utilização e riscos.
(...)
§ 2º - O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
§3º- O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar:
I – que não colocou o produto no mercado;
II – que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito é inexistente;
III – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4º - Da responsabilidade por vício do produto e do serviço.
(...).
§ 5º - Não sendo vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua
escolha:
I – a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III – o abatimento proporcional do preço.
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços não
exime de responsabilidade.

303
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de clausula que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de
indenizar prevista nesta e nas seções anteriores.
§ 1º Havendo mais de um responsável pela causa do dano, todos responderão solidariamente pela reparação
prevista nesta e nas seções anteriores.
Seção IV – Da decadência e da prescrição.
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
I – trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviços e de produtos não duráveis;
II – noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviços e de produtos duráveis.
§ 1 º - Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da
execução dos serviços.
§ 2º - Obstam a decadência:
I – a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a
resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca;
II - (vetado).
III – a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
§ 3º - Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do
serviço prevista na Seção II deste capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e
de sua autoria.
(...).
Seção IV – Das práticas abusivas
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços:
I – condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como,
sem justa causa, a limites quantitativos;
(...).
IV – prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou
condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
V – exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o valor
de mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as
datas de inicio e término dos serviços.

Documentação

Alguns documentos são necessários para a execução do procedimento, bem como para comprovação do
procedimento executado.

1. Autorizações:
Para a realização do procedimento, será necessário obter autorizações específicas do representante legal, são
elas:
 Autorização de Tamponamento e Higienização;
 Autorização de Aspiração/Tanatopraxia;
 Autorização de Tanatopraxia para necropsiados;

304
 Autorização de Embalsamamento.

AUTORIZAÇÃO DE TAMPONAMENTO E HIGIENIZAÇÃO

Pelo presente, eu ________________________________________________


Representante legal do falecido: ____________________________________
______________________________________________________________.
Após obter informações sobre o procedimento de tamponamento e higienização, solicito e autorizo a sua
realização.
Esclareço que tenho ciência de que são realizados banho e colocação de algodão nas cavidades nasal e oral,
objetivando conservar e manter a aparência natural do corpo.
São Paulo, ____ de ____________ de _____.
Identidade: RG: ______________________ CPF: ______________________

_____________________________________________________
Assinatura do representante legal.

AUTORIZAÇÃO DE ASPIRAÇÃO/TANATOPRAXIA

Pelo presente eu: ________________________________________________


Representante legal do falecido: ____________________________________
______________________________________________________________
Após obter informações sobre o procedimento de aspiração/tanatopraxia, solicito e autorizo a sua realização.

Esclareço que tenho ciência de que são realizados pequenos cortes e/ou perfurações na região cervical ou
inguinal e na região epigástrica, com injeção de líquidos, objetivando restaurar, conservar e manter a aparência
natural do corpo.
São Paulo, ____ de ____________ de _____.
Identidade: ___________________ CPF: _____________________

_______________________________________________________
Assinatura do representante legal.

305
AUTORIZAÇÃO DE TANATOPRAXIA PARA NECROPSIADOS

Pelo representante, eu: ___________________________________________


representante legal do falecido: _____________________________________
_______________________________________________________________.
Após obter informações sobre o procedimento de tanatopraxia em corpo necropsiado, solicito e autorizo a sua
realização.

Esclareço que tenho ciência de que o corpo é necessariamente reaberto nos locais de incisão de necropsia, para
injeção de líquidos, aspiração de secreções e retirada de alças intestinais (intestino grosso e delgado) e massa
encefálica (se necessário), com a recolocação de tais órgãos na cavidade abdominal, embebidas em solução
conservante à base de formol, onde nova sutura dos pontos de incisão será feita, objetivando restaurar, conservar
e manter a aparência natural do corpo.

São Paulo, _____ de ____________ de _____.


Identidade: ___________________ CPF: ___________________

____________________________________________________
Assinatura do representante legal

306
AUTORIZAÇÃO DE EMBALSAMENTO

Pelo presente, eu: _______________________________________________

Representante legal do falecido: ____________________________________

Após obter informações sobre o procedimento de embalsamento, solicito e autorizo a sua realização.

Esclareço que tenho ciência de que o corpo é necessariamente aberto na região do tronco, abdômen e crânio (ou

reaberto, em casos de corpo necropsiado provenientes de hospitais universitários ou do IML), com retirada de

vísceras torácicas-abdominais e encéfalo, recolocação de tais órgãos na cavidade torácica-abdominal, dentro do

plástico, embebidas em solução conservante à base de formol e sutura dos pontos de incisão, objetivando

restaurar, conservar e manter a aparência natural do corpo.

Caso não haja possibilidade de recolocação das vísceras na cavidade, autorizo que elas sejam sepultadas dentro

da urna, junto aos pés do corpo.

Em caso de traslado por via aérea, ou de impossibilidade de sepultamento nas formas descritas acima, esclareço

que tenho ciência e autorizo que as vísceras sejam sepultadas separadamente do corpo.

São Paulo, ____ de __________ de _____.

Identidade: _________________ CPF: ______________________.

______________________________________________________
Assinatura do representante legal.

2. Ata de Conservação:

307
Após a realização dos procedimentos, estes deverão ser redigidos em documento e devidamente assinado pelo
médico responsável e o profissional técnico que realizou o procedimento. Os documentos são:
 Ata de Embalsamamento;
 Ata de Conservação de Restos Mortais Humanos – para translados.

ATA DE EMBALSAMAMENTO

Aos ____ dias do mês _________ de 20__


deu entrada no serviço funerário __________________________________________________________
o corpo de: ___________________________________________________________________________
proveniente do ________________________________________________________________________
com relato de “causa de morte” ___________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________
Atestado pelo Dr.(a) ___________________________________________________________________,

Para procedimento de EMBALSAMAMENTO (infusão de solução conservante via arterial, com drenagem venosa,

seguida de abertura da cavidade torácica-abdominal – ou reabertura, em caso de corpo previamente necropsiado

– com retirada das vísceras abdominais e torácicas, colocação das mesmas em saco plástico duplo com solução

a base de formol e recolocação dentro da cavidade abdominal. Nos casos em que não seja possível a

recolocação dentro da cavidade, ou tal prática não seja apropriada, como em casos de traslado via aérea ou

viagens para o exterior, tais vísceras são sepultadas separadamente, mediante a solicitação do médico

responsável. Em seguida, são suturados os pontos de infusão com chuleio contínuo e o corpo é lavado,

tamponado e colocado em urna zincada e lacrada. Durante a inspeção do corpo pelo médico responsável,

nenhuma anormalidade digna de nota foi verificada, tendo sido realizado procedimento padrão.

Nada mais a constar, lavrou-se esta ata em presença de duas testemunhas:

São Paulo, ___ de __________ de 20__

Médico responsável: _________________________________________________


Dr. Xxxxxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxxxxx
CRM-SP 00.000

308
Responsável Técnico: ________________________________________________

Testemunha: _______________________________________________________

Testemunha: _______________________________________________________

ATA DE CONSERVAÇÃO DE RESTOS MORTAIS HUMANOS

Aos ..... dias do mês de ....do ano de ..., às...horas, na sala ...do..., sito à rua ..., da cidade...., Estado de

......................., devidamente autorizado por......documento (RG, CPF),representante legal do (a) falecido (a)

Sr.(a)........... documento (RG, CPF, Título de Eleitor), ......(nacionalidade), ........ (estado civil), ........ (profissão),

........ (idade), filho(a) de.......... e de......., falecido (a) às ..... horas do dia ....de......de....., certidão de óbito

nº.....,do......Cartório.....da cidade de......., no Estado de .........

Atestado o óbito pelo médico..................... que deu como causa mortis ................. (causa do óbito) e nada

havendo o que contra indicasse o processo de conservação dos Restos Mortais Humanos, o

médico..................(nome do médico realizador do procedimento de conservação), inscrito no CRM sob o nº.

............ , no Estado de ................, procedeu a conservação técnica que segue:.....................(descrever o que foi

realizado)................................

Após o procedimento técnico, os Restos Mortais Humanos foram colocados no interior da urna impermeável,

sendo esta, em seguida, lacrada, perante os signatários da ata.

O translado destina-se à cidade de............, no Estado de....,no País.........assegurando-se pelo prazo de ............,

desde que mantidas as condições sanitárias previstas neste regulamento.

A presente Ata, lavrada em três vias, lida e considerada conforme, é datada de.../..../.... e assinada por:

______________________________________
Representante da família do falecido

______________________________________
Médico responsável pelo ato de conversação CRM nº_____

______________________________________
Auxiliar do médico

______________________________________
309
Testemunha 1

______________________________________
Testemunha 2

3. Guia Livre de Trânsito:


Quando o procedimento de Tanatopraxia for para cumprimento das normas de segurança e controle sanitário
criado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) quanto ao translado aéreo, será necessária a
assinatura de autoridade policial (Delegado) no Guia Livre de Trânsito, sendo este, um dos documentos
necessários para o processo de Translado de Restos Mortais Humanos.

310
Documentações legais para abertura do tanatório

Precisamos estar cientes que os municípios é quem rege a questão em relação aos trâmites para a abertura
de uma clínica de tanatopraxia. Neles há órgãos competentes que são responsáveis pelas autorizações de
funcionamento e só não podem ferir a legislação Estadual ou Federal. Cabe ao investidor verificar a Lei Orgânica
do município onde se tem o interesse de abrir seu negócio.
De acordo com o CNAE: 9603-3/05 e 9603-3/04 (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), os
documentos exigidos para a abertura de uma clínica de Tanatopraxia são:

 Certificado de Regularidade Técnica do Responsável Técnico (RT), emitido pelo Conselho de Classe, e
documentação relativa ao vínculo empregatício deste, no qual conste carga horária de trabalho;
 Contrato Social Atualizado;
 Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ;
 Cadastro Municipal de Vigilância em Saúde - CMVS, se possuir;
 Cadastro Estadual de Vigilância em Saúde - CEVS, se possuir;
 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO;
 Programas de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA;
 Plano de Manutenção, Operação e Controle - PMOC;
 Comprovante de Vistoria do Corpo de Bombeiros – AVCB;
 Comprovante de Desinsetização do estabelecimento e dos veículos próprios utilizados no transporte de
produtos;
 Comprovante da Limpeza de Caixas d’água;
 Contratos de Terceirização de Prestação de Serviços, com empresas qualificadas e regularizadas junto aos
órgãos competentes, se houver;
 Documentação do veículo (RENAVAM) e licença do Departamento Nacional de Trânsito no caso de transporte
próprio;
 Livro de Registro;
 Atas de Conservação de Restos Mortais Humanos;
 Documentos subscrito pelo responsável pelo cadáver autorizando a realização dos procedimentos de
Tanatopraxia;
 Fichas de Informação de Segurança de Produtos Químicos - FISPQs de todos os produtos utilizados;
 Certificado de habilitação de tanatopraxista;
 Procedimentos Operacionais Padrão- POPs;
 Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS.

PGRSS - Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde é um conjunto de procedimentos de gestão


que visam o correto gerenciamento dos resíduos produzidos no estabelecimento. Todos os geradores de
Resíduos de Serviços de Saúde devem elaborar o PGRSS, isso se estende à: necrotérios, funerárias e serviços
onde se realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação).
Os procedimentos devem ser, planejados e realizados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e
legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados um
encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde

311
pública, dos recursos naturais e do meio ambiente, seguindo, rigorosamente as legislações ANVISA RDC 306 e
CONAMA 358.
O Plano deve abranger as etapas: recursos físicos, recursos materiais e capacitação dos recursos humanos
envolvidos no manejo dos Resíduos de Serviços de Saúde.
O PGRSS deve ser compatível com as normas locais relativas à manuseio, coleta, transporte e disposição final
dos resíduos gerados nos serviços de saúde, estabelecidas pelos órgãos locais responsáveis por estas etapas.

Referências Bibliográficas:

LEONZO, N.; ALMEIDA, M.J.S.S.P. “Embalsamamentos no século XIX: segredos, técnicas e polêmicas”.
Khronos, Revista de História da Ciência, nº5, pp. 47- 57. 2018. Disponível em http://revistas.usp.br/khronos

MARTÍNEZ, Tomás Eloy (1995). Santa Evita. Buenos Aires: Biblioteca Del Sur – Planeta.

http://br.rbth.com/sociedade/2014/01/21/corpo_de_lenin_morto_ha_90_anos_segue_preservado_em_mausole
u_23801

http://www.scientificamerican.com/article/lenin-s-body-improves-with-age1/

https://www.normasbrasil.com.br/norma/resolucao-28-2013-sp_252750.html

http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/res0306_07_12_2004.pdf/95eac678-d441-4033-a5ab-
f0276d56aaa6

https://www.cairn.info/revue-etudes-sur-la-mort-2013-1-page-103.htm

312

Você também pode gostar