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Kuhn afirma que as crises são uma “pré-condição necessária para a emergência de novas teorias”, pois
os cientistas nunca renunciam ao paradigma dominante desde que tenham vivenciado todas as fases de
uma crise: (1) aparições de anomalias “prolongadas e graves” (2) tentativa de aproximação da teoria aos
fatos (3) concepção articulações e modificações “ad loc” da teoria dominante (4) quebra cabeça ou
contra-exemplo? (5) instalação da insegurança pela falta de fé – mal na academia – (6) percepção do
estado de crise (7) consideração da possibilidade de aceitar alternativas (8) surgimento de teorias
concorrentes (9) questionamentos do problema e de suas respostas nos grandes e variados debates (10)
paradigma dominante com o paradigma concorrente (12) experimentação para eliminação de conflitos
“… tolerar crises… Tal como os artistas, os cientistas criadores precisam, em determinadas ocasiões, ser
Nenhum paradigma dominante resolve com clareza todos os problemas da ciência normal, por isso
Kuhn os chama de quebra cabeças. E quando os paradigmas dominantes conseguem chegar a este
patamar de solucionar todos os problemas existentes, o que Kuhn afirma ser raridade, deixa de produzir
desafios e problemas relevantes a serem pesquisados, tornando-se “instrumentos para tarefas técnicas”
(pg.110).
Kuhn discute que para alguns cientistas uma situação problema apresentada pode ser classificada
como um quebra cabeça a ser desvendado e para outros cientistas, a mesma situação problema, poderá
ser enfrentada como um “contra-exemplo e assim uma fonte de crise”, porém destaca que mesmo que a
crise seja instalada, ela não transformará o quebra cabeça em um contra-exemplo, não sendo aceito
como uma exceção ao problema solucionado pelo paradigma dominante. “O fracasso em alcançar uma
As anomalias nem sempre atraem estudos específicos sobre elas, pois se os cientistas o fizessem
não sairiam do mesmo lugar, e “dificilmente realizarão um trabalho importante”, pois surgir situações
Não existe, segundo Kuhn, condições claras para que anomalias pareçam mais que um simples quebra-
cabeças e dêem origem a um estado de crise que alimente a busca coordenada de solução dos
problemas apontados, porém em seus exemplos ele destaca algumas (pg.113), como segue:
Uma anomalia sem importância fundamental aparente, pode provocar uma crise, caso as
O desenvolvimento da ciência normal pode transformar em uma fonte de crise uma anomalia
Também, uma fonte de crise pode ser simplesmente o longo espaço de tempo que os cientistas
lutam, sem sucesso, para tentar reduzir discrepâncias residuais existentes entre a teoria e suas
práticas;
regras que orientam a pesquisa normal”.(Pg.115). Quando o estado de crises se inicia, um número maior
de cientistas eminentes da área passa a preocupar-se e a dedicar “uma atenção sempre maior” para as
anomalias, buscando respostas que possam ser aceitas pela academia. Neste período de busca surgem
diversas e divergentes enfoques do problema e de seus possíveis caminhos para o encontro de soluções
aceitáveis, mas ainda nenhum que de tão seguro e certo pode ser aceito sem ressalvas pelos
pesquisadores.
Assim se instala o estado de crise, as vezes a penas em uma área, as vezes em toda uma escola da
ciência normal questiona-se todas as respostas, os padrões e os caminhos até agora base para o
conhecimento científico.
E como as crises terminam? Para Kuhn elas podem terminar de três maneiras:
“Algumas vezes a ciência normal acaba revelando-se capaz de tratar do problema que provoca a
crise” encontrando respostas dentro do próprio paradigma dominante com uma nova articulação
entre teoria-prática;
Outra maneira possível de acabar com uma crise é a percepção de que o problema existe e o
paradigma dominante dá conta de resolvê-lo, porém os instrumentos ora existentes não podem
solucioná-los. Assim, o problema é posto de lado para futuras análises quando “surgirem
E finalmente o fim de uma crise pode ser exatamente a percepção da “emergência de um novo